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Tecnologias e Sociedade - Guia de Estudos - Unidade I, II, III

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Prévia do material em texto

1 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
2 
Tecnologias e Sociedade 
Gestão da Educação a Distância 
Cidade Universitária – Bloco C 
Avenida Alzira Barra Gazzola, 650, 
Bairro Aeroporto. Varginha /MG 
ead.unis.edu.br 
0800 283 5665 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos desta edição ficam 
reservados ao Unis – MG. 
É proibida a duplicação ou reprodução 
deste volume (ou parte do mesmo), 
sob qualquer meio, sem autorização 
expressa da instituição. 
 
 
 
3 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Doutora em Educação com na área de concentração da Teoria Crítica com foco no 
uso das tecnologias. Mestre em Tecnologias da Informação e Comunicação na 
Formação em EaD com ênfase em ambientes virtuais para formação de 
professores. Licenciada em Matemática, com habilitações em Física e Desenho 
Geométrico. Pós-graduada em Educação Matemática, Redes de Computadores, 
Informática na Educação e Design Instrucional para EaD Virtual. Atua como 
professora universitária e supervisora na Unidade de Gestão da Educação a 
Distância do Unis-MG. 
 
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5950462827823117 
 
 
 
 
 
 
Prof. Dra. 
Simone de Paula Teodoro Moreira 
 
 
Autoria 
 
 
MOREIRA, Simone de Paula. GOMES, Celso Augusto dos Santos. 
RIBEIRO FILHO, César Fernandes. Guia de Estudo – Tecnologias e 
Sociedade. Varginha: GEaD-UNIS/MG, 2017. 
72 p. 
1. Tecnologia da Informação 2. Sociedade da Informação 3. Tecnologias 
da Inteligência. 
 
 
 
http://lattes.cnpq.br/5950462827823117
 
 
4 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 
Celso Augusto dos Santos Gomes 
 
Doutor em educação com foco na (re)significação docente de formadores de 
musicalizadores na convergência de ambientes virtuais e físicos. Mestre em 
Tecnologias da Inteligência e Design Digital sob a área de concentração de 
"Processos Cognitivos e Ambientes Digitais". Pós-graduações: Docência em 
Educação a Distância (EaD), Psicopedagogia Institucional, Designer Instrucional para 
a EaD virtual e Tecnologia em EaD. Licenciado e Bacharel em Música com 
habilitação em Instrumento (Guitarra Jazz). Atua como coordenador do Curso de 
Licenciatura em Música e também é professor em várias graduações e pós-
graduações do Unis-MG. 
 
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8784835682994528 
 
César Fernandes Ribeiro Filho 
Mestre em Administração, possui graduação em Ciência da Computação e pós-
graduação em Design Instrucional para EaD Virtual, Docência para Ensino Superior, 
MBA em Gestão Empresarial. Atua como coordenador das disciplinas a distância 
nos cursos presenciais do Centro Universitário do Sul de Minas. Tem habilidade e 
criatividade na produção de materiais para educação a distância, desenvolvimento 
de Websites, Criação de arte Final e edição de vídeos. 
 
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6220292330075276 
Coautores 
 
 
http://lattes.cnpq.br/8784835682994528
http://lattes.cnpq.br/6220292330075276
 
 
 
5 
Tecnologias e Sociedade 
 Caríssimo(a), 
 O simples fato de você estar participando de um curso a distância significa que 
você acredita no potencial que as tecnologias de informação e comunicação têm para sua 
vida profissional. Alegro-me por sua escolha. 
Não se trata de uma disciplina de cunho técnico e sim de entender os conceitos e 
a aplicação das tecnologias nos seus estudos e no contexto profissional, bem como a 
maneira como elas impactam a sociedade contemporânea. Isso acontecerá em meio a 
nossas conversas e atividades. 
Afinal de contas, não podemos apenas fazer uso desse ferramental que, sem 
sombra de dúvidas, é essencial nos dias atuais. Precisamos saber analisá-lo criticamente e 
nos posicionar diante de suas potencialidades, restrições, influências e consequências. 
Para atingirmos esse objetivo, é necessário analisarmos outros pontos de vista e 
criarmos um ambiente de discussão e colaboração. E assim foi feito desde a construção 
desse material que, em alguns capítulos, contou com a coautoria de outros grandes colegas 
e professores: César Ribeiro e Celso Gomes. O professor Celso, inclusive, é autor de uma 
das obras que fazem parte da bibliografia dessa disciplina. 
Além disso, para nos embasarmos teoricamente faremos uso dos textos de 
importantes autores que discutem esta temática, como é o caso de Bauman, Santaella, Levi, 
Moran e Mill. 
Trabalharemos de forma a despertar (ou aumentar) o seu interesse pela área de 
tecnologia de informação, mas dependeremos muito de sua determinação quanto à leitura 
deste guia, bem como, de todo o material que será disponibilizado ao longo do processo. 
Sei das dificuldades enfrentadas por muitas pessoas em relação ao uso das 
tecnologias, por isso buscarei uma linguagem bastante simples como forma de propiciar um 
bom entendimento e estarei sempre à disposição para esclarecer dúvidas, trocar 
informações e auxiliá-los na aplicação e na reflexão sobre o uso das tecnologias no 
contexto educacional e profissional. 
Para o bom aproveitamento dessa disciplina a interação será essencial! 
Abraços, 
Profª Simone de Paula Teodoro Moreira. 
 
 
"Todo ponto de vista é a vista de um ponto. 
Ler significa reler e compreender, interpretar. 
Cada um lê com os olhos que tem. 
E interpreta a partir de onde os pés pisam". 
(Leonardo Boff, 1997, p. 9) 
 
 
 
 
6 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
Tecnologias e sociedade: novas concepções de espaço e tempo. 
Redes: linguagens e construções identitárias na contemporaneidade. 
Novo perfil profissional: autonomia/dependência, interação, autoria e 
colaboração. Tecnologias da inteligência como ferramentas no âmbito 
profissional. Educação a distância: modelos, metodologias, sujeitos e 
suas práticas. 
 
 
 
 
 
 
Ver Plano de Estudos da disciplina, disponível no Ambiente Virtual. 
 
 
 
 
 
Tecnologias da Informação. Sociedade da Informação. Tecnologias da 
Inteligência. 
Ementa 
 
 
Orientações 
 
 
Palavras-chave 
 
 
 
 
 
7 
Tecnologias e Sociedade 
 
EMENTA ____________________________________________________________________ 6 
ORIENTAÇÕES ______________________________________________________________ 6 
PALAVRAS-CHAVE ___________________________________________________________ 6 
 
UNIDADE I – TECNOLOGIAS, SOCIEDADE, ESPAÇO E TEMPO _______________________ 9 
1.1 INTRODUÇÃO ____________________________________________________________ 10 
1.2 AS TECNOLOGIAS E SUAS IMPLICAÇÕES NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA ________________ 13 
1.3 DESAFIOS ATUAIS E EMERGENTES ______________________________________________ 17 
1.4 CONCEPÇÕES E TEMPO NO CONTEXTO DAS TECNOLOGIAS ___________________________ 22 
UNIDADE II – REDES: LINGUAGENS E CONSTRUÇÕES IDENTITÁRIAS NA 
CONTEMPORANEIDADE _____________________________________________________ 30 
2.1 INTRODUÇÃO ____________________________________________________________ 31 
2.2 PRINCÍPIOS DE CONDUTAS PARA TRABALHO COLETIVO _______________________________ 32 
2.3 COMUNICAÇÃO E LINGUAGENS NA INTERNET _____________________________________ 40 
2.3.1 NETIQUETAS ____________________________________________________________ 41 
2.3.2 INTERNETÊS _____________________________________________________________ 45 
UNIDADE III – NOVO PERFIL PROFISSIONAL: AUTONOMIA/DEPENDÊNCIA, INTERAÇÃO, 
AUTORIA E COLABORAÇÃO _________________________________________________ 48 
3.1 INTRODUÇÃO ____________________________________________________________ 49 
3.2 IMPORTÂNCIA DA AUTONOMIA DO ALUNO _______________________________________ 50 
3.3 INTERATIVIDADE, INTERAÇÃO, COLABORAÇÃO E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM ___________ 58 
3.4 AUTORIA E PLÁGIO NO MEIO ACADÊMICA ________________________________________ 68 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA __________________________________________________ 69 
 
 
file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524489file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524490
file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524491
file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524492
file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524499
file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524499
file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524506
file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524506
file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524512
 
 
8 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
9 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
- Conhecer e analisar aspectos tocantes à influência da tecnologia na 
sociedade moderna; 
- Conhecer os principais desafios para a adoção das tecnologias no 
ensino superior; 
- Identificar e sintetizar como as novas tecnologias de comunicação e 
informação influenciam em nossas concepções de tempo e espaço. 
 
 
 
 Ciclo 01 
 As tecnologias e suas implicações na sociedade contemporânea; 
 Desafios atuais e emergentes; 
 Novas concepções de espaço e tempo 
 
Unidade I – Tecnologias, 
Sociedade, Espaço e 
Tempo 
Objetivos da Unidade 
 
 
Plano de Estudos 
 
 
I 
 
 
10 
Tecnologias e Sociedade 
 
1.1 Introdução 
Mattedi (2006) diz que a tecnologia de hoje nos possibilita encurtar 
distâncias, muitos processos manuais e trabalhosos são feitos rapidamente através 
de inovações, muitas doenças são diagnosticadas facilmente e com mais precisão, o 
acesso ao conhecimento em acervos infinitos através de celulares, tablets e 
computadores são concedidos através de poucos cliques. 
 
 
 
 
 
 
A figura 1, a seguir, mostra a evolução da tecnologia dentro da sociedade e 
caracteriza as diversas formas de utilização dessa nova maneira de socializar. 
 
Figura 01: Evolução das Tecnologias da Informação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Design EaD 
Como seria sua vida sem a tecnologia? Seu trabalho? 
Seu lazer? Você consegue se imaginar vivendo sem 
ela? 
 
 
Unidade I 
 
 
 
11 
Tecnologias e Sociedade 
 
Na busca por definições e implicações da tecnologia no contexto social e 
educacional, encontram-se posturas que tendem a extremos. Segundo Bennertz 
(2014), as posturas mais comuns frente às novas tecnologias estão relacionadas, por 
um lado, à resistência às inovações e, por outro, à adoção indiscriminada delas. 
Existe então relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade que são percebidas a 
partir de uma suposta separação dessas áreas. Com isso, a análise se restringe a 
explicações sobre os impactos da ciência e da tecnologia sobre a sociedade, que 
deve escolher se adota ou não as novas teorias e artefatos tecnológicos disponíveis. 
Debates mais recentes propõem uma superação dessas perspectivas e 
sugerem tratar as três esferas como resultado de associações entre elementos 
diversos - sejam eles sociais, técnicos ou científicos. Abandonam-se, portanto, as 
visões deterministas, catastróficas ou utópicas sobre a Ciência e a Tecnologia, para 
privilegiar um maior detalhamento sobre os processos de constituição das relações 
sociais atuais. (BENNERTZ, 2014) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesta perspectiva, fica claro que a tecnologia é desenvolvida para ser 
utilizada em contextos sociais específicos, mas acaba impactando a vida cotidiana e 
abrindo espaço para novos arranjos sociais. Tomando como exemplo o surgimento 
da calculadora eletrônica, percebe-se que ela aparece para resolver o problema da 
agilidade em fazer contas. Sua criação, no entanto, abre precedente para 
desenvolvimento de funções mais elaboradas e acaba sendo a ponte para a 
elaboração de modelos mais modernos (MATTEDI, 2006). 
 
Como você entende o impacto da tecnologia na sua 
vida cotidiana? Quais tecnologias de comunicação 
você utiliza mais? Celular? Tablet? Computador? 
SmartTV? Você faz parte de alguma rede social? 
Quanto tempo passa conectado à internet? Quais 
ferramentas eletrônicas utiliza para realizar tarefas 
importantes do dia a dia? 
 
Unidade I 
 
 
12 
Tecnologias e Sociedade 
 
Estamos em constantes e rápidas mudanças e precisamos adaptar nossa vida 
profissional e social a essas novas tecnologias para acompanhar o crescimento e as 
inovações. As figuras 2 e 3 são pequenos exemplos de como a tecnologia muda 
constantemente trazendo impactos na forma como a sociedade absorve essas 
mudanças. Os modelos mais antigos de tecnologia, em pouco tempo, vão caindo 
em desuso e os periféricos ou aplicativos que “interagem” com eles vão ficando 
cada vez mais difíceis de encontrar. Daí um aplicativo muito útil não rodar na sua 
versão de smartphone ou então novas mídias criadas e sua TV antiga não estar 
preparada para se conectar a elas. 
 
Figura 02: Evolução das Tvs 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: iStock 
 
Unidade I 
 
 
 
13 
Tecnologias e Sociedade 
 
Figura 03: Evolução dos Celulares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: iStock 
 
Com isso, cada vez mais, engenheiros, administradores, profissionais de 
marketing, professores e sociólogos precisam atuar em sincronia. Está nas mãos 
deles não só desenvolver novos produtos, mas também gerar diferentes 
necessidades de mercado e compreender estes arranjos ao mesmo tempo sociais, 
técnicos e científicos. 
 
1.2 As Tecnologias e suas implicações na sociedade contemporânea 
Para iniciarmos esse assunto trago um recorte de um texto que escrevi 
exatamente para discorrer sobre a sociedade atual e o consumo de informação 
(MOREIRA, 2016, 28-31) e que nos permitirá algumas reflexões posteriores. Segue: 
Vivemos em um mundo onde, basicamente, toda atividade humana dispõe 
de algum tipo de tecnologia que lhe favoreça. Em que o sujeito, em sua vida social, 
dificilmente passa um dia inteiro totalmente envolvido com as práticas agora ditas 
integralmente presenciais. Nos mais diversos setores da sociedade, dificilmente há 
um dia em que as rotinas não exijam ou proporcionem contato com a TV, um 
rádio, o computador, a internet, um telefone (fixo ou celular), ou com a audição de 
música fixada em discos ou memórias digitais. 
Unidade I 
http://www.geekproject.com.br/2011/04/a-evolucao-dos-celulares/
 
 
14 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faz parte das concepções culturais atuais a supervalorização do que é novo, 
mais potente ou simplesmente diferente, e a cada vez mais buscamos algo “que 
potencialize nossa capacidade de interação, comunicação, acesso e armazenamento 
 
 
das informações. [...] A cultura contemporânea está ligada à ideia da interatividade e 
da inter-relação entre as pessoas e entre [...] espaços virtuais” (KENSKI, 2013, p.62). 
Para Giddens (1991), a sociedade contemporânea adquiriu características 
que são, simultaneamente, causa e efeito dos descompassos constitutivos da pós-
modernidade1. De modo que, nos dias de hoje, a própria sociedade “determina o 
caminharrumo às tecnologias de informação e comunicação, como ferramentas de 
difusão e construção de conhecimento” (GIDDENS, 1991, p.14). 
 
Para esse autor: 
[...] estamos alcançando um período em que as consequências da 
modernidade estão se tornando mais radicalizadas e 
universalizadas do que antes. [...] Não vivemos ainda um universo 
social pós-moderno, mas podemos ver mais do que uns poucos 
relances de emergência de novos modos de vida e organização 
social. (GIDDENS, 1991, p.13). 
 
1 A pós-modernidade é um conceito da sociologia histórica que designa a condição sociocultural e 
estética que prevalece no capitalismo. Trata-se de uma crítica à modernidade, aos seus valores e 
princípios. A razão e o progresso deixam de serem referências intelectuais, sociais e artísticas. 
Propõe a subjetividade, o multiculturalismo e a pluralidade. 
Nesse contexto de larga imersão social em 
tecnologias, a quantidade de informação disponível é 
tanta que se tornou inadministrável pelos indivíduos. 
Segundo Lévy(1999, p.61), “a emergência do 
ciberespaço não significa de modo algum que ‘tudo’ 
é enfim acessível, mas que o todo está 
definitivamente fora de alcance”. 
 
Unidade I 
 
 
 
15 
Tecnologias e Sociedade 
 
Dessa forma, o que enfrentamos socialmente são as consequências da 
globalização: o que acontece em qualquer lugar do mundo também nos afeta. 
Nesse cenário de globalização, de supervalorização do novo e de riscos 
constantes, a sociedade é intimidada por elementos como: a invasão de privacidade, 
que, de certa forma, a tecnologia e os computadores proporcionaram e a 
automação de processos industriais e administrativos, cuja contribuição produtiva 
favorece a eliminação de empregos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Outro paradoxo típico desse mundo novo chama a nossa atenção para o 
fato de que, ao mesmo tempo em que há uma quantidade gigantesca de 
informação acessível pela Internet, há também a tendência de se dedicar menos 
tempo à análise dos assuntos postos sob exame devido à compulsão por navegar e 
descobrir novas informações. 
 
 
 
Contudo, devemos considerar que o cenário 
descrito acima não considera possibilidades de 
reversão da situação. No interior dele, há forças 
contrárias edificantes e tendências de crescimento 
da inserção social, no uso e através do uso das 
tecnologias. Essas situações é que promovem o 
desenvolvimento e a qualidade do tratamento da 
informação e do acesso a ela. São, ao mesmo 
tempo, indicativos da mudança na maneira como 
nos comunicamos e acessamos informações, como 
nos conectamos com nossos pares e colegas, 
aprendemos e nos socializamos. 
 
Unidade I 
 
 
16 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para finalizarmos esse início de leitura, quero 
convidar você a uma reflexão. Leia a frase de 
Vannuchi (2004, § 5) “a humanidade colocou o 
virtual acima do real, passou a preferir o replay do 
lance pela tevê ao gol visto no estádio. A cultura do 
excesso é isso: as coisas parecem verdadeiras, mas 
são exageradas”. 
Depois acesse o link para assistir ao vídeo que fala 
sobre “Virtualização da Vida”, disponível no 
endereço: 
http://www.youtube.com/watch?v=xwKPFAa5elw 
 
Finalizando esse tópico podemos afirmar que a 
tecnologia traz grandes benefícios à sociedade e 
ajuda na evolução e na organização dos bens e 
serviços. Precisamos entender e utilizar essas 
tecnologias a nosso favor e em benefício da 
sociedade. Temos o dever e o direito de exercer o 
controle sobre as inovações tecnológicas que não 
podem ficar a critério único de cientistas e 
tecnocratas. É preciso ir além, praticar e adaptar 
nossas atividades de acordo com a evolução 
tecnológica, para que possamos evoluir profissional 
e pessoalmente, assim nos tornamos mais ágeis e 
evoluídos nos artifícios e metodologias encarados no 
dia a dia. Vamos perceber no próximo tópico 
algumas maneiras de utilizar essas tecnologias a 
nosso favor e a favor da sociedade e iremos 
começar com os desafios atuais e emergente no 
contexto de educação superior, no qual estamos 
imersos nesse momento. 
 
Unidade I 
 
 
 
17 
Tecnologias e Sociedade 
 
1.3 Desafios Atuais e Emergentes 
Qualquer discussão sobre a adoção da tecnologia também deve considerar 
as restrições e desafios importantes dessas escolhas. O New Media Consortium 
(NMC)2 é uma comunidade de centenas das principais universidades, faculdades, 
museus e centros de pesquisa do mundo. O Project Horizon Report apresenta 
resultados anuais de investigação para identificar e descrever as tecnologias 
emergentes que possam ter um impacto na aprendizagem, ensino e investigação 
 
criativa na educação, organizando com informações sobre o ensino básico e a 
educação superior. 
Em 2016, o NMC lançou a 13ª edição3 apresentando as seis tendências 
chaves para educação, os seis desafios mais significativos e os seis importantes 
desenvolvimentos na tecnologia educacional colocados diretamente no contexto do 
seu provável impacto sobre as missões fundamentais das escolas, universidades e 
faculdades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O relatório divide os desafios em três categorias: 
 Desafios solucionáveis: aqueles que entendemos e sabemos como 
solucionar. 
 
2 https://www.nmc.org/ 
3 https://www.nmc.org/publication/nmc-horizon-report-2016-higher-education-edition/ 
Interessa-nos nesse momento os desafios mais 
significativos que impedem a adoção das tecnologias 
no contexto do ensino superior, deixando claro que, 
por trás de todas as escolhas, as organizações, antes 
da decisão de adotar ou não qualquer tecnologia, 
devem reconhecer as barreiras locais e os pontos 
significativos de tais tecnologias. 
 
Unidade I 
https://www.nmc.org/
https://www.nmc.org/publication/nmc-horizon-report-2016-higher-education-edition/
 
 
18 
Tecnologias e Sociedade 
 
 Desafios difíceis: aqueles que entendemos, mas cujas soluções são 
imprecisas. 
 Desafios muito difíceis: aqueles que são difíceis de definir e ainda mais para 
resolver. 
 
 
Desafios solucionáveis 
 Mescla da 
aprendizagem 
formal com 
aprendizagem 
informal 
A internet tem colocado em nossas mãos a capacidade de 
aprender algo sobre tudo e aumentou o nosso interesse 
pela aprendizagem autodirigida baseada na curiosidade. 
Esta e outras formas menos formais de aprendizagem têm 
reduzido o interesse pela aprendizagem formal e servem 
para melhorar a participação dos alunos, incentivando-os a 
continuar seus próprios caminhos e interesses de 
aprendizagem, possibilitando criar um ambiente de 
educação superior que incentive a experimentação, 
curiosidade e, especialmente, a criatividade. 
 Melhora da 
alfabetização 
digital 
Com a proliferação de dispositivos móveis na educação, a 
visão tradicional da alfabetização como a capacidade de ler 
e escrever se expandiu para abranger a compreensão de 
ferramentas digitais e da informação. A falta de consenso 
sobre o que abarca a alfabetização digital está impedindo 
muitas universidades de desenvolverem políticas e 
programas que abordem esse desafio de forma adequada. 
Agrava este problema a noção que a alfabetização inclui 
competências digitais diferentes para educadores e alunos. 
 
 
 
 
 
 
Unidade I 
 
 
 
19 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
Desafios difíceis 
 Modelos de educação 
por competência 
O novo modelo de educação por competência 
não tem precedentes nos modelos tradicionais de 
ensino superior. As instituições procuram 
maneiras de oferecer um serviço de alta 
oportunidade de qualidade e de aprendizagem 
por menores custos. Os MOOCs, que estavam 
na vanguarda das discussões da educação, como 
também a degradação geral dos produtos e 
serviços estão afetandoos sistemas de crédito-
aula dos programas atuais dos cursos de 
graduação. 
A medida que essas novas vias surgem há uma 
crescente necessidade de os líderes educacionais 
avaliarem os modelos e de determinar melhores 
maneiras para apoiar a colaboração, interação e 
avaliação da aprendizagem. 
 Personalização da 
aprendizagem 
A aprendizagem personalizada refere-se a uma 
gama de programas educacionais, experiências de 
aprendizagem, métodos de ensino e estratégias 
de apoio acadêmico que buscam atender às 
necessidades de aprendizagem, interesses, 
aspirações ou história individuais. Embora haja 
uma demanda para a aprendizagem personalizada, 
esta não está devidamente apoiada por tecnologia 
ou práticas atuais. O crescente interesse por 
personalização da aprendizagem para satisfazer às 
necessidades específicas dos alunos está 
impulsionando o desenvolvimento de novas 
tecnologias. A maior barreira para a aprendizagem 
personalizada é que as abordagens científicas, 
com base em dados para facilitar a personalização 
efetivamente, começaram a surgir recentemente e 
somente agora estão evoluindo e ganhando 
terreno na educação superior. 
 
Unidade I 
 
 
20 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
Desafios muito difíceis 
 Equilibrar nossas vidas 
conectadas e 
desconectadas 
Com as tecnologias no centro de muitas 
atividades, torna-se um desafio para as instituições 
de ensino ajudar os alunos a compreender como 
equilibrar o seu uso com outras necessidades de 
desenvolvimento. Será tarefa das universidades 
fomentar discussões sobre o uso consciente das 
tecnologias e suas consequências, evitando que os 
estudantes se percam nesse mar de 
disponibilidades. As instituições também têm a 
responsabilidade de assegurar que quando alunos 
e professores estiverem conectados seja com o 
propósito de transformação e não apenas para 
replicar experiências que poderiam ocorrer sem o 
uso das tecnologias. 
 Manter a importância 
da educação 
Hoje um diploma universitário já não garante 
emprego remunerado. Este problema não é 
localizado, pois vemos com frequência trabalhos 
de pesquisa de mercado que mostram o aumento 
das taxas de desemprego dos jovens e a falta de 
habilidades globais e levantam a preocupação de 
que o atual sistema de ensino superior não 
prepara os alunos para a rápida modernização 
dos trabalhos. Muitos países têm respondido com 
iniciativas que priorizam a formação de STEM 
(voltadas para o uso de tecnologias, engenharia e 
matemática que visam ao desenvolvimento de 
forças de trabalho). Mas existem muitas críticas 
nesse sentido. Então o desafio das instituições de 
ensino é imaginar novas maneiras de garantir que 
um diploma universitário possa fornecer ao aluno 
competências específicas da indústria, mantendo a 
formação ética e a credibilidade da academia 
tradicional. 
Fonte: https://www.nmc.org/publication/nmc-horizon-report-2016-higher-education-edition/. Tradução nossa. 
 
Unidade I 
https://www.nmc.org/publication/nmc-horizon-report-2016-higher-education-edition/
 
 
 
21 
Tecnologias e Sociedade 
 
Estes desafios são reflexos do impacto da tecnologia que está ocorrendo 
em todos os aspectos de nossas vidas. Eles são indicativos da mudança na maneira 
como nos comunicamos, acessamos informações, conectamos com nossos pares e 
colegas, aprendemos e até mesmo socializamos. 
Não é preciso ir muito além para entendermos porque eles são desafios 
para nós, aqui no ensino superior. Muitas vezes questionamos porque o tal 
professor não pode ensinar “desse outro jeito”, ou porque “eu tenho que ser 
avaliado assim” ou ainda que seria interessante “estar presencialmente num dado 
momento com os demais colegas da turma”. O que estamos querendo, em outras 
palavras, é “personalização do ensino”, “avaliação por competência” e “equilíbrio de 
novas vidas conectadas com desconectadas”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O próximo tópico nos interessa em muito, pois é relevante entendermos, 
diante dessa parafernália tecnológica e desses desafios que enfrentamos aqui para 
adoção das tecnologias, como todo esse contexto afeta nossas concepções de 
tempo e espaço e como nos posicionamos diante disso tudo. 
 
 
 
Para conhecer mais sobre o relatório, sobre as 
tendências e os desenvolvimentos da tecnologia no 
ensino superior e na educação básica, bem como 
relacionar os dois contextos, acesse o link com o 
documento completo. Vale a pena confirmar como 
os estudos anteriores (relatórios de outros anos) se 
tornaram realidade em nossas vidas. 
https://www.nmc.org/publication/nmc-horizon-
report-2016-higher-education-edition/ 
 
Unidade I 
https://www.nmc.org/publication/nmc-horizon-report-2016-higher-education-edition/
https://www.nmc.org/publication/nmc-horizon-report-2016-higher-education-edition/
 
 
22 
Tecnologias e Sociedade 
 
1.4 Concepções e tempo no contexto das tecnologias 
A presença e o uso das tecnologias levam a sociedade a uma sensação de 
‘encurtamento do tempo’. O que deve nos fazer refletir sobre a organização e a 
distribuição do tempo em face das novas sensações. Na verdade, não é tempo que 
está mais veloz ou mais lento, é o ritmo do tempo que muda de acordo com os 
períodos históricos. Altera-se, portanto, “a aceleração do ritmo, e não do tempo, na 
vida cotidiana atual” (KENSKI, 2013, p.29). 
 
A velocidade das alterações [...] desequilibra a 
previsibilidade do tempo do relógio e da produção em 
série. O mundo se acelera, o avanço frenético das 
descobertas científicas impulsiona a produção e o consumo 
de novas formas de vida, permeadas pelas tecnologias. 
Novos avanços em pesquisas relativizam os conhecimentos 
anteriores. Tudo se torna descartável. Passível de ser 
superado rapidamente. Prevalece a lógica do efêmero, do 
pontual. (KENSKI, 2013, p.27) 
 
Essa condição, nova sob todos os aspectos, coloca para nós o desafio de 
refletir sobre suas consequências nas práticas pedagógicas, na vida social e 
profissional. Vista em plano mais panorâmico, a cultura digital* promoveu a ruptura 
entre o tempo e o espaço. Para Negroponte (1995), existe uma mentalidade 
descentralizadora crescente em nossa sociedade. Ela é trazida pelos cidadãos da era 
digital, que representam uma geração desembaraçada de antigos preconceitos, livre 
tanto das limitações impostas pelas fronteiras geográficas como também das 
impostas pelo tempo cronológico. 
 
 
 
Unidade I 
 
 
 
23 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A referida ruptura com o tempo-espaço nos remete a uma característica, no 
contexto da sociedade em rede, que é a compulsoriedade da produção por parte 
dos sujeitos hiperconectados. Em face desse processo autoprodutivo, de acordo 
com Tori, “hoje não é bastante dizer que estamos em rede, mas é necessário 
observar a própria atuação dessa rede [...] (2010, p.9). Uma vez que: 
 
A rapidez, fluidez e plasticidade da escrita e leitura dos 
gêneros digitais em que circulam (chats, blogs, Twitter ou 
Facebook, dentre outros) suscitam e acolhem práticas 
sociais, modos de uso, consumo, apropriação e produção 
de informação e linguagens que se reconfiguram em novos 
espaços e eventos a partir de habilidades e competências 
que são exigidas para operação dessas tecnologias. (CRUZ, 
2013, p.82) 
 
Para dialogarmos com esses novos modos de produção e circulação de 
conhecimento é necessário refletir sobre o uso das tecnologias no contexto da 
sociedade em que vivemos. Existe aí uma ambiguidade no seu uso: 
 
 
 
 
 
* Para Thompson (2008), cultura digital é comunicação, interação, 
mediação e a superação da disjunção do espaço e do tempo, fazendo uso 
de TIC, implicando novas arquiteturas na e da experiência humana. É uma 
expressão do nosso tempo que afeta outras e novas maneiras de pensar, 
relacionar e (re)criar nossos cotidianos. 
Conceito 
Unidade I 
 
 
24 
Tecnologias e SociedadeVergara e Vieira (2005) dizem que noções como espaço social, espaço 
cultural, espaço econômico foram erguendo-se com o desenvolvimento do 
conhecimento e da informação. A noção de espaço físico, concreto, real, sempre foi 
mais fácil à percepção do que noções de espaço subjetivo ou do recente espaço 
virtual ou ciberespaço. Assim, igualmente, a noção de tempo. O espaço construído, 
particularmente, o das subjetividades, e o tempo constituíram no decorrer das 
convivências e dos ciclos os padrões referenciais no processo evolutivo da 
sociedade humana. Hoje, encontramo-nos em um novo espaço baseado 
diferentemente pelas pessoas, conforme sua maneira, a geração a que pertencem, a 
posição social de que fazem parte, a cultura da qual estão inseridos, bem como pela 
posição que ocupam no espaço da sociedade. A experiência do tempo-espaço 
considera, portanto, a “existência de uma multiplicidade de maneiras, suportadas 
pela subjetividade humana”. (VERGARA e VIEIRA 2005) 
 
Para uns, o tempo voa quando está realizando uma tarefa 
criativa e arrasta-se quando está realizando uma rotina; para 
outros, pode dar-se o contrário. Para uns, a velocidade do 
As tecnologias de comunicação são grandes 
instrumentos e podem colaborar para a aceleração 
do ritmo da vida; somar esforços para a cultura da 
competitividade; acentuar a sensação de risco 
constante e de virtualização da vida, que nos ameaça 
com a redução a níveis insalubres dos momentos 
em que estamos presentes no mesmo tempo e 
espaço. Ao mesmo tempo as tecnologias nos 
permitem cada vez mais tentar compactar dentro 
do mesmo instante a família, o trabalho, o lazer, a 
educação e o descanso, o que, consequentemente, 
resulta em uma vida superficial, baseada no hábito 
de nos relacionarmos cada vez menos intensamente 
com uma quantidade de estímulos simultâneos cada 
vez maior. 
Unidade I 
 
 
 
25 
Tecnologias e Sociedade 
 
tempo-espaço acrescenta formas mais ricas de vida; para 
outros, essa velocidade obstaculiza a reflexão sobre o 
próprio tempo-espaço, "sem alma nem feição cultural". É a 
nova ordem global. (VERGARA e VIEIRA, 2005. p.1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesse novo mundo, o do ciberespaço, é a compressão do tempo-espaço 
que define, configura e operacionaliza as novas formas de pensar e se organizar e 
dentro deste novo espaço e tempo podemos contar com a presença da tecnologia 
em todos os setores. E a tecnologia mais importante hoje, devido também a grande 
expansão da Internet, é o computador ou alguma outra tecnologia centrada nele. 
Então, não seria exagerado afirmar que, nessa sociedade, a parada de 
computadores pode, simplesmente, tornar a vida um caos, devido à quantidade de 
fatores que dependem destes. Pode-se dizer que estamos além do futuro descrito 
na ficção científica, no qual já é possível voar, contar com a ajuda de robôs, falar 
através de telefones sem fios e celulares e inclusive o que estamos fazendo aqui: 
estudar a distância por meio dos computadores, tablets ou smartfones. 
Para Moreira (2016), é necessário considerar diferentes aspectos do tempo 
nos diferentes contextos de aprendizagem. Alguns tempos são internos ao 
processo educativo proposto (como o tempo online e o tempo presencial) e 
outros externos ao projeto (como o tempo institucional e o tempo político), sem 
deixar de lado a subjetividade do profissional em formação. 
Mas, e quando falamos em espaço virtual? Como 
podemos entender e administrar esse tempo? O 
que nos influencia nessa relação de novas 
concepções de tempo e espaço agora virtuais? Para 
uns pode ser simples e objetivo pensar sobre isso. 
Para outros nem tanto. Vamos ver o que os autores 
dizem sobre o assunto. Acompanhe, por favor!!! 
 
 
Unidade I 
 
 
26 
Tecnologias e Sociedade 
 
A rapidez é uma das principais vocações da modernidade e isso está 
relacionado ao desenvolvimento das TIC. Através delas, as fronteiras políticas e 
econômicas deixaram de ser identificáveis, a reboque de relações sociais tornadas 
tão fluídas e virtuais quanto a tecnologia nos proporciona. 
A autora Valle acusa a existência de diversos modos de presença; propõe o 
desdobramento dessa noção segundo razões, não tecnológicas, mas utilitárias. 
Desloca a centralidade da atenção reflexiva do pensamento sobre o suporte para o 
pensamento sobre a formação humana. Convida-nos a deixar um pouco de lado o 
hábito de medir em graus de intensidade maior ou menor a realidade, e: 
 
“[...] a considerar a qualidade, ou as características da 
presença que pretendemos produzir: o que queremos 
convocar, a cada vez, ao falarmos de presença? [...] É 
evidente que o projeto de total substituição do corpo 
sensível pelas experiências virtuais é um delírio 
empobrecedor: é preciso que a tecnologia permita 
enriquecer, e não estreitar as possibilidades humanas. E o 
enriquecimento vem do equilíbrio, ou antes, da alternância 
das formas de estar presente no mundo. (VALLE, 2013, 
p.78) 
 
A autora nos convoca a um desafio: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Precisamos ter cuidado para evitar a promoção de 
distanciamentos, no discurso e nas práticas 
pedagógicas, em relação àquilo que são os sujeitos 
em suas rotinas diárias. No dia a dia buscamos 
partilhar soluções e problemas, na EaD não deve ser 
diferente. O desafio aí está, justamente, em fazer-se 
presente. Em: 
Unidade I 
 
 
 
27 
Tecnologias e Sociedade 
 
[...] trazer à presença o apoio que o corpo, que os sentidos 
necessariamente fornecem para a construção de nosso 
entendimento e de nossa reflexão; trazer à presença os 
traços culturais que compartilhamos com outros, a 
dimensão coletiva que marca e define nossa personalidade; 
e também ajudar os indivíduos a instituírem seu modo 
próprio, seu modo singular de ser, que nasce disto tudo e 
do questionamento disto tudo. (VALLE, 2013, p.78) 
 
Reforçando outros estudos que afirmam que o problema da interação 
efetiva na EaD perpassa menos a distância físico-temporal entre os envolvidos do 
que a disposição com que os sujeitos se envolvem, Valle afirma, não sem polêmica, 
que “nunca há, de fato, presença. Presença assegurada, definida como estado 
permanente. O que há é sempre presentificação” (p. 79). Ou: “uma intensa 
atividade pela qual o sujeito se faz presente – ou pelo contrário, escapa até mesmo 
de si. Ambas são atividades. E jamais passividade” (p. 79). 
Assim, tendo estabelecido teoricamente alguns conceitos e contextos, é 
possível afirmar que é imprescindível a interação, independentemente da distância 
físico-temporal, para que o processo educativo via EaD seja integral. Para que 
abranja a formação humana e, assim, escape à configuração de processos de 
semiformação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para nos auxiliar na reflexão dessa mudança na 
noção de concepção de tempo e espaço sugiro o 
vídeo “Diálogos com Zygmunt Bauman”. Trata-se 
de um sociólogo, numa visão crítica sobre a liquidez 
da vida, nesse contexto de tecnologias. Vale muito a 
pena assistir!!! 
https://www.youtube.com/watch?v=fd87rwJ_P90 
 
Unidade I 
https://www.youtube.com/watch?v=fd87rwJ_P90
 
 
28 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
Nesse sentido, Postman (1994) afirma que “é um erro supor que qualquer 
inovação tecnológica tem um efeito unilateral apenas. Toda tecnologia tanto é um 
fardo como uma bênção” (p.14). Ele também defende a necessidade da crítica 
diante da unilateralidade dos tecnofólios, “profetas de um olho só que veem apenas 
o que as novas tecnologias podem fazer e são incapazes de imaginar o que elas irão 
desfazer” (ibid, p.15). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com olhar voltado para o contexto da educação 
mediada por tecnologias, temos que admitir que as 
tecnologias oferecem vantagens, mas pedem ajustes, 
combinações e acertos finos para que possamos 
tirar delas maior proveito. 
 
De acordo com Adorno (1995, apud MOREIRA,2016, p. 51) “é necessário 
um olhar crítico para evitar-se a cegueira diante das tecnologias que hoje 
competem entre si no interior dos processos de mediação educacional. 
Para ele, em um tempo em que a educação, as ciências e as tecnologias se 
apresentam conjuntamente e propõem serem passaportes para a 
humanização ideal, é preciso criticar permanentemente”. 
Pois corremos o risco de esquecer que “Uma técnica não é nem boa, nem 
má (isto depende dos contextos, dos usos e dos pontos de vista), 
tampouco neutra (já que é condicionante ou restritiva, já que de um lado 
abre e de outro fecha o espectro de possibilidades)” (LÉVY, 1999, p.26). 
Conceito 
Unidade I 
 
 
 
29 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A influência da tecnologia na sociedade se dá na 
medida em que a própria sociedade analisa-a, aceita-
a, adapta-a e ou a rejeita. Uma sociedade passiva 
certamente tenderá a aceitar políticas de imposição 
tecnológica sem questioná-las. O contrário também 
é verdade. 
Unidade I 
 
 
30 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 Refletir sobre a conduta para se trabalhar em grupo, buscando 
entender as ações e maneiras das linguagens e comunicação nos 
espaços web. 
 
 
 
 Ciclo 02 
 Princípios de condutas para trabalho coletivo. 
 Comunicação e linguagens na internet (Netiquetas e Internetês) 
 
 
 
 
 
 
Unidade II – Redes: linguagens 
e construções identitárias na 
contemporaneidade 
Objetivos da Unidade 
 
 
Plano de Estudos 
 
 
II 
 
 
 
31 
Tecnologias e Sociedade 
 
2.1 Introdução 
É importante nesta unidade entendermos quais são as melhores práticas e 
maneiras de se trabalhar em rede e conectados com um grande número de 
colegas. Antes de tudo é relevante compreendermos que no mundo 
contemporâneo, com toda a carga de complexidade, faz-se necessária a formação 
de indivíduos que busquem o conhecimento e que interajam em seu meio, seja ele 
profissional, familiar ou social, sem perder de vista as questões tão necessárias 
atualmente, no tocante aos processos que envolvem a responsabilidade e a ética. 
Neste sentido, impera a necessidade de entendermos algumas boas condutas 
dentro do espaço cibernético. 
Nessa linha, devemos entender o processo de aprendizagem em rede 
proporcionado pela EaD. As tarefas e trabalhos que envolvem aprendizes que 
utilizam essa modalidade de ensino, na maioria das vezes, devem ser colaborativos e 
compartilhados, uma vez que em EAD as relações são, em grande parte, mediadas 
pelas TIC, o que nos ajuda no processo de estudar e buscar a informação adequada 
para determinado trabalho. 
Precisamos estar cientes também que os indivíduos necessitam uns dos 
outros para formarem a sua própria identidade. De acordo com o Blog Sociologia4: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 http://protarciso.blogspot.com.br/2012/09/o-processo-de-construcao-da-identidade.html 
As identidades não são inatas, não nascem conosco, 
precisam ser construídas e esta construção passa 
pela interação com o outro, pois só a interação 
social permite viver em sociedade. Vivemos hoje 
numa sociedade altamente globalizada em que tudo 
é muito dinâmico, instável e flexível, a nível 
profissional, econômico ou político, como tal as 
identidades tornam-se também instáveis e 
susceptíveis às escolhas que cada indivíduo efetua. 
Ao mesmo tempo em que surgem as mudanças 
sociais, a alteração de valores e padrões que regem 
uma sociedade, assim também os indivíduos têm 
poder para moldar a sua própria identidade. 
 
 
Unidade II 
 
 
32 
Tecnologias e Sociedade 
 
Sobre as construções identitárias sabemos que a ação especificamente 
humana deriva de escolhas e, portanto, de relações, de modo que o que caracteriza 
o humano é sua indeterminação comportamental. Definitivamente, a interação 
influencia a formação do caráter do sujeito, uma vez que “determinações [...] atuam 
sobre o humano pelo fato de que ele vive sua existência em uma comunidade 
precisa e segundo uma temporalidade especificamente humana” (VALLE, 2014, 
p.508). A autora completa destacando a importância da comunidade nesse 
processo, visto que ela que “institui as leis e a educação que se impõem sobre o 
sujeito, influenciando suas escolhas; e a repetição de ações que vêm dessas escolhas 
determina os hábitos que formam o caráter do sujeito” (VALLE, 2014, p. 508). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2 Princípios de condutas para trabalho coletivo 
Bem, iniciando nossa reflexão, lembramos que a EAD vem crescendo 
rapidamente em todo o mundo, incentivada pelas possibilidades decorrentes das 
novas Tecnologias da Informação e das Comunicações – TICs e por sua inserção 
em todos os processos produtivos. 
Verifica-se que cada vez mais cidadãos e instituições veem nessa forma de 
educação um meio de democratizar o acesso ao conhecimento e de expandir 
oportunidades de trabalho, bem como, os de aprendizagem ao longo de suas vidas. 
 
 
O homem sozinho não seria suficiente para o 
processo de apreender, conforme Cyrulnik (1990, p. 
22 apud VALLE, 2014, p. 509) afirma que “o 
homem não é nem o centro do universo, nem o 
centro do vivente, nem o centro de si mesmo. É 
pela observação de seu entorno que melhor o 
apreendemos. 
É preciso se descentrar para descobrir o que se é”. 
 
Unidade II 
 
 
 
33 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A dedicação e a busca pelo conhecimento devem partir do aluno, a pro-
atividade e a interação são importantíssimas dentro dos ambientes virtuais. O aluno 
deve estar comprometido com o que se aprende e deve estar atento ao que os 
professores e tutores estabelecem dentro dos ambientes virtuais (AVA’s). 
Com efeito, é bom que você reconheça que, ao interagir nos ambientes 
virtuais, as TICs serão aliadas e serão os meios pelos quais as organizações de 
conhecimento se estabelecerão. Nesse sentido, você deverá compreender que 
esses meios trazem consigo uma proximidade intimamente ligadas à aprendizagem: 
 
no flanco das possibilidades educacionais emancipadoras, as tecnologias 
podem ajudar na democratização do acesso à informação e no diálogo 
entre indivíduos, que, embora distantes geograficamente, vivenciam 
circunstâncias históricas semelhantes. No flanco da cristalização, elas 
colaboram com a manutenção do status quo, em favor de uma 
racionalidade instrumental que se coaduna com os princípios 
neoliberais. A utilização das TIC na perspectiva alienante outorga aos 
indivíduos um perfil não emancipado. A visão crítica aceita a 
ambiguidade da tecnologia, que, a um só tempo, pode advogar em 
favor da emancipação e da alienação, a depender do uso que dela se 
faça. (PESCE, s/d) 
 
 
Saiba que, na modalidade de EAD, é imprescindível 
que o aluno tenha, além da competência tecnológica 
para que flua em um estudo natural também de 
forma essencial, agilidade e aptidão no ambiente que 
será utilizando. Habilidades como saber se relacionar 
em fóruns, correio, chats, portfólios, blog e trabalhos 
em grupo são essenciais. 
Unidade II 
 
 
34 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No nosso entendimento e para autores como Oliveira e Carneiro (2005), 
esperamos que um estudante na EaD possa ter sucesso nas empreitadas de avanço 
dos conhecimentos. Para isso listamos alguns itens necessários para tal feito ser 
possível. Vejamos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que se espera de um estudante da modalidade a 
distância? 
Como você responderia essa questão? 
Por favor, reflita um pouco sobre isso antes de 
prosseguirmos. 
 
QUANTO AO PERFIL: 
O perfil de um estudante de EaD configura-se em 
relação a capacidade de se ser gestor de seu 
processo de aprendizagem e que construa aspectos 
de autonomia de aprendizagem. 
 
QUANTO À AUTONOMIA: 
Autonomia é essencial aoestudante a distância, uma 
vez que envolve um processo comparativo ao que é 
estabelecido nas conduções ética, pois o ser 
humano exercita sua liberdade em optar 
conscientemente por uma das possibilidades que se 
apresentam para sua escolha. Nas organizações e 
interações de aprendizagem o estudante em EAD 
deve ter este mesmo princípio. 
Unidade II 
 
 
 
35 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUANTO À LIBERDADE: 
Reconhece-se que a liberdade é fundamental para a 
existência da ética. "A ética na visão kantiana está 
centrada em uma lei que os seres humanos impõem 
a si mesmos, proporcionando a si próprios um 
motivo para obedecer. Como a ética implica opção 
individual, escolha ativa, requer do sujeito adesão 
íntima a valores, princípios e normas morais. Cada 
pessoa, portanto, é responsável por definir sua ética. 
Mas como definir essa ética? Embora sejamos livres, 
conscientes e racionais não há uma fórmula pronta 
para o agir, restando saber a quem devemos 
consultar quando precisamos definir o nosso agir" 
(OLIVEIRA e CARNEIRO, 2005, p. 08). 
 
QUANTO À LIGAÇÃO AOS PROCESSOS 
ÉTICOS: 
A reflexão individual e racional de cada sujeito 
optando voluntariamente por agir de uma maneira 
universal, na perspectiva Kantiana, ou seja, tomando 
decisões válidas e vigentes para todos os indivíduos 
constitui-se em uma alternativa a ser considerada 
pelos sujeitos participantes da modalidade de EAD e 
por todos os componentes da sociedade atual que, 
assim como os problemas da ética, apresentam uma 
hipercomplexidade, a ser permanentemente 
estudada e compreendida” (OLIVEIRA e 
CARNEIRO, ibdem). 
Unidade II 
 
 
36 
Tecnologias e Sociedade 
 
Devemos, portanto, reconhecer que em se tratando de EAD o que permeia 
os processos de conhecimento são os processos de comunicação diversificada, e 
que esta por sua vez, acontece em locais diferenciados, pois nem sempre as 
pessoas estão ligadas o tempo todo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Passando por esses contextos é possível percebemos que também 
encontraremos perfis muito distintos de colegas, professores, tutores e outros 
profissionais que nos acompanharão ao logo da formação. Podemos entender que 
estamos em um meio eclético e que temos várias identidades e precisamos saber 
lidar com cada uma delas e também ser multidisciplinar para alcançarmos grandes 
objetivos, não é mesmo? 
 
 
 
 
 
 
 
Essas comunicações são chamadas de síncronas e 
assíncronas. Neste caso, os alunos que estão 
conectados de forma assíncrona, não estarão 
conectados ao mesmo tempo (como serão as 
participações via fórum, por exemplo), o que 
depende uma necessidade de recursos tecnológicos 
que permitam a superação da distância espacial e 
temporal. E a comunicação síncrona, mesmo sendo 
aquela que acontece no mesmo tempo (com 
horário definido como numa comunicação por chat 
ou numa aula ao vivo) ainda assim dependerá de 
alguma tecnologia para se efetivar. 
 
E como em todo outro meio social, para se 
trabalhar em grupo precisaremos entender que 
iremos nos deparar com diversidades e identidades 
diferenciadas. Não precisamos concordar com todas 
elas, mas precisamos sim respeitar as diferenças de 
posicionamento, culturais, religiosas e crenças. Além 
disso, vamos lidar o tempo todo com habilidades e 
conhecimentos também diferentes dos nossos e 
precisamos buscar adaptar cada qual ao seu ponto 
forte! 
 
Unidade II 
 
 
 
37 
Tecnologias e Sociedade 
 
Você pode aprender muitas coisas ao trabalhar em grupo e em rede. Nesse 
ambiente de trabalho você poderá compartilhar ideias, conhecer as diferentes 
opiniões, desenvolver seu poder de negociação e diplomacia e, durante o 
desenvolvimento, encontrar soluções muito diferentes das quais você teria pensado 
se estivesse trabalhando de forma isolada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parizotto5 diz, em uma matéria com dica para profissionais, que trabalhar em 
equipe é uma das competências mais valorizadas pelo atual mercado de trabalho. 
Embora os profissionais tenham consciência desta necessidade, muitos enfrentam 
dificuldades em realizar tarefas e desempenhar suas habilidades em conjunto com 
outras pessoas. É preciso compreendermos o significado do trabalho em equipe. 
Entende-se que nestas situações, cada integrante compartilha objetivos e resultados 
em comum, ou seja, é a somatória de conhecimentos, capacidade de pesquisa e 
atitudes de cada um dos membros. A equipe deve ser um ser único que se forma 
com a união dos esforços, explica Parizotto. 
Veja abaixo algumas dicas importantes da revista eletrônica UNIVERSIA 
BRASIL2 para se trabalhar em grupo: 
 
 
5 http://www.dicasprofissionais.com.br/equipe-de-trabalho/ 
Tudo isso, no fundo, é uma forma de se preparar 
para a vida profissional. Universia Brasil1 mostra em 
um de seus artigos que os trabalhos em grupos são 
feitos para desenvolver as habilidades de liderança e 
melhorar a comunicação com os colegas. Mesmo 
assim, esse tipo de atividade ainda causa receio nos 
estudantes, pois o trabalho não depende apenas de 
um indivíduo e é difícil saber quais são os colegas 
que vão colaborar para o bom desenvolvimento do 
projeto. 
 
Unidade II 
http://www.dicasprofissionais.com.br/equipe-de-trabalho/
 
 
38 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Escolha os membros do grupo sabiamente 
Escolher os membros do grupo é o primeiro passo 
para um trabalho de sucesso. Embora não seja fácil, 
você deve prestar atenção nos hábitos dos seus 
colegas para saber quais são aqueles que entregam 
as atividades na data certa e que são dedicados. 
Tente não escolher quem vai fazer parte do seu 
grupo baseado na amizade, já que o resultado do 
trabalho depende de uma equipe organizada e 
esforçada. 
 
2. Escolha os melhores veículos de comunicação 
Como a sua equipe pode se comunicar da melhor 
forma? Pense em todos os meios de comunicação 
disponíveis, como redes sociais, telefone e torpedos. 
Então, escolha a forma mais fácil para todos os 
membros da equipe e pegue os contatos de todos 
eles. Assim, você não terá problemas para conversar 
durante o desenvolvimento do trabalho. 
 
3. Defina prazos 
Definir prazos é importante para a organização do 
trabalho. Marque datas de reuniões que sejam 
convenientes para todos os membros do grupo e 
defina uma data razoável para cada um entregar a 
sua parte do projeto. 
Unidade II 
 
 
 
39 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Seja o líder 
Não tenha medo de assumir a posição de maior 
responsabilidade na equipe. Seja o líder do grupo e 
saiba como você pode organizar os seus colegas 
para alcançar um bom resultado. Assim, você irá 
desenvolver as suas qualidades de liderança e 
garantir que as coisas não fujam do controle. 
 
5. Mantenha-se positivo 
Por mais agitadas e complicadas que as coisas 
possam estar, seja positivo. O resultado final do 
trabalho depende da motivação e dedicação da 
equipe e se todos estiverem estressados e 
sobrecarregados esse resultado pode não ser tão 
bom. Aproveite para incentivar os seus colegas de 
trabalho a também continuarem positivos. 
Em se tratando de EaD, no nosso ambiente virtual 
de aprendizagem, você acha que o trabalho em 
grupo será mais fácil ou mais difícil de ser 
desenvolvido? O que teremos a nosso favor para 
trabalhar em grupo e a distância? Quais serão as 
possíveis dificuldades com as quais poderemos nos 
deparar? E quais tecnologias estarão a nosso favor? 
 
Unidade II 
 
 
40 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na verdade, tudo não passa de um quebra-cabeça que deve ser montado 
coletivamente, com a participação de todosos integrantes nos estudos. Para isso é 
preciso organização, bom senso e arregaçar as mangas para pesquisar. 
É válido ressaltar que, para uma equipe evoluir, todos necessitam estar 
entrosados e empenhados em cada tarefa, portanto, não existe espaço para o 
individualismo. Tanto o sucesso quanto o fracasso serão a responsabilidade de 
todos e não de um membro só. Tenham em mente que as TICs serão aliadas neste 
momento. Utilizar redes sociais, blogs, wiks para compartilhamentos de ideias será 
essencial. Já que estamos estudando em uma modalidade a distância vamos 
evidenciar tecnologias que propiciam a colaboração em rede. Lembrar sempre: 
tudo dentro de normas e éticas de conduta, como mencionado anteriormente. 
 
2.3 Comunicação e linguagens na internet 
A internet, dadas as suas particularidades, adota formas específicas que 
orientam seu estilo de comunicação e linguagem. Muitas vezes esses “estilos” estão 
relacionados à necessidade de agilidade, outras vezes, devido à dificuldade de 
expormos nossas emoções e conotações na comunicação textual via internet, o 
uso de alguns artifícios se torna imprescindível. 
Nesse item vamos conhecer um pouco algumas regras de “etiquetas” da 
internet e entender um pouco mais da linguagem utilizada nesse contexto 
cibernético. 
Dados os contextos e concepções, é relevante 
pontuarmos que o trabalho em grupo não pode ser 
desenvolvido como uma “colcha de retalhos”. Não 
pode ser um trabalho em que cada pedaço é feito 
por um estudante e depois juntam-se todas as 
partes, de qualquer jeito e pronto! O resultado será 
um desastre. Cuidado! Essa é a forma errada de 
construir um trabalho em grupo. 
 
Unidade II 
 
 
 
41 
Tecnologias e Sociedade 
 
2.3.1 Netiquetas 
Segundo Silva (s/d)6 “etiqueta é uma ciência do comportamento humano. A 
convivência humana estabeleceu condutas que definem o que rejeita ou o que 
aceita para o bem comum. As atitudes socialmente aceitáveis ou esperadas são 
estudadas e aplicadas através das regras de etiqueta”. 
Para você que estará agora estudando a distância é importante saber como 
se comportar perante os professores, tutores e colegas dentro dos ambientes 
virtuais e na web. As regras de comportamento são necessárias em qualquer tipo 
de convívio social, então na internet isso não seria diferente. 
 
 
 
 
 
 
 
O conceito de netiqueta pode ser compreendido, tomando o sentido da 
palavra ao pé da letra: “Net” de rede (network) e “Etiqueta” de boas maneiras. 
 
 
 
 
 
6 http://www.infoescola.com/comportamento/netiqueta/ 
NET ETIQUETA
Papel de intermediar a boa 
comunicação e prezar por uma 
vivência virtual harmônica
Você sabia que na internet também adotamos 
etiqueta (regras de boas maneiras) para estudar, 
trabalhar e nos comunicar? Na internet as regras de 
etiqueta são chamadas de NETIQUETAS. 
 
Unidade II 
 
 
42 
Tecnologias e Sociedade 
 
Netiqueta é para quem deseja que a Internet continue sendo um lugar legal 
para encontrar pessoas, trocar ideias, músicas e vídeos com o mínimo de violência e 
perigo. Temos desenvolvido nossas relações sociais no ambiente da internet, por 
isso são necessárias outras regras de convívio e de comunicação para assegurar a 
boa convivência na rede, esse é o objetivo da "Netiqueta". 
Como a internet e a comunicação dentro do ambiente virtual ainda são 
fatos relativamente novos, as regras de comportamento estão sendo construídas 
aos poucos por todos os internautas. Mesmo assim, já podemos arriscar a fazer 
uma lista de normas básicas no ambiente virtual e na web que já valem para muitos 
internautas que conversam por chat, mensagens ou comunicador instantâneo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Após ter assistido aos vídeos, seguem algumas sugestões de netiquetas 
indicadas pelo site por netiquetate7 que podem contribuir para o uso educado e 
seguro da Internet: 
 
 
 
 
7 http://netiquetate.com/ 
Vamos assistir aos vídeos abaixo. Eles nos mostrarão 
breves reportagens e um resumo com algumas 
regras básicas e importantes para esse convívio 
virtual: 
https://www.youtube.com/watch?v=q5NXJsmWaFo
#t=31 
https://www.youtube.com/watch?v=kYpANxK1BCk 
 
Unidade II 
https://www.youtube.com/watch?v=q5NXJsmWaFo#t=31
https://www.youtube.com/watch?v=q5NXJsmWaFo#t=31
https://www.youtube.com/watch?v=kYpANxK1BCk
 
 
 
43 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
Emotions 
Utilize poucos emoticons, tanto em salas de bate papo 
quanto nos e-mails. Eles são úteis para expressar 
emoções e dar uma ideia de expressão facial e tom de 
voz, entretanto, podem poluir e dificultar a comunicação 
:-). É fácil e divertido usar emoticons e você pode até 
criar os seus próprios. :-} 
 
 
 
Letras MAIÚSCULAS 
Não envie aquilo que você não gostaria de receber. Evite 
utilizar para expressar sentimentos, conversar ou passar 
emails: letras maiúsculas no ambiente virtual significam 
falar alto ou gritar com o correspondente e isso pode ser 
mal interpretado. 
 
 
 
 
Evite mensagens públicas, recados e correntes 
Se você precisa se dirigir à determinada pessoa, faça isso 
diretamente a ela. Evite encaminhar mensagens para 
todos os contatos. Nunca pratique spam (mensagens 
automáticas ou mensagens para muitos destinatários). 
Não faça propaganda e marketing em ambientes virtuais 
de estudo, isso pode ser contra norma das 
Universidades. 
 
 
 
 
 
Unidade II 
 
 
44 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
Envio de mensagens 
Não envie aquilo que você não gostaria de receber. Evite 
gírias pesadas e palavrões. Seja sempre educado e cortês. 
Sempre informe o assunto da mensagem de forma clara 
e específica. Faça a verificação gramatical e ortográfica de 
seu texto. É desagradável receber mensagens cheias de 
erros ou sem pontuação correta principalmente em 
ambientes virtuais de estudos. Atenção ao novo acordo 
ortográfico. 
 
 
Chats 
Não deixe ninguém esperando por resposta em chats. É 
sempre legal ser educado e atencioso. Se quiser 
interromper a conversa, avise e se despeça antes de 
desligar. Em ambientes virtuais de estudo tome cuidado 
com a escrita e seja educado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agora pesquise um pouco mais sobre mais regras 
de netiquetas. Você encontrará várias e novas 
formas de ter um comportamento harmônico na 
internet. Estamos em constante mudanças e com 
certeza você encontrará alguma regra nova. 
Compartilhe conosco sua pesquisa. 
 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/informatica/net
iqueta.htm 
 
http://www.dicasdeetiqueta.com.br/netiqueta/ 
 
Unidade II 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/informatica/netiqueta.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/informatica/netiqueta.htm
http://www.dicasdeetiqueta.com.br/netiqueta/
 
 
 
45 
Tecnologias e Sociedade 
 
2.3.2 Internetês 
Agora que entendemos como se comportar educadamente na web vamos 
aprender uma nova forma de linguagem que predomina no mundo da internet: a 
linguagem chamada internetês. 
Segundo o site do Brasil Escola8 (2014) o internetês é a linguagem utilizada 
no meio virtual, mais precisamente nas salas de chat, comunicador online, blogs e 
redes sociais. Como foi se tornando uma prática na vida de todas as pessoas que 
utilizam esses serviços passaram a abreviar as palavras de forma que essas se 
tornaram uma configuração padronizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É uma prática comum entre os adolescentes que, acostumados com a 
rapidez do mundo dos instantâneos e dos descartáveis, utilizam como meio de 
agilizar e dinamizar as conversas. 
 
 
 
 
8 http://www.brasilescola.com/educacao/o-internetes-ortografia.htm 
Na verdade, não podemos dizer que é uma 
linguagem correta no meio acadêmico para se 
comunicar, portanto tome cuidado ao utilizar esse 
tipo de linguagem em participaçõesde fóruns, 
trabalhos escolares e em ambientes virtuais de 
estudo. No turbilhão das informações automáticas 
em rede, essa forma de expressão pela palavra 
surgiu entre os adolescentes que buscavam formas 
rápidas de conversação nas salas de bate-papo, bem 
como nos mensageiros instantâneos. 
 
Unidade II 
 
 
46 
Tecnologias e Sociedade 
 
Figura 01: Internetês 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Design EaD 
 
 
Como se não bastasse, criaram os bichinhos e palavras que piscam o tempo 
todo, chamados gifs, para os bate-papos tornarem-se mais atrativos. Para a 
linguagem escrita, principalmente acadêmica essa não é uma prática vantajosa, pois 
essa forma de grafia pode perder as formas padrões da ortografia, assim podemos 
ficar comprometidos pela falta de contato com a grafia correta. 
Portanto, é preciso compreender que, por mais que a nossa vivência no 
mundo virtual influencie as interações sociais fora dele, temos que atentar para o 
contexto em que estamos inseridos no momento do diálogo, para quem estamos 
destinando a mensagem, e a partir disso escolhermos entre o formal ou o informal, 
neste caso o “internetês”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade II 
 
 
 
47 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Finalizando estes dois tópicos podemos entender que a linguagem em 
qualquer ambiente, seja presencial ou virtual, é importante para boa comunicação e 
educação :-). As netiquetas nos ajudam a nos comportar de maneira educada 
dentro das redes e nos contatos a distância. Quanto ao internetês, o seu uso não é 
proibido, mas devemos saber onde, quando e quanto usar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A reportagem a seguir apresente a opinião de uma 
especialista nesta área e diz como esse tipo de 
escrita pode prejudicar no meio profissional. 
 
http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2013/10/uso-do-
internetes-pode-prejudicar-futuro-profissional-diz-
especialista.html 
 
E você faz o uso do internetês com que frequência? 
Em que tipos de ambientes utiliza essa forma de 
escrita? Acha adequado o uso em qualquer 
ambiente? Reflita sobre isso! 
 
Unidade II 
http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2013/10/uso-do-internetes-pode-prejudicar-futuro-profissional-diz-especialista.html
http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2013/10/uso-do-internetes-pode-prejudicar-futuro-profissional-diz-especialista.html
http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2013/10/uso-do-internetes-pode-prejudicar-futuro-profissional-diz-especialista.html
 
 
48 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 Buscar a compreensão da importância da autonomia, da colaboração e da 
autoria para o perfil acadêmico e profissional da atualidade. 
 Discorrer sobre a importância da interação para busca do conhecimento 
 Identificar as condutas éticas que circundam o plágio acadêmico e sua 
relação com o novo perfil profissional. 
 
 
 
 Ciclo 03 
 Autonomia do aluno 
 Interatividade, Interação, colaboração e o processo de aprendizagem 
 Autoria e plágio 
 
 
 
 
 
Unidade III – Novo perfil profissional: 
autonomia/dependência, interação, 
autoria e colaboração 
Objetivos da Unidade 
 
 
Plano de Estudos 
 
 
III 
 
 
 
49 
Tecnologias e Sociedade 
 
3.1 Introdução 
 
A multidisciplinaridade, a proatividade, autonomia para tomada de decisões 
são algumas das qualidades mais procuradas nos profissionais para o mercado de 
trabalho. O profissional desse novo século precisa ter uma visão mais generalista, 
estar predisposto às mudanças, ser flexível, criativo, saber trabalhar em equipe, 
entre outras tantas qualidades que o atual mercado de trabalho exige. Um 
profissional que foi bom ontem, hoje já pode não ser tão bom quanto antes e 
amanhã estará ultrapassado se não for se adequando às novas tecnologias e 
competências exigidas na contemporaneidade. 
Pereira, (2013) diz que atualmente, valoriza-se um novo perfil que está para 
além do simples domínio de habilidades motoras e com disposição para cumprir 
ordens. A modernização tecnológica tem exigido um preparo além do que já 
temos, fazendo com que a educação continuada se torne uma nova prática 
considerada produtiva e competitiva para o profissional da atualidade. Para ganhar 
no mercado competitivo é imprescindível saber aprender e ser capaz de ativar 
conhecimentos que habilitem a propor soluções criativas, bem como possuir 
atitudes inovadoras dentro da organização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estamos em plena revolução do conhecimento 
onde o trabalho manual perde o valor, abrindo 
oportunidades para a experiência habilidosa e 
capacidade de abstração. A capacidade de aprender 
é fundamental para qualquer setor que vive em 
constante reestruturação e mutação. O sujeito 
produtivo é aquele capaz de aprender e gerir uma 
realidade que está permanentemente em transição e 
que necessita agir com autonomia, interagir com os 
outros, colaborar e contar com a colaboração de 
várias outras pessoas. 
 
Unidade III 
 
 
50 
Tecnologias e Sociedade 
 
 Essas qualidades se encaixam e são pertinentes no contexto de quem se 
propõe a estudar a distância. A modalidade de EaD pode auxiliar o aluno a 
desenvolver essas características no âmbito educacional e expandir para o ambiente 
profissional. É sobre isso que vamos discutir nesses próximos tópicos. 
 
3.2 Importância da autonomia do aluno 
 
Ramos (2011) diz que o estudo sem a presença regular de colegas e 
professores desafia o aluno a superar suas limitações pessoais e desenvolver sua 
capacidade de aprender autonomamente, de aprender a aprender. Este é um 
processo que exige um grande envolvimento e interação do aprendiz com os 
formadores e com seus pares. A instituição coloca à disposição do aluno todo seu 
sistema (recursos materiais e humanos, redes de comunicação) para dar suporte a 
sua caminhada. Por outro lado, o aluno deve mergulhar, assumindo para si, também, 
a responsabilidade de sua formação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parte do texto que segue foi adaptado de Moreira e Tavares (2006). 
 
O autor Pretti (2000) nos auxiliará com essas primeiras definições. Para ele 
devemos considerar aqui apenas dois aspectos indissociáveis: o político e o 
pedagógico. 
 
 
Antes de iniciar a discussão sobre a importância da 
autonomia no processo de aprendizagem, vamos 
primeiro entender o significado dessa palavra. O que 
significa ter autonomia ou ser autônomo? Quais os 
sentidos que essa palavra carrega? 
 
Unidade III 
 
 
 
51 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para os gregos, significava a capacidade de cada cidade se autogovernar, de 
elaborar seus preceitos, suas leis, dos cidadãos decidirem o que fazer. Era o pleno 
direito à liberdade política e econômica. Cada cidade um estado, um estado 
democrático. Por outro lado, significava a recusa à subjugação a um rei, a um 
tirano, a grupos oligárquicos e a afirmação do ser-cidadão e a negação do ser-
escravo. Era uma qualidade inerente ao ser cidadão9. Autonomia, pois, rima com 
democracia, com cidadania. 
Sabemos, porém a luta que se trava nos bastidores, para que a autonomia 
pudesse ser exercida. Havia resistência, pois autonomia representava perda para 
quem estava no poder, para quem se colocava no outro lado da relação como 
detentor do “saber” e das decisões a serem tomadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 Não esqueçamos que, na Grécia Clássica, a categoria “cidadão” era restrita a uma parcela reduzida 
da sociedade, pois dela estavam excluídos os escravos, os libertos, os estrangeiros e as mulheres. 
 
Em sua etimologia, autonomia vem do grego, resultado da composição do 
pronome reflexivo, com posição atributiva, autós (próprio, a si mesmo) 
com o substantivo nomos (lei, norma, regra). 
 
Conceito 
Na relação pedagógica, autonomia significa, de um 
lado, reconhecer no outro sua capacidade de ser, departicipar, de ter o que oferecer, de decidir, de não 
desqualificá-lo, pois, a educação é um ato de 
liberdade e de compartilhamento. E, nesse sentido, 
ela revela sua estreita e indissociável ligação com o 
político. 
 
Unidade III 
 
 
52 
Tecnologias e Sociedade 
 
Por outro lado, significa a capacidade que o sujeito tem de tomar para si sua 
própria formação, seus objetivos e fins; isto é, tornar-se sujeito e objeto de 
formação para si mesmo (PINEAU, p. 3). Não é fácil para o aluno, que se coloca 
como “aprendiz” da formação do seu conhecimento. 
Comecemos considerando a definição de Preti (2000, p. 27) que diz que 
 
 
a educação a distância coloca-se então, como um conjunto de 
métodos, técnicas e recursos, posto à disposição de populações 
estudantis dotadas de um mínimo de maturidade e de motivação 
suficiente, para que, em regime de autoaprendizagem, possam adquirir 
conhecimentos ou qualificações a qualquer nível. 
 
Este conceito infere a necessidade de características especiais nos alunos 
para que a educação a distância seja realizada. Remete-nos a importância do perfil 
do aluno para o EaD que requer do mesmo autonomia para determinar os tempos 
e espaço de estudo. 
Entretanto, Litwin (2001) destaca que a autonomia não deve ser confundida 
com autoditatismo, pois nesta modalidade de ensino o aluno conta com uma 
proposta pedagógica e didática além de uma infraestrutura de apoio. 
 
 
 
 
 
 
 
Para Fiuza, Matuzawa e Martins (2001) a autonomia leva a uma característica 
essencial da educação a distância: o estudo independente. Este conceito foi 
inicialmente desenvolvido por Charles A. Wedemeyer, da Universidade de 
Wisconsin e frequentemente é usado para descrever a educação a distância no 
nível universitário. 
Mas então, na EaD, em que consiste a autonomia do 
aprendiz no processo ensino-aprendizagem? O que 
ela significa? 
 
Unidade III 
 
 
 
53 
Tecnologias e Sociedade 
 
De acordo com os conceitos de autonomia e estudo independente, o aluno 
adulto é o que mais se adapta ao modelo da EaD. Dentre as justificativas, acredita-
se que o adulto tenha capacidades reais de efetuar tarefas mais complexas, elaborar 
sínteses e hipóteses. 
Reforçando novamente que existem diferenças entre aprender com 
autonomia e ser autodidata, podemos dizer que se fosse possível existir um único 
ser humano a viver de forma solitária, isolado de tudo e de todos, sem contato 
 
com nenhum outro background cultural, então poderíamos falar estritamente de 
alguém aprendendo sozinho. Mas mesmo quando estamos sem outros seres 
humanos por perto, pensamos e nos comportamos segundo princípios emanados 
de nossa inserção numa sociedade determinada, num momento histórico 
determinado. Nunca pensamos sozinhos, com apenas nossa cabeça: quando 
pensamos, temos toda uma cultura e uma sociedade pensando junto com a gente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autonomia não significa, portanto, aprender sozinho, 
sem a ajuda de outros, posto que, num maior ou 
menor grau, de forma direta ou indireta, temos 
sempre a colaboração de alguém - um escritor, um 
programador, um educador, um pai, um amigo, 
enfim outros seres humanos - que nos ajuda a 
aprender mesmo quando não temos nenhum outro 
ser humano por perto. Autonomia tem muito mais 
a ver com um certo grau de independência e 
liberdade para escolher o que queremos aprender, 
onde podemos procurar ajuda e com quem 
desejamos estar para aprender. 
 
Unidade III 
 
 
54 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
Pessoas que desenvolveram maior autonomia podem ajudar outras a 
aprender e podem aprender junto com outras com mais facilidade, sem criar 
vínculos de dependência infantilizantes e imobilizadores. Também o chamado 
"autodidata" não é alguém que aprende sozinho, mas sim alguém que possui um tal 
grau de autonomia que pode organizar-se para aprender, identificando com mais 
facilidade, onde, com quem, como e quando aprender. 
Azevedo (2003) diz que estamos sempre ligados a outros o tempo todo, 
seja do ponto de vista cognitivo, seja do ponto de vista afetivo, seja do ponto de 
vista físico-orgânico. O indivíduo considerado em si mesmo, sozinho, isolado, é uma 
ficção, uma abstração realizada pelo tipo de recorte necessário para a abordagem 
psicológica. Serve a finalidades puramente analíticas. Não pode ser levado a sério o 
tempo todo em todos os domínios, muito menos na educação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autonomia nunca se opõe a aprendizagem colaborativa. Aliás, algum grau 
de autonomia é fundamental para que a aprendizagem colaborativa 
aconteça. 
 
 
Conceito 
 
Segundo Valente (1999) o aluno precisa ser ativo, sair da passividade de 
quem só recebe, para se tornar ativo caçador da informação, de problemas 
para resolver e de assuntos para pesquisar. Isso implica ser capaz de assumir 
responsabilidades, tomar decisões e buscar soluções para problemas 
complexos que não foram pensados anteriormente e que não podem ser 
atacados de forma fragmentada. Finalmente, ele deve desenvolver 
habilidades, como ter autonomia, saber pensar, criar, aprender a aprender, 
de modo que possa continuar o aprimoramento de suas ideias e ações, 
sem estar vinculado a um sistema educacional. Ele deve ter claro que 
aprender é fundamental para sobreviver na sociedade do conhecimento. 
 
 
Conceito 
Unidade III 
 
 
 
55 
Tecnologias e Sociedade 
 
Esses significados nos remetem às fronteiras de outros significados. Ter 
autonomia significa ser “autoridade”, isto é, ter força para falar em próprio nome, 
poder professar (daí o sentido de ser “professor”) um credo, um pensamento, ter o 
que ensinar a outrem, ser possuidor de uma mensagem a ser proferida. Em outras 
palavras, é ser autor da própria fala e do próprio agir. Daí a necessidade da 
coerência entre o dizer e o agir, entre a ação e o conhecimento, isto é, a não 
separação destes dois momentos interdependentes. 
 
De acordo com Preti (2000) 
Autonomia, autoformação, autoaprendizagem, aprendizagem aberta, 
aprender a aprender, autoregulação, autopoiésis, etc. são terminologias 
diferentes que remetem a concepções e práticas diferenciadas, mas que 
têm em comum recolocar o aprendiz como sujeito, autor e condutor 
de seu processo de formação, apropriação, reelaboração e construção 
do conhecimento. Buscam superar tanto as concepções que colocam 
em foco os “determinantes externos” (empirismo) como os 
“determinantes internos” (apriorismo) caminhando em direção a uma 
visão relacional e interacionista (dialética). 
 
E a autonomia esperada no contexto da EaD nos leva a autoaprendizagem. 
Então vamos entender um pouco como se define e como deve ser esse processo. 
Não existem receitas mágicas e nem ponto final para tratarmos ou 
definirmos autonomia ou autoaprendizagem mas, a modo de encerramento, 
resumidamente, aponta-se os principais aspectos salientados por Preti (2000), para 
que possamos refletir sobre eles. 
 
 
 
 
 
 
Unidade III 
 
 
56 
Tecnologias e Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUTOAPRENDIZAGEM 
 
É uma prática construída e consolidada em práticas e 
sistemas alternativos, como a EAD, onde toda 
estrutura de suporte e procedimentos é posta para 
que aconteça o ato educativo e não a instrução. 
 
É uma tarefa pessoal, pois o aprendiz deve chamar 
para si seu processo de aprendizagem, tomar posição 
e assumir compromisso consigo e com a instituição 
onde atua. 
 
É também uma tarefa coletiva, de corresponsabilidade 
entre o aprendiz e a instituição que oferece o serviço. 
A responsabilidade da aprendizagem não pode estar 
concentrada somente no aprendiz. Devem atuar 
eficientemente todos os suportes necessários para um 
sistema de EAD (administrativo, pedagógico, 
cognitivo, afetivo, etc.). 
 
É também um processo de interaprendizagem,

Outros materiais