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Princípios Ambientais

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Prof. Ms. Alano
Princípios 
de Direito 
Ambiental
•Conforme aduz Leonardo de Medeiros Garcia: 
“O direito ambiental, ciência dotada de 
autonomia científica, apesar de apresentar 
caráter interdisciplinar, obedece a princípios 
específicos de proteção ambiental, pois, de 
outra forma, dificilmente se obteria a proteção 
eficaz pretendida sobre o meio ambiente.
Neste sentido, os princípios caracterizadores do 
direito ambiental têm como escopo 
fundamental orientar o desenvolvimento e a 
aplicação de políticas ambientais que servem 
como instrumento fundamental de proteção ao 
meio ambiente e, consequentemente, à vida 
humana.”
•Princípio do Poluidor Pagador 
Segundo Abelha: o princípio do “poluidor-pagador diz respeito à 
proteção da qualidade do bem ambiental, mediante a verificação 
prévia da possibilidade ou não de internalização de custos 
ambientais no preço do produto, até um patamar que não 
justifique economicamente a sua produção, ou que estimule a 
promoção ou a adoção de tecnologias limpas que não degradem 
a qualidade ambiental”.
Tem natureza econômica, cautelar e preventiva;
CF/88: Art. 225: § 3º As condutas e atividades consideradas 
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas 
ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 
Previsão legal, inc. VII do art. 4º da Lei nº 6.938/81, objetivo da 
PNMA que visa “à imposição, ao poluidor e ao predador, da 
obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados (…)”.
Conforme o Princípio 16 da Declaração do Rio (1992), “as 
autoridades nacionais devem procurar promover a 
internalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos 
econômicos, tendo em vista a abordagem segundo a qual o 
poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com 
a devida atenção ao interesse público e sem provocar distorções 
no comércio e nos investimentos internacionais”.
•Princípio do Usuário-Pagador 
Conforme Melo: O princípio do usuário pagador é decorrente da 
necessidade de valoração econômica dos recursos naturais, de 
quantificá-los economicamente, evitando o que se denomina “custo 
zero”, que é a ausência de cobrança pela sua utilização. O “custo 
zero” conduz à hiperexploração de um bem ambiental que, por
consequência, leva à sua escassez.”.
Previsão legal: inc. VII do art. 4º da Lei nº 6.938/1981 um dos 
objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente, com a imposição 
“(…) ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos 
ambientais com fins econômicos”.”
Dispõe, pois, que o usuário de recursos naturais deve pagar
por sua utilização.
Princípio do Protetor-Recebedor 
Consoante aduz Sirvinskas: “É a obrigação que tem aquele que 
receber verbas do Poder Público de proteger ou de não degradar o 
meio ambiente. É, em outras palavras, a compensação que o
proprietário recebe para proteger determinado recurso natural.” 
Previsão legal: Inc. II do art. 6º da Lei n. 12.305/2010 (Lei da 
Política Nacional dos Resíduos Sólidos).
Outros exemplos: O ICMS Ecológico “mecanismo tributário que 
possibilita aos municípios acesso a parcelas maiores que àquelas 
que já têm direito, em razão do atendimento de determinados 
critérios ambientais estabelecidos em leis estaduais”.
 
•Princípio da Prevenção
Para Garcia: “é orientador no Direito Ambiental, 
enfatizando a prioridade que deve ser dada às medidas 
que previnam (e não simplesmente reparem) a 
degradação ambiental. 
A finalidade ou o objetivo final do princípio da prevenção é 
evitar que o dano possa chegar a produzir-se. Para tanto, 
necessário se faz adotar medidas preventivas”.
Vincula-se na certeza científica do impacto ambiental, ou 
seja, trabalha com o risco certo (efetivo ou potencial).
São exemplos de aplicação do princípio da prevenção:
- Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) - inciso IV do 
§ 1º do art. 225 da Constituição Federal;
- Licenciamento Ambiental;
- Poder de Polícia Ambiental;
-Auditorias Ambientais.
Assim, visa evitar que o dano ambiental ocorra, utilizando, 
para tanto, mecanismos extrajudiciais e judiciais.
É, portanto, a atuação antecipada para evitar danos, que, 
em regra, são irreversíveis;
•Princípio da Precaução
Também chamado de Princípio da Prudência ou Cautela.
Aqui, o risco incerto ou duvidoso.
Previsto no princípio 15 da ECO/92: “De modo a proteger o 
meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente 
observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. 
Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a 
ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada 
como razão para postergar medidas eficazes e economicamente 
viáveis para prevenir a degradação ambiental”.
Também na Lei 11.105/2005 Lei de Biossegurança, art. 1º diz: 
“Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de 
fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a 
manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a 
exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o 
consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de 
organismos geneticamente modificados — OGM e seus 
derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico 
na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à
vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do 
princípio da precaução para a proteção do meio ambiente”.
- Inverte o “ônus da prova”. 
•Princípio do Desenvolvimento Sustentável 
Conceito clássico Relatório Nosso Futuro Comum (Brundtland), 
Desenvolvimento Sustentável é “aquele que atende às 
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de 
as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades”.
Funda-se no tripé: social, ambiental e econômico.
Previsto em diversos princípios da Declaração do Rio (1992), 
que proclama que os seres humanos constituem o centro das 
preocupações com o desenvolvimento sustentável (Princípio 1) 
e, para alcançá-lo, a proteção ambiental deve ser considerada 
parte integrante do desenvolvimento e não pode ser dissociada 
dele (Princípio 4). Reconhece que o desenvolvimento deve 
considerar o uso equitativo dos recursos naturais, em atenção às 
necessidades tanto da presente quanto das futuras gerações 
(Princípio 3). Ademais, “todos os Estados e todos os indivíduos, 
como requisito indispensável para o desenvolvimento 
sustentável, irão cooperar na tarefa essencial de erradicar a 
pobreza, a fim de reduzir as disparidades de padrões de vida e 
melhor atender às necessidades da maioria da população do 
mundo” (Princípio 5) e, de igual forma, “para alcançar o 
desenvolvimento sustentável e uma qualidade de vida mais 
elevada para todos, os Estados devem reduzir e eliminar os 
padrões insustentáveis de produção e consumo, e promover 
políticas demográficas adequadas” (Princípio 8).
•Princípio do Desenvolvimento Sustentável 
- integra o conceito de solidariedade intergeracional.
Para o Supremo Tribunal Federal, “o princípio do 
desenvolvimento sustentável, além de impregnado de caráter 
eminentemente constitucional, encontra suporte legitimador 
em compromissos internacionais assumidos pelo Estado 
brasileiro e representa fator de obtenção do justo equilíbrio 
entre as exigências da economia e as da ecologia, subordinada, 
no entanto, a invocação desse postulado, quando ocorrente 
situação de conflito entre valores constitucionais relevantes, a 
uma condição inafastável, cuja observância não comprometa 
nem esvazie o conteúdo essencial de um dos mais significativos 
direitos fundamentais: o direito à preservação do meio 
ambiente, que traduz bem de uso comum da generalidade das 
pessoas, a ser resguardado em favor das presentes e futuras 
gerações (ADI nº 3.540)”.
•Princípio da Solidariedade Intergeracional 
Trata da solidariedade entre as gerações presentes e futura para 
a preservação do meio ambiente, atuando de forma sustentável.
A solidariedade intergeracional é também denominada de 
diacrônica, que significa através do tempo, que se refere às 
gerações do futuro,à sucessão no tempo.
A Declaração de Estocolmo (1972) já previa a responsabilidade 
com as futuras gerações, conforme consignado em seu Princípio 
1: “o homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade 
e ao desfrute de condições de vida adequadas em um meio 
ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna 
e gozar de bem-estar, tendo a solene obrigação de proteger e 
melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e 
futuras”. Ou ainda em seu Princípio 2: “Os recursos naturais da 
terra incluídos o ar, a água, a terra, a flora e a fauna e 
especialmente amostras representativas dos ecossistemas 
naturais devem ser preservados em benefício das gerações 
presentes e futuras, mediante uma cuidadosa planificação ou 
ordenamento”.
Também a Declaração do Rio (1992), que reconhece que: “o 
direito ao desenvolvimento deve ser exercido de tal forma que 
responda equitativamente às necessidades de desenvolvimento 
e ambientais das gerações presentes e futuras” (Princípio 3).
Sua importância está em temas como as mudanças climáticas, a 
imprescritibilidade da reparação do dano ambiental etc. 
 
•Princípio da Vedação ao Retrocesso Ecológico
Ou princípio “da vedação de retrocesso ambiental” ou “princípio 
da proibição de retrogradação socioambiental”. 
É um princípio implícito.
Conforme Alexandra Aragão, “(…) no âmbito interno, o 
princípio da proibição do retrocesso ecológico, espécie de 
cláusula rebus sic stantibus, significa que, a menos que as 
circunstâncias de facto se alterem significativamente, não é de 
admitir o recuo para níveis de protecção inferiores aos 
anteriormente consagrados. Nesta vertente, o princípio põe 
limites à adopção de legislação de revisão ou revogatória”. 
O STJ já analisou esse princípio: “O exercício do ius variandi, 
para flexibilizar restrições urbanístico-ambientais contratuais, 
haverá de respeitar o ato jurídico perfeito e o licenciamento do 
empreendimento, pressuposto geral que, no Direito Urbanístico, 
como no Direito Ambiental, é decorrência da crescente escassez 
de espaços verdes e dilapidação da qualidade de vida nas 
cidades. Por isso mesmo, submete-se ao princípio da não 
regressão (ou, por outra terminologia, princípio da proibição de 
retrocesso), garantia de que os avanços urbanístico-ambientais 
conquistados no passado não serão diluídos, destruídos ou 
negados pela geração atual ou pelas seguintes” (REsp nº 
302.906, DJe 01.12.2010).
 
•Princípio do Progresso Ecológico
Para Melo," o princípio do progresso ecológico impõe ao Estado 
a obrigatoriedade de rever e aprimorar a legislação e os 
mecanismos de proteção ao meio ambiente".
Logo, devem ser utilizadas as melhores técnicas possívei, dentro 
dos avanços tecnológicos para controlar atividades poluidoras.
Melhor técnica disponível é “(…) o estágio mais eficaz e 
avançado alcançado para o desenvolvimento das atividades e 
seus métodos de operação, que indica a prática adequada de 
uma técnica particular a servir de base para estabelecer os 
valores-limite de emissão criados para prevenir e, nos casos em 
que isso não for praticável, reduzir de forma geral as emissões e 
o impacto no meio ambiente como um todo”.
A progressão em matéria ambiental também se funda em 
tratados e convenções de sobre direitos humanos.
Tal princípio encontra correspondência na cláusula progressiva 
de realização dos direitos econômicos, sociais e culturais, 
prevista no Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais 
e Culturais (art. 2º, § 1º), do Sistema Global de Direitos 
Humanos (ONU) e no Protocolo de San Salvador (art. 1º), do 
Sistema Interamericano de Direitos Humanos (OEA).
A progressividade visa atingir condições ambientais idênticas 
ou melhores do que aquelas recebidas das gerações passadas.
•Princípio da Educação Ambiental
A Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano 
(1972) já destacava a importância da Educação Ambiental em 
seu Princípio 19: “é indispensável um esforço para a educação 
em questões ambientais, dirigida tanto às gerações jovens como 
aos adultos e que preste a devida atenção ao setor da população 
menos privilegiado, para fundamentar as bases de uma opinião 
pública bem informada, e de uma conduta dos indivíduos, das 
empresas e das coletividades inspirada no sentido de sua 
responsabilidade sobre a proteção e melhoramento do meio 
ambiente em toda sua dimensão humana. É igualmente essencial 
que os meios de comunicação de massas evitem contribuir para 
a deterioração do meio ambiente humano e, ao contrário, 
difundam informação de caráter educativo sobre a necessidade 
de protegê-lo e melhorá-lo, a fim de que o homem possa 
desenvolver-se em todos os aspectos”.
Por sua vez, a Constituição Federal dispõe, no inciso VI, § 1º, do 
art. 225, que compete ao Poder Público:
“promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e 
a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.
•Princípio da Educação Ambiental
Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a educação 
ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental.
Art. 1o Entendem-se por educação ambiental os processos por 
meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores 
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências 
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso 
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua 
sustentabilidade.
Além disso, a educação ambiental é um componente essencial e 
permanente da educação nacional, devendo estar presente, de 
forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo 
educativo, em caráter formal e não formal.
1. A Educação Ambiental será desenvolvida como uma prática 
educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e 
modalidades do ensino formal.
2. A Educação Ambiental não deve ser implantada como 
disciplina específica no currículo de ensino.
3. Quando se fizer necessário, é facultada a criação de disciplina 
específica nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas 
voltadas ao aspecto metodológico da educação ambiental.
4. Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional, 
em todos os níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate da 
ética ambiental das atividades profissionais a serem 
desenvolvidas.
•Principio da Cooperação entre os Povos-entre as nações etc. 
Materializado vários princípios, inclusive na Declaração do Rio 92:
- Princípio 5: Todos os Estados e todas as pessoas deverão cooperar 
na tarefa essencial de erradicar a pobreza como requisito 
indispensável do desenvolvimento sustentável, a fim de reduzir as 
divergências nos níveis de vida e responder melhor às necessidades 
da maioria dos povos do mundo;
- Princípio 7: Os Estados deverão cooperar com espírito de 
solidariedade mundial para conservar, proteger e restabelecer a 
saúde e a integridade do ecossistema da Terra. Considerando que 
têm contribuído em diferente medida à degradação do meio 
ambiente mundial, os Estados têm responsabilidades comuns mas 
diferenciadas.[...];
Princípio 12: Os Estados deveriam cooperar na promoção de um 
sistema econômico internacional favorável e aberto, que levasse ao 
crescimento econômico e ao desenvolvimento sustentável de todos 
os países, a fim de abordar em melhor forma os problemas da 
degradação ambiental.
Princípio 14: Os Estados deveriam cooperar efectivamente para 
diminuir ou evitar a transferência a outros Estados de quaisquer 
atividades e substâncias que causem degradação ambiental grave ou 
sejam consideradas nocivas para a saúde humana.
Princípio 27: Os Estados e as pessoas deverão cooperar de boa fé e 
com espírito de solidariedade na aplicação dos princípios 
consagrados na Declaração.
•Principio da Cooperação entre os Povos-entre as nações etc. 
A cooperação internacional para a preservação do meio ambiente é o 
penúltimo capítulo da Lei nº 9.605/1998:
Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os 
bons costumes, o Governo brasileiro prestará, no que concerne ao 
meio ambiente, anecessária cooperação a outro país, sem qualquer 
ônus, quando solicitado para: I - produção de prova; II - exame de 
objetos e lugares; III - informações sobre pessoas e coisas; IV - 
presença temporária da pessoa presa, cujas declarações tenham 
relevância para a decisão de uma causa;
V - outras formas de assistência permitidas pela legislação em vigor 
ou pelos tratados de que o Brasil seja parte.
Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e especialmente 
para a reciprocidade da cooperação internacional, deve ser mantido 
sistema de comunicações apto a facilitar o intercâmbio rápido e 
seguro de informações com órgãos de outros países.
No plano interno, as distribuições das competências constitucionais 
(arts. 21, 22, 23, 24, 25 e 30 da CF) no modelo do federalismo 
cooperativo permite que todos os entes atuem na proteção 
ambiental, visando ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Além disso, o "caput" do art. 225 coloca como dever do Poder 
Público e da coletividade a proteção ao meio ambiente, como 
obrigação comum e obrigatória.
•Principio da Natureza Pública da Proteção Ambiental . 
Decorre do poder público a proteção do meio ambiente; 
O meio ambiente é, nos termos do art. 225 da Constituição de 1988, 
bem de uso comum do povo, indisponível e insuscetível de 
apropriação. 
Dessa forma, o meio ambiente é considerado como valor a ser 
necessariamente assegurado e protegido para uso de todos, já que é 
um bem de fruição humana coletiva.
Nesse sentido, “(…) a natureza pública que qualifica o interesse na 
tutela do ambiente, bem de uso comum do povo, torna-o 
indisponível. Não é dado, assim, ao Poder Público – menos ainda aos 
particulares – transigir em matéria ambiental, apelando para uma 
disponibilidade impossível”.
•Principio da Participação (social). 
Por este postulado, a sociedade deixa de ser mera espectadora e 
assume o papel de coadjuvante e parceira na preservação ambiental.
Estabelece o envolvimento de todos os segmentos sociais nas 
questões ambientais, como decorrência do pleno exercício da 
cidadania. 
Atribuiu responsabilidade à sociedade pela preservação ambiental, e 
institui uma associação com os órgãos governamentais, para gerir e 
zelar pelo meio ambiente.
Cria políticas públicas ambientais.
• Principio da Participação (social). 
Nesse sentido, estabelece a Declaração do Rio (1992) em seu 
Princípio 10: Os Estados irão facilitar e estimular a conscientização e 
a participação popular, colocando as informações à disposição de 
todos. Será proporcionado o acesso efetivo a mecanismos judiciais e 
administrativos, inclusive no que se refere à compensação e 
reparação de danos”.
A participação na tomada de decisões ambientais é um dever 
jurídico, fundado no caput do art. 225 da Constituição Federal, 
impondo ao Poder Público e à coletividade a obrigação de proteger o 
meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
Desdobra-se sob três aspectos:
esfera administrativa / esfera legislativa / esfera judicial.
Na esfera administrativa: audiências e consultas públicas; com a 
participação em órgãos colegiados (conselhos de meio ambiente); e 
no exercício do direito de petição aos órgãos públicos ambientais.
Na esfera legislativa: os instrumentos clássicos elencados no art. 14 
da Constituição Federal, a saber: plebiscito, referendo e iniciativa 
popular de projeto de lei.
A participação na esfera judicial, observada a legitimidade para a 
propositura, ocorre por meio das ações constitucionais, tais como 
mandado de segurança individual ou coletivo, a ação popular, o 
mandado de injunção.
• Principio da Função Socioambiental da propriedade privada. 
Fundamento: art. 186, II, da Constituição Federal de 1988:
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural 
atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência 
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e 
preservação do meio ambiente;
Como se vê: o regime jurídico da propriedade foi tornado público 
com a Constituição de 1988. 
Nesse sentido, art. 5º, XXII, da CF/88, garante-se o direito de 
propriedade, mas este somente será legitimado se ela atender a sua 
função social (art. 5º, XXIII, da CF).
Com efeito: "A expressão “função socioambiental” nada mais é que a 
função social da propriedade com ênfase em seu aspecto ambiental.
A função socioambiental da propriedade urbana, no bojo 
constitucional, assenta-se no § 2º do art. 182 da CF, enquanto a 
função socioambiental da propriedade rural é estabelecida no art. 
186 da CF".
A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às 
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano 
diretor (art. 182, § 2º, da CF). 
O plano diretor é instrumento básico da política de desenvolvimento 
e de expansão urbana, sendo obrigatoriedade para as cidades com 
mais de 20 mil habitantes.
- Lei nº 10.257/2001 – Estatuto das Cidades.
• Principio da Função Socioambiental da propriedade privada. 
A leitura do art. 186 da Constituição destaca três aspectos para o 
cumprimento da função social da propriedade rural:
- O aspecto econômico, com o aproveitamento racional e adequado 
(inciso I);
- O aspecto ambiental, fixando a utilização adequada dos recursos 
naturais disponíveis e a preservação do meio ambiente (inciso II);
- O aspecto social, com observância das disposições que regulam as 
relações de trabalho e a exploração que favoreça o bem-estar dos 
proprietários e dos trabalhadores (incisos III e IV).
São exemplos da preservação do meio ambiente e da utilização 
adequada dos recursos naturais a manutenção na propriedade rural 
da vegetação de possível área de preservação permanente, da 
instituição e manutenção da reserva legal, da não contaminação dos 
lençóis freáticos, entre outros.
Já na seara infraconstitucional, o Código Civil, em seu art. 1.228, § 1º, 
dispõe sobre a função social: “o direito de propriedade deve ser 
exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e 
sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o 
estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o 
equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como 
evitada a poluição do ar e das águas”.
• Principio da Informação. 
Decorre do principio da publicidade e da transparência;
Essencial para a proteção do meio ambiente e saúde da coletividade.
O Princípio 10 da Declaração do Rio (1992) estabelece que: “(…) no 
nível nacional, cada indivíduo terá acesso adequado às informações 
relativas ao meio ambiente de que disponham as autoridades 
públicas, inclusive informações acerca de materiais e atividades 
perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de 
participar dos processos decisórios. Os Estados irão facilitar e 
estimular a conscientização e a participação popular, colocando as 
informações à disposição de todos (…)”.
A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981), no inciso 
V do art. 4º, igualmente relaciona a informação ambiental como um 
de seus objetivos, o qual visa “(…) à divulgação de dados e 
informações ambientais e à formação de uma consciência pública 
sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do 
equilíbrio ecológico”.
Além disso, o Governo Federal criou o Sistema Nacional de 
Informações Ambientais (Sinima), visando articular as informações 
dos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente 
(Sisnama).
A fim de garantir a efetivação desse princípio editou-se a Lei nº 
10.650/2003, que dispõe sobre o acesso público aos dados e 
informações ambientais existentes nos órgãos e entidades 
integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). 
• Principio da Informação. 
Assim, qualquer indivíduo, independentemente da comprovação de 
interesse específico, terá acesso às informações ambientais, 
mediante requerimento escrito, sobre os seguintes aspectos:
a) qualidade do meio ambiente; b) políticas, planos e programas 
potencialmente causadores de impactoambiental; c) resultados de 
monitoramento e auditoria nos sistemas de controle de poluição e de 
atividades potencialmente poluidoras, assim como planos e ações de 
recuperação de áreas degradadas; d) acidentes, situações de risco ou 
de emergência ambientais; e) emissões de efluentes líquidos e 
gasosos, e produção de resíduos sólidos; f) substâncias tóxicas e 
perigosas; g) diversidade biológica; h) organismos geneticamente 
modificados (art. 2º). 
Importante destacar que o indivíduo que acessa esses dados assume 
a obrigação de não utilizá-los para fins comerciais, sob as penas da 
lei civil, penal, de direito autoral e de propriedade industrial, assim 
como é obrigado a citar as fontes, na eventualidade de divulgar os 
dados obtidos (art. 2º, § 1º).
Outra manifestação do princípio da informação ambiental é o direito 
dos consumidores serem informados sobre produtos e alimentos 
que contenham organismos geneticamente modificados (OGM). 
Dispõe o art. 40 da Lei nº 11.105/2005 que “(…) os alimentos e 
ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal 
que contenham ou sejam produzidos a partir de OGM ou derivados 
deverão conter informação nesse sentido em seus rótulos, conforme 
regulamento.
• Principio do Limite. 
Também chamado princípio do controle do poluidor pelo poder 
público.
Fundamento: natureza de Direito Público da Proteção ao Meio 
Ambiente.
Impõe ao Estado fixar padrões máximos de degradação, com vistas 
ao equilíbrio ambiental;
Segundo Milaré: “resulta das intervenções necessárias à 
manutenção, preservação e restauração dos recursos ambientais 
com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente”.
Aplicação do poder de polícia administrativa ambiental, para obstar 
ou limitar a devastação.
Tem previsão na Constituição Federal de 88, mais especificamente 
no art. 225, V, parágrafo 1º:
§1º Para assegurar a efetividade desse direito, incube ao poder 
público:
V- controlar a poluição, a comercialização e o emprego de técnicas, 
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade 
de vida e o meio ambiente.
Assim, a Administração Pública estabelece modelos (padrões, metas) 
de qualidade ambiental, a exemplo, dos limites aceitáveis para a 
emissão de gases pelos automóveis (Lei nº 8.723, de 28 de outubro 
de 1993), limites de desmatamento em propriedades rurais Lei 
estadual nº 18.104, de 18 de julho de 2013 (Código Florestal do 
Estado de Goiás) etc.
• Principio da Responsabilidade Comum, Mas Diferenciada. 
Decorrência do Princípio da Cooperação entre os Povos, pelo qual: 
“quem gera maior degradação ambiental deve arcar com mais 
custos”.
 Outrossim, fundamenta-se no Princípio da Igualdade Material.
A "responsabilidade" está expressamente prevista no art. 225, § 
3º, da CF/88: § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao 
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, 
a sanções penais e administrativas, independentemente da 
obrigação de reparar os danos causados.
O artigo 14 § 1º da Lei 6.938/81 (Lei da Política Nacional do Meio 
Ambiente) também prevê a responsabilidade de índole objetiva 
por danos causados ao meio ambiente.
Art. 14. Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação 
federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas 
necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos 
causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os 
transgressores:
§ 1º- Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é 
o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa a 
indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a 
terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e 
dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade 
civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
Resumo dos princípios mais relevantes 
Princípio do desenvolvimento sustentável: compatibiliza o 
desenvolvimento econômico com a proteção ao meio ambiente, para 
assegurar sua fruição às futuras gerações (aspecto social).
Princípio da solidariedade intergeracional: significa atender às 
necessidades do presente “sem comprometer a possibilidade de as 
gerações futuras atenderem às suas próprias”. 
Princípio da função socioambiental da propriedade: a utilização 
da propriedade, urbana ou rural, se legitima quando se cumpre a 
função socioambiental (art. 186 da CF e Estatuto das Cidades).
Princípio da prevenção: o risco é conhecido, por meio de pesquisas 
e informações, ou porque já ocorreu antes. Ex.: mineração.
Princípio da precaução: o risco é desconhecido (perigo in 
abstracto), por ausência de informações ou pesquisas conclusivas. 
Na dúvida, não há intervenção no meio ambiente.
Princípio do poluidor-pagador:área econômica; internalização dos 
custos ambientais a serem atribuídos ao empresário-empreendedor.
Princípio do usuário-pagador: reconhece ser imprescindível 
valoração economicamente os recursos naturais, atribuindo valor a 
sua utilização.
Evitar hiperexploração e o custo zero. Ex.: água. (Lei nº 9.433/97);
Princípio do protetor-recebedor: benefícios econômicos (fiscais e 
tributários) a quem adota boas práticas ambientais. Ex. ICMS Eco.
Princípio da informação ambiental: acesso à população sobre 
informações acerca de procedimentos, públicos ou privados, que 
intervenham no meio ambiente.
Princípio da participação comunitária: visa garantir políticas 
públicas ambientais na esfera administrativa (audiências, consultas 
públicas e recursos administrativos); na esfera judiciária (ações 
judiciais); ma esfera legislativa (plebiscito, referendo e iniciativa 
popular de lei).
Princípio da cooperação: atuação em conjunto na esfera 
internacional e nacional, para a redução da pobreza e o 
desenvolvimento sustentável.
Princípio da natureza pública da proteção ambiental: dispõe que 
o interesse na tutela do ambiente é bem de uso comum do povo, 
logo, indisponível.
Princípio da vedação ao retrocesso: veda o recuo para níveis de 
proteção inferiores.
Princípio do progresso ecológico: impõe ao Estado rever e 
melhorar a legislação e os mecanismos protetivos ao meio ambiente.
Princípio da Educação Ambiental: "Entendem-se por educação 
ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a 
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, 
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio 
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade 
de vida e sua sustentabilidade". Lei nº 9.795/99 (Política Nacional de 
Educação Ambiental)

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