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Contestação em caso de queda de objeto em condomínio

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ALUNA: THAYSA DE AMORIM FORTES
TURMA: 171 AM 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL
PROCESSO Nº.... 
CONDOMINIO BOSQUE DAS ARARAS, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o n..., com o endereço na Rua, N., Bairro, Rio de Janeiro – RJ, CEP, representado pelo Sindico MARCELO RODRIGUES, nacionalidade, estado civil, Sindico, portador do RG nº ..., e do CPF ..., com endereço na Rua ..., cidade do Rio de Janeiro - RJ e endereço eletrônico ..., por intermédio de sua advogada que esta subscreve, ..., com endereço eletrônico ..., conforme procuração anexa, vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 335, do Código de Processo Civil, manifestar sua CONTESTAÇÃO, expondo e requerendo a V. Exa. o que segue. 
I- DOS FATOS
 João autor da ação proposta contra o Condomínio Bosque das Araras, em um determinado dia estava caminhando pela calçada do Condomínio quando foi surpreendido com um pote de vidro que caiu em sua cabeça, o pote de vidro veio do apartamento 601 do edifício. Devido ao impacto sofrido por João ele desmaiou, o mesmo foi socorrido por um transeunte que contatou o Corpo de Bombeiro, João foi levado ao Hospital Municipal X, onde foi internado passou e por exames e por uma cirurgia para estagnar a hemorragia internada sofrida. 
João caminhoneiro ficou impossibilitado de trabalhar em um período de 30 dias devido ao trauma sofrido, deixando de executar contratos por ele já negociado. Nesse período João deixou de ganhar 20 mil reais, Vinte Dias após sua alta do hospital João retornou ao hospital após se sentir mal, foi constatado que o mesmo estava com uma infecção devido a uma gaze cirúrgica que deixaram no seu corpo no momento da cirurgia, ele necessitou passar por uma nova cirurgia e precisou ficar mais 30 dias internado, perdendo assim mais 10 mil reais. 
II- DAS PRELIMINARES
A) DA AUSENCIA DE LEGITIMIDADE 
Pois bem excelência, antes de adentrar ao mérito, insta destacar que art. 938 trás como redação a responsabilidade de reparar dano de quem habita no prédio, ou parte dele. 
Vejamos: Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
 No que tange ao assunto, nos ensina o Nobre Desembargador Claudio Luiz Bueno de Godoy:
“O preceito cuida dos effusis et dejectis, ação originária do direito romano e cabível para a reparação de danos provocados pelo que caísse ou fosse arremessado do interior de uma habitação. Tem-se aí, já mesmo de acordo com o que se vinha entendendo acerca de igual previsão do CC/1916, responsabilidade sem culpa, pelo mesmo fundamento do preceito anterior, qual seja, o dever de segurança que deve permear a guarda do que guarnece uma habitação. Impende somente observar que, agora, o nexo de imputação de responsabilidade não está na propriedade da coisa, mas especificamente na sua guarda, pelo que se responsabiliza quem habita o prédio”2.
Diversas decisões versam sobre objetos caídos de edifícios, sendo de responsabilidade do condomínio em indenizar somente quando não for possível identificar de qual apartamento o objeto caiu. É de responsabilidade objetiva do proprietário ou inquilino o dever de indenizar, não sendo necessário à comprovação de dolo ou culpa nesses casos. Nesse sentido, a jurisprudência.
RECURSO INOMINADO. RESPONSABILIDADE CIVIL. QUEDA DE OBJETO DE UNIDADE DE CONDOMÍNIO. PRELIMINARES AFASTADAS. RESPONSABILIDADE REAFIRMADA. DEVER DE INDENIZAR MANTIDO. - Crime de perjúrio: No caso concreto, não foi demonstrada qualquer falsidade nas declarações da testemunha. O simples fato do autor não ter encontrado o síndico no momento dos fatos, como referiu em depoimento, mas tendo o representante do condomínio visto o veículo do demandante danificado nas dependências do condomínio, por si só, não indica falsidade nas declarações da testemunha.- Ilegitimidade passiva: Para a lei civil, a responsabilidade pelos danos causados por objetos lançados de uma unidade condominial é, quando possível identificar de onde partiu, do morador do imóvel (proprietário ou inquilino) e, do contrário, o condomínio. Logo, reafirma-se a legitimidade passiva da ré.- Mérito: Eventual omissão de quaisquer dos prepostos do condomínio onde ocorreu o evento danoso, não afasta a responsabilidade da recorrente pelos danos causados ao veículo do demandante, pelos mesmos fundamentos já externados quando do afastamento da preliminar recursal de ilegitimidade passiva. É incontroverso nos autos que o autor da ação não era morador do condomínio onde ocorreu o evento danoso, motivo pelo qual não se poderia exigir deste, o conhecimento de todas as normas e regulamentos do edifício, inclusive porque, certamente, sua entrada no estacionamento foi autorizada por alguém. PRELIMINARES AFASTADAS E, NO MÉRITO, RECURSO DESPROVIDO. UNÂNIME.(Recurso Cível, Nº 71008575268, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Elaine Maria Canto da Fonseca, Julgado em: 04-02-2020)
(TJ-RS - "Recurso Cível": 71008575268 RS, Relator: Elaine Maria Canto da Fonseca, Data de Julgamento: 04/02/2020, Segunda Turma Recursal Cível, Data de Publicação: 10/02/2020)
Assim, pelos argumentos exarados acima, requer que seja acolhida a presente preliminar, sendo extinto o presente processo sem resolução do mérito.
	
III – DO MÉRITO
Em sua inicial o autor requer o valor de 30 mil reais a titulo de lucros cessantes, e 50 salários mínimos a titulo de danos morais.
Porém conforme apurado a titulo de lucros cessantes não cabe ao condomínio indenizar o valor de 10 mil reais, pois esse prejuízo ele sofreu decorrente de negligencia médica. 
Vejamos o § 6º Art. 37 da CF 88:  As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Não nos restam dúvidas de que o dever em reparar o dano proveniente da negligência médica cabe ao hospital onde a cirurgia foi realizada, vejamos também a jurisprudência: 
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. ERRO MÉDICO. ESQUECIMENTO DE GAZE NO INTERIOR DA CAVIDADE ABDOMINAL DO PACIENTE. FATO COMPROVADO. REPARAÇÃO DEVIDA. A responsabilidade do hospital réu, nos casos em que o atendimento médico é prestado pelo SUS, é regida pelo artigo 37, § 6º, da Constituição Republicana, que prevê a responsabilidade civil objetiva do Estado e dos prestadores de serviços públicos por danos que seus agentes causarem. No caso, o conjunto probatório dos autos confere verossimilhança à tese do autor de erro médico por negligência e imprudência, tendo em vista que restou demonstrado o esquecimento de gaze no interior da cavidade abdominal do autor após cirurgia de emergência realizada no hospital réu. E em se tratando de responsabilidade civil na modalidade objetiva, diante desse contexto, incumbia ao réu trazer aos autos prova segura de que a falha não teria ocorrido ou de que dela não teriam decorridos danos, ônus do qual não se desincumbiu. Logo, de ser reconhecida a responsabilidade do réu em reparar o dano moral sofrido pelo autor, o qual é puro, inerente aos próprios acontecimentos, tais como evidenciados nos autos. Valor do quantum indenizatório reduzido para R$ 10.000,00 no caso concreto, tendo em vista que não houve repercussão mais grave ao autor a ensejar risco de vida, sequelas, ou qualquer outra consequência mais séria. Leva-se em conta, também, o fato de se tratar o réu de uma fundação hospitalar com atendimento médico majoritariamente pelo SUS.APELAÇÃO PROVIDA EM PARTE.(Apelação Cível, Nº 70083018721, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eugênio Facchini Neto, Julgado em: 18-12-2019)
(TJ-RS - AC: 70083018721 RS, Relator: Eugênio Facchini Neto, Data de Julgamento: 18/12/2019, Nona Câmara Cível, Data de Publicação: 24/01/2020)
 
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requerde Vossa Excelência:
a) Seja acolhida a preliminar arguida para que a ação seja extinta sem julgamento de mérito 
b) Não sendo acolhida a preliminar, no mérito requer a total improcedência da presente ação, para que o Réu não seja compelido a pagar Indenização por Lucros Cessantes e Danos Morais. Ou.... Não sendo acolhida a preliminar arguida, requer que a presente ação seja julgada parcialmente procedente.
Por fim, requer-se a condenação do Autor ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.
Provará o alegado por todos os meios em direito admitidos, em especial depoimento do autor, desde já requerido, prova documental, oitiva de testemunhas e o que mais se fizer necessário.
Nestes Termos
Pede Deferimento
Local, data.
Advogado
OAB
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