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Produção Textual - Unopar - Português

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formação pedagógica em letras - português
Reflexões sobre a prática do docente de Língua Portuguesa
Sete Lagoas
2021
NOME DO ALUNO
POLIANE GOMES DE ABREU RAMOS
POLIANE GOMES DE ABREU RAMOS
NOME DO ALUNO
Reflexões sobre a prática do docente de Língua Portuguesa
Trabalho de Produção Textual apresentado à UNOPAR- Universidade Norte do Paraná como requisito parcial à aprovação no 2º semestre do curso de Formação Pedagógica em Letras - Português.
Sete Lagoas
2021
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	6
2	O ensino de Língua Portuguesa: metodologia de ensino	7
3	O ensino da Língua Portuguesa no Ensino Médio	8
4	O papel do professor de Língua Portuguesa	9
5	PLANO DE AULA	10
6	CONSIDERAÇÕES FINAIS	13
REFERÊNCIAS	15
INTRODUÇÃO
Tem sido comum os relatos de desinteresse e desmotivação dos educandos com as aulas de Língua Portuguesa, geralmente, devido ao modelo tradicionalista de ensino; no qual o professor é considerado o único detentor do saber e os estudantes são apenas meros ouvintes e aprendizes da informação, e sua maior função é a memorização para ter bons resultados nas avaliações.
Com base nessa constatação, um dos grandes desafios do ensino está no emprego de estratégias que estejam envolvidas com a aprendizagem no intuito de proporcionar a compreensão do conteúdo de forma mais eficaz e significativa. 
Assim, a utilização de estratégias de ensino atualizadas é de suma importância para o aprendizado, pois facilita a compreensão dos conteúdos e resgata o interesse dos educandos nas aulas. Dentro dessa perspectiva, a utilização de estratégias didáticas atualizadas é uma ferramenta poderosa a construção do conhecimento.
O desenvolvimento da proposta apresentada trará questões acerca da prática dos docentes de Língua Portuguesa, neste, será discutido estratégias de ensino que produzam a integração dos jovens do ensino médio com o aprendizado da língua, contextualizando o conteúdo com as demandas cotidianas.
Abordou-se os desafios do ensino de Língua Portuguesa no ensino médio e como resolução à situação problema, apresentou-se um plano de aula visando as quatro primeiras aulas do ano letivo, auxiliando a docente na busca de metodologias que despertem o interesse dos alunos pelas aulas e os tornem críticos e preparados para a utilização da língua materna como instrumento de interpretação e posicionamento na sociedade. 
O objetivo desta produção textual é refletir sobre o contexto atual e os novos rumos da educação a partir do tema proposto e dos desafios inerentes ao docente de Língua Portuguesa.
O ensino de Língua Portuguesa: metodologia de ensino
Nas escolas mais tradicionais, o processo de ensino e aprendizagem nas aulas de Língua Portuguesa se dá através de aspectos formais, tais como fixar regras gramaticais e contextos históricos literários. Dessa maneira o ensino torna-se fragmentado, fragilizando a aprendizagem dos alunos, com conteúdos meramente repetitivos. 
Segundo Antunes (2003), as aulas de Língua Portuguesa, ainda se mantêm em muitos aspectos, em uma perspectiva reducionista do estudo da palavra e da frase descontextualizada, ocasionando, assim, educandos desinteressados na produção de conhecimento, pois estudam somente para passar em uma prova, sem vínculo com o discurso da língua.
Os conteúdos gramaticais trabalhados nas aulas de Língua Portuguesa, são voltados para um ensino baseado somente com regras de “certo” ou “errado”, nomenclaturas e classificações de frases soltas, tornando as aulas ultrapassadas e chatas, fazendo com que os alunos se desinteressem pelo conteúdo, tornam-se passivos, com uma aprendizagem rasa e ineficaz. 
Para Bortoni (2004), o erro não existe, o que existe são formas diferentes de usar os recursos presentes na própria língua. E ainda de acordo com a visão de Antunes (2003), a gramática de uma língua é muito mais que o conjunto de sua nomenclatura, por mais elaborada e consistente que ela seja.
O ensino de Literatura também é trabalhado de forma bem restrita, preso a informações dos livros didáticos, que na maioria dos casos só trazem o contexto histórico e dados bibliográficos de autores, não as relacionando com o novo contexto social e a realidade dos alunos. 
Colomer (2007) diz que a literatura nos prepara para ler melhor todos os discursos sociais, mas na prática as aulas são expositivas, monótonas e sem abertura para diálogo, debates ou contextualizações.
As aulas de produção textual por sua vez, são feitas isoladamente, não englobando os ensinos de gramática e literatura, o que segundo Antunes (2007) é fora de censo, já que não se pode redigir um texto um ler literatura sem gramática ao passo que a gramática não tem nenhuma serventia senão para atividades de comunicação.
Dessa forma, diante de questões como essas, a prática de ensino e aprendizagem tradicionalista, ao longo do tempo, vem sendo questionada, pois a escola está formando educandos somente para atender ao mercado de trabalho, e não sujeitos pensantes e conscientes do seu papel na sociedade. 
Apesar de grande parte das escolas ainda persistirem nesse tipo de ensino, as políticas educacionais oferecem materiais que discutem uma realidade diferente ao ensino de língua, o qual, sugere a contextualização das manifestações da linguagem, de forma interdisciplinar em que Gramática, Literatura e Produção textual podem ser trabalhados juntos, 
Vale ressaltar, que essa realidade no ensino de Língua Portuguesa, explicitados acima, ainda repercute em muitas escolas brasileiras, fragilizando a aprendizagem e o desenvolvimento da própria língua materna do aluno, que não se motivam em aprendê-la uma vez que são abordados com métodos ultrapassados de memorização, nomenclaturas e livros didáticos. Por isso, há uma grande necessidade de se discutir e trabalhar em uma nova perspectiva no ensino de Língua Portuguesa.
O ensino da Língua Portuguesa no Ensino Médio
A disciplina de Língua Portuguesa encontra-se abrigada na área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. De acordo com os PCNEM (BRASIL, 1999, p.105), nessa área estão:
[...] destacadas as competências que dizem respeito à constituição de significados que serão de grande valia para a aquisição e formalização de todos os conteúdos curriculares, para a constituição da identidade e o exercício da cidadania. As escolas certamente identificarão nesta área as disciplinas, atividades e conteúdos relacionados às diferentes formas de expressão, das quais a Língua Portuguesa é imprescindível.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM), é um documento que tem entre os seus objetivos contribuir para a elaboração de práticas didáticas. Neste, estão as orientações para conduzir um processo de ensino-aprendizagem que visa preparar o aluno para sua atuação na vida e exercício da cidadania na sociedade e também o traga o domínio de diferentes discursos textuais, sendo assim, preparado para a sua profissionalização.
O documento oficial aborda para as disciplinas de linguagens a necessidade de se inserir nas aulas a contextualização dos conteúdos e proximidade às questões cotidianas. Com isso, o ensino torna-se mais estimulante para o interesse e compreensão aos envolvidos (BRASIL, 2002, p. 11).
Para os professores, o documento colabora para a formação e atualização profissional através de suas orientações teóricas de abordagens contemporâneas.
O ensino de Língua Portuguesa no Ensino Médio deve ter como objetivo preparar o aluno para a cidadania e o trabalho, fazer com que estes tenham um bom domínio da linguagem, que produzam textos coesos e coerentes, formando indivíduos críticos e atuantes na sociedade. 
O aluno do ensino médio deve ser capaz de interpretar os mais diversos tipos de textos, identificando os objetivos dos autores, sendo capaz de construir argumentações consistentes e com o domínio da escrita e oralidade.
O alcance e resultado dos objetivos citados dependem do ambiente escolar, da formação docente do professor e do interesse dos alunos. 
O papel do professorde Língua Portuguesa
O papel do professor de forma geral vem sendo questionado e redefinido de diversas maneiras. Cabe ao professor ter uma análise crítica de sua aula, discutir, refletir, e identificar possíveis problemas. Em meio a esse novo cenário, o professor de Língua Portuguesa precisa estar atualizado no exercício do seu trabalho, que requer um esforço contínuo de atualização científica na sua disciplina e em campos de outras áreas relacionadas.
Segundo Libâneo (2011), “O professor precisa juntar a cultura geral, a especialização disciplinar e a busca de conhecimentos conexos com sua matéria, porque formar o cidadão hoje é, também, ajudá-lo a se capacitar para lidar praticamente com noções e problemas surgidos nas mais variadas situações, tanto do trabalho quanto sociais, culturais, éticas, nesse sentido, principalmente o professor de Língua Portuguesa que tem como objeto de ensino a “linguagem”, do qual todos os indivíduos utilizam nas situações cotidianas da sociedade.
PLANO DE AULA
	DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
	Nome da Escola: Escola Municipal Professor Teodoro 
Professor: 
Série:1º Ano do Ensino Médio
Período: Matutino
Número de aulas: 4
	OBJETO DO CONHECIMENTO
	1. Linguagem e Comunicação: Linguagem verbal e não-verbal, Linguagem oral e escrita, Variações linguísticas, Níveis de linguagem, Funções da linguagem. Relato de opiniões, conhecimento por meio de argumentos verbais
2. Leitura, análise e interpretação de textos: Análise e reflexão das dificuldades da língua em textos orais e escritos, significação vocabular, denotação e conotação, ideias primárias e secundárias, informações implícitas, explícitas e ambíguas, subentendidos, coerência textual, coesão referencial, coesão sequencial.
Tipos de discurso: direto e indireto
4. Estrutura do texto dissertativo: partes do texto, relação entre as partes do texto, relação entre textos.
	OBJETIVOS
	Compreender o processo de comunicação e da linguagem no meio social.
Compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna, geradora de significação e integrada à organização do mundo e à própria identidade.
Reconhecer a necessidade de dominar a norma padrão, que representa a variedade linguística, socialmente prestigiada, sem menosprezar as demais variantes.
Expressar-se oralmente preocupando-se com o interlocutor e com o maior ou menor nível de formalidade nas diferentes formas de expressão.
	PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
	Aula 1 – O conteúdo sobre variação linguística, linguagem oral e escrita, será trabalhado através da Leitura de modo descontraído do texto: Declaração Mineira de Amor aos amigos: “Amo ocê! ”. Os estudantes serão levados a compreensão da importância da língua materna e o regionalismo que possui. A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma língua varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, e assim por diante. Após discorrer sobre o tema, os estudantes deverão reescrever o mesmo texto de forma culta e a correção será feita oralmente.
Aula 2 - Os conteúdos sobre conotação e denotação serão trabalhados através das músicas: Dois rios do grupo Skank e Choram as rosas da dupla Bruno e Marrone. Os estudantes serão levados a compreender as diferenças das duas linguagens com análises das canções que serão projetadas em vídeos para audição e interpretação. Após eles deverão desenvolver atividades que serão registradas na lousa sobre o tema estudado, em seguida a correção será oralmente.
Aula 3 – Os alunos assistirão a um trecho do filme: “O alto da compadecida”. Os alunos deverão extrair do filme falas dos personagens que fogem da gramática normativa padrão, identificar e debater com os colegas como o modo de falar de uma pessoa interfere positiva ou negativamente na vida da pessoa, dependendo do seu vocabulário a pessoa pode ser aceita ou até descriminada devido a seu modo de falar, como é a aceitação de pessoas com vocabulário regional em localidades diferentes das suas. 
Aula 4 – A professora apresentará aos alunos Anúncios, reportagens e mensagens escritas de maneira incorreta. Nestes exemplos, o autor utilizou de pontuação ou expressões que alteraram seu objetivo de interlocução, sendo passível de interpretações incorretas. Os alunos deverão compreender as situações constrangedoras que podem ser causadas pelo uso incorreto da língua e debater de forma crítica sobre situações do dia a dia, seja em telejornais, propagandas e músicas que tendem à interpretação em duplo sentido e em quais caos isso é intencional ou não.
	AVALIAÇÃO
	A avaliação será feita através de visto nos cadernos nas atividades que for envolvida a escrita e da participação oral dos alunos de forma coerente e ativa durantes as discussões propostas em sala de aula.
	RECURSOS 
	Para as aulas propostas será necessário: lousa, pincel ou giz, celular, caderno e materiais didáticos, TV, retroprojetor e slides.
	REFERÊNCIAS
	LIVROS:
BACCEGA, Maria Aparecida. Palavra e discurso: história e literatura. São Paulo, Ática, 1995
VANOYE, Francis. Usos da linguagem - problemas e técnicas na produção oral e escrita. 2.ed. São Paulo, Martins Fontes, 1981.
SITES DE PESQUISAS:
http://www.focadoemvoce.com/gramatica/mofologia.php 
https://acessaber.com.br
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ato de educar é uma tarefa que na contemporaneidade, ainda, vem sendo discutido devido ao fato de ocorrências pouco produtivas ao quanto se espera para uma educação digna a todos. 
O ensino da Língua Portuguesa, muitas vezes se restringe a conteúdos normativos e padronizados, apegados à didática expositiva e avaliativa refletidas em hábitos tradicionais. A ausência de práticas pedagógicas alicerçadas em contextualização e de reflexões da língua estudada comprometem um ensino-aprendizado efetivo. 
A situação problema apresentada trouxe à tona a realidade da maioria das instituições de ensino e dos professores de Língua Portuguesa, a desmotivação dos alunos com a disciplina e a dificuldade de contextualizarem o conteúdo das aulas com a sua vivência cotidiana.
O relato descreveu que o processo de ensino aprendizagem de Língua Portuguesa que ocorre na escola citada é baseado em métodos de ensino tradicionalista o que gerou nos alunos, embora nos anos finais da sua formação básica, a falsa concepção de pouca aplicação da língua nas suas demandas contemporâneas.
 Com a reflexão e pesquisa acerca da situação, observou-se os aspectos que são relevantes para reflexão sobre o ensino de Língua Portuguesa no ensino médio conforme os conhecimentos dos documentos de orientação à aplicação da didática.
 Este trabalho oportunizou o desenvolvimento de metodologias de ensino atualizadas, que contribuirão para o processo de formação do educando, de modo com que ele se sinta motivado para o estudo da disciplina de Língua Portuguesa, buscando a “ampliação do estudo da competência comunicativa do aluno para falar, ouvir ler e escrever textos fluentes, adequados e socialmente relevantes”, conforme Antunes (2003, p. 122-123).
No Pano de aula desenvolvido, o objetivo foi de fato despertar o interesse dos alunos pela disciplina a partir das quatro primeiras aulas do ano letivo. Neste, o conteúdo de ensino foi integrado à aula de forma descontraída e despretensiosa, através de discurso divertido, textos improváveis, músicas, filme, uso de tecnologias digitais e muito debate.
Como contribuição para formação docente, este trabalho fortaleceu e motivou ainda mais a busca por conhecimentos, para poder levar aos educandos, uma prática de ensino nas aulas de Língua Portuguesa, visando o trabalho com leitura e escrita, de modo articulado com a vida, fazendo com que os educandos obtenham assim uma competência discursiva e comunicativa, possibilitando o conhecimento das regras gramaticais, mas além disso, saibam como usá-las na prática.
Por fim, conclui-se que o ensino de Português no Brasil, ainda que, de maneira utópica, poderia sim, ganhar novos e melhores horizontes, se a linguagem, a formação de professores e as metodologiasde ensino andassem de mãos dadas, caminhando sempre em função do desenvolvimento de melhores práticas no cotidiano escolar.
10
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Irandé. Aula de Português: Encontro & interação. 1° Ed. São Paulo: Parábola,2003.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília, MEC/CONSED/UNDIME, 2017.
BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 1999
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN Ensino médio: Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais: Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEMTEC, 2002.
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus Professor, Adeus Professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. 13 ed. São Paulo: Cortez, 2011.

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