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CONDUTA NUTRICIONAL NA PANCREATITE AGUDA ● Definição: o É frequentemente uma inflamação autolimitada do pâncreas com excelente prognóstico. o Contudo, além de se caracterizar por absorção reduzida de nutrientes, pode ocorrer exuberante síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) e complicações tardias que variam desde infecções hospitalares e falências orgânicas até o óbito. ● Indicação da TN na PA: o Gravidade da doença: ▪ Monitoramento frequente para detectar alterações na gravidade da PA. o Grau de desnutrição: ▪ Reavaliação das necessidades nutricionais semanalmente. ● Nutrição na PA leve e moderada: o Dieta liquida x dieta sólida o Tradicionalmente, a dieta é líquida e hipolipídica o Atualmente, dieta regular, moderada em lipídios (<30% VET) – PRECOCE 1º passo – 2 a 5 dias JEJUM: - tratar a causa da pancreatite - reposição de líquidos e eletrólitos EV - analgésicos 2º passo – 3 a 7 dias Sem dor Redução de enzimas DIETA PARA A REALIMENTAÇÃO: - rica em CHO - moderada em PTN - moderada em GORDURA 3º passo DIETA NORMAL o Nutrição na PA leve – início da TN: ▪ Na PA leve, a TN só deve ser considerada com o desenvolvimento de complicações inesperadas ou se existir dificuldade de progressão da dieta por via oral dentro de 7 dias. ● Histórico e avanços da TN na PA moderada e grave: o Terapia nutricional parenteral (1968) terapia nutricional enteral (1980) – posicionamento jejunal, dieta oligomérica terapia nutricional enteral – posicionamento gástrico, dieta polimérica. ▪ ASPEN: via gástrica ou jejunal; polimérica padrão. ▪ ESPEN: gástrica; jejunal se houver intolerância; oligomérica. Polimérica pode ser testada e utilizada se houver tolerância. o Atualmente, a TNE é a primeira escolha ● Pancreatite aguda grave: o Objetivos da TN na PA grave: ▪ 1. Prevenir atrofia da mucosa e manter a integridade do intestino, evitando o aumento da permeabilidade intestinal. ● Fornecimento de nutrientes no lumen intestinal – TN ● Em quase todos os pacientes com PA nutridos com TNE, ocorre estimulação silenciosa da secreção pancreática exócrina ● Cerca de 20% dos pacientes apresentarão exacerbação dos sintomas no inicio da NE, com dor abdominal, aumento da amilase e lipase, porem, de forma leve e não complicada. ● Entretanto, cerca de 4% dos pacientes mostram exacerbação da SIRS em resposta à TNE, com leucocitose, febre e dor abdominal. ● Uma vez iniciada a TNE, os pacientes devem ser monitorados de perto para qualquer evidencia de intolerância. ● Dor abdominal, náuseas, vômitos, flatulência excessiva, aumento da lipase e amilase ● Estratégias devem ser usadas para melhora a tolerância, antes da transição para TNP. ▪ 2. Modular a resposta imunológica e atenuar o estresse oxidativo reduzindo a gravidade da doença: início precoce da TNE. ● Ainda, se TNE pode manter a barreira intestinal, é justificável iniciar a TNE o mais precoce possível. ● TNE precoce é um dos meios mais importantes e mais bem-sucedidos em alterar favoravelmente o desfecho do paciente em uma doença em que a infecção e a insuficiência de múltiplos órgãos são comuns. ▪ 3. Minimizar o catabolismo, evitando o desenvolvimento da desnutrição energético-proteica ou seu agravo. o Objetivos promissores da TN na PA moderada/grave: ▪ Equilibrar o paciente do ponto de vista imuno-inflamatório (TNE especializada). ▪ NÃO RECOMENDADAS: fórmula enteral imunomoduladora; AG ômega-3: TNO, TNE, TNP; glutamina na TNE o Contraindicações da TNE: ▪ Obstrução do TGI, isquemia intestinal, impossibilidade de acesso ao TGI ou intolerância gastrointestinal documentada que não pode ser amenizada com alteração do tipo ou conteúdo da dieta, ou do seu nível de infusão (estomago ou intestino), ou método de administração da dieta. ▪ Infusão continua – melhora na tolerância ▪ Se for usada a TNP: ● Associa-la com NE “trófica” mínima ● 10 a 20ml/h administração continua OU ● 10ml/h = 30ml a cada 3h pela administração intermitente o Quais pacientes com PA requerem terapia nutricional precoce após admissão: ▪ Pacientes com PA moderada a grave devem iniciar TNE trófica (naso/oroentérica), avançando para atingir a meta após ressuscitação volêmica completa (dentro de 24 a 48h após admissão hospitalar). o PA grave e TCM – triglicerídeos de cadeia média: ▪ Todos os estudos que comparam a TNE e TNP utilizaram formulas com percentuais de TCM de 39% a 69%. ▪ Os guidelines das ESPEN recomendam maior contração de TCM na formula de TNE. ▪ O estimulo mais potente à secreção de enzimas pancreáticas é a gordura, e os TCL tem efeito maior do que TCM – composição da dieta pode melhorar a tolerância e possibilitar a continuidade da TNE. o Pancreatite aguda grave – paciente crítico: ▪ Peso corporal seco ou usual ● 25 a 30 kcal/kg/d (normocalórica – paciente adulto crítico) ● 1,2 a 2,0 g proteína/kg/dia (hiperproteica) ▪ Obesidade: ● 11 - 14 kcal/kg peso atual/dia para pacientes com IMC de 30-50 ● 22 – 25 kcal/kg peso ideal/dia para pacientes com IMC>50 ▪ 1,5 a 2,0 g/kg/d (hiperprotéica) – atenção nos casos de insuficiência hepática e renal ▪ Obesidade: ● 2,0g/kg peso ideal/dia quando IMC de 30-40 ● 2,5g/kg peso ideal/dia quando IMC≥40 CASO CLÍNICO - PANCREATITE AGUDA GRAVE MARCADORES BIOQUIMICOS: Glicemia alta – comprometimento insulina Quadro inflamatório 1. Quais as limitações para o diagnóstico nutricional? Paciente sedada, com ventilação mecânica. Provavelmente, ela deve estar edemasiada, devido ao estresse metabólico. 2. Considerando as limitações para o diagnóstico nutricional, qual a alternativa para o planejamento da terapia nutricional da paciente? IMC: 24kgm² - eutrofia; objetivo da TN será a manutenção do estado nutricional da paciente. 3. Considerando a recomendação calórico-proteica para pacientes gravemente enfermos 25kcal/kg/dia e 1,5g/kg/dia, calcule a meta calórico-proteica a ser atingida na terapia nutricional da paciente. VET: 1450 kcal/dia; Ptn: 87g/dia – 24% do VET 4. Considerando os quatro primeiros dias de internação, qual a melhor opção em relação ao grau de hidrólise da dieta enteral? Quadro clinico gravo, a equipe médica escolheu sonda jejunal, com isso, é interessante USAR DIETA OLIGOMÉRICA, devido as intolerâncias que ela possa apresentar. 5. Considerando que a dieta enteral prescrita possuía densidade calórica de 1kcal/mL e 24% de proteínas e, ainda, o volume de dieta que estava sendo infundido e a evolução do quadro clínico, qual sua conduta? É interessante iniciar com a TNP, visto que a paciente consome 600kcal, porem ela precisa de 1650kcal/dia, com isso, é preciso complementar com a NP as 850kcal que faltam. Em termo de proteína, ela está consumindo 36g, mas ela precisa de 87g/dia. 6. Como proceder para evitar a hiperalimentação quando da associação da terapia enteral com a parenteral? NE fornece 600kcal, que ela está aceitando, e a NP oferece 850kcal, que é o que ela está precisando, para evitar a hiperalimentação. 7. Considerando que foi prescrita a seguinte solução parenteral 3:1, avalie a adequação nutricional: aminoácidos a 10% 500mL, glicose a 50% 250mL e lipídios (triacilgliceróis de cadeia longa) a 20% 100mL. - Aminoácido a 10% 500mL = 50g de aminoácidos e 200Kcal (1g=4kcal) - Glicose a 50% 250mL = 125g de glicose e 425 kcal (1g=3,4kcal) - Lipídios (triacilgliceróis de cadeia longa) a 20% 100mL = 200kcal (1mL=2kcal) - Total de 825kcal e 50g proteínas - Relação kcal não-proteíca/grama de nitrogênio = 78,1:1 – valor próximo da faixa considerada adequada para pacientes graves (80 a 100:1) - Considerando a administração de 600kcal e 36g proteínas por via enteral, pode-se concluir que a associação das vias atende à 8. Após o procedimento cirúrgico, qual a melhor opção para a terapia nutricional da paciente? Manutenção da TNP até que a TNE seja suficiente para a paciente, ou seja, acima de 70% do VET.
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