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2 SEU NOME Nº do conselho - Seu currículo aqui Esse curso teórico e prático tem por objetivo capacitar o profissional de ESTÉTICA AVANÇADA a realizar com segurança procedimentos de Preenchimento Facial para que possa oferecer aos seus pacientes um leque mais amplo e completo de tratamentos. Você terá uma valiosa ferramenta para tratar seus pacientes de forma global. O Preenchimento Facial é indicado para homens e mulheres que desejam melhorar a aparência do rosto e consiste na realização de pontos específicos de preenchimento, que têm como objetivo melhorar o equilíbrio entre determinadas regiões do rosto, como o nariz, queixo, região malar. Estes procedimentos promovem o alinhamento e correção de ângulos da face, conferindo mais harmonia e beleza ao rosto e realçando as características já existentes. ESSA AMOSTRA ESTÁ COM O CONTEÚDO REDUZIDO, SOMENTE PARA APRECIAÇÃO DE MATERIAL GRÁFICO. SUA FOTO AQUI 3 SUMÁRIO Anatomia facial 4 Pele 4 Músculos da face 8 Ossos da face 9 Linfonodos da face 10 Nervos da face 10 Artérias e veias da face 10 Anatomia topográfica 11 Envelhecimento 12 Variação da anatomia facial relacionada a idade 12 Tipos de envelhecimento 13 Alterações ósseas 15 Alterações gordurosas 16 Alterações musculares 17 Classificação de Fitzpatrick (dermato-heliose) 17 Classificação de Glocau 18 Tipos de alterações faciais 18 Análise facial 20 Visagismo 20 Proporçao áurea (simetria) 22 Máscara de Marquardt – a máscara da beleza 24 Proporções faciais 25 Biotipos faciais 26 Avaliação dos lábios e do espaço interlabial 27 Variação da anatomia facial relacionada ao sexo 28 Avaliação 29 Motivação do paciente 29 Anamnese29 Avaliação clínica 29 Exame físico29 Esclarecimentos importantes ao paciente 30 Plano de tratamento 30 Termo de consentimento 30 Documentação fotográfica 31 Protocolo geral de atendimento 32 Ácido hialurônico 33 Tipos de preenchedores faciais 33 Planos anatômicos da face 34 O que é ácido hialurônico 34 Características físicas e químicas do ácido hialurônico 35 Gel preenchedor monofásico e bifásico: entenda a diferença 36 Escolha do produto 37 Contra indicações 40 Material para o procedimento 41 Técnicas de injeção de ah na pele 43 Zonas de risco 43 Aplicações do AH 46 Cuidados pré-aplicação 46 Cuidados durante a aplicação 46 Cuidados pós-aplicação 46 Md codes™ 47 8 point lift 49 Remodelação da região frontal 50 Remodelação da região temporal 51 Remodelação da região do supercílio 52 Remodelação da região periorbicular 53 Remodelação das olheiras infraorbitária 53 Rinomodelação não invasiva 54 Lóbulo de orelha 60 Protocolo região malar – top model look 60 Remodelação nasogeniano 61 Linhas periorais dos lábios superior e inferior 62 Remodelação da região do lábio 63 Remodelação da região do sulco labiomentoniano (“linhas de marionete”) 64 Remodelação da região do mento 65 Remodelação região do contorno mandibular 67 Mãos 68 Diagnóstico precoce e diferencial das intercorrências 69 Edema 69 Equimose 69 Eritema 69 Infecção 70 Nódulos 70 Parestesia 70 Complicações técnicas 71 Complicações intravasculares 72 Hialuronidase 73 Referências74 Modelo para treinamento 75 ESSA AMOSTRA ESTÁ COM O CONTEÚDO REDUZIDO, SOMENTE PARA APRECIAÇÃO DE MATERIAL GRÁFICO. 4 INTRODUÇÃO Nesse curso de PREENCHIMENTO & HARMONIZAÇÃO FACIAL apresento as partes de anatomia mais importantes para os protocolos de atendimento. A ciência da anatomia é o fundamento para a compreensão das estruturas e das funções do corpo humano. Com o intuito de alcançar resultados cada vez mais promissores no rejuvenescimento facial, a observação dos diversos sinais de envelhecimento é importante, enfatizar somente rugas e sulcos pode não ser suficiente. Sinais de envelhecimento como a perda da textura cutânea, rugas dinâmicas e principalmente as perdas volumétricas secundárias à remodelação óssea e a redistribuição e diminuição da gordura facial, mostraram ser fundamentais no planejamento da terapêutica do rejuvenescimento facial. E para tal, é fundamental o conhecimento de Anatomia e processo de envelhecimento da face. Representação dos planos anatômicos do corpo humano A PELE Considerada o maior órgão do corpo humano, a pele reveste todo o corpo e tem a função de nos proteger contra as ações de agentes externos, além da proteção à agentes microbianos. A superfície da pele não é lisa como aparenta a olho nu, ela apresenta uma infinidade de sulcos e orifícios (poros) de abertura das glândulas sebáceas e sudoríparas, além da saída dos pelos. O peso, espessura e superfície da pele, possuem variações que dependem do sexo e idade. Por exemplo, nos adultos, a pele corresponde a cerca de 15% do peso corporal. A pele é um órgão dinâmico, constantemente variável. Consiste de três camadas principais: a epiderme, a derme e a hipoderme (camada subcutânea). Cada uma delas é composta por várias subcamadas. Os apêndices da pele, tais como folículos e glândulas sebáceas e sudoríparas, também desempenham uma função global. É formada por três camadas: epiderme, derme e hipoderme, da mais externa para a mais profunda, respectivamente. 5 MÚSCULOS DA FACE Os músculos faciais são um grupo de cerca de vinte músculos esqueléticos planos que se encontram abaixo da pele da face. A maior parte deles se originam do crânio ou de estruturas fibrosas, e se irradiam para a pele através de um tendão elástico. Ao contrário de outros músculos esqueléticos, eles não são cercados por uma fáscia (exceto o bucinador). A localização específica dos músculos faciais permite a realização dos diversos movimentos do rosto, que é conhecida como mímica. 6 7 8 ANATOMIA TOPOGRÁFICA 9 É inevitável! Com o passar dos anos, a idade chega e o rosto fica com aspecto envelhecido. No entanto, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o problema não está só na pele. O Envelhecimento envolve alterações neurobiológicas estruturais, funcionais e químicas. Também incidem sobre o organismo fatores ambientais e socioculturais - como qualidade e estilo de vida, dieta, sedentarismo e exercício - intimamente ligados ao envelhecimento sadio ou patológico. CONCEITO DE ENVELHECIMENTO O envelhecimento é um "processo de diminuição orgânica e funcional, não decorrente de doença, e que acontece inevitavelmente com o passar do tempo". Tal critério foi definido em 1982, na 1ª Assembleia Mundial do Envelhecimento. Os países desenvolvidos consideram a pessoa idosa com idade de 65 anos ou mais. É importante pontuar que existe uma diferença no uso dos termos envelhecimento, idoso, velhice e terceira idade. O envelhecimento deve ser entendido como um processo natural da vida que traz consigo algumas alterações sofridas pelo organismo, consideradas normais para esta fase. O idoso é o sujeito do envelhecimento. ETAPAS DO ENVELHECIMENTO A vida de um organismo multicelular costuma ser dividida em três fases: a fase de crescimento e desenvolvimento, a fase reprodutiva e a senescência (é o processo natural de envelhecimento ao nível celular ou o conjunto de fenômenos associados a este processo. As células que entram em senescência perdem a capacidade proliferativa após um determinado número de divisões celulares). Esse declínio se torna perceptível ao final da fase reprodutiva, geralmente à partir dos 25 anos, muito embora as perdas funcionais do organismo comecem a ocorrer muito antes. VARIAÇÃO DA ANATOMIA FACIAL RELACIONADA À IDADE As alterações faciais, durante o processo de envelhecimento, são dinâmicas, constantes e influenciadas por inúmeros fatores. 35 ANOS - A flacidez da pele facial torna-se aparente na região periorbitária.As linhas decorrentes da expressão facial ficam mais evidentes e o sulco nasolabial adquire aspecto mais marcado. 45 ANOS - As rugas frontais, glabelares e periorbitais começam a ser visíveis. Nota-se a ondulação na linha mandibular, com apagamento dos contornos mandibulares. É possível observar as áreas faciais com absorção de gordura na região malar e projeção das bolsas de gordura nas pálpebras inferiores. As linhas perilabiais aprofundam- se e o sulco nasolabial fica marcado. 55 ANOS - O canto lateral da boca começa a curvar-se para baixo, a ponta nasal começa a descer e as rugas marcam a região perioral e o pescoço. Torna-se evidente a reabsorção do tecido adiposo nas áreas temporais, malares e submalares. O excesso de pele acima dos olhos, combinado com o enfraquecimento do septo orbitário, permite que a gordura periorbitária se projete anteriormente, dando aspecto mais volumoso às bolsas palpebrais. 65 ANOS - A ilusão de tamanho menor dos olhos torna-se pronunciada, a pele fica mais fina (decorrente do fotoenvelhecimento) e a reabsorção de gordura nas áreas temporal, zigomática e malar é acentuada, enfatizando os sulcos nasolabiais e labiomentonianos. 10 ALTERAÇÕES ÓSSEAS O esqueleto craniano é fundamental para o contorno tridimensional da face, pois é o responsável pela arquitetura e pelo suporte no qual os demais tecidos repousam. Com o envelhecimento, ocorrem alterações morfológicas, em geral por reabsorção óssea, e os tecidos moles sobrejacentes consequentemente expressam essas alterações nos compartimentos de gordura e pele, que os revestem. O envelhecimento ósseo inicia-se ao redor dos 22 anos de idade na mulher e aos 25 anos no homem, ocorrendo principalmente na região maxilar superior, na mandíbula e nas órbitas. Essas alterações causam importante impacto visual, não apenas pela perda da projeção dessas áreas, mas também pela perda da tridimensionalidade dos tecidos adiposo e muscular, para os quais o osso serve de apoio. As alterações estruturais sofridas pelo envelhecimento ósseo promovem o comprometimento dos dentes, no tocante à dependência da qualidade da oclusão e ao padrão de mastigação. A perda de densidade óssea da maxila e as consequentes mudanças sofridas no ângulo maxilodental produzem alterações funcionais e promovem importantes alterações estéticas, observadas principalmente na região perioral. 11 ALTERAÇÕES GORDUROSAS O tecido subcutâneo da face é altamente compartimentalizado em unidades de gordura independentes, separadas umas das outras por septos fibrosos. Nos indivíduos jovens, esse plano anatômico encontra-se estruturado de maneira equilibrada, com a presença de adipócitos em número e volume considerados adequados. Com o processo de envelhecimento, há a migração caudal dos compartimentos do terço médio da face e, também, a inversão de seu volume, com diminuição em suas porções superiores e aumento em suas porções inferiores, conferindo a inversão do triângulo da juventude. O envelhecimento do tecido subcutâneo compromete contorno e preenchimento faciais, favorecendo a instalação de um aspecto mais esqueletizado ao rosto, com maior contraste entre as saliências e as depressões faciais. Notam- se ainda alterações no sistema musculoaponeurótico superficial (SMAS), cuja função é proporcionar suporte aos compartimentos de gordura. A migração dos compartimentos de gordura malar medial e intermediária, bem como a do compartimento de gordura suborbicular dos olhos (suborbicularis oculi fat [SOOF]), agrava-se com a atrofia da gordura bucal (bola de Bichat). A perda de volume da porção superior dos compartimentos nasolabial e malar medial aumenta a profundidade dos sulcos nasojugal e palpebromalar, ao passo que o aumento de volume na porção inferior do compartimento nasolabial pronuncia o sulco nasolabial. Com o envelhecimento, há perda do tecido conjuntivo, que sofre um desequilíbrio entre sua síntese e degradação. Assim, inicia-se o processo de perda de gordura, com comprometimento do contorno facial, em geral, também alterado pela flacidez cutânea. 12 VISAGISMO O termo visagismo deriva da palavra francesa visage, que significa rosto, e é arte de criar uma imagem pessoal autêntica de acordo com as características físicas. Na estética, o visagismo ajuda o profissional a saber qual visual é mais adequado para cada pessoa, ressaltando a essência que o cliente deseja transmitir. Onde os princípios da proporção, harmonia, estética e composição do rosto de cada pessoa, sejam alinhados a imagem ideal que a pessoa precisa expressar. Cada pessoa é única e possui suas características e necessidades, e seguir o padrão estético genérico em todas as pessoas não é interessante, pois nem sempre o padrão é o ideal para cada pessoa. É nisso que o visagismo se sustenta, em buscar o padrão estético ideal de forma personalizada, de maneira que os pontos fortes da aparência sejam valorizados e os fracos atenuados. O visagismo surgiu no final do século XIX e foi divulgado no Brasil, pelo artista plástico brasileiro Philip Hallawell, tendo como principal objetivo encontrar a harmonia e destacar as particularidades de cada rosto, fazendo com que a fisionomia facial entre em sintonia com a personalidade de cada pessoa. As mudanças visuais do indivíduo requerem cuidados e devem ser analisadas conforme o perfil, personalidade e característica de cada um. O visagismo aliado a produtos de qualidade e uso correto podem auxiliar no processo de transformação positiva na imagem do paciente, elevando sua autoestima, harmonizando, o rosto com o estilo de cada um. Porém é preciso ter muita cautela quando se fala em avaliar a personalidade de alguém. O profissional que trabalha com o visagismo não é psicólogo, porém, lida diretamente com a psicologia da imagem. Você profissional de harmonização facial afetará o seu paciente psicologicamente, podendo mudar até seu comportamento, de forma positiva ou negativa. Mas como saber o que deve ser feito em cada pessoa? Você deve estar se perguntando: “Como um profissional da estética avançada pode saber algo sobre a personalidade?” A resposta para essas perguntas está na consultoria prestada pelo profissional, que é uma conversa entre o profissional de estética avançada e o paciente onde são discutidos seus objetivos com o tratamento estético. O embasamento para a descoberta da personalidade é apoiada nos arquétipos de Jung e na teoria dos humores de Hipócrates, o pai da medicina. Hipócrates em seus estudos, identificou quatro tipos de personalidades diferentes: Colérico, Melancólico, Sanguíneo e Fleumático. Cada tipo de personalidade se enquadra em um formato de rosto específico. E esse é o segredo do visagismo! É buscar adequar o visual da pessoa, para que a sua personalidade seja refletida na sua imagem da melhor maneira possível! Para obter essa resposta, o profissional que trabalha utilizando-se das técnicas do visagismo precisa fazer uma consultoria que se inicia com a análise facial. Nesta análise, cada parte do rosto representa um aspecto da personalidade. Essa divisão se dá em três partes da seguinte forma: Terço Superior: Região da testa – zona do intelecto; 13 PROPORÇAO ÁUREA (SIMETRIA) A RAZÃO ÁUREA A razão áurea ou número de ouro, matematicamente falando a proporção áurea, é uma constante real algébrica irracional obtida quando dividimos uma reta em dois segmentos de forma que o segmento mais longo da reta dividida pelo segmento menor seja igual à reta completa dividida pelo segmento mais longo. RICKETTS (1982a) destacou que em 1202, o autor Filius Bonatti publicou um trabalho, Líber Abaci, no qual ele propôs a troca da numeração romana utilizada mundialmente pelo sistema numérico hindu-arábico. RICKETTS (1982b) descreveu a sequência de Fibonatti como um padrão não simples de progressão aritmética, pois segue uma lei exponencial. Esta progressão é mais agradável aos sentidose fornece uma relação única. Os números de Fibonatti, depois da 14a série, aumentam em uma proporção imutável de 1,0 para 1,61803 CONCEITO DE PROPORÇÃO ÁUREA: “Tudo que há na natureza está constituído com base em uma relação matemática na proporção de 1:1,168 e, portanto, se esta proporção for utilizada como padrão na correção das formas do rosto e dentes do paciente, o resultado final será necessariamente funcional e agradável aos olhos, visto que, a atração e a apreciação da beleza parecem estar relacionadas às estruturas que se encontram em Proporção Áurea.” RICKETTS (1981, 1982a, 1982b) E seu valor é constituído por 1,6180. Complicado de entender? Essa imagem ao lado vai te ajudar Essa letrinha diferente que aparece no final da equação, ela é a letra grega Phi ou ϕ, e a escolha dela para representar a proporção áurea tem a ver com o arquiteto e matemático grego Phidias, que acredita-se, provavelmente empregou o conceito quando projetou o Parthenon, no século V a.C. Desta forma, pelo fato da proporção áurea ser um número irracional, ou seja, nunca haverá algo que tenha o mesmo valor do “número de ouro”, quanto mais próximo algo chegar a esse valor, maior será considerado simétrico e perfeito, como o rosto do ator Robert Pattison e da atriz Amber Heard. Em Fevereiro de 2020, o ator britânico Robert Pattison foi considerado o rosto mais lindo do universo. E não é apenas por questões estéticas, a informação divulgada pelo jornal Daily Mail é resultado de um estudo científico, onde o ator possui 92,15% dos cálculos considerados precisos pela “proporção áurea da beleza Phi”. E a dona do rosto mais bonito do mundo é o da atriz e modelo Amber Heard, ela possui 91,85% da simetria. Qual é a relação entre a proporção áurea e a sequência de Fibonacci? A famosa sequência de Fibonacci está ligada diretamente à proporção áurea. A sequência de números infinita descrita por Leonardo Fibonacci no século XIII, se disposta em quadrados distribuídos geometricamente em um triângulo, forma o que ficou conhecido como “retângulo de ouro”. 14 PROPORÇÕES FACIAIS Do ponto de vista frontal, a face deve ser examinada para avaliação da simetria bilateral, das proporções de tamanho da linha mediana em relação às estruturas laterais e da proporcionalidade vertical. Para observar a simetria direita e esquerda, devemos traçar uma linha vertical imaginária que atravesse a parte central da glabela, da ponta do nariz e dos lábios, dividindo a face em duas partes. Certamente, não há face perfeitamente simétrica, mas pequenas assimetrias compõem uma boa estética facial. De modo global, o equilíbrio da face, considerando a largura e a altura da cabeça, está na proporção 3:4. Segundo a teoria das proporções herdada do arquiteto romano Vitrúvio, o homem proporcional possui um rosto dividido horizontalmente em três partes simétricas: uma que vai desde o início do cabelo até as sobrancelhas, outra que vai desde as sobrancelhas até o acúleo do nariz e a terceira, que vai do acúleo do nariz até o queixo. Além disso, esse último terço pode ser novamente dividido em duas partes: um terço do subnasal ao estômio e dois terços do estômio ao mentoniano. Segundo essa proporção, a beleza relaciona-se diretamente ao equilíbrio dos terços superior, médio e inferior do rosto, sendo esses terços praticamente “iguais” na altura vertical. 15 AVALIAÇÃO DOS LÁBIOS E DO ESPAÇO INTERLABIAL Os lábios devem ser avaliados em repouso e durante o sorriso. No repouso, observa-se a simetria. Se houver assimetria, esta poderá ser decorrente de pequenas deformidades intrínsecas do lábio, vistas em muitos pacientes no dia a dia. Os lábios são avaliados independentemente, em uma posição relaxada. Em repouso, a exposição do vermelhão do lábio inferior deve ser cerca de 25% maior do que o do lábio superior (Figura abaixo). Essa proporção de exposição do vermelhão é mais importante do que valores absolutos. Quando existe uma boa estética, haverá espaço interbucal de 1 a 5 milímetros (mm) na posição de repouso. As mulheres apresentam espaço maior dentro da variação normal. Essa medida também depende dos comprimentos labiais e da altura dentoesquelética vertical. A largura entre as comissuras labiais normalmente iguala-se à distância interpupilar. Buscando o contorno e volumização dos lábios o profissional pode fazer uso do labiograma. Com esta técnica pode- se delimitar as partes componentes dos lábios e auxiliar o profissional a mensurar a quantidade de ácido hialurônico, que deve ser usado para o preenchimento de uma região ou em todo lábio superior e inferior. Existem diferenças cruciais entre lábios em repouso e durante a dinâmica do sorriso, no que diz respeito ao comprimento mesiodistal. Uma maneira interessante de avaliar se o comprimento do lábio é proporcional à face do paciente é comparar essa medida à distância entre os limites internos (repouso) ou externos (sorriso) da íris ocular. 16 AVALIAÇÃO DO PACIENTE PARA MELHOR DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO A avaliação deve ser rigorosa. É fundamental estar atento para motivação ou queixa, anamnese e história clínica. Além disso, é fundamental entender claramente as expectativas do paciente, as experiências anteriores e o que espera como resultado. Ser bom é obrigação. O diferencial é o excelente atendimento, a conversa, o carisma, a humanização! MOTIVAÇÃO DO PACIENTE O mais difícil em qualquer tratamento, é entender o que o paciente deseja, principalmente o que o motiva, ele está buscando tratamento para realmente melhorar alguma alteração estética ou por que está com algum problema interno, depressão ou por que terceiros ficaram falando para ele ir tratar algo que nem mesmo existe ou que existe, mas não o incomoda. É de suma importância entender essas situações, pois isso influência intensamente na resposta ao resultado, isso pode gerar frustrações infundadas. ANAMNESE Após entender a motivação do cliente, devemos avaliar a ficha de anamnese minuciosamente, um questionamento verbal do histórico de saúde e de tratamento anterior auxilia e dá ao profissional segurança para propor o melhor tratamento ao seu paciente. Conforme as respostas do paciente, o profissional deve gerar alerta, diretamente na ficha de anamnese, que serão visualizados sempre que a ficha do paciente for acionada, tendo o controle total da saúde e principalmente dos cuidados específicos e exclusivos que o paciente possa requerer. AVALIAÇÃO CLÍNICA Com a segurança de uma anamnese bem conduzida, o profissional neste momento, volta sua atenção para uma análise clinica detalhada. Nesta análise os problemas e as queixas principais dos pacientes são ouvidos atentamente para que se possa realmente compreender quais são seus anseios, desejos e sua expectativa em relação aos resultados que poderão ser alcançados. Após estarmos cientes de todos os detalhes e expectativas do paciente, vamos para o outro passo. EXAME FÍSICO O exame físico inicia-se com a inspeção, observando-se cada uma das estruturas faciais de maneira cuidadosa e detalhada. O profissional deve analisar a face com a finalidade de procurar alterações que impactam direta ou indiretamente no envelhecimento em cada camada: pele, tecido subcutâneo, camada muscular e parte óssea. Além disso, devem estar atentas para forma da face, proporções faciais, déficit ou falta de volume em algumas áreas faciais. Durante o exame, o profissional deverá observar a presença das rugas dinâmicas e das rugas estáticas, a fim de avaliar suas características em cada região da face: distribuição, extensão e profundidade. Em especial, o profissional deve excluir a possibilidade de as rugas frontais acentuadas existirem pela elevação compensatória do músculo frontal, por conta da ptose palpebral. A observação das possíveis assimetrias faciais também são chaves para a administração da quantidade adequada. Em relação àsrugas estáticas e ao possível tratamento com preenchedores, deve-se examinar a face como um todo, e informar a necessidade de um tratamento conjugado para melhor resultado. 17 PROTOCOLO GERAL DE ATENDIMENTO 1. O local de atendimento já deve estar organizado, com o material a ser usado disposto e organizado; 2. Maca ou local onde o cliente irá deitar, deve estar coberto com lençol “papel” para maca descartável; 3. Você deve Colocar a máscara de proteção descartável; 4. Vestir a touca descartável; 5. Recepcionar o paciente e confirmar o nome do mesmo COM O DA FICHA de atendimento e Anamnese; 6. Ler a Ficha de Anamnese do paciente ou ler a evolução do atendimento anterior. Tire todas as dúvidas do cliente, explique como é o procedimento e os cuidados pré e pós; 7. Higienizar as suas mãos e passar álcool gel nas mãos do cliente; 8. Colocar a touca descartável no cliente; 9. Colocar uma toalha cobrindo o colo da cliente ou babador descartável; 10. Calçar as luvas de procedimento; 11. Remover a maquiagem da cliente com um demaquilante; 12. Higienizar pele com Sabonete; 13. Secar toda a pele com o auxílio de uma gaze; 14. Avaliar o cliente; 15. Fotografar a área a ser tratada, conforme protocolo de Fotodocumentação; 16. Efetuar a assepsia com algodão umedecido em Clorexididina alcoólica e secar bem a pele com gaze; 17. Demarcar a área se necessário; 18. Fazer o bloqueio anestésico se necessário; 19. Preparar o material e iniciar a aplicação do Skinbooster ou Preenchimento Cutâneo; 20. Limpar a área, fotografar; 21. Agendar o retorno de acordo com o protocolo de tratamento. 18 INTRODUÇÃO Até hoje, muitos agentes injetáveis foram utilizados para o aumento do volume cutâneo. Atualmente, estão disponíveis, no mercado, diversos tipos diferentes de agentes de preenchimento com efeitos expansores e de saturação de tecidos. A escolha do produto depende de vários fatores, como, por exemplo, a indicação, a área a ser tratada, o efeito clínico desejado e o modo de administração pretendido. TIPOS DE PREENCHEDORES FACIAIS Os preenchedores faciais são divididos em permanentes e não permanentes. Vários preenchedores e bioestimuladores de tecidos moles injetáveis estão atualmente disponíveis para fornecer volume facial, como o ácido hialurônico (AH), a hidroxiapatita de cálcio, o ácido poli-L-láctico e o polimetilmetacrilato (PMMA). Os preenchedores de ácido hialurônico não são permanentes e a cada dia são mais utilizados. Considera-se como preenchedor ideal aquele que apresenta as seguintes características: seguro, não alergênico, não teratogênico, consistente, resistente, fácil de aplicar e remover, baixo custo, indolor, armazenamento simples e isento de efeitos adversos ou complicações. Historicamente, a gordura autóloga é biocompatível, não tem toxicidade e apresenta baixo custo e incidência muito pequena de complicações, por isso, é considerada por muitos como o preenchedor ideal. No entanto, o maior desafio é manter sua viabilidade, pelo fato de haver muita controvérsia na literatura quanto à sua durabilidade. TIPOS DE PREENCHIMENTO USADOS Absorvíveis/biodegradáveis (temporários) Ácido hialurônico (HA). Nesse curso iremos trabalhar somente com ele. Colágeno Gordura autóloga Absorção tardia (de longa duração, lentamente degradável, semipermanente) Microesferas de Ácido poli-l-lático (PLLA) Microesferas de hidroxiapatita de cálcio (CaHA) Não absorvíveis/não biodegradáveis (permanentes) Poliacrilamida Microesferas de polimetilmetacrilato (PMMA) 19 ESCOLHA DO PRODUTO Existem inúmeras marcas de implantes de AH no mercado. Cada uma apresenta características específicas e diferenças importantes que precisam ser consideradas, pois estas podem ter impacto nos resultados do tratamento. A combinação das diversas propriedades permite a fabricação de ácidos hialurônicos com longevidade, graus de viscosidade e firmeza peculiares. Sendo assim, cada um terá indicação para determinada área anatômica do rosto. Principais características dos produtos para hidratação/Skinbooster injetável - Fonte: BORBA E MATAYOSHI (2018) 20 CONTRA INDICAÇÕES Gravidez ou amamentação. Infecção na área de tratamento (por exemplo, herpes simplex e acne). Doenças sistêmicas autoimunes (por exemplo, lúpus eritematoso sistêmico). Pacientes com história de formação de cicatriz hipertrófica ou queloideana. Distúrbios de coagulação (por exemplo, trombocitopenia e uso de anticoagulante). Uso de Roacutan nos últimos seis meses. Atrofia da pele (por exemplo, uso crônico de esteroides e síndromes genéticas, como a de Ehlers-Danlos). Pacientes imunossuprimidos. Dermatoses ativas na área de tratamento (por exemplo, vitiligo, psoríase e eczema). Condição sistêmica não controlada. Reação anafilática prévia. Múltiplas alergias severas. Sensibilidade ou alergia a constituintes de produtos de preenchimento dérmico. Transtorno dismórfico corporal. Expectativas irrealistas. MATERIAL PARA O PROCEDIMENTO Gaze estéril Luva estéril Luva de procedimento Álcool 70° Seringa de 50U (montada) para anestesia do pertuito Lidocaína sem vasoconstrictor Carpule (estéril), Agulha e anestésico tubete Anestésico tópico Gel demaquilante Lápis dermatográfico ou de maquiagem Paquímetro Régua flexível Espelho de mão Faixa para o cabelo ou touca Avental para a(o) paciente Caneta Skincooler ou bolsa de gelo Anestésico tópico Microbrush Agulha 22G (Gauge) – para pertuito Cânulas 22G/25G Campo estéril (bancada e paciente) Diprogenta Hialuronidase 2000 UTR ou superior Micropore APLICAÇÃO DE PREENCHEDORES A aplicação dos preenchedores pode ser de duas formas. A primeira utilizando agulhas e a segunda utilizando cânulas. Existem vantagens em ambas às técnicas que variam entre uma e outra quanto aos quesitos de: Facilidade de uso Precisão de aplicação Custo Segurança do procedimento ---mais importante 21 ANTISSEPSIA É importante destacar que um dos riscos envolvidos com os procedimentos perfurantes faciais é a infecção pós- operatória, possivelmente em decorrência de contaminação no momento da injeção quando microorganismos da pele se infiltram no local da aplicação. Para a antissepsia utilizar solução aquosa de clorexidina a 2% ou álcool 70°. PERTUITO Como as microcânulas não apresentam corte na ponta, faz-se necessário realizar uma perfuração prévia. Para este fim utiliza-se uma agulha de diâmetro imediatamente superior ao da microcânula. No caso por exemplo de uma micro cânula 22G deve-se utilizar uma agulha 21G. Previa mente a abertura do pertuito deve-se fazer o bloqueio do local com anestésico sem vaso utilizando-se cerca de 0.1ml de lidocaína a 2%. Pinça-se a pele, penetra-se com agulha cerca de 3 mm, ate se ter a sensação de ter caído no vazio. ZONAS DE RISCO A complicação mais temida e que pode gerar consequências devastadoras é a injeção intravascular com embolização do produto. No caso de preenchimentos faciais, essas áreas contemplam principalmente a inervação e a vascularização faciais. O conhecimento das características anatômicas de cada região facilita a execução e diminui riscos e complicações das técnicas de preenchimento, como as tão temidas amaurose e necroses teciduais. A utilização de microcânulas é provavelmente a mais segura e, no caso de utilização de agulhas, aspirar previamente, 22 injetar sempre lentamente, evitando grande bolus. Recomenda-se interromper a aplicação imediatamente se houver queixa de dor súbita ou alteração de coloração local. As zonas de maior risco são as seguintes: a) Áreas irrigadas por ramos da artéria carótida interna. b) Locais onde ocorre anastomose do sistema carotídeo externo com interno. c) Locais em que as artériasemergem dos forames cranianos. ANATOMIA TOPOGRÁFICA VASCULAR E ZONAS DE ALERTA É fundamental o conhecimento da anatomia vascular de acordo com as regiões a serem tratadas, as quais representam zonas de alerta e de risco de complicação intravascular durante o preenchimento facial. Quando a aplicação for realizada junto ao osso ou em zonas de alerta com agulhas, a aspiração é altamente recomendada. No entanto, recomenda-se o uso de cânulas preferencialmente. ANATOMIA TOPOGRÁFICA VASCULAR E ZONAS DE ALERTA Região frontal • Artérias supraorbital e supratroclear (ramos da artéria carótida interna) • Ramo frontal da artéria temporal superfi cial (ramo da artéria carótida externa) Têmporas • Ramo frontal da artéria temporal superfi cial e ramos anterior e posterior da artéria temporal profunda Glabela e supercílios • Artérias supraorbital, supratroclear e nasal dorsal Nariz • Dorso nasal – artéria nasal dorsal (ramo terminal da artéria oftálmica) e artéria angular e ramo nasal lateral da artéria facial • Columela nasal – ramos da artéria labial superior • Ponta nasal – ramos da artéria nasal lateral, ramos da artéria nasal dorsal e ramos da artéria labial superior Região zigomática • Artérias facial transversa e zigomático-facial, ramos da artéria carótida externa • Artéria temporal superfi cial e artéria facial transversa (parótida) Sulco nasojugal e região malar • Artérias angular e infraorbital Sulco nasogeniano • Artéria facial e seus ramos Lábios • Artérias labiais (ramos da artéria facial) Mento • Artérias temporal superfi cial, facial e mentoniana (ramos da artéria carótida externa) • Artérias mentonianas (ramos da artéria maxilar) 23 CUIDADOS PRÉ-APLICAÇÃO O paciente deverá evitar ou suspender os seguintes medicamentos: ácido acetilsalicílico, anticoagulante oral, anti-inflamatório não esteroide e inclusive vitaminas e suplementos que possam acarretar equimose. O médico deverá certificar-se de que o paciente não apresente alguma lesão cutânea com infecção bacteriana ou viral ativa. O ambiente asséptico apropriado ajudará na redução dos riscos de infecção. É necessário que o paciente esteja sem maquiagem e com a pele limpa com solução antisséptica apropriada antes do tratamento. O ideal é que a equipe médica e o paciente utilizem roupas e toucas descartáveis. O profissional deverá utilizar máscaras descartáveis, lavar as mãos e usar luvas descartáveis. Pacientes que relatam ter herpes em alguma região da face, é interessante 7 dias antes do procedimento de preenchimento o paciente começar a tomar um antiviral (Aciclovir) e continuar a tomar até 7 dias após. É apenas uma prevenção para que a herpes não aconteça. CUIDADOS DURANTE A APLICAÇÃO Reduzir o número de punturas. Minimizar os hematomas com uso de cânula. No local do orifício de entrada, poderá ocorrer discreta dispersão de sangue. Evitar injeções de grande volume. Aspirar por 5 segundos é altamente recomendado durante as aplicações profundas junto ao osso. Procurar não lesionar o periósteo durante a aplicação, pois poderá gerar dor e pequeno sangramento local. Massagear levemente a região após a aplicação, a fim de distribuir o produto de uma forma mais homogênea e garantir a integração tecidual. CUIDADOS PÓS-APLICAÇÃO Trata-se de um procedimento que não requer cuidados especiais e que não interfere na rotina do paciente. Imediatamente após o procedimento, é interessante a aplicação de água termal ou máscara facial calmante. Recomenda-se a aplicação de dispositivos frios ou bolsas de gelo após o procedimento e até mesmo 3 dias após, pelo menos 4X ao dia, se necessário, pois ajudam a reduzir o eritema e o edema. Manter a pele limpa. Evitar calor ou exposição ao sol por pelo menos 24 horas. Não praticar exercícios físicos por 24 horas. Não usar maquiagem por 24 horas. Evitar uso de equipamentos que gerem calor ou correntes por até 15 dias após. Evitar consumo de álcool por 24 horas. Em caso de edema ou inflamação intensa, fazer uso de corticoide e/ou antibiótico. Massagear a área em caso de elevações ou nódulos para dispersar o material. 24 MD CODES™ HISTÓRICO Segundo Borba e Matayoshi (2018) Em 2010, pela primeira vez após anos de pesquisa em lifting facial, o cirurgião plástico brasileiro Mauricio de Maio apresentou uma sequência de aplicações com ácido hialurônico em pontos específicos da face. Nessa época, a técnica chamava-se 8-point lift e consistia no tratamento facial com pontos de L1 a L8. A letra L refere-se à palavra lift e os números, às subunidades anatômicas correspondentes (Figuras abaixo) (Quadros abaixo). Com esses pontos, já era possível obter uma estruturação facial com resultados aceitáveis para algumas faces. Em 2015, houve uma evolução da técnica e o Dr. Mauricio de Maio publicou o livro Desvendando os códigos para o Rejuvenescimento Facial: uma abordagem passo a passo para o uso de injetáveis com o MD Codes, sendo o nome da técnica a abreviação de Medical Codes ou Códigos Médicos. Dessa maneira, surgia a MD Codes™, criada e desenvolvida pelo cirurgião e licenciada pela Allergan. A técnica foi lançada como parte do programa de Leaders do Allergan Medical Institute (AMI) e é considerada uma técnica de reestruturação facial para tratamento global do envelhecimento cutâneo por meio de um mapeamento mais completo de toda a face. O tratamento foi descrito, utilizando-se a linha VYCROSS® collection Juvéderm®, com resultados de alto impacto na harmonização dos terços faciais. Atualmente, a técnica MD Codes™ representa uma nova linguagem na estética facial, a fim de dar apoio ao desenvolvimento técnico dos médicos injetores e fornecer ferramenta efetiva para facilitar a comunicação com o paciente e o estabelecimento de um plano de tratamento. Em 2016, houve o lançamento do programa AMI Visionary™, com a apresentação das Equações MD Codes™, ensinando como otimizar cálculos e valores, produtos e volumes, além de fomentar discussões simples e claras sobre o plano de tratamento com os nossos pacientes. Em agosto de 2018, o Dr. Mauricio de Maio lançou as Fórmulas MD Codes™, o que nos aproximou mais das necessidades dos pacientes, entendendo suas motivações emocionais e fornecendo um ponto de partida diferenciado no tratamento individualizado. ENTENDENDO O MD CODES™ Segundo Borba e Matayoshi (2018), a técnica define pontos estruturais para reconstrução da arquitetura facial. Essa série de pontos faz o mapeamento da face e promove melhores resultados com preenchimento à base de ácido hialurônico (AH). Com isso, pode-se proceder à remodelação frontal, temporal, glabelar, periorbital, malar, nasolabial, labial, mandibular e mentoniana. É importante ressaltar que o MD Codes™ é um plano de sistematização de avaliação facial para tratamento com preenchedor e, consequentemente, deve ser realizado de acordo com a necessidade e a área de descontentamento de cada paciente. Muitas vezes, a região da queixa é uma consequência da perda de densidade de outra área associada à flacidez, à necessidade de reestruturação e ao contorno de alguma área específica. Por vezes, o que incomoda o paciente pode não condizer com a realidade. Desse modo, o injetor deve alinhar o plano de tratamento para cada caso. Uma vez que constitui um método que refaz a arquitetura da face, o tratamento promove o rejuvenescimento, mantendo as características naturais do paciente. Quadro: Letras das áreas de tratamento – Fonte: BORBA E MATAYOSHI (2018) L 8-point lift F Remodelação frontal com 3 pontos T Remodelação temporal com 2 pontos E Remodelação de supercílios com 3 pontos G Remodelação glabelar com 2 pontos O Remodelação periorbital lateral com 3 pontos Tt Remodelação do tear trough com 3 pontos Ck Remodelação malar com 5 pontos N Remodelação nasal com 5 pontos NL Remodelação nasolabial com 3 pontos Lp Remodelação labialcom 8 pontos M Remodelação das “linhas de marionete” com 3 pontos C Remodelação do mento com 6 pontos Jw Remodelação da linha mandibular com 5 pontos 25 Quadro: Modo de aplicação – Fonte: BORBA E MATAYOSHI (2018) Quantidade muito pequena de preenchedor por ponto (0,01mL – 0,05 mL por ponto) Aplicação estática de uma pequena quantidade de preenchedor (0,1 mL ou 0,2 mL) Aplicação estática de preenchedor (0,3 mL) Anterógrado ou retrógrado Múltiplas aplicações por meio de um mesmo orifício, criando um padrão em leque Quadro: Dispositivo de injeção – Fonte: BORBA E MATAYOSHI (2018) Pode minimizar o risco de lesão intravascular e equimose Recomendado para uso em zonas de alerta Pode ser preferida para aplicações finas e controladas. Ideal para aplicação em bolus em nível supraperiostal Quadro: Cuidados na aplicação – Fonte: BORBA E MATAYOSHI (2018) Áreas de alto risco onde se deve ter cuidado adicional quando a aplicação ocorrer messe local ou próximo dele Áreas de alerta podem ser muito vascularizadas, altamente inervadas ou adjacentes a estruturas ou órgãos críticos Áreas onde se deve evitar a aplicação de preenchedores Quadro: Diferenças entre sexos – Fonte: BORBA E MATAYOSHI (2018) Ponto de aplicação para um resultado mais masculino Ponto de aplicação para um resultado mais feminino 26 PREENCHIMENTO DO SULCO NASOLABIAL O sulco nasolabial estende-se da asa nasal até a comissura labial ipsolateral e está situado sobre o caminho da artéria facial, que percorre profundamente a região. Quadro: Remodelação nasogeniano com três pontos: recomendações de produto e volume– Fonte: BORBA E MATAYOSHI (2018) Código Produto Volume (mL) Técnica de aplicação Dispositivo de aplicação Estrutura-alvo Observações NL1 Juvéderm® Volift® com lidocaína 0,1-0,4 Em leque ou linear Agulha ou cânula Derme Artéria facial NL2 0,2-0,4 Linear Aplique levemente do medial ao sulco nasolabial NL3 0,1-0,2 27 REMODELAÇÃO DA REGIÃO DO LÁBIO Os lábios modificam-se com a idade. Para manter lábios jovens, devemos ter arco do cupido e filtro evidentes, manter os lábios projetados, respeitando a proporção de 1 para aproximadamente 1,6 entre lábio superior e inferior e diminuir as rítides periorais, conhecidas como “código de barra”. O lábio apresenta a parte mucosa, e a semimucosa é conhecida como o vermelhão do lábio. Figura: Anatomia dos lábios. Fonte: BORBA E MATAYOSHI (2018) Quadro: Remodelação labial com oito pontos– Fonte: BORBA E MATAYOSHI (2018) Código Áreas de aplicação Efeitos da aplicação Lp1 Corpo do vermelhão Promove aumento labial Lp2 Arco do cupido Confere estrutura à região do arco de cupido Lp3 Margem labial Confere estrutura à linha branca/margem labial, indiretamente, reduz linhas periorais Lp4 Tubérculo medial Promove aumento ou projeção do tubérculo medial do lábio superior Lp5 Tubérculos laterais Promove aumento ou projeção dos tubérculos laterais do lábio superior Lp6 Comissura oral Eleva e corrige a inversão do canto da boca Lp7 Colunas do filtro labial Confere estrutura e definição às colunas do filtro labial Lp8 Linhas periorais Corrige as linhas periorais 28 Quadro: Remodelação labial com oito pontos recomendações de produto e volume – Fonte: BORBA E MATAYOSHI (2018) Código Áreas de aplicação Volume (mL) Técnica de aplicação Dispositivo de aplicação Estrutura-alvo Lp1 Juvéderm® Volift® com lidocaína Juvéderm® Volbella® com lidocaína 0,05-0,1 Bolus pequeno Ou linear Agulha ou cânula Mucosa labial Promove aumento ou projeção dos tubérculos laterais do lábio superior Lp2 Juvéderm® Volift® com lidocaína Juvéderm® Volbella® com lidocaína 0,05-0,1 Linear Lp3 Juvéderm® Volift® com lidocaína Juvéderm® Volbella® com lidocaína 0,05-0,1 Lp4 Juvéderm® Volift® com lidocaína 0,05-0,1 Bolus pequeno Lp5 Juvéderm® Volift® com lidocaína 0,05-0,1 Lp6 Juvéderm® Volift® com lidocaína 0,05-0,1 Linear ou em leque Derme Lp7 Juvéderm® Volift® com lidocaína 0,05-0,1 Linear Lp8 Juvéderm® Volbella® com lidocaína 0,1-0,2 Microponto INTERCORRÊNCIA DO LÁBIO (EXCESSO DE MATERIAL) No retorno do paciente se notar algum excesso de volume na palpação, ou até mesmo se o paciente relatar, deve-se tirar esse excesso. Anestesiar o lábio Com agulha 22G ou 25G furar a região e espremer até sair o excesso do material. Quando começar a sangrar é porque já tirou o excesso. 29 REMODELAÇÃO REGIÃO DO CONTORNO MANDIBULAR A região do contorno mandibular é extremamente importante para a projeção de diferença de sexo e de jovialidade. A definição dessa área é perdida com o envelhecimento e essa perda ainda pode denotar o aspecto de gordura local. O rosto masculino, em geral, tem o contorno mandibular mais pronunciado e mais quadrado que o feminino. Deve-se ter cuidado ao fazer Jw3, uma vez que está sobre a emergência da artéria facial, que passa profundamente. 30 Quadro: Remodelação da linha mandibular com cinco pontos: áreas de aplicação e efeitos – Fonte: BORBA E MATAYOSHI (2018) Código Áreas de aplicação Efeitos da aplicação Objetivo Jw1 (L7) Ângulo da mandíbula Alarga a face Estrutura óssea Subcutâneo Jw2 Região pré-auricular Eleva e define o ângulo da mandíbula Subcutâneo Jw3 Corpo da mandibular Eleva a pele e reduz a flacidez da linha mandibular Subcutâneo Jw4 (L6) Sulco pre-jowl Reduz a proeminência do sulco pre- jowl Estrutura óssea e/ou Subcutâneo Jw5 Ápice do mento Melhora a dimensão vertical altura do mento Estrutura óssea e/ou Subcutâneo Quadro: Remodelação da linha mandibular com cinco pontos: recomendações de produto e volume – Fonte: BORBA E MATAYOSHI (2018) Código Produto Volume (mL) Técnica de aplicação Dispositivo de aplicação Estrutura- alvo Observações Jw1 (L7) Juvéderm® Voluma com lidocaína 0,2-0,5 Bolus pequeno Agulha Supraperiostal 0,2 Subcutâneo/ fat pads Jw2 Juvéderm® Volift® com lidocaína ou Juvéderm® Voluma com lidocaína 0,5-1,0 Em leque Agulha ou cânula Subcutâneo/ fat pads Cuidado com a glândula parótida Jw3 0,2-0,5 Linear Cuidado com a artéria facial Jw4 (L6) Juvéderm® Voluma com lidocaína 0,1-0,5 Linear ou Bolus pequeno ou Em leque Agulha ou cânula Supraperiostal Jw5 0,2-0,5 Linear ou bolus pequeno Agulha Subcutâneo/ Fat pads 31 O preenchimento com ácido hialurônico é considerado seguro, e com baixa incidência de adversidades. Como esses eventos adversos são pouco observados na prática clínica ou têm sido possivelmente sub-relatados, é fundamental haver mais informações e orientações para diagnosticar e tratar eventos relacionados ao ácido hialurônico (AH). A abordagem das complicações deve ser bem conhecida do especialista, pois, embora também possam ser decorrência de má técnica, acidentes na aplicação e variações anatômicas podem contribuir para seu aparecimento. A seguir, apresentamos as reações adversas e possíveis complicações. Dessa maneira, foram categorizados eventos adversos relacionados ao ácido hialurônico com base em três momentos de início (imediato, precoce e tardio). EDEMA Edema imediato Edema transitório no pós-procedimento imediato é normal e está relacionado à técnica, ao número de punturas realizadas e ao volume injetado. Alguns pacientes podem desenvolver hipersensibilidade ao produto injetado por conta da reação de hipersensibilidade mediada por IgE, o que pode ocorrer após a primeira exposição ou exposições repetitivas. O edema pode ser confinado ao local de injeção ou generalizado. O tratamento deve ser realizado com anti-histamínicos associados à prednisona. O angioedema rapidamente progressivoé tratado como emergência médica, em razão do risco de obstrução de vias respiratórias. Edema tardio Reação de hipersensibilidade tardia é mediada por linfócitos t e caracterizada por eritema e edema geralmente um dia após o procedimento. No entanto, pode iniciar-se até semanas depois e persistir por vários meses. O tratamento deve ser realizado com prednisona e hialuronidase. EQUIMOSE Os preenchimentos podem causar equimose, a qual é mais frequentemente observada após injeção no plano dérmico, quando utilizadas as técnicas em leque e em cruzamento, mas é menos frequente na técnica em bolus e no plano supraperiostal. Para minimizar a chance de equimoses e/ou hematomas, deve-se evitar, uma semana antes do procedimento, medicações como ácido acetilsalicílico, anti-inflamatórios, óleo de peixe, suplementos com vitamina E, erva-de-são-joão, cápsulas de alho, Ginkgo biloba e ginseng. Equimose também pode ser evitada por meio do uso de microcânulas. ERITEMA Imediatamente após o procedimento, algum grau de eritema é normal, mas, caso o mesmo persista por mais de alguns dias, é provável que se trate de reação de hipersensibilidade. Nesses casos, pode-se utilizar corticoide tópico. 32
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