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1. ORIGINÁRIO Poder de criar uma Constituição através da Assembleia Constituinte. Cria a ordem jurídica. → Características As normas anteriores a nova Constituição deverão ser recepcionadas se forem compatíveis com a nova ordem. Tudo que for posterior a nova Constituição será considerado constitucional ou inconstitucional. Como o Brasil adotou a corrente positivista, o poder constituinte originário é totalmente ilimitado (do ponto de vista jurídico, reforce-se). OBS: Embora o poder constituinte, no exercício desse poder não tenha limites de ordem jurídica, possui limites de outra natureza (metajurídicos). Segundo Canotilho, o poder constituinte embora originário não se manifesta no vazio histórico social cultural, e esse contexto histórico pré-condiciona o poder constituinte. Há limites metajurídicos, fora da ordem jurídica, referidos limites constituem-se em implicações implícitas que devem ser observadas. Limitações ideológicas: derivam de ideologias, crenças, grupos de pressão, valores da opinião pública. Assim, a ideologia predominante limitaria a manifestação do poder constituinte. Limitações institucionais: derivam de instituições que estão arraigadas naquela cultura, por exemplo, a instituição da Família. Limitações substanciais - transcendentes: são aquelas que transcendem o direito positivo. Seria decorrente do direito natural, dos direitos humanos e direitos conexos a dignidade do homem. Nesse contexto, seriam inválidas normas constitucionais na medida em que ofendessem referidos direitos. - imanentes: configuração histórica naquele momento. - heterônomas: são aquelas limitações que tem origem no Direito Internacional, podendo ser elas gerais ou especiais. As limitações heterônomas gerais dizem respeito a normas de D. Internacional de aplicabilidade geral à todos (jus cogens), independentemente de sua concordância (ex. Declaração Universal dos Direitos Humanos). As limitações heterônomas especiais, por sua vez, são aquelas aplicadas aos Estados de terem assumido os compromissos nos Tratados na ordem Internacional, quando são signatários. Atenção! Atualmente admite-se dois limites materiais: a) direito internacional dos direitos humanos: refere-se as obrigações internacionais assumidas pelo Brasil em matéria de Direitos humanos; Assim, se for criada hoje uma nova Constituição, deve-se observar ao disposto nos tratados anteriormente pactuado/incorporado no direito interno; b) princípio de justiça: refere- se aos valores, consciência jurídica internacional, vigoram direitos, moral universal, consciência, por exemplo, a ideia de que o Estado precisa ser democratizado. Esses valores devem nortear na elaboração da nova Constituição. 2. DERIVADO Decorre daquilo que a Constituição Federal instituiu. → Características: O Brasil admite declaração de inconstitucionalidade de normas constitucionais derivadas (ex: emenda à constituição), mas não admite de normas constitucionais originárias. Cláusulas pétreas como limitação. ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR Poder de emendar (alteração formal) da Constituição. Art. 60, da Constituição Federal. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. Emendas Constitucionais e Limitações A emenda constitucional é classicamente a espécie normativa adotada pelo constitucionalismo brasileiro para fins de reforma à Constituição.26 De acordo com o art. 60 da CRFB/88, as emendas devem obedecer a uma série de regras especiais para a sua elaboração (art. 60, I, II, III, § 2º , § 3º e § 5º ), incluindo limitações circunstanciais (art. 60, § 1º ), bem como matérias explícitas (art. 60, § 4º ) e implícitas, sob pena de incidirem em violação à Constituição e consequente declaração de inconstitucionalidade. De acordo com o art. 60 e com apoio na doutrina, é possível se observar, portanto, quatro categorias de limitações principais, a saber: a) de ordem temporal; b) circunstancial; c) formal; e d) material (explícitas e implícitas), que serão a seguir analisadas a) Limitação temporal Por limitação de ordem temporal, devemos compreender a que se relaciona aos dias, meses ou anos durantes os quais a Constituição não poderia ser alterada. Numa análise simples, podemos observar da leitura do art. 60 da CRFB/88, que inexiste limitação de ordem temporal ao poder reformador, o que permitia a alteração constitucional desde a sua promulgação.27 A única Constituição brasileira que efetivamente trouxe limitação de ordem temporal ao Poder Reformador foi a de 1824, que, de acordo com seu art. 174, impedia o processo de reforma antes dos 4 (quatro) anos contados da outorga do texto. b) Limitação circunstancial (art. 60, § 1º) § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. As hipóteses de limitação circunstancial, ainda que em certa medida sejam limitaçõe s temporais (haja vista que enquanto perdurarem impedirão a emenda do texto constitucional) devem ser entendidas como determinados eventos que, quando em curso, impedem que seja promovida qualquer reforma à Constituição Federal. Intervenção federal (arts. 34 e 35), estado de defesa e estado de sítio (arts. 136 a 141) configuram a proteção constitucional às situações de crise. Como nessas circunstâncias o Estado está vivendo um momento de exceção, protege -se a Constituição de eventuais golpes que poderiam ser a ela deflagrados com reformas constitucionais descabidas. c) Limitações de ordem formal, procedimental ou processual (art. 60, I, II, III e § 2º, § 3º e § 5º) Dizem respeito ao processo legislativo especial previsto na Constituição para elaboração das emendas constitucionais. Podem se dividir entre: i) iniciativa; ii) votação/promulgação; e iii) vedação à reedição. d) Limitações de ordem material (explícitas e implícitas) Art. 60, § 4º da Constituição Federal. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. As limitações materiais expressas do art. 60, § 4º, recebem o nome na doutrina de cláusulas pétreas, mas na verdade, não significa que são dispositivos alheios a qualquer tipo de reforma. Pelo contrário, as emendas mais protetoras são muito bem-vindas. Como as cláusulas pétreas evitam a ruptura com os princípios e estrutura essenciais da Constituição, o que não se permite é a alteração que vise restringir ou abolir os d ireitos protegidos pelos dispositivos, como forma de vedação de retrocesso social. De igual forma, como já se manifestou o STF, as limitações materiais ao poder de reforma não importam na intangibilidade literal do que foi consagrado pelo constituinte originário, mas s im na preservação do núcleo essencial dos princípios e institutos protegidos pelo art. 60, § 4º, CRFB/88 DECORRENTE Trata-se da possibilidade de os estados-membros criarem suas próprias Constituições estaduais. Art. 11, da ADCT. Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta. Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal, no prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica respectiva, em dois turnos de discussão e votação, respeitado o disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual. Art. 25, da Constituição Federal. Os Estadosorganizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição REVISOR Após 05 anos da promulgação da CF/88 poderia ser feita uma grande revisão da Constituição Federal. Art. 3º, da ADCT. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. DIFUSO Trata-se de interpretação constitucional no qual altera-se o sentido sem alterar o texto constitucional. É realizada pelo Poder Judiciário e, em última análise, pelo Supremo Tribunal Federal, que é o guardião da Constituição. a) Mutação constitucional: alterar a interpretação do texto em face de mudanças e evoluções na sociedade. O texto continua o mesmo, mas o sentido da norma fora alterado. A mudança ocorre no significado, permanecendo o texto inalterado. Segundo o STF: A INTERPRETAÇÃO JUDICIAL COMO INSTRUMENTO DE MUTAÇÃO INFORMAL DA CONSTITUIÇÃO. – A questão dos processos informais de mutação constitucional e o papel do poder judiciário: a interpretação judicial como instrumento juridicamente idôneo de mudança informal da Constituição” (...) A interpretação judicial, se e quando necessário, possui legitimidade para atualizar a Constituição da República em relação a novas exigências, necessidades e transformações resultantes dos processos sociais, econômico e políticos que caracterizam, em seus múltiplos e complexos aspectos, a sociedade contemporânea “STH, HC 90450). “A Constituição da República se encontra em processo de elaboração permanente nos tribunais incumbidos de aplica lá”. (ADI 3345, Min Celso de Mello). Nessa linha, Barroso afirma que “... a mutação constitucional consiste em uma alteração do significado de determinada norma da Constituição, sem observância do mecanismo constitucionalmente previsto para as emendas e, além disso, sem que tenha havido qualquer modificação de seu texto”. A mutação pode ser fruto de novos usos ou costumes, de atuações administrativas ou legislativas, e ainda, como é mais comum no Brasil, manifestar-se por meio de novas interpretações judiciais acerca do texto constitucional, ou seja, verdadeiras “viradas jurisprudenciais”. Limitações à Mutação e a “Mutação Inconstitucional” Como os limites da mutação não estão delineados de maneira expressa na Constituição – porque desconfiguraria a própria natureza informal da reforma – poderão existir mutações (ou deturpações constitucionais sob essa denominação) que violem seu texto e seu espírito, sendo manifestamente inconstitucionais. Por isso mesmo é que podem ser facilmente percebidas por quem as analise quanto à ausência de cuidado de compatibilizá-las com o sentido da Carta Magna. Poderíamos dizer que além de respeito à própria essência da Constituição, a mutação não poderá contrariar as cláusulas pétreas do art. 60, § 4º da CRFB/88, sob pena de se transformar numa verdadeira “quebra da Constituição”. b) Método de interpretação conforme a Constituição: altera o sentido do texto sem qualquer mudança formal.
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