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Localização: baço está localizado na cavidade peritoneal, na porção posterior do quadrante superior esquerdo, abaixo do diafragma e adjacente à 9ª, 10ª e 11ª costelas, estômago, cólon e rim esquerdo. Constituição: O baço é constituído pela polpa vermelha e pela polpa branca e é envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo. Irrigação: A irrigação se dá através da artéria esplênica que penetra a cápsula na região do hilo, ramificando-se em vasos menores. Funções: sensação de peso e desconforto no hipocôndrio ou hemiabdome esquerdo dor referida no ombro esquerdo, dor pleurítica saciamento precoce (secundário a compressão do estômago). Exame Físico A esplenomegalia representa um aumento do tamanho do baço, que pode ser verificado no exame físico ou em exames de imagem. Não deve ser considerada uma doença, mas sim parte de um quadro clínico mais amplo e por isso deve determinar a busca de outros sintomas e sinais que permitam a identificação da afecção primária. ANATOMIA ESPLÊNICA - Órgão linfopoiético: É o principal órgão onde ocorrem as respostas imunológicas a antígenos veiculados pela circulação, enquanto os linfonodos respondem a antígenos transportados pela linfa. O baço retira da circulação hemácias senescentes, bactérias, e outras partículas, através do sistema monócito macrofágico (reticuloendotelial) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DIAGNÓSTICO O diagnóstico de esplenomegalia pode ser feito pelo exame físico com a palpação e percussão do baço de tamanho aumentado. Exames de Imagem Raciocínio Diagnóstico Lúpus Linfomas Hepatites Leishmaniose visceral Malária Anemias HIV Cistos ou abscessos esplênicos IC Cirrose hepática - tomografia computadorizada, - ressonância magnética, - ultrassom, - cintilografia - PET-scan. - No caso de dúvida, com suspeita de infecção pode ainda ser realizado aspirado ou biópsia de linfonodos e medula óssea. A biópsia de medula óssea é feita diante da suspeita de neoplasia hematológica. A identificação da esplenomegalia deve levar a uma investigação etiológica para o tratamento da afecção primária. Para isso deve-se formular suspeitas com base na história clínica do paciente e conduzir a investigação diagnóstica com base nelas. Além da história clínica e exame físico, devem ser realizados: - hemograma, - esfregaço de sangue periférico, - função hepática, - sumário de urina, - radiografia de tórax - sorologia para HIV. As principais manifestações laboratoriais das esplenomegalias são as citopenias periféricas, isoladas ou combinadas. A mais comum é a trombocitopenia, seguida de anemia e mais raramente granulocitopenia. Essas manifestações devem-se à retenção de células no baço (e sua eventual destruição) e hiperplasia dos precursores na medula óssea. ETIOLOGIAS @med.resumosdabhia Insuficiência cardíaca direita Colestase extra-hepática de etiologia benigna ou maligna Cirrose Fibrose esquistossomótica Hepatite Esteatose Neoplasias Linfomas Principais causas de Hepatomegalia: A esplenomegalia pode ser causada por várias doenças e isso termina por interromper as suas funções. Esse é o principal problema de saúde associado ao baço. Podem resultar num alargamento do órgão enfermidades como calazar, anemia, linfoma, malária, lúpus sistêmico, leucemia, doenças hepáticas como a cirrose e infecções diversas. O aumento de tamanho é consequência da concentração de glóbulos e plaquetas, o que pode aumentar o risco de outras doenças e infecções. Quando acontece a remoção cirúrgica do baço inteiro, a maior parte das funções do baço é absorvida pelo fígado, gânglios linfáticos e outros órgãos do corpo. Se a remoção for apenas parcial, no entanto, o órgão pode se regenerar. Lupébhia Tarlé A hepatoesplenomegalia é um diagnóstico sindrômico caracterizado pelo aumento do volume do fígado e baço provocado geralmente por uma grande atividade de defesa imunológica do organismo. Avaliação laboratorial Avaliação de imagem Meios auxiliares de diagnóstico: o Hemograma o Hemocultura o Bilirrubinas o Tempo de protrombina o Fosfatase alcalina, GGT, Transamínases o Albumina o Amónia o Ecografia o Tomografia computorizada o Ressonância magnética o Cintigrafia o Colangiografia o Angiografia o Biópsia História clínica: Exame físico: Hepatomegalia Esplenomegalia Hepatoesplenomegalias agudas: Os pacientes com hepatoesplenomegalia aguda manifestam-se, geralmente, com quadro de febre, aumento do volume abdominal e podem ter ainda linfoadenopatia periférica. Em geral, as hepatoesplenomegalias agudas têm como causa etiológica doenças infecciosas. Podem ser causada pelo Toxoplasma gondii, EBV (Epstein-Barr Vírus), CMV (citomegalovírus) e pelo vírus da hepatite B. Hepatoesplenomegalias crônicas: A presença de febre pode sugerir quadro infeccioso, mas também é frequentemente encontrada em quadros autoimunes (LES) e neoplasias (linfomas e leucemias). A perda de peso pode sugerir a presença de neoplasia, mas muitas infecções crônicas também se manifestam com quadro consumptivo, como leishmaniose e tuberculose. Classificação: o A hepatomegalia é o aumento do volume hepático. O fígado aumentado apresenta um comprimento superior a 12 cm (ou 10 cm na ♀ ) na linha médio- clavicular direita e é geralmente palpável abaixo do rebordo costal direito. o A esplenomegalia é o aumento de volume do baço, com ou sem alteração da sua função. o Classificação de Adams (dependente do volume): Aumento ligeiro: 1 a 2 cm; Aumento moderado: 3 a 7 cm; Aumento marcado: > 7 cm. o Classificação segundo o peso: Esplenomegalia ligeira: < 500 g; Esplenomegalia moderada: 500 a 1000 g; Esplenomgalia maciça: > 1000 g. Abordagem clínica: o História clínica e Exame físico o Exames complementares o Idade, Sexo o Sintomas constitucionais: Astenia; Náuseas/vómitos; Anorexia; Perda ponderal o Sintomas locais: Dor; Massas abdominais; Distensão abdominal o Antecedentes pessoais: Hábitos alcoólicos; Hábitos sexuais; História medicamentosa; Viagens recentes o Antecedentes familiares Inspeção: - Distensão abdominal - Circulação colateral - Aranhas vasculares - Icterícia - Ascite - Edemas - Tumefacção no QSE, móvel com a respiração (apenas presente na esplenomegalia exuberante). Hepatomegalia Esplenomegalia Fígado Ptose hepática Biótipo macroesplâncnico Lesão subdiafragmática Descida do diafragma Lobo de Riedel Baço Fígado Ausculta: - Fluxo hepático aumentado → lesões vasculares - Sopro arterial → neoplasia ou hepatite alcoólica aguda - Sopro venoso localizado entre o apêndice xifóide e o umbigo → hipertensão portal - Sopros ou atritos agudos associados à respiração → inflamação da superfície peritoneal Palpação: - Doente em decúbito dorsal, relaxado, com braços ao longo do corpo e respiração lenta e profunda. A palpação inicia-se na fossa ilíaca direita e continua seguindo a linha médio- clavicular, progredindo a cada expiração. - Método de Chauffard - Método de Mathieu A sua palpação não significa hepatomegalia, sendo necessário confirmar através da percussão e métodos de imagem. Razões para a palpação do bordo abaixo do rebordo costal: - Doente em decúbito dorsal, relaxado, com braços ao longo do corpo e respiração lenta e profunda. A palpação inicia-se na fossa ilíaca direita e continua segundo a linha de crescimento do baço, progredindo a cada expiração. (normalmente não é palpável). Percussão: - Inicia-se no 3º espaço intercostal direito e continua pela linha médio-clavicular até encontrar o bordo superior. Para determinar o bordo inferior começa na fossa ilíaca direita seguindo a mesma linha. Deve ser forte no tórax (para distinguir o som pulmonar do som hepático) e leve no abdómen (para não fazer vibrar as ansas intestinais). - Normalmente o bordo superior encontra-se entre o 5º e o 7º espaço intercostais e o inferior posteriormente ao rebordo costal. - Na hepatomegalia o bordo superior e inferior estão afastados mais de 12 cm (10 cm na ♀ ) ao longo da linha médio-clavicular. Lupébhia Tarlé Alice Coelho Anício Pereira Hepatoesplenomegalias Causasde Hepatoesplenomegalia: o Infecciosas: Malária; Mononucleosa Infecciosa; Hepatite Viral; Abscesso; Sífilis; Tuberculose; Histoplasmose; Esquistossomose; Calazar; Doença de Chagas. o Doenças do Colágeno: Artrite Reumatóide Juvenil; Lúpus eritematoso sistêmico. o Doenças Hematológicas: Anemias hemolíticas. o Doenças Metabólicas: Doença de Gaucher; Doença de Niemann-Pick; Amiloidose; Hemossiderose transfusional; Mucopolissacaridoses; Galactosemia congênita; Histiocitose; Síndrome de Fanconi. o Neoplasias: Leucemia. o Hipertensão Portal: Síndrome de Hipertensão portal; Insuficiência Cardíaca Prolongada. o Outras causas: Cistos; Hipervitaminose A; Hipertireoidismo; Sarcoidose; Osteoporose; Doenças de hipersensibilização. Hepatoesplenomegalias agudas: Os pacientes com hepatoesplenomegalia aguda manifestam-se, geralmente, com quadro de febre, aumento do volume abdominal e podem ter ainda linfoadenopatia periférica. Em geral, as hepatoesplenomegalias agudas têm como causa etiológica doenças infecciosas. Podem ser causada pelo Toxoplasma gondii, EBV (Epstein-Barr Vírus), CMV (citomegalovírus) e pelo vírus da hepatite B. Ainda, o HIV e a doença de Chagas podem manifestar-se com uma forma aguda, levando a hepatoesplenomegalia e linfoadenomegalia febril. A sífilis, em sua forma secundária, também pode ter uma apresentação clínica semelhante, embora predomine a linfoadenopatia, eventualmente com hepatite. A malária apresenta-se também como esplenomegalia febril. Embora a Alice Coelho Anício Pereira identificação dos surtos de febre possa auxiliar o diagnóstico, esta característica da doença pode estar ausente. A epidemiologia é fundamental para se suspeitar desta etiologia. Alguns pacientes com endocardite infecciosa podem manifestar-se com hepatoesplenomegalia. Nestes, há febre e a presença de sopro cardíaco favorece o estabelecimento de diagnóstico. Em geral, nos casos agudos de endocardite, o estado geral do paciente fica bastante prejudicado. Mais raramente, os pacientes com esta síndrome podem apresentar uma leucemia aguda com invasão de órgãos hematopoiéticos por blastos. Nestes casos, o hemograma pode auxiliar na identificação da neoplasia. Alguns pacientes terão queda do estado geral e poucos poderão ter exantema, que pode auxiliar no diagnóstico etiológico. Os pacientes com sífilis secundária podem apresentar exantema papular e linfonodos epitrocleares. Pacientes com mononucleose podem apresentar exantema após uso de ampicilina. Hepatoesplenomegalias crônicas: A presença de febre pode sugerir quadro infeccioso, mas também é frequentemente encontrada em quadros autoimunes (LES) e neoplasias (linfomas e leucemias). A perda de peso pode sugerir a presença de neoplasia, mas muitas infecções crônicas também se manifestam com quadro consumptivo, como leishmaniose e tuberculose. A presença e padrão de artrites podem oferecer também algumas pistas para o diagnóstico definitivo. A história epidemiológica é importante, bem como os hábitos e exposição a drogas. Em muitos casos, será importante realizar exames de imagem do abdômen para avaliar tamanho e textura de fígado e baço. Quando se suspeita de cirrose, marcadores de função e inflamação hepáticas avaliam as condições do fígado. Marcadores de doenças autoimunes podem também ser solicitados. No entanto, em muitos casos, o diagnóstico definitivo será feito com a retirada de algum material para análise histológica e cultura. Biópsias de medula óssea com mielograma e mielocultura e, às vezes, biópsias de fígado, de baço ou linfonodos ajudarão na identificação do diagnóstico etiológico. Classificação: o A hepatomegalia é o aumento do volume hepático. O fígado aumentado apresenta um comprimento superior a 12 cm (ou 10 cm na ♀) na linha médio-clavicular direita e é geralmente palpável abaixo do rebordo costal direito. o A esplenomegalia é o aumento de volume do baço, com ou sem alteração da sua função. o Classificação de Adams (dependente do volume): Aumento ligeiro: 1 a 2 cm; Aumento moderado: 3 a 7 cm; Aumento marcado: > 7 cm. o Classificação segundo o peso: Esplenomegalia ligeira: < 500 g; Esplenomegalia moderada: 500 a 1000 g; Esplenomgalia maciça: > 1000 g. Malária: o Zona endêmica. o Aparecimento de hepatoesplenomegalia poucos dias após aparecimento de febre. o Diagnóstico: gota espessa. Mononucleose infecciosa: o Esplenomegalia em 50% dos casos o Hepatomegalia discreta o Hepatoesplenomegalia associada à febre, faringite e tumefação dos linfonodos superficiais, especialmente os cervicais o Presença de anticorpos heterófilos e linfócitos atípicos no soro confirmam o diagnóstico. Hepatite viral: o Fora de zonas de grandes endemias é a principal causa de hepatomegalia na 2ª infância o Esplenomegalia somente nos casos mais sérios o Evolução: febre, anorexia, vômitos e dor abdominal, seguidos de icterícia, colúria e acolia fecal o ALT está sempre muito elevada Alice Coelho Anício Pereira o Sorologia confirma o diagnóstico Sífilis congênita: o Disseminação hematogênica do Treponema pallidum o Hepatomegalia em casos graves, associada à icterícia → hepatite intersticial difusa o Manifestações ao nascer: lesões cutâneas (pênfigo, erupções maculopapulosas e infiltração difusa), rinite (secreção purulenta e sanguinolenta e nariz em sela), alterações ósseas (osteocondrites e pseudoparalisia dos membros dolorosa- Parrot) e hepatoesplenomegalia o Diagnóstico: Rx ossos longos, sorologia e pesquisa do Treponema nas lesões cutâneas exsudativas Sífilis: o Agente causal: Treponema pallidum o Achados clínicos: lesões genitais, perianais, orais e/ou rectais, condilomas, hepatite, retinite o Diagnóstico o Imunofluorescência o Testes serológicos o (VDRL, RPR, FTA-ABS, TP-PA) o Tratamento: penicilina Tuberculose: o Nota-se hepatoesplenomegalia nas formas generalizadas (miliar) o É discreta o Baço muito grande não é Tuberculose o Raio-x de tórax, prova tuberculínea, PCR, exame do escarro o Isoniazida, rifampicina, pirazinamida, etambutol Histoplasmose: o Mais comum em zona rural, presença de aves, em lactentes e imunodeficientes o Hepatoesplenomegalia em casos graves o Sintomas: febre irregular, perda de peso, diarréia, palidez, infiltrados pulmonares com adenopatia mediastinal, ulcerações na pele e mucosas o Diagnóstico diferencial: TB (sem hipertrofia notável do baço e do fígado) o Anemia hipocrômica e leucopenia com linfocitose relativa o Diagnóstico: cultura ou prova de fixação de complemento Esquistossomose: o Zona endêmica o Hepatomegalia indolor, precedida por diarréia (Forma invasora inicial) o Hepatoesplenomegalia na fase crônica o Baço aumenta progressivamente + deposição de ovos no conduto portal + inflamação (Síndrome de Hipertensão Portal) → Forma Clássica o Diagnóstico: pesquisa de ovos do parasita + eosinofilia Doença de Chagas: o Contato com Triatomíneo o Na fase aguda, o fígado grande e doloroso e mais atingido do que o baço o HC: Leucocitose (diferente do Calazar) o Sinal de Romanã o Diagnóstico: Sorologia para Chagas Artrite reumatoide juvenil: o Baço hipertrofia-se em 1/3 dos casos o Quadro clínico: artrite, febre e adenopatias superficiais o Importante: diferenciar da doença reumática na fase inicial ( Não provoca esplenomegalia) Lúpus Eritematoso Sistêmico: o Atinge, predominantemente, mulheres, jovens, brancas o Esplenomegalia é muito freqüente o Quadro clínico: erupção malar, serosite, erupção discóide, fotossensibilidade, úlcera oral, artrite, distúrbios neurológicose hematológicos, anticorpo anti-nuclear Anemia hemolítica: o Baço é responsável pela hemólise o O baço aumenta nas fases agudas e a hipertrofia é leve nas fases de latência o Fígado aumenta discretamente e fica duro nos casos prolongados o Anemia, icterícia e esplenomegalia: hemólise Alice Coelho Anício Pereira o Pode ocorrer a tríade em infecções, só que a icterícia tem padrão obstrutivo o Crises de seqüestros o Doenças: anemia falciforme, talassemia major e anemia esferocitária congênita Leucemia: o Na fase aguda, a hipertrofia do baço é discreta e o órgão é mole e pouco doloroso o Na fase crônica, o baço é sempre palpável, duro e indolor o O fígado hipertrofia-se por infiltração do tecido leucêmico, tanto na fase aguda quanto crônica o Sintomas: palidez, perda de peso, febre, hemorragias o Diagnóstico: hemograma completo e mielograma Síndrome da Hipertensão Portal Prolongada: o Esplenomegalia é a manifestação central o Curso lento, insidioso, qualquer idade o Presença de varizes esofageanas e circulação colateral no abdome o Medula óssea hiperativa e hiperesplenismo o Obstrução: intra, extra e supra-hepática (Budd-Chiari) o Rim policístico: cistos nos rins e fígado. (Urografia excretora e biópsia hepática) Insuficiência Cardíaca Prolongada: o Cardiopatias graves, congênitas ou reumáticas, como a pericardite constritiva crônica, → descompensação → aumento da pressão venosa + congestão passiva do fígado e do baço → atrofia da polpa esplênica e substituição por tecido fibroso → esplenomegalia permanente Calazar: o Predomina em zonas rurais o Esplenomegalia e febre: quadro inicial o Hepatomegalia em menor grau e mais tardiamente o Polimicroadenopatia, tosse, febre contínua, perda de peso, anemia, hemorragia são comuns o HC: anemia, leucopenia com neutropenia e aneosinofilia o Redução de albumina e aumento de gamaglobulina o Diagnóstico: achado da Leishmania na medula óssea ou baço o Diagnóstico Diferencial: malária, esquistossomose e salmonelose septicêmica prolongada o Tratamento: Glucantime ou Anfotericina B Abordagem clínica: o História clínica o Exame físico o Meios auxiliares de diagnóstico História clínica: o Idade o Sexo o Sintomas constitucionais: Astenia; Náuseas/vómitos; Anorexia; Perda ponderal o Sintomas locais: Dor; Massas abdominais; Distensão abdominal o Antecedentes pessoais: Hábitos alcoólicos; Hábitos sexuais; História medicamentosa; Viagens recentes o Antecedentes familiares Exame físico: Inspeção: Hepatomegalia Distensão abdominal Circulação colateral Aranhas vasculares Icterícia Ascite Edemas Esplenomegalia Tumefacção no QSE, móvel com a respiração (apenas presente na esplenomegalia exuberante) Alice Coelho Anício Pereira Ausculta: Hepatomegalia Fluxo hepático aumentado → lesões vasculares Sopro arterial → neoplasia ou hepatite alcoólica aguda Sopro venoso localizado entre o apêndice xifóide e o umbigo → hipertensão portal Esplenomegalia Sopros ou atritos agudos associados à respiração → inflamação da superfície peritoneal Palpação: Fígado Método clássico Doente em decúbito dorsal, relaxado, com braços ao longo do corpo e respiração lenta e profunda. A palpação inicia-se na fossa ilíaca direita e continua seguindo a linha médio-clavicular, progredindo a cada expiração. Métodos complementares Método de Chauffard Método de Mathieu Normalmente o bordo inferior situa-se posteriormente ao rebordo costal e não é palpável. Se palpável é importante caracterizar o bordo: forma regularidade consistência nodularidade dor à palpação A sua palpação não significa hepatomegalia, sendo necessário confirmar através da percussão e métodos imagiológicos. Razões para a palpação do bordo abaixo do rebordo costal Ptose hepática Biótipo macroesplâncnico Lesão subdiafragmática Descida do diafragma Lobo de Riedel Baço Método clássico Doente em decúbito dorsal, relaxado, com braços ao longo do corpo e respiração lenta e profunda. A palpação inicia-se na fossa ilíaca direita e continua segundo a linha de crescimento do baço, progredindo a cada expiração. Métodos complementares Método de Naegeli Palpação bimanual Palpação em gancho Normalmente não é palpável. Se houver esplenomegalia a palpação deve ser suave para evitar a ruptura. São necessária manobras adicionais para distinguir o baço do rim esquerdo: O baço move-se inferiormente com a inspiração e tem um bordo agudo. Percussão: Fígado Inicia-se no 3º espaço intercostal direito e continua pela linha médio-clavicular até encontrar o bordo superior. Para determinar o bordo inferior começa na fossa ilíaca direita seguindo a mesma linha. Deve ser forte no tórax (para distinguir o som pulmonar do som hepático) e leve no abdómen (para não fazer vibrar as ansas intestinais). Normalmente o bordo superior encontra- se entre o 5º e o 7º espaço intercostais e o inferior posteriormente ao rebordo costal. Na hepatomegalia o bordo superior e inferior estão afastados mais de 12 cm (10 cm na ♀) ao longo da linha médio- clavicular. Baço A percussão começa posteriormente à linha axilar média esquerda, no 5º espaço intercostal esquerdo e continua em todas as direcções. Normalmente existe uma área de macissez entre a 6ª e a 10ª costelas. Quando há esplenomegalia o eixo longo do baço é superior a 13 cm (com início na linha axilar média esquerda e obliquamente em direcção à linha axilar anterior esquerda). Hepatomegalia: Aumento de volume generalizado, não nodular, sem icterícia Congestão devida a insuficiência cardíaca Cirrose Reticuloses Alice Coelho Anício Pereira Síndrome de Budd-Chiari Amiloidose Aumento de volume generalizado, não nodular, com icterícia Hepatite infecciosa Obstrução das vias biliares Colangite Aumento de volume generalizado, nodular, sem icterícia Metastização Cirrose macronodular Doença poliquística Carcinoma primário do fígado Aumento de volume generalizado, nodular, com icterícia Metastização extensa Cirrose Tumefacções localizadas Lobo de Riedel Metástase Quisto hidático Abcesso hepático Carcinoma primário do fígado Meios auxiliares de diagnóstico: Avaliação laboratorial o Hemograma o Hemocultura o Bilirrubinas o Tempo de protrombina o Fosfatase alcalina o (…) o 5’nucleotidase o GGT o Transamínases o Albumina o Amónia Avaliação imagiológica o Ecografia o Tomografia computorizada o Ressonância magnética o Cintigrafia o Colangiografia o Angiografia o Biópsia Esplenomegalia o Avaliação clínica: Os sintomas mais comuns produzidos por doenças que acometem o baço são a dor e sensação de peso no QSE. A esplenomegalia maciça pode causar saciedade precoce. A dor pode resultar do aumento de volume agudo do baço com estiramento, infarto ou inflamação da cápsula. Durante muitos anos, acreditou-se que o infarto esplênico era clinicamente silencioso, o que, às vezes, é verdadeiro. Entretanto, Soma Weiss, em seu clássico relato de 1942 sobre auto- observações feitas por um estudante de medicina de Harvard a respeito da evolução clínica da endocardite bacteriana subaguda, documentou que a dor intensa no QSE e a dor torácica pleurítica podem acompanhar a oclusão tromboembólica do fluxo sanguíneo esplênico. A oclusão vascular, com infarto e dor, é comumente observada em crianças com crises de anemia falciforme. A ruptura do baço, seja por traumatismo, seja por doençainfiltrativa que desintegra a cápsula, pode resultar em sangramento intraperitoneal, choque e morte. A ruptura propriamente dita pode ser indolor. Um baço palpável é o principal sinal físico produzido por doenças que afetam o baço e sugere aumento de tamanho do órgão. O baço normal pesa < 250 g, diminui de tamanho com a idade, situa-se, em condições normais, totalmente dentro da caixa torácica, possui um diâmetro cefalocaudal máximo de 13 cm na ultrassonografia ou comprimento máximo de 12 cm e/ou largura de 7 cm na cintilografia com radionuclídeo, sendo geralmente impalpável. Entretanto, foi encontrado um baço palpável em 3% de 2.200 estudantes universitários assintomáticos do sexo masculino. O acompanhamento realizado durante um período de 3 anos revelou que 30% desses estudantes ainda tinha baço palpável sem qualquer aumento na prevalência de doenças. Um acompanhamento de 10 anos não revelou nenhuma evidência de processos malignos linfoides. Além disso, em alguns países tropicais (p. ex., Nova Guiné), a incidência de esplenomegalia pode atingir 60%. Por conseguinte, o fato de um baço ser palpável nem sempre significa que há doença. Ainda que exista alguma doença, a esplenomegalia pode não refletir a doença primária, mas sim uma reação a ela. Por exemplo, em Alice Coelho Anício Pereira pacientes com doença de Hodgkin, apenas 66% dos baços palpáveis exibem comprometimento pelo câncer. No exame físico do baço, utilizam-se basicamente as técnicas de palpação e percussão. A inspeção pode revelar plenitude no QSE, que desce com a inspiração, achado associado a um baço maciçamente aumentado. A ausculta pode revelar um rumor venoso ou ruído de atrito. A palpação pode ser efetuada por palpação bimanual, rechaço e palpação a partir de cima (manobra de Middleton). Na palpação bimanual, tão confiável quanto as outras técnicas, o paciente deve ficar em decúbito dorsal com os joelhos fletidos. O médico coloca a mão esquerda sobre a parte inferior da caixa torácica e puxa a pele em direção à margem costal, permitindo que as pontas dos dedos da mão direita percebam a ponta do baço à medida que ele desce enquanto o paciente inspira de forma lenta, suave e profunda. A palpação é iniciada com a mão direita no quadrante inferior esquerdo, com movimento gradual em direção à margem costal esquerda, identificando, assim, a borda inferior de um baço com aumento maciço. Quando a ponta do baço é percebida, o achado é registrado em centímetros abaixo da margem costal esquerda em algum ponto arbitrário, isto é, 10 a 15 cm a partir do ponto médio do umbigo ou da junção xifoesternal. Isso permite que outros examinadores possam comparar os achados, ou que o examinador inicial determine a ocorrência de alterações no tamanho com o passar do tempo. A palpação bimanual com o paciente em decúbito lateral direito nada acrescenta ao exame em decúbito dorsal. A percussão para macicez esplênica é realizada por meio de qualquer uma das três técnicas descritas por Nixon, Castell ou Barkun: 1.Método de Nixon: o paciente é colocado sobre o lado direito, de modo que o baço fique em cima do cólon e do estômago. A percussão começa no nível inferior do som timpânico pulmonar, na linha axilar posterior, e prossegue diagonalmente ao longo de uma linha perpendicular em direção à margem costal anterior média. A borda superior da macicez fica normalmente 6 a 8 cm acima da margem costal. Presume-se que uma macicez > 8 cm em adulto indique esplenomegalia. 2.Método de Castell: com o paciente em decúbito dorsal, a percussão no espaço intercostal mais inferior, na linha axilar anterior (oitavo ou nono espaços) produz um som ressonante se o baço tiver tamanho normal. Isso ocorre durante a expiração ou a inspiração total. Um som maciço na percussão à inspiração completa sugere esplenomegalia. 3.Percussão do espaço semilunar de Traube: as bordas do espaço de Traube são a sexta costela superiormente, a linha axilar média esquerda lateralmente e a margem costal esquerda inferiormente. O paciente é colocado em decúbito dorsal com o braço esquerdo em leve abdução. Durante a respiração normal, efetua-se a percussão desse espaço da margem medial para a lateral, obtendo um som timpânico normal. Uma nota surda à percussão sugere esplenomegalia. Os estudos realizados que compararam os métodos de percussão e palpação com um padrão de ultrassonografia ou cintilografia revelaram sensibilidade de 56 a 71% para a palpação e de 59 a 82% para a percussão. A reprodutibilidade entre os examinadores é melhor para a palpação do que para a percussão. Ambas as técnicas são menos confiáveis em pacientes obesos ou nos que acabaram de comer. Por conseguinte, as técnicas de exame físico de palpação e percussão são imprecisas. Foi sugerido que o médico realize primeiro a percussão e, se positiva, proceda à palpação; se o baço for palpável, poderá ser afirmada, razoavelmente, a existência de esplenomegalia. Contudo, nem todas as massas no QSE são baços aumentados; tumores do estômago ou cólon, e cistos pancreáticos ou renais podem imitar a esplenomegalia. A presença de um baço aumentado pode ser determinada com maior Alice Coelho Anício Pereira precisão, se necessário, por cintilografia hepatoesplênica com radionuclídeo, TC, RM ou ultrassonografia. Esta última constitui o procedimento de escolha atual para a avaliação de rotina do tamanho do baço (normal = diâmetro cefalocaudal máximo de 13 cm), visto que tem alta sensibilidade e especificidade, sendo um procedimento seguro, não invasivo, rápido, móvel e de menor custo. As cintilografias nucleares são precisas, sensíveis e confiáveis, porém de elevado custo; além disso, exigem maior tempo para fornecer dados e utilizam um equipamento imóvel. Têm a vantagem de mostrar a presença de tecido esplênico acessório. A TC e RM fornecem uma determinação precisa das dimensões do baço, porém o equipamento é imóvel e os procedimentos são de custo elevado. A RM não parece oferecer vantagem alguma sobre a TC. As alterações na estrutura do baço, como lesões expansivas, infartos, infiltrados heterogêneos e cistos, são mais facilmente avaliadas pela TC, RM ou ultrassonografia. Nenhuma dessas técnicas é muito confiável na detecção de infiltração irregular (p. ex., doença de Hodgkin). o Diagnóstico diferencial: São classificadas de acordo com os mecanismos básicos pressupostos responsáveis pelo aumento de tamanho do órgão: 1.Hiperplasia ou hipertrofia relacionadas com determinada função esplênica, como a hiperplasia reticuloendotelial (hipertrofia funcional) em doenças como a esferocitose hereditária ou as síndromes talassêmicas que exigem a remoção de grande número de eritrócitos defeituosos; hiperplasia imune em resposta a infecção sistêmica (mononucleose infecciosa, endocardite bacteriana subaguda) ou a doenças imunológicas (trombocitopenia imune, LES, síndrome de Felty). 2.Congestão passiva decorrente da redução do fluxo sanguíneo do baço em distúrbios que provocam hipertensão portal (cirrose, síndrome de Budd-Chiari, insuficiência cardíaca congestiva). 3.Doenças infiltrativas do baço (linfomas, câncer metastático, amiloidose, doença de Gaucher, distúrbios mieloproliferativos com hematopoiese extramedular). As possibilidades de diagnóstico diferencial tornam-se muito menores quando o baço está “maciçamente aumentado” > 8 cm abaixo da margem costal esquerda ou apresenta um peso drenado de ≥ 1.000 g. A grande maioria desses pacientes apresenta linfoma não Hodgkin, leucemia linfocítica crônica, leucemia das células pilosas, leucemia mieloide crônica, mielofibrose com metaplasia mieloide ou policitemia vera.Alice Coelho Anício Pereira o Avaliação laboratorial: As principais anormalidades laboratoriais que acompanham a esplenomegalia são determinadas pela doença sistêmica subjacente. A contagem de eritrócitos pode estar normal, diminuída (síndromes de talassemia maior, LES, cirrose com hipertensão portal) ou aumentada (policitemia vera). A contagem de granulócitos pode se mostrar normal, diminuída (síndrome de Felty, esplenomegalia congestiva, leucemias) ou aumentada (infecções ou doença inflamatória, distúrbios mieloproliferativos). De modo semelhante, a contagem plaquetária pode ser normal, reduzida quando houver aumento do sequestro ou da destruição das plaquetas no baço aumentado (esplenomegalia congestiva, doença de Gaucher, trombocitopenia imune) ou elevada nos distúrbios mieloproliferativos, como a policitemia vera. O HC pode revelar citopenia de um ou mais tipos de células sanguíneas, sugerindo hiperesplenismo. Essa condição caracteriza-se por esplenomegalia, citopenia(s), medula óssea normal ou hiperplásica e resposta à esplenectomia. A última característica é menos precisa, visto que a reversão da citopenia, sobretudo da granulocitopenia, às vezes não persiste após a esplenectomia. As citopenias resultam de destruição aumentada dos elementos celulares em consequência de uma redução do fluxo sanguíneo através dos cordões aumentados e congestos (esplenomegalia congestiva) ou devido a mecanismos imunomediados. No hiperesplenismo, vários tipos celulares geralmente exibem uma morfologia normal no esfregaço de sangue periférico, embora os eritrócitos possam ser esferocíticos devido à perda da área de superfície durante o seu trânsito mais prolongado através do baço aumentado. O aumento na produção de eritrócitos pela medula deve ser refletido como um aumento no índice reticulocítico, embora o valor possa ser inferior ao esperado devido ao sequestro aumentado dos reticulócitos no baço. A necessidade de outros exames laboratoriais é determinada pelo diagnóstico diferencial da doença subjacente da qual a esplenomegalia é uma das manifestações. Alice Coelho Anício Pereira
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