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Aula 8 01 Nutrição Humana ARA0981 Lipídios - absorção 02 Nutrição Humana ARA0981 Absorção dos lipídeos • Os AGCC e os AGCM podem ser absorvidos diretamente pelo enterócito, sem a presença de bile e formação de micela - após entrar na célula, não necessitam de esterificação e são encaminhados diretamente para a veia porta e para o fígado; • Contudo, a maior parte dos ácidos graxos presentes nos TG da dieta são de cadeia longa, que impede sua liberação na corrente sanguínea; Assim, esses ácidos são reesterificados dentro do enterócito para formar novamente triacilglicerois. Quilomícrons – secretado na linfa Lúmen Enterócito Linfa Capilar Gotas de emulsão de TG Ácidos biliares Ácidos Graxos livres e 2-monoacilglicerol Micela Colesterol AGCC e AGCM Ácidos Graxos livres e 2- monoacilglicerol AGL TG QM QM Colesterol+ Vitaminas lipossolúveis Quilomícrons: • Função de transportar ao ácidos graxos obtidos na dieta para os tecidos em que serão consumidos ou armazenados como combustíveis; • São formados nas células intestinais a partir dos lipídeos que absorvemos (TG + colesterol livre + fosfolipídeos e proteínas) Absorção dos lipídeos Transporte dos lipídeos no sangue • Lipoproteína: São partículas ou macroagregados de lipídeos e proteínas. Possuem um núcleo hidrofóbico (formado por triacilglicerois e colesterol), envolvido por uma monocamada de fosfolipídeos (parte polar voltada para o meio aquoso e a parte apolar para o interior) e de proteínas denominadas apoproteínas. Luciana, R. Tratado de Nutrição e Dietoterapia Grupo GEN, 2019. 9788527735476. Luciana, R. Tratado de Nutrição e Dietoterapia. Grupo GEN, 2019. 9788527735476. Absorção dos lipídeos • A apoproteína CII estimula a atividade da lipase lipoproteica, localizada no endotélio dos capilares sanguíneos do tecido adiposo e do tecido muscular esquelético. • Lipase lipoproteica hidrolisa os TAG presente no QM, incorporando-os no hepatócito e miócito; • QM remanescente (QMR) reconhecidos por um receptor do hepatócito sendo captados por endocitose; • Os QMR transportam para o fígado os lipídeos exógenos, parte dos triglicerídeos, colesterol e as vitaminas lipossolúveis. • QM transportar os lipídeos da dieta da mucosa intestinal, para ser absorvida para outros tecidos; Quando os QM passam pela circulação periférica, eles interagem com a lipase lipoproteica (LPL), uma enzima que está localizada na superfície endotelial dos capilares (hepatócito e miócito); Essa enzima hidrolisa os TG dos QM e os AG livres são liberados e captados pelos adipócitos nos quais são ressintetizados a TG e armazenados; Aqueles liberados nos capilares do músculo esquelético são captados e usados para a produção de energia; O QMr, contendo menos TG, é captado pelo fígado; metaboliza e sintetiza as lipoproteínas, como: Funções das lipoproteínas • VLDL – transfere os TG endógenos do fígado para outros tecidos onde o lipídeo pode ser armazenado ou oxidado, para produzir energia. Após a entrega dos TG aos tecidos, os seus fragmentos são devolvidos ao fígado sob a forma de IDL e LDL; • IDL – VLDL que perdeu parte dos TG; • LDL – após a retirada de TG do VLDL, tem-se o LDL (50% de colesterol). Leva o colesterol para as células dos tecidos extra-hepáticos. • HDL – Em contrapartida, o fígado produz HDL que remove o excesso de colesterol do corpo. Devolve o excesso de colesterol dos tecidos extra hepáticos para o fígado. Funções das lipoproteínas Regulação da concentração plasmática de LDL • A captação da LDL pelos tecidos e, portanto do colesterol que ela transporta depende da necessidade que esses tecidos apresentam; • Quando há necessidade de colesterol, as células expõem na membrana receptor que reconhece a LDL; • A diminuição da atividade do receptor da LDL pode ser regulada pela quantidade de colesterol e o ácido graxo do TAG da dieta (AG saturado e trans); assim como o avançar da idade em homens e mulheres e a menopausa em mulheres. Lipídios – metabolização e utilização 03 Nutrição Humana ARA0981 Após a captação pelas células dos tecidos, os AGL são utilizados para: • Síntese de triglicerídeos; • Beta-oxidação; • Formação de corpos cetônicos; Metabolismo dos lipídeos (Lipogênese – biossíntese de AG) • O excesso de calorias ingerida na dieta, tanto sob a forma de lipídeos quanto de carboidratos e proteínas é convertida em gordura; • É estimulada pelo excesso de acetil- CoA proveniente da oxidação da glicose e dos aminoácidos; • Quando há sobra de energia (ATP) na célula (mitocôndria) ocorre a inibição do ciclo de krebs e o acúmulo de acetilCoA, que forma o citrato; • Produto final: TG • Insulina – acetilcarboxilase (modulador positivo citrato) Metabolismo dos lipídeos (Lipogênese – biossíntese de AG) Excesso de acetil co-A Malonil co-A Síntese de ácidos graxos Acetil co-A carboxilase Ácido graxo sintase Síntese de triglicerídeos • O glicerol 3-fosfato é precursor dos TG e pode ser obtido na glicólise; • São formados pela ligação sequencial de 3 moléculas de AG à estrutura de glicerol com 3 carbonos; • O glicerol 3-fosfato pode ser formado por meio de duas vias: • No citoplasma das células hepáticas; • Adiposas • Para fornecer os TG, os ácidos fosfatídicos sofrem hidrólise por uma enzima específica, que realiza a clivagem do grupo fosfato da molécula, produzindo um diacilglicerol. Um terceiro AG é adicionado a ele pela reação catalisada pela acetiltransferase, resultando na formação de um TG. Síntese de triglicerídeos Hormônios envolvidos na ação da acetilcarboxilase: Insulina – ativa Glucagon, epinefrina - inativa Síntese de triglicerídeos Glicerol 3 – fosfato + 2 Grupo acila Ácido fosfatídico (diaciltriglicerol) Troca grupo fosfato por + 1 acil Triacilglicerol acil transferase acido fosfatídico fosfatase e acil transferase. • É a quebra dos triacilgliceróis e a liberação de ácidos graxos do tecido adiposo para a produção de energia; • No jejum, o glucagon ativa a enzima lipase hormônio sensível presente nos adipócitos – a ativação da LHS ocorre a hidrólise dos TAG, liberando no sangue AG livres e o glicerol; • Os AGL são transportados ligados à albumina até os tecidos, como músculos esqueléticos, cardíaco e fígado; • Nesses tecidos, os ácidos graxos sofrem oxidação para produção de energia; • Esse processo predomina sobre a lipogênese quando a energia adicional é necessária; Metabolismo dos lipídeos (Lipólise) Metabolismo dos lipídeos (Lipólise) COMINETTI, C.; COZZOLINO, S.M.F. Bases bioquímicas e fisiológicas da nutrição: nas diferentes fases da vida, na saúde e na doença. Editora Manole, 2020. 9786555761764. insulina Oxidação de Ácidos Graxos (B-oxidação) • Ocorre nas mitocôndrias e é a remoção sequencial de duas unidades de carbono da cadeia do AG que pode, então, entrar no ciclo de Krebs • Na presença de O2 (mitocôndria) , os AG são catabolizados a CO2 e H2O para produção de energia; • Na etapa da B-oxidação os AG são catabolizados para a formação do acetilCoA ciclo de Krebs e cadeia respiratória; Oxidação de Ácidos Graxos (B-oxidação) COMINETTI, C.; COZZOLINO, S.M.F. Bases bioquímicas e fisiológicas da nutrição: nas diferentes fases da vida, na saúde e na doença. Editora Manole, 2020. 9786555761764. Carnitina lisina e metionina Síntese de corpos cetônicos • Nos seres humanos, a molécula de acetilCoA produzida no fígado pela oxidação dos ácidos graxos e também pela oxidação dos aminoácidos cetogênicos pode ser convertida em corpos cetônicos que serão utilizados como fonte de energia (ATP) via ciclo de Krebs e cadeia respiratória em outros tecidos como rins, músculos esquelético e cardíaco e cérebro. • Deve-se salientar que o cérebro se adapta a utilização de corpos cetônicos como fonte de energia só depois de 2 ou 3 dias de jejum, ou seja, quando a disponibilidade de glicose no sangue está diminuída apesar da gliconeogênese hepática; cetonas Ácido graxo Acetil CoA Ácido cítricoAcetoacetato Ciclo de Krebs Corpos Cetônicos Síntese de corpos cetônicos • São formas hidrossolúveis originárias de lipídeos: acetoacetato, D-beta-hidroxibutirato e acetona • Essa via é consequência da gliconeogênese hepática, pois nessa situação, há diminuição da quantidade de oxalacetato disponível para o ciclo de krebs, que é requisitado para a síntese de glicose; • São liberados no fígado quando o AG é o principal substrato metabólico; • Quando a degradação lipídica predomina e/ou a disponibilidade de oxalacetato é reduzida, a acetilCoA é desviada para a formação de cetona no fígado (durante o jejum, exercício prolongado, depleção de oxigênio, diabetes mellitus, dietas cetogênicas); • No entanto, as cetonas são ácidos e seu acúmulo no sangue não pode ser tolerado em altos níveis (oscilação de pH). Os corpos cetônicos são oxidados na mitocôndria; • Em altas concentrações (acima de 70 mg/dL) o processo de oxidação fica saturado, a concentração no filtrado glomerular excede a velocidade máxima de reabsorção tubular e grandes quantidades de corpos cetônicos são excretados na urina – cetonúria; • Acetona também é excretada pelo pulmão quando a concentração de corpos cetônicos é alta e este odor é facilmente detectável na respiração dos pacientes que sofrem cetose; • Além disso, a cetose produz uma acidose metabólica porque a elevação dos acidos acetoacético e beta-hidroxibutírico excede a capacidade de tamponamento do plasma. • Cetoacidose diabética: falta de insulina Síntese de corpos cetônicos • Lípídios não absorvidos fezes • Transporte reverso do colesterol (HDL) Excreção COMINETTI, C.; COZZOLINO, S.M.F. Bases bioquímicas e fisiológicas da nutrição: nas diferentes fases da vida, na saúde e na doença. Editora Manole, 2020. 9786555761764. Recomendações nutricionais • Recomendação da FAO(OMS), para um indivíduo saudável: • 30% ou menos do VET, sendo: • <10% de AGS (para doenças coronarianas <7%); • 20-23% de AGPI e AGMI; • <300mg de colesterol/dia. Necessidades de AGE: 6-10% VCT, sendo 5-8% de w-6 e 1-2% de w-3 • Hipertrigliceridemia: aumento dos TG (aterosclerose, pancreatite, esteatose hepática, AVC) • Hipercolesterolemia: aumento do colesterol e do LDL (aterosclerose) • Hiperlipidemia mista: aumento do TG, colesterol e LDL e diminuição do HDL Dislipidemias Aterosclerose Os radicais livre oxidam o LDL na parede das artérias, acionando o mecanismo de defesa e promovem a infiltração de leucócitos formando uma capa de coágulo sob o núcleo lipídico, iniciando-se assim a formação da placa que enrijece com a lenta deposição de cálcio Assista para aprender mais... "Estrutura, metabolismo e funções fisiológicas da lipoproteína de alta densidade". Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v42n3/a05v42n3.pdf "Ciclo de Krebs Como Fator Limitante na Utilização de Ácidos Graxos Durante o Exercício Aeróbico". Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/abem/v47n2/a05v47n2.pdf https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v42n3/a05v42n3.pdf https://www.scielo.br/pdf/abem/v47n2/a05v47n2.pdf Obrigada. Bons estudos! Prof: Cremilda Amaral cremilda.oliveira@estacio.br
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