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1 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 5 EPIDEMIOLOGIA • 90% dos óbitos pré-hospitalares por TCE; • 75% dos TCE são leves, 15% são moderados e 10% graves. • Dados norte-americanos: ❖ 1.700.000 trauma do SNC/ano; ❖ 52.000 mortes por trauma do SNC/ano; ❖ 80.000 a 90.000 pessoas com sequelas/ano. É, de fato, um trauma que deixa bastante sequela, grave e permanente, portanto, qualquer melhora na assistência ao TCE, terá um impacto significativo na melhora desses pacientes e na saúde pública. TRAUMA DO SNC O trauma do SNC é dividido em dois tipos: • Trauma cranioencefálico. • Trauma raquimedular. TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO O objetivo principal do tratamento dos doentes com suspeita de trauma cranioencefálico (TCE) é prevenir a lesão cerebral secundária. Ou seja, o cérebro sofreu uma lesão primária do trauma, sendo necessário economizar tecido cerebral para prevenir a evolução para uma lesão cerebral secundária. • Garantindo oxigenação adequada. • Mantendo pressão arterial mínima que garanta perfusão cerebral. ANATOMIA • Couro cabeludo: bastante vascularizado. Lesões de couro cabeludo podem levar a choque hipovolêmico, principalmente em crianças. • Crânio (calota craniana, ossos da base do crânio) e meninges (dura-máter, aracnoide e pia máter): abaixo do couro cabeludo. ❖ Dura-máter: íntimo contato com a superfície interna da calota craniana. É uma meninge fibrosada e resistente. Em algumas regiões, a dura-máter se divide em 2 camadas, uma perióstea em contato direto com osso e a outra meníngea. Entre essas camadas tem um espaço que forma os seios venosos, responsáveis pela drenagem venosa cerebral. ❖ Aracnoide: Abaixo da dura-máter. Membrana transparente, delgada e impermeável. ❖ Pia-máter: abaixo da aracnoide, em íntimo contato com a superfície cerebral. Pode ocorrer sangramentos acima da dura-máter, entre a dura e o crânio, quando tem lesões dos seios venosos ou das artérias meníngeas (principalmente a artéria meníngea média que corre na superfície dos lobos temporais). Abaixo da dura-máter, entre a dura e aracnoide, temos o espaço subdural, que pode ocorrer sangramentos geralmente nas veias- pontes que deixam a superfície cerebral e vão drenar para o seio venoso. E entre a aracnoide e a pia-máter, tempos o espaço subaracnoide que acontece com lesões dos vasos da superfície do encéfalo propriamente dito. Entre a aracnoide a pia-máter, temos o espaço subaracnóide, que é por onde passa o líquido cefalorraquidiano, funcionando como um coxim do cérebro e da medula. É onde formam-se os ventrículos. Além disso, podemos dividir o cérebro em compartimentos: supratentorial e infratentorial. O cérebro em si é dividido em encéfalo, cerebelo, mesencéfalo e tronco. FISIOPATOLOGIA Existem alguns aspectos da fisiopatologia para manutenção da pressão intracraniana que é importante entender os mecanismos da lesão. A calota craniana é uma caixa rígida que não permite expansão. Então a adaptação da pressão se dá Trauma do SNC 2 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 5 graças a doutrina de Monro-Kelly, que diz o seguinte: Existe um volume total intracraniano e uma pressão intracraniana por conta do volume venoso, arterial, o cérebro propriamente dito e do líquido cefalorraquidiano. Quando se tem uma massa em crescimento ou um trauma com efeito de massa e esta vai aumentando, expandindo, irá ocorrer um esvaziamento, tanto do volume venoso, intravascular, quanto do líquido cefalorraquidiano, o que permite que apesar da expansão da massa, a pressão intracraniana continua igual até um determinado limite, o qual não é mais possível compensar o aumento da massa e a pressão sobe exponencialmente. Visto no gráfico. MEDIDAS TERAPÊUTICAS • Diminuir a PIC (pressão intracraniana): Os vasos intracranianos tem uma capacidade de se autorregular a depender de alguns estímulos, contraindo ou dilatando. Quais são esses estímulos? Existe uma autorregulação pressórica, que é um estímulo da PAM e existe uma autorregulação clínica, que é pelo estímulo da PaO2 e PaCO2. Alguns outros aspectos interferem na PIC, como é o caso da concentração de sódio no espaço intravascular. As medidas de diminuição da PIC são voltadas para diminuição e contração do vaso para diminuir o edema e a pressão. • Manter: ❖ Pressão arterial média (PAM) normal; ❖ PaO2 - Oxigenação normal (SO2: 98%); ❖ Normocapnia. *PaCO2 muito alta → vasodilatação intracraninana → edema e aumento de PIC. PaCO2 muito baixas → vasoconstricção intracraniana → isquemia e necrose tecidual. Portanto, o ideal é manter a PaCO2 no limite inferior da normalidade que é em torno de 35mmHg. Mas em algumas situações, o objetivo é manter a PaCO2 menor que 35mmHg (32-35mmHg) • Esvaziar precocemente hematomas e outras lesões com efeito de massa. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES CRANIOENCEFÁLICAS Existem algumas formas de classificar as lesões cranionecefálicas em relação a gravidade (avaliação da escala de coma de Glasgow) e em relação a morfologia. As fraturas podem ser de crânio, calota ou basilares e podem ser do tipo lineares, estrelares, com ou sem afundamento, aberta ou fechada, com perda de LCR. As lesões intracranianas podem ser focais (hematomas subdural, epidural e intracerebral) ou difusas (concussões, contusões, lesões hipóxicas/isquemia e axonais/aceleração e desaceleração). Imagens de hematomas abaixo: Primeira imagem – hematoma epidural (formato lenticular, lente). Segunda imagem - subdural (formato que acompanha o cérebro, côncavo). Terceira imagem - contusão intracerebral com hematoma. Quarta imagem - desvio da linha média com hemorragia intraventricular bilateral, hematoma e contusão. 3 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 5 HEMATOMAS • Hematoma epidural → formato de limão; • Hematoma subdural → formato de banana. ATENDIMENTO PRIMÁRIO No atendimento primário ao TCE, utiliza-se o ABCDE: • A → avaliação da viabilidade de vias aéreas e coluna cervical; • B → ventilação; • C → correção de hipotensão em todos os casos de TCE, onde a hipotensão é fator deletério para o quadro clínico, bem como em pacientes politraumatizados com choque hipovolêmico; • D → atenção maior para avaliação neurológica e checar nível de consciência utilizando a Escala de Coma de Glasgow; • E → exposição. Por fim, realizar uma história ampla, identificando e tratando as lesões, tanto no TCE como no TRM. Escala de Coma de Glasgow: graduação com mínima de 3 e máxima de 15. Avalia abertura ocular, resposta motora e verbal, resposta da pupila ao estímulo luminoso. A versão de 2018 trouxe aquele paciente que por algum motivo, não será possível avaliar. RESPOSTA MOTORA: • Número 6 → responde a comandos. • Número 5 → localiza a dor e retira a mão. • Número 4 → ocorre a flexão normal sem localização da dor. • Número 3 → tem flexão anormal. • Número 2 → o paciente faz uma extensão anormal. • Número 1 → não faz nada. *Atenção → Decorem o 2 e o 3. AVALIAÇÃO PUPILAR: • Pupilas isocóricas → quando elas estão iguais. • Pupilas mióticas → contraídas e pequenas. • Pupilas midriáticas→ dilatadas. • Pupilas anisocóricas → uma está miótica e a outra midriática. Este quadro indica uma 4 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 5 degeneração neurológica grave, sugerindo aumento da pressão com herniação cerebral. Lembrando da resposta motora de número 3 e 2. • Número 3 (imagem da esquerda) – flexão anormal → Sinal de decorticação – lesão no córtex cerebral. • Número 2 (imagem da direita) – extensão anormal → Sinal de descerebração no cerebelo. Sinal de decorticação: Como acontece esses reflexos? O núcleo rubro nomesencéfalo é um núcleo que funciona como se fosse um mensageiro entre o córtex cerebral e o músculo. Então o córtex cerebral encaminha um comando para o núcleo rubro que encaminha o comando de contrair, fletir para o músculo. Quando tem uma lesão entre o córtex e o núcleo rubro, o núcleo fica descontrolado e envia comandos de flexão para o músculo. Sinal de descerebração: Além deste trato rubro, existe o trato do núcleo vestibular no tronco que não tem contato com o córtex e envia mensagens para o músculo fazer a extensão. Então, quando se tem uma lesão entre o núcleo rubro e os flexores, o núcleo rubro perde sua ação e só resta a ação do núcleo vestibular. Por conta disso, o paciente faz a extensão apenas. Se durante a abordagem do TCE não tiver um neurocirurgião disponível no local, é importante termos o contato de algum neurocirurgião para auxiliar na condução deste paciente e para fornecermos alguns dados, tais como: idade do paciente, mecanismo e tempo do trauma, o status ventilatório e quadro cardiovascular, resultados dos exames neurológicos (Glasgow), déficit neurológico focal, resposta palpebral, presença de lesões associadas, resultados de exames, dentre eles a TC (No entanto, se não tiver neurocirurgião no local, a realização da TC não deve atrasar a transferência desse paciente) e as medidas terapêuticas adotadas no momento. ATENDIMENTO DE TCE LEVE • Pacientes com Glasgow de 13-15 com relato de amnésia retrógrada ou anterógrada com perda de consciência, vômitos, cefaleia. • Esse paciente deve ser observado por 8h. Se continuar bem, e estiver com uma acompanhante bem orientado, ele pode ser liberado com a orientação de estar acompanhado durante as próximas 24h e retornar se: cefaleia, vômito, déficit neurológico, perda de consciência. 5 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 5 • Alguns desses pacientes irão realizar TC de crânio. • Existe alguns outros pacientes que precisarão estar em observação ou internados no hospital. São aqueles com: TC alterada, TCE penetrante, história de perda de consciência por mais de 5 minutos, piora do nível de consciência, piora da cefaleia, pacientes sob efeito de drogas exógenas, fratura de crânio, perda de LCR, traumatismos associados, falta de acompanhante para ir pra casa, alteração da escala de coma de Glasgow até 2h após o trauma e déficit neurológicos focais. PACIENTES COM TCE LEVE QUE IRÃO REALIZAR TC: • Suspeita de fratura exposta e afundamento. • Sinal de fratura de base de crânio → olhos de guaxinim - hematoma periorbital bilateral, sinal de battle - hematoma retroauricular. • Vômitos em mais de 2 episódios. • Pacientes com mais de 65 anos. • Perda de consciência por mais de 5 minutos. • Amnésia retrógrada por mais de 30 minutos. • Mecanismo perigoso (atropelamento, paciente ejetado do carro). • Alguns vão ser observados por 24h e outros vão ser observados por 48h e depois repetir a TC. TCE MODERADO • Pacientes com Glasgow 9-12. • 10 a 20 % evoluem para piora e coma. • Será necessário um exame neurológico seriado. • TC de crânio + avaliação neurocirúrgica – Portanto, pacientes com TCE moderado ou grave em locais sem neurocirurgia, devem ser transferidos. • Muitos vão precisar de hospitalização em UTI. • Reavaliação neurológica nas primeiras 12h a 24h. • Seguimento com TC em 12 e 24h quando a primeira TC for anormal ou se tiver piora clínica. TCE GRAVE • Pacientes com Glasgow abaixo de 9, de 3 a 8. • Eles serão submetidos a todos os cuidados de um TCE moderado. • Irão passar por diagnóstico e tratamento imediato. • Deve ser feito o tratamento imediato da hipotensão + hipóxia pois aumentam a mortalidade em 75% dos pacientes. • Muitos vão precisar de IOT precoce em pacientes comatosos. • Deve ser fornecido O2 a 100%. 6 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 5 Quadro: orientação de triagem para os politraumatizados com TCE grave. Estes pacientes serão submetidos ao ABCDE e serão necessárias adotar todas as medidas para aumentar a pressão. • Se não for possível aumentar a pressão acima de 100mmHg → nesse momento, a TC de crânio não será prioridade, mas pode ser feito USG fast ou lavagem peritoneal ou laparotomia exploratória se necessário, e depois desta, pode fazer TC de crânio. • Paciente que a pressão subiu acima de 100mmHg → TC de crânio enquanto faz os outros exames. • Pressão sobe e desce → é preciso ponderar o risco e o benefício da TC de crânio. TRATAMENTO CLÍNICO DO TCE Objetivo: Prevenir lesão secundária mantendo a pressão de perfusão por meio da manutenção da PAM em níveis normais e diminuindo a PIC. Isso será feito por meio de: • Expansão volêmica com líquidos intravenosos: ❖ Solução salina isotônica. ❖ Ringer lactato. • Hiperventilação temporária para manter PaCO2 abaixo de 35mmHg quando identificado piora do status neurológico (Exemplo: pupila isocórica se torna anisocórica). Tem que tomar cuidado pra PaCO2 não cair demais, porque também é deletério. ❖ Normocapnia preferível. ❖ PaCO2 = 35mmHg. • Manitol: solução de 20%, 1mg/kg em bolus IV é utilizado para diminuir a PIC. O manitol NÃO pode ser usado em paciente hipotenso. • Solução salina hipertônica: pode ser usado em paciente hipotenso e hipovolêmicos, apesar de não funcionar muito bem, mas é uma opção. Existem soluções com concentrações de sódio maior que 0,9%, tendo de 3 a 23,4%. • Barbitúricos: indução de coma para diminuir a PIC. • Anticonvulsivantes: usados quando o paciente tem convulsão. Eles podem fazer perder tecido nervoso, então somente é utilizado quando necessário. Existe uma síndrome epiléptica pós trauma que pode acontecer nesses pacientes, que não tem relação com o uso de anticonvulsivantes na fase aguda, mas tem relação com o aparecimento de convulsão na primeira semana após o trauma, afundamento de crânio. No entanto, o uso de anticonvulsivante não irá aumentar e nem diminuir a chance desse paciente fazer epilepsia pós trauma. ❖ Fenitoína. ❖ Fosfenitoína. ❖ Diazepam/ Lorazepam – Para tratar a convulsão. ❖ Convulsões não são controladas com relaxantes muscular. A contração muscular é uma consequência da convulsão. Quando usa o relaxante muscular, se inibe a contração muscular, mas convulsão continuará ocorrendo no cérebro. Convulsões prolongadas por 30-60 minutos causam lesão cerebral irreversível. Se for necessário usar o relaxante muscular, opta- se pelo de curta duração ou trata-se a convulsão antes. • Monitorar PIC: principalmente em pacientes com lesão de massa (exemplo: lesão intracraniana com efeito de massa), mas que por algum motivo, naquele momento, ainda não está claro a indicação craniotomia de descompressão. Portanto, esses pacientes precisam ficar em uma unidade crítica. TRATAMENTO CIRÚRGICO • Lesões de couro cabeludo: Importante fazer a limpeza e inspeção da ferida a procura de corpos estranhos, LCR. • Fraturas com afundamento de crânio (afundamento maior que a espessura da calota 7 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 5 craniana): precisa de intervenção neurocirúrgica. Se tiver fratura aberta com exposição de tecido cerebral, grandes contaminações. • Lesões intracranianas de massa: principalmente aqueles com desvio de linha média de 5mm que é são considerados uma indicação cirúrgica. • Ferimentos cerebrais penetrantes: ❖ Antibioticoterapia profilática de amplo espectro. ❖ Monitorização precoce da PIC. ❖ Tratar os orifícios com cuidados locais/suturas quando não tem tecido desvitalizado ou contaminação grosseira. ❖ Não retirar objetos que penetram o crânio: facas, espetos só podem ser tirados pelo neurocirurgião, pois esses objetos podem estar comprimindo sangramentos.TRAUMA VERTEBROMEDULAR • Lesão espinhal com ou sem déficit neurológico, deve ser sempre considerado em doentes vítimas de traumas múltiplos. • A imobilização adequada é necessária em todos esses doentes. EPIDEMIOLOGIA • 5% dos pacientes com TCE apresentam TRM. • 25% dos pacientes com TRM apresentam TCF (trauma cranioencefálico). • Localização das lesões. ❖ 55% coluna cervical. ❖ 15% coluna torácica. ❖ 15% transição tóraco- lombar. ❖ 15% região lombosacra. ANATOMIA • 7 vértebras cervicais, 12 torácicas e 5 lombares. • Imagem: mostra a anatomia vertebral com o canal medular na qual teremos o empilhamento das vértebras. As vértebras são conectadas entre si pelo ligamento longitudinal anterior e posterior. Existem 31 pares de nervos espinhais, 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1-3 coccígeos, bilaterais. A medula se inicia em torno de C1 e continua até L1. Após L1 já tem a cauda equina, que é uma estrutura mais resistente. Imagem: anatomia da vértebra com os tratos medulares. Tabela: anatomia de cada um e como é avaliado clinicamente cada trato. DERMÁTOMOS O dermátomo é uma região de pele com inervação sensitiva de um determinado nervo espinhal. Então 8 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 5 será pesquisado a sensação dolorosa, propriocepção, vibração e temperatura para avaliar o nível de lesão medular. Existem dois níveis de lesão, a lesão óssea/vertebral e a lesão medular propriamente dita, que nem sempre é a mesma. MIÓTOMOS Os miótomos são grupos musculares inervados por determinado nervo espinhal e será testado a força muscular, graduando-a de 0 a 5. Cada músculo geralmente é inervado por pelo menos 2 pares de nervos e cada par de nervos geralmente inerva dois músculos. Para a avaliação muscular, será elegido grupos musculares para representar cada nervo. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES MEDULARES • Nível: vertebral, medular. • Gravidade do déficit neurológico: paraplegia ou tetraplegia, completa (ao determinar o nível, e abaixo daquele nível não existe mais resposta nem motora nem sensitiva) ou incompleta (determina o nível, mas ainda consegue perceber alguma resposta). • Tipo de síndrome medular: Mecanismos e topografias de ação que vão causar determinado grupo de sinais e sintomas. • Morfologia: fratura, luxação, associação.... CHOQUE NEUROGÊNICO X MEDULAR CHOQUE NEUROGÊNICO Quando há lesão das vias descendentes do SN simpático que ocorre na medula, fazendo com que o paciente perca o estímulo simpático. O estímulo simpático é responsável pelo tônus vasomotor e pelo aumento da FC do coração, portanto a perda do estímulo leva a uma vasodilatação periférica por conta da falta do tônus, e sequestro da volemia periférica, nos membros e nos órgãos, causando um estado de hipovolemia relativa, pois esse paciente não teve perda sanguínea mas o sangue está fora da grande circulação. Além disso, o coração perde a capacidade de aumentar a FC em resposta a essa hipovolemia relativa. Portanto, incialmente, o choque neurogênico é manejado com reposição volêmica, no entanto, ele é um choque que não vai responder a reposição volêmica, por isso é uma EXCEÇÃO no tratamento de choque no trauma. Neste caso, se utiliza drogas vasopressoras, vasoconstritoras para tratar esse tipo de choque após a expansão volêmica. CHOQUE MEDULAR Resposta da medula ao trauma de forma que ele perde totalmente o tônus e os reflexos, comportando como se estivesse lesada desde lá de cima. Nesse caso não se determina definitivamente, o nível da lesão raquimedular nas primeiras 24h após o trauma, que é mais ou menos o tempo que dura o choque medular. IMOBILIZAÇÃO • Quando for identificado o TRM, a primeira coisa a se fazer é a imobilização desse paciente. • Prancha rígida longa com tirantes ou ataduras. • Posição neutra - Posição supina. • Não tentar corrigir deformidades se tiver muita dor. • Colar cervical + imobilizadores laterais de cabeça. 9 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 5 • Se for necessária a realização da IOT ela deve ser feita sem extensão do pescoço. • Rolagem do paciente em bloco. ATENDIMENTO HOSPITALAR No momento em que o paciente chega ao hospital ele deve ser avaliado o mais rápido possível e ser retirado da contenção com prancha rápida, visto que, se ele permanecer em torno de 1h ou mais tempo com a contenção, pode ocasionar a formação de úlceras de decúbito. Dúvidas: Como é feita a medição da PIC? Pode ser feita intracerebral ou punção lombar feito pelo especialista.
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