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Alterações de Sensopercepção

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Ana Valéria Dantas de Araújo Góis 
 
Sensopercepção 
Introdução 
➵ Os órgãos do sentido captam a atenção e as 
informações 
➵ Os órgãos dos sentidos participam da 
autorregulação de informações vindas do ambiente e 
organização de ações voltadas à sobrevivência ou à 
interação social 
➵ Sensação (passivo) – fenômeno elementar gerado 
por estímulos originados fora ou dentro do organismo, 
que produzem alterações nos órgãos receptores 
➵ Percepção (ativo) – tomada de consciência, pelo 
indivíduo, do estímulo sensorial; Identificação, 
reconhecimento e discriminação dos objetos. É o que 
da significação às sensações 
Delimitação dos Conceitos 
➵ Imagem perceptiva real 
 
 Nitidez – a imagem é nítida, seus contornos 
são precisos 
 Corporeidade – a imagem é viva, corpórea, 
tem luz, brilho e cores vivas 
 Estabilidade – A imagem percebida é estável, 
não muda de um momento para outro 
 Extrojeção – a imagem, provinda do espaço 
exterior, também é percebida neste espaço 
 Ininfluenciabilidade Voluntária – O indivíduo não 
consegue alterar voluntariamente a imagem 
percebida 
 Completitude – A imagem apresenta desenho 
completo e determinado, com todos os 
detalhes diante do observador 
➵ Imagem representativa/mnêmica 
 
 Pouca nitidez – contornos, geralmente, são 
borrados 
 Pouca corporeidade – a representação não 
tem a vida de uma imagem real 
 Instabilidade – a representação aparece e 
desaparece facilmente do campo de 
consciência 
 Introjeção – a representação é percebida no 
espaço interno 
 Incompletude – a representação demonstra 
um desenho indeterminado, apresentando-se 
geralmente incompleta e apenas com alguns 
detalhes 
Variações e Alterações 
➵ Pareidolias 
 
Ana Valéria Dantas de Araújo Góis 
 
 Não é patológica 
 Imagem fantástica e extrojetada criada 
intencionalmente a partir de percepções reais 
de elementos sensoriais incompletos ou 
imprecisos 
 Trata-se de um fenômeno bastante relacionado 
à atividade imaginativa 
 O indivíduo está todo o tempo consciente da 
irrealidade da imagem e de sua influência sobre 
esta 
➵ Agnosia 
 Distúrbio do reconhecimento de estímulos na 
ausência de déficits sensoriais 
 As sensações continuam a ocorrer 
normalmente, porém não são associadas às 
representações e, assim, não se tornam 
significativas (comprometimento específico do 
ato perceptivo) 
 Na agnosia visual, o doente é capaz de 
descrever a cor e a forma do objeto de um 
objeto, mas não o identifica 
➵ Hiperestesias 
 Percepções encontram-se anormalmente 
aumentadas em sua intensidade ou duração 
 Ex. o som é muito mais alto e muito mais 
definido nas suas percepções 
 LSD/ Psicoestimulantes – Os sonos são ouvidos 
de forma muito amplificada; um ruído parece 
um estrondo; as imagens visuais e as cores 
tornam-se mais vivas e intensas 
➵ Hipoestesias 
 Percepções encontram-se anormalmente 
reduzidas em sua intensidade ou duração 
 Depressão – o mundo circundante é percebido 
como mais escuro; as cores tornam-se mais 
pálidas e sem brilho; os alimentos não tem mais 
sabor, e os odores perdem sua intensidade 
 As hipoestesias táteis, com sentido neurológico, 
são alterações localizadas em territórios 
cutâneos de inervação anatomicamente 
determinada 
➵ Disestesias 
 Sensações táteis anômalas, em geral dolorosas, 
desencadeadas por estímulos externos, assim, 
ao estimular a pele do paciente com calor, este 
refere sensação de frio 
 Parestesias e disestesias ocorrem em 
neuropatias como a diabética, por carências 
nutricionais ou outras neuropatias de natureza 
alcoólica, amiloide, infecciosa ou carcinomatosa 
 Uma muito comum é a Hanseníase 
➵ Hiperpatia 
 Quando uma sensação desagradável 
(geralmente de queimação dolorosa) é 
produzida por um leve estímulo da pele 
 Ocorre tipicamente nas síndromes talâmicas 
➵ Ilusões 
 Percepção alternada de um objeto real e 
presente – Há sempre de um objeto externo 
real, gerador do processo de sensopercepção, 
mas tal percepção é deformada por fatores 
patológicos diversos 
 Possíveis alterações psíquicas 
* Atenção 
* Consciência 
* Afeto/Motivação 
 A imagem ilusória possui corporeidade, projeta-
se no espaço exterior, é aceita (pelo menos 
num primeiro momento) como realidade e não 
é influenciada pela vontade 
 Pode ocorrer também em pessoas normais 
 Tipo de estímulos – Visuais e auditivas são as 
mais comuns 
➵ Dismegalopsias 
 Os objetos parecem deformados, algumas 
partes estão aumentadas ou diminuídas 
 Tipo de ilusão? 
 
 
Ana Valéria Dantas de Araújo Góis 
 
➵ Alucinações 
 Percepção de um objeto, sem que este 
esteja presente, sem o estímulo sensorial 
respectivo 
 Percepção clara e definida de um objeto (voz, 
ruído, imagem) que se aproxima das 
características de uma imagem real 
 Pseudoalucinações – Em certos casos surge 
de um pensamento ou uma representação 
que, de tão intenso, ganha, por assim dizer, 
sensorialidade 
 Embora as alucinações sejam mais comuns 
em indivíduos com transtornos mentais graves, 
podem ocorrer em pessoas que não os 
apresentem 
* Tien (1991) – alucinações de qualquer 
tipo ocorrem na população normal 
com a incidência anual de 4 a 5%, 
sendo as visuais mais comuns que as 
auditivas 
* Behrendt; Young, 2004 – Essa forma, 
indivíduos sem transtornos mentais 
podem ter visões ou ouvir vozes, 
sobretudo a de parentes próximos já 
mortos, devido ao desejo intenso de 
reencontrá-los 
 
 Alucinações Auditivas 
* Classificação Simples – nas quais se 
ouvem apenas ruídos primários, como 
zumbidos, burburinhos, cliques ou 
estalidos 
* Classificação Complexa – 
Audioverbais, comando verbal com 
sentido; Ameaçam, insultam, 
depreciam, perseguem, descrevem o 
cotidiano 
* Musicais 
 Contínuas ou intermitentes 
 Geralmente, acompanhadas 
de consciência clara e crítica 
por parte do paciente 
 Encontradas sobretudo em 
mulheres idosas com perda 
progressiva da audição, 
geralmente por doenças ou 
lesões otológicas ou distúrbios 
neurológicos e 
neuropsicológicos 
* Ex. Esquizofrenia 
 Alucinações Visuais 
* Simples (fotopsias) – cores, bolas e 
pontos brilhantes 
- Doenças oculares, com déficit ou 
privação visual, mas podem se 
manifestar também na esquizofrenia, 
em acidentes vasculares que 
comprometem as vias visuais, no 
abuso de álcool, na enxaqueca e na 
epilepsia, perda total ou parcial da 
visão (10 a30% dos indivíduos cegos 
têm alucinações visuais, simples ou 
complexas), esquizofrenia 
* Complexas ou Configuradas – figuras 
com significado = cenas 
- Podem ocorrer tanto em estados 
normais e fisiológicos como em 
estados de adormecimento e 
despertar, e em estados de fadiga e 
de emoção intensa 
 
 
 
Ana Valéria Dantas de Araújo Góis 
 
 Alucinações Táteis 
* Espetadas, choques ou insetos ou 
pequenos animais correndo sobre sua 
pele 
* Diz que sente essas alterações nas 
regiões genitais 
* São frequentes na esquizofrenia, na 
Sd de Ekbom (acompanha o delírio 
de infestação), no delirium tremens e 
nas psicoses tóxicas, sobretudo 
naquelas produzidas pela cocaína 
 Alucinações Olfativas 
* “Sentir” o odor de coisas podres, de 
cadáver, de fezes, de pano queimado, 
etc; Lembraças ou sensações olfativas 
* Normalmente vêm acompanhadas de 
forte impacto emocional 
* Ocorrem na esquizofrenia e em crises 
epilépticas, geralmente parciais 
complexas (crises uncinadas), e na 
Doença de Parkinson 
* Parosmia/Disosmia – distorção de 
odores, interpretação errônea de uma 
sensação olfatória, perversão do olfato, 
ocorre em neuropatas, neurite gripal, 
aura epiléptica. O indivíduo refere que 
“nada cheira certo” ou que “tudo tem o 
mesmo cheiro” 
* Cacosmia – Sensação constante ou 
frequente de odor desagradável, 
devido a causas fisiológicas ou por 
alucinação sensorial 
 Alucinações Gustativas* Os pacientes sentem, na boca, o sabor 
de ácido, de sangue, de urina, etc, sem 
qualquer estímulo gustativo presente 
* Normalmente vêm acompanhadas das 
olfativas 
* Ocorrem na esquizofrenia 
➵ Alucinações Especiais 
 Cenestésicas (ou viscerais) 
* Sensações são localizadas nos órgãos 
internos 
* Os pacientes queixam-se de que seus 
corpos estão sendo atingidos ou 
manipulados, que o cérebro está 
encolhendo, o fígado está destruído, há 
um bicho dentro do abdome 
* Esquizofrenia, síndrome de Cotard 
 Cinestésicas 
* Falsas percepções de movimento, 
ativos ou passivos, de todo o corpo ou 
só de um segmento 
* Apesar de estar na verdade imóvel, o 
paciente tem a sensação de que está 
afundando no leito, girando, voando, 
dobrando as pernas, elevando um 
braço 
 Sinestesia/ Sinestésica 
* Estímulo sensorial em uma modalidade 
é percebido como uma sensação em 
outra modalidade 
* Por exemplo – ver sons, ouvir cores, 
etc 
* Isso ocorre na intoxicação por 
alucinógenos 
* Dalgalarrondo – várias sensações 
misturadas em uma mesma 
experiência sensoperceptiva 
 Hipnagógicas/ Hipnopômpicas 
* Próximas ao adormecer ou despertar 
Semiotécnica 
➵ Perguntas diretas ao paciente quanto a ouvir vozes 
ou ter visões têm valor limitado – Angústia, 
dissimulação, simulação 
➵ Como abordar 
 Alucinações Auditivas – Tem observado coisas 
que não consegue explicar? Ouvido coisas que 
só você escuta? Tem ouvido vozes de 
pessoas estranhas ou desconhecidas? Ouve 
vozes sem saber de onde vem? São ruídos, 
murmúrios ou vocês? Entende o que dizem as 
vozes? Elas vem de perto ou de longe? O 
volume é alto ou baixo? São pessoas 
conhecidas ou desconhecidas? São vozes de 
Ana Valéria Dantas de Araújo Góis 
 
homens, de mulheres ou de crianças? As 
vozes vêm de dentro da cabeça ou de fora do 
corpo? Por qual dos dois ouvidos ouve as 
vozes? Tem medo? Por que? 
 Alucinações Visuais – Tem visto algo estranho 
que lhe chamou a atenção? Descreva para 
mim, O eu acha que é? 
 Gustativas ou olfativas – Tem notado sabor ou 
cheiro ruim na comida? O que acha que pode 
estar havendo? 
 Táteis e cenestésicas – Sente algo estranho 
sem eu corpo? 
➵ Observação da Atitude do paciente – são indícios 
de atividade alucinatória 
 Atenção comprometida – o paciente parece 
estar prestando atenção em outra coisa que 
não as perguntas do examinador 
 Mudanças súbitas da posição da cabeça; 
fisionomia de terror ou de beatitude; proteção 
dos ouvidos, olhos, narinas ou órgãos genitais 
com as mãos, algodão ou outro material 
 Solilóquios e risos imotivados 
 O olhar fixo em determinada direção, desvios 
súbitos do olhar, movimentos defensivos com 
as mãos (visuais) 
 A recusa sistemática de alimentos (gustativas e 
olfativas) 
 Movimentos das mãos como que afastando 
algo da superfície do corpo (cutâneas).

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