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Alterações de Pensamento

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Ana Valéria Dantas de Araújo Góis 
 
Pensamento, Juízo Crítico de Realidade e Linguagem 
Pensamento 
➵ Função psíquica que serve para a gente pensar – 
examinar, pesar e ponderar 
➵ Contemplação das coisas para que a gente realize 
as nossas ações 
➵ Antecipação de acontecimentos, construção de 
modelos da realidade e simulação do seu 
funcionamento 
➵ Atividades Fundamentais do Pensamento 
 Conceito – Identifica os atributos ou qualidades 
mais gerais e essenciais de um objeto ou 
fenômeno. É expresso por uma palavra. Está 
relacionado à abstração e generalização 
Ex - cadeira 
 Juízo – Estabelece uma relação entre dois ou 
mais conceitos. Consiste no ato da consciência 
de afirmar ou negar algum atributo ou 
qualidade a um objeto ou fenômeno 
Ex – cadeira, azul, macio; Juizo – a cadeira é 
azul e macia 
 Raciocínio – Representa uma operação mental 
que relaciona juízos, levando à formação de 
novos juízos (ou conclusões). Por exemplo – 
“todo homem é mortal”, “Sócrates é um 
homem”, portanto “Sócrates é mortal” 
➵ Aspectos do Pensamento 
 Curso 
* Refere-se à velocidade e o ritmo do 
pensamento, à quantidade de ideias ao 
longo tempo 
* Alteração Quantitativa 
 Forma 
* Estrutura do pensamento, à relação 
entre as ideias 
* Alteração Qualitativa 
 
 Conteúdo 
* Diz respeito à temática do 
pensamento, às qualidades ou 
características das ideias 
* Alteração Qualitativa 
Em relação ao Curso 
 Aceleração do curso do pensamento (taqui-
psiquismo) 
* Paciente fala mais rápido 
* Há uma maior produtividade ideativa 
* Maior velocidade no processo 
associativo 
* Patologias que tem curso aumentado – 
mania, ansiedade, TDAH, intoxicação 
por anfetaminas 
 Alentecimento do curso do pensamento (ou 
retardo, ou inibição do pensamento ou 
bradipsiquismo) 
* O paciente fala mais devagar 
* Há uma redução no número de ideias 
e representações 
* Inibição do processo associativo 
* Patologias que tem curso diminuído – 
depressão, demência, estupor (abolição 
da psicomotricidade), delirium ou da 
esquizofrenia catatônica 
 A interrupção do curso (ou bloqueio do 
pensamento) 
* Abruptamente, e sem qualquer motivo 
aparente, o paciente interrompe a sua 
fala, deixando de completar uma ideia 
* Após um intervalo, que varia entre 
alguns poucos minutos e várias horas, 
o paciente pode completar o 
pensamento interrompido ou, o que é 
mais frequente, inicia um outro ciclo de 
pensamento, inteiramente diverso do 
anterior 
* A vivência do paciente é a de que o 
fluxo do seu pensamento cessou ou 
Ana Valéria Dantas de Araújo Góis 
 
rompeu-se, resultando num branco, 
num vazio, em sua mente 
* Patologias associadas – esquizofrenia, 
demência 
Em relação à Forma 
 Fuga de ideias 
* Variação rápida e incessante de tema, 
com preservação da coerência do 
relato e da lógica na associação de 
ideias – pra ter fuga de ideias tem que 
está com pensamento acelerado 
* Progressivo afastamento da ideia-alvo – 
Mas diversas ideias-alvo se sucedem 
em um pequeno espaço de tempo 
* Facilmente desviado por estímulos 
externos 
* Associações por assonância (rimas) ou 
aliteração (repetição de consoantes) 
das palavras 
* Quase sempre associada à logorreia e 
aceleração do curso do pensamento 
* Provavelmente o paciente está 
hipotenaz e hipervigil 
* Patologias que estão associadas – 
síndrome maníaca primária, intoxicação 
por cocaína ou anfetamina, na 
embriaguez alcóolica, neurosífilis 
 
 Desagregação do pensamento 
* Perda do sentido lógico na associação 
de ideias 
* Há a formação de associações novas, 
que são incompreensíveis, irracionais e 
extravagantes – altera-se a sintaxe do 
discurso, que se torna incoerente, 
fragmentado e, muitas vezes, 
intelingível 
* Não necessariamente está com 
pensamento acelerado 
* Sobram apenas “pedaços” de 
pensamentos, conceitos e ideias 
fragmentadas, muitas vezes 
irreconhecíveis, sem qualquer 
articulação racional 
* Patologias associadas – esquizofrenia e 
demência 
 Prolixidade 
* Você entende a história toda 
* Discurso repleto de detalhes 
irrelevantes, o que o torna tedioso 
* O paciente apresenta dificuldades em 
responder de forma direta e objetiva a 
uma pergunta 
* Decorre de uma incapacidade de 
síntese, de distinguir o essencial do 
acessório – incapacidade de síntese 
* Pode ser de circusntancialidade ou de 
tangencialidade 
* Patologias associadas – transtornos de 
personalidade 
Em relação ao Conteúdo 
 Concretismo (ou pensamento empobrecido) 
* Caracteriza-se por um discurso pobre 
em conceitos abstratos, em metáforas 
e analogias 
* Intensa adesão ao nível sensorial e 
imediato da experiência 
* Dificuldades em entender ou 
interpretar além do literal 
* Pode ser testado ao avaliar provérbios 
– pessoas com pensamento 
empobrecido não conseguem fazer 
abstrações, não conseguem entender 
* Patologias associadas – demência, 
delirum, retardo mental (déficit 
cognitivo) e esquizofrenia 
 Ideias Delirantes e o Juízo Crítico de Realidade 
* A palavra delirar é derivada do latim 
delirare (de= fora; liros=sulcos), que 
significa literalmente lavrar fora do sulco 
Ana Valéria Dantas de Araújo Góis 
 
* Juízos patologicamente falsos – não 
congruentes com a realidade 
 “Através dos juízos, 
discernimos a verdade do erro. 
Através do juízo de realidade, 
distinguimos o que é real do 
que é fruto de nossa 
imaginação”. 
 Pode-se afirmar que um juízo 
que não coincide com a 
realidade é delirante quando há 
uma incoerência entre a 
crença e as evidências 
apresentadas para justifica-la 
 Ex – O indivíduo que 
realmente está sendo traído 
descobre que a mulher lhe é 
infiel ao ouvir um cachorro 
latindo (mas isso não é 
obrigatório para se considerar 
um delírio). 
4 
 
 
 
 
Convicção extraordinária e a não susceptibilidade à 
influência 
 Certeza subjetiva absoluta 
 Impossibilidade de modificação diante do 
desmentir dos fatos ou da refutação rigorosa: 
Incorrigível – ele tem uma certeza absoluta 
 Na prática clínica, contudo, em contradição 
com a definição clássica, observa-se que a 
intensidade da crença delirantes pode flutuar, e 
que certos pacientes expressam dúvida em 
relação à sua veracidade (Afrouxamento) 
 
Possuem um conteúdo impossível 
 Critério bastante criticado, mas que 
permaneceu definitivo 
 O juízo falso é impossível e irracional quando 
está relacionado a um erro lógico – tornar 
existente o que não existe e não pode existir 
- Ex – acreditar estar na terra e na lua ao 
mesmo tempo; trata-se de uma impossibilidade 
 Mas nem todo juízo falso é impossível, 
somente improvável 
 “a maior parte dos delírios tem um conteúdo 
possível, embora improvável, e em alguns 
casos, o conteúdo ou ideia central do delírio é, 
por mero acaso, verdadeiro 
 Outra classificação do delírio 
 Primário 
- Ideia delirante autêntica, isto é, não deriva de 
nenhuma outra manifestação psíquica 
patológica. 
- Está relacionado a uma profunda 
transformação da personalidade 
- Classicamente, seria exclusivo da esquizofrenia 
 Secundário 
- Origina-se psicologicamente de outras 
manifestações psíquicas patológicas, tais como 
alterações do humor, da sensopercepção e da 
consciência 
- São exemplos de delírios secundários – as 
ideias de culpa na depressão (a tristeza vital é 
considerada primária, as ideias de grandeza na 
mania, as ideias de perseguição no delirium 
tremens etc 
 Sistematizado 
- Há uma maior coerência interna entre as 
ideias, uma maior organização e consistência 
- Encontra-se uma rede de argumentações 
lógicas e compreensíveis 
- Esse tipo é caracterizado do transtorno 
delirante 
 Não sistematizado 
- Fragmentários, caóticos, desarticulados e sem 
concatenação. Por exemplo, o indivíduo afirma 
que querem mata-lo, mas não é capaz de dizer 
como descobriu isso, nem conseguedar 
qualquer informação sobre os autores, meios e 
motivos do crime. 
CLASSIFICAÇÃO DE KARL JASPERS POR 
CARACTERÍSTICAS EXTERNAS 
Convicção extraordinária 
Não são susceptíveis à influência 
Possuem um conteúdo impossível * 
Ana Valéria Dantas de Araújo Góis 
 
- Os delírios desse tipo são característicos da 
esquizofrenia 
Classificação do deliro quanto ao tema 
 Delírio de negação (ou niilista) 
- o paciente afirma que já morreu; seus órgãos 
apodreceram, pararam de funcionar ou não 
existem mais; que o coração não está 
batendo; ou que o mundo acabou. 
- Isso pode ocorrer na depressão e na 
esquizofrenia. 
- Especialmente quando associado a ideias de 
imortalidade e de enormidade, esse quadro é 
denominado Síndrome de Cotard. 
 Delírio místico 
- Envolve temas religiosos, espíritos etc. O 
indivíduo diz que é Jesus Cristo, que pode 
fazer milagres, que Deus lhe deu uma missão, 
ou que vai fundar uma nova religião. 
- No delírio de possessão, que pode ser aqui 
incluído, o doente julga que um espírito entrou 
em seu corpo e assumiu o controle de seus 
atos. 
 Deliro fantástico 
- Envolve temas extraordinários, ou de 
extrema grandiosidade. 
- Por exemplo: uma paciente que afirma ter 
parido todas as pessoas que existem no mundo 
 Delírio de culpa (autoacusação) 
- Característico da depressão, o paciente 
acredita que cometeu pecados terríveis, ou 
mesmo crimes, em seu passado, e que 
merece ser punido. 
- Ele supervaloriza pequenas falhas que 
cometeu, ou pensa ter influenciado o 
acontecimento de grandes catástrofes. 
 Delírio de grandeza 
- O doente acredita ser muito rico e poderoso, 
ou possuir habilidades e talentos especiais. 
- Tal conteúdo de delírio é típico da mania – 
primária ou secundária –, mas pode ocorrer 
também em outros quadros psicóticos, como a 
esquizofrenia. 
 
Linguagem 
➵ Intimamente relacionado com o pensamento, mas 
distintos 
 Podem ocorrer perturbações do pensamento 
não associadas a perturbações da fala e vice-
versa 
 Podem existir pensamento sem linguagem, 
assim como palavras não associadas a 
pensamentos 
 Molda o pensamento e é fundamental para a 
sua elaboração e expressão 
➵ Não faz parte da psicopatologia o estudo dos 
distúrbios restritos ao aparelho fonador, isto é, as 
perturbações no processo mecânico da fala (disartrias, 
dislalias) 
➵ Alterações da Linguagem do tipo Quantitativa 
 Disfasia 
* Os termos afasia e disfasia são, com 
frequência, usados de forma 
intercambiável, todavia, mais 
precisamente, o primeiro se refere a 
uma perda, e o segundo, a um 
prejuízo ou dificuldade quanto à 
capacidade linguística, na compreensão 
ou na expressão, que ocorrem na 
ausência de déficit auditivo ou 
incapacidade motora do órgão fonador 
 Agrafia 
* Incapacidade isolada para escrever 
* Pode também estar associada as 
afasias 
 Alexia 
* Perde-se a capacidade para a leitura 
* Pode ocorrer isoladamente ou 
associada às afasias e às agrafias 
 Aprosódia (hipoprosódia) 
* Perda ou diminuição da modulação 
afetiva da fala, que se torna 
monocárdica, monótona 
* Pode haver também perda (ou 
diminuição) da capacidade de 
Ana Valéria Dantas de Araújo Góis 
 
compreender a prosódia da fala das 
outras pessoas 
 Hiperprosódia 
* Caracteriza-se por uma acentuação da 
inflexão verbal 
* Uma fala enfática, loquaz 
* Ocorre na mania 
 Logorreia 
* Também chamada de verborreia ou 
verborragia 
* Refere-se a uma expressão verbal 
aumentada 
* O paciente fala o tempo todo e é difícil 
interrompê-lo 
* Ela é observado tipicamente nos 
estados maníacos 
 Oligolalia 
* Também chamada de laconismo 
* Refere-se a uma expressão verbal 
diminuída, mas não abolida 
* Consiste no oposto da lagorreia 
 Taquilalia 
* Aumento da velocidade da expressão 
verbal 
* Corresponde a alteração do curso do 
pensamento 
 Bradilalia 
* Diminuição da velocidade da expressão 
verbal 
* Corresponde a alteração do curso do 
pensamento 
 Hiperfonia 
* Representa uma elevação do volume 
da voz, isto é, falar excessivamente alto 
 Hipofonia 
* Representa uma redução do volume 
da voz, isto é, falar excessivamente 
baixo, o que às vezes torna impossível 
entender o que se está dizendo 
 Latência da resposta 
* Refere-se ao tempo que o paciente 
demora para responder às perguntas 
do examinador, podendo estar 
aumentada ou diminuída 
➵ Alterações da Linguagem do tipo Qualitativa 
 Ecolalia 
* Consiste na repetição, como um eco, 
da última ou últimas palavras faladas 
pelo entrevistador (ou outra pessoa do 
ambiente), dirigidas ou não ao paciente 
* Por exemplo, o examinador pergunta 
“qual é o seu nome?”, e o paciente 
responde “qual é o seu nome” 
* Demência, autismo, esquizofrenia 
 Solilóquio 
* O solilóquio refere-se ao 
comportamento de falar sozinho 
* É uma manifestação indicativa de 
alucinação auditiva, mas pode ocorrer 
também em pessoas normais 
 Corpolalia 
* Discurso é caracterizado pela presença 
de palavras obscenas, vulgares ou 
relativas a excrementos 
* Sindrome de Tourette – tique na 
palavra 
 Mussitação 
* Paciente fala com uma voz sussurrada, 
em volume baixo e tom monótomo, 
quase sem mover os lábios; fala para si 
próprio, e de forma incompreensível 
* Comum na esquizofrenia

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