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Necessidades Fisiológicas: Fome e Sede PSICOLOGIA DA MOTIVAÇÃO E EMOÇÃO Renata Sigaud renata.sigaud@estacio.br ATKINSON & HILGARD. Introdução à Psicologia. Motivação Cap. 10, p. 341/351. COUTINHO, CLEONICE DO CARMO. Psicologia da Motivação e Emoção. Bibliografia Uma necessidade é uma condição na pessoa que é essencial e necessária para o crescimento, para o bem-estar e para a manutenção da vida. Necessidades não satisfeitas evocam um estado de interrupção do crescimento e de ameaça à saúde e vida. Como a não satisfação de uma necessidade é tão ameaçadora, o corpo cria defesas na forma de estados motivacionais e emocionais urgentes e que chamam toda a nossa atenção para prover o ímpeto para agir antes que ocorra algum dano sério. Necessidade Fisiológicas: Condições biológicas que sincronizam com estruturas cerebrais, hormônios e órgãos que regulam o bem-estar do corpo. Desequilíbrios são ameaças potenciais ao crescimento, à saúde e à vida. Ex: fome, sede, sono. Psicológicas: Processos psicológicos inatos subjacentes ao desejo pró- ativo de buscar interações com o ambiente que promovam crescimento pessoal e bem-estar psicológico. Exemplos: autonomia, competência e relacionamento. Implícitas: Processos psicológicos adquiridos socialmente que direcionam para a busca de interações com eventos ambientais associados a emoções positivas de acordo com a história do indivíduo. Exemplos: afiliação, desempenho/conquista, poder. Tipos de Necessidade Necessidades que são motivadas por deficiência: as emoções desencadeadas serão negativas e com a resolução do déficit haverá o alívio. Ex: necessidades fisiológicas, Necessidades de crescimento: as emoções geradas são positivas, o que alimenta cada vez mais a possibilidade de automotivação. Ex: competência (para algumas pessoas). Tipos de Necessidade As necessidades fisiológicas, vinculadas ao organismo, necessitam de um sistema de regulação complexo que envolve os sistemas neurais, os órgãos e os hormônios para o funcionamento adequado do corpo e a manutenção da homeostase. Neste sentido, o organismo possui diversos guias de autorregulação que monitoram o corpo para saber quando ativar e desativar um comportamento a partir da saciedade na necessidade. Estes guias de autorregulação quando perturbados ou rejeitados, são monitorados pelo cérebro, que desencadeia uma elevação dos estados motivacionais, que irão continuar até que o indivíduo realize um comportamento para corrigir os reguladores que foram perturbados. As Necessidades Fisiológicas Teoria da Redução do Impulso (Drive) Motivação de base biológica a partir de um déficit fisiológico global do organismo. Tal déficit criar um estado de tensão que se acumula e intensifica até o ponto de “chamar” toda a atenção do indivíduo para a sua satisfação, gerando o impulso psicológico. O impulso energiza o comportamento, mas a direção será baseada através das experiências anteriores. A redução do impulso deve estar vinculada ao sentimento de prazer. O cérebro se orienta para as ações futuras com base nas consequências recompensadoras de uma ação. Os fundamentos da Regulação Organismo saciado Desequilíbrio fisiológico, déficit orgânico Intensificação do déficit, gerando estado de tensão que produz um impulso psicológico IMPULSO direciona para a META Comportamento direcionado para a meta Comportamento consumatório Satisfação da necessidade, redução do impulso e retorno à homeostase FEEDBACK NEGATIVO INTERAÇÃO COM O AMBIENTE O impulso psicológico é considerado a manifestação consciente de uma necessidade fisiológica e possui características motivacionais. A homeostase refere-se à tendência/ capacidade do organismo de manter um estado de equilíbrio dinâmico fisiológico. O feedback negativo está relacionado ao sistema de brecagem fisiológica do impulso, ou seja, aos guias de autorregulação do corpo que indicam a satisfação da necessidade a partir da redução do impulso. Os fundamentos da Regulação Conceitos Os inputs múltiplos/ outputs múltiplos correspondem às diversas possibilidades/ vias de ativação do impulso e de realização do comportamento consumatório para a redução do mesmo. Ex: A sede pode surgir a partir de vários inputs (entradas), como: alimentos salgados, sudorese, respiração, espirro, doação de sangue, entre outros. E pode ser saciada através de vários outputs (saídas): água, água de coco, suco de frutas etc. Assim, apesar deste sistema estar fundamentalmente embasado em esquemas biológicos, o ambiente e a cognição interferem muito nas escolhas dos indivíduos em como lidar com as suas necessidades. Desta forma, o impulso pode ser considerado uma variável interveniente, pois existirão vários inputs que o antecederão e vários outputs a serem utilizados. Os fundamentos da Regulação Conceitos Estados motivacionais direcionam e energizam o comportamento. Eles vem de duas fontes: impulsos internos e incentivos externos. Impulsos tendem a promover a homeostase: a preservação de um estado de equilíbrio dinâmico do organismo. A homeostase envolve: (1) um ponto de regulação ou valor de meta, (2) um sinal sensorial que mede o estado interno atual, (3) uma comparação entre o ponto de regulação e o sinal sensorial e (4) uma resposta que leva o estado interno atual para um valor mais próximo do ponto de regulação (feedback negativo). A regulação de temperatura é um exemplo de homeostase. A variável a ser regulada é a temperatura corporal e os sensores para isso estão localizados em várias partes do corpo, incluindo o hipotálamo. Os ajustes podem automáticos (suor, tremores) ou voluntários (botar um casaco, ligar o ventilador). Os fundamentos da regulação Em resumo... Mecanismos intra-organísmicos: incluem todos os sistemas reguladores biológicos da pessoa que atuam em comum acordo para ativar, manter e cessar as necessidades fisiológicas subjacentes ao impulso. As estruturas cerebrais, o sistema endócrino e os órgãos do corpo constituem as três principais categorias de mecanismos intraorganísmicos. Mecanismos extra-organísmicos: envolvem todas as influências cognitivas (crenças, valores, autoconceito), culturais, ambientais e sociais que influenciam a ativação, manutenção e finalização de um impulso. Os fundamentos da Regulação Conceitos Nas necessidades fisiológicas, psicológicas, nas cognições e nas emoções, certas estruturas cerebrais são ativadas juntamente com neurotransmissores e determinados hormônios que permitem a regulação do nosso organismo e a realização de comportamentos. As bases biológicas do comportamento motivado 1. Córtex Funções motoras Funções sensíveis (tato, visão, olfato, audição e gustação) Memória, planejamento, emoção, julgamento 2. Gânglios Basais Controle de movimento e funções cognitivas 3. Tálamo Centro de informação para o cérebro 4. Cerebelo Coordenação de movimentos 5. Medula Oblongata (Bulbo) Respiração Circulação Digestão 6. Hipocampo Ajuda a estabelecer memória de longo prazo 7. Amídala Batimento cardíaco Funções viscerais Medo 8. Glândula Pituitária Controla produção hormonal 9. Hipotálamo Hormônios sexuais Pressão sanguínea Temperatura 10. Corpo Caloso Conecta informações dos hemisférios direito e esquerdo O hipotálamo é uma estrutura fundamental para a sobrevivência do organismo, pois regula as funções vitais, como: regulação da temperatura corporal, pressão sanguínea, regula o nível de glicose e impulsiona o organismo através dos motivos da fome, sede, sexo e as emoções. Por meio de suas projeções para a medula espinhal, ele governa grande parte das funções dos órgãos internos. (...) ele controla a glândula pituitária, a “glândula chefe” do corpo, que, ao liberar hormônios na corrente sanguínea, controla todas as outras glândulas. É uma região que recebe estimulação e interfere direta ou indiretamente quase em todos os lugaresdo corpo, através da irradiação para as outras partes do cérebro, ele interfere e influencia os impulsos motivacionais e os respectivos comportamentos consumatórios. O Hipotálamo Constitui-se em um conjunto de fibras nervosas conectadas ao hipotálamo. Sua relação com os aspectos motivacionais refere-se ao seu funcionamento como uma espécie de “centro de prazer” no cérebro. Nos seres humanos, a estimulação do feixe prosencefálico medial não produz sensações intensas de prazer ou êxtase, mas gera sensações positivas. Feixe Prosencefálico Medial A amígdala é uma estrutura que fica localizada na frente do hipocampo e faz a sua ligação com o córtex cerebral, exercendo importante papel na aprendizagem e na associação de fatos com as respectivas respostas emocionais. Esta estrutura também possui a propriedade de fortalecer, reforçar as memórias durante momentos de grande excitação emocional, além de conectar as lembranças do córtex as emoções. A amígdala também possui um papel fundamental na resposta a estímulos que produzem medo, pois O processamento afetivo de estímulos assustadores na amígdala é um circuito resistente, que se desenvolveu no curso da evolução para proteger os animais do perigo. Em geral a amígdala detecta e responde a eventos ameaçadores, embora cada um de seus núcleos tenha uma função distinta. A estimulação de uma parte da amígdala gera raiva emocional, enquanto a estimulação de outra parte gera a emoção do medo e o comportamento de defesa. Assim, a amígdala regula as emoções que a autopreservação, o medo, a raiva e a ansiedade envolvem. A Amígdala A formação reticular constitui uma grande rede de neurônios, no tronco cerebral, que se projeta para o córtex e para os gânglios basais e que estão vinculados com os processos de sono-vigília e na excitação geral. A Formação Reticular O córtex cerebral é a camada mais externa do cérebro. É rico em neurônios e configura o local do processamento cognitivo complexo, como pensamento, linguagem, memória, atenção, consciência e percepção. Esta estrutura ocupa cerca de 30% do cérebro humano e localiza-se atrás da testa. Especialmente proeminente nos humanos, está vinculado à memória de trabalho, ao comportamento social e a personalidade. A sua importância na cognição humana reverbera no comportamento motivado, pois qualquer sensação ou necessidade, acionará determinadas memórias que: 1. Permitiram a tomada de consciência sobre o fato (necessidade, meta ou expectativa); 2. Acesso a aprendizagens a partir de experiências anteriores; 3. Tomada de decisão sobre o comportamento a ser realizado. Córtex Pré-frontal A sede é o estado motivacional que ocorre quando nosso corpo faz a leitura de que estamos com cerca de 2% abaixo do nível ótimo de água no nosso organismo. Cabe ressaltar que o corpo humano é constituído em sua maioria por água, aproximadamente dois terços, e se a sede for ignorada pode-se chegar à desidratação com apenas a redução de 3% do nível ótimo de água. Nosso corpo está constantemente na relação com o ambiente, perdendo líquidos através da transpiração, urina, comunicação (fala), respiração e, sem a ingestão de líquidos para normalizar a necessidade do organismo, pode-se vir a óbito em aproximadamente 48 horas. A Sede No comportamento de beber, o caminho realizado pelo líquido é primeiramente a boca, depois o esôfago, estômago e intestinos. Neste órgão, o líquido será absorvido pela corrente sanguínea regulando o ambiente extracelular e, através do processo de osmose, regulará também o ambiente intraceclular. Estudos revelam que a saciedade da sede ocorre a partir do feedback negativo gerado pela boca a partir da quantidade de goles, pelo estômago e do feedback sobre a rehidratação das células. A Sede A sede é um exemplo de motivação homeostática que opera em duas variáveis: os fluidos extracelular e intracelular. A perda de fluido extracelular é detectada por sensores de pressão arterial, neurônios nos principais vasos sanguíneos e órgãos que respondem a diminuições da pressão. A perda de fluido intracelular é detetada pelos sensores osmóticos, neurônios no hipotálamo que respondem à desidratação Regulação Fisiológica da Sede O controle da fome envolve muitos dos mesmos conceitos homeostáticos da sede, mas o comportamento alimentar é muito mais complexo do que o da hidratação. Quando estamos com sede, precisamos apenas de água e nos direcionamos para qualquer coisa que a contenha. Mas há muitos alimentos diferentes para se comer. Precisamos de nutrientes diferentes (proteínas carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais) para nos mantermos saudáveis. Precisamos selecionar uma alimentação equilibrada que contenha todos esses nutrientes. A evolução nos trouxe formas de selecionar os alimentos de que precisamos e de evitar aqueles que são tóxicos: Preferências inatas por certos sabores. Mecanismos de aprendizagem de preferências por alguns alimentos e aversão a outros. A Fome Dois Modelos: Modelo de curto prazo: há necessidade de reposição de glicose no sangue para a regulação homeostática do organismo. Modelo de longo prazo: há necessidade de regulação metabólica de armazenamento de energia. Entretanto, a fome pode ser considerada um motivo bastante complexo porque envolve além das funções orgânicas, vários processos cognitivos, culturais e sociais que influenciarão o ato de comer e o aparecimento de transtornos alimentares. A Fome O modelo de curto prazo, ou apetite de curto prazo, está vinculado ao início, manutenção e término do ato de comer. O nível de glicose no sangue é monitorado pelo fígado a todo o momento e, caso a glicose fique abaixo do seu limite desejável, o fígado envia um sinal excitatório para o hipotálamo lateral (HL), que desencadeia a experiência consciente da fome e o impulso direcionado à meta de comer. Num segundo momento, durante a alimentação, quando o nível de glicose aumenta no sangue, o Hipotálamo Ventromedial (HVM) é acionado, desencadeado o processo de feedback negativo para a fome, ou seja, indicando a sensação de saciedade. A ativação do HVM ocorre devido à detecção pelo fígado dos altos níveis de glicose no sangue, depois pelo nível de intumescimento do estômago (distensão estomacal) e a liberação da colecistocina. Mecanismos de regulação da fome Parei aqui Determinados hormônios como a grelina e a leptina também influenciam a fome e a saciedade. Quando o estômago está vazio, há a produção de grelina, também conhecido como hormônio da fome, o que desencadeia um processo excitatório no hipotálamo e o impulso para o comportamento de alimentação. Já leptina é um hormônio produzido pelo tecido adiposo e possui importante função para o controle do peso e redução do apetite. Mecanismos de regulação da fome Na hipótese lipostática, ou de longo prazo, há o controle metabólico do armazenamento de energia através da manutenção de determinada quantidade de células adiposas no organismo. Quando esta quantidade fica abaixo da normalidade, há a liberação do hormônio grelina, que promove o aumento do apetite na intenção do ganho de peso retorno homeostático. Mecanismos de regulação da fome Em resumo: A fome é controlada em grande parte pelo déficit homeostático e por sinais de saciedade. Certos neurônios no cérebro, especialmente no tronco encefálico e no hipotálamo, detectam a falta de glicose e ativam a fome. Existem outros detectores de nutrientes, especialmente no fígado, capazes de detectar o aumento das reservas e de ativar a saciedade. Um sinal de saciedade, sob a forma de um hormônio chamado colecistocinina, também é liberado dos intestinos. Sinais fisiológicos de fome As influências ambientais também são poderosas no comportamento alimentar e devem ser tema relacionado à educação das crianças desde cedo. A alimentação deve iniciar em casa e privilegiar uma dieta saudável para minimizar riscosde transtornos alimentares. As influências culturais se sobressaem no comportamento alimentar, desde a escolha até a quantidade do que se vai comer. A disposição das comidas mostrando grande variedade de pratos, cores e sabores em restaurantes, a alimentação como evento social e a disponibilidade e facilidade de acesso à comida são incentivos ao excesso de alimentação. Mecanismos de regulação da fome Humanos são “programados” para gostar de determinados sabores. Bebês muito novos respondem aos sabores doces com movimentos e expressões faciais que indicam prazer e aos sabores amargos se afastando e fazendo expressões de nojo. A indústria de alimentos se aproveita dessa nossa preferência por certos sabores, vendendo alimentos que incentivam as pessoas a comer demais. Psicólogos evolucionários: Doce – sinal de que o alimento é rico em calorias. Amargo – sinal de potencial toxicidade. A Fome Mecanismos inatos de seleção A Psicologia Evolucionária traz a hipótese de que doces nos atraem tanto porque o sabor doce é um sinal de que o alimento é rico em calorias. É claro que os açúcares eram muito mais raros no ambiente de nossos ancestrais do que são atualmente. Mas podemos também desenvolver preferências alimentares por meio de uma série de mecanismos de aprendizagem e de aprendizagem social. Condicionamento clássico. Álcool, café. Associamos o sabor aos efeitos da substância e passamos a gostar, mesmo quando o sabor não era agradável inicialmente. Intoxicações alimentares. Se você passa mal depois de comer algo que gosta, pode passar a não comer mais aquele alimento. Esse tipo de condicionamento acontece mais rápido com a comida do que com outros estímulos. Para algumas pessoas uma única experiência associativa é suficiente. Aprendizagem social. Aprendizagem e preferências alimentares Nossas células precisam de energia. A necessidade de manter fontes suficientes de energia é mantida pela regulação homeostática que gera impulsos (lembrar da teoria do impulso). Déficits em nutrientes podem ativar a fome e excessos podem desativá- la. Mas apesar da homeostase ser crucial na compreensão do controle da fome, fatores de incentive são igualmente importantes. Ou seja, precisamos comer, mas talvez também, igualmente, queiramos comer. Não podemos compreender a fome sem entender as interações entre homeostase e incentivos. Interações entre Incentivos e Homeostase Um experimento clássico (Miller e Kessen, 1952). Investigadores treinaram dois grupos de ratos para passar por um caminho recebendo uma recompense no final: leite. Grupo 1 recebia leite normalmente: bebendo. Grupo 2 recebia leite diretamente no estômago através de um tubo. As duas recompensas ofereciam exatamente o mesmo número de calorias. Mas os ratos do grupo 1 tiveram uma aprendizagem melhor e mais rápida. O leite não era uma recompensa tão poderosa quando não era ingerido. Os ratos precisavam tanto da redução da fome quanto da experiência do sabor. Interações entre Incentivos e Homeostase A importância da interação entre incentivos orais e a redução de impulso já foi demonstrada de muitas formas desde então, inclusive para seres humanos. Pessoas alimentadas por meios intravenosos ou intragástricos frequentementes acham essas “refeições” insatisfatórias. Interações entre Incentivos e Homeostase A saciedade também pode ser condicionada Em um experimento, as pessoas comeram várias refeições de uma certa comida que era rica em calorias e de outra comida que tinha poucas calorias. Depois foram oferecidas aos participantes duas comidas que pareciam ser as mesmas de antes, mas que, na verdade, tinham o mesmo número de calorias. Os participantes consideraram que a comida parecida com a primeira (originalmente comvalor calórico mais alto) saciava mais a fome. Interações entre Incentivos e Homeostase Alimentação falsa: animais com um tubo no estômago que retira todo o conteúdo antes que possa ser digerido. Os animais tem a experiência oral da alimentação, mas não se nutrem pois a digestão não acontece. Esses animais comem uma quantidade normal e depois param. Porque eles param? A resposta fica mais clara quando se observa as refeições subsequentes. Os animais vão gradualmente aumentado a quantidade de comida ingerida, conforme aprendem que a refeição oferecem menos calorias do que antes. Doces estão associados a um alto valor calórico. Mas o que acontece quando começamos a consumir alimentos adoçados artificialmente sem nenhum valor calórico? É provável que nosso corpo compense, aumentando gradualmente a ingestão de calorias, levando ao aumento de peso. Ironicamente, o efeito de consumir adoçantes artificiais pode acabar causando aumento de peso, pelo “falso incentivo” que interfere com os processos homeostáticos. Interações entre Incentivos e Homeostase Os alimentos tem um gosto melhor quando você está com fome. Esse fenômeno é chamado de alliesthesia em inglês. https://cuidai.com.br/alimentos-sabor-melhor-esta-com- fome/#:~:text=Uma%20pesquisa%20do%20Instituto%20Nacional,%E2 %80%8B%E2%80%8Bpor%20esse%20fenômeno%20. CURIOSIDADE https://cuidai.com.br/alimentos-sabor-melhor-esta-com-fome/#:~:text=Uma%20pesquisa%20do%20Instituto%20Nacional,%E2%80%8B%E2%80%8Bpor%20esse%20fenômeno%20 Para que nos tornemos conscientes da experiência de fome, a ponto de iniciar o comportamento de busca por alimentos, o sinal de fome do tronco encefálico tem que ser processado mais adiante no córtex pré-frontal. Uma estrutura-chave para esse processamento é o hipotálamo. A fome é afetada deforma dramática de duas formas diferentes por manipulações de duas regiões diferentes do hipotálamo: o hipotálamo lateral e o hipotálamo ventro-medial. A destruição do hipotálamo lateral produz uma aparente falta total de fome, pelo menos até que o resto do cérebro se recupere e compense a lesão. Esse fenômeno é chamado de síndrome hipotalâmica lateral. O comportamento oposto é observado na síndrome hipotalâmica ventromedial. Animais com essa lesão comem vorazmente e consomem grandes quantidades de comida. Eles ganham peso até se tornarem obesos (alguns chegam até a dobrar seu peso corporal). Integração dos sinais de fome Danos ao hipotálamo ventromedial causam consumo excessivo de alimentos e obesidade. Outras manipulações dos sinais de fome também interferem na fome. Estimulação elétrica no hipotálamo lateral causa consumo excessivo de comida. Assim que a estimulação começa o animal começa a buscar pela comida e comer e pára assim que a estimulação cessa. Estimulação elétrica no hipotálamo ventromedial faz com que o animal pare de comer. Integração dos sinais de fome Transtornos Alimentares Renata Sigaud renata.sigaud@estacio.br O processo alimentar é complexo e envolve muitas variáveis, desde as fisiológicas, genéticas, cognitivas, emocionais e sociais. Um transtorno alimentar não é provocado por uma simples alteração isolada em um desses aspectos, mas por alterações complexas que envolvem diversos fatores. Os transtornos alimentares https://tvbrasil.ebc.com.br/sersaudavel/episodio/transtornos- alimentares Video https://tvbrasil.ebc.com.br/sersaudavel/episodio/transtornos-alimentares A Obesidade ocorre quando a pessoa está 20% acima do peso ideal e constitui o mais comum dentre os transtornos alimentares e é considerada como o desvio mais comum na regulagem homeostática da alimentação. Atualmente é avaliado como um problema complexo que envolve fatores genéticos, nutricionais, metabólicos, sociais e psicológicos. (GAZZANIGA, HEATHETORN, 2007; FELDMAN, 2015) Os fatores genéticos explicam que as pessoas podem ficar obesas porque são geneticamente predispostas a metabolizar nutrientes em gordura mesmo que não comam mais do que as outras. Quanto aos fatores psicológicos, pode- se entender o ato de comer como um modo de ativação do circuito de recompensado cérebro, devido ao prazer decorrente do ato de alimentar-se, para compensar emoções como ansiedade, estresse ou aliviar a tensão. Com relação aos fatores sociológicos, as culturas encaram a obesidade como status e, em outras, falta dele, tornando-se estigmatizadas. (GAZZANIGA, HEATHETORN, 2007; FELDMAN, 2015) A Obesidade Enfatizamos até aqui a importância dos processos homeostáticos, mas os comportamentos de alimentação humanos apresentam muitos desvios da homeostase. O peso corporal de algumas pessoas não é tão constante quanto o que seria sugerido pelo ponto de vista da homeostase. O desvio mais comum da regulação homeostática da alimentação é a obesidade. A obesidade é definida como a apresentação de peso corporal 30% maior do que o peso apropriado em relação à altura de uma pessoa. Brasil, 2016. Indicadores do Ministério da Saúde mostram que, nos últimos 10 anos, a prevalência da obesidade no Brasil aumentou em 60%, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. O excesso de peso também subiu de 42,6% para 53,8% no período. EUA- obesidade é considerada uma epidemia. 34% dos adultos. O percentual dobrou nos últimos 20 anos. Europa – bem abaixo – cerca de 18%. Obesidade A obesidade é um risco muito alto para a saúde. Ela contribui para uma incidência mais alta de diabetes, pressão alta, e doenças cardíacas. Embora a obesidade seja comumente associada ao consumo excessivo de alimentos, nem sempre isso acontece. A obesidade pode acontecer também em função de fatores genéticos. Alguns pesquisadores alegam que a obesidade não é um transtorno único, mas um conjunto de transtornos que tem em comum o excesso de peso (Rodin, 1981). Vamos discutir dois fatores importantes para o ganho de peso: (1) fatores genéticos e (2) ingestão de calorias (comer demais). Grosso modo, as pessoas podem se tornar obesas porque tem uma predisposição genética para metabolizar nutrientes transformando-os em gordura, mesmo que não comam mais do que outras pessoas (razões metabólicas) ou porque comem demais (razões psicológicas e sócio- culturais). Ambos os fatores podem estar envolvidos em alguns casos de obesidade, e em outros casos a genética é a culpada. Obesidade Fatores Genéticos Há muito tempo já se sabe que a obesidade é comum em famílias. Em famílias nas quais nenhum dos pais é obeso, somente cerca de 10% das crianças o são. Se um dos pais é obeso cerca de 40% das crianças o são. Se ambos os pais são obesos aproximadamente 70% das crianças o são (Gurney, 1936). Essas estatísticas sugerem uma base biológica para a obesidade, mas outras explicações são possíveis – por exemplo, as crianças aprendem a comer com os pais e criam hábitos alimentares semelhantes. No entanto, alguns estudos recentes (estudos com gêmeos idênticos) oferecem apoio para uma base biológica para a obesidade. Existem várias formas pelas quais os genes podem ser responsáveis pelo ganho excessivo de peso, incluindo ter muitas células de gordura (ou células de gordura maiores), ter uma taxa metabólica baixa ou ter um ponto de regulação do peso corporal alto. Excesso de alimentos Embora fatores fisiológicos como a taxa de metabolismo sejam determinantes do peso corporal é certo que o excesso de alimentos também pode causar obesidade. Os fatores psicológicos que contribuem para o excesso de alimentos incluem a falha dos controles conscientes e a ativação emocional. Excesso de alimentos Falha do controle consciente As pessoas podem ser classificadas em duas categorias: pessoas que limitam a sua alimentação de forma consciente e pessoas que não o fazem. Além disso, independente de seu peso, o comportamento alimentar das pessoas que limitam seu comportamento é mais parecido com o dos obesos do que com o das pessoas que não restringem a alimentação. Diversas pesquisas mostram que indivíduos que tentam restringir seus impulsos de comer podem também acabar ignorando o sentimento de saciedade que poderia frear o desejo de comer. É assim que os esforços conscientes para fazer uma dieta acabam não dando certo. Excesso de alimentos Ativação emocional Pessoas acima do peso relatam frequentemente que tendem a comer mais quando estão tensas ou ansiosas. Alguns estudos oferecem evidências para isso. Pessoas acima do peso tendem a comer mais em situações estressantes do que em situações de baixo estresse. Pessoas com peso normal tendem a comer mais em situações de baixo estresse. Parece que para algumas pessoas, o prazer experimentado ao comer passa a ser uma forma de modulação emocional. O comportamento de comer mais em situações estressantes foi observado em animais também. Excesso de alimentos Ativação emocional O açúcar afeta a liberação de serotonina, neurotransmissor relacionado à sensação de prazer e bem estar (produzida principalmente no intestino) e de dopamina, neurotransmissor relacionado aos circuitos de recompensa. Sono e Obesidade Interagem em uma via de mão dupla: a obesidade está associada a uma má qualidade do sono e vice-versa. Adicção A adicção envolve mecanismos complexos relacionados a drogas potentes como opioides (heroína, morfina), psicoestimulantes (cocaína, anfetamina) e algumas outras drogas como álcool e nicotina. Três fatores importantes para a adicção: A capacidade dessas drogas de hiperativar o sistema de recompensa (circuito dopaminérgico) no cérebro. Como essas drogas atuam diretamente no SNC elas produzem níveis de ativação no sistema de recompensa que vai muito além do que incentivos naturais poderiam produzir. Tolerância Abstinência Compulsão As pessoas pode se tornar dependentes de coisas que não são consideradas drogas – como comida, jogo, trabalho, atividade física, uso da internet ou do celular etc. Quando o engajamento em tais atividades se torna compulsivo, pode ser chamado de “adicção comportamental”, mesmo que não envolva as mesmas propriedades neurológicas das adicções por drogas. O “parque dos ratos”. https://www.youtube.com/watch?v=d__Gy49LoQs https://www.youtube.com/watch?v=d__Gy49LoQs Embora a obesidade seja o mais comum dos problemas alimentares, o problema oposto também existe na forma de anorexia e bulimia. Ambos os transtornos envolvem um desejo patológico de não ganhar peso e atingem as mulheres de forma desproporcional. Pesquisadores sugerem causas variadas para esses transtornos, incluindo fatores sociais biológicos, familiares e de personalidade. Provavelmente, vários desses fatores devem ocorrer juntos para que uma pessoa desenvolva um transtorno alimentar. Anorexia e bulimia A anorexia pode ser definida como um transtorno alimentar onde as pessoas recusam-se a comer por possuírem uma imagem corporal distorcida de si mesma e uma percepção irreal de seu comportamento. Este transtorno geralmente inicia na adolescência, mas pode acometer pessoas adultas. A ideia básica construída é o medo de engordar, o que gera uma obsessão perigosa pela magreza, fazendo com que as pessoas cheguem de 15% a 25% abaixo do se peso mínimo ideal. Um fato comum para a pessoa que desenvolveu o transtorno é o estado de inanição ficar muito grave necessitando de intervenção médica e podendo, inclusive levar a óbito. A taxa de mortalidade devido à anorexia é de 15- 20%. Anorexia nervosa A anorexia nervosa é um transtorno alimentar causado por uma perda de peso extrema e autoimposta – pelo menos 15% do peso corporal mínimo do indivíduo. Algumas pessoas perdem mais do que 50% do peso normal. Apesar da perda de peso e dos problemas de saúde resultantes, a pessoa com anorexia tipicamente nega que exista um problema e se recusa a ganhar peso. Elas na verdade continuam acreditando que tem uma aparência muito gorda. Para que uma mulher seja diagnosticada com anorexia, além da perda de peso, ela deve ter parado de menstruar. A perda de peso pode levar a diversos efeitos indesejáveis, incluindo magreza extrema e fraqueza, suscetibilidadea infecções e outros sintomas de subnutrição. Esses efeitos podem levar à morte. A anorexia é um transtorno raro. Sua prevalência na Europa Ocidental e Estados Unidos é de cerca de 0.3 por cento. Anorexia é 20 vezes mais provável de acontecer em mulheres do que em homens. A grande maioria das mulheres com esse transtorno é jovem, com idades que vão da adolescência aos trinta anos. Tipicamente, essas pessoas prestam muita atenção na comida. Calculando cuidadosamente a quantidade de calorias ingeridas. Essa preocupação muitas vezes chega a ser uma obsessão. Anorexia A bulimia é outro transtorno alimentar caracterizado pela ideia excessiva de fazer dieta, realizar farras alimentares e purgar os alimentos. Esta purgação pode ser através de vômitos ou laxantes. Este transtorno, da mesma forma que a anorexia, desenvolve- se na adolescência. Entretanto, diferente da anorexia, as farras alimentares costumam acontecer escondido. A bulimia, apesar de não ser fatal como a anorexia, também está associada a sérios problemas de saúde, como problemas dentários e cardíacos. Bulimia A Bulimia é um transtorno alimentar caracterizado por episódios recorrentes de um rápido consumo de grandes quantidades de alimentos (binge eating) seguidos por tentativas de purgar o excesso de alimentos por meio de vômitos ou uso de laxantes. Os episódios de binge eating podem ser frequentes e extremos. Uma pesquisa com mulheres bulímicas mostrou que a maioria delas tinham pelo menos um episódio por dia (normalmente a noite) consumindo cerca de 4800 calorias. Como o peso corporal permanece normal, muitas pessoas com esse transtorno conseguem escondê-lo. O uso de laxantes e os episódios frequentes de vômito perturba o equilíbrio de potássio no corpo, o que resulta em problemas como desidratação, arritmias cardíacas e infecções urinárias. Assim como a anorexia, a bulimia afeta especialmente as mulheres jovens. A bulimia é mais comum do que a anorexia. Bulimia Muitos psicólogos propuseram que os fatores sociais e culturais tem papéis centrais nos transtornos alimentares. Em particular, eles chamam atenção para a importância que a sociedade dá à magreza nas mulheres. Essa ênfase aumentou muito nos últimos 50 anos o que coincide com um aumento da incidência desses trantornos. Causas sócio-culturais Jayne Mansfield (esquerda) representava a figura feminina perfeita nos anos de 1950. Gisele Bundchen (direita) representa a figura feminina perfeita atualmente. Muitos psicólogos propuseram que os fatores sociais e culturais tem papéis centrais nos transtornos alimentares. Em particular, eles chamam atenção para a importância que a sociedade dá à magreza nas mulheres. Essa ênfase aumentou muito nos últimos 50 anos o que coincide com um aumento da incidência desses transtornos. Crescer em uma cultura que vê o corpo feminino como objeto sexual altera a forma como as meninas e mulheres se vêem e seu bem-estar. A objetificação sexual acontece todas as vezes em que uma pessoa é tratada pelo valor de seu corpo para uso sexual por outros. A objetificação sexual é uma forma desumanizante de interação interpessoal. Causas sócio-culturais Teoria da objetificação A teoria sustenta que a primeira consequência da prática cultural de objetificação sexual do corpo feminino é que meninas e mulheres podem internalizar a perspectiva objetificadora do observador sobre seu próprio corpo. A preocupação com a aparência física é denominada auto-objetificação. Resumidamente, autoobjetificação significa que a pessoa pensa sobre si mesma e valoriza o próprio corpo mais a partir da perspectiva de uma terceira pessoa prestando mais atenção nos atributos corporais (como o outro me vê) do que da perspectiva em primeira pessoa (como eu me sinto). A auto-objetificação parece ser um traço relativamente estável – mais presente em algumas meninas e mulheres do que em outras – e um estado temporário – mais presente em algumas situações do que em outras (Breines, Crocker & Garcia, 2008). Alguns estudos mostram que a autoobjetificação afeta mulheres de vários backgrounds culturais (Hebl, King, & Lin, 2004), assim como homens homossexuais (Martins, Tiggemann & Kirkbride, 2007). Causas sócio-culturais Teoria da objetificação A auto-objetificação pode causar várias reações psicológicas e emocionais. Primeiramente, ela leva a uma preocupação caracterizada pelo monitoramento vigilante da aparência corporal. Essa preocupação com a aparência perturba certos processos psicológicos básicos, limitando os recursos mentais que a pessoa pode dedicar para outras atividades (Quinn, Kallen, Twenge & Fredrickson, 2006). Ela também cria um conjunto previsível de reações emocionais que incluem vergonha e ansiedade e diminuição do prazer sexual e das emoções positivas. Causas sócio-culturais Teoria da objetificação Teoria da Objetificação A teoria da objetificação delinea as causas, características e consequências da auto- objetificação, definida como uma preocupação com a aparência caracterizada pelo monitoramento vigilante da aparência. (Fredrickson et al., 1998) Perfil Elementos da teoria Causas Práticas culturais de objetificação sexual nas mensagens da mídia e em encontros interpessoais. Características Perspectiva do observador sobre si mesmo internalizada Moniitoramento vigilante da aparência Recursos mentais perturbados Consequências Experiências psicológicas Vergonha aumentada Ansiedade aumentada Diminuição de emoções positivas Insensibilidade para os sinais corporais Riscos para a saúde e para a saúde mental Desorganização da alimentação Depressão Disfunção sexual Uma hipótese é a de que a anorexia seja causada por disfunções no hipotálamo. Pessoas anoréxicas apresentam funcionamento rebaixado do hipotálamo e anormalidades de várias substâncias importantes para o funcionamento dessa estrutura cerebral. Uma hipótese em relação à bulimia é a de que uma deficiência no neurotransmissor serotonina possa ter um papel tanto na regulação do humor quanto na regulação do apetite e na função executiva, que afeta a tomada de decisões e o controle de impulso. Causas Biológicas Fatores familiares e de personalidade também podem ter um papel central na anorexia e na bulimia. Muitas mulheres jovens com transtornos alimentares relatam que vieram de famílias que exigiam a “perfeição” e um autocontrole extremo, não permitindo expressões de afeto ou de conflitos (Bruch, 1973; Minuchin, Rosman, & Baker, 1978). Algumas mulheres jovens parecem tentar controlar expressões de preocupação dos pais controlando os próprios hábitos alimentares, desenvolvendo anorexia. Outras recorrem ao binge eating quando se sentem perturbadas emocionalmente ou estão dolorosamente conscientes de sua baixa autoestima (Polivy & Herman, 1993). Algumas terapias que buscam ajudar pessoas com transtornos alimentares a recuperar hábitos alimentares saudáveis e a lidar com suas questões emocionais tem obtido resultados positivos. Drogas que regulam os níveis de serotonina também podem ajudar especialmente para pessoas com bulimia (Mitchell & deZwann, 1993). No entanto, a anorexia e a bulimia são transtornos graves e as pessoas que os tem frequentemente continuam a ter problemas significativos ´por muitos anos. Causas familiares e de personalidade Humanos tem preferências alimentares tanto inatas quanto aprendidas que guiam as escolhas alimentares. Os sinais homeostáticos de fome, gerados quando as taxas dede glicose estão baixas, produzem o apetite parcialmente fazendo com que o indivíduo perceba os incentivos alimentares como mais atraentes e prazerosos. A fome é controlada em grande parte pelo déficit homeostático e por sinais de saciedade. Certos neurônios no cérebro, especialmente no tronco encefálico e no hipotálamo, detectam a falta de glicose e ativam a fome. Existem outros detectores de nutrientes, especialmente no fígado, capazes de detectar oaumento das reservas e de ativar a saciedade. Um sinal de saciedade, sob a forma de um hormônio chamado colecistocinina, também é liberado dos intestinos. Duas regiões do cérebro são centrais para a fome: o hipotálamo lateral e o hipotálamo ventromedial. A destruição do hipotálamo lateral leva à interrupção da alimentação. A destruição do hipotálamo ventromedial leva à alimentação excessiva. Resumo Humanos tem preferências alimentares tanto inatas quanto aprendidas que guiam as escolhas alimentares. Os sinais homeostáticos de fome, gerados quando as taxas dede glicose estão baixas, produzem o apetite parcialmente fazendo com que o indivíduo perceba os incentivos alimentares como mais atraentes e prazerosos. A fome é controlada em grande parte pelo déficit homeostático e por sinais de saciedade. Certos neurônios no cérebro, especialmente no tronco encefálico e no hipotálamo, detectam a falta de glicose e ativam a fome. Existem outros detectores de nutrientes, especialmente no fígado, capazes de detectar o aumento das reservas e de ativar a saciedade. Um sinal de saciedade, sob a forma de um hormônio chamado colecistocinina, também é liberado dos intestinos. Duas regiões do cérebro são centrais para a fome: o hipotálamo lateral e o hipotálamo ventromedial. A destruição do hipotálamo lateral leva à interrupção da alimentação. A destruição do hipotálamo ventromedial leva à alimentação excessiva. Resumo As pessoas se tornam obesas porque (1) tem uma propensão genética para a obesidade ou (2) elas comem demais por razões psicológicas. A influência dos genes é mediada pelos seus efeitos nas células de gordura (em quantidade e tamanho), na taxa metabólica e no ponto de regulação do peso corporal. Quanto ao “comer demais”, pessoas obesas tendem a fazê-lo quando saem de uma dieta ou quando estão vivenciando emoções intensas. No tratamento da obesidade dietas extremas parecem ineficientes porque a privação leva a uma alimentação excessiva subsequente e à taxas metabólicas diminuídas. O que parece funcionar melhor é estabelecer novos hábitos alimentares e um programa de exercícios físicos. A anorexia nervosa é caracterizada por uma perda de peso extrema e autoimposta. A bulimia é caracterizada por episódios recorrentes de binge eating seguido de tentativas de purgar o excesso por vômito ou uso de laxantes. Possíveis causas desses transtornos alimentares incluem fatores de personalidade como baixa autoestima, fatores sociais como uma ênfase cultural na magreza e mensagens culturais amplamente divulgadas que objetificam o corpo feminino e fatores biológicos como níveis baixos de serotonina. Resumo Leitura dos artigos: As razões da explosão de obesidade no Brasil - BBC News Brasil MOLINER, J.; RABUSKE, M. M. Rabuske. Fatores biopsicossociais envolvidos na decisão de realização da cirurgia bariátrica.Psicologia: Teoria e Prática, 2008, 10(2):44- 60. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ptp/v10n2/v10n2a04.pdf Depois da aula https://www.bbc.com/portuguese/brasil-39625621
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