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CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

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Ana Victória Ribeiro – M7 
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA 
CRIANÇA
INTRODUÇÃO 
O crescimento de uma criança depende de fatores 
intrínsecos e extrínsecos e pode ser dividido em 
duas fases distintas: a pré-natal e a pós-natal. 
Durante o crescimento pré-natal, fatores 
associados à saúde materna e à placenta 
constituem os fatores extrínsecos ao feto. A carga 
genética e a integridade do sistema endócrino são 
os fatores intrínsecos. 
No período pós-natal, os fatores extrínsecos são: o 
acesso a nutrientes, ambiente, sendo que, nessa 
fase, o crescimento psicossocial e o acesso a 
medidas de preventivas de saúde. Os aspectos 
intrínsecos são semelhantes aos do período pré-
natal, sendo que, nessa fase, o crescimento 
depende do hormônio do crescimento (GH). 
CONDIÇÕES EXTRÍNSECAS À CRIANÇA 
NECESSÁRIAS PARA O CRESCIMENTO 
Ser saudável é uma condição mínima para um 
crescimento dentro do esperado geneticamente. 
A falta de saúde, seja ela física ou mental por 
convívio em um ambiente hostil, pode afetar o 
crescimento. Medidas gerais desenvolvidas com o 
intuito de aprimorar a saúde devem ser 
estimuladas por meio de uma nutrição adequada, 
da prática de esportes e da obtenção de um sono 
restaurador. Uma alimentação equilibrada, 
garantindo a presença de micro e 
macronutrientes, e a prática regular de esportes 
colaboram para que a criança seja saudável e, 
consequentemente, atinja o seu potencial de 
crescimento. 
CONDIÇÕES INTRÍNSECAS À CRIANÇA 
NECESSÁRIAS PARA O CRESCIMENTO 
A carga genética individual de cada criança tem 
dois aspectos importantes. O primeiro é que não 
haja anomalias estruturais ou numéricas ou 
mutações capazes de influenciar a integridade dos 
sistemas necessários para um crescimento 
normal. O segundo aspecto genético importante 
é o histórico familiar, que pode ser avaliado pela 
simples observação da altura dos pais e dos avós. 
Por meio da altura dos pais, sendo eles não 
portadores de doenças que tenham afetado o seu 
crescimento, é possível calcular o “alvo genético”. 
Por ser um cálculo estatístico, o objetivo é orientar 
sobre o potencial de estatura adulta, mas não 
representa uma previsão de estatura a ser 
alcançada individualmente. É sempre importante 
lembrar que 10% dos filhos saudáveis de um casal 
podem apresentar uma altura adulta acima ou 
abaixo do alvo genético. 
 
HORMÔNIOS E FATORES NECESSÁRIOS PARA O 
CRESCIMENTO 
O principal fator de crescimento, tanto no período 
pré-natal como no período pós-natal, é a IGF-I, 
que age na epífise de crescimento. No período 
pós-natal, a IGF-I, sob a regulação direta do GH, é 
produzida no fígado e liberada na circulação e 
também produzida diretamente na epífise óssea. 
O GH, que é produzido na hipófise, também tem 
ação direta na placa de crescimento. Enquanto a 
IGF-I estimula expansão e a hipertrofia, o GH 
estimula a diferenciação celular. 
Os hormônios tireoidianos estimulam a produção 
e a secreção de GH e estimulam a síntese de IGF-I 
Ana Victória Ribeiro – M7 
GH-dependente. Além disso, os hormônios 
tireoidianos têm um efeito direto na placa de 
crescimento, estimulando a diferenciação 
terminal dos condrócitos e a atividade dos 
osteoclastos. 
Os glicocorticoides apresentam um efeito agudo 
de estimular o crescimento, mas uma exposição 
crônica a níveis elevados de glicocorticoides causa 
uma diminuição da síntese e da sensibilidade ao 
GH e, consequentemente, diminui a síntese de 
IGF-I e a proliferação celular, comprometendo o 
crescimento. 
Os esteroides sexuais (androgênios e estrogênios) 
apresentam receptores específicos na placa de 
crescimento, além de estimularem a síntese de 
GH. O fechamento das epífises de crescimento é 
um efeito direto dos estrogênios. 
ELEMENTOS PARA AVALIAR O 
CRESCIMENTO 
Um dos aspectos mais importantes na avaliação 
do crescimento é a técnica utilizada na obtenção 
dos dados antropométricos. O comprimento de 
crianças com menos de 3 anos de idade deve ser 
obtido com um estadiômetro infantil ou uma 
régua horizontal. A criança deve estar em posição 
supina com a linha que conecta o meato auditivo 
externo e o canto do olho perpendicular ao corpo. 
Os pés devem estar juntos. Para a aferição da 
altura de crianças com mais de 2 anos, deve-se 
utilizar um estadiômetro fixo, graduado em 
milímetros. Essa aferição é feita com a criança 
descalça, mantendo os calcanhares juntos e 
encostados na parede. A cabeça deve ser mantida 
com a linha conectando o meato auditivo externo 
e o canto do olho perpendicular ao eixo do corpo. 
GRÁFICO DE CRESCIMENTO 
Para se fazer uma avaliação sobre crescimento, 
deve-se sempre utilizar o gráfico do crescimento 
para comparar a altura encontrada com a 
esperada para crianças do mesmo sexo e idade e 
para acompanhar possíveis alterações na 
velocidade de crescimento. Independentemente 
do gráfico que venha a ser utilizado, o importante 
é monitorar o crescimento. 
IDADE ÓSSEA 
A idade óssea é calculada pela avaliação de uma 
radiografia da mão e do punho esquerdos e é o 
modo pelo qual os endocrinologistas pediátricos 
podem acompanhar o grau de maturação 
corporal. O cálculo da idade óssea é feito 
comparando-se os centros de ossificação visíveis 
da mão esquerda de uma criança com padrões 
previamente estabelecidos, encontrados em atlas 
específicos. O desenvolvimento corporal de uma 
criança está muito mais relacionado à idade óssea 
do que à idade cronológica (baseada na data de 
nascimento). O crescimento estatural tem uma 
importante relação com a idade óssea, visto que a 
menina cresce até atingir uma idade óssea de 15 
a 16 anos, e o menino, até uma idade óssea de 17 
a 18 anos. 
CRESCIMENTO PÓS-NATAL (NOS PRIMEIROS 
ANOS DE VIDA) 
A criança, ao nascer, apresenta um comprimento 
relacionado ao aporte nutricional intrauterino, e 
esse comprimento não tem relação com a altura 
dos pais. Nos primeiros dias de vida, o recém-
nascido pode perder até 10% de seu peso de 
nascimento, devendo retornar a esse peso em até 
2 semanas. Nos primeiros 2 anos de vida, a criança 
aumenta ou diminui a velocidade de crescimento 
para se posicionar na curva de crescimento em um 
patamar mais condizente com as suas 
características familiares/genéticas. Com isso, 
crianças que nasceram grandes, mas são de 
famílias de estatura baixa, “mudarão de percentil” 
na curva de crescimento, ou seja, se o alvo 
genético (baseado na altura dos pais) é no 
percentil 20 e a criança nasceu no percentil 70, 
ocorrerá um desvio, fisiológico, na curva de 
crescimento nesses primeiros anos de vida. Nessa 
época, o crescimento estatural ainda é 
relacionado à nutrição, mas o efeito do GH já se 
faz presente. A velocidade de crescimento diminui 
com o avanço da idade (Tabela 2). 
Ana Victória Ribeiro – M7 
 
CRESCIMENTO NA INFÂNCIA 
A velocidade de crescimento continua a diminuir, 
atingindo seu ponto mais baixo (na média 5 a 5,5 
cm/ano) logo antes do início da puberdade. Nessa 
idade, os efeitos de GH e dos hormônios 
tireoidianos são mais evidentes. 
PUBERDADE 
Na puberdade, a velocidade de crescimento 
aumenta em razão da presença de esteroides 
sexuais. Nessa etapa, as diferenças de velocidade 
de crescimento entre sexo feminino e masculino 
começam a aparecer. As meninas começam a 
puberdade 1 a 2 anos antes dos meninos e 
apresentam o estirão de crescimento no início do 
processo puberal. Os meninos apresentam o 
estirão puberal no final da puberdade e têm um 
pico na velocidade de crescimento maior do que 
as meninas. O crescimento encerra-se com o 
fechamento das epífises de crescimento, o qual 
ocorre primeiro nas meninas, por terem iniciado o 
processo puberal antes. O atraso no fechamento 
das epífises dos meninos e o pico maior na 
velocidade de crescimento faz os homens serem, 
na média, 13 cm mais altos que as mulheres. Além 
disso, essa diferença na idade do início do 
processo puberal e a aceleração no crescimento 
precoce nas meninas fazem as meninas entre 10 e 
13 anos de idade serem, em média, mais altas que 
osmeninos (Tabela 3). 
 
TRATAMENTO COM HORMÔNIO DO 
CRESCIMENTO HUMANO RECOMBINANTE 
(RHGH) 
Desde 1985, quando o uso do rhGH foi liberado, 
diversas indicações vêm sendo propostas. Dentre 
as aprovadas para sua utilização, os melhores 
resultados são obtidos na DGH clássica em que, 
em função da reposição de um hormônio não 
existente, o ganho estatural pode atingir até 25 cm 
acima da previsão. 
Na síndrome de Turner, dependendo da época do 
início da reposição, o ganho estatural esperado é 
de 5 a 10 cm, uma vez que não há deficiência 
hormonal, e sim uma alteração estrutural do 
cromossomo. 
Na síndrome de Prader-Willi, o benefício mostra-
se no aumento do metabolismo desses pacientes, 
com melhora da hipotonia e na distribuição de 
gordura. Nos PIG, quanto mais precoce for sua 
utilização, melhores os resultados, podendo haver 
ganho de 1 DP de estatura, atingindo algumas 
vezes o alvo genético. 
Na baixa estatura idiopática, o ganho estatural é 
variável conforme a fisiopatologia da origem da 
baixa estatura, variando em um ganho entre 2 e 6 
cm na estatura adulta.

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