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1. Teoria Geral das Provas 1.1 Prova Prova é o meio pelo qual se evidencia o fato. Objetivo: formar o convencimento do juiz Objeto da prova: é um fato, mas nem todo fato precisa ser provado, como, por exemplo, fatos notórios (natal, governador), evidente/axiomáticos (cadáver) e fatos inúteis. O fato incontroverso (uma parte alega e a outra confirma), no Processo Penal, precisa ser provado, uma vez que a confissão do réu, por si só, não autoriza a sua condenação. 1.2 Ônus da prova Pode-se dizer que o inciso I do art. 156 do CPP é inconstitucional, considerando que ele viola o sistema acusatório e a inércia da jurisdição, uma vez que o juiz não pode praticar, de ofício, ato antes da instauração da ação. Prova disso é que não pode ser decretada prisão temporária/preventiva de ofício na fase de inquérito policial. Entretanto, no curso do processo, o juiz poderá determinar diligência para esclarecer dúvida, mas não poderá determinar produção de prova de ofício (inciso II). Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. Assim, o ônus da prova incumbe a quem a fizer. A doutrina clássica/tradicional ensina que a parte autora deve provar o fato constitutivo do seu direito (fato e autoria) e a defesa um fato impeditivo, extintivo (excludentes de ilicitude/culpabilidade) ou modificativo do direito. Já a corrente mais moderna diz que a defesa não precisa provar nada, uma vez que a Constituição Federal consagra a presunção da inocência. Logo, é o órgão acusador que deve quebrar essa presunção. Ademais, a defesa não faz alegação, apenas se defende. 1.3 Sistemas de avaliação da prova 1º - Sistema da Certeza Legal ou da Prova Tarifada: o julgador não tem liberdade na análise da prova, uma vez que a prova já vem valorada pelo legislador e o julgador passa a ser apenas o seu aplicador. Um exemplo é a confissão, chamada de rainha das provas. São resquícios desse sistema no CPP: o estado das pessoas, como, por exemplo, o casamento provado apenas por certidão de casamento; a obrigatoriedade do exame de corpo de delito direto (o perito tem contato imediato com o corpo de delito) ou indireto (feito através de prova testemunhal – art. 167 do CPP) em crimes não transeuntes, ou seja, que deixam vestígios. Ressalta-se que a falta de exame de corpo de delito é caso de nulidade absoluta, conforme prevê o art. 564, III, “b”, do CPP. Contudo, a jurisprudência entende que o juiz ao invés de reconhecer a nulidade, deve, desde já, absolver o réu por falta de prova da materialidade. Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil. Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. 2º - Sistema da Íntima Convicção: julgador tem liberdade para decidir, contudo essa decisão não precisa ser fundamentada. A decisão dos jurados no Tribunal do Júri é um exemplo de resquício desse sistema no CPP. 3º - Sistema do Livre Convencimento Motivado/persuasão racional: o julgador tem plena liberdade para decidir, contudo deve fundamentá-la. Foi o sistema adotado pelo legislador pátrio, conforme prevê o art. 93, IX da Constituição Federal e art. 155, caput, do Código de Processo Penal. 1. Teoria Geral das Provas
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