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Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 1 
OCLUSÃO II 
 
Aula 1 
 
FISIOPATOLOGIA DA OCLUSÃO 
 
HARMONIA OCLUSAL 
 
 A harmonia oclusal depende de uma 
perfeita harmonia entre a morfologia oclusal e 
a função oclusal, o que é indispensável para a 
conservação do sistema estomatognático. A 
oclusão para ser considerada harmônica com 
os demais componentes do sistema 
estomatognático, deve executar suas funções 
específicas de mastigação e deglutição sem 
produzir alterações patológicas no sistema 
estomagnático. 
 
DESARMONIA OCLUSAL 
 
 Podemos definir como sendo relações 
estáticas e dinâmicas sem harmonia 
morfológica com o padrão neuromuscular, 
onde encontraremos as discrepâncias oclusais, 
aqui representadas pelos contatos prematuros 
ou interferências oclusais, que dependendo da 
capacidade adaptativa do paciente pode gerar 
sintomatologias como dor facial, ruídos na ATM 
(estalidos) e alterações na dinâmica muscular. 
 É representada pela suscetibilidade do 
indivíduo e ausência de capacidade adaptativa 
do sistema estomatognático a não formação de 
arcos reflexos compensatórios, gerando as 
desarmonias oclusais e disfunções oclusais. 
 Existem pacientes que apresentam um 
limiar alto de tolerância às discrepâncias 
oclusais (90%), logo apresentam ausência de 
patologia oclusal. Já aqueles com um limiar 
baixo de tolerância às discrepâncias oclusais, 
encontraremos as patologias oclusais. 
 
 
• Interferência oclusal 
 
 É aquela que impede a máxima 
intercuspidação habitual (MIH) estável no 
fechamento mandibular, sendo capaz de 
provocar desvio mandibular, dificultando ou 
até mesmo impossibilitando os movimentos 
excursivos mandibulares, também de contatos 
prematuros. Esses desvios mandibulares são 
mais graves quando ultrapassam a cêntrica 
longa. 
 
• Fatores etiológicos das desarmonias 
 
- Perdas dentárias; 
-Migrações dentárias como extrusões, 
mesializações e distalizações; 
- Más posições dentárias; 
-Restaurações sem forma e função 
(iatrogenias); 
- Apinhamento dentário; 
- Próteses mal planejadas. 
 
 
 
 O mecanismo neuromuscular 
normalmente desvia o padrão funcional do 
arco reflexo de fechamento evitando o choque 
traumático, através do arco reflexo flexor, 
criando um novo arco de fechamento 
adquirido e desviado. 
 Normalmente, em pacientes sob tensão 
psíquica, haverá diminuição da capacidade 
adaptativa do indivíduo que impede a 
formação do arco reflexo flexor, e assim o 
fechamento acontecerá sobre o contato 
prematuro e o paciente aperta-o 
constantemente, gerando uma hiperatividade 
muscular, causando um envolvimento 
muscular e consequentemente dor. 
 
 
 
Trauma oclusal → reabsorção óssea vertical 
→ migração ou perda dentária. 
 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 2 
• Contato prematuro em relação cêntrica 
 
 Deve-se levar em consideração a 
posição condilar (a cabeça da mandíbula mais 
antero-superior na fossa glenóide e avaliar os 
dentes que estão tocando). 
 
➳Pode acontecer da seguinte forma: 
 
a) Sem desvio mandibular: normalmente 
ocorrem nas áreas de contato das cúspides 
funcionais (cúspide-fossa ou cúspide-crista 
marginal). 
 
b) Com desvio mandibular: acontece quando a 
mandíbula ao exercer seu arco de reflexo de 
fechamento em relação cêntrica, ocorre um 
contato interoclusal em um só ponto que 
obrigue a mandíbula desviar-se lateralmente 
ou anteriormente de sua trajetória até alcançar 
a posição de máxima intercuspidação habitual 
(MIH), pela ação do arco flexor: com desvio 
mandibular em direção anterior, com desvio 
em direção a linha média e com desvio em 
direção oposta a linha média. 
 O desvio mandibular decorrente de um 
contato prematuro para anterior, 
normalmente acontece entre a vertente 
interna distal inferior X vertente interna mesial 
da cúspide palatina superior ou crista 
longitudinal distal inferior X aresta longitudinal 
mesial da cúspide palatina superior, resultando 
em um desvio anterior e consequentemente 
um trauma dentário na região anterior. Alguns 
autores afirmam que os músculos temporais 
medial e posterior não podem completar a 
retrusão da mandíbula, mantendo-se em 
função e não permitindo repouso, o que leva a 
uma hiperatividade muscular que dependendo 
da capacidade 
adaptativa do 
indivíduo pode 
jogá-lo em um 
quadro de 
patologia oclusal. 
 
 Um desvio anterior harmônico 
acontecerá dentro dos limites da cêntrica 
longa, com um desvio de no máximo 1,5mm. 
Quando temos desvios maiores haverá um 
desvio anterior não harmônico, como 
consequência deste desvio podemos observar 
abrasão nos dentes anteriores, mobilidade ou 
necrose. 
 Arco de fechamento em relação 
cêntrica com a mandíbula manipulada 
observando contato interoclusal em um só 
ponto, acontecerá o arco reflexo flexor, 
desviando a mandíbula (lateral ou anterior) até 
M.I, caracterizando assim o contato prematuro 
em cêntrica. Este contato também pode 
ocorrer em MIH, com a mandíbula em posição 
postural, não manipulada. 
 
• Contato prematuro em relação cêntrica 
desviando a mandíbula em direção à linha 
média 
 
Os desvios laterais podem acontecer de 3 
formas citadas a seguir: 
 
1ª possibilidade: vertente lisa da cúspide de 
suporte inferior X vertente triturante da 
cúspide guia superior. 
 
 
 
 
 
 
2ª possibilidade: vertente lisa da cúspide de 
suporte superior X vertente triturante da 
cúspide guia inferior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 3 
3ª possibilidade: vertente triturante da cúspide 
de suporte inferior X vertente triturante da 
cúspide de suporte superior. 
 
 Nos desvios laterais pode haver o 
envolvimento de todos os músculos 
mastigadores pela continuidade de função sem 
repouso, gerando a hiperatividade e 
consequentemente a disfunção. No contato 
prematuro em relação cêntrica, o mecanismo 
neuromuscular desvia o padrão funcional de 
fechamento da mandíbula para evitar choque 
traumático, pela ação do arco reflexo flexor, 
onde os músculos estabelecem uma relação de 
contato oclusal mais conveniente para evitar o 
trauma oclusal e possível dor, assim forma-se 
um novo resultante da adaptação funcional do 
sistema estomatognático. 
 
Questão: Qual a diferença entre o contato 
prematuro em MIH e o contato prematuro em 
RC? Como identificar um contato prematuro 
em MIH? 
 
 R: No contato prematuro em RC o 
paciente deve estar deitado e desprogramado 
e no contato prematuro em MIH o paciente 
deve estar sentado e fechando livremente para 
dentro do espaço funcional livre (EFL) sem 
nenhuma interferência mecânica. 
 
• Contato prematuro em MIF ou MIH 
 
 O contato exagerado em máxima 
intercuspidação funcional (MIF) é o mais 
percebido e acusado pelo paciente logo após 
qualquer tratamento restaurador, e ocorrerá 
entre cúspide de contenção cêntrica e fossa (ou 
crista marginal). São marcas muito 
pronunciadas ou em forma de auréola nas 
pontas das cúspides de contenção cêntrica 
(CCC) ou nos locais de apoio, que pode ser nas 
cristas marginais e nas vertentes. 
 
 
 
 
 
 
• Interferências oclusais protrusivas 
 
 São obstáculos que impedem o trajeto 
harmônico de MIF à relação topo-a-topo dos 
incisivos (posição de protrusão). Pode 
acontecer na área de trabalho, que seria na 
região dos incisivos, ou fora da área de 
trabalho, nos dentes posteriores. 
 Quando há interferência na área de 
trabalho, observaremos somente um incisivo 
central em função, com um desvio mandibular 
fora do plano sagital, podendo gerar um 
trauma causando mobilidade com desvio para 
vestibular quando no incisivo superior ou para 
lingual quando no 
incisivo inferior. O 
correto seria os 4 
incisivos inferiores 
tocando nos 2 incisivos 
centrais superiores. 
 Quando há interferência protrusiva fora 
da área de trabalho, observaremos a 
impossibilidade do contato dos incisivos, 
levando a formação de um arco reflexo flexor, 
causando um desvio mandibular lateral, que 
dependendo da capacidade adaptativa do 
indivíduo, pode gerar uma hiperatividade do 
músculo pterigoideo lateral dolado oposto, 
gerando um espasmo 
muscular e 
consequentemente a 
uma síndrome 
dolorosa. 
 
• Interferência em lateralidade 
 
 Pode acontecer tanto no lado de 
trabalho quanto no de não-trabalho. A 
interferência no lado de trabalho é um 
obstáculo ao deslizamento harmonioso 
durante a excursão lateral da mandíbula, 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 4 
Figura 1. Interferência no lado de trabalho 
na guia canina. 
Figura 3. Interferência em função em 
grupo no lado de trabalho. 
ficando outro dente, sem ser o canino, 
suportando o movimento durante uma parte 
de todo o trajeto mandibular, e normalmente 
estas interferências situam-se em C.C.C. X 
C.N.C. 
 Na guia canina observamos a ausência 
de contatos (látero-protrusão), enquanto na 
função em grupo, observaremos a ocorrência 
de interferências nas C.C.C. X C.N.C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão: Numa análise clínica, durante o 
movimento lateral para direita, observa-se o 
toque entre os elementos 13 com o 43, 
acompanhado pelo toque do 15 com o 45. O 
que está acontecendo? 
 
R: Interferência oclusal no lado de trabalho. 
 
Questão: Numa análise clínica, durante o 
movimento lateral para a direita, observa-se o 
toque entre os elementos 13 com o 43, 
acompanhado pelo toque do 25 e 35. O que 
está acontecendo? 
 
R: Interferência oclusal em lateralidade no lado 
de não-trabalho. 
 
 O arco reflexo flexor gerado a partir da 
mastigação unilateral, em defesa de uma 
interferência do lado oposto, associado a um 
estresse emocional, altera a capacidade 
adaptativa do indivíduo causando dor. Os 
incisivos laterais e pré-molares superiores não 
suportam bem estas interferências, tendendo 
apresentar a mobilidade. 
 
• Interferência no lado de não-trabalho 
 
 São altamente traumáticas do ponto de 
apoio (interferência) no lado de não-trabalho, 
onde observamos mandíbula e côndilo do lado 
de não-trabalho são tracionados forte e 
bruscamente para baixo, gerando grande 
desequilíbrio neuromuscular. Este 
desequilíbrio por sua vez gera contração 
anormal dos músculos elevadores do lado de 
trabalho. O pterigoideo lateral do lado de não-
trabalho fica estirado e como reação também 
se contrai causando uma forte mialgia e DTM. 
 A perda da dimensão vertical de oclusão 
acontece em decorrência da perda das 
cúspides VIPS, com isto observa-se o colapso 
posterior dos arcos dentários, cujo tratamento 
pode ser realizado com placa de reposição 
mandibular, reestabelecimento da RC + DVO + 
EIO (EFL). 
 Sintomatologia da DTM: dor de cabeça, 
alteração na dinâmica mandibular e ruídos 
articulares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Função em grupo. 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 5 
Aula 2 
TERAPIA OCLUSAL 
 
 A terapia oclusal é um tratamento que 
altera o esquema oclusal do paciente, podendo 
ser reversível ou irreversível. 
 
a) Tratamento reversível: é aquele que altera 
temporariamente o padrão oclusal e/ou a 
posição mandibular do indivíduo. Ex: placas 
oclusais. 
 
b) Tratamento irreversível: é aquele que altera 
de forma definitiva o padrão oclusal dos 
indivíduos. Ex: ajuste oclusal por desgaste 
seletivo. 
 
➳OBSERVAÇÃO: 
 
 Toda dor causada por problemas 
articulares não pode ser tratada com placas 
miorrelaxantes lisas, pois elas levam a 
mandíbula para uma posição mais antero-
superior e se houver um processo inflamatório 
nessa região, irá aumentar a pressão nessa 
local onde está o problema. 
 
OBJETIVOS DO AJUSTE OCLUSAL 
 
• Buscar uma posição fisiológica e precisa do 
complexo côndilo-disco na fossa glenóide em 
RC; 
• Contatos bilaterais e simultâneos em RC (em 
ambos os lados e ao mesmo tempo); 
• Eliminar contatos prematuros e 
interferências oclusais; 
• Guia anterior harmônica (os 4 incisivos 
inferiores deslizando na palatina dos incisivos 
centrais superiores até a posição topo-a-
topo); 
• Distribuição axial das forças oclusais; 
• Contatos em dentes posteriores mais fortes 
do que anteriores (oclusão mutuamente 
protegida). 
 
ANÁLISE OCLUSAL 
 
 É um método para observação das 
relações oclusais estática e dinamicamente, em 
busca de possíveis discrepâncias oclusais no 
paciente ou em modelos articulados no ASA 
(articulador semi-ajustável). 
 
• Exames dos contatos oclusais em RC 
 
 Primeiramente faz-se a eliminação da 
memória proprioceptiva periodontal com o 
auxilio do JIG de Lúcia, rolinho de algodão ou 
placa. Faz-se a manipulação mandibular, 
fazendo assim a verificação da prematuridade 
pelo paciente em RC. Havendo a confirmação 
da informação com auxilio da fita de celofane 
pela pressão dos dentes. Após a identificação 
destes contatos, deve-se marcar com fita 
carbono o local indicado e observar o 
deslocamento da mandíbula até a posição de 
MIH. 
 Os exames dos contatos olcusais em 
MIH são feitos com o paciente em posição 
postural, a partir da observação da trajetória de 
fechamento mandibular no espaço 
interoclusal, onde o paciente acusará a 
presença do contato. 
 Os exames dos contatos oclusais nos 
movimentos excursivos, serão feitos com a 
orientação dos movimentos no espelho, com 
auxilio de fio dental, onde será feita a 
identificação da interferência. 
 
 
 
 
 
AJUSTE OCLUSAL 
 
 O ajuste oclusal como procedimento 
terapêutico consiste na remoção do plano 
oclusal com a eliminação de discrepâncias 
oclusais, normalmente feito no articulador 
semiajustável (ASA), conhecido como ajuste 
oclusal de diagnóstico. 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 6 
 O ajuste oclusal pode ser por desgaste 
seletivo, por procedimentos restauradores tais 
como a dentística e a prótese, por métodos 
ortodônticos, métodos cirúrgicos e de forma 
combinada (feito por mais de uma forma). 
 Por desgaste seletivo usaremos as 
regras dos terços proposta por FOX e NEFF: 
 
1. Contato no terço mais próximo da fossa 
é indicado desgaste seletivo; 
2. Contato no terço próximo das vertentes 
é indicado restaurações; 
3. Contato no terço mais próximo da 
ponta de cúspide, é indicado 
ortodontia. 
 
 
 
 
 
• Objetivos do ajuste oclusal por desgaste 
seletivo 
 
- Proporcionar estabilidade oclusal; 
- Permitir a obtenção de contatos bilaterais 
simultâneos; 
- Permitir guias de desoclusão lateral e 
anterior. 
 
➳Indicações: 
 
- Pré e pós procedimentos restauradores; 
- Eliminar trauma oclusal; 
- Auxilio à terapia periodontal; 
- Pós tratamento ortodôntico/ortopédico; 
- Pós cirurgia ortognática; 
- Auxílio ao controle das DTMs; 
- Para reduzir mordida aberta pequena. 
 
➳Contra-indicações: 
 
- Profilático (paciente não sente nada); 
- Casos de desgaste dentário excessivo; 
- Impossibilidade de reestabelecimento oclusal 
e obtenção de guias anteriores funcionais; 
- DTM sem etiologia oclusal; 
- Classe II e III de Angle (mordida aberta 
anterior com possibilidade de tratamento 
ortodôntico). 
 
• Diretrizes e bases do ajuste oclusal 
 
1. Diagnóstico oclusal antes do ajuste; 
2. Verificar RC antes do ajuste; 
3. Informar e obter o consentimento do 
paciente; 
4. Ajustar contatos com iguais 
intensidades de força em RC e MIH; 
5. Preparar o paciente para ajustes 
subsequentes. 
 
• Materais para ajuste no ASA 
 
- Tiras de papel cefolane (0,6 X 5,0cm); 
- Fita marcadora de carbono; 
- Pinça porta fita de Miller ou pinça 
hemostática; 
- Lâmina de bisturi nº 15. 
 
• Técnica utilizada para o ajuste no ASA 
 
1. Manipular o ASA com modelos 
montados; 
2. Detectar os contatos prematuros com 
tira de papel celofane; 
3. Marcar os dentes detectados com fita 
carbono; 
4. Desgastar com bisturi, seguindo as 
regras de desgaste oclusal (Niles 
Guichet); 
5. Fazer mapeamento dos desgastes 
(feitos no articulador para repetir na 
boca). 
 
• Pré requisitos para ajuste oclusal na boca 
 
- Ausência de sintomatologia dolorosa (se o 
paciente estiver com dor não é possível 
manipular); 
- Manipulação em RC; 
- Visualização do resultado final (no ASA 
primeiramente); 
- Observar a regra dos terços. 
Hurian Machado – OdontologiaUNIG 
 
 7 
 O toque deve ocorrer em RC, sendo 
posterior mais forte que o anterior com o 
contato bilateral e simultâneo. 
 Quando há toque entre uma cúspide 
VIPS contra uma LIVS, é recomendado dar 
preferência sempre para desgastar as LIVS, pois 
as VIPS serão desgastadas somente quando for 
necessário diminuir a DV (dimensão vertical). 
 
• Material para ajuste na boca 
 
- Tiras de papel celofane fino (0,6 X 5,0cm); 
- Fita marcadora de carbono; 
- Pinça porta fita de Miller ou pinça 
hemostática; 
- Brocas de corte fino. 
 
Questão: Qual a diferença entre o desgaste 
seletivo em RC e em MIH? 
 
 R: Em relação cêntrica é feito com o 
paciente deitado, desprogramado e 
manipulado, enquanto que em MIH o paciente 
está sentado com fechamento livre para dentro 
do espaço funcional livre. 
 
 O ajuste deve ser feito em RC ou MIH, 
para permitir o fechamento mandibular estável 
com máximo de contatos e mantendo a DVO, e 
também permitir que os movimentos 
aconteçam sem interferências. O ajuste oclusal 
em RC sempre acontecerá com a mandíbula 
manipulada. 
 
DESVIOS LATERAIS 
 
 Toque de uma vertente lisa externa da 
cúspide de contenção cêntrica inferior contra 
uma vertende interna triturante superior. 
 
1ª Possibilidade: desgasta-se primeiro a 
vertente lisa, para depois desgastar a 
triturante. 
 
 
 
 
 
 
2ª Possibilidade: desgasta-se na vertente lisa, 
para depois desgastar na triturante. 
 
 
 
 
 
 
 
3ª Possibilidade: desgasta-se primeiro na 
vertente da cúspide inferior para depois 
desgastar a superior. 
 
 
 
 
 ➳Regra para os desgastes: sempre 
preservaremos as pontas das cúspides para não 
alterar a DVO, partindo sempre das vertentes 
lisas para as triturantes, e quando houver o 
toque de duas vertentes internas nas cúspides 
guias sempre desgasta-se primeiro a inferior. 
 
 ➳O ajuste oclusal nos desvios 
anteriores: sempre haverá toque entre 
vertentes e arestas, onde teremos como regra 
o desgaste nas cúspides mesiais inferiores e 
distais superiores, onde o desgaste será em 
ambos os dentes ou naquele que estiver em 
pior posição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Toque de uma vertente lisa externa da cúspide de 
contenção cêntrica superior contra uma vertente 
externa triturante inferior. 
 
Toque de duas vertentes triturantes das cúspides 
de contenção cêntrica inferior e superior. 
 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 8 
Figura 5. Desgaste na cúspide palatina superior. 
AJUSTE OCLUSAL EM RELAÇÃO 
CÊNTRICA SEM DESVIO 
 
 Os contatos são normalmente 
localizados entre cúspide de contenção 
cêntrica X fossa ou aresta. O local do desgaste 
irá variar de acordo com a função. 
 Havendo contato lado de trabalho ou 
não-trabalho ou em ambos, será necessário o 
desgaste da ponta de cúspide superior. Não 
havendo contato em ambos os lados, o 
desgaste será feito na fossa ou aresta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTATOS EM RC EM DENTES ANTERIORES 
 
 Os contatos ocorrem nas faces 
palatinas dos superiores X bordas incisais ou 
vestíbulo-incisal dos inferiores. 
 O local dos desgastes é normalmente 
nos dentes inferiores no local exato marcado 
pela fita de carbono, pois deverá ter um espaço 
interincisal na espessura da fita de celofane, 
para que o contato oclusal aconteça mais forte 
nos dentes posteriores. O desgaste será 
preferencialmente na incisal dos incisivos 
inferiores. 
AJUSTE EM MIH 
 
 O ajuste em MIH deve ser feito na 
posição postural, onde serão removidos os 
contatos exagerados. Os contatos 
normalmente ocorrem entre C.C.C. X fossa ou 
aresta. 
 ➳Local dos desgastes: se houver 
contato no lado de trabalho ou não-trabalho ou 
em ambos, deve-se desgastar na ponta de 
cúspide superior. Se não houver contato em 
ambos os lados, o desgaste será feito na fossa 
ou aresta. 
 
AJUSTE OCLUSAL EM LATERALIDADE 
 
a) No lado de não-trabalho 
 
 A localização dos contatos se dá entre 
as C.C.C. X C.C.C., nas vertentes internas ou 
pontas de cúspide ou ambas. Local dos 
desgastes: vertentes das cúspides VIPS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) No lado de trabalho 
 
A localização dos contatos se dá na C.C.C. X 
C.N.C. Local dos desgastes: cúspides não 
funcionais (LIVS). 
 
 
 
 
 
 
AJUSTE OCLUSAL EM PROTRUSÃO 
 
 O ajuste oclusal em protrusão acontece 
fora da área de trabalho, e os contatos 
normalmente acontecem entre as C.V.I. X 
C.V.S. ou C.L.I. X C.P.S. 
 Os desgastes são feitos normalmente 
nas cúspides não funcionais no local exato 
Obs: a vertente interna inferior é mais 
importante no ciclo mastigatório. 
 
Figura 4. Desgaste na fossa. 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 9 
marcado pela fita. A regra seria desgaste na 
distal do superior e mesial do inferior. 
 Na área de trabalho a localização dos 
contatos geralmente acontece na face 
vestibular das bordas incisais inferiores X faces 
palatinas e bordas incisais superiores. 
 
 
 
 
 
 
➳Local de desgaste: nas faces palatinas, 
respeitando os pontos de suporte em MIH e em 
RC, permitindo passar a fita de papel celofane. 
Deve-se observar o aspecto vestibular das 
bordas incisais inferiores, e na borda incisal 
superior temos sempre que respeitar a 
estética. 
 
➳Situações: 
 
1. Quando apenas um incisivo toca tanto 
em ROC, quanto em topo-a-topo: deve-
se fazer o desgaste na borda incisal do 
inferior. 
 
2. Quando somente um incisivo toca em 
ROC, enquanto na protrusiva todas se 
tocam: deve-se fazer o desgaste na 
palatina do superior. 
 
3. Quando houver somente toque 
posterior durante a protrusiva: deve-se 
fazer o desgaste nas cúspides de não 
contenção cêntrica. 
 
Questão: Paciente foi a clínica odontológica e o 
dentista confeccionou uma coroa para o 
elemento 11 e a cimentou. Uma semana após a 
cimentação, a coroa soltou e o dentista 
cimentou novamente. E novamente, uma 
semana depois, a mesma coroa soltou e o 
paciente procurou outro dentista para 
cimentar. Quando o profissional foi cimentar e 
colocou o paciente deitado, desprogramado e 
manipulado, percebeu que havia um toque 
acentuado na palatina da coroa que foi feita 
para o elemento 11. Em seguida, o dentista 
pediu para o paciente realizar o movimento de 
lateralidade e constatou que estava tocando o 
canino direito e esquerdo. Depois pediu para o 
paciente fazer a protrusiva e estava tocando os 
4 incisivos inferiores contra os 2 superiores. 
Onde será feito o ajuste? Qual o possível fator 
de deslocamento da coroa? 
 
R: O desgaste será feito na palatina do superior, 
pois havia um contato prematuro. 
 
INSTRUMENTAL ROTATÓRIO NECESSÁRIO PARA 
O DESGASTE OCLUSAL NA BOCA 
 
• Pontas de acabamento 
 
- Série F ou FF da KG Sorensen em 
forma de chamada 3118F ou tronco-
cônica 1112FF; 
- Micromotor. 
 
 Na fase final dos desgastes seletivos é 
necessário fazer o polimento das áreas 
desgastadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs: para fechar a mordida deve ser feito o 
desgaste na região posterior nas cúspides VIPS 
(que diminuem a DVO). 
 
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 10 
Aula 3 
 
DTM – CONCEITO E ETIOLOGIA 
 
 É conjunto de distúrbios relacionados a 
ATM, músculos da mastigação e cervicais, 
segundo Carlsson (2007). 
 Share (1959) usa o termo Síndrome de 
Costen (1934) causado pela perda de dentes 
posteriores e consequentemente perda da 
DVO, gerando uma pressão da ATM contra a 
parede posterior da fossa articular. 
 Scicher provou a impossibilidade 
anatômica deste fato acontecer e denominou 
de Síndrome de Disfunção da ATM. 
 Ramfjord e Ash denominam de 
distúrbios funcionais da ATM, distúrbio ocluso-
mandibular, síndrome da dor-disfunção mio-
facial ou síndrome da dor-disfunção temporo-
mandibular. Todas as denominações estão 
ligadas ao fator dor. 
 Bell (1982), desordens 
temporomandibulares (DTM), discute sobre 
distúrbio ou disfunção. 
 Zarb (2000) relata a respeito de 
disfunções da ATM e dos músculos da 
mastigação. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS DTMS SEGUNDO 
PETER DAWSON 
 
I. Doenças dos músculos mastigadores: toda 
dor se origina dos músculos;II. Problemas intracapsulares: deslocamento ou 
travamento do disco e deslocamento da ATM; 
 
III. Condições que simulam distúrbios 
temporomandibulares: pulpite, que é uma dor 
no dente, e se encontra na região da face e que 
quando não está definida, simula uma DTM. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS DTMS SEGUNDO ZARB 
 
I. Disfunções articulares; 
II. Disfunções musculares; 
 
III. Combinação de disfunções. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS DTMS SEGUNDO BELL 
 (MAIS ACEITA PELA ADA) 
 
I. Desordens dos músculos mastigadores; 
 
II. Desordens de interferências do disco; 
 
III. Desordens inflamatórias; 
 
IV. Hipomobilidade mandibular crônica; 
 
V. Desordens do crescimento. 
 
 A etiologia é multifatorial, onde 
teremos: 
 
- Fatores anatômicos (como oclusão e ATM); 
- Fatores neuromusculares (sistema nervoso e 
músculos); 
- Fatores psicogênicos. 
 
 
 
 
• Fatores predisponentes 
 
- Sistêmicos; 
-Psicológicos (personalidade e de 
comportamento); 
- Estruturais (são discrepâncias oclusais, os 
tratamentos restauradores inadequados e os 
problemas articulares). 
 
• Fatores iniciadores ou precipitantes 
 
- Traumas (micro: trauma oclusal; macro: 
pancadas); 
- Alterações estruturais articulares; 
- Hábitos parafuncionais. 
 
 
 
Obs: pode haver prevalência de um sobre o outro 
na predisposição, no início e na perpetuação dos 
sintomas clínicos. 
 
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 11 
• Fatores perpetuantes 
 
- Tensões mecânicas; 
- Problemas metabólicos; 
-Dificuldades comportamentais, sociais e 
emocionais. 
 
 
 
 
 
 
• Os fatores anatômicos podem ser iniciadores 
ou perpetuantes 
 
- Discrepâncias oclusais; 
- Distúrbios musculares; 
- Distúrbios da ATM. 
 
• Fatores neurogênicos ou neuromusculares 
 
 O estresse emocional libera o cortisol 
que é o hormônio produzido pelas glândulas 
suprarrenais, que normalmente é secretado 
em resposta ao estresse e que geram a 
hiperatividade muscular. O estresse crônico 
produz o cortisol que é muito tóxico, e que 
acaba por danificar bilhões de células cerebrais 
causando uma degeneração cerebral. 
 As parafunções podem ser iniciadores 
ou perpetuantes. 
 
• Fatores psicogênicos 
 
- Aspectos psicológicos e comportamentais; 
- Ansiedades e frustrações (estresse emocional 
e hiperatividade muscular). 
 
➳OBSERVAÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS 
 
• Quanto ao universo (Carlsson): 50 a 60% da 
população com algum problema de DTM; 5% 
da população com problemas severos e 
buscando tratamento. 
• Quanto a faixa etária (Helkimo): 20 a 40 anos 
é a idade média dos pacientes; tendência 
com o aumento da idade. 
• Quanto ao gênero: é maior nas mulheres 
(3:1) – Katzberg; procura de tratamento 
maior nas mulheres (4:1) – Helkimo. 
 
CONCLUSÕES SEGUNDO CARLSON 
 
- Existem muitas hipóteses sobre a etiologia das 
DTMs; 
- Há o reconhecimento do aspecto multifatorial 
da etiologia; 
- Há um ciclo periódico entre a ortofunção e a 
parafunção dependendo da capacidade 
adaptativa do indivíduo; 
- O tratamento da DTM pode obter sucesso se 
for multidirecional, enfocando os aspectos 
estruturais, funcionais e psicogênicos; 
- Vários pacientes com DTM tornam-se 
cronicamente doentes. 
 
Questão: Paciente relatou que deslocava a 
mandíbula constantemente ao bocejar, porém, 
a mesma voltava sozinha e o paciente não 
sentia dor. Qual é o fator iniciador desse caso? 
 
R: É um fator anatômico. 
 
 A maloclusão + estresse emocional em 
pessoas com menor tolerância fisiológica 
(limiar baixo), leva a um aumento da 
hiperatividade muscular. A partir desse quadro, 
temos duas situações: 
 
1. Tolerância estrutural dos tecidos 
ultrapassada (ultrapassa a capacidade 
adaptativa) ➱ colapso ➱DTM. 
 
2. Reflexos musculares protetores ➱ 
tolerância estrutural dos tecidos não 
ultrapassada ➱ tolerância fisiológica ➱ 
adaptação do sistema estomatognático. 
 
 
 
 
 
 
Obs: os fatores psicogênicos e comportamentais 
estão relacionados a ansiedade, estresse 
emocional, gerando hiperatividade muscular, e 
podem ser iniciadores, predisponentes e 
perpetuantes. 
 
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 12 
Aula 4 
DTM - DIAGNÓSTICO 
 
 O diagnóstico é a identificação da 
doença pela correspondência do quadro clínico 
com o quadro patológico. Para se fazer um 
diagnóstico em DTM é necessário: 
 
- Fazer um levantamento do histórico do 
paciente (ouvir o paciente); 
- Diagnóstico diferencial; 
- Exame clínico (deve-se analisar a postura; 
fazer exame oclusal, neuromuscular e da ATM); 
- Exame de imagem. 
 
O diagnóstico pode ser feito através de 
questionários orientados, onde faremos: 
 
- Identificação do problema; 
- Investigação dos sintomas; 
- Avaliação dos hábitos; 
- Identificação dos traumas; 
- Análise do aspecto bio-psico-social do 
indivíduo; 
- Avaliação do resultado de tratamento 
anterior; 
- Determinação do diagnóstico. 
 
 principais queixas em DTM 
 
- Dor na área facial ou pré-auricular; 
- Disfunção mastigatória; 
- Sintomas nas áreas associadas como cefaleia, 
dor de ouvido e dor pós-orbital; 
- Estalido articular (na maioria dos pacientes). 
 
diagnóstico diferencial da DTM 
 
O diagnóstico diferencial da DTM deve ser feito 
entre: 
 
- Dor na cabeça e pescoço; 
- Dor irradiada na face; 
- Dor e limitação de abertura de boca; 
- Dor de origem vascular; 
- Processo de origem traumática; 
- Processo de origem infecciosa; 
- Nevralgia. 
Exame clínico 
 
Durante um exame clínico em DTM deve-se 
checar: 
 
- Grau de abertura da boca; 
- Trajetória de abertura mandibular; 
- Exame da DTM; 
- Exame neuromuscular; 
- Exame oclusal; 
- Exame de imagens. 
 
O exame clínico deve começar pelo exame 
oclusal, onde será feito: 
 
1. Exame periodontal 
 
No exame periodontal serão avaliadas as 
estruturas de suporte buscando a existência de 
mobilidade dental, bolsas periodontais ativas e 
trauma oclusal. 
 
2. Fremitação dental 
 
É feita a verificação da fremitação dentária, 
através da presença de prematuridade pela 
vibração dental. A fremitação são vibrações 
fortes ao bater os dentes, e o exame é feito 
com a ponta do dedo na superfície vestibular 
do dente superior (a nível do colo dentário), 
para percepção das vibrações dentárias nos 
movimentos de fechamento e excursivos. 
 
3. Facetas de desgaste parafuncionais 
 
Deve-se observar a existência de facetas de 
desgaste, sempre tentando associá-las à 
possíveis parafunções ou até mesmo ao 
bruxismo. 
 
 
 
 
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 13 
4. Ausência dentária 
 
Deve-se observar as ausências dentárias e suas 
consequências, como: mesialização, 
distalização, extrusões gerando alteração do 
plano oclusal, colapso de dentes posteriores 
com perda da DVO e perda de guia de 
movimentos excursivos. 
 
5. Guias dos movimentos mandibulares 
 
Deve-se observar sempre a desoclusão de 
dentes posteriores. 
 
6. Análise oclusal 
 
Deve-se fazer a análise oclusal verificando as 
interferências oclusais em RC, MIH, 
lateralidade, latero-protrusão e em protrusão. 
 
• RC: A análise oclusal em RC o paciente deve 
estar deitado, manipulado e desprogramado. 
 
• MIH: A análise oclusal em MIH o paciente 
deve estar em posição postural, em 
movimentos mandibulares no espaço 
interoclusal, coletando do paciente, 
informação do local de possível interferência. 
Os movimentos serão feitos sendo auxiliado 
por um espelho para orientação dos 
movimentos. As interferências serão 
checadas com auxilio do fio dental durante a 
verificação das guias. 
 
• Protrusiva: as interferências na protrusiva (na 
área de trabalho) leva a um desvio lateral da 
mandíbula, ou fora da área de trabalho, 
impedindo o contato dos dentes anteriores 
na protrusão. 
 
• Movimentos de lateralidade: pode ocorrer 
tanto na área de trabalho, quando de não 
trabalho. 
 
7. Aspectos morfológicos; 
 
8. Exame de modelos articulados. 
Guia de abertura da boca 
 
• Normal: 45/55mm (3 dedos do pacente). 
 
• Dificuldade de abertura: sob pressão digital, 
se durante o exame a abertura aumentar, 
sugere-se que o problemaseja muscular, 
caso não aumente, sugere-se que o problema 
seja na ATM. 
 
Trajetória da abertura mandibular 
 
1. Desvio 
 
Trajeto de abertura alterado com retorno à 
linha média na abertura máxima. Há uma 
interferência do disco com desvio do lado 
afetado. 
 
2. Deflexão 
 
Trajeto da abertura alterado sempre desviado 
até abertura máxima. Há uma disfunção ou 
interferência de disco, sendo que o desvio 
sempre acontecerá no lado afetado. 
 
Exame da ATM 
 
1. Palpação 
 
A palpação é feita nos polos laterais dos 
côndilos com o paciente de boca fechada 
primeiramente, depois com o paciente abrindo 
e fechando a boca, e por fim com o paciente de 
boca aberta, com o dedo sempre na parte 
posterior do côndilo. Quando o paciente 
apresenta dor, a hipótese diagnóstica pode ser 
de uma capsulite ou retrodiscite. 
 
2. Sons articulares ou estalido 
 
Podem acontecer na fase inicial, tardia ou 
recíproca. 
 
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 14 
• Na fase inicial o estalido ocorre no início da 
abertura de boca. 
• Na fase tardia ocorre o estalido no final da 
abertura. 
• Na fase recíproca o estalido ocorre no mesmo 
ponto na abertura e no fechamento. 
 
Graus da dor muscular e da ATM 
 
Pode ser usada escala visual analógica para se 
determinar o grau da dor ou dialogar com o 
paciente. 
 
• Grau zero: sem dor ou desconforto; 
• Grau um: com desconforto (dolorimento); 
• Grau dois: com desconforto ou dor definidos; 
• Grau três: com dor forte. 
 
Exame neuromuscular 
 
No exame neuromuscular é realizada: 
 
- Avaliação do tônus e dor muscular, trauma ou 
fadiga; 
- Palpação com pressão suave nos músculos 
mastigadores e posturais da cabeça e pescoço 
(masseter, pterigoideo medial, temporal, 
esterno-hióideo e cervicais); 
- Pequenas áreas hipersensíveis, pontos álgicos 
(áreas de gatilho). 
 
• Palpação do músculo temporal 
 
- Região anterior sobre o arco zigomático e 
anterior da ATM; 
- Região média mas acima da ATM e arco 
zigomático; 
- Região posterior sobre e atrás da orelha. 
 
• Palpação do músculo masseter 
 
- Interno (parte fixa) na porção inserida no arco 
zigomático; 
- Externo (parte móvel) até a inserção na borda 
inferior do ramo da mandíbula. 
• Palpação dos músculos pterigoideos medial 
 
- Técnica intra-oral: palpação na borda anterior 
do ramo ascendente da mandíbula buscando o 
ângulo onde o músculo de insere. 
 
• Pterigóideos laterais 
 
- São músculos não palpáveis, ou seja, 
intracranianos. Sua avaliação é feita por 
manipulação funcional. 
 
Exame de imagem 
 
É um elemento auxiliar de diagnóstico e pode 
ser feito através de: 
 
1. Radiografia transcraniana 
 
- Mais utilizada; 
- Mais simples; 
- Baixo custo; 
- Apresenta a desvantagem da grande 
superposição de imagens. 
 
2. Radiografia panorâmica 
 
Oferece uma visão geral maxilo-mandibular e 
ATM, mas apresenta grande distorção de 
imagens com dificuldade de focar na região 
condilar e limitada no diagnóstico de DTM. 
 
3. Tomografia 
 
Faz uma interposição de imagens, sendo a mais 
indicada no exame mais minucioso das 
estruturas ósseas e da posição côndilo-fossa 
glenóide. 
 
4. Artrografia 
 
Feita com auxilio de contraste solúvel em água, 
injetado nos compartimentos superior e 
inferior da ATM, sendo indicada para 
visualização da anatomia intracapsular da ATM, 
assim como posição do disco articular. 
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 15 
5. Tomografia computadorizada 
 
- É um exame sofisticado e preciso para a 
avaliação dos tecidos moles da ATM. 
- É excelente para avaliação dos desarranjos 
intracapsulares, porém apresenta alto custo. 
 
6. Ressonância magnética. 
 
Aula 5 
Dtm - Tratamento 
 
É uma terapia ou um conjunto de terapias. 
 
Métodos terapêuticos 
 
- Terapia oclusal; 
- Terapia cirúrgica; 
- Terapia comportamental e psicológica; 
- Terapia farmacológica; 
- Fisioterapia; 
- Terapia alternativa; 
- Reabilitação protética. 
 
1. Terapias Oclusais 
 
• DIAGNÓSTICO 
 
Uma das formas de se obter o diagnóstico é 
através do Front-Plateau (placa anterior) ou JIG 
de Lúcia. 
 
• TERAPIA REVERSÍVEL 
 
Um exemplo é a placa oclusal miorrelaxante 
que altera a condição oclusal do paciente 
temporariamente, elimina a memória 
proprioceptiva periodontal e diminui a 
hiperatividade muscular pela desprogramação 
da memória proprioceptiva, representada para 
alguns autores como relaxamento muscular. A 
desprogramação neuromuscular leva a 
eliminação da sintomatologia de dor. A placa 
miorrelaxante é um protetor noturno para os 
dentes no caso de bruxismo, além de ser 
utilizada nas terapias iniciais das DTMs. 
 
• TERAPIA IRREVERSÍVEL 
 
Consiste numa terapia que altera 
definitivamente a condição oclusal e a posição 
mandibular. Um exemplo são os ajustes 
oclusais por desgaste seletivo e as 
restaurações, que tem por objetivo a 
eliminação das interferências oclusais. 
 
• TERAPIA ORTODÔNTICA 
 
Terapia utilizada para correção de maloclusão 
de origem esquelética ou dentária. 
 
2. Terapia cirúrgica 
 
Necessita de um diagnóstico preciso, tendo a 
certeza absoluta de indicação e a necessidade 
de equipe bem preparada. Normalmente na 
terapia cirúrgica são feitas correções de origem 
esquelética. 
 
3. TERAPIA COMPORTAMENTAL E PSCOLÓGICA 
 
• COMPORTAMENTAL 
 
- Hábitos bucais; 
- Mastigação; 
- Tensão muscular; 
- Comportamento de dor; 
- Postura mandibular; 
- Instrumentos musicais (que promovem o uso 
excessivo do músculo); 
- Acidentes traumáticos. 
 
• AFETIVOS E EMOCIONAIS 
 
Como as pessoas se sentem nas condições 
cruciais como ansiedade, depressão e medo. 
 
 
 
 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 16 
➳ Interação dos fatores emocionais 
 
Interagem entre si, com o ambiente e com a 
condição física do paciente. Fatores 
emocionais estão entre os fatores com alta 
prevalência nos pacientes com DTM, 
mostrando a necessidade de verificar 
depressão. 
 
➳ Avaliação do grau de depressão 
 
A avaliação do grau de depressão é feita 
através da escala analógica (EVA). 
 
 
Figura 6. Escala analógica (EVA). 
A terapia comportamental e psicológica é 
utilizada em pacientes com necessidade de 
intervenção psicológica, sendo uma terapia de 
apoio, onde busca-se uma melhoria das 
condições emocionais, a diminuição de medo, 
ansiedade e frustração e o aumento do limiar 
de tolerância e percepção da dor. 
 
4. terapia farmacológica 
 
Utilizada para atenuar quadro de dor, processo 
inflamatório e ansiedade. São utilizados nessa 
terapia: 
 
- Analgésicos; 
- Anti-inflamatórios não-esteroidais; 
- Ansiolíticos. 
5. Fisioterapia 
 
• TERMOTERAPIA 
 
Pode ser feita através do uso do calor, que 
causa a vasodilatação dos tecidos 
comprometidos, aumentando a oxigenação 
das áreas afetadas, reduzindo assim os 
sintomas. A melhor forma de sua aplicação 
seria o calor úmido por 20min 3x ao dia sendo 
indicado para DTM muscular. 
 
Pode ser feita também aplicação do frio 
(crioterapia), que inicialmente promove a 
vasoconstrição seguida de vasodilatação, que 
aumenta a oxigenação nas áreas afetadas 
promovendo a redução dos sintomas. Sua 
aplicação deve ser feita por 40min 3x ao dia e 
sua indicação seria para DTM muscular e 
articular. É feita com gelo envolvido em uma 
toalha ou bolsa de gelo, sempre com um tecido 
protegendo a pele para não queimar. 
 
O ultrassom produz um calor profundo, 
aumenta a temperatura na interface dos 
tecidos a uma profundidade de 5mm por 5min 
por dia, e é o suficiente para a redução dos 
sintomas. 
 
• ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA 
 
A estimulação elétrica transcutânea (TENS) é 
uma combinação entre a alta e baixa 
frequência por 15/30min por dia, auxilia na 
produção de beta-endorfina que ajuda na 
eliminação das toxinas nas fibras musculares 
promovendo um relaxamento muscular e 
concomitante redução dos sintomas. 
A endorfina é um neurotransmissor, uma 
substância química utilizada pelos neurônios na 
comunicação do sistema nervoso produzida 
pela hipófise e liberada pelo sangue, cuja 
denominação origináriadas palavras “endo” 
(interno) e “morfina” (analgésico). 
 
 
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 17 
➳ Efeitos principais da endorfina 
 
- Melhora a memória; 
- Melhora o estado de espírito/humor; 
- Aumenta a resistência; 
- Aumenta a disposição física e mental; 
- Melhora o sistema imunológico; 
- Bloqueia lesões dos vasos sanguíneos; 
- Efeito anti-envelhecimento; 
- Alivia as dores. 
 
➳ Contra indicação do TENS 
 
- Portadores de marca-passo; 
- Gestantes. 
 
6. TERAPIAS ALTERNATIVAS 
 
- Laser; 
- Acupuntura; 
- Ioga; 
- Shiatzu; 
- RPG; 
- Exercícios anaeróbicos; 
- Exercícios aeróbicos. 
 
7. reabilitação protética 
 
Utilizada quando há grande desarmonia do 
plano oclusal, provocada principalmente por 
perda de dentes, perda de guias dos 
movimentos excursivos e perda da DVO. Tem a 
função de restabelecer as funções mastigatória 
e estética. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 6 
 
DTM – Distúrbios Musculares 
e Sintomatologia 
 
Classificação 
 
• Contratura muscular ou trismo; 
• Mioespasmo; 
• Miosite; 
• Dor miofacial. 
 
Estes distúrbios musculares são difíceis de 
serem diferenciados clinicamente, pois 
apresentam os mesmos sintomas: 
 
- Dor; 
- Dolorimento; 
- Restrição dos movimentos mandibulares. 
 
Obs: tem como principal causa a hiperatividade 
muscular. 
 
1. Contratura muscular ou trismo 
 
É proveniente de impulsos sensoriais com 
finalidade protetora, gerando uma hipertonia 
muscular e consequentemente uma contratura 
muscular protetora. Um dos possíveis 
mecanismos que desencadeiam a contratura 
pode ser uma interferência oclusal, gerando 
um impulso proprioceptivo (arco reflexo 
flexor), para evitar interferência. Isso gera a 
hipertonicidade muscular, causando uma 
contratura muscular protetora. 
 
➳ Sintomatologia 
 
- Mialgias provocadas por: restaurações novas, 
injeção anestésica, abertura bucal ampla, 
mascar chiclete e processo infeccioso dental; 
- A dor aumenta com a função e há ausência de 
dor em repouso; 
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 18 
- Há uma limitação de abertura bucal pela dor; 
- Dor a palpação; 
- A abertura normal só acontece se for forçada, 
sendo uma abertura gradual com “sensação de 
amolecimento”; 
- Esse quadro dura por poucos dias, e caso não 
seja tratado, há continuidade evoluindo para 
um mioespasmo. 
 
➳ Tratamento 
 
- Eliminar o fator desencadeante; 
- Restringir os movimentos mandibulares; 
- Combater o estresse da dor; 
- Placa miorrelaxante; 
- Analgésico e relaxante muscular; 
- Fisioterapia. 
 
2. Mioespasmo 
 
É uma contratura muscular não resolvida, 
associada a um estresse emocional, que leva a 
queda do limiar de excitação neuromuscular, 
gerando uma hiperatividade muscular e 
consequente espasmo dos músculos 
mastigadores e do pescoço. 
 
➳ Sintomatologia 
 
- Mialgias provocadas por: restaurações novas, 
injeção anestésica, abertura bucal ampla, 
mascar chiclete e processo infeccioso dental; 
- Os sintomas normalmente são flutuantes e 
acentuados pelo estresse emocional; 
- Há um aumento da dor com a função; 
- Há uma diminuição ou eliminação da dor com 
músculos em repouso; 
- Há uma limitação da abertura bucal pela dor 
associado a uma rigidez muscular devido ao 
encurtamento muscular, o que leva a uma 
diminuição no grau de abertura da boca por 
cerca de 20mm; 
- A abertura normal só acontece se for forçada, 
sendo uma abertura gradual com “sensação de 
amolecimento”; 
- Dor a palpação (grau 2). 
➳ Tratamento 
 
- Eliminar fator desencadeante; 
- Analgésico; 
- Anti-inflamatório; 
- Benzodiazepínicos; 
- Fisioterapia. 
 
3. Miosite 
 
É um mioespasmo prolongado ou inflamação 
dental generalizada, associada ao estresse 
emocional, levando a queda do limiar de 
excitação neuromuscular, gerando uma 
hiperatividade muscular e consequente 
inflamação muscular (miosite). 
 
➳ Sintomatologia 
 
- Paciente apresenta uma dor muscular 
constante por vários dias, até com a mandíbula 
em repouso. A função mandibular aumenta a 
dor e os músculos se apresentam hipertônicos; 
- Dor à palpação (grau 3); 
- Pode haver história de infecção em estruturas 
adjacentes (ex: pericoronarite). 
 
➳ Tratamento 
 
- Restringir movimentos mandibulares; 
- Anti-inflamatório; 
- Placa miorrelaxante; 
- Fisioterapia. 
 
4. Dor Miofacial 
 
É decorrente de uma sobrecarga muscular, 
onde um estiramento súbito, deixando áreas 
musculares hipersensíveis, associado ao 
aumento do nível de estresse emocional, 
levando a uma queda do limiar de excitação 
neuromuscular, onde surgirão áreas 
musculares hipersensíveis com pontos álgicos 
(ou gatilhos) locais ou à distância. 
 
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 19 
➳ Sintomatologia 
 
- Dor de cabeça (reflexa), sendo a queixa mais 
comum; 
- Associação com episódio traumático; 
- Há um aumento da dor com a função 
muscular, gerando uma dor de cabeça reflexa 
(ou referida); 
- Pontos álgicos à palpação gerando dor grau 3, 
que exacerbam e irradiam a dor, gerando a dor 
referida ou reflexa. 
 
➳ Tratamento 
 
- Miorrelaxantes/ analgésicos; 
- Fisioterapia do pescoço e ombro, podendo ser 
com ultrassom ou TENS; 
- Injeção anestésica nos pontos álgicos. 
 
Observações 
 
1. 90% das DTMs são de origem muscular. 
 
2. 97% das DTMs são resultantes de uma causa 
primária, levando a uma incoordenação dos 
músculos mastigadores. 
 
3. Haverá aumento da função muscular, 
consequentemente, terá um aumento dos 
feixes de fibras que se contraem em relação as 
fibras em repouso, com duração e intensidade 
da função muscular superior à capacidade 
muscular para alternar os feixes de fibras entre 
a contração e repouso, gerando uma fadiga 
muscular. 
 
4. Uma contração muscular prolongada, 
normalmente leva a uma fadiga prolongada, 
que consequentemente gera uma 
incoordenação e espasmo muscular por 
contração prolongada, gerando uma isquemia 
pela pressão sobre os vasos sanguíneos, 
levando a redução de oxigênio e consequente 
mecanismo anaeróbio de contração muscular, 
levando a produção de ácido lático que gerará 
estímulo das terminações nervosas causando 
dor. 
 
5. A interferência oclusal normalmente leva um 
desvio mandibular, alterando a oclusão de RCO 
para MIH, causando uma contração 
prolongada dos músculos pterigoideos laterais 
para sustentar a mandíbula na posição 
desviada, gerando um espasmo muscular e 
consequente dor à palpação (e à manipulação), 
ocasionando uma dor ocluso-mandibular. 
 
6. Sem causa intra-articular, a placa de mordida 
anterior (Front-Plateau) pode ser utilizada por 
um ou dois dias se conseguirmos alívio da dor. 
Esta é caracterizada como de origem muscular. 
 
Aula 7 
 
Desordens de interferência do disco 
(incoordenação do complexo côndilo-disco) 
 
A disfunção rotacional do disco no côndilo 
apresenta como fator etiológico o trauma, que 
pode ser um macrotrauma (pancada, por 
exemplo) ou microtrauma (disfunção oclusal 
associada a uma hiperatividade muscular). 
 
• MACROTRAUMA 
 
O macrotrauma desencadeia um alongamento 
dos ligamentos colaterais do disco, associado a 
um alongamento da lâmina retrodiscal inferior, 
gerando um afinamento da região posterior do 
disco, e assim causando uma disfunção 
rotacional do disco no côndilo e uma 
incoordenação do complexo côndilo-disco. 
Exemplo de macrotrauma: pancada. 
 
• INTERFERÊNCIA OCLUSAL OU 
MICROTRAUMA 
 
A interferência oclusal ou microtrauma 
associado a uma hiperatividade muscular, 
desencadeia o alongamento dos ligamentos 
colaterais do disco, associado ao alongamento 
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da lâmina retrodiscal inferior, gerando um 
afinamento da região posterior do disco, e 
assim causando uma disfunção rotacional do 
disco no côndilo e uma incoordenação do 
complexo côndilo-disco. 
 
Para que o sistema mastigatório funcione de 
forma normal e eficiente, um alto grau de 
precisão e harmonia deve existir entre a ação 
dos músculos mastigatórios, as forças de 
oclusão e a ATM. A falta de harmonia pode 
causar um comportamento muscular 
interrompidoou dano estrutural à dentição, à 
ATM ou ambos. 
 
Classificação da incoordenação do 
complexo côndilo-disco (ICCD) 
 
• Desalojamento do disco; 
• Deslocamento do disco com redução; 
• Deslocamento do disco sem redução 
(travamento articular). 
 
Para melhor entendimento da classificação das 
ICCD, deve-se primeiro rever a posição correta 
para o complexo côndilo-disco. Para que seja 
considerada uma ATM bem posicionada, deve-
se lembrar da posição anatômica em RC. Nesta 
posição, a ATM se encontra com a cabeça da 
mandíbula mais antero-superior na fossa 
articular com o disco interposto na posição de 
uma hora. Deste ponto, deve-se iniciar o 
movimento de abertura e fechamento da 
mandíbula, onde o disco estará sempre 
interposto entre estes dois ossos, tanto no 
movimento de abertura, quanto no 
fechamento. 
 
1. Desalojamento do disco 
 
Pela ação do músculo ptergióideo lateral 
superior, haverá o alongamento dos 
ligamentos colaterais do disco, associado ao 
alongamento da lâmina retrodiscal inferior e 
consequente afinamento da borda posterior do 
disco. Sendo assim, haverá um desalojamento 
do disco representado por um duplo estalido 
(inicial e recíproco). No início da abertura, o 
disco não se encontra na posição de uma hora 
em relação a cabeça da mandíbula, ele está um 
pouco anteriorizado, mas ainda sobre a cabeça 
da mandíbula. 
 
• ESTALIDO ARTICULAR 
 
Consiste no deslizamento do côndilo sobre o 
disco quando ele se afasta nos movimentos de 
abertura e fechamento, produzindo um “click” 
característico chamado de estalido. 
 
➳ Sintomatologia 
 
- História de trauma associado a ruído articular; 
- Estalido na abertura e fechamento bucal; 
- Limitação de abertura pela dor e não por 
disfunção estrutural da ATM. 
 
2. Deslocamento anterior do disco 
 
Deve-se observar o afinamento da borda 
posterior do disco, associado a um 
alongamento da lâmina retrodistal inferior, 
juntamente com alongamento dos ligamentos 
colaterais do disco, associado a contração da 
cabeça superior do músculo pterigóideo 
lateral, puxando o disco completamente para 
frente, e resultando assim no deslocamento 
anterior do disco. Este deslocamento pode ser 
com redução ou sem redução. 
 
3. Deslocamento anterior do disco 
 (com redução) 
 
O paciente que apresenta o deslocamento 
anterior ao movimentar a mandíbula durante a 
abertura, reposiciona o côndilo sobre a lâmina 
posterior do disco, no qual é recapturado. Este 
fato é chamado de redução do disco sobre a 
cabeça da mandíbula. 
 
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➳ Sintomatologia 
 
- Longa história de estalidos; 
- Sensação de tratamento articular com 
reposicionamento do disco com ou sem dor; 
- Grau limitado de abertura bucal; 
- Desvio acentuado na trajetória de abertura 
bucal; 
- Pode haver estalido súbito do disco na sua 
recaptura; 
- Após a recaptura do disco, há a eliminação do 
travamento; 
- História de estresse emocional; 
- Bruxismo; 
- Há uma incoordenação muscular. 
 
4. Deslocamento anterior do disco 
(sem redução) 
 
Neste caso, há um afinamento da borda 
posterior do disco, associado ao alongamento 
dos ligamentos colaterais do disco, juntamente 
com a danificação da lâmina retrodiscal 
superior, associado a contração da cabeça 
superior do músculo pterigoideo superior, o 
que leva a incoordenação muscular, resultando 
na tração do disco para frente do côndilo e 
distalização do côndilo na translação, e 
consequente travamento mandibular. 
 
Para destravar a mandíbula haverá 
necessidade de manipulação para recaptura do 
disco, que neste caso seria para baixo, para 
frente e para cima. 
 
➳ Sintomatologia 
 
- História de travamento articular; 
- Grau limitado de abertura bucal; 
- Desvio acentuado na trajetória de abertura 
bucal (25/30mm – rotação); 
- Palpação da ATM e na parte posterior do 
côndilo com a boca aberta e dor (pela 
incoordenação muscular); 
- Desvio mandibular para o lado da ATM 
envolvida; 
- Pressão suave para baixo e para frente nos 
incisivos inferiores e não haverá aumento da 
abertura bucal; 
- Movimentos excêntricos e às vezes normais 
do lado da ATM afetada; 
- Movimentos restritos no lado oposto da ATM 
afetada; 
- Palpação e manipulação muscular, 
apresentando graus variados de dor; 
- Manipulação bilateral forçada da mandíbula, 
com dor (côndilo apoiado nos tecidos 
retrodiscais); 
- História de estresse emocional; 
- Bruxismo, com incoordenação muscular e 
presença de interferências oclusais. 
 
Obs: Quando há o deslocamento do disco sem 
redução com travamento de boca fechada, 
deve-se fazer a manipulação para baixo, para 
frente e para cima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula 8 
 
Hipermobilidade articular 
 
A etiologia da hipermobilidade da ATM é 
desconhecida, porém existem alguns fatores 
predisponentes, como: 
 
- Hábitos parafuncionais; 
- Genético; 
- Distúbios esqueléticos; 
- Distúrbios musculares. 
 
O diagnóstico de hipermobilidade é feito com a 
presença de 3 entre os critérios de Beighton: 
 
- Hiperextensão do 5° dedo da mão > que 90°; 
- Hiperextensão do cotovelo num ângulo igual 
ou superior a 10°; 
- Hiperextensão do polegar da mão no 
antebraço; 
- Hiperextensão dos joelhos em ângulo de > 
que 10°; 
- Capacidade de flexionar a coluna vertebral e 
colocar as palmas das mãos no chão sem 
dobrar os joelhos. 
 
Obs: Na hipermobilidade há a inserção da 
cápsula articular no temporal a 4mm a frente 
do ápice da eminência. 
 
Subluxação da ATM 
 
- Fossa articular rasa: o côndilo preso à frente 
da eminência articular; 
- O côndilo volta espontaneamente para a fossa 
articular ou pela redução do próprio paciente. 
 
Luxação da ATM 
 
- Deslocamento do côndilo para fora da fossa 
articular; 
- Ocorre o bloqueio pela eminência articular; 
- O paciente não fecha a boca. 
 
A luxação pode ser unilateral ou bilateral. 
 
• UNILATERAL: a mandíbula é desviada para o 
lado oposto da luxação; 
 
• BILATERAL: não há desvio mandibular. 
 
➳ Etiologia 
 
- Abertura exagerada da boca; 
- Tratamento odontológico longo; 
- Traumas; 
- Fossa articular rasa e eminência articular 
curta. 
 
➳ Reposicionamento da mandíbula 
 
A técnica é feita através da manipulação 
bilateral da mandíbula com movimento para 
baixo, para trás e para cima. O côndilo 
ultrapassará a eminência articular e se 
reposicionará. 
 
 ➳ Tratamento 
 
O tratamento pode ser invasivo (cirúrgico) ou 
não-invasivo (conservador). 
 
• TRATAMENTO CONSERVADOR 
 
- Dispositivo de Ivy (uso durante 1 mês); 
- Placa rígida miorrelaxante (uso em tempo 
integral durante 4 meses); 
- Orientação para evitar a abertura de boca 
ampla (condicionamento pelo dispositivo de 
Ivy); 
- Ajuste oclusal por desgaste seletivo; 
- Fisioterapia; 
- Tratamento ortodôntico. 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências: 
 
• Material de apoio cedido pelos professores 
da disciplina; 
• NETO, Alfredo et al. Oclusão: Série Abeno: 
Odontologia Essencial-Parte Clínica. Artes 
Medicas, 2016; 
• CARDOSO, C. A et al. Oclusão: para você e 
para mim. São Paulo: Ed. Santos, 2003. 
 
Recado para você que adquiriu essa apostila: 
 
Caso tenha alguma dúvida, entre em contato 
comigo ou tire essa dúvida com algum 
professor. Talvez possa ter coisas diferentes da 
forma que você aprendeu, mas isso não quer 
dizer necessariamente que eu ou você 
estejamos errados. Professores e autores têm 
diferentes pontos de vista as vezes. Essa 
apostila não pode ser vendida por terceiros e 
nem plagiada. Plágio é crime de violação aos 
direitos autorais no Art. 184. Obrigado e bons 
estudos! 
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E-mail p/ contato: 
hurianmachado@hotmail.com 
 
Ah, se por acaso você postar algum story no 
Instagram estudando por essa apostila, me 
marca para que eu reposte :) 
 
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