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Região supra-hioidea Limites - Inferior: linha imaginaria que passa ao nível do osso hioide e vai até a margem anterior do musculo esternoclidomastoideo. - Superior: linha imaginaria que passa ao nível da margem inferior da mandíbula e vai até a margem anterior do musculo esternoclidomastoideo. Forma triangular, cuja base é ao nível do osso hioide e vértice no mento. Apresenta intimo contato e relação com a região sublingual (situa-se profundamente à região supra-hioidea). A região sublingual tem como limite superior a própria mucosa do assoalho oral. Ou seja, a região supra-hioidea tem relação com muitos procedimentos clínicos odontológicos. Deve-se observar com atenção os linfonodos presentes na região supra-hioidea, com exame clinico adequado. Edema na região de linfonodos supra-hioideos indica inflamação nos tecidos adjacentes. O exame clinico (exploração ou palpação) é feito com o mento o mais próximo possível da região anterior do pescoço, fazendo com que as estruturas da região supra-hioidea fiquem relaxadas. A partir daí o profissional, com os dedos, irá digitar a região, sentindo possíveis alterações e a presença de sintomatologia por parte do paciente. Se necessário intervenção na região supra- hioidea, o mento deve estar distante da região anterior do pescoço, o que faz com que as estruturas da região supra-hioidea fiquem distendidas. Dessa forma, o corte com o bisturi torna-se mais definido. Camadas da região supra-hioidea 1. Cútis Forra externamente a região. Presença de glândulas sebáceas e sudoríparas. Presença de pelos no gênero masculino (barba). 2. Tela subcutânea Subcamadas: - Externa: gordura - Interna: musculo platisma e fáscia superficialis (tecido fibroso que revesse o musculo platisma) Estruturas superficiais existentes na cútis e na tela subcutânea: o Arteríolas (ramos da artéria submentual) o Vênulas (drenam na veia jugular anterior de cada lado) o Vasos linfáticos (drenam nos linfonodos submandibulares, próximos a margem inferior da mandíbula) o Nervos: - Motor (ramo cervical do nervo facial): responsável pela movimentação do musculo platisma - Sensitivos (ramos do nervo cervical transverso) 3. Fáscia cervical (lâmina superficial ou de revestimento – continuação da lamina superficial fáscia cervical presente na região infra-hioidea) Existe didaticamente. Parte inferiormente do osso hioide e sobe em direção à margem inferior :a mandíbula ou em direção à linha milo-hioidea. Reforçando, a lamina superficial apresenta uma lamina externa e uma interna, que ao chegar em uma estrutura irá abrir-se, envolvê- la e depois juntar-se novamente. 4. Camada sub-aponeurotica Existe didaticamente. Ou seja, abaixo da aponeurose, que é a própria fáscia (tecido fibroso). Estruturas que pertencem à camada sub- aponeurotica: o Músculos supra-hiodeos o Glândulas submandibular e sublingual o Vasos o Nervos o Linfonodos Músculos da região supra-hióidea (4 pares) Musculo digástrico Musculo estilo-hioideo Musculo milo-hioideo Musculo gênio-hioideo – não está localizado na região supra-hioidea. Musculo digástrico Apresenta um ventre posterior, um ventre anterior e um tendão intermédio. Origem Incisura digástrica ou mastoidea (origem póstero-superior). A partir daí, suas fibras descem obliquamente e vão em direção ao osso hioide (porém não alcançam o mesmo). Próximo ao osso hioide, o ventre posterior transforma-se em um tendão, encurva-se para anterior e superior e se transforma no ventre anterior, que insere-se na fossa digastrica da mandíbula. No tendão há uma alça fibrosa que fixa-se ao osso hioide. Por isso, qualquer contração do musculo digástrico reflete em movimento do osso hioide (relação indireta, devido a presença da alça fibrosa que abraça o tendão e insere-se no osso hioide). Inserção Fossa digastrica da mandibula Ação Auxilia o abaixamento da mandíbula. Não é considerado um musculo da mastigação, porque tem uma relação indireta com o osso hioide através da alça fibrosa. Sempre que abaixa a mandíbula, automaticamente, o assoalho oral se encurta, porque no momento em que estou abaixando a mandíbula, a contração do musculo digástrico faz com que a alça fibrosa eleve o osso hioide. E elevando o osso hioide, encurta-se o assoalho bucal. Entre os dois ventres anteriores do digástrico, está uma área triangular delimitada em sua base pelo osso hioide. Essa região é chamada de região supra-hióidea média. Essa região tem como parede mais profunda o musculo milo-hioideo e é ocupada por grupos de linfonodos mediais. Musculo estilo-hioideo Vai do processo estiloide até o osso hioide. Em uma relação, na sua origem, anteromedial ao ventre posterior do digástrico. A partir daí as fibras do musculo estilo-hioide descem obliquamente e paralelamente ao ventre posterior do digástrico e torna-se anterior ao ventre posterior do digástrico (durante o trajeto para antero-inferior). Antes de inserir-se no osso hioide abre-se em dois feixes musculares, onde cada feixe abraça o tendão do musculo digástrico para depois se inserir no osso hioide. Por consequência, sua contração irá elevar o osso hioide, por ter relação direta com o osso hioide. Elevando o osso hioide, encurta-se o assoalho oral. Musculo milo-hioideo Parece o fundo de um barco (convexo para a região supra-hioidea). Tem fibras transversais. É considerado o diafragma do assoalho oral (se cortar a mucosa do assoalho oral, chega-se diretamente a ele). Origem Linha milo-hioidea Inserções Osso hioide e rafe (espessamento da fascia que reveste o musculo milo-hioide) que une os dois músculos milo-hioideos. Relações clinicas importantes Como proceder durane um diagnostico clinico – posição da raiz do segundo pré-molar inferior (o ápice das raízes está superiormente à linha milo-hioidea, na região sublingual). Se houver um abscesso no ápice desse dente com destruição óssea, irá haver extravasamento da coleção purulenta para a região sublingual. Entretanto, na região supra-hioidea revestida pela cútis irá ter uma elevação (edema). Portanto, a drenagem deve ser feita, preferencialmente, na região da cavidade oral, para evitar cicatrizes. O ápice do segundo molar inferior, por sua vez, encontra-se na região supra-hióidea. Nesse caso, a drenagem deve ser feita pela região supra-hióidea. Para evitar cicatriz (por acesso extra-oral) pode-se tentar fazer a drenagem desviando o musculo, pelo assoalho oral. Não tendo sucesso, a drenagem deve ser feita pela região supra-hióidea. Estruturas sublinguais (abaixo da mucosa do assoalho oral): o Prolongamento anterior da glândula submandibular o Glândula sublingual – imprime uma saliência na mucosa do assoalho oral (fóvea sublingual) o Nervo lingual – cruza com o ducto da glândula submandibular. o Nervo hipoglosso (XII) – forma um arco para superior o Veia lingual – paralela ao N. hipoglosso. o Artéria lingual – na profundidade do musculo hioglosso (fibras verticais, vai do osso hioide para a língua, sendo considerado um musculo da língua). Quando abaixa-se a mandíbula, eleva-se o osso hioide, o que encurta o assoalho oral. Quando introduz-se a moldeira para moldagem de arcada, pede-se para o paciente fecha um pouco a boca, para que ele possa relaxar as estruturas e o molde encaixar-se melhor nos espaços intraorais. Fechando a boca, baixa-se o osso hioide e aprofunda-se o assoalho oral, relaxando as estruturas sublinguais. Musculo gênio-hioideo Único musculo não localizado na região supra- hioidea e sim na região sublingual. Origem Espinhas genianas inferiores. Localizado sobre o musculo milo-hioideoaté atingir o osso hioide, onde se insere. Ação Elevar o osso hioide (para superior e anterior), encurtando o assoalho oral. Justamente acima dos músculos gênio-hioide e gênio-glosso encontra-se a língua. No espaço formado entre a mandíbula, a língua e os músculos gênio-glosso (musculo da língua que tem origem nas espinhas genianas superiores) e gênio-hioide (musculo supra- hioideo que tem origem nas espinhas genianas inferiores), encontram-se as estruturas sublinguais citadas anteriormente. Inervação dos músculos supra-hioideos Ramo do nervo facial (forame estilomastoideo) inerva o ventre posterior do digástrico (origem na incisura digástrico) e o musculo estilo-hioideo (origem no processo estiloide). Nervo milohioideo (ramo do nervo alveolar inferior, que entra no canal mandibular através do forame mandibular, e terceiro ramo do nervo trigêmeo), percorre o sulco milo-hioideo inerva o musculo milo-hioideo e ventre anterior do musculo digástrico. Nervo hipoglosso ou XII par crânico (único musculo de inervação motora que existe na região sublingual) musculo gênio-hioideo (presente na região sublingual). Glândula submandibular A fáscia cervical que reveste a glândula tem um nome próprio, chamado fáscia submandibular. O espaço delimitado por essa fáscia, que é ocupado pela glândula, é chamado de loja submandibular. Essa fáscia não apresenta aderência com o tecido glandular, ou seja, se cortar a fáscia, a glândula fica solta dentro da mesma. Septo interglandular (sub-maxilo-parotideo) corresponde a um espessamento fascial entre a fáscia que reveste a glândula submandibular (fáscia submandibular) e a fáscia que reveste a glândula parótida. Divisão da glândula submandibular Região supra-hioidea - Corpo (anterior) - Prolongamento posterior (vai em direção ao gonion) Região sublingual - Prolongamento anterior (encaixa-se sobre a margem posterior do musculo milo-hioideo) Faces da glândula submandibular Forma de um prisma triangular. Ínfero-externa: relaciona-se com a cútis, tela subcutânea, veia facial (faz parte do prolongamento posterior da glandula; drena no tronco venoso tiro-linguo-facial/linguo- facial – ou seja, o prolongamento posterior tem relação com a veia facial e o tronco venoso, uma vez que o tronco venoso está um pouco mais abaixo, mas também se relaciona com a face ínfero- externa da glândula submandibular). Externa: relaciona-se com a mandíbula, por meio da fóvea submandibular. Há uma pequena relação com o musculo pterigoideo medial através do prolongamento posterior e com os linfonodos submandibulares que estão em paralelo com a margem inferior da mandíbula (tanto pelo prolongamento posterior quanto pelo corpo). Relação com artéria facial (principal vaso que irriga superficialmente a face, profundamente é a artéria maxilar). Relação com a artéria submentual (ramo que parte da artéria facial) com o corpo da glândula submandibular. Veia sublingual (paralelamente à artéria sublingual). Supero-interna: relaciona-se com o tendão do musculo digástrico e o ventre posterior do digástrico, o musculo estilo-hioideo, milo-hioideo e o musculo hioglosso. Além disso, a face supero-interna relaciona- se, na profundidade, com as estruturas sublinguais presentes entre os músculos milo-hioideo e o hioglosso – glândula sublingual, nervo lingual, ducto da glândula submandibular, nervo hipoglosso e veia lingual, e artéria lingual (na profundidade do musculo hioglosso). Vide imagem abaixo. Ducto da glândula submandibular Parte do prolongamento anterior da glândula submandibular. Tem em torno de 5cm de comprimento e tem trajeto em direção à linha mediana. Nesse trajeto, cruza com o nervo lingual, tem relação com a glândula sublingual (estando medialmente a ela), onde recebe o ducto da glândula sublingual e abre-se na cavidade oral na papila sublingual, situada próxima ao freio lingual. Apesar de a fáscia submandibular não estar aderida à glândula, as relações vasculares do prolongamento posterior da glândula submandibular dificultam a remoção da glândula, pois há necessidade de dissecação. Portanto, uma cirurgia de glândula submandibular exige muita técnica e conhecimento. Glândula sub-lingual Da mesma forma que a glândula submandibular, a glândula sub-lingual também é considerada uma glândula salivar maior. Situa-se imediatamente abaixo da mucosa do assoalho oral, inclusive imprime uma saliência no assoalho oral quando eleva-se a língua, a prega sublingual. Relações: Superior: mucosa, com inúmeras microperfuracoes por onde também irá drenar a saliva secretada por ela (ou seja, além de secretar saliva por meio do ducto da glândula submandibular). Inferior: musculo milo-hióideo Anterior e lateral: relação com a mandíbula por meio da fóvea sub-lingual Posterior: prolongamento anterior da glândula submandibular e nervo lingual. Medial: ducto da glândula submandibular, nervo lingual (de lateral para medial) e músculos gênioglosso e gênio-hioideo (situados, ambos, medialmente à glândula sublingual). Linfonodos mediais – região supra-hioidea media Região supra-hioidea media – área triangular entre o osso hioide e os dois ventres anteriores do musculo digástrico, tendo em sua profundidade o musculo milo-hioideo. De 1 a 3 linfonodos sobre a musculatura do musculo milo-hioideo. Drenam vasos linfáticos que vem do lábio inferior e do mento. Portanto, qualquer inflamação nessas regiões causa o enfartamento desses linfonodos. Linfonodos laterais ou submandibulares Situam-se paralelamente à margem inferior da mandíbula. De 5 a 8 linfonodos submandibulares. Drenam vasos linfáticos que vem dos dentes inferiores, do assoalho oral e da face. Portanto, qualquer inflamação nessas regiões causa o enfartamento desses linfonodos. Linfonodos júgulo-digástricos Situam-se próximo a veia jugular interna e ao ventre posterior do musculo digástrico. Drenam vasos linfáticos provenientes do 1/3 posterior da língua, da tonsila palatina e da parte oral da faringe. Ex: amigdalite (causa enfartamento desse grupo de linfonodos). Artérias presentes na camada subaponeurótica (quarta camada) Artéria carótida externa - Emite os seguintes ramos para a região supra-hioidea: artéria tireóidea superior, artéria lingual e artéria facial (de inferior para superior). - Artéria facial Origem da carótida externa acima da origem da artéria lingual, medialmente aos músculos ventre posterior do digástrico e musculo estilo- hioideo. Nesse trajeto, imediatamente após sua origem da artéria carótida externa, emite dois ramos cervicais ascendentes – artéria palatina ascendente e artéria tonsilar, que vai para a região anterior da garganta. Seguindo seu trajeto anterior, a artéria facial penetra na loja submandibular, e dentro dessa emite ramos glandulares (de 3 a 4) que irrigam a glândula sublingual. Quando está dentro da glândula, pode imprimir um sulco na mesma ou até mesmo perfurar a glândula. Essa relação se dá pelo prolongamento posterior da submandibular. Além dos ramos glandulares, a artéria facial emite a artéria submentual para a região do mento. A partir daí a artéria facial sai da loja submandibular, atinge a margem inferior da mandíbula, contornando-a, ate chegar à face. - Artéria lingual Surge imediatamente acima da origem da artéria tireóidea superior (segundo ramo anterior da artéria carótida externa de inferior para superior). Posiciona-se na profundidade do musculo hioglosso, bem próximo do nível do osso hioide. Tendo um trajeto na profundidade do musculo hioglosso até atingir a língua, emitindo ramospara irrigar a musculatura lingual. Na imagem, observam-se duas áreas triangulares onde localiza-se o trajeto (na profundidade do musculo hioglosso) a artéria lingual. Em caso de cirurgia oral maior para remoção de língua, deve ser feito bloqueio (ligadura) na região supra-hióidea através de um desses triângulos (para que haja menor sangramento possível), preferencialmente o triangulo anterior, uma vez que o triangulo posterior situa-se próximo aos grandes vasos do pescoço. O triângulo anterior é delimitado pelo nervo hipoglosso (XII), o tendão do musculo digástrico e a margem posterior do musculo milo-hioide. - Veia lingual e nervo hipoglosso (XII) O nervo hipoglosso é um nervo motor que fornece inervação motora para a língua e para o musculo gênio-hioideo. Está separado da veia lingual pela fáscia cervical que esta revestindo essas estruturas. É interessante observar que ele se cruza sobre o feixe vascular do pescoço posteriormente (veia jugular interna e artéria carótida externa). É um aspecto importante a ser observado em aula pratica, para não confundir o nervo hipoglosso com o nervo lingual (localizado mais superiormente). A veia lingual, situada um pouco acima do nervo hipoglosso, drena todo o sangue venoso do assoalho oral e d língua para a veia jugular interna, normalmente indiretamente (por meio do tronco venoso tireo-linguo-facial ou linguo- facial). - Veia facial Drena o sangue da face. Na região da face, a veia facial situa-se posteriormente à artéria facial. Ao chegar à região supra-hioidea, ela recebe a veia submentual – a qual está paralela à artéria submentual – e tem um trajeto sobre a face ínfero-externa da glândula, drenando direta ou indiretamente na veia jugular interna (normalmente indiretamente, através do tronco venoso tiro-linguo-facial ou linguo-facial). - Nervo lingual (origem do nervo mandibular, V³). Origem na região infratemporal (na profundidade do ramo da mandíbula). Rente à face medial do ramo da mandíbula, desce obliquamente para anterior. Ao chegar à região sublingual, o nervo lingual é subgengival (está abaixo da gengiva que recobre a face distal do terceiro molar inferior). Quando chega à região sublingual, torna-se submucoso na parte mais posterior. Portanto, o nervo lingual é muito superficial, e em qualquer intervenção cirúrgica deve-se atentar para o deslocamento do retalho gengival e mucoso do assoalho oral sempre rente ao osso, deslocando junto o nervo lingual. A partir daí tem trajeto para medial, cruzando com o ducto submandibular, até chegar à língua, para a qual leva fibras sensitivas. Entretanto, na região infratemporal, o nervo corda do tímpano (que vem da orelha media, nervo facial e liga-se na parte mais alta da região infratemporal ao nervo lingual) leva para o nervo lingual fibras do sistema nervoso autônomo para o controle da secreção salivar e fibras gustatórias. Portanto, além da sensibilidade, o nervo lingual também leva fibras do nervo corda do tímpano e inerva (em seu trajeto) as glândulas submandibular e sublingual. Além disso, o nervo lingual também inerva a gengiva lingual da hemi-mandibula e a mucosa do assoalho oral. - Nervo milohióideo (ramo do N. alveolar inferior – V³) Cruza pelo sulco milohioideo no ramo da mandíbula e a partir daí atinge a superfície externa do musculo milohioideo, inervando-o, juntamente com o ventre anterior do digástrico (inervação motora).
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