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Geovanna Carvalho T30 - UFCA 1 SULFONAMIDAS . → Primeiros agentes quimioterápicos eficazes utilizados por via sistêmica. - Os derivados sulfonamídicos geram 3 classes de medicamentos: diuréticos inibidores da anidrase carbônica, sulfas antimicrobianos e sulfas anti-glicemiantes orais. - Toda sulfa pode gerar alergias → há reação cruzada entre as 3 classes. → Principal característica das sulfas: resistência bacteriana, pois foi o primeiro antimicrobiano a entrar no mercado. - Muito usado em associação para reduzir a resistência OBS.: 4 Principais classes de bacteriostáticos: sulfas, macrolídeos, tetraciclinas e cloranfenicol MECANISMO DE AÇÃO . - As bactérias muitas vezes necessitam produzir ácido fólico e para isso usam como substância precursora o PABA (ácido paraminobenzóico). - PABA → Ácido fólico - Sulfas tem uma estrutura química muito semelhante a do PABA, logo seu mecanismo de ação baseia-se competindo com o PABA pela ligação na síntese de ácido fólico na bactéria → sulfas são antagonistas competitivos do PABA → mecanismo bacteriostático - Sem ácido fólico a bactéria se torna inerte → não tem divisão, não tem metabolismo OBS.: No ser humano as sulfas não tem esse mecanismos, pois o ser humano não produz ácido fólico. → A síntese de ácido fólico na bactéria possui 2 fases principais: 1. PABA é convertido em Dihidrofolato (etapa essencial na produção de purinas e síntese de ácidos nucleicos) → a enzima que realiza esse processo é a diidropteroato sintase → inibida pelas sulfas 2. Dihidrofolato é convertido em Tetrahidrofolato (ácido fólico ativo) → enzima responsável é a dihidrofolato redutase → Trimetoprim (sinérgico com as sulfas) age inibindo a enzima. → Bloqueio sequencial que impede que a bactéria produza material genético → sem metabolismo → sem divisão bacteriana. → Mecanismo bacteriostático OBS.: associações para potencializar o bloqueio sequencial: Tratar bactéria → sulfa + Trimetoprima Tratar protozoário → Sulfa + Pirimetamina RESISTÊNCIA . - Microrganismos susceptíveis às sulfas devem usar PABA para formar o ácido fólico - Mutações bacterianas --> superprodução de PABA (sulfa não bloqueia tudo) - Diidropteroato sintetase com menor afinidade à sulfa - Bomba de efluxo - Diminuição da penetrabilidade do ATM → ex.: reduz porinas → Não apresenta resistência cruzada com outras classes ESPECTRO DE AÇÃO . → Elevada resistência - Atividade contra Streptococcus, Haemophilus, Nocardia, Chamilia trachomatis e alguns protozoários. - Para Nocardia (Gram + que acomete principalmente trato resp.) as sulfas são primeira escolha --> Nocardiose - Resistência crescente - Neisseria, E. coli, Shigella Geovanna Carvalho T30 - UFCA 2 - Naturalmente resistentes → Pseudomonas, anaeróbios USOS CLÍNICOS . - Infecção urinária não complicada pro E. coli sensível (paciente pediátrico) - Infecção intestinal simples - Infecção respiratória simples - Nocardiose - Malária (Protozoários) → sulfas são esquizonticidas sanguíneos - Toxoplasmose - Pneumocystis (Fungo) --> sulfa é tratamento de escolha CLASSIFICAÇÃO . → Divididas em 2 grandes grupos: absorvidas e não absorvidas (tópicas) 1. Sulfas absorvidas por via oral: - Ação curta: Sulfisoxazol (5-6h) - Ação média: Sulfametoxazol, Sulfadiazina (11 - 10h) - Ação prolongada: Sulfadoxina (100 - 230h) OBS.: mais utilizadas: Sulfametoxazol (oral) e Sulfadiazina (de prata) OBS.: sulfametoxazol + trimetoprima / sulfadiazina tem apresentação oral e tópica (associada com prata) FARMACOCINÉTICA . - Parcialmente absorvidas por via oral (ativas no lúmen) - sulfassalazina → in vivo ela se quebra em 2 substâncias: salicilato (anti-inflamatório e analgésico) que é absorvido + sulfa propriamente dita que não é absorvida mas tem a ação tópica. → ao mesmo tempo antimicrobiano e anti-inflamatório - Absorvidos e excretados rapidamente: sulfisoxazol, sulfametoxazol e sulfadiazina - Uso tópico: sulfadiazina de prata, sulfacetamida - Ajustar a dose na doença renal → quando a sulfa é absorvida. - Absorção oral - 70 - 100% - Intestino delgado é o principal local de absorção - Bem distribuídas pelas tecidos - SNC - 10-80% da concentração plasmática → mas não é usado para tratar infecção central pela alta resistência - Atravessam facilmente a placenta → a criança quando nascer pode estar com uma alta concentração de sulfas, as quais têm uma alta ligação com proteínas plasmáticas → isso pode deslocar a bilirrubina das pps → bilirrubina livre por gerar querníctero (encefalopatía bilirrubínica) - Sulfadiazina - apresenta concentrações terapêuticas no LCR mas devido a resistência elevada não se trata infecção central obs.: todas as sulfas de maneira geral podem precipitar em urina ácida → cristalúria → gera processo inflamatório - Sulfadiazina (V.O) → urina alcalinizada acelera eliminação e reduz a cristalúria - Hidratar paciente → diminui o risco de cristalúria - Gravidez categoria D → Não se recomenda sulfa para grávidas SULFAMETOXAZOL . → maior duração de ação → Uso associado com trimetoprima → para aumentar o espectro e reduzir resistência (gravidez - categoria D) Geovanna Carvalho T30 - UFCA 3 SULFADOXINA + PIRIMETAMINA . → Meia vida longa: indicado para tratar protozoários → uso clínico: malária (P. falciparum) resistente à mefloquina → Maior risco de síndrome de Stevens-Johnson OBS.: duas classes de antimicrobianos que mais causam alergias: betalactâmicos e sulfonamidas SULFISOXAZOL . → Rápida eliminação - menor toxicidade renal → elevadas concentrações urinárias (bactericida) → Gravidez - categoria C/D → excretado no leite materno: < 2 meses (Kernicterus) → Posologia: 2 - 4g/ 4X dia V.O (infecção urinária) obs.: um fármaco bacteriostático pode ser bactericida dependendo da dose e concentração. SULFASSALAZINA . → Usos clínicos: V.O - Colite ulcerativa, enterite (doença inflamatória intestinal) - 3-4g 3Xdia - Artrite reumatoide → Pediatria indicado para maiores de 6 anos → Gravidez categoria B (1 e 2 trimestre) → a termo torna-se categoria D → risco de kernicterus → Clivada pela microbiota intestinal: sulfapiridina (antimicrobiano tópico) + 5-ASA (ácido 5-aminosalicílico - anti-inflamatório) obs.: salicilatos têm propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e imunomoduladoras → uso para artrite reumatoide → Reações adversas: - anemia, hemólise, artralgias e infertilidade - reduz absorção de ácido fólico (defeitos no tubo neural no feto) - não indicada durante amamentação - reduz absorção de digoxina (competição) OBS.: reações adversas mais comuns para todas as sulfas → alergias e alterações hematológicas. SULFADIAZINA DE PRATA . → A prata é bactericida + o efeitos bacteriostático da sulfa - associação para melhorar o espectro de ação → Profilaxia de infecções em queimaduras → creme 1% - 12h/12h → Efeitos adversos: dor, queimação, rash, necrose dermatológica → Contra-indicada: gravidez a termo, prematuras, 2 meses de vida → Gravidez - B (contra-indicado no último trimestre) TRIMETOPRIMA . → Pouco usado isoladamente → Meia vida similar ao do sulfametoxazol → proporção ideal na associação - 1 T : 5 S → Uso oral ou E.V; Eliminação renal → Usos clínicos: - Infecções agudas do TU (E. coli, Enterobacter spp, K. pneumoniae, Proteus mirabilis, Staphylococcus spp coagulase negativo SULFAMETOXAZOL + TRIMETOPRIMA . → Sulfametoxazol + trimetoprima = bactrim → Usos clínicos: - infecções do trato urinário - Pneumonia por Pneumocystis jiroveci (fungo) → oral para profilaxia em pacientes com decaimento imunológico / E.V para tratar a doença já instalada - Diarreia do viajante (Escherichia coli enterotoxigênica), shiguelose, norcadiose → Posologia:160mg T/ 800mg S 12/12h; crianças 8mg/Kg T + 40mg/Kg S 12/12h → Reações adversas: Geovanna Carvalho T30 - UFCA 4 - Náuseas e vômitos, cefaleia, anemia megaloblástica, leucopenia e granulocitopenia, reações alérgicas OBS.: - sulfa isolada → infecção urinária simples (pediátrico) - sulfa + trimetoprima → Pneumocystis - sulfadiazina + pirimetamina → protozoários (toxoplasmose, malária, leishmaniose) USOS TERAPÊUTICOS DOS REPRESENTANTES. 1. Infecção urinária - elevada resistência; uso pediátrico - Sulfa + trimetoprima: preferencial - Sulfisoxazol → cistite 2. Nocardiose (infecção por Gram +) - Infecção que acomete mais os pulmões e raramente → pele e SNC - sulfa + trimetoprima - preferencial - em casos graves → associar com imipenem, amicacina ou linezolida 3. Toxoplasmose - Sulfa + pirimetamina e reposição de ácido fólico já ativo (folinato ou ácido folínico) para reduzir efeitos adversos. - O ser humano não converte BAPA em ácido fólico, mas converte diidrofolato em tetraidrofolato → possui a enzima diidrofolato redutase que pode ser inibida pelo uso de sulfas. REAÇÕES ADVERSAS GERAIS DAS SULFONAMIDAS . - Febre, erupções cutâneas, dermatite esfoliativa, fotosensibilidade, urticária, náusea, vômitos, diarreia e ocasionalmente síndrome de Stevens-Johnson (erupção cutânea e mucosa severas - fatal) - Outras: estomatite, conjuntivite, artrite. (raros) - Trato urinária: precipitam em urina ácida → cristalúria, hematúria, obstrução - Volume urinário diário ideal - 1200ml - Cristalúria é mais raro com sulfonamidas mais solúveis (ex.: sulfisoxazol) - prevenção da cristalúria: Ingestão de líquidos, bicarbonato (alcalinização da urina) - Distúrbios hematopoiéticos - anemia aplástica (bloqueio da medula), hemolítica (rompimento da hemácia), granulocitopenia, trombocitopenia. - Reações hemolíticas → + comuns em pacientes com deficiência eritrocitária de glicose-6-fosfato desidrogenase - Querníctero (encefalopatia bilirrubínica) em recém nascidos