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1 Direito das Sucessões Profª Fernanda Pimentel Sucessão testamentária 2 Base legal Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte. § 1o A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no testamento. (Faça remissão aos artigos 1845 a 1848) § 2o São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o testador somente a elas se tenha limitado. (Faça remissão aos artigos 1.609 e 1723, dentre outros) Conceito É o ato pelo qual uma pessoa dispõe de seus bens para depois de sua morte, ou faz outras declarações de última vontade” Caio Mário, ( Instituições..., vol. VI, p. 93 ) 3 Natureza jurídica • Negócio jurídico unilateral, personalíssimo, gratuito, solene, revogável e de última vontade”, pois produz efeitos post mortem. Caio Mário, Instituições, vol. VI, p. 94 a 97 Espécies • Poderá ser estabelecida a título universal ou singular. Sucessão testamentária universal é aquela em que são chamados a suceder os herdeiros com a totalidade do acervo hereditário ou através de quinhões divididos em frações ideais. • Na sucessão testamentária singular, há a instituição do legado, onde os herdeiros, ora denominados legatários, herdam coisa certa e determinada, individualizada pela vontade do testador. 4 Limites Princípio norteador da transmissão da herança: relativa liberdade de testar. O testador está limitado pela existência de herdeiros necessários, vedação explicitada no artigo 1.857, § 1°. Há a liberdade de testar mitigada, em face da existência da legítima. Pressupostos Elementos intrínsecos: capacidade do testador, espontaneidade da declaração, objeto e limites desta; Elementos extrínsecos ou formais: Cumprimento das formalidades legais. 5 Base legal Art. 1.858. O testamento é ato personalíssimo, podendo ser mudado a qualquer tempo. Pressupostos “(... )pessoa capaz de dispor dos seus bens para depois da morte; pessoa capaz de recebê-los; declaração de vontade na forma peculiar exigida pela lei; observância dos limites ao poder de dispor” ( Orlando Gomes, Sucessões, p. 85 ) 6 Capacidade de testar – art. 1860 e 1861 – Capacidade de testar é a condição objetiva para que a pessoa manifeste de forma válida sua vontade em testamento para que produza efeitos após o seu falecimento. – É uma capacidade de exercício, não se confundindo com a capacidade de direito do indivíduo. – Idade mínima: 16 anos (art. 1860, § ún.) Capacidade de testar – art. 1860 e 1861 • Ativa: Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno discernimento. Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos. 7 Base legal Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não pode o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima. § 1o Não é permitido ao testador estabelecer a conversão dos bens da legítima em outros de espécie diversa. § 2o Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem ser alienados os bens gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus dos primeiros. Art. 1.849. O herdeiro necessário, a quem o testador deixar a sua parte disponível, ou algum legado, não perderá o direito à legítima. Base legal: Capacidade para testar Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno discernimento. Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos. Art. 1.861. A incapacidade superveniente do testador não invalida o testamento, nem o testamento do incapaz se valida com a superveniência da capacidade. 8 Base legal: Espécies de Testamento Art. 1.862. São testamentos ordinários: I - o público; II - o cerrado; III - o particular. Art. 1.863. É proibido o testamento conjuntivo, seja simultâneo, recíproco ou correspectivo. Base legal: Espécies de Testamento Art. 1.886. São testamentos especiais: I - o marítimo; II - o aeronáutico; III - o militar 9 Capacidade testamentária passiva – art. 1798 a 1802 Passiva: Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão. Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão; II - as pessoas jurídicas; III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de fundação Capacidade de testar – art. 1860 e 1861 Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários: I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos; II - as testemunhas do testamento; III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos; IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento 10 Incapacidade para testar A incapacidade para testar deve sempre ser provada em juízo, em ação de execução de testamento, admitindo-se todos os meios de prova para tal, havendo no entanto, a predominância da documental sobre a testemunhal, devendo-se provar que o manifestante da vontade era portador de uma incapacidade permanente, extensiva a todos os demais atos da vida civil ou acidental, que não decorre sempre de uma anomalia psíquica, mas que no momento da elaboração do testamento o agente não estava em seu perfeito juízo. Formas de testamento • Art. 1.862. São testamentos ordinários: • I - o público; • II - o cerrado; • III - o particular. • Art. 1.886. São testamentos especiais: • I - o marítimo; • II - o aeronáutico; • III - o militar. 11 Formas de testamento • Art. 1.863. É proibido o testamento conjuntivo, seja simultâneo, recíproco ou correspectivo. • Sendo um negócio jurídico unilateral e personalíssimo, o testamento deve necessariamente ser singular, não se admitindo que haja manifestação de vontade conjunta, denominados testamentos de mão comum. • Testamento simultâneo é aquele em que os testadores manifestam a mesma vontade, falando na primeira pessoa do plural; no testamento recíproco, os testadores se beneficiam mutuamente, designando um herdeiro do outro; e no testamento correspectivo “a reciprocidade é declaradamente resultante da interdependência das disposições, dizendo um que deixa para o outro porque este também o institui herdeiro ou legatário”. Restrições à liberdade de testar • Quanto à extensão: A Liberdade de testar é mitigada em razão da existência da Legítima, na forma dos artigos 1845 a 1847 do CCB ; 12 Cálculo da legítima – art. 1847 • O cálculo da legítima é feito sobre o patrimônio líquido da herança, descontadas todas as despesas e as dívidas que porventura tenham sido deixadas pelo falecido ou contraídas pelo espólio, somando-se ainda as doações que tenham sido feitas em vida pelo autor da herança aos seus descendentes. Limites da legítima – Art. 1.848 • Toda manifestação de vontade que incida sobre a parte que exceder aos limites da legítima será considerada uma liberalidade inoficiosa, sendo declarada ineficaz, facultando ao herdeiro lesado ingressar com ação de redução para que obtenha a reintegração da legítima. 13 Limitações – Art. 1.848 • É vedado ao testador converter os bens da herança em bens de qualquer outra natureza; • É permitido ao testador estabelecer gravames aos bens da legítima se houver justa causa declarada em testamento. Gravames • Na forma do artigo 1911, é possível se estabelecer livremente gravames se: a) não existirem herdeiros necessários; b) os gravames forem instituídos sobre a parte disponível. 14 Inalienabilidade • “Pode-se definir a inalienabilidade como sendo uma restrição à faculdade jurídica de alienação que perdurapor toda a vida do herdeiro ou legatário. A impenhorabilidade tem por escopo excluir o s bens transmitidos ao herdeiro da possibilidade da penhora”. In CAHALI, F. José; HIRONAKA, Gisela M. Novaes. Ob. citada, p. 356 e 357 Impenhorabilidade • Impenhorabilidade: tem por escopo o afastamento de determinados bens da possibilidade de penhora. Só pode ser oponível em face dos credores do herdeiro instituído. Esta cláusula operará seus efeitos de pleno direito, inclusive tendo por base o artigo 649, I do CPC . Para Cahali e Hironaka, esta cláusula pode ser instituída independentemente da cláusula de inalienabilidade, podendo ser aposta aos bens alienáveis. 15 Incomunicabilidade • Quando à incomunicabilidade, segundo Orlando Gomes, “consiste ela em impedir que integrem a comunhão estabelecida pelo casamento; os bens assim clausulados formarão patrimônio exclusivo do cônjuge ou passarão a compô-lo, se já o possui”. Levantamento dos gravames • Se provenientes da legítima: Art. 1848, § 2º • Se livremente estabelecidos: Artigo 1911, § único do CCB, que prevê a possibilidade de alienação do bem por “conveniência econômica” do herdeiro, desde que autorizada judicialmente. • Procedimento nos dois casos: Alvará Judicial, procedimento de jurisdição voluntária através do qual se requererá o levantamento do gravame e a sua sub-rogação para outro bem a ser adquirido pelo seu titular. 16 Restrições à liberdade de testar • Quanto ao conteúdo, a liberdade de testar está adstrita aos limites da lei, tais como: • Impossibilidade de estabelecer a conversão dos bens da Legítima ( art. 1.848, § 1° do CCB4 ) • Limitação quanto à instituição de cláusulas restritivas, na forma do artigo 1.848 do CCB; • Vedação da instituição do herdeiro a termo, salvo nas hipóteses de fideicomisso; • Nulidade das disposições que contrariem o disposto no artigo 1.900 do CCB. Conversão dos bens da legítima • Quanto ao conteúdo, a liberdade de testar está adstrita aos limites da lei, tais como: • Impossibilidade de estabelecer a conversão dos bens da Legítima ( art. 1.848, § 1° do CCB4 ) • Limitação quanto à instituição de cláusulas restritivas, na forma do artigo 1.848 do CCB; • Vedação da instituição do herdeiro a termo, salvo nas hipóteses de fideicomisso; • Nulidade das disposições que contrariem o disposto no artigo 1.900 do CCB. 17 Exclusão da sucessão legitima e testamentária Indignidade – Arts. 1.814 a 1.818 É uma sanção civil àquele herdeiro (legítimo ou testamentário) que cometa atos criminosos ou reprováveis contra o de cujus. Ao contrário da deserdação, a indignidade não decorre da vontade expressa do falecido mas sim, de uma determinação da lei. Tal instituto se baseia num princípio de ordem pública, pois é socialmente reprovável que alguém suceda à outra pessoa após tê-la lesado. 18 Indignidade • Hipóteses: artigo 1814 • A indignidade traz um rol numerus clausus. • Reconhecimento da indignidade - Esta sanção da lei só é aplicável mediante provocação das pessoas interessadas e para que a indignidade se constitua é necessário o seu reconhecimento por sentença declaratória, proferida em ação ordinária. • Enunciado 116 – Art. 1.815: o Ministério Público, por força do art. 1.815 do novo Código Civil, desde que presente o interesse público, tem legitimidade para promover ação visando à declaração da indignidade de herdeiro ou legatário. Indignidade • Efeitos pessoais – Os descendentes do indigno sucedem como se ele morto fosse, pois esta sanção civil não poderá passar de sua própria pessoa. ( art. 1.816 ) • Restituição dos frutos e rendimentos – Uma vez excluído da sucessão, impõe-se ao herdeiro a obrigação de restituir os frutos e rendimentos dos bens da herança que eventualmente tiver recebido. ( art. 1.817, § ún. ) • Validade dos atos praticados antes da sentença – Segundo o art. 1.817, os atos praticados pelo indigno antes da exclusão são válidos, face o princípio da proteção ao terceiro de boa-fé. Contudo, os herdeiros que se sintam prejudicados com tais atos poderão demandar perdas e danos em face do indigno. 19 Indignidade: PROVA • Apelação cível. Ação de deserdação. Causa legal. Prova ausente. Recurso não provido. 1. Conforme dispõe o art. 1.965 do Código Civil de 2002, o herdeiro instituído, ou qualquer outra pessoa a quem a deserdação aproveite, tem o ônus de provar a veracidade da causa invocada. 2. Ausente prova da causa autorizadora da deserdação, revela-se correta a sentença que rejeitou a pretensão no sentido de ser confirmada a deserdação. 3. Apelação cível conhecida e não provida. • TJ/MG, Apelação cível. 1.0338.03.014052-3/001, Rel. Des.(a) CAETANO LEVI LOPES, J. 13/03/2007 Exclusão da herança x meação • DIREITO DE SUCESSÕES - EXCLUSÃO DA SUCESSÃO - HERDEIRO - HOMICÍDIO DOLOSO PRATICADO CONTRA CÔNJUGE - POSSIBILIDADE - EXCLUSÃO DA MEAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE. 1 - Podem ser excluídos da sucessão por indignidade os herdeiros e legatários, ""ex vi"" do art. 1.814 do Código Civil. 2 - A meação pertence ao cônjuge por direito próprio, sendo inviável, portanto, a extensão da pena de exclusão do cônjuge herdeiro, em razão de indignidade (art. 1.814, inc. I, do Código Civil), ao direito do réu, decorrente do regime de bens adotado no casamento. 3 - Recurso parcialmente provido. Súmula:DERAM PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO. TJ/MG, Ap. Cível nº 1.0024.08.957264-8/00, Rel. Des.(a) EDGARD PENNA AMORIM, J. 22/07/2010 20 Suspensão da ação declaratória de indignidade • AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DECLARATÓRIA DE EXCLUSÃO DE HERDEIRO POR INDIGNIDADE - PROCESSO CRIMINAL EM CURSO - SUSPENSÃO DO PROCESSO NA ESFERA CÍVEL - POSSIBILIDADE - ARTIGO 265, INCISO IV, ALÍNEA A,DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - QUESTÃO PREJUDICIAL - DECISÃO MANTIDA. 1 - À inteligência do artigo 265, inciso IV, alínea a, do Código de Processo Civil, suspende-se o processo quando a sentença de mérito depender do julgamento de outra causa, ou da declaração da existência ou inexistência da relação jurídica, que constitui o objeto principal de outro processo pendente. 2 - Recurso a que se nega provimento. – TJ/MG, AI nº 1.0024.05.700806-2/001, Rel. Des.(a) BATISTA FRANCO, J. 07/02/2006 Deserdação – Arts. 1961 a 1965 • “É o ato através do qual o testador afasta de sua sucessão um herdeiro necessário”. 21 Deserdação • instituição em testamento; • causa expressa em lei; • proposta em ação ordinária, de natureza declaratória, trazendo para os descendentes do deserdado o direito de representação, pois os efeitos da sentença de deserdação são ex tunc, retroagindo até o dia da abertura da sucessão. Deserdação • Para produzir seus efeitos deverá estar prevista cláusula clara, em testamento regular, válido e eficaz, sendo argüida através de ação ordinária, por aquele herdeiro que se beneficiar com a deserdação. A este herdeiro caberá o ônus de provar a conduta do “deserdado”. A deserdação nunca será presumida. 22 Deserdação • APELAÇÃO - AÇÃO DE EXCLUSÃO DE HERDEIRA NECESSÁRIA - ADOÇÃO "À BRASILEIRA" DESERDAÇÃO.AGRAVO RETIDO - DESPROVIMENTO. PROVA PERICIAL PRETENDIDA QUE SE MOSTRA DESNECESSÁRIA AO DESLINDE DA CAUSA.AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE INJÚRIA GRAVE E DESAMPARO DA "DE CUJUS" DURANTE ENFERMIDADE -DESPROVIMENTO DO RECURSO.Se a própria ré não nega que a falecida tinha dificuldade de locomoção por excesso de peso, sofria de diabetes e padecia dos males naturais de pessoa idosa, desnecessária é a prova pericial que pretende comprovar a existência de doença grave que acometia a testadora nos anos anteriores ao óbito.A ação de deserdação não se mostra hábil ao reconhecimento de nulidade de registro de nascimento, que, além de não requerido na inicial, nem mesmo foi buscado pela "de cujus", embora tivesse mencionado, em seu testamento, que a herdeira necessária não era sua filha biológica. ... Deserdação • ...Cabia à autora - o que não logrou fazer - comprovar a apontada prática, por parte da ré, de injúria grave contra sua mãe adotiva, a qual não se confunde com o climade frieza que havia entre esta e aquela desde a tenra idade da ré, assim como a ocorrência do alegado abandono da mãe pela filha durante o período de doença, ou qualquer nexo de causalidade entre a ausência de contato que findou por existir entre ambas e as doenças constatadas como causa da morte, quando a testadora já tinha 93 (noventa e três anos).Hipóteses que autorizariam a deserdação não configuradas.Desprovimento do recurso. • Ap. Cível nº 2009.001.27451 -DES. MARIA HENRIQUETA LOBO - Julgamento: 26/08/2009 - SETIMA CAMARA CIVEL 23 Deserdação • Apelação Cível.Ação Declaratória. Filho Adotivo. Deserdação Ação proposta pelos herdeiros instituídos da Testadora, buscando comprovar as alegadas causas que motivaram a Testadora a deserdar o filho adotivo.Prova existente nos autos suficiente no sentido de caracterizar conduta indigna do herdeiro deserdado. Agressões físicas pelo mesmo praticadas contra a Testadora, o que configura a ocorrência da violação do disposto no artigo 1962 do Código Civil. Contemporaneidade da escritura de deserdação com a existência de registro policial de ocorrência dos maus tratos impostos pelo deserdado à testadora .Sentença que julgou procedente o pedido inicial, excluindo o herdeiro réu e ora apelante da sucessão de sua mãe adotiva, em perfeita harmonia com a legislação civil aplicável - artigo 1962, I do Código Civil. • Ap. Cível nº 2009.001.05870 – Rel. DES. AZEVEDO PINTO - Julgamento: 17/06/2009 - DECIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL Deserdação • DESERDACAO – INTERPRETACAO RESTRITIVA – DENUNCIACAO CALUNIOSA INJURIA GRAVE NAO CONFIGURACAO - IMPROCEDENCIA DO PEDIDO. APELAÇÃO CÍVEL. DESERDAÇÃO. ACUSAÇÃO CALUNIOSA EM JUÍZO. CRIMES CONTRA A HONRA. INJÚRIA GRAVE. Não comprovação do comportamento criminoso ou ilícito. Pedido de Remoção de Inventariança e de Interdição do de cujus. Exercício regular do direito de ação. Veiculação dos fatos debatidos em juízo através da imprensa. Ausência de comprovação. 'Se a causa invocada não corresponder, exatamente, a alguma das mencionadas no Código Civil, arts. 1.814, 1.962 e 1.963, será inoperante a deserdação, e o testamento será nulo quanto à porção da legítima, subsistindo, somente, as disposições que couberem na metade disponível.' A deserdação é medida extrema que implica em restrição de direitos. Interpretação que não admite analogias ou ampliação das possibilidades. Manutenção da sentença de improcedência. DESPROVIMENTO DO RECURSO. • TJ/RJ, Ementário: 42/2008 - N. 9 - 13/11/2008, Ap. Cível nº 2008.001.49698 - DES. LEILA MARIANO - Julgamento: 08/10/2008 - SEGUNDA CAMARA CIVEL 24 Redução das disposições testamentárias – Art. 1966 a 1968. • FINALIDADE: Garantir a intangibilidade da legítima. • Havendo violação à legítima que caracterize excesso na manifestação de vontade emanada do “de cujus”, poderão os herdeiros necessários ou qualquer daqueles que estejam sub-rogados em seus direitos ou créditos ou os credores do herdeiro lesado, requerer no curso do processo de inventário ou através de ação própria, denominada “actio in rem scripta”, a anulação das partes das disposições que sejam fruto da liberalidade excessiva do testador. Esta ação somente deverá ser proposta após a abertura da sucessão, uma vez que nossa lei adorou o critério da atualidade Caducidade 25 Hipóteses de caducidade: • Exclusão do herdeiro por indignidade; • Repúdio da herança pelo herdeiro ou legatário; • Inadimplemento de condição suspensiva imposta pelo testador; • Pré-morte do herdeiro instituído; Hipóteses de caducidade: • Modificação ou perecimento da coisa legada por caso fortuito ou força maior – se perecer a coisa por culpa do herdeiro, tem o legatário direito às perdas e danos; • Testamento especial, quando o testador não vier a falecer e não ratificar sua manifestação de vontade. 26 Caducidade dos legados Art. 1.939. Caducará o legado: I - se, depois do testamento, o testador modificar a coisa legada, ao ponto de já não ter a forma nem lhe caber a denominação que possuía; II - se o testador, por qualquer título, alienar no todo ou em parte a coisa legada; nesse caso, caducará até onde ela deixou de pertencer ao testador; Caducidade dos legados IV - se o legatário for excluído da sucessão, nos termos do art. 1.815; V - se o legatário falecer antes do testador. Art. 1.940. Se o legado for de duas ou mais coisas alternativamente, e algumas delas perecerem, subsistirá quanto às restantes; perecendo parte de uma, valerá, quanto ao seu remanescente, o legado. 27 Efeitos da caducidade: • Não havendo disposição em contrário do testador, trazendo alternativa à cláusula objeto da caducidade, a sucessão se dará através da previsão legal para a sucessão legítima. Direito de acrescer: Previsão legal • Art. 1.941. Quando vários herdeiros, pela mesma disposição testamentária, forem conjuntamente chamados à herança em quinhões não determinados, e qualquer deles não puder ou não quiser aceitá-la, a sua parte acrescerá à dos co-herdeiros, salvo o direito do substituto. • Art. 1.942. O direito de acrescer competirá aos co- legatários, quando nomeados conjuntamente a respeito de uma só coisa, determinada e certa, ou quando o objeto do legado não puder ser dividido sem risco de desvalorização. 28 Direito de acrescer: Previsão legal • Art. 1.943. Se um dos co-herdeiros ou co-legatários, nas condições do artigo antecedente, morrer antes do testador; se renunciar a herança ou legado, ou destes for excluído, e, se a condição sob a qual foi instituído não se verificar, acrescerá o seu quinhão, salvo o direito do substituto, à parte dos co-herdeiros ou co- legatários conjuntos. • Parágrafo único. Os co-herdeiros ou co-legatários, aos quais acresceu o quinhão daquele que não quis ou não pôde suceder, ficam sujeitos às obrigações ou encargos que o oneravam. • Art. 1.944. Quando não se efetua o direito de acrescer, transmite-se aos herdeiros legítimos a Direito de acrescer: Previsão legal • Art. 1.944. Quando não se efetua o direito de acrescer, transmite-se aos herdeiros legítimos a quota vaga do nomeado. • Parágrafo único. Não existindo o direito de acrescer entre os co-legatários, a quota do que faltar acresce ao herdeiro ou ao legatário incumbido de satisfazer esse legado, ou a todos os herdeiros, na proporção dos seus quinhões, se o legado se deduziu da herança. 29 Direito de acrescer: Previsão legal • Art. 1.945. Não pode o beneficiário do acréscimo repudiá- lo separadamente da herança ou legado que lhe caiba, salvo se o acréscimo comportar encargos especiais impostos pelo testador; nesse caso, uma vez repudiado, reverte o acréscimo para a pessoa a favor de quem os encargos foram instituídos. • Art. 1.946. Legado um só usufruto conjuntamente a duas ou mais pessoas, a parte da que faltar acresce aos co- legatários. • Parágrafo único. Se não houver conjunção entre os co- legatários, ou se, apesar de conjuntos, só lhes foi legada certa parte do usufruto, consolidar-se-ão na propriedade as quotas dos que faltarem, à medida que eles forem faltando.
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