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Aula 4 e 5 - SDE4011 motivação_Fome e Sede Transtornos Alimentares

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Necessidades 
Fisiológicas: Fome e 
Sede
PSICOLOGIA DA MOTIVAÇÃO E EMOÇÃO
Renata Sigaud
renata.sigaud@estacio.br
ATKINSON & HILGARD. Introdução à Psicologia. Motivação
Cap. 10, p. 341/351.
COUTINHO, CLEONICE DO CARMO. Psicologia da Motivação
e Emoção.
Bibliografia
Uma necessidade é uma condição na pessoa que é essencial e necessária
para o crescimento, para o bem-estar e para a manutenção da vida.
Necessidades não satisfeitas evocam um estado de interrupção do
crescimento e de ameaça à saúde e vida.
Como a não satisfação de uma necessidade é tão ameaçadora, o corpo
cria defesas na forma de estados motivacionais e emocionais urgentes e que
chamam toda a nossa atenção para prover o ímpeto para agir antes que
ocorra algum dano sério.
Necessidade
Fisiológicas: Condições biológicas que sincronizam com estruturas
cerebrais, hormônios e órgãos que regulam o bem-estar do corpo.
Desequilíbrios são ameaças potenciais ao crescimento, à saúde e à vida.
 Ex: fome, sede, sono.
Psicológicas: Processos psicológicos inatos subjacentes ao desejo pró-
ativo de buscar interações com o ambiente que promovam crescimento
pessoal e bem-estar psicológico.
 Exemplos: autonomia, competência e relacionamento.
Implícitas: Processos psicológicos adquiridos socialmente que direcionam
para a busca de interações com eventos ambientais associados a
emoções positivas de acordo com a história do indivíduo.
 Exemplos: afiliação, desempenho/conquista, poder.
Tipos de 
Necessidade
 Necessidades que são motivadas por deficiência: as emoções
desencadeadas serão negativas e com a resolução do déficit
haverá o alívio. Ex: necessidades fisiológicas,
Necessidades de crescimento: as emoções geradas são positivas, o
que alimenta cada vez mais a possibilidade de automotivação. Ex:
competência (para algumas pessoas).
Tipos de 
Necessidade
As necessidades fisiológicas, vinculadas ao organismo, necessitam de um sistema
de regulação complexo que envolve os sistemas neurais, os órgãos e os hormônios
para o funcionamento adequado do corpo e a manutenção da homeostase.
Neste sentido, o organismo possui diversos guias de autorregulação que
monitoram o corpo para saber quando ativar e desativar um comportamento a
partir da saciedade na necessidade. Estes guias de autorregulação quando
perturbados ou rejeitados, são monitorados pelo cérebro, que desencadeia uma
elevação dos estados motivacionais, que irão continuar até que o indivíduo realize
um comportamento para corrigir os reguladores que foram perturbados.
As Necessidades 
Fisiológicas
Teoria da Redução do Impulso (Drive)
Motivação de base biológica a partir de um déficit fisiológico
global do organismo.
Tal déficit criar um estado de tensão que se acumula e
intensifica até o ponto de “chamar” toda a atenção do indivíduo
para a sua satisfação, gerando o impulso psicológico.
 O impulso energiza o comportamento, mas a direção será
baseada através das experiências anteriores.
A redução do impulso deve estar vinculada ao sentimento de
prazer. O cérebro se orienta para as ações futuras com base nas
consequências recompensadoras de uma ação.
Os fundamentos da Regulação
Organismo 
saciado
Desequilíbrio 
fisiológico,
déficit orgânico
Intensificação do 
déficit, gerando
estado de tensão 
que produz
um impulso 
psicológico
IMPULSO 
direciona para a 
META
Comportamento 
direcionado 
para a meta
Comportamento 
consumatório
Satisfação da 
necessidade, 
redução do 
impulso e 
retorno à 
homeostase
FEEDBACK NEGATIVO
INTERAÇÃO COM O AMBIENTE
O impulso psicológico é considerado a manifestação
consciente de uma necessidade fisiológica e possui características
motivacionais.
A homeostase refere-se à tendência/ capacidade do organismo
de manter um estado de equilíbrio dinâmico fisiológico.
 O feedback negativo está relacionado ao sistema de
brecagem fisiológica do impulso, ou seja, aos guias de
autorregulação do corpo que indicam a satisfação da
necessidade a partir da redução do impulso.
Os fundamentos da Regulação
Conceitos
Os inputs múltiplos/ outputs múltiplos correspondem às diversas
possibilidades/ vias de ativação do impulso e de realização do
comportamento consumatório para a redução do mesmo.
Ex: A sede pode surgir a partir de vários inputs (entradas), como:
alimentos salgados, sudorese, respiração, espirro, doação de
sangue, entre outros. E pode ser saciada através de vários outputs
(saídas): água, água de coco, suco de frutas etc.
Assim, apesar deste sistema estar fundamentalmente embasado
em esquemas biológicos, o ambiente e a cognição interferem
muito nas escolhas dos indivíduos em como lidar com as suas
necessidades. Desta forma, o impulso pode ser considerado uma
variável interveniente, pois existirão vários inputs que o
antecederão e vários outputs a serem utilizados.
Os fundamentos da Regulação
Conceitos
Estados motivacionais direcionam e energizam o comportamento. Eles
vem de duas fontes: impulsos internos e incentivos externos.
Impulsos tendem a promover a homeostase: a preservação de um estado
de equilíbrio dinâmico do organismo.
A homeostase envolve: (1) um ponto de regulação ou valor de meta, (2)
um sinal sensorial que mede o estado interno atual, (3) uma comparação
entre o ponto de regulação e o sinal sensorial e (4) uma resposta que leva o
estado interno atual para um valor mais próximo do ponto de regulação
(feedback negativo).
A regulação de temperatura é um exemplo de homeostase. A variável a
ser regulada é a temperatura corporal e os sensores para isso estão
localizados em várias partes do corpo, incluindo o hipotálamo. Os ajustes
podem automáticos (suor, tremores) ou voluntários (botar um casaco, ligar o
ventilador).
Os fundamentos da regulação
Em resumo...
Mecanismos intra-organísmicos: incluem todos os sistemas
reguladores biológicos da pessoa que atuam em comum acordo
para ativar, manter e cessar as necessidades fisiológicas
subjacentes ao impulso. As estruturas cerebrais, o sistema
endócrino e os órgãos do corpo constituem as três principais
categorias de mecanismos intraorganísmicos.
Mecanismos extra-organísmicos: envolvem todas as influências
cognitivas (crenças, valores, autoconceito), culturais, ambientais e
sociais que influenciam a ativação, manutenção e finalização de
um impulso.
Os fundamentos da Regulação
Conceitos
Nas necessidades fisiológicas, psicológicas, nas
cognições e nas emoções, certas estruturas cerebrais
são ativadas juntamente com neurotransmissores e
determinados hormônios que permitem a regulação
do nosso organismo e a realização de
comportamentos.
As bases biológicas do 
comportamento motivado
1. Córtex
Funções motoras
Funções sensíveis (tato, visão, 
olfato, audição e gustação)
Memória, planejamento, 
emoção, julgamento
2. Gânglios Basais
Controle de movimento e 
funções cognitivas
3. Tálamo
Centro de informação para o 
cérebro
4. Cerebelo
Coordenação de movimentos
5. Medula Oblongata
(Bulbo)
Respiração
Circulação
Digestão
6. Hipocampo
Ajuda a estabelecer memória 
de longo prazo
7. Amídala
Batimento cardíaco
Funções viscerais
Medo
8. Glândula Pituitária
Controla produção hormonal
9. Hipotálamo
Hormônios sexuais
Pressão sanguínea
Temperatura
10. Corpo Caloso
Conecta informações dos 
hemisférios direito e esquerdo
O hipotálamo é uma estrutura fundamental para a sobrevivência do
organismo, pois regula as funções vitais, como: regulação da temperatura
corporal, pressão sanguínea, regula o nível de glicose e impulsiona o
organismo através dos motivos da fome, sede, sexo e as emoções. Por meio de
suas projeções para a medula espinhal, ele governa grande parte das funções
dos órgãos internos. (...) ele controla a glândula pituitária, a “glândula chefe”
do corpo, que, ao liberar hormônios na corrente sanguínea, controla todas as
outras glândulas.
É uma região que recebe estimulação e interfere direta ou indiretamente
quase em todos os lugaresdo corpo, através da irradiação para as outras
partes do cérebro, ele interfere e influencia os impulsos motivacionais e os
respectivos comportamentos consumatórios.
O Hipotálamo
Constitui-se em um conjunto de fibras nervosas conectadas ao
hipotálamo.
Sua relação com os aspectos motivacionais refere-se ao seu
funcionamento como uma espécie de “centro de prazer” no
cérebro. Nos seres humanos, a estimulação do feixe
prosencefálico medial não produz sensações intensas de prazer ou
êxtase, mas gera sensações positivas.
Feixe Prosencefálico Medial
A amígdala é uma estrutura que fica localizada na frente do hipocampo e faz a sua
ligação com o córtex cerebral, exercendo importante papel na aprendizagem e na
associação de fatos com as respectivas respostas emocionais. Esta estrutura também
possui a propriedade de fortalecer, reforçar as memórias durante momentos de grande
excitação emocional, além de conectar as lembranças do córtex as emoções.
A amígdala também possui um papel fundamental na resposta a estímulos que
produzem medo, pois O processamento afetivo de estímulos assustadores na amígdala é
um circuito resistente, que se desenvolveu no curso da evolução para proteger os
animais do perigo.
Em geral a amígdala detecta e responde a eventos ameaçadores, embora cada um
de seus núcleos tenha uma função distinta. A estimulação de uma parte da amígdala
gera raiva emocional, enquanto a estimulação de outra parte gera a emoção do medo
e o comportamento de defesa. Assim, a amígdala regula as emoções que a
autopreservação, o medo, a raiva e a ansiedade envolvem.
A Amígdala
A formação reticular constitui uma grande rede de neurônios,
no tronco cerebral, que se projeta para o córtex e para os
gânglios basais e que estão vinculados com os processos de
sono-vigília e na excitação geral.
A Formação Reticular
O córtex cerebral é a camada mais externa do cérebro. É rico em
neurônios e configura o local do processamento cognitivo complexo, como
pensamento, linguagem, memória, atenção, consciência e percepção.
Esta estrutura ocupa cerca de 30% do cérebro humano e localiza-se atrás
da testa. Especialmente proeminente nos humanos, está vinculado à
memória de trabalho, ao comportamento social e a personalidade. A sua
importância na cognição humana reverbera no comportamento motivado,
pois qualquer sensação ou necessidade, acionará determinadas memórias
que:
1. Permitiram a tomada de consciência sobre o fato (necessidade, meta
ou expectativa);
2. Acesso a aprendizagens a partir de experiências anteriores;
3. Tomada de decisão sobre o comportamento a ser realizado.
Córtex Pré-frontal
A sede é o estado motivacional que ocorre quando nosso corpo faz a
leitura de que estamos com cerca de 2% abaixo do nível ótimo de água no
nosso organismo.
Cabe ressaltar que o corpo humano é constituído em sua maioria por
água, aproximadamente dois terços, e se a sede for ignorada pode-se
chegar à desidratação com apenas a redução de 3% do nível ótimo de
água.
Nosso corpo está constantemente na relação com o ambiente, perdendo
líquidos através da transpiração, urina, comunicação (fala), respiração e,
sem a ingestão de líquidos para normalizar a necessidade do organismo,
pode-se vir a óbito em aproximadamente 48 horas.
A Sede
No comportamento de beber, o caminho realizado pelo líquido é
primeiramente a boca, depois o esôfago, estômago e intestinos.
Neste órgão, o líquido será absorvido pela corrente sanguínea
regulando o ambiente extracelular e, através do processo de
osmose, regulará também o ambiente intraceclular.
Estudos revelam que a saciedade da sede ocorre a partir do
feedback negativo gerado pela boca a partir da quantidade de
goles, pelo estômago e do feedback sobre a rehidratação das
células.
A Sede
 A sede é um exemplo de motivação homeostática que opera
em duas variáveis: os fluidos extracelular e intracelular. A perda de
fluido extracelular é detectada por sensores de pressão arterial,
neurônios nos principais vasos sanguíneos e órgãos que
respondem a diminuições da pressão. A perda de fluido
intracelular é detetada pelos sensores osmóticos, neurônios no
hipotálamo que respondem à desidratação
Regulação Fisiológica da Sede
O controle da fome envolve muitos dos mesmos conceitos
homeostáticos da sede, mas o comportamento alimentar é muito
mais complexo do que o da hidratação. Quando estamos com sede,
precisamos apenas de água e nos direcionamos para qualquer coisa
que a contenha. Mas há muitos alimentos diferentes para se comer.
Precisamos de nutrientes diferentes (proteínas carboidratos, gorduras,
vitaminas, minerais) para nos mantermos saudáveis. Precisamos
selecionar uma alimentação equilibrada que contenha todos esses
nutrientes.
 A evolução nos trouxe formas de selecionar os alimentos de que
precisamos e de evitar aqueles que são tóxicos:
 Preferências inatas por certos sabores.
 Mecanismos de aprendizagem de preferências por alguns alimentos e
aversão a outros.
A Fome
Dois Modelos:
Modelo de curto prazo: há necessidade de reposição de glicose no
sangue para a regulação homeostática do organismo.
Modelo de longo prazo: há necessidade de regulação metabólica
de armazenamento de energia.
Entretanto, a fome pode ser considerada um motivo bastante
complexo porque envolve além das funções orgânicas, vários
processos cognitivos, culturais e sociais que influenciarão o
ato de comer e o aparecimento de transtornos alimentares.
A Fome
O modelo de curto prazo, ou apetite de curto prazo, está vinculado
ao início, manutenção e término do ato de comer. O nível de glicose no
sangue é monitorado pelo fígado a todo o momento e, caso a glicose
fique abaixo do seu limite desejável, o fígado envia um sinal excitatório
para o hipotálamo lateral (HL), que desencadeia a experiência
consciente da fome e o impulso direcionado à meta de comer.
Num segundo momento, durante a alimentação, quando o nível de
glicose aumenta no sangue, o Hipotálamo Ventromedial (HVM) é
acionado, desencadeado o processo de feedback negativo para a
fome, ou seja, indicando a sensação de saciedade. A ativação do HVM
ocorre devido à detecção pelo fígado dos altos níveis de glicose no
sangue, depois pelo nível de intumescimento do estômago (distensão
estomacal) e a liberação da colecistocina.
Mecanismos de regulação 
da fome
Parei aqui
Determinados hormônios como a grelina e a leptina também
influenciam a fome e a saciedade. Quando o estômago está vazio, há
a produção de grelina, também conhecido como hormônio da fome, o
que desencadeia um processo excitatório no hipotálamo e o impulso
para o comportamento de alimentação.
Já leptina é um hormônio produzido pelo tecido adiposo e possui
importante função para o controle do peso e redução do apetite.
Mecanismos de regulação 
da fome
Na hipótese lipostática, ou de longo prazo, há o controle metabólico
do armazenamento de energia através da manutenção de
determinada quantidade de células adiposas no organismo. Quando
esta quantidade fica abaixo da normalidade, há a liberação do
hormônio grelina, que promove o aumento do apetite na intenção do
ganho de peso retorno homeostático.
Mecanismos de regulação 
da fome
Em resumo:
A fome é controlada em grande parte pelo déficit homeostático e
por sinais de saciedade. Certos neurônios no cérebro,
especialmente no tronco encefálico e no hipotálamo, detectam a
falta de glicose e ativam a fome. Existem outros detectores de
nutrientes, especialmente no fígado, capazes de detectar o
aumento das reservas e de ativar a saciedade. Um sinal de
saciedade, sob a forma de um hormônio chamado
colecistocinina, também é liberado dos intestinos.
Sinais fisiológicos de fome
As influências ambientais também são poderosas no
comportamento alimentar e devem ser tema relacionado à
educação das crianças desde cedo. A alimentação deve iniciar
em casa e privilegiar uma dieta saudável para minimizar riscosde
transtornos alimentares. As influências culturais se sobressaem no
comportamento alimentar, desde a escolha até a quantidade do
que se vai comer. A disposição das comidas mostrando grande
variedade de pratos, cores e sabores em restaurantes, a
alimentação como evento social e a disponibilidade e facilidade
de acesso à comida são incentivos ao excesso de alimentação.
Mecanismos de regulação 
da fome
Humanos são “programados” para gostar de determinados
sabores. Bebês muito novos respondem aos sabores doces com
movimentos e expressões faciais que indicam prazer e aos
sabores amargos se afastando e fazendo expressões de nojo.
A indústria de alimentos se aproveita dessa nossa preferência
por certos sabores, vendendo alimentos que incentivam as
pessoas a comer demais.
Psicólogos evolucionários:
 Doce – sinal de que o alimento é rico em calorias.
 Amargo – sinal de potencial toxicidade.
A Fome
Mecanismos inatos de seleção
A Psicologia Evolucionária traz a hipótese de que doces nos atraem tanto porque
o sabor doce é um sinal de que o alimento é rico em calorias. É claro que os
açúcares eram muito mais raros no ambiente de nossos ancestrais do que são
atualmente.
Mas podemos também desenvolver preferências alimentares por
meio de uma série de mecanismos de aprendizagem e de
aprendizagem social.
Condicionamento clássico.
 Álcool, café. Associamos o sabor aos efeitos da substância e
passamos a gostar, mesmo quando o sabor não era agradável
inicialmente.
 Intoxicações alimentares. Se você passa mal depois de comer algo
que gosta, pode passar a não comer mais aquele alimento.
 Esse tipo de condicionamento acontece mais rápido com a comida
do que com outros estímulos. Para algumas pessoas uma única
experiência associativa é suficiente.
Aprendizagem social.
Aprendizagem e preferências 
alimentares
Nossas células precisam de energia.
 A necessidade de manter fontes suficientes de energia é mantida pela
regulação homeostática que gera impulsos (lembrar da teoria do impulso).
Déficits em nutrientes podem ativar a fome e excessos podem desativá-
la.
Mas apesar da homeostase ser crucial na compreensão do controle da
fome, fatores de incentive são igualmente importantes.
Ou seja, precisamos comer, mas talvez também, igualmente, queiramos
comer.
Não podemos compreender a fome sem entender as
interações entre homeostase e incentivos.
Interações entre Incentivos e 
Homeostase
Um experimento clássico (Miller e Kessen, 1952).
Investigadores treinaram dois grupos de ratos para passar por um
caminho recebendo uma recompense no final: leite.
Grupo 1 recebia leite normalmente: bebendo.
Grupo 2 recebia leite diretamente no estômago através de um tubo.
 As duas recompensas ofereciam exatamente o mesmo número de
calorias.
Mas os ratos do grupo 1 tiveram uma aprendizagem melhor e mais
rápida.
O leite não era uma recompensa tão poderosa quando não era ingerido.
Os ratos precisavam tanto da redução da fome quanto da experiência
do sabor.
Interações entre Incentivos e 
Homeostase
A importância da interação entre incentivos orais e a
redução de impulso já foi demonstrada de muitas formas desde
então, inclusive para seres humanos.
Pessoas alimentadas por meios intravenosos ou intragástricos
frequentementes acham essas “refeições” insatisfatórias.
Interações entre Incentivos e 
Homeostase
A saciedade também pode ser condicionada
Em um experimento, as pessoas comeram várias refeições de
uma certa comida que era rica em calorias e de outra comida
que tinha poucas calorias.
Depois foram oferecidas aos participantes duas comidas que
pareciam ser as mesmas de antes, mas que, na verdade,
tinham o mesmo número de calorias.
Os participantes consideraram que a comida parecida com a
primeira (originalmente comvalor calórico mais alto) saciava
mais a fome.
Interações entre Incentivos e 
Homeostase
Alimentação falsa: animais com um tubo no estômago que retira
todo o conteúdo antes que possa ser digerido. Os animais tem a
experiência oral da alimentação, mas não se nutrem pois a digestão
não acontece.
Esses animais comem uma quantidade normal e depois param.
Porque eles param? A resposta fica mais clara quando se observa as
refeições subsequentes. Os animais vão gradualmente aumentado a
quantidade de comida ingerida, conforme aprendem que a
refeição oferecem menos calorias do que antes.
Doces estão associados a um alto valor calórico. Mas o que
acontece quando começamos a consumir alimentos adoçados
artificialmente sem nenhum valor calórico?
É provável que nosso corpo compense, aumentando
gradualmente a ingestão de calorias, levando ao aumento de peso.
Ironicamente, o efeito de consumir adoçantes artificiais pode
acabar causando aumento de peso, pelo “falso incentivo” que
interfere com os processos homeostáticos.
Interações entre Incentivos e 
Homeostase
Os alimentos tem um gosto melhor quando você está com fome.
Esse fenômeno é chamado de alliesthesia em inglês.
https://cuidai.com.br/alimentos-sabor-melhor-esta-com-
fome/#:~:text=Uma%20pesquisa%20do%20Instituto%20Nacional,%E2
%80%8B%E2%80%8Bpor%20esse%20fenômeno%20.
CURIOSIDADE
https://cuidai.com.br/alimentos-sabor-melhor-esta-com-fome/#:~:text=Uma%20pesquisa%20do%20Instituto%20Nacional,%E2%80%8B%E2%80%8Bpor%20esse%20fenômeno%20
Para que nos tornemos conscientes da experiência de fome, a ponto de
iniciar o comportamento de busca por alimentos, o sinal de fome do tronco
encefálico tem que ser processado mais adiante no córtex pré-frontal.
Uma estrutura-chave para esse processamento é o hipotálamo.
A fome é afetada deforma dramática de duas formas diferentes por
manipulações de duas regiões diferentes do hipotálamo: o hipotálamo lateral e
o hipotálamo ventro-medial.
A destruição do hipotálamo lateral produz uma aparente falta total de fome,
pelo menos até que o resto do cérebro se recupere e compense a lesão. Esse
fenômeno é chamado de síndrome hipotalâmica lateral.
O comportamento oposto é observado na síndrome hipotalâmica
ventromedial. Animais com essa lesão comem vorazmente e consomem
grandes quantidades de comida. Eles ganham peso até se tornarem obesos
(alguns chegam até a dobrar seu peso corporal).
Integração dos sinais de fome
Danos ao hipotálamo ventromedial causam 
consumo excessivo de alimentos e obesidade.
Outras manipulações dos sinais de fome também interferem na
fome.
Estimulação elétrica no hipotálamo lateral causa consumo
excessivo de comida. Assim que a estimulação começa o animal
começa a buscar pela comida e comer e pára assim que a
estimulação cessa.
Estimulação elétrica no hipotálamo ventromedial faz com que o
animal pare de comer.
Integração dos sinais de fome
Transtornos 
Alimentares
Renata Sigaud
renata.sigaud@estacio.br
O processo alimentar é complexo e envolve muitas variáveis,
desde as fisiológicas, genéticas, cognitivas, emocionais e sociais.
Um transtorno alimentar não é provocado por uma simples
alteração isolada em um desses aspectos, mas por alterações
complexas que envolvem diversos fatores.
Os transtornos alimentares
https://tvbrasil.ebc.com.br/sersaudavel/episodio/transtornos-
alimentares
Video
https://tvbrasil.ebc.com.br/sersaudavel/episodio/transtornos-alimentares
A Obesidade ocorre quando a pessoa está 20% acima do peso ideal e constitui o
mais comum dentre os transtornos alimentares e é considerada como o desvio mais
comum na regulagem homeostática da alimentação. Atualmente é avaliado como
um problema complexo que envolve fatores genéticos, nutricionais, metabólicos,
sociais e psicológicos. (GAZZANIGA, HEATHETORN, 2007; FELDMAN, 2015)
Os fatores genéticos explicam que as pessoas podem ficar obesas porque são
geneticamente predispostas a metabolizar nutrientes em gordura mesmo que não
comam mais do que as outras. Quanto aos fatores psicológicos, pode- se entender o
ato de comer como um modo de ativação do circuito de recompensado cérebro,
devido ao prazer decorrente do ato de alimentar-se, para compensar emoções como
ansiedade, estresse ou aliviar a tensão. Com relação aos fatores sociológicos, as
culturas encaram a obesidade como status e, em outras, falta dele, tornando-se
estigmatizadas. (GAZZANIGA, HEATHETORN, 2007; FELDMAN, 2015)
A Obesidade
Enfatizamos até aqui a importância dos processos homeostáticos, mas os
comportamentos de alimentação humanos apresentam muitos desvios da
homeostase. O peso corporal de algumas pessoas não é tão constante
quanto o que seria sugerido pelo ponto de vista da homeostase. O desvio
mais comum da regulação homeostática da alimentação é a obesidade.
A obesidade é definida como a apresentação de peso corporal 30%
maior do que o peso apropriado em relação à altura de uma pessoa.
Brasil, 2016. Indicadores do Ministério da Saúde mostram que, nos últimos
10 anos, a prevalência da obesidade no Brasil aumentou em 60%,
passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. O excesso de peso
também subiu de 42,6% para 53,8% no período.
EUA- obesidade é considerada uma epidemia. 34% dos adultos. O
percentual dobrou nos últimos 20 anos.
Europa – bem abaixo – cerca de 18%.
Obesidade
A obesidade é um risco muito alto para a saúde. Ela contribui para uma
incidência mais alta de diabetes, pressão alta, e doenças cardíacas.
Embora a obesidade seja comumente associada ao consumo excessivo
de alimentos, nem sempre isso acontece. A obesidade pode acontecer
também em função de fatores genéticos.
Alguns pesquisadores alegam que a obesidade não é um transtorno
único, mas um conjunto de transtornos que tem em comum o excesso de
peso (Rodin, 1981).
Vamos discutir dois fatores importantes para o ganho de peso: (1) fatores
genéticos e (2) ingestão de calorias (comer demais).
Grosso modo, as pessoas podem se tornar obesas porque tem uma
predisposição genética para metabolizar nutrientes transformando-os em
gordura, mesmo que não comam mais do que outras pessoas (razões
metabólicas) ou porque comem demais (razões psicológicas e sócio-
culturais). Ambos os fatores podem estar envolvidos em alguns casos de
obesidade, e em outros casos a genética é a culpada.
Obesidade
Fatores Genéticos
Há muito tempo já se sabe que a obesidade é comum em famílias. Em
famílias nas quais nenhum dos pais é obeso, somente cerca de 10% das
crianças o são. Se um dos pais é obeso cerca de 40% das crianças o são.
Se ambos os pais são obesos aproximadamente 70% das crianças o são
(Gurney, 1936).
Essas estatísticas sugerem uma base biológica para a obesidade, mas
outras explicações são possíveis – por exemplo, as crianças aprendem a
comer com os pais e criam hábitos alimentares semelhantes.
No entanto, alguns estudos recentes (estudos com gêmeos idênticos)
oferecem apoio para uma base biológica para a obesidade.
Existem várias formas pelas quais os genes podem ser responsáveis pelo
ganho excessivo de peso, incluindo ter muitas células de gordura (ou
células de gordura maiores), ter uma taxa metabólica baixa ou ter um
ponto de regulação do peso corporal alto.
Excesso de alimentos
Embora fatores fisiológicos como a taxa de metabolismo sejam
determinantes do peso corporal é certo que o excesso de alimentos
também pode causar obesidade.
Os fatores psicológicos que contribuem para o excesso de alimentos
incluem a falha dos controles conscientes e a ativação emocional.
Excesso de alimentos
Falha do controle consciente
As pessoas podem ser classificadas em duas categorias: pessoas que
limitam a sua alimentação de forma consciente e pessoas que não o
fazem. Além disso, independente de seu peso, o comportamento alimentar
das pessoas que limitam seu comportamento é mais parecido com o dos
obesos do que com o das pessoas que não restringem a alimentação.
Diversas pesquisas mostram que indivíduos que tentam restringir seus
impulsos de comer podem também acabar ignorando o sentimento de
saciedade que poderia frear o desejo de comer. É assim que os esforços
conscientes para fazer uma dieta acabam não dando certo.
Excesso de alimentos
Ativação emocional
Pessoas acima do peso relatam frequentemente que tendem a comer
mais quando estão tensas ou ansiosas.
Alguns estudos oferecem evidências para isso.
Pessoas acima do peso tendem a comer mais em situações estressantes
do que em situações de baixo estresse. Pessoas com peso normal tendem
a comer mais em situações de baixo estresse.
Parece que para algumas pessoas, o prazer experimentado ao comer
passa a ser uma forma de modulação emocional.
O comportamento de comer mais em situações estressantes foi
observado em animais também.
Excesso de alimentos
Ativação emocional
O açúcar afeta a liberação de serotonina, neurotransmissor
relacionado à sensação de prazer e bem estar (produzida
principalmente no intestino) e de dopamina, neurotransmissor
relacionado aos circuitos de recompensa.
Sono e Obesidade
Interagem em uma via de mão dupla: a obesidade está associada
a uma má qualidade do sono e vice-versa.
Adicção
 A adicção envolve mecanismos complexos relacionados a
drogas potentes como opioides (heroína, morfina),
psicoestimulantes (cocaína, anfetamina) e algumas outras drogas
como álcool e nicotina. Três fatores importantes para a adicção:
 A capacidade dessas drogas de hiperativar o sistema de
recompensa (circuito dopaminérgico) no cérebro. Como essas
drogas atuam diretamente no SNC elas produzem níveis de
ativação no sistema de recompensa que vai muito além do que
incentivos naturais poderiam produzir.
 Tolerância
 Abstinência
Compulsão
 As pessoas pode se tornar dependentes de coisas que não são
consideradas drogas – como comida, jogo, trabalho, atividade
física, uso da internet ou do celular etc. Quando o engajamento
em tais atividades se torna compulsivo, pode ser chamado de
“adicção comportamental”, mesmo que não envolva as mesmas
propriedades neurológicas das adicções por drogas.
 O “parque dos ratos”.
https://www.youtube.com/watch?v=d__Gy49LoQs
https://www.youtube.com/watch?v=d__Gy49LoQs
Embora a obesidade seja o mais comum dos problemas alimentares, o
problema oposto também existe na forma de anorexia e bulimia.
Ambos os transtornos envolvem um desejo patológico de não ganhar
peso e atingem as mulheres de forma desproporcional.
Pesquisadores sugerem causas variadas para esses transtornos, incluindo
fatores sociais biológicos, familiares e de personalidade. Provavelmente,
vários desses fatores devem ocorrer juntos para que uma pessoa
desenvolva um transtorno alimentar.
Anorexia e bulimia
A anorexia pode ser definida como um transtorno alimentar
onde as pessoas recusam-se a comer por possuírem uma
imagem corporal distorcida de si mesma e uma percepção irreal
de seu comportamento.
Este transtorno geralmente inicia na adolescência, mas pode
acometer pessoas adultas. A ideia básica construída é o medo
de engordar, o que gera uma obsessão perigosa pela magreza,
fazendo com que as pessoas cheguem de 15% a 25% abaixo do
se peso mínimo ideal. Um fato comum para a pessoa que
desenvolveu o transtorno é o estado de inanição ficar muito
grave necessitando de intervenção médica e podendo, inclusive
levar a óbito. A taxa de mortalidade devido à anorexia é de 15-
20%.
Anorexia nervosa
A anorexia nervosa é um transtorno alimentar causado por uma perda de peso extrema e
autoimposta – pelo menos 15% do peso corporal mínimo do indivíduo. Algumas pessoas perdem
mais do que 50% do peso normal. Apesar da perda de peso e dos problemas de saúde resultantes, a
pessoa com anorexia tipicamente nega que exista um problema e se recusa a ganhar peso. Elas na
verdade continuam acreditando que tem uma aparência muito gorda.
Para que uma mulher seja diagnosticada com anorexia, além da perda de peso, ela deve ter
parado de menstruar.
A perda de peso pode levar a diversos efeitos indesejáveis, incluindo magreza extrema e fraqueza,
suscetibilidadea infecções e outros sintomas de subnutrição. Esses efeitos podem levar à morte.
A anorexia é um transtorno raro. Sua prevalência na Europa Ocidental e Estados Unidos é de
cerca de 0.3 por cento.
Anorexia é 20 vezes mais provável de acontecer em mulheres do que em homens. A grande
maioria das mulheres com esse transtorno é jovem, com idades que vão da adolescência aos trinta
anos. Tipicamente, essas pessoas prestam muita atenção na comida. Calculando cuidadosamente
a quantidade de calorias ingeridas. Essa preocupação muitas vezes chega a ser uma obsessão.
Anorexia
A bulimia é outro transtorno alimentar caracterizado pela ideia
excessiva de fazer dieta, realizar farras alimentares e purgar os
alimentos. Esta purgação pode ser através de vômitos ou
laxantes.
Este transtorno, da mesma forma que a anorexia, desenvolve-
se na adolescência. Entretanto, diferente da anorexia, as farras
alimentares costumam acontecer escondido.
A bulimia, apesar de não ser fatal como a anorexia, também
está associada a sérios problemas de saúde, como problemas
dentários e cardíacos.
Bulimia
A Bulimia é um transtorno alimentar caracterizado por episódios recorrentes de
um rápido consumo de grandes quantidades de alimentos (binge eating) seguidos
por tentativas de purgar o excesso de alimentos por meio de vômitos ou uso de
laxantes.
Os episódios de binge eating podem ser frequentes e extremos.
Uma pesquisa com mulheres bulímicas mostrou que a maioria delas tinham pelo
menos um episódio por dia (normalmente a noite) consumindo cerca de 4800
calorias.
Como o peso corporal permanece normal, muitas pessoas com esse transtorno
conseguem escondê-lo.
O uso de laxantes e os episódios frequentes de vômito perturba o equilíbrio de
potássio no corpo, o que resulta em problemas como desidratação, arritmias
cardíacas e infecções urinárias.
Assim como a anorexia, a bulimia afeta especialmente as mulheres jovens.
A bulimia é mais comum do que a anorexia.
Bulimia
Muitos psicólogos propuseram que os fatores sociais e culturais tem papéis
centrais nos transtornos alimentares. Em particular, eles chamam atenção
para a importância que a sociedade dá à magreza nas mulheres. Essa
ênfase aumentou muito nos últimos 50 anos o que coincide com um
aumento da incidência desses trantornos.
Causas sócio-culturais
Jayne Mansfield (esquerda) representava a figura feminina
perfeita nos anos de 1950. Gisele Bundchen (direita) representa
a figura feminina perfeita atualmente.
Muitos psicólogos propuseram que os fatores sociais e culturais tem papéis
centrais nos transtornos alimentares. Em particular, eles chamam atenção
para a importância que a sociedade dá à magreza nas mulheres. Essa
ênfase aumentou muito nos últimos 50 anos o que coincide com um
aumento da incidência desses transtornos.
Crescer em uma cultura que vê o corpo feminino como objeto sexual
altera a forma como as meninas e mulheres se vêem e seu bem-estar.
A objetificação sexual acontece todas as vezes em que uma pessoa é
tratada pelo valor de seu corpo para uso sexual por outros. A objetificação
sexual é uma forma desumanizante de interação interpessoal.
Causas sócio-culturais
Teoria da objetificação
A teoria sustenta que a primeira consequência da prática cultural de objetificação
sexual do corpo feminino é que meninas e mulheres podem internalizar a
perspectiva objetificadora do observador sobre seu próprio corpo. A preocupação
com a aparência física é denominada auto-objetificação.
Resumidamente, autoobjetificação significa que a pessoa pensa sobre si mesma e
valoriza o próprio corpo mais a partir da perspectiva de uma terceira pessoa
prestando mais atenção nos atributos corporais (como o outro me vê) do que da
perspectiva em primeira pessoa (como eu me sinto).
A auto-objetificação parece ser um traço relativamente estável – mais presente
em algumas meninas e mulheres do que em outras – e um estado temporário – mais
presente em algumas situações do que em outras (Breines, Crocker & Garcia, 2008).
Alguns estudos mostram que a autoobjetificação afeta mulheres de vários
backgrounds culturais (Hebl, King, & Lin, 2004), assim como homens homossexuais
(Martins, Tiggemann & Kirkbride, 2007).
Causas sócio-culturais
Teoria da objetificação
A auto-objetificação pode causar várias reações psicológicas e emocionais.
Primeiramente, ela leva a uma preocupação caracterizada pelo monitoramento
vigilante da aparência corporal. Essa preocupação com a aparência perturba
certos processos psicológicos básicos, limitando os recursos mentais que a pessoa
pode dedicar para outras atividades (Quinn, Kallen, Twenge & Fredrickson, 2006). Ela
também cria um conjunto previsível de reações emocionais que incluem vergonha e
ansiedade e diminuição do prazer sexual e das emoções positivas.
Causas sócio-culturais
Teoria da objetificação
Teoria da Objetificação
A teoria da objetificação delinea as causas, características e consequências da auto-
objetificação, definida como uma preocupação com a aparência caracterizada pelo 
monitoramento vigilante da aparência.
(Fredrickson et al., 1998)
Perfil Elementos da teoria
Causas Práticas culturais de objetificação sexual nas mensagens da mídia e em 
encontros interpessoais.
Características Perspectiva do observador sobre si mesmo internalizada 
Moniitoramento vigilante da aparência
Recursos mentais perturbados
Consequências Experiências psicológicas
Vergonha aumentada
Ansiedade aumentada
Diminuição de emoções positivas
Insensibilidade para os sinais corporais
Riscos para a saúde e para a saúde mental
Desorganização da alimentação
Depressão
Disfunção sexual
Uma hipótese é a de que a anorexia seja causada por disfunções
no hipotálamo.
Pessoas anoréxicas apresentam funcionamento rebaixado do
hipotálamo e anormalidades de várias substâncias importantes para
o funcionamento dessa estrutura cerebral.
Uma hipótese em relação à bulimia é a de que uma deficiência no
neurotransmissor serotonina possa ter um papel tanto na regulação
do humor quanto na regulação do apetite e na função executiva,
que afeta a tomada de decisões e o controle de impulso.
Causas Biológicas
Fatores familiares e de personalidade também podem ter um papel
central na anorexia e na bulimia. Muitas mulheres jovens com transtornos
alimentares relatam que vieram de famílias que exigiam a “perfeição” e
um autocontrole extremo, não permitindo expressões de afeto ou de
conflitos (Bruch, 1973; Minuchin, Rosman, & Baker, 1978).
Algumas mulheres jovens parecem tentar controlar expressões de
preocupação dos pais controlando os próprios hábitos alimentares,
desenvolvendo anorexia. Outras recorrem ao binge eating quando se
sentem perturbadas emocionalmente ou estão dolorosamente conscientes
de sua baixa autoestima (Polivy & Herman, 1993).
Algumas terapias que buscam ajudar pessoas com transtornos
alimentares a recuperar hábitos alimentares saudáveis e a lidar com suas
questões emocionais tem obtido resultados positivos. Drogas que regulam
os níveis de serotonina também podem ajudar especialmente para pessoas
com bulimia (Mitchell & deZwann, 1993). No entanto, a anorexia e a bulimia
são transtornos graves e as pessoas que os tem frequentemente continuam
a ter problemas significativos ´por muitos anos.
Causas familiares e de 
personalidade
Humanos tem preferências alimentares tanto inatas quanto aprendidas que
guiam as escolhas alimentares. Os sinais homeostáticos de fome, gerados
quando as taxas dede glicose estão baixas, produzem o apetite parcialmente
fazendo com que o indivíduo perceba os incentivos alimentares como mais
atraentes e prazerosos.
A fome é controlada em grande parte pelo déficit homeostático e por sinais
de saciedade. Certos neurônios no cérebro, especialmente no tronco
encefálico e no hipotálamo, detectam a falta de glicose e ativam a fome.
Existem outros detectores de nutrientes, especialmente no fígado, capazes de
detectar oaumento das reservas e de ativar a saciedade. Um sinal de
saciedade, sob a forma de um hormônio chamado colecistocinina, também é
liberado dos intestinos.
Duas regiões do cérebro são centrais para a fome: o hipotálamo lateral e o
hipotálamo ventromedial. A destruição do hipotálamo lateral leva à interrupção
da alimentação. A destruição do hipotálamo ventromedial leva à alimentação
excessiva.
Resumo
Humanos tem preferências alimentares tanto inatas quanto aprendidas que guiam
as escolhas alimentares. Os sinais homeostáticos de fome, gerados quando as taxas
dede glicose estão baixas, produzem o apetite parcialmente fazendo com que o
indivíduo perceba os incentivos alimentares como mais atraentes e prazerosos.
A fome é controlada em grande parte pelo déficit homeostático e por sinais de
saciedade. Certos neurônios no cérebro, especialmente no tronco encefálico e no
hipotálamo, detectam a falta de glicose e ativam a fome. Existem outros detectores
de nutrientes, especialmente no fígado, capazes de detectar o aumento das reservas
e de ativar a saciedade. Um sinal de saciedade, sob a forma de um hormônio
chamado colecistocinina, também é liberado dos intestinos.
Duas regiões do cérebro são centrais para a fome: o hipotálamo lateral e o
hipotálamo ventromedial. A destruição do hipotálamo lateral leva à interrupção da
alimentação. A destruição do hipotálamo ventromedial leva à alimentação excessiva.
Resumo
As pessoas se tornam obesas porque (1) tem uma propensão genética
para a obesidade ou (2) elas comem demais por razões psicológicas. A
influência dos genes é mediada pelos seus efeitos nas células de gordura
(em quantidade e tamanho), na taxa metabólica e no ponto de regulação
do peso corporal. Quanto ao “comer demais”, pessoas obesas tendem a
fazê-lo quando saem de uma dieta ou quando estão vivenciando
emoções intensas.
No tratamento da obesidade dietas extremas parecem ineficientes
porque a privação leva a uma alimentação excessiva subsequente e à
taxas metabólicas diminuídas. O que parece funcionar melhor é
estabelecer novos hábitos alimentares e um programa de exercícios físicos.
A anorexia nervosa é caracterizada por uma perda de peso extrema e
autoimposta. A bulimia é caracterizada por episódios recorrentes de binge
eating seguido de tentativas de purgar o excesso por vômito ou uso de
laxantes.
Possíveis causas desses transtornos alimentares incluem fatores de
personalidade como baixa autoestima, fatores sociais como uma ênfase
cultural na magreza e mensagens culturais amplamente divulgadas que
objetificam o corpo feminino e fatores biológicos como níveis baixos de
serotonina.
Resumo
Leitura dos artigos:
As razões da explosão de obesidade no Brasil - BBC News Brasil
MOLINER, J.; RABUSKE, M. M. Rabuske. Fatores biopsicossociais envolvidos
na decisão de realização da cirurgia bariátrica.Psicologia: Teoria e Prática,
2008, 10(2):44- 60.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ptp/v10n2/v10n2a04.pdf
Depois da aula
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-39625621

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