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1 Tecnologias e Sociedade 2 Tecnologias e Sociedade Gestão da Educação a Distância Cidade Universitária – Bloco C Avenida Alzira Barra Gazzola, 650, Bairro Aeroporto. Varginha /MG ead.unis.edu.br 0800 283 5665 Todos os direitos desta edição ficam reservados ao Unis – MG. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume (ou parte do mesmo), sob qualquer meio, sem autorização expressa da instituição. 3 Tecnologias e Sociedade Doutora em Educação com na área de concentração da Teoria Crítica com foco no uso das tecnologias. Mestre em Tecnologias da Informação e Comunicação na Formação em EaD com ênfase em ambientes virtuais para formação de professores. Licenciada em Matemática, com habilitações em Física e Desenho Geométrico. Pós-graduada em Educação Matemática, Redes de Computadores, Informática na Educação e Design Instrucional para EaD Virtual. Atua como professora universitária e supervisora na Unidade de Gestão da Educação a Distância do Unis-MG. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5950462827823117 Prof. Dra. Simone de Paula Teodoro Moreira Autoria MOREIRA, Simone de Paula. GOMES, Celso Augusto dos Santos. RIBEIRO FILHO, César Fernandes. Guia de Estudo – Tecnologias e Sociedade. Varginha: GEaD-UNIS/MG, 2017. 72 p. 1. Tecnologia da Informação 2. Sociedade da Informação 3. Tecnologias da Inteligência. http://lattes.cnpq.br/5950462827823117 4 Tecnologias e Sociedade Celso Augusto dos Santos Gomes Doutor em educação com foco na (re)significação docente de formadores de musicalizadores na convergência de ambientes virtuais e físicos. Mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital sob a área de concentração de "Processos Cognitivos e Ambientes Digitais". Pós-graduações: Docência em Educação a Distância (EaD), Psicopedagogia Institucional, Designer Instrucional para a EaD virtual e Tecnologia em EaD. Licenciado e Bacharel em Música com habilitação em Instrumento (Guitarra Jazz). Atua como coordenador do Curso de Licenciatura em Música e também é professor em várias graduações e pós- graduações do Unis-MG. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8784835682994528 César Fernandes Ribeiro Filho Mestre em Administração, possui graduação em Ciência da Computação e pós- graduação em Design Instrucional para EaD Virtual, Docência para Ensino Superior, MBA em Gestão Empresarial. Atua como coordenador das disciplinas a distância nos cursos presenciais do Centro Universitário do Sul de Minas. Tem habilidade e criatividade na produção de materiais para educação a distância, desenvolvimento de Websites, Criação de arte Final e edição de vídeos. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6220292330075276 Coautores http://lattes.cnpq.br/8784835682994528 http://lattes.cnpq.br/6220292330075276 5 Tecnologias e Sociedade Caríssimo(a), O simples fato de você estar participando de um curso a distância significa que você acredita no potencial que as tecnologias de informação e comunicação têm para sua vida profissional. Alegro-me por sua escolha. Não se trata de uma disciplina de cunho técnico e sim de entender os conceitos e a aplicação das tecnologias nos seus estudos e no contexto profissional, bem como a maneira como elas impactam a sociedade contemporânea. Isso acontecerá em meio a nossas conversas e atividades. Afinal de contas, não podemos apenas fazer uso desse ferramental que, sem sombra de dúvidas, é essencial nos dias atuais. Precisamos saber analisá-lo criticamente e nos posicionar diante de suas potencialidades, restrições, influências e consequências. Para atingirmos esse objetivo, é necessário analisarmos outros pontos de vista e criarmos um ambiente de discussão e colaboração. E assim foi feito desde a construção desse material que, em alguns capítulos, contou com a coautoria de outros grandes colegas e professores: César Ribeiro e Celso Gomes. O professor Celso, inclusive, é autor de uma das obras que fazem parte da bibliografia dessa disciplina. Além disso, para nos embasarmos teoricamente faremos uso dos textos de importantes autores que discutem esta temática, como é o caso de Bauman, Santaella, Levi, Moran e Mill. Trabalharemos de forma a despertar (ou aumentar) o seu interesse pela área de tecnologia de informação, mas dependeremos muito de sua determinação quanto à leitura deste guia, bem como, de todo o material que será disponibilizado ao longo do processo. Sei das dificuldades enfrentadas por muitas pessoas em relação ao uso das tecnologias, por isso buscarei uma linguagem bastante simples como forma de propiciar um bom entendimento e estarei sempre à disposição para esclarecer dúvidas, trocar informações e auxiliá-los na aplicação e na reflexão sobre o uso das tecnologias no contexto educacional e profissional. Para o bom aproveitamento dessa disciplina a interação será essencial! Abraços, Profª Simone de Paula Teodoro Moreira. "Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam". (Leonardo Boff, 1997, p. 9) 6 Tecnologias e Sociedade Tecnologias e sociedade: novas concepções de espaço e tempo. Redes: linguagens e construções identitárias na contemporaneidade. Novo perfil profissional: autonomia/dependência, interação, autoria e colaboração. Tecnologias da inteligência como ferramentas no âmbito profissional. Educação a distância: modelos, metodologias, sujeitos e suas práticas. Ver Plano de Estudos da disciplina, disponível no Ambiente Virtual. Tecnologias da Informação. Sociedade da Informação. Tecnologias da Inteligência. Ementa Orientações Palavras-chave 7 Tecnologias e Sociedade EMENTA ____________________________________________________________________ 6 ORIENTAÇÕES ______________________________________________________________ 6 PALAVRAS-CHAVE ___________________________________________________________ 6 UNIDADE I – TECNOLOGIAS, SOCIEDADE, ESPAÇO E TEMPO _______________________ 9 1.1 INTRODUÇÃO ____________________________________________________________ 10 1.2 AS TECNOLOGIAS E SUAS IMPLICAÇÕES NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA ________________ 13 1.3 DESAFIOS ATUAIS E EMERGENTES ______________________________________________ 17 1.4 CONCEPÇÕES E TEMPO NO CONTEXTO DAS TECNOLOGIAS ___________________________ 22 UNIDADE II – REDES: LINGUAGENS E CONSTRUÇÕES IDENTITÁRIAS NA CONTEMPORANEIDADE _____________________________________________________ 30 2.1 INTRODUÇÃO ____________________________________________________________ 31 2.2 PRINCÍPIOS DE CONDUTAS PARA TRABALHO COLETIVO _______________________________ 32 2.3 COMUNICAÇÃO E LINGUAGENS NA INTERNET _____________________________________ 40 2.3.1 NETIQUETAS ____________________________________________________________ 41 2.3.2 INTERNETÊS _____________________________________________________________ 45 UNIDADE III – NOVO PERFIL PROFISSIONAL: AUTONOMIA/DEPENDÊNCIA, INTERAÇÃO, AUTORIA E COLABORAÇÃO _________________________________________________ 48 3.1 INTRODUÇÃO ____________________________________________________________ 49 3.2 IMPORTÂNCIA DA AUTONOMIA DO ALUNO _______________________________________ 50 3.3 INTERATIVIDADE, INTERAÇÃO, COLABORAÇÃO E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM ___________ 58 3.4 AUTORIA E PLÁGIO NO MEIO ACADÊMICA ________________________________________ 68 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA __________________________________________________ 69 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524489file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524490 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524491 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524492 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524499 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524499 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524506 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524506 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/1º%20Módulo/Tecnologias%20e%20Sociedade/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Tecnologias%20e%20Sociedade.docx%23_Toc477524512 8 Tecnologias e Sociedade 9 Tecnologias e Sociedade - Conhecer e analisar aspectos tocantes à influência da tecnologia na sociedade moderna; - Conhecer os principais desafios para a adoção das tecnologias no ensino superior; - Identificar e sintetizar como as novas tecnologias de comunicação e informação influenciam em nossas concepções de tempo e espaço. Ciclo 01 As tecnologias e suas implicações na sociedade contemporânea; Desafios atuais e emergentes; Novas concepções de espaço e tempo Unidade I – Tecnologias, Sociedade, Espaço e Tempo Objetivos da Unidade Plano de Estudos I 10 Tecnologias e Sociedade 1.1 Introdução Mattedi (2006) diz que a tecnologia de hoje nos possibilita encurtar distâncias, muitos processos manuais e trabalhosos são feitos rapidamente através de inovações, muitas doenças são diagnosticadas facilmente e com mais precisão, o acesso ao conhecimento em acervos infinitos através de celulares, tablets e computadores são concedidos através de poucos cliques. A figura 1, a seguir, mostra a evolução da tecnologia dentro da sociedade e caracteriza as diversas formas de utilização dessa nova maneira de socializar. Figura 01: Evolução das Tecnologias da Informação Fonte: Design EaD Como seria sua vida sem a tecnologia? Seu trabalho? Seu lazer? Você consegue se imaginar vivendo sem ela? Unidade I 11 Tecnologias e Sociedade Na busca por definições e implicações da tecnologia no contexto social e educacional, encontram-se posturas que tendem a extremos. Segundo Bennertz (2014), as posturas mais comuns frente às novas tecnologias estão relacionadas, por um lado, à resistência às inovações e, por outro, à adoção indiscriminada delas. Existe então relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade que são percebidas a partir de uma suposta separação dessas áreas. Com isso, a análise se restringe a explicações sobre os impactos da ciência e da tecnologia sobre a sociedade, que deve escolher se adota ou não as novas teorias e artefatos tecnológicos disponíveis. Debates mais recentes propõem uma superação dessas perspectivas e sugerem tratar as três esferas como resultado de associações entre elementos diversos - sejam eles sociais, técnicos ou científicos. Abandonam-se, portanto, as visões deterministas, catastróficas ou utópicas sobre a Ciência e a Tecnologia, para privilegiar um maior detalhamento sobre os processos de constituição das relações sociais atuais. (BENNERTZ, 2014) Nesta perspectiva, fica claro que a tecnologia é desenvolvida para ser utilizada em contextos sociais específicos, mas acaba impactando a vida cotidiana e abrindo espaço para novos arranjos sociais. Tomando como exemplo o surgimento da calculadora eletrônica, percebe-se que ela aparece para resolver o problema da agilidade em fazer contas. Sua criação, no entanto, abre precedente para desenvolvimento de funções mais elaboradas e acaba sendo a ponte para a elaboração de modelos mais modernos (MATTEDI, 2006). Como você entende o impacto da tecnologia na sua vida cotidiana? Quais tecnologias de comunicação você utiliza mais? Celular? Tablet? Computador? SmartTV? Você faz parte de alguma rede social? Quanto tempo passa conectado à internet? Quais ferramentas eletrônicas utiliza para realizar tarefas importantes do dia a dia? Unidade I 12 Tecnologias e Sociedade Estamos em constantes e rápidas mudanças e precisamos adaptar nossa vida profissional e social a essas novas tecnologias para acompanhar o crescimento e as inovações. As figuras 2 e 3 são pequenos exemplos de como a tecnologia muda constantemente trazendo impactos na forma como a sociedade absorve essas mudanças. Os modelos mais antigos de tecnologia, em pouco tempo, vão caindo em desuso e os periféricos ou aplicativos que “interagem” com eles vão ficando cada vez mais difíceis de encontrar. Daí um aplicativo muito útil não rodar na sua versão de smartphone ou então novas mídias criadas e sua TV antiga não estar preparada para se conectar a elas. Figura 02: Evolução das Tvs Fonte: iStock Unidade I 13 Tecnologias e Sociedade Figura 03: Evolução dos Celulares Fonte: iStock Com isso, cada vez mais, engenheiros, administradores, profissionais de marketing, professores e sociólogos precisam atuar em sincronia. Está nas mãos deles não só desenvolver novos produtos, mas também gerar diferentes necessidades de mercado e compreender estes arranjos ao mesmo tempo sociais, técnicos e científicos. 1.2 As Tecnologias e suas implicações na sociedade contemporânea Para iniciarmos esse assunto trago um recorte de um texto que escrevi exatamente para discorrer sobre a sociedade atual e o consumo de informação (MOREIRA, 2016, 28-31) e que nos permitirá algumas reflexões posteriores. Segue: Vivemos em um mundo onde, basicamente, toda atividade humana dispõe de algum tipo de tecnologia que lhe favoreça. Em que o sujeito, em sua vida social, dificilmente passa um dia inteiro totalmente envolvido com as práticas agora ditas integralmente presenciais. Nos mais diversos setores da sociedade, dificilmente há um dia em que as rotinas não exijam ou proporcionem contato com a TV, um rádio, o computador, a internet, um telefone (fixo ou celular), ou com a audição de música fixada em discos ou memórias digitais. Unidade I http://www.geekproject.com.br/2011/04/a-evolucao-dos-celulares/ 14 Tecnologias e Sociedade Faz parte das concepções culturais atuais a supervalorização do que é novo, mais potente ou simplesmente diferente, e a cada vez mais buscamos algo “que potencialize nossa capacidade de interação, comunicação, acesso e armazenamento das informações. [...] A cultura contemporânea está ligada à ideia da interatividade e da inter-relação entre as pessoas e entre [...] espaços virtuais” (KENSKI, 2013, p.62). Para Giddens (1991), a sociedade contemporânea adquiriu características que são, simultaneamente, causa e efeito dos descompassos constitutivos da pós- modernidade1. De modo que, nos dias de hoje, a própria sociedade “determina o caminharrumo às tecnologias de informação e comunicação, como ferramentas de difusão e construção de conhecimento” (GIDDENS, 1991, p.14). Para esse autor: [...] estamos alcançando um período em que as consequências da modernidade estão se tornando mais radicalizadas e universalizadas do que antes. [...] Não vivemos ainda um universo social pós-moderno, mas podemos ver mais do que uns poucos relances de emergência de novos modos de vida e organização social. (GIDDENS, 1991, p.13). 1 A pós-modernidade é um conceito da sociologia histórica que designa a condição sociocultural e estética que prevalece no capitalismo. Trata-se de uma crítica à modernidade, aos seus valores e princípios. A razão e o progresso deixam de serem referências intelectuais, sociais e artísticas. Propõe a subjetividade, o multiculturalismo e a pluralidade. Nesse contexto de larga imersão social em tecnologias, a quantidade de informação disponível é tanta que se tornou inadministrável pelos indivíduos. Segundo Lévy(1999, p.61), “a emergência do ciberespaço não significa de modo algum que ‘tudo’ é enfim acessível, mas que o todo está definitivamente fora de alcance”. Unidade I 15 Tecnologias e Sociedade Dessa forma, o que enfrentamos socialmente são as consequências da globalização: o que acontece em qualquer lugar do mundo também nos afeta. Nesse cenário de globalização, de supervalorização do novo e de riscos constantes, a sociedade é intimidada por elementos como: a invasão de privacidade, que, de certa forma, a tecnologia e os computadores proporcionaram e a automação de processos industriais e administrativos, cuja contribuição produtiva favorece a eliminação de empregos. Outro paradoxo típico desse mundo novo chama a nossa atenção para o fato de que, ao mesmo tempo em que há uma quantidade gigantesca de informação acessível pela Internet, há também a tendência de se dedicar menos tempo à análise dos assuntos postos sob exame devido à compulsão por navegar e descobrir novas informações. Contudo, devemos considerar que o cenário descrito acima não considera possibilidades de reversão da situação. No interior dele, há forças contrárias edificantes e tendências de crescimento da inserção social, no uso e através do uso das tecnologias. Essas situações é que promovem o desenvolvimento e a qualidade do tratamento da informação e do acesso a ela. São, ao mesmo tempo, indicativos da mudança na maneira como nos comunicamos e acessamos informações, como nos conectamos com nossos pares e colegas, aprendemos e nos socializamos. Unidade I 16 Tecnologias e Sociedade Para finalizarmos esse início de leitura, quero convidar você a uma reflexão. Leia a frase de Vannuchi (2004, § 5) “a humanidade colocou o virtual acima do real, passou a preferir o replay do lance pela tevê ao gol visto no estádio. A cultura do excesso é isso: as coisas parecem verdadeiras, mas são exageradas”. Depois acesse o link para assistir ao vídeo que fala sobre “Virtualização da Vida”, disponível no endereço: http://www.youtube.com/watch?v=xwKPFAa5elw Finalizando esse tópico podemos afirmar que a tecnologia traz grandes benefícios à sociedade e ajuda na evolução e na organização dos bens e serviços. Precisamos entender e utilizar essas tecnologias a nosso favor e em benefício da sociedade. Temos o dever e o direito de exercer o controle sobre as inovações tecnológicas que não podem ficar a critério único de cientistas e tecnocratas. É preciso ir além, praticar e adaptar nossas atividades de acordo com a evolução tecnológica, para que possamos evoluir profissional e pessoalmente, assim nos tornamos mais ágeis e evoluídos nos artifícios e metodologias encarados no dia a dia. Vamos perceber no próximo tópico algumas maneiras de utilizar essas tecnologias a nosso favor e a favor da sociedade e iremos começar com os desafios atuais e emergente no contexto de educação superior, no qual estamos imersos nesse momento. Unidade I 17 Tecnologias e Sociedade 1.3 Desafios Atuais e Emergentes Qualquer discussão sobre a adoção da tecnologia também deve considerar as restrições e desafios importantes dessas escolhas. O New Media Consortium (NMC)2 é uma comunidade de centenas das principais universidades, faculdades, museus e centros de pesquisa do mundo. O Project Horizon Report apresenta resultados anuais de investigação para identificar e descrever as tecnologias emergentes que possam ter um impacto na aprendizagem, ensino e investigação criativa na educação, organizando com informações sobre o ensino básico e a educação superior. Em 2016, o NMC lançou a 13ª edição3 apresentando as seis tendências chaves para educação, os seis desafios mais significativos e os seis importantes desenvolvimentos na tecnologia educacional colocados diretamente no contexto do seu provável impacto sobre as missões fundamentais das escolas, universidades e faculdades. O relatório divide os desafios em três categorias: Desafios solucionáveis: aqueles que entendemos e sabemos como solucionar. 2 https://www.nmc.org/ 3 https://www.nmc.org/publication/nmc-horizon-report-2016-higher-education-edition/ Interessa-nos nesse momento os desafios mais significativos que impedem a adoção das tecnologias no contexto do ensino superior, deixando claro que, por trás de todas as escolhas, as organizações, antes da decisão de adotar ou não qualquer tecnologia, devem reconhecer as barreiras locais e os pontos significativos de tais tecnologias. Unidade I https://www.nmc.org/ https://www.nmc.org/publication/nmc-horizon-report-2016-higher-education-edition/ 18 Tecnologias e Sociedade Desafios difíceis: aqueles que entendemos, mas cujas soluções são imprecisas. Desafios muito difíceis: aqueles que são difíceis de definir e ainda mais para resolver. Desafios solucionáveis Mescla da aprendizagem formal com aprendizagem informal A internet tem colocado em nossas mãos a capacidade de aprender algo sobre tudo e aumentou o nosso interesse pela aprendizagem autodirigida baseada na curiosidade. Esta e outras formas menos formais de aprendizagem têm reduzido o interesse pela aprendizagem formal e servem para melhorar a participação dos alunos, incentivando-os a continuar seus próprios caminhos e interesses de aprendizagem, possibilitando criar um ambiente de educação superior que incentive a experimentação, curiosidade e, especialmente, a criatividade. Melhora da alfabetização digital Com a proliferação de dispositivos móveis na educação, a visão tradicional da alfabetização como a capacidade de ler e escrever se expandiu para abranger a compreensão de ferramentas digitais e da informação. A falta de consenso sobre o que abarca a alfabetização digital está impedindo muitas universidades de desenvolverem políticas e programas que abordem esse desafio de forma adequada. Agrava este problema a noção que a alfabetização inclui competências digitais diferentes para educadores e alunos. Unidade I 19 Tecnologias e Sociedade Desafios difíceis Modelos de educação por competência O novo modelo de educação por competência não tem precedentes nos modelos tradicionais de ensino superior. As instituições procuram maneiras de oferecer um serviço de alta oportunidade de qualidade e de aprendizagem por menores custos. Os MOOCs, que estavam na vanguarda das discussões da educação, como também a degradação geral dos produtos e serviços estão afetandoos sistemas de crédito- aula dos programas atuais dos cursos de graduação. A medida que essas novas vias surgem há uma crescente necessidade de os líderes educacionais avaliarem os modelos e de determinar melhores maneiras para apoiar a colaboração, interação e avaliação da aprendizagem. Personalização da aprendizagem A aprendizagem personalizada refere-se a uma gama de programas educacionais, experiências de aprendizagem, métodos de ensino e estratégias de apoio acadêmico que buscam atender às necessidades de aprendizagem, interesses, aspirações ou história individuais. Embora haja uma demanda para a aprendizagem personalizada, esta não está devidamente apoiada por tecnologia ou práticas atuais. O crescente interesse por personalização da aprendizagem para satisfazer às necessidades específicas dos alunos está impulsionando o desenvolvimento de novas tecnologias. A maior barreira para a aprendizagem personalizada é que as abordagens científicas, com base em dados para facilitar a personalização efetivamente, começaram a surgir recentemente e somente agora estão evoluindo e ganhando terreno na educação superior. Unidade I 20 Tecnologias e Sociedade Desafios muito difíceis Equilibrar nossas vidas conectadas e desconectadas Com as tecnologias no centro de muitas atividades, torna-se um desafio para as instituições de ensino ajudar os alunos a compreender como equilibrar o seu uso com outras necessidades de desenvolvimento. Será tarefa das universidades fomentar discussões sobre o uso consciente das tecnologias e suas consequências, evitando que os estudantes se percam nesse mar de disponibilidades. As instituições também têm a responsabilidade de assegurar que quando alunos e professores estiverem conectados seja com o propósito de transformação e não apenas para replicar experiências que poderiam ocorrer sem o uso das tecnologias. Manter a importância da educação Hoje um diploma universitário já não garante emprego remunerado. Este problema não é localizado, pois vemos com frequência trabalhos de pesquisa de mercado que mostram o aumento das taxas de desemprego dos jovens e a falta de habilidades globais e levantam a preocupação de que o atual sistema de ensino superior não prepara os alunos para a rápida modernização dos trabalhos. Muitos países têm respondido com iniciativas que priorizam a formação de STEM (voltadas para o uso de tecnologias, engenharia e matemática que visam ao desenvolvimento de forças de trabalho). Mas existem muitas críticas nesse sentido. Então o desafio das instituições de ensino é imaginar novas maneiras de garantir que um diploma universitário possa fornecer ao aluno competências específicas da indústria, mantendo a formação ética e a credibilidade da academia tradicional. Fonte: https://www.nmc.org/publication/nmc-horizon-report-2016-higher-education-edition/. Tradução nossa. Unidade I https://www.nmc.org/publication/nmc-horizon-report-2016-higher-education-edition/ 21 Tecnologias e Sociedade Estes desafios são reflexos do impacto da tecnologia que está ocorrendo em todos os aspectos de nossas vidas. Eles são indicativos da mudança na maneira como nos comunicamos, acessamos informações, conectamos com nossos pares e colegas, aprendemos e até mesmo socializamos. Não é preciso ir muito além para entendermos porque eles são desafios para nós, aqui no ensino superior. Muitas vezes questionamos porque o tal professor não pode ensinar “desse outro jeito”, ou porque “eu tenho que ser avaliado assim” ou ainda que seria interessante “estar presencialmente num dado momento com os demais colegas da turma”. O que estamos querendo, em outras palavras, é “personalização do ensino”, “avaliação por competência” e “equilíbrio de novas vidas conectadas com desconectadas”. O próximo tópico nos interessa em muito, pois é relevante entendermos, diante dessa parafernália tecnológica e desses desafios que enfrentamos aqui para adoção das tecnologias, como todo esse contexto afeta nossas concepções de tempo e espaço e como nos posicionamos diante disso tudo. Para conhecer mais sobre o relatório, sobre as tendências e os desenvolvimentos da tecnologia no ensino superior e na educação básica, bem como relacionar os dois contextos, acesse o link com o documento completo. Vale a pena confirmar como os estudos anteriores (relatórios de outros anos) se tornaram realidade em nossas vidas. https://www.nmc.org/publication/nmc-horizon- report-2016-higher-education-edition/ Unidade I https://www.nmc.org/publication/nmc-horizon-report-2016-higher-education-edition/ https://www.nmc.org/publication/nmc-horizon-report-2016-higher-education-edition/ 22 Tecnologias e Sociedade 1.4 Concepções e tempo no contexto das tecnologias A presença e o uso das tecnologias levam a sociedade a uma sensação de ‘encurtamento do tempo’. O que deve nos fazer refletir sobre a organização e a distribuição do tempo em face das novas sensações. Na verdade, não é tempo que está mais veloz ou mais lento, é o ritmo do tempo que muda de acordo com os períodos históricos. Altera-se, portanto, “a aceleração do ritmo, e não do tempo, na vida cotidiana atual” (KENSKI, 2013, p.29). A velocidade das alterações [...] desequilibra a previsibilidade do tempo do relógio e da produção em série. O mundo se acelera, o avanço frenético das descobertas científicas impulsiona a produção e o consumo de novas formas de vida, permeadas pelas tecnologias. Novos avanços em pesquisas relativizam os conhecimentos anteriores. Tudo se torna descartável. Passível de ser superado rapidamente. Prevalece a lógica do efêmero, do pontual. (KENSKI, 2013, p.27) Essa condição, nova sob todos os aspectos, coloca para nós o desafio de refletir sobre suas consequências nas práticas pedagógicas, na vida social e profissional. Vista em plano mais panorâmico, a cultura digital* promoveu a ruptura entre o tempo e o espaço. Para Negroponte (1995), existe uma mentalidade descentralizadora crescente em nossa sociedade. Ela é trazida pelos cidadãos da era digital, que representam uma geração desembaraçada de antigos preconceitos, livre tanto das limitações impostas pelas fronteiras geográficas como também das impostas pelo tempo cronológico. Unidade I 23 Tecnologias e Sociedade A referida ruptura com o tempo-espaço nos remete a uma característica, no contexto da sociedade em rede, que é a compulsoriedade da produção por parte dos sujeitos hiperconectados. Em face desse processo autoprodutivo, de acordo com Tori, “hoje não é bastante dizer que estamos em rede, mas é necessário observar a própria atuação dessa rede [...] (2010, p.9). Uma vez que: A rapidez, fluidez e plasticidade da escrita e leitura dos gêneros digitais em que circulam (chats, blogs, Twitter ou Facebook, dentre outros) suscitam e acolhem práticas sociais, modos de uso, consumo, apropriação e produção de informação e linguagens que se reconfiguram em novos espaços e eventos a partir de habilidades e competências que são exigidas para operação dessas tecnologias. (CRUZ, 2013, p.82) Para dialogarmos com esses novos modos de produção e circulação de conhecimento é necessário refletir sobre o uso das tecnologias no contexto da sociedade em que vivemos. Existe aí uma ambiguidade no seu uso: * Para Thompson (2008), cultura digital é comunicação, interação, mediação e a superação da disjunção do espaço e do tempo, fazendo uso de TIC, implicando novas arquiteturas na e da experiência humana. É uma expressão do nosso tempo que afeta outras e novas maneiras de pensar, relacionar e (re)criar nossos cotidianos. Conceito Unidade I 24 Tecnologias e SociedadeVergara e Vieira (2005) dizem que noções como espaço social, espaço cultural, espaço econômico foram erguendo-se com o desenvolvimento do conhecimento e da informação. A noção de espaço físico, concreto, real, sempre foi mais fácil à percepção do que noções de espaço subjetivo ou do recente espaço virtual ou ciberespaço. Assim, igualmente, a noção de tempo. O espaço construído, particularmente, o das subjetividades, e o tempo constituíram no decorrer das convivências e dos ciclos os padrões referenciais no processo evolutivo da sociedade humana. Hoje, encontramo-nos em um novo espaço baseado diferentemente pelas pessoas, conforme sua maneira, a geração a que pertencem, a posição social de que fazem parte, a cultura da qual estão inseridos, bem como pela posição que ocupam no espaço da sociedade. A experiência do tempo-espaço considera, portanto, a “existência de uma multiplicidade de maneiras, suportadas pela subjetividade humana”. (VERGARA e VIEIRA 2005) Para uns, o tempo voa quando está realizando uma tarefa criativa e arrasta-se quando está realizando uma rotina; para outros, pode dar-se o contrário. Para uns, a velocidade do As tecnologias de comunicação são grandes instrumentos e podem colaborar para a aceleração do ritmo da vida; somar esforços para a cultura da competitividade; acentuar a sensação de risco constante e de virtualização da vida, que nos ameaça com a redução a níveis insalubres dos momentos em que estamos presentes no mesmo tempo e espaço. Ao mesmo tempo as tecnologias nos permitem cada vez mais tentar compactar dentro do mesmo instante a família, o trabalho, o lazer, a educação e o descanso, o que, consequentemente, resulta em uma vida superficial, baseada no hábito de nos relacionarmos cada vez menos intensamente com uma quantidade de estímulos simultâneos cada vez maior. Unidade I 25 Tecnologias e Sociedade tempo-espaço acrescenta formas mais ricas de vida; para outros, essa velocidade obstaculiza a reflexão sobre o próprio tempo-espaço, "sem alma nem feição cultural". É a nova ordem global. (VERGARA e VIEIRA, 2005. p.1) Nesse novo mundo, o do ciberespaço, é a compressão do tempo-espaço que define, configura e operacionaliza as novas formas de pensar e se organizar e dentro deste novo espaço e tempo podemos contar com a presença da tecnologia em todos os setores. E a tecnologia mais importante hoje, devido também a grande expansão da Internet, é o computador ou alguma outra tecnologia centrada nele. Então, não seria exagerado afirmar que, nessa sociedade, a parada de computadores pode, simplesmente, tornar a vida um caos, devido à quantidade de fatores que dependem destes. Pode-se dizer que estamos além do futuro descrito na ficção científica, no qual já é possível voar, contar com a ajuda de robôs, falar através de telefones sem fios e celulares e inclusive o que estamos fazendo aqui: estudar a distância por meio dos computadores, tablets ou smartfones. Para Moreira (2016), é necessário considerar diferentes aspectos do tempo nos diferentes contextos de aprendizagem. Alguns tempos são internos ao processo educativo proposto (como o tempo online e o tempo presencial) e outros externos ao projeto (como o tempo institucional e o tempo político), sem deixar de lado a subjetividade do profissional em formação. Mas, e quando falamos em espaço virtual? Como podemos entender e administrar esse tempo? O que nos influencia nessa relação de novas concepções de tempo e espaço agora virtuais? Para uns pode ser simples e objetivo pensar sobre isso. Para outros nem tanto. Vamos ver o que os autores dizem sobre o assunto. Acompanhe, por favor!!! Unidade I 26 Tecnologias e Sociedade A rapidez é uma das principais vocações da modernidade e isso está relacionado ao desenvolvimento das TIC. Através delas, as fronteiras políticas e econômicas deixaram de ser identificáveis, a reboque de relações sociais tornadas tão fluídas e virtuais quanto a tecnologia nos proporciona. A autora Valle acusa a existência de diversos modos de presença; propõe o desdobramento dessa noção segundo razões, não tecnológicas, mas utilitárias. Desloca a centralidade da atenção reflexiva do pensamento sobre o suporte para o pensamento sobre a formação humana. Convida-nos a deixar um pouco de lado o hábito de medir em graus de intensidade maior ou menor a realidade, e: “[...] a considerar a qualidade, ou as características da presença que pretendemos produzir: o que queremos convocar, a cada vez, ao falarmos de presença? [...] É evidente que o projeto de total substituição do corpo sensível pelas experiências virtuais é um delírio empobrecedor: é preciso que a tecnologia permita enriquecer, e não estreitar as possibilidades humanas. E o enriquecimento vem do equilíbrio, ou antes, da alternância das formas de estar presente no mundo. (VALLE, 2013, p.78) A autora nos convoca a um desafio: Precisamos ter cuidado para evitar a promoção de distanciamentos, no discurso e nas práticas pedagógicas, em relação àquilo que são os sujeitos em suas rotinas diárias. No dia a dia buscamos partilhar soluções e problemas, na EaD não deve ser diferente. O desafio aí está, justamente, em fazer-se presente. Em: Unidade I 27 Tecnologias e Sociedade [...] trazer à presença o apoio que o corpo, que os sentidos necessariamente fornecem para a construção de nosso entendimento e de nossa reflexão; trazer à presença os traços culturais que compartilhamos com outros, a dimensão coletiva que marca e define nossa personalidade; e também ajudar os indivíduos a instituírem seu modo próprio, seu modo singular de ser, que nasce disto tudo e do questionamento disto tudo. (VALLE, 2013, p.78) Reforçando outros estudos que afirmam que o problema da interação efetiva na EaD perpassa menos a distância físico-temporal entre os envolvidos do que a disposição com que os sujeitos se envolvem, Valle afirma, não sem polêmica, que “nunca há, de fato, presença. Presença assegurada, definida como estado permanente. O que há é sempre presentificação” (p. 79). Ou: “uma intensa atividade pela qual o sujeito se faz presente – ou pelo contrário, escapa até mesmo de si. Ambas são atividades. E jamais passividade” (p. 79). Assim, tendo estabelecido teoricamente alguns conceitos e contextos, é possível afirmar que é imprescindível a interação, independentemente da distância físico-temporal, para que o processo educativo via EaD seja integral. Para que abranja a formação humana e, assim, escape à configuração de processos de semiformação. Para nos auxiliar na reflexão dessa mudança na noção de concepção de tempo e espaço sugiro o vídeo “Diálogos com Zygmunt Bauman”. Trata-se de um sociólogo, numa visão crítica sobre a liquidez da vida, nesse contexto de tecnologias. Vale muito a pena assistir!!! https://www.youtube.com/watch?v=fd87rwJ_P90 Unidade I https://www.youtube.com/watch?v=fd87rwJ_P90 28 Tecnologias e Sociedade Nesse sentido, Postman (1994) afirma que “é um erro supor que qualquer inovação tecnológica tem um efeito unilateral apenas. Toda tecnologia tanto é um fardo como uma bênção” (p.14). Ele também defende a necessidade da crítica diante da unilateralidade dos tecnofólios, “profetas de um olho só que veem apenas o que as novas tecnologias podem fazer e são incapazes de imaginar o que elas irão desfazer” (ibid, p.15). Com olhar voltado para o contexto da educação mediada por tecnologias, temos que admitir que as tecnologias oferecem vantagens, mas pedem ajustes, combinações e acertos finos para que possamos tirar delas maior proveito. De acordo com Adorno (1995, apud MOREIRA,2016, p. 51) “é necessário um olhar crítico para evitar-se a cegueira diante das tecnologias que hoje competem entre si no interior dos processos de mediação educacional. Para ele, em um tempo em que a educação, as ciências e as tecnologias se apresentam conjuntamente e propõem serem passaportes para a humanização ideal, é preciso criticar permanentemente”. Pois corremos o risco de esquecer que “Uma técnica não é nem boa, nem má (isto depende dos contextos, dos usos e dos pontos de vista), tampouco neutra (já que é condicionante ou restritiva, já que de um lado abre e de outro fecha o espectro de possibilidades)” (LÉVY, 1999, p.26). Conceito Unidade I 29 Tecnologias e Sociedade A influência da tecnologia na sociedade se dá na medida em que a própria sociedade analisa-a, aceita- a, adapta-a e ou a rejeita. Uma sociedade passiva certamente tenderá a aceitar políticas de imposição tecnológica sem questioná-las. O contrário também é verdade. Unidade I 30 Tecnologias e Sociedade Refletir sobre a conduta para se trabalhar em grupo, buscando entender as ações e maneiras das linguagens e comunicação nos espaços web. Ciclo 02 Princípios de condutas para trabalho coletivo. Comunicação e linguagens na internet (Netiquetas e Internetês) Unidade II – Redes: linguagens e construções identitárias na contemporaneidade Objetivos da Unidade Plano de Estudos II 31 Tecnologias e Sociedade 2.1 Introdução É importante nesta unidade entendermos quais são as melhores práticas e maneiras de se trabalhar em rede e conectados com um grande número de colegas. Antes de tudo é relevante compreendermos que no mundo contemporâneo, com toda a carga de complexidade, faz-se necessária a formação de indivíduos que busquem o conhecimento e que interajam em seu meio, seja ele profissional, familiar ou social, sem perder de vista as questões tão necessárias atualmente, no tocante aos processos que envolvem a responsabilidade e a ética. Neste sentido, impera a necessidade de entendermos algumas boas condutas dentro do espaço cibernético. Nessa linha, devemos entender o processo de aprendizagem em rede proporcionado pela EaD. As tarefas e trabalhos que envolvem aprendizes que utilizam essa modalidade de ensino, na maioria das vezes, devem ser colaborativos e compartilhados, uma vez que em EAD as relações são, em grande parte, mediadas pelas TIC, o que nos ajuda no processo de estudar e buscar a informação adequada para determinado trabalho. Precisamos estar cientes também que os indivíduos necessitam uns dos outros para formarem a sua própria identidade. De acordo com o Blog Sociologia4: 4 http://protarciso.blogspot.com.br/2012/09/o-processo-de-construcao-da-identidade.html As identidades não são inatas, não nascem conosco, precisam ser construídas e esta construção passa pela interação com o outro, pois só a interação social permite viver em sociedade. Vivemos hoje numa sociedade altamente globalizada em que tudo é muito dinâmico, instável e flexível, a nível profissional, econômico ou político, como tal as identidades tornam-se também instáveis e susceptíveis às escolhas que cada indivíduo efetua. Ao mesmo tempo em que surgem as mudanças sociais, a alteração de valores e padrões que regem uma sociedade, assim também os indivíduos têm poder para moldar a sua própria identidade. Unidade II 32 Tecnologias e Sociedade Sobre as construções identitárias sabemos que a ação especificamente humana deriva de escolhas e, portanto, de relações, de modo que o que caracteriza o humano é sua indeterminação comportamental. Definitivamente, a interação influencia a formação do caráter do sujeito, uma vez que “determinações [...] atuam sobre o humano pelo fato de que ele vive sua existência em uma comunidade precisa e segundo uma temporalidade especificamente humana” (VALLE, 2014, p.508). A autora completa destacando a importância da comunidade nesse processo, visto que ela que “institui as leis e a educação que se impõem sobre o sujeito, influenciando suas escolhas; e a repetição de ações que vêm dessas escolhas determina os hábitos que formam o caráter do sujeito” (VALLE, 2014, p. 508). 2.2 Princípios de condutas para trabalho coletivo Bem, iniciando nossa reflexão, lembramos que a EAD vem crescendo rapidamente em todo o mundo, incentivada pelas possibilidades decorrentes das novas Tecnologias da Informação e das Comunicações – TICs e por sua inserção em todos os processos produtivos. Verifica-se que cada vez mais cidadãos e instituições veem nessa forma de educação um meio de democratizar o acesso ao conhecimento e de expandir oportunidades de trabalho, bem como, os de aprendizagem ao longo de suas vidas. O homem sozinho não seria suficiente para o processo de apreender, conforme Cyrulnik (1990, p. 22 apud VALLE, 2014, p. 509) afirma que “o homem não é nem o centro do universo, nem o centro do vivente, nem o centro de si mesmo. É pela observação de seu entorno que melhor o apreendemos. É preciso se descentrar para descobrir o que se é”. Unidade II 33 Tecnologias e Sociedade A dedicação e a busca pelo conhecimento devem partir do aluno, a pro- atividade e a interação são importantíssimas dentro dos ambientes virtuais. O aluno deve estar comprometido com o que se aprende e deve estar atento ao que os professores e tutores estabelecem dentro dos ambientes virtuais (AVA’s). Com efeito, é bom que você reconheça que, ao interagir nos ambientes virtuais, as TICs serão aliadas e serão os meios pelos quais as organizações de conhecimento se estabelecerão. Nesse sentido, você deverá compreender que esses meios trazem consigo uma proximidade intimamente ligadas à aprendizagem: no flanco das possibilidades educacionais emancipadoras, as tecnologias podem ajudar na democratização do acesso à informação e no diálogo entre indivíduos, que, embora distantes geograficamente, vivenciam circunstâncias históricas semelhantes. No flanco da cristalização, elas colaboram com a manutenção do status quo, em favor de uma racionalidade instrumental que se coaduna com os princípios neoliberais. A utilização das TIC na perspectiva alienante outorga aos indivíduos um perfil não emancipado. A visão crítica aceita a ambiguidade da tecnologia, que, a um só tempo, pode advogar em favor da emancipação e da alienação, a depender do uso que dela se faça. (PESCE, s/d) Saiba que, na modalidade de EAD, é imprescindível que o aluno tenha, além da competência tecnológica para que flua em um estudo natural também de forma essencial, agilidade e aptidão no ambiente que será utilizando. Habilidades como saber se relacionar em fóruns, correio, chats, portfólios, blog e trabalhos em grupo são essenciais. Unidade II 34 Tecnologias e Sociedade No nosso entendimento e para autores como Oliveira e Carneiro (2005), esperamos que um estudante na EaD possa ter sucesso nas empreitadas de avanço dos conhecimentos. Para isso listamos alguns itens necessários para tal feito ser possível. Vejamos: O que se espera de um estudante da modalidade a distância? Como você responderia essa questão? Por favor, reflita um pouco sobre isso antes de prosseguirmos. QUANTO AO PERFIL: O perfil de um estudante de EaD configura-se em relação a capacidade de se ser gestor de seu processo de aprendizagem e que construa aspectos de autonomia de aprendizagem. QUANTO À AUTONOMIA: Autonomia é essencial aoestudante a distância, uma vez que envolve um processo comparativo ao que é estabelecido nas conduções ética, pois o ser humano exercita sua liberdade em optar conscientemente por uma das possibilidades que se apresentam para sua escolha. Nas organizações e interações de aprendizagem o estudante em EAD deve ter este mesmo princípio. Unidade II 35 Tecnologias e Sociedade QUANTO À LIBERDADE: Reconhece-se que a liberdade é fundamental para a existência da ética. "A ética na visão kantiana está centrada em uma lei que os seres humanos impõem a si mesmos, proporcionando a si próprios um motivo para obedecer. Como a ética implica opção individual, escolha ativa, requer do sujeito adesão íntima a valores, princípios e normas morais. Cada pessoa, portanto, é responsável por definir sua ética. Mas como definir essa ética? Embora sejamos livres, conscientes e racionais não há uma fórmula pronta para o agir, restando saber a quem devemos consultar quando precisamos definir o nosso agir" (OLIVEIRA e CARNEIRO, 2005, p. 08). QUANTO À LIGAÇÃO AOS PROCESSOS ÉTICOS: A reflexão individual e racional de cada sujeito optando voluntariamente por agir de uma maneira universal, na perspectiva Kantiana, ou seja, tomando decisões válidas e vigentes para todos os indivíduos constitui-se em uma alternativa a ser considerada pelos sujeitos participantes da modalidade de EAD e por todos os componentes da sociedade atual que, assim como os problemas da ética, apresentam uma hipercomplexidade, a ser permanentemente estudada e compreendida” (OLIVEIRA e CARNEIRO, ibdem). Unidade II 36 Tecnologias e Sociedade Devemos, portanto, reconhecer que em se tratando de EAD o que permeia os processos de conhecimento são os processos de comunicação diversificada, e que esta por sua vez, acontece em locais diferenciados, pois nem sempre as pessoas estão ligadas o tempo todo. Passando por esses contextos é possível percebemos que também encontraremos perfis muito distintos de colegas, professores, tutores e outros profissionais que nos acompanharão ao logo da formação. Podemos entender que estamos em um meio eclético e que temos várias identidades e precisamos saber lidar com cada uma delas e também ser multidisciplinar para alcançarmos grandes objetivos, não é mesmo? Essas comunicações são chamadas de síncronas e assíncronas. Neste caso, os alunos que estão conectados de forma assíncrona, não estarão conectados ao mesmo tempo (como serão as participações via fórum, por exemplo), o que depende uma necessidade de recursos tecnológicos que permitam a superação da distância espacial e temporal. E a comunicação síncrona, mesmo sendo aquela que acontece no mesmo tempo (com horário definido como numa comunicação por chat ou numa aula ao vivo) ainda assim dependerá de alguma tecnologia para se efetivar. E como em todo outro meio social, para se trabalhar em grupo precisaremos entender que iremos nos deparar com diversidades e identidades diferenciadas. Não precisamos concordar com todas elas, mas precisamos sim respeitar as diferenças de posicionamento, culturais, religiosas e crenças. Além disso, vamos lidar o tempo todo com habilidades e conhecimentos também diferentes dos nossos e precisamos buscar adaptar cada qual ao seu ponto forte! Unidade II 37 Tecnologias e Sociedade Você pode aprender muitas coisas ao trabalhar em grupo e em rede. Nesse ambiente de trabalho você poderá compartilhar ideias, conhecer as diferentes opiniões, desenvolver seu poder de negociação e diplomacia e, durante o desenvolvimento, encontrar soluções muito diferentes das quais você teria pensado se estivesse trabalhando de forma isolada. Parizotto5 diz, em uma matéria com dica para profissionais, que trabalhar em equipe é uma das competências mais valorizadas pelo atual mercado de trabalho. Embora os profissionais tenham consciência desta necessidade, muitos enfrentam dificuldades em realizar tarefas e desempenhar suas habilidades em conjunto com outras pessoas. É preciso compreendermos o significado do trabalho em equipe. Entende-se que nestas situações, cada integrante compartilha objetivos e resultados em comum, ou seja, é a somatória de conhecimentos, capacidade de pesquisa e atitudes de cada um dos membros. A equipe deve ser um ser único que se forma com a união dos esforços, explica Parizotto. Veja abaixo algumas dicas importantes da revista eletrônica UNIVERSIA BRASIL2 para se trabalhar em grupo: 5 http://www.dicasprofissionais.com.br/equipe-de-trabalho/ Tudo isso, no fundo, é uma forma de se preparar para a vida profissional. Universia Brasil1 mostra em um de seus artigos que os trabalhos em grupos são feitos para desenvolver as habilidades de liderança e melhorar a comunicação com os colegas. Mesmo assim, esse tipo de atividade ainda causa receio nos estudantes, pois o trabalho não depende apenas de um indivíduo e é difícil saber quais são os colegas que vão colaborar para o bom desenvolvimento do projeto. Unidade II http://www.dicasprofissionais.com.br/equipe-de-trabalho/ 38 Tecnologias e Sociedade 1. Escolha os membros do grupo sabiamente Escolher os membros do grupo é o primeiro passo para um trabalho de sucesso. Embora não seja fácil, você deve prestar atenção nos hábitos dos seus colegas para saber quais são aqueles que entregam as atividades na data certa e que são dedicados. Tente não escolher quem vai fazer parte do seu grupo baseado na amizade, já que o resultado do trabalho depende de uma equipe organizada e esforçada. 2. Escolha os melhores veículos de comunicação Como a sua equipe pode se comunicar da melhor forma? Pense em todos os meios de comunicação disponíveis, como redes sociais, telefone e torpedos. Então, escolha a forma mais fácil para todos os membros da equipe e pegue os contatos de todos eles. Assim, você não terá problemas para conversar durante o desenvolvimento do trabalho. 3. Defina prazos Definir prazos é importante para a organização do trabalho. Marque datas de reuniões que sejam convenientes para todos os membros do grupo e defina uma data razoável para cada um entregar a sua parte do projeto. Unidade II 39 Tecnologias e Sociedade 4. Seja o líder Não tenha medo de assumir a posição de maior responsabilidade na equipe. Seja o líder do grupo e saiba como você pode organizar os seus colegas para alcançar um bom resultado. Assim, você irá desenvolver as suas qualidades de liderança e garantir que as coisas não fujam do controle. 5. Mantenha-se positivo Por mais agitadas e complicadas que as coisas possam estar, seja positivo. O resultado final do trabalho depende da motivação e dedicação da equipe e se todos estiverem estressados e sobrecarregados esse resultado pode não ser tão bom. Aproveite para incentivar os seus colegas de trabalho a também continuarem positivos. Em se tratando de EaD, no nosso ambiente virtual de aprendizagem, você acha que o trabalho em grupo será mais fácil ou mais difícil de ser desenvolvido? O que teremos a nosso favor para trabalhar em grupo e a distância? Quais serão as possíveis dificuldades com as quais poderemos nos deparar? E quais tecnologias estarão a nosso favor? Unidade II 40 Tecnologias e Sociedade Na verdade, tudo não passa de um quebra-cabeça que deve ser montado coletivamente, com a participação de todosos integrantes nos estudos. Para isso é preciso organização, bom senso e arregaçar as mangas para pesquisar. É válido ressaltar que, para uma equipe evoluir, todos necessitam estar entrosados e empenhados em cada tarefa, portanto, não existe espaço para o individualismo. Tanto o sucesso quanto o fracasso serão a responsabilidade de todos e não de um membro só. Tenham em mente que as TICs serão aliadas neste momento. Utilizar redes sociais, blogs, wiks para compartilhamentos de ideias será essencial. Já que estamos estudando em uma modalidade a distância vamos evidenciar tecnologias que propiciam a colaboração em rede. Lembrar sempre: tudo dentro de normas e éticas de conduta, como mencionado anteriormente. 2.3 Comunicação e linguagens na internet A internet, dadas as suas particularidades, adota formas específicas que orientam seu estilo de comunicação e linguagem. Muitas vezes esses “estilos” estão relacionados à necessidade de agilidade, outras vezes, devido à dificuldade de expormos nossas emoções e conotações na comunicação textual via internet, o uso de alguns artifícios se torna imprescindível. Nesse item vamos conhecer um pouco algumas regras de “etiquetas” da internet e entender um pouco mais da linguagem utilizada nesse contexto cibernético. Dados os contextos e concepções, é relevante pontuarmos que o trabalho em grupo não pode ser desenvolvido como uma “colcha de retalhos”. Não pode ser um trabalho em que cada pedaço é feito por um estudante e depois juntam-se todas as partes, de qualquer jeito e pronto! O resultado será um desastre. Cuidado! Essa é a forma errada de construir um trabalho em grupo. Unidade II 41 Tecnologias e Sociedade 2.3.1 Netiquetas Segundo Silva (s/d)6 “etiqueta é uma ciência do comportamento humano. A convivência humana estabeleceu condutas que definem o que rejeita ou o que aceita para o bem comum. As atitudes socialmente aceitáveis ou esperadas são estudadas e aplicadas através das regras de etiqueta”. Para você que estará agora estudando a distância é importante saber como se comportar perante os professores, tutores e colegas dentro dos ambientes virtuais e na web. As regras de comportamento são necessárias em qualquer tipo de convívio social, então na internet isso não seria diferente. O conceito de netiqueta pode ser compreendido, tomando o sentido da palavra ao pé da letra: “Net” de rede (network) e “Etiqueta” de boas maneiras. 6 http://www.infoescola.com/comportamento/netiqueta/ NET ETIQUETA Papel de intermediar a boa comunicação e prezar por uma vivência virtual harmônica Você sabia que na internet também adotamos etiqueta (regras de boas maneiras) para estudar, trabalhar e nos comunicar? Na internet as regras de etiqueta são chamadas de NETIQUETAS. Unidade II 42 Tecnologias e Sociedade Netiqueta é para quem deseja que a Internet continue sendo um lugar legal para encontrar pessoas, trocar ideias, músicas e vídeos com o mínimo de violência e perigo. Temos desenvolvido nossas relações sociais no ambiente da internet, por isso são necessárias outras regras de convívio e de comunicação para assegurar a boa convivência na rede, esse é o objetivo da "Netiqueta". Como a internet e a comunicação dentro do ambiente virtual ainda são fatos relativamente novos, as regras de comportamento estão sendo construídas aos poucos por todos os internautas. Mesmo assim, já podemos arriscar a fazer uma lista de normas básicas no ambiente virtual e na web que já valem para muitos internautas que conversam por chat, mensagens ou comunicador instantâneo. Após ter assistido aos vídeos, seguem algumas sugestões de netiquetas indicadas pelo site por netiquetate7 que podem contribuir para o uso educado e seguro da Internet: 7 http://netiquetate.com/ Vamos assistir aos vídeos abaixo. Eles nos mostrarão breves reportagens e um resumo com algumas regras básicas e importantes para esse convívio virtual: https://www.youtube.com/watch?v=q5NXJsmWaFo #t=31 https://www.youtube.com/watch?v=kYpANxK1BCk Unidade II https://www.youtube.com/watch?v=q5NXJsmWaFo#t=31 https://www.youtube.com/watch?v=q5NXJsmWaFo#t=31 https://www.youtube.com/watch?v=kYpANxK1BCk 43 Tecnologias e Sociedade Emotions Utilize poucos emoticons, tanto em salas de bate papo quanto nos e-mails. Eles são úteis para expressar emoções e dar uma ideia de expressão facial e tom de voz, entretanto, podem poluir e dificultar a comunicação :-). É fácil e divertido usar emoticons e você pode até criar os seus próprios. :-} Letras MAIÚSCULAS Não envie aquilo que você não gostaria de receber. Evite utilizar para expressar sentimentos, conversar ou passar emails: letras maiúsculas no ambiente virtual significam falar alto ou gritar com o correspondente e isso pode ser mal interpretado. Evite mensagens públicas, recados e correntes Se você precisa se dirigir à determinada pessoa, faça isso diretamente a ela. Evite encaminhar mensagens para todos os contatos. Nunca pratique spam (mensagens automáticas ou mensagens para muitos destinatários). Não faça propaganda e marketing em ambientes virtuais de estudo, isso pode ser contra norma das Universidades. Unidade II 44 Tecnologias e Sociedade Envio de mensagens Não envie aquilo que você não gostaria de receber. Evite gírias pesadas e palavrões. Seja sempre educado e cortês. Sempre informe o assunto da mensagem de forma clara e específica. Faça a verificação gramatical e ortográfica de seu texto. É desagradável receber mensagens cheias de erros ou sem pontuação correta principalmente em ambientes virtuais de estudos. Atenção ao novo acordo ortográfico. Chats Não deixe ninguém esperando por resposta em chats. É sempre legal ser educado e atencioso. Se quiser interromper a conversa, avise e se despeça antes de desligar. Em ambientes virtuais de estudo tome cuidado com a escrita e seja educado. Agora pesquise um pouco mais sobre mais regras de netiquetas. Você encontrará várias e novas formas de ter um comportamento harmônico na internet. Estamos em constante mudanças e com certeza você encontrará alguma regra nova. Compartilhe conosco sua pesquisa. http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/informatica/net iqueta.htm http://www.dicasdeetiqueta.com.br/netiqueta/ Unidade II http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/informatica/netiqueta.htm http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/informatica/netiqueta.htm http://www.dicasdeetiqueta.com.br/netiqueta/ 45 Tecnologias e Sociedade 2.3.2 Internetês Agora que entendemos como se comportar educadamente na web vamos aprender uma nova forma de linguagem que predomina no mundo da internet: a linguagem chamada internetês. Segundo o site do Brasil Escola8 (2014) o internetês é a linguagem utilizada no meio virtual, mais precisamente nas salas de chat, comunicador online, blogs e redes sociais. Como foi se tornando uma prática na vida de todas as pessoas que utilizam esses serviços passaram a abreviar as palavras de forma que essas se tornaram uma configuração padronizada. É uma prática comum entre os adolescentes que, acostumados com a rapidez do mundo dos instantâneos e dos descartáveis, utilizam como meio de agilizar e dinamizar as conversas. 8 http://www.brasilescola.com/educacao/o-internetes-ortografia.htm Na verdade, não podemos dizer que é uma linguagem correta no meio acadêmico para se comunicar, portanto tome cuidado ao utilizar esse tipo de linguagem em participaçõesde fóruns, trabalhos escolares e em ambientes virtuais de estudo. No turbilhão das informações automáticas em rede, essa forma de expressão pela palavra surgiu entre os adolescentes que buscavam formas rápidas de conversação nas salas de bate-papo, bem como nos mensageiros instantâneos. Unidade II 46 Tecnologias e Sociedade Figura 01: Internetês Fonte: Design EaD Como se não bastasse, criaram os bichinhos e palavras que piscam o tempo todo, chamados gifs, para os bate-papos tornarem-se mais atrativos. Para a linguagem escrita, principalmente acadêmica essa não é uma prática vantajosa, pois essa forma de grafia pode perder as formas padrões da ortografia, assim podemos ficar comprometidos pela falta de contato com a grafia correta. Portanto, é preciso compreender que, por mais que a nossa vivência no mundo virtual influencie as interações sociais fora dele, temos que atentar para o contexto em que estamos inseridos no momento do diálogo, para quem estamos destinando a mensagem, e a partir disso escolhermos entre o formal ou o informal, neste caso o “internetês”. Unidade II 47 Tecnologias e Sociedade Finalizando estes dois tópicos podemos entender que a linguagem em qualquer ambiente, seja presencial ou virtual, é importante para boa comunicação e educação :-). As netiquetas nos ajudam a nos comportar de maneira educada dentro das redes e nos contatos a distância. Quanto ao internetês, o seu uso não é proibido, mas devemos saber onde, quando e quanto usar. A reportagem a seguir apresente a opinião de uma especialista nesta área e diz como esse tipo de escrita pode prejudicar no meio profissional. http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2013/10/uso-do- internetes-pode-prejudicar-futuro-profissional-diz- especialista.html E você faz o uso do internetês com que frequência? Em que tipos de ambientes utiliza essa forma de escrita? Acha adequado o uso em qualquer ambiente? Reflita sobre isso! Unidade II http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2013/10/uso-do-internetes-pode-prejudicar-futuro-profissional-diz-especialista.html http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2013/10/uso-do-internetes-pode-prejudicar-futuro-profissional-diz-especialista.html http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2013/10/uso-do-internetes-pode-prejudicar-futuro-profissional-diz-especialista.html 48 Tecnologias e Sociedade Buscar a compreensão da importância da autonomia, da colaboração e da autoria para o perfil acadêmico e profissional da atualidade. Discorrer sobre a importância da interação para busca do conhecimento Identificar as condutas éticas que circundam o plágio acadêmico e sua relação com o novo perfil profissional. Ciclo 03 Autonomia do aluno Interatividade, Interação, colaboração e o processo de aprendizagem Autoria e plágio Unidade III – Novo perfil profissional: autonomia/dependência, interação, autoria e colaboração Objetivos da Unidade Plano de Estudos III 49 Tecnologias e Sociedade 3.1 Introdução A multidisciplinaridade, a proatividade, autonomia para tomada de decisões são algumas das qualidades mais procuradas nos profissionais para o mercado de trabalho. O profissional desse novo século precisa ter uma visão mais generalista, estar predisposto às mudanças, ser flexível, criativo, saber trabalhar em equipe, entre outras tantas qualidades que o atual mercado de trabalho exige. Um profissional que foi bom ontem, hoje já pode não ser tão bom quanto antes e amanhã estará ultrapassado se não for se adequando às novas tecnologias e competências exigidas na contemporaneidade. Pereira, (2013) diz que atualmente, valoriza-se um novo perfil que está para além do simples domínio de habilidades motoras e com disposição para cumprir ordens. A modernização tecnológica tem exigido um preparo além do que já temos, fazendo com que a educação continuada se torne uma nova prática considerada produtiva e competitiva para o profissional da atualidade. Para ganhar no mercado competitivo é imprescindível saber aprender e ser capaz de ativar conhecimentos que habilitem a propor soluções criativas, bem como possuir atitudes inovadoras dentro da organização. Estamos em plena revolução do conhecimento onde o trabalho manual perde o valor, abrindo oportunidades para a experiência habilidosa e capacidade de abstração. A capacidade de aprender é fundamental para qualquer setor que vive em constante reestruturação e mutação. O sujeito produtivo é aquele capaz de aprender e gerir uma realidade que está permanentemente em transição e que necessita agir com autonomia, interagir com os outros, colaborar e contar com a colaboração de várias outras pessoas. Unidade III 50 Tecnologias e Sociedade Essas qualidades se encaixam e são pertinentes no contexto de quem se propõe a estudar a distância. A modalidade de EaD pode auxiliar o aluno a desenvolver essas características no âmbito educacional e expandir para o ambiente profissional. É sobre isso que vamos discutir nesses próximos tópicos. 3.2 Importância da autonomia do aluno Ramos (2011) diz que o estudo sem a presença regular de colegas e professores desafia o aluno a superar suas limitações pessoais e desenvolver sua capacidade de aprender autonomamente, de aprender a aprender. Este é um processo que exige um grande envolvimento e interação do aprendiz com os formadores e com seus pares. A instituição coloca à disposição do aluno todo seu sistema (recursos materiais e humanos, redes de comunicação) para dar suporte a sua caminhada. Por outro lado, o aluno deve mergulhar, assumindo para si, também, a responsabilidade de sua formação. Parte do texto que segue foi adaptado de Moreira e Tavares (2006). O autor Pretti (2000) nos auxiliará com essas primeiras definições. Para ele devemos considerar aqui apenas dois aspectos indissociáveis: o político e o pedagógico. Antes de iniciar a discussão sobre a importância da autonomia no processo de aprendizagem, vamos primeiro entender o significado dessa palavra. O que significa ter autonomia ou ser autônomo? Quais os sentidos que essa palavra carrega? Unidade III 51 Tecnologias e Sociedade Para os gregos, significava a capacidade de cada cidade se autogovernar, de elaborar seus preceitos, suas leis, dos cidadãos decidirem o que fazer. Era o pleno direito à liberdade política e econômica. Cada cidade um estado, um estado democrático. Por outro lado, significava a recusa à subjugação a um rei, a um tirano, a grupos oligárquicos e a afirmação do ser-cidadão e a negação do ser- escravo. Era uma qualidade inerente ao ser cidadão9. Autonomia, pois, rima com democracia, com cidadania. Sabemos, porém a luta que se trava nos bastidores, para que a autonomia pudesse ser exercida. Havia resistência, pois autonomia representava perda para quem estava no poder, para quem se colocava no outro lado da relação como detentor do “saber” e das decisões a serem tomadas. 9 Não esqueçamos que, na Grécia Clássica, a categoria “cidadão” era restrita a uma parcela reduzida da sociedade, pois dela estavam excluídos os escravos, os libertos, os estrangeiros e as mulheres. Em sua etimologia, autonomia vem do grego, resultado da composição do pronome reflexivo, com posição atributiva, autós (próprio, a si mesmo) com o substantivo nomos (lei, norma, regra). Conceito Na relação pedagógica, autonomia significa, de um lado, reconhecer no outro sua capacidade de ser, departicipar, de ter o que oferecer, de decidir, de não desqualificá-lo, pois, a educação é um ato de liberdade e de compartilhamento. E, nesse sentido, ela revela sua estreita e indissociável ligação com o político. Unidade III 52 Tecnologias e Sociedade Por outro lado, significa a capacidade que o sujeito tem de tomar para si sua própria formação, seus objetivos e fins; isto é, tornar-se sujeito e objeto de formação para si mesmo (PINEAU, p. 3). Não é fácil para o aluno, que se coloca como “aprendiz” da formação do seu conhecimento. Comecemos considerando a definição de Preti (2000, p. 27) que diz que a educação a distância coloca-se então, como um conjunto de métodos, técnicas e recursos, posto à disposição de populações estudantis dotadas de um mínimo de maturidade e de motivação suficiente, para que, em regime de autoaprendizagem, possam adquirir conhecimentos ou qualificações a qualquer nível. Este conceito infere a necessidade de características especiais nos alunos para que a educação a distância seja realizada. Remete-nos a importância do perfil do aluno para o EaD que requer do mesmo autonomia para determinar os tempos e espaço de estudo. Entretanto, Litwin (2001) destaca que a autonomia não deve ser confundida com autoditatismo, pois nesta modalidade de ensino o aluno conta com uma proposta pedagógica e didática além de uma infraestrutura de apoio. Para Fiuza, Matuzawa e Martins (2001) a autonomia leva a uma característica essencial da educação a distância: o estudo independente. Este conceito foi inicialmente desenvolvido por Charles A. Wedemeyer, da Universidade de Wisconsin e frequentemente é usado para descrever a educação a distância no nível universitário. Mas então, na EaD, em que consiste a autonomia do aprendiz no processo ensino-aprendizagem? O que ela significa? Unidade III 53 Tecnologias e Sociedade De acordo com os conceitos de autonomia e estudo independente, o aluno adulto é o que mais se adapta ao modelo da EaD. Dentre as justificativas, acredita- se que o adulto tenha capacidades reais de efetuar tarefas mais complexas, elaborar sínteses e hipóteses. Reforçando novamente que existem diferenças entre aprender com autonomia e ser autodidata, podemos dizer que se fosse possível existir um único ser humano a viver de forma solitária, isolado de tudo e de todos, sem contato com nenhum outro background cultural, então poderíamos falar estritamente de alguém aprendendo sozinho. Mas mesmo quando estamos sem outros seres humanos por perto, pensamos e nos comportamos segundo princípios emanados de nossa inserção numa sociedade determinada, num momento histórico determinado. Nunca pensamos sozinhos, com apenas nossa cabeça: quando pensamos, temos toda uma cultura e uma sociedade pensando junto com a gente. Autonomia não significa, portanto, aprender sozinho, sem a ajuda de outros, posto que, num maior ou menor grau, de forma direta ou indireta, temos sempre a colaboração de alguém - um escritor, um programador, um educador, um pai, um amigo, enfim outros seres humanos - que nos ajuda a aprender mesmo quando não temos nenhum outro ser humano por perto. Autonomia tem muito mais a ver com um certo grau de independência e liberdade para escolher o que queremos aprender, onde podemos procurar ajuda e com quem desejamos estar para aprender. Unidade III 54 Tecnologias e Sociedade Pessoas que desenvolveram maior autonomia podem ajudar outras a aprender e podem aprender junto com outras com mais facilidade, sem criar vínculos de dependência infantilizantes e imobilizadores. Também o chamado "autodidata" não é alguém que aprende sozinho, mas sim alguém que possui um tal grau de autonomia que pode organizar-se para aprender, identificando com mais facilidade, onde, com quem, como e quando aprender. Azevedo (2003) diz que estamos sempre ligados a outros o tempo todo, seja do ponto de vista cognitivo, seja do ponto de vista afetivo, seja do ponto de vista físico-orgânico. O indivíduo considerado em si mesmo, sozinho, isolado, é uma ficção, uma abstração realizada pelo tipo de recorte necessário para a abordagem psicológica. Serve a finalidades puramente analíticas. Não pode ser levado a sério o tempo todo em todos os domínios, muito menos na educação. Autonomia nunca se opõe a aprendizagem colaborativa. Aliás, algum grau de autonomia é fundamental para que a aprendizagem colaborativa aconteça. Conceito Segundo Valente (1999) o aluno precisa ser ativo, sair da passividade de quem só recebe, para se tornar ativo caçador da informação, de problemas para resolver e de assuntos para pesquisar. Isso implica ser capaz de assumir responsabilidades, tomar decisões e buscar soluções para problemas complexos que não foram pensados anteriormente e que não podem ser atacados de forma fragmentada. Finalmente, ele deve desenvolver habilidades, como ter autonomia, saber pensar, criar, aprender a aprender, de modo que possa continuar o aprimoramento de suas ideias e ações, sem estar vinculado a um sistema educacional. Ele deve ter claro que aprender é fundamental para sobreviver na sociedade do conhecimento. Conceito Unidade III 55 Tecnologias e Sociedade Esses significados nos remetem às fronteiras de outros significados. Ter autonomia significa ser “autoridade”, isto é, ter força para falar em próprio nome, poder professar (daí o sentido de ser “professor”) um credo, um pensamento, ter o que ensinar a outrem, ser possuidor de uma mensagem a ser proferida. Em outras palavras, é ser autor da própria fala e do próprio agir. Daí a necessidade da coerência entre o dizer e o agir, entre a ação e o conhecimento, isto é, a não separação destes dois momentos interdependentes. De acordo com Preti (2000) Autonomia, autoformação, autoaprendizagem, aprendizagem aberta, aprender a aprender, autoregulação, autopoiésis, etc. são terminologias diferentes que remetem a concepções e práticas diferenciadas, mas que têm em comum recolocar o aprendiz como sujeito, autor e condutor de seu processo de formação, apropriação, reelaboração e construção do conhecimento. Buscam superar tanto as concepções que colocam em foco os “determinantes externos” (empirismo) como os “determinantes internos” (apriorismo) caminhando em direção a uma visão relacional e interacionista (dialética). E a autonomia esperada no contexto da EaD nos leva a autoaprendizagem. Então vamos entender um pouco como se define e como deve ser esse processo. Não existem receitas mágicas e nem ponto final para tratarmos ou definirmos autonomia ou autoaprendizagem mas, a modo de encerramento, resumidamente, aponta-se os principais aspectos salientados por Preti (2000), para que possamos refletir sobre eles. Unidade III 56 Tecnologias e Sociedade AUTOAPRENDIZAGEM É uma prática construída e consolidada em práticas e sistemas alternativos, como a EAD, onde toda estrutura de suporte e procedimentos é posta para que aconteça o ato educativo e não a instrução. É uma tarefa pessoal, pois o aprendiz deve chamar para si seu processo de aprendizagem, tomar posição e assumir compromisso consigo e com a instituição onde atua. É também uma tarefa coletiva, de corresponsabilidade entre o aprendiz e a instituição que oferece o serviço. A responsabilidade da aprendizagem não pode estar concentrada somente no aprendiz. Devem atuar eficientemente todos os suportes necessários para um sistema de EAD (administrativo, pedagógico, cognitivo, afetivo, etc.). É também um processo de interaprendizagem,
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