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RESUMO AGENTES PÚBLICOS

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Prof. Alexandre Levin – Direito administrativo 
 
TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS. 
 
Agentes Públicos 
 
I. Espécies de agentes públicos – agentes políticos e servidores públicos 
estatutários 
 
Vou iniciar apresentando a você o conceito de agente público. 
Acompanhe. 
Agente Público: toda pessoa física que presta serviços à Administração Pública, ou seja, 
que desempenha função estatal. 
 
Esse é um conceito bastante amplo, que abrange todas as categorias de agentes que 
exercem algum tipo de função pública (função administrativa, função legislativa, função 
jurisdicional). 
Em outras palavras, agente público é a pessoa por meio da qual o Estado atua. 
A definição de agente público é útil porque permite identificar os agentes que podem 
ser responsabilizados pela prática de atos de improbidade administrativa, nos termos 
da Lei nº 8.429/92. 
Confira o que diz essa lei a respeito: 
 
Lei 8.429/92, art. 2°. Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele 
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, 
cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. 
 
Você pode perceber que o conceito de agente público constante da Lei de Improbidade 
Administrativa é bastante amplo – abrange todas as categorias de agentes públicos. 
Mas que categorias são essas? 
Acompanhe no quadro a seguir. 
 
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TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS. 
 
“Agentes públicos”: a) agentes políticos; b) servidores públicos; c) militares; d) 
particulares em colaboração com a Administração 
 
Vamos abordar, primeiramente, duas dessas espécies: os agentes políticos e os 
servidores públicos estatutários. 
Comecemos pelos agentes políticos, que são os agentes que desempenham as funções 
públicas de ordem superior, as atividades de direção do Estado previstas diretamente 
na Constituição da República. 
Acompanhe no quadro a seguir quem são os agentes políticos, de acordo com a nossa 
Constituição Federal: 
 
Agentes Políticos 
 
a. Chefes do Poder Executivo: a) Presidente da República; b) Governadores; c) 
Prefeitos e seus respectivos vices 
b. Auxiliares imediatos dos Chefes do Poder Executivo: Ministros, Secretários 
Estaduais e Secretários Municipais 
c. Membros do Poder Legislativo: Senadores, Deputados Federais, Deputados 
Estaduais e Vereadores 
 
 
Obs.: Para parte minoritária da doutrina: membros da Magistratura (juízes, 
desembargadores, ministros dos tribunais superiores) e do Ministério Público 
(promotores, procuradores da República) também seriam agentes políticos 
 
 
Perceba que, com exceção dos ministros e secretários estaduais e municipais, todos os 
agentes políticos são investidos no cargo por meio de eleição, isto é, cumprem um 
mandato que lhes é outorgado pelo povo; são mandatários do povo, eleitos pelo voto 
popular. 
Por outro lado, a competência desses agentes é definida diretamente pelo Texto 
Constitucional. Por exemplo, as atribuições do Presidente da República estão 
disciplinadas pelo art. 84 da Constituição. 
Ou seja, as funções dos agentes políticos não são reguladas pelo mesmo estatuto legal 
que rege as atividades dos servidores públicos em geral. Na instância federal, por 
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exemplo, a Lei 8.112/90, que é o Estatuto dos Servidores Públicos Federais, não se aplica 
ao Presidente da República e a seus Ministros. 
Em matéria de responsabilidade pelo cometimento de ilícitos administrativos, o 
Presidente da República e seus Ministros não se sujeitam ao processo disciplinar da Lei 
8.112/90, e sim ao processo de “impeachment”, regulado pela Constituição Federal 
(arts. 85 e 86) e pela Lei Federal 1.079/50, que é o diploma legal que define os crimes 
de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento. 
Os deputados e senadores também têm regras próprias de responsabilização e perda 
do mandato, definidas pelo art. 55 da Constituição Federal. 
São amostras que provam que a disciplina legal aplicável aos agentes políticos não é a 
mesma da que se aplica aos servidores públicos em geral. 
E isso tem uma razão de ser: a importância das funções exercidas pelos agentes políticos, 
que são representantes do povo na condução do Estado brasileiro. 
Pois bem. 
Vamos agora examinar outra categoria de agente público: o servidor público estatutário. 
Veja a definição a seguir: 
 
Servidor público estatutário é aquele que está vinculado à Administração por meio de 
um regime legal, estatutário. São ocupantes de cargos públicos. 
 
A vida funcional do servidor estatutário está toda regulada por um estatuto, e não por 
um contrato de trabalho firmado com a Administração Pública. 
Imagine sua aprovação em um concurso para o provimento de um determinado cargo 
público. 
A partir do momento em que você tomar posse, você assumirá todos os deveres 
previstos na lei que cria e define as atribuições do ocupante daquele cargo. Sua 
remuneração, seus direitos, garantias, responsabilidades estarão todos definidos 
legalmente. Não existirá possibilidade de negociação com seu novo empregador. 
No regime estatutário não há relação contratual de trabalho. Horários, funções, 
vantagens pecuniárias, é tudo definido de forma unilateral, pela lei. 
 
PERGUNTA: Mas esse regime legal ao qual o servidor adere pode ser alterado 
posteriormente? 
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Sim, pode. 
O regime estatutário é definido unilateralmente e pode ser modificado unilateralmente 
também. Basta a lei que regula o cargo ser alterada. 
Por exemplo, a lei que regula o cargo de analista judiciário pode ser modificada e deixar 
de prever determinado tipo de vantagem pecuniária. O ocupante do cargo deve aceitar 
as novas regras, pois está sujeito a um regime jurídico-administrativo, criado e regido 
de forma unilateral. 
Mas há duas observações que precisamos fazer a respeito desse assunto: 1ª) a alteração 
estatutária não pode prejudicar direitos adquiridos do servidor (CF, art. 5º, inc. XXXVI); 
e 2ª) não pode haver redução da sua remuneração (CF, art. 37, inc. XV). 
Por exemplo, imagine que, na data em que o servidor tomou posse, a lei que regulava o 
cargo previa que a cada cinco anos o agente teria direito a um adicional de 10% sobre o 
vencimento-base (o chamado “quinquênio”). Agora vamos supor que, passados doze 
anos da posse, esse adicional veio a ser extinto, ou seja, o servidor não terá mais esse 
acréscimo ao seu salário a cada cinco anos. 
Ora, a lei que extinguiu o adicional não pode retroagir para retirar os dois “quinquênios” 
que já estão incorporados à remuneração do servidor – ele exerce o cargo há mais de 
dez anos e tem, portanto, direito a dois quinquênios. 
Ou seja, a extinção da vantagem valerá da data da edição da nova lei para frente (ex 
nunc). Ele não conquistará mais nenhum adicional a cada cinco anos trabalhados, mas 
os que ele já conquistou não podem ser retirados do seu patrimônio – configuram 
direito adquirido. 
 
O servidor estatutário tem direito à estabilidade no cargo, ou seja, fica sempre 
protegido contra possível exoneração? 
 
Veja bem: há duas espécies de servidores estatutários: a) servidor titular de cargo 
efetivo; e b) servidor titular de cargo em comissão. 
Apenas o agente que ocupa cargo efetivo tem direito à estabilidade, após três anos de 
exercício e depois de aprovado no estágio probatório. 
Veja o que diz a Constituição Federal a respeito: 
 
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CF, art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados 
para cargo de provimento efetivo em virtude de concursopúblico. 
(...) 
§4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial 
de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. 
 
 
Então essa estabilidade prevista na Constituição só vale para o servidor estatutário 
titular de cargo efetivo, que ingressa nos quadros da Administração mediante concurso 
público. 
Ou seja, vc presta o concurso, toma posse, inicia exercício e depois de três anos, se for 
aprovado no estágio probatório, conquistará a tão almejada estabilidade. 
 
O que significa exatamente esse direito à estabilidade no cargo? O servidor estável 
jamais poderá ser demitido ou exonerado? 
 
A resposta para essa pergunta está na própria Constituição Federal. Vamos a ela: 
 
CF, art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para 
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. § 1º O servidor público 
estável só perderá o cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei 
complementar, assegurada ampla defesa. 
 
Além dessas hipóteses há uma outra, prevista no art. 169, §4º, da Constituição Federal. 
Ela pode ocorrer em situações em que a Administração Pública ultrapassa os limites de 
gastos com pessoal. Após o corte de parte das despesas com cargos e funções de 
confiança, os servidores estáveis poderão perder seus cargos, de acordo com lei 
específica, a fim de que as despesas sejam readequadas aos respectivos limites. 
Já o servidor estatutário titular de cargo em comissão (comissionado) não tem direito à 
estabilidade, pois ocupa um cargo de livre provimento e exoneração (cargo de 
confiança). Não presta concurso para ingressar na Administração Pública – é nomeado 
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diretamente pela autoridade competente e pode ser exonerado por ela a qualquer 
momento, sem necessidade de motivação (exoneração ad nutum). 
Veja o que diz a Constituição Federal a respeito: 
 
CF, art. 37. (...) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação 
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza 
e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as 
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; 
(...) V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de 
cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira 
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às 
atribuições de direção, chefia e assessoramento. 
 
Vamos fixar bem: os cargos em comissão são de livre nomeação e exoneração, mas um 
percentual desses cargos precisa ser preenchido por servidores de carreira, ou seja, 
servidores concursados. Cada ente da Federação deve definir por lei específica esse 
percentual. 
Perceba que a Constituição quis prestigiar o provimento de cargo por meio de concurso 
público. A regra é o concurso. O preenchimento de cargos públicos sem concurso é algo 
excepcional, voltado apenas para atribuições de direção, chefia e assessoramento. 
 
II. Espécies de agentes públicos – empregados públicos 
 
Nesta aula vamos estudar uma dessas espécies de agentes: os empregados públicos, 
ocupantes de empregos públicos. 
Os empregados públicos são servidores contratados sob o regime da legislação 
trabalhista, que é composta pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT - Decreto-lei nº 
5.452/1943) e pelas demais normas que compõem o direito trabalhista. 
Pode-se dizer que o regime jurídico dos empregados públicos equivale, em linhas gerais, 
à disciplina legal aplicável aos empregados da iniciativa privada, que corresponde ao 
chamado regime celetista. 
Digo em linhas gerais porque, em relação aos empregados públicos, o direito do trabalho 
não é aplicado integralmente, mas sim com as alterações impostas pela Constituição 
Federal. 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%205.452-1943?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%205.452-1943?OpenDocument
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Assim, por exemplo, a investidura em emprego público depende de aprovação em 
concurso, nos termos do que dispõe a Constituição Federal. 
Acompanhe: 
 
CF, art. 37, II. “a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação 
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza 
e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as 
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração” 
 
Ou seja, o regime é celetista, mas para assumir um emprego público o agente precisa 
ser previamente aprovado em um concurso de provas ou de provas e títulos. Podemos 
dizer, portanto, que, o regime jurídico-trabalhista do emprego público é derrogado por 
normas de direito público. 
A gente diz que o vínculo que o empregado público mantém com o Estado é contratual, 
ao contrário do servidor titular de cargo público, que mantém com a Administração o 
vínculo estatutário, isto é, regulado inteiramente pela lei. 
Pois bem. 
Interessante a gente lembrar que o regime celetista é o regime aplicado às empresas 
públicas e sociedades de economia mista, que são entidades da Administração Indireta 
também conhecidas como empresas estatais. 
Observe que na Administração Direta também podem existir empregados públicos, 
especialmente se contratados antes de 1988, ano em que a Constituição Federal 
instituiu o regime jurídico único. 
Nas estatais, entretanto, o regime celetista é obrigatório. 
Veja o que diz a respeito o art. 173, §1º, inc. II, da Constituição Federal. 
 
CF, art. 173, § 1º. A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da 
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade 
econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, 
dispondo sobre: (...)II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, 
inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. 
 
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Assim, se você for aprovado em um concurso do Banco do Brasil, da Petrobrás, da Caixa 
Econômica Federal ou dos Correios, por exemplo, você ocupará um emprego público, e 
sua vida funcional será regida pelo direito do trabalho, ou seja, você será um servidor 
celetista. 
Por outro lado, se você for aprovado em um concurso para analista ou técnico judiciário, 
você passará a ocupar um cargo público efetivo, será um servidor estatutário, já que 
seus direitos e deveres funcionais serão regidos por estatutos próprios: a Lei Federal nº 
11.416/2006, que dispõe sobre as carreiras dos Servidores do Poder Judiciário da União, 
e a Lei nº 8.112/90 (Estatuto dos Servidores Públicos Federais). 
Mas o concurso público, repita-se, é exigido tanto para a investidura em cargo quanto 
em emprego público. 
 
PERGUNTA: o servidor celetista tem direito à estabilidade no emprego? 
 
Não se pode dizer que o empregado público (servidor celetista) tem o mesmo direito à 
estabilidade de que goza o titular de cargo público efetivo (estatutário). 
Repare no que diz o Texto Constitucional a respeito: 
 
CF, art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados 
para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. 
 
Assim, essa estabilidade prevista no dispositivo constitucional só vale para o servidor 
estatutário titular de cargo efetivo. Não há na ConstituiçãoFederal previsão de 
estabilidade para o empregado público. Afinal de contas, seu regime é o celetista, o 
mesmo aplicável aos trabalhadores da iniciativa privada, que não gozam de estabilidade 
no emprego, a não ser em casos excepcionais (trabalhadora gestante, por exemplo). 
Porém, nos últimos tempos foram proferidas algumas decisões judiciais limitando o 
poder da Administração de dispensar empregados públicos sem justa causa. 
Veja, por exemplo, a decisão a seguir, proferida pelo Supremo Tribunal Federal em 
2013: 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI 
Julgamento: 20/03/2013 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.416-2006?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.416-2006?OpenDocument
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Publicação 
ACÓRDÃO ELETRÔNICO 
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO 
DJe-179 DIVULG 11-09-2013 PUBLIC 12-09-2013 
 
Ementa: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT. DEMISSÃO 
IMOTIVADA DE SEUS EMPREGADOS. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE 
MOTIVAÇÃO DA DISPENSA. RE PARCIALEMENTE PROVIDO. I - Os empregados 
públicos não fazem jus à estabilidade prevista no art. 41 da CF, salvo aqueles 
admitidos em período anterior ao advento da EC nº 19/1998. Precedentes. II - Em 
atenção, no entanto, aos princípios da impessoalidade e isonomia, que regem a 
admissão por concurso público, a dispensa do empregado de empresas públicas e 
sociedades de economia mista que prestam serviços públicos deve ser motivada, 
assegurando-se, assim, que tais princípios, observados no momento daquela 
admissão, sejam também respeitados por ocasião da dispensa. III – A motivação do 
ato de dispensa, assim, visa a resguardar o empregado de uma possível quebra do 
postulado da impessoalidade por parte do agente estatal investido do poder de 
demitir. IV - Recurso extraordinário parcialmente provido para afastar a aplicação, 
ao caso, do art. 41 da CF, exigindo-se, entretanto, a motivação para legitimar a 
rescisão unilateral do contrato de trabalho. 
 
Por último, quero lembrar a você que a Constituição Federal de 1988 instituiu, no seu 
art. 39, o regime jurídico único para os servidores da Administração Pública direta, 
autárquica e fundacional. 
Confira: 
CF, art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito 
de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da 
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. 
 
Dessa forma, a União, cada um dos Estados, o DF e cada um dos Municípios deve adotar 
ou o regime estatutário ou o regime celetista para os seus servidores. Não pode haver 
coexistência de regimes funcionais nas Administrações Diretas, nas autarquias e nas 
fundações públicas. Ou são todos estatutários ou são todos celetistas. 
Essa regra não vale para as estatais, que, como vimos, adotam sempre o regime celetista 
(CF, art. 173, §1º, II). 
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Esse dispositivo constitucional que impõe a adoção do regime jurídico único para os 
servidores foi alterado pela EC 19/1998, mas essa modificação foi julgada 
inconstitucional pelo STF (Adin 2.135/DF). 
Portanto, atualmente, está válida essa regra constitucional que prevê a instituição do 
regime jurídico único para os servidores da Administração Direta, autárquica e 
fundacional de todos os entes da Federação. 
 
III. Espécies de agentes públicos – servidores temporários, militares e 
particulares em colaboração com a Administração 
 
Nesta aula vamos abordar três espécies de agentes: os servidores temporários, os 
militares e os particulares em colaboração com a Administração. 
Comecemos pelos servidores temporários. 
Confira o que diz a Constituição Federal a respeito. 
 
CF, art. 37, IX. “a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para 
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público”. 
 
Assim, a Constituição Federal permite que, em situações excepcionais, a Administração 
Pública contrate, por tempo determinado, agentes para suprir a necessidade especial 
que se apresenta. 
De acordo com o dispositivo constitucional, portanto, a contratação de servidores 
temporários somente pode ocorrer se atendidos os seguintes requisitos: I) previsão 
expressa dos casos excepcionais em lei específica; II) o prazo de contratação deve ser 
predeterminado III) a necessidade deve ser temporária; e IV) o interesse público deve 
ser excepcional. 
Diante disso, é possível afirmar que não cabe, por exemplo, contratação de temporários 
para executar serviços meramente burocráticos, tendo em vista a evidente falta de 
excepcionalidade nesse tipo de serviço. 
Pois bem. 
Alguns exemplos de necessidade temporária de excepcional interesse público estão 
previstos na Lei Federal nº 8.745/93. 
Confira: 
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Lei 8.745/93, dispõe sobre a contratação por tempo determinado na Administração 
Federal 
art. 2º. I - assistência a situações de calamidade pública 
II - assistência a emergências em saúde pública 
III - realização de recenseamentos 
IV - admissão de professor substituto e professor visitante 
V - admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro 
(...) 
 
Note que a Lei Federal nº 8.745/93 disciplina a contratação temporária apenas no 
âmbito da União. Estados, DF e Municípios podem editar suas próprias leis sobre o tema, 
tendo em vista a autonomia administrativa de que gozam. 
Repare também que, de acordo com o art. 3º da Lei 8.745/93, a contratação temporária 
não se faz por meio de concurso público, mas sim mediante processo seletivo 
simplificado, na forma estabelecida em edital. 
Assim, se o IBGE (fundação pública federal) quiser contratar temporariamente 
determinado número de recenseadores, deve fazê-lo mediante processo seletivo com 
ampla divulgação, mas não precisa realizar concurso público. 
Mas há casos em que nem mesmo o processo seletivo se faz necessário. Ele é 
dispensado, por exemplo, nas situações de calamidade pública, de emergência 
ambiental e de emergências em saúde pública (Lei 8.745/93, art. 3º, §1º). Diante da 
gravidade da situação, não há tempo hábil para a realização de qualquer processo 
seletivo. 
O servidor temporário não cria vínculo permanente com a Administração e nem adquire 
estabilidade. Findo o prazo da contratação, ele será desligado, salvo prorrogação do 
contrato, permitida em casos excepcionais (Lei nº 8.745/93, art. 4º, §1º). 
Esses limites legais existem porque a prorrogação irrestrita do contrato temporário 
transformaria o vínculo transitório em permanente, em clara violação à regra que diz 
que as funções públicas devem ser executadas, preferencialmente, por servidores 
concursados (CF, art. 37, inc. II). 
Muito bem. 
Vamos falar agora de outra espécie da gente público: os militares. 
Os militares são as pessoas que prestam serviços às Forças Armadas – Marinha, Exército 
e Aeronáutica – e às Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, DF 
e Territórios. 
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Veja o diz a Constituição Federal a respeito: 
CF, art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, 
instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Territórios 
CF, art. 142, caput, As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela 
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base 
na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente daRepública, e 
destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa 
de qualquer destes, da lei e da ordem 
CF, art. 142, §3º. Os membros das Forças Armadas são denominados militares (...)(EC nº 
18/98) 
 
Até a edição da Emenda Constitucional nº 18/98, os militares estavam incluídos na 
categoria de servidores públicos. Falava-se em servidor público civil e servidor público 
militar. 
A partir da Edição dessa EC, os militares foram excluídos dessa categoria e passaram a 
ser chamados simplesmente de militares, e não mais de servidores públicos militares. 
Essa distinção tem sua razão de ser. Há diferenças fundamentais entre a disciplina 
constitucional aplicada aos militares e a que é aplicável aos servidores civis. 
Confira algumas delas no quadro a seguir: 
 
Servidor público civil: direito à sindicalização (CF, art. 37, VI); Direito de greve (CF, art. 
37, VII); permitida a filiação a partidos políticos; 
 
Militar: vedada a sindicalização (CF, art. 142, §3º, IV); proibida a greve (CF, art. 142, §3º, 
IV); 
vedada a filiação partidária (CF, art. 142, §3º, V); 
 
Observe que o vínculo que o militar mantém com a Administração também pode ser 
considerado estatutário. Mas o estatuto aplicável aos militares não é o mesmo que 
regula a atividade dos servidores civis. Trata-se de outra legislação, fundamentada em 
outro dispositivo constitucional. 
Acompanhe: 
CF, art. 142, §3º, inc. X. A lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de 
idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, 
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os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos 
militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas 
cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra 
 
O regime jurídico próprio dos militares está definido, dentre outros diplomas, pela Lei 
Federal nº 6.880/80, que dispõe sobre o Estatuto dos Militares. 
Muito bem. 
Vamos terminar a nossa aula falando um pouco sobre outra categoria de agente público: 
os particulares em colaboração com a Administração. 
Trata-se de pessoas que prestam serviços ao Estado, sem vínculo empregatício, com ou 
sem remuneração. 
Essa colaboração com a Administração Pública pode se dar sob diversos títulos. 
Confira no quadro a seguir: 
 
I. Delegação do Poder Público: empregados de concessionárias de serviço público; 
os notários e oficiais de registro (art. 236, CF); leiloeiro oficiais, tradutores 
públicos, intérpretes públicos (são remunerados por terceiros) 
II. Requisição, nomeação ou designação para o exercício de funções públicas 
relevantes (jurados no Tribunal do Júri, convocados para serviço militar 
(conscritos); mesários – não têm vínculo empregatício e não recebem 
remuneração; são tb chamados de agentes honoríficos 
III. Gestores de negócio (assumem espontaneamente uma função pública em 
situações de emergência) (deslizamentos, enchentes, desastres naturais em 
geral, incêndios) 
 
Note bem: o particular em colaboração com a Administração é um agente público que 
não mantém relação empregatícia com o Estado. Exerce função pública, mas não é 
servidor público. 
 
PERGUNTA: Mas se esses particulares não têm vínculo empregatício algum com o 
Estado, por que são considerados agentes públicos? 
 
Veja, esses particulares não estão ligados à Administração por um vínculo empregatício, 
mas exercem função pública. 
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Podem ser, inclusive, enquadrados como autores de ato de improbidade administrativa, 
nos termos do art. 2º da Lei 8.429/92. 
Vamos relembrar o que diz esse dispositivo. 
Lei 8.429/92, art. 2°. Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele 
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, 
cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. 
 
Outra coisa: esses particulares estão a desempenhar função pública e, por isso, são 
considerados agentes públicos. 
Assim, se, durante a execução de suas funções, causarem danos a alguém, o Estado será 
chamado a indenizar o prejuízo, nos termos do art. 37, §6º, da Constituição Federal, que 
prevê a responsabilidade da Administração Pública por danos causados a terceiros por 
seus agentes. 
Veja o que diz esse dispositivo: 
 
CF, art. 37, §6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras 
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, 
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos 
de dolo ou culpa. 
 
Os particulares em colaboração com a Administração são considerados agentes 
públicos também para fins de responsabilização do Estado por danos causados a 
terceiros. 
 
 
4. Cargos, emprego e função 
 
As normas constitucionais que disciplinam a matéria relativa aos agentes públicos 
utilizam três diferentes termos: cargo, emprego e função pública. 
Mas há diferenças fundamentais entre esses conceitos. Vamos verificar quais são. 
Em primeiro lugar, vamos abordar o conceito de cargo público. 
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Eu trouxe aqui o conceito de cargo público, constante da Lei 8.112/90, que é o Estatuto 
dos Servidores Públicos Federais. 
Confira: 
 
Lei 8.112/90, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, 
das autarquias e das fundações públicas federais 
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na 
estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. 
 
 
A Constituição da República atribui várias competências aos entes federativos (União, 
Estados, DF e Municípios). Para que possam cumprir essas funções, esses entes são 
divididos em vários órgãos (Ministérios, Secretarias Estaduais, Secretarias Municipais 
etc.). 
Cada um desses órgãos dispõe de uma certa quantidade de cargos. A cada um desses 
cargos corresponde uma determinada função. O exercício conjunto de todas essas 
funções permite que o órgão cumpra a função para a qual foi criado. 
Pois bem. 
É essencial observar que o cargo público somente pode ser criado por lei. 
Chegamos a essa conclusão pelo que diz a nossa Constituição Federal. 
Observe: 
 
CF, art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República (...) 
dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: 
(...) 
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, 
observado o que estabelece o art. 84, VI, b 
CF, art. 84, VI, b: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VI – 
dispor, mediante decreto, sobre: b) extinção de funções ou cargos públicos, quando 
vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
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Dizer que é competência do Congresso Nacional equivale a dizer que a matéria deve ser 
regulada por lei. 
Aliás, a Lei 8.112/90 também contém previsão expressa nesse sentido. 
Confira. 
 
Lei 8.112/90, art. 3º. Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os 
brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos 
cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão. 
 
Perceba que a lei se refere a cargos públicos de provimento em caráter efetivo ou em 
comissão. 
Ou seja, há duas espécies de cargos públicos: I) o cargo efetivo; b) e o cargo em 
comissão. 
O cargo efetivo é provido porconcurso público e o servidor que ocupa esse tipo de cargo 
adquire estabilidade após 3 anos de exercício e aprovação em estágio probatório, 
conforme o art. 41 da Constituição Federal. 
Já o cargo em comissão é de livre provimento e exoneração e o seu ocupante não 
adquire estabilidade. 
Veja o que diz a Constituição Federal sobre o cargo em comissão: 
 
CF, art. 37, II a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia 
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a 
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as 
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração 
(...) 
 
Não se esqueça que, de acordo com o art. 41 da Constituição Federal, o servidor efetivo 
somente adquire estabilidade após 3 anos de efetivo exercício no cargo. Note, portanto, 
que efetividade não é sinônimo de estabilidade. 
Ou seja, o servidor pode ser titular de cargo efetivo, mas ainda não ser estável. Ingressou 
mediante concurso público, mas ainda não adquiriu a estabilidade. Nesse caso, há 
efetividade, mas não estabilidade. 
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Pois bem. 
Há ainda outra espécie de cargo público que vc precisa conhecer: o cargo vitalício. 
O servidor estável, ou seja, o titular de cargo efetivo que já tenha adquirido a 
estabilidade, pode perder o cargo pelos seguintes motivos: I) em virtude de sentença 
judicial transitada em julgado; II) mediante processo administrativo disciplinar; ou III) 
mediante avaliação periódica de desempenho, tudo isso nos termos do art. 41, §1º, da 
Constituição Federal. 
Já o servidor titular de cargo vitalício somente pode perder o cargo mediante sentença 
judicial transitada em julgado. Isso quer dizer que a vitaliciedade confere uma garantia 
maior ao servidor do que a estabilidade. O servidor estável pode perder o seu cargo por 
meio de um processo administrativo, ao passo que o titular de cargo vitalício só perde o 
cargo mediante processo judicial. 
São três os cargos vitalícios, de acordo com o Texto Constitucional: 1) Membros dos 
Tribunais de Contas; 2) Membros do Ministério Público; e 3) Juízes. 
Acompanhe: 
 
Membros dos Tribunais de Contas: CF, art. 73, § 3° 
Juízes: CF, art. 95. (vitaliciedade após estágio probatório de 2 anos) 
Membros Ministério Público (Promotores de Justiça e Procuradores da República): CF, 
art. 128, §5º, I. a (vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo 
senão por sentença judicial transitada em julgado) 
 
Muito bem. 
Vamos abordar agora o conceito de emprego público. 
O termo “emprego público” é aplicável à unidade de atribuições exercidas pelos 
empregados públicos, que são servidores contratados sob o regime da legislação 
trabalhista. 
Sua vida funcional é regida, como regra, pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT - 
Decreto-lei nº 5.452/1943) e pelas demais normas que compõem o direito trabalhista. 
Pode-se dizer que o regime jurídico do emprego público equivale, em linhas gerais, à 
disciplina legal aplicável aos empregados da iniciativa privada, que corresponde ao 
chamado regime contratual. 
 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%205.452-1943?OpenDocument
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PERGUNTA: Mas o regime trabalhista da iniciativa privada é aplicado integralmente ao 
titular de emprego público? 
 
A resposta é negativa. Em relação aos empregados públicos, o direito do trabalho não é 
aplicado integralmente, mas sim com as alterações impostas pela Constituição Federal, 
justamente por se tratar de servidores públicos. 
Assim, por exemplo, a investidura em emprego público depende de aprovação em 
concurso de provas ou de provas e títulos, nos termos do que dispõe o art. 37, inc. II, da 
Constituição Federal. Na iniciativa privada, ao contrário, não há essa exigência. 
Muito bom. 
Vamos ao último conceito desta aula. O conceito de função pública. 
Nos termos da atual Constituição brasileira, há dois significados possíveis para o termo: 
1º) a função exercida pelos servidores temporários, prevista pelo art. 37, inc. IX, da CF, 
e regulada em âmbito federal pela Lei nº 8.745/93; e 2º) a função de confiança a que se 
refere o art. 37, inc. V, da nossa Carta Magna. 
Veja o que diz este último dispositivo: 
 
CF, art. 37, inc. V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores 
ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por 
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, 
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. 
 
 
Portanto, as funções de confiança são preenchidas exclusivamente por servidores 
titulares de cargo efetivo. Ou seja, o sujeito é um servidor de carreira e pode ser 
nomeado para exercer uma função de confiança. Por exemplo, o agente é um fiscal do 
ICMS concursado e é nomeado para exercer uma função de chefia do setor de 
fiscalização, privativa de servidores de carreira, com um acréscimo na remuneração, 
obviamente. 
Em outras palavras, as funções de confiança, destinadas às atribuições de direção, chefia 
e assessoramento, são privativas de servidores titulares de cargo efetivo. 
Repare na diferença em relação aos cargos em comissão: estes também são destinados 
às atribuições de direção, chefia e assessoramento, mas não precisam ser 
obrigatoriamente exercidos por servidores efetivos, a não ser nos casos, condições e 
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percentuais mínimos previstos na lei de cada ente federativo, nos termos do citado art. 
37, inc. V, da CF. 
Obviamente que essa previsão constitucional visa a limitar a contratação de servidores 
sem concurso, já que prevê que um percentual mínimo dos cargos em comissão seja 
preenchido obrigatoriamente por servidores de carreira. 
 
 
5. Acumulação de cargos, empregos e funções públicas. 
 
A Constituição Federal proíbe, como regra, a acumulação remunerada de cargos, 
empregos e funções públicas. 
De fato, salvo as exceções previstas no próprio Texto Constitucional, o agente não pode 
ocupar ao mesmo tempo dois cargos, empregos ou funções públicas e ser remunerado 
por eles. 
Trata-se de uma previsão moralizadora, que busca evitar que o agente público acumule 
remunerações, sem se dedicar com seriedade às suas funções. 
Pois bem. 
O art. 37, XVI, da Constituição veda expressamente apenas a acumulação remunerada 
de cargos públicos, mas a proibição é estendida, pelo inc. XVII do mesmo art. 37, a 
empregos e funções públicas. 
O mesmo inc. XVII prevê, ainda, que a vedação abrange também as entidades da 
Administração Pública Indireta, as subsidiárias das empresas estatais e as sociedades 
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. 
Confira: 
CF, art. 37, XVII. A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange 
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas 
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. 
 
Portanto, é proibida, por exemplo, a cumulação de um cargo na Administração Direta 
com outro cargo em uma autarquia, ou com um emprego em uma estatal, ou a 
cumulação de dois empregos em estatais diferentes etc. etc. 
Mas, como eu disse, há exceções à proibição de cumular cargos, empregos e funções 
públicas. 
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Essas exceções estão previstas no próprio Texto Constitucional. 
Vamos ver quais são, a começar pelo art. 37, inc. XVI. 
Acompanhe: 
 
CF, art. 37, inc. XVI. 
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver 
compatibilidadede horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões 
regulamentadas; 
 
Repare bem: a acumulação somente é possível se houver compatibilidade de horários. 
Por exemplo, um professor dá aulas em uma escola pública municipal pela manhã e em 
outra escola pública no período da tarde. 
Outra coisa: perceba que o dispositivo permite a acumulação de, no máximo, dois 
cargos. Por exemplo, um cargo de médico em um hospital municipal cumulado com 
outro cargo de médico em um hospital estadual. 
Veja também que o preceito constitucional é expresso ao determinar que, em qualquer 
caso de acumulação, deve ser observado o disposto no art. 37, inc. XI, da Constituição. 
Esse dispositivo fixa o chamado teto remuneratório do funcionalismo, que é o máximo 
que um servidor público pode ganhar no Brasil. 
Isso quer dizer que, nos casos em que a cumulação é possível, a soma das remunerações 
dos dois cargos não pode ultrapassar o teto constitucional, que, em nível federal, 
equivale ao subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. 
Muito bem. 
Note agora que há outras exceções à proibição de acumular, além daquelas previstas no 
art. 37, inc. XVI, da Constituição. 
Acompanhe no quadro a seguir. 
 
1. um cargo de vereador com outro cargo, emprego ou função (art. 38, III) – 
perceberá a remuneração de sua condição de servidor e de vereador, havendo 
compatibilidade de horários; 
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2. um cargo de magistrado com outro de magistério (art. 95, p. único, I) – Res. 
34/07/CNJ; 
3. um cargo de membro do MP com outro de magistério (art. 128, § 5º, II, d. 
 
Observe, ainda, que a Lei 8.112/90 (Estatuto dos Servidores Públicos Federais) contém 
regras expressas acerca da acumulação de cargos públicos. 
Confira: 
 
Lei 8.112/90 (Regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e 
das fundações públicas federais, art. 118: 
“Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada 
de cargos públicos. 
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em autarquias, 
fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, do 
Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios. 
§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da 
compatibilidade de horários”. 
 
Note que o dispositivo legal está de acordo com o que diz a Constituição Federal a 
respeito da cumulação de cargos, empregos e funções públicas. 
 
Pergunta: “O agente público pode acumular proventos de aposentadoria com 
remuneração de cargo, emprego ou função pública?” 
 
A Constituição Federal veda o recebimento simultâneo de proventos de aposentadoria 
do regime próprio de previdência dos servidores públicos com a remuneração de cargo, 
emprego ou função pública. 
Ou seja, em regra, não é possível cumular os rendimentos da aposentadoria do servidor 
público com a remuneração de cargo ocupado por esse servidor. 
Mas aqui também há exceções. 
Essa acumulação pode ocorrer se o cargo no qual o servidor se aposentou e o cargo que 
ele passou a exercer forem acumuláveis. 
Por exemplo, são acumuláveis dois cargos privativos de profissionais da saúde, de 
acordo com o art. 37, inc. XVI, c, da CF. Vamos supor que o servidor se aposentou em 
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um cargo de enfermeiro em um hospital público federal, mas é aprovado em um 
concurso para um outro cargo de enfermeiro em um hospital estadual. 
Nesse caso, como os cargos são acumuláveis na ativa, ele poderá continuar recebendo 
sua aposentadoria e passar a receber a remuneração pelo novo cargo. Receberá 
aposentadoria e remuneração ao mesmo tempo. 
Há ainda outras duas exceções: 1ª) podem ser acumulados proventos de aposentadoria 
do servidor público com a remuneração percebida em razão do exercício de cargo 
eletivo (por exemplo, servidor aposentado que se elege deputado federal); e 2ª) podem 
ser cumulados proventos de aposentadoria do servidor público com remuneração 
recebida pelo exercício de cargo em comissão (por exemplo, servidor aposentado que 
passa a ser chefe de gabinete de uma secretaria estadual). 
É o que diz a Constituição Federal. 
Acompanhe. 
 
CF, art. 37, §10 
É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 
ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, 
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os 
cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração. 
 
Na mesma direção, o art. 40, §6º, da Constituição Federal prescreve que o agente 
somente poderá receber mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência 
próprio dos servidores, se as aposentadorias corresponderem a cargos acumuláveis na 
forma da Constituição. 
Confira: 
 
CF, art. 40, § 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na 
forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta 
do regime próprio de previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e 
condições para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime 
Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103/2019. 
 
Portanto, um sujeito que ocupa dois cargos de professor na rede pública, por exemplo, 
um cargo em escola municipal e outro em escola estadual, pode se aposentar nos dois 
cargos e receber simultaneamente os dois proventos. 
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Também é importante ressaltar que o STF, no julgamento do Recurso Extraordinário 
612.975/MT (j. 27.4.2017 – Plenário – Re. Min. Marco Aurélio), decidiu que nas 
situações jurídicas em que a Constituição Federal autoriza a acumulação de cargos, o 
teto remuneratório é considerado em relação à remuneração de cada um deles, e não 
ao somatório do que recebido. 
 
Ou seja, para o STF, as remunerações dos cargos acumuláveis não são somadas para fim 
de aplicação do teto constitucional do Art. 37, inc. XI. 
 
Assim, por exemplo, se o servidor possui dois cargos de médico e as duas remunerações 
somadas equivalem a R$ 40.000,00, ele não terá parte da remuneração “cortada” no 
teto, pois os dois cargos são cumuláveis na ativa, de acordo com o Texto Constitucional; 
caso contrário, as duas remunerações, somadas, deveriam equivaler a, no máximo, os 
valores fixados como teto remuneratório pelo art. 37, inc. XI, do Texto. 
 
6. Acesso a cargos, empregos e funções públicas 
 
 
O art. 37, inc. I, da Constituição Federal prevê que os cargos, empregos e funções 
públicas são acessíveis tanto aos brasileiros como aos estrangeiros, na forma da lei. 
Assim, regra geral, os estrangeiros também podem ocupar cargos, empregos e funções 
públicas. 
Veja o que diz esse dispositivo: 
 
CF, art. 37, inc. I. Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros 
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na 
forma da lei. 
 
Perceba que essa norma não é autoaplicável. Trata-se de uma norma constitucional de 
eficácia limitada, ou seja, depende da edição de uma lei para que possa surtir todos os 
seus efeitos. 
Isso porque a Constituição diz que o acesso de estrangeiros a cargos, empregos e 
funções públicas é permitido na forma da lei. 
Ou seja, o acesso do estrangeiro depende de lei que fixe os requisitos e condições do 
seu ingresso no serviço público. 
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Mas cabe aqui umaimportante observação. Existem cargos que são privativos de 
brasileiro nato, ou seja, que não podem ser ocupados por estrangeiros e nem por 
brasileiros naturalizados. Eles estão indicados no art. 12, §3º, da Carta da República. 
Veja quais são: 
 
CF, art. 12, §3º: 
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas. 
VII - de Ministro de Estado da Defesa 
 
Ainda sobre o acesso de estrangeiros a cargos públicos, vale lembrar que o art. 207, §1º, 
da Constituição Federal prevê expressamente a possibilidade de admissão de 
professores, técnicos e cientistas estrangeiros nas universidades, na forma da lei. 
Em razão desse dispositivo, as universidades públicas podem admitir professores e 
pesquisadores estrangeiros em seus quadros. 
Muito bem. 
Vamos voltar agora ao texto do art. 37, inc. I, da Constituição. 
Relembre o que diz esse dispositivo: 
 
 
CF, art. 37, inc. I. Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros 
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na 
forma da lei. 
Ou seja, a Constituição prevê que as condições para o ingresso nas diferentes carreiras 
públicas devem ser estabelecidas por lei, e não por atos normativos infralegais. 
Assim, por exemplo, limites máximos e mínimos de idade para a investidura no cargo, 
exigências relativas a sexo, capacidade física, categoria profissional etc., somente 
podem ser estabelecidos por lei, e não por ato administrativo. 
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PERGUNTA: O estabelecimento dessas discriminações pela lei não contraria o princípio 
constitucional da isonomia? 
 
Eu respondo a você lembrando que a Constituição Federal, no seu art. 39, §3º, prescreve 
que a lei somente pode estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a 
natureza do cargo o exigir. 
Esse dispositivo constitucional é justamente fundamentado no princípio da isonomia. 
Inclusive, o próprio art. 39, §3º, da CF determina seja aplicado aos servidores ocupantes 
de cargos públicos o disposto no art. 7º, inc. XXX, da Carta Magna. 
Veja o que diz esse último dispositivo: 
 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: 
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de 
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. 
 
As exceções a essa regra constitucional são aqueles casos em que a natureza do cargo 
impõe que o seu exercício seja realizado por pessoas com características específicas. 
Vamos aos exemplos: 
Imagine um concurso para o cargo de analista judiciário. Não há razão alguma para 
permitir o ingresso na carreira apenas de pessoas do sexo masculino. Se a lei que cria o 
cargo impor esse tipo de requisito, será claramente inconstitucional, por criar uma 
discriminação injustificada. 
Mas vamos supor agora que se trate de um concurso para agente penitenciário de um 
presídio masculino. Nesse caso, é razoável que a lei exija que o cargo só possa ser 
preenchido por indivíduos do sexo masculino. 
Repare no termo que utilizei: “razoável”. Eu usei essa palavra para lembrar que essas 
distinções devem ser pautadas pela incidência do princípio da razoabilidade. As 
discriminações devem ser adequadas ao atingimento da finalidade da lei. 
É razoável, por exemplo, exigir altura mínima em um concurso para polícia militar, mas 
essa exigência não faz sentido em um concurso para fiscal do ICMS. 
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TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS. 
 
Por último, lembre que sobre a discriminação relativa ao limite de idade para inscrição 
em concurso público existe a Súmula 683 do Supremo Tribunal Federal. 
Vamos a ela: 
 
SÚMULA 683 
O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 
7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições 
do cargo a ser preenchido. 
 
 
7. Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais: Lei nº 8.112/90 (Direitos e 
Vantagens) – vencimento e remuneração 
 
O tema desta aula é fundamental. Afinal de contas, todos nós queremos ser retribuídos 
pelo trabalho que desenvolvemos, certo? É um direito fundamental do servidor público: 
ser remunerado justamente pelo importante trabalho que executa... 
Muito bem. 
Vamos iniciar nosso estudo abordando a definição de vencimento que consta da Lei 
8.112/90. 
Acompanhe: 
Lei 8.112/90 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais) 
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com 
valor fixado em lei. 
 
As leis que criam os diferentes cargos públicos determinam o valor do vencimento a que 
terão direito os servidores que ocuparem esses cargos. 
Por exemplo, a Lei 11.146/2006, que dispõe sobre as carreiras dos servidores do Poder 
Judiciário da União, cria os cargos de analista judiciário, técnico judiciário e auxiliar 
judiciário e define os vencimentos que serão pagos aos seus titulares. 
Mas perceba o seguinte: a remuneração do servidor federal, de acordo com a Lei 
8.112/90, não é composta apenas pelo vencimento. 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=683.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas
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TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS. 
 
A quantia total que o servidor recebe corresponde à soma do vencimento com as 
vantagens pecuniárias a que ele tem direito, e que também são previstas em lei. 
Verifique a definição de remuneração constante da Lei 8.112/90: 
 
Lei 8112/90. art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das 
vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. 
 
Ou seja: remuneração é composta do vencimento mais as vantagens pecuniárias. 
É por essa razão que os estatutos de servidores de alguns estados e municípios chamam 
o vencimento de vencimento básico ou padrão. 
O vencimento é o básico que o servidor recebe, o padrão de pagamento pelo trabalho 
realizado, fixado em lei. Esse básico, esse padrão, é acrescido das vantagens pecuniárias 
devidas, para compor a totalidade da quantia a ser recebida pelo servidor, que é 
denominada remuneração. 
Pela lei 8.112/90, há 3 espécies de vantagens pecuniárias: I) as indenizações; II) as 
gratificações e III) adicionais 
Veja o que diz a Lei 8.112/90 a respeito: 
 
Lei 8.112/90. art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes 
vantagens: I - indenizações; II - gratificações; III - adicionais. 
 
As indenizações são verbas devidas ao servidor para ressarci-lo por despesas 
extraordinárias, relacionadas à execução de suas tarefas. 
Veja quais são as verbas indenizatórias previstas na Lei 8.112/90: 
 
Lei 8.112/90, arts. 51 a 60-E. 
I - ajuda de custo: compensa as despesas de instalação do servidor na nova sede, em 
caso de mudança de domicílio em caráter permanente 
II – diárias: indenização com estadia, locomoção e alimentação, em caso de afastamento 
da sede em caráter eventual ou transitório 
III – indenização de transporte: indenização pela utilização de meio próprio de 
locomoção para a execução de serviços externos. 
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IV - auxílio-moradia: ressarcimento das despesas realizadas pelo servidor com aluguel 
de moradia ou com hotel. 
 
Já as gratificações e adicionais estão indicados no art. 61 da Lei 8.112/90. 
Confira o que diz esse dispositivo: 
 
Lei 8.112/90, art. 61 
Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidores 
asseguintes retribuições, gratificações e adicionais I - retribuição pelo exercício de 
função de direção, chefia e assessoramento 
II - gratificação natalina; 
III - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) 
IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas; 
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário; 
VI - adicional noturno; 
VII - adicional de férias; 
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho. 
IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. 
 
Importante lembrar que a remuneração do servidor não pode ser inferior ao salário 
mínimo, nos termos do art. 41, §5º, da Lei 8.112/90. 
Trata-se de uma garantia constitucional. A Constituição estende ao servidor público o 
direito ao salário mínimo, pois determina no seu art. 39, §3º, que aos ocupantes de 
cargo efetivo é aplicado o disposto no art. 7º, inc. IV, que é justamente o dispositivo 
constitucional que prevê o direito dos trabalhadores ao recebimento do salário mínimo. 
 
PERGUNTA: O que não pode ser inferior ao salário mínimo? O vencimento ou a 
remuneração? 
 
Boa pergunta. A resposta pode ser encontrada na Súmula Vinculante nº 16 do STF. 
Veja o que diz essa Súmula: 
Súmula Vinculante nº 16 
Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total 
da remuneração percebida pelo servidor público. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art15
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Assim, o vencimento (padrão, vencimento-base) pode até ser inferior ao salário mínimo 
vigente, mas a remuneração (o total que o servidor recebe) deve ser igual ou maior. 
Ainda sobre essa questão do salário mínimo, é importante você conhecer a Súmula 
Vinculante nº 6, que permite o pagamento de remuneração inferior ao mínimo para as 
praças prestadoras de serviço militar inicial. 
Veja o que essa Súmula: 
Súmula Vinculante nº 6 
Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo 
para as praças prestadoras de serviço militar inicial. 
 
Os praças são os militares que não ocupam postos de oficiais. Pertencem às escalas 
hierárquicas mais inferiores das Forças Armadas, como os sargentos, cabos e soldados, 
por exemplo. 
Perceba que a Constituição não estendeu a garantia do salário mínimo aos militares, 
apenas ao servidor público civil. 
É o que a gente conclui ao ler a redação do art. 142, §3º, VIII. Esse dispositivo estendeu 
aos militares uma série de direitos aplicáveis aos trabalhadores em geral, mas não o 
direito ao salário mínimo. 
 
 
 
 
 
 
 
8. Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais: Lei nº 8.112/90 (Direitos e 
Vantagens) – subsídio e irredutibilidade 
 
 
Você conhece o sistema remuneratório tradicional do servidor público. Ele é composto 
de uma parte fixa, denominada vencimento, e de uma parte variável, composta pelas 
vantagens pecuniárias a que o servidor tem direito. 
A remuneração total, portanto, corresponde à soma do vencimento com as vantagens 
pecuniárias, que são as indenizações, gratificações e adicionais, nos termos do art. 49 
da Lei 8.112/90. 
Veja o que diz o Estatuto dos Servidores a respeito: 
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Lei 8112/90 
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens 
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. 
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens: I 
- indenizações; II - gratificações; III - adicionais. 
 
Mas a Constituição Federal passou a prever, a partir da Emenda Constitucional nº 
19/1998, uma outra forma de remuneração, aplicável a espécies determinadas de 
agentes públicos, o denominado subsídio. 
Acompanhe: 
 
CF, 39, § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado 
e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio 
fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, 
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em 
qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, 
de 1998). 
 
 
Perceba, portanto, que, para algumas espécies de agentes públicos, a remuneração 
deve ser paga em parcela única. O pagamento não é feito do modo tradicional, por meio 
de um vencimento básico acrescido de vantagens pecuniárias diversas, como previsto 
na Lei 8.112/90. 
O objetivo da norma é evitar a existência de salários excessivamente altos no serviço 
público, impedindo que a incidência de inúmeros “penduricalhos” aumente demais o 
total recebido pelo agente. 
O agente que recebe por subsídio não tem direito a um vencimento padrão acrescido 
de gratificações e adicionais, como a gratificação pelo exercício de uma função de chefia, 
por exemplo. Ele deve receber toda a remuneração em uma parcela única. 
 
 
Pergunta: quais são os agentes públicos que são remunerados por meio de subsídio”? 
 
 Há outras espécies de agentes públicos que devem receber por subsídio, além daquelas 
previstas no art. 39, §4º, da CF. Todas elas estão indicadas no Texto Constitucional. 
Veja quais são: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art5
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Presidente, Governadores, Prefeitos, Parlamentares, Ministros de Estado, Secretários 
Estaduais e Municipais (CF, art. 39, §4º) 
Membros do Ministério Público (CF, art. 128, §5º, I, c) 
Integrantes da Advocacia Geral da União (AGU), Procuradores dos Estados e do DF, 
Defensores Públicos (CF, art. 135) 
Ministros dos Tribunais de Contas da União (CF, art. 73, §3º) 
Policiais (PF, PRF, PFF, Polícia Civil, Polícia Militar e Corpos de Bombeiros): CF, art. 144, 
§9º 
 
 
Esses agentes, obrigatoriamente, devem receber por subsídio. Mas, além desses, a 
remuneração de todos os servidores públicos organizados em carreira também pode ser 
fixada por subsídio. Ou seja, cada ente federativo pode editar leis que determinem que 
os servidores de determinadas carreiras passem a receber por subsídios, nos termos do 
que prescreve o art. 39, §8º, da Constituição. Nesse caso, não há obrigatoriedade. Cada 
ente da federação tem a faculdade de impor, por lei, o recebimento por subsídio. 
Pois bem. 
Vamos abordar agora a questão da irredutibilidade dos subsídios, que abrange também 
os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos em geral, nos termos do 
que prescreve o art. 37, inc. XV, da Constituição Federal. 
Ou seja, tanto os agentes que recebem por subsídio como os que recebem vencimentos 
têm direito à irredutibilidade salarial. 
O mesmo direito é previsto no art. 40, §3º, da Lei 8.112/90. 
Confira o que dizem esses dispositivos: 
CF, art. 37, inc. XV: o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos 
públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos 
arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. 
Lei 8.112/90, art. 40, §3º. 
 
O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é 
irredutível. 
 
Assim, tanto o subsídio quanto o vencimento são irredutíveis. 
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Nas hipóteses em que recebe pelo regime de remuneração, o servidor pode deixar de 
receber alguma vantagem pecuniária não permanente, por exemplo, deixa de receber a 
gratificação pela função de chefia que não mais ocupa, mas o seu vencimento-base (ou 
padrão) não pode ser reduzido. 
As vantagens pecuniárias tornadas permanentes, ou seja, incorporadas ao vencimento, 
também não podem lhe serretiradas. Constituem, na verdade, direito adquirido do 
servidor. 
Mas a regra da irredutibilidade não é absoluta. O próprio art. 37, inc. XV, indica algumas 
exceções. 
Recorde o que diz esse dispositivo: 
 
CF, art. 37, inc. XV: o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos 
públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos 
arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. 
 
 
Em primeiro lugar, não fere a irredutibilidade o corte na remuneração resultante da 
adequação dos ganhos do agente público ao teto remuneratório, estabelecido pelo art. 
37, inc. XI, da Constituição Federal. 
Lembre que nenhum servidor público no Brasil pode ganhar mais do que ganham os 
Ministros do Supremo Tribunal Federal. Esse é o limite máximo salarial do 
funcionalismo, na órbita federal. As esferas estadual e municipal têm seus próprios 
limites, de acordo com o citado dispositivo constitucional. 
Caso algum agente público esteja ganhando acima do teto, o excedente pode ser 
eliminado, glosado, sem que isso configure ofensa à regra da irredutibilidade dos 
subsídios e vencimentos. 
Também não configura desrespeito à irredutibilidade, conformar o subsídio ou a 
remuneração ao disposto no art. 37, inc. XIV, da Constituição. 
Repare no que diz esse dispositivo: 
CF, art. 37, XIV. Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão 
computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3
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Esse dispositivo proíbe que as gratificações e adicionais a que o servidor tem direito 
incidam sobre o total da remuneração. Devem recair apenas sobre o vencimento-base, 
a fim de evitar o chamado “efeito cascata”, em que uma vantagem pecuniária incide 
sobre a outra, de forma cumulada. 
Por último, observo que não fere a regra da irredutibilidade a incidência do imposto de 
renda sobre o total da remuneração ou do subsídio pago, em vista da referência aos 
arts. 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, todos da Constituição Federal. Nada impede, portanto, 
que o agente público receba valor bruto equivalente ao teto salarial, mas líquido inferior 
a esse valor, já que a incidência do imposto de renda não configura redução ilegítima. 
 
9. Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais: Lei nº 8.112/90 (direitos e 
vantagens) – licenças do servidor 
 
A Lei 8.112/90, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores civis da Administração 
Direta, autárquica e fundacional, prevê, no seu art. 81, as licenças que podem ser 
concedidas ao servidor público. 
Confira quais são: 
 
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: 
I - por motivo de doença em pessoa da família; 
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; 
III - para o serviço militar; 
IV - para atividade política; 
V - para capacitação; 
VI - para tratar de interesses particulares; 
VII - para desempenho de mandato classista. 
 
O art. 83 da Lei 8.112/90 dispõe sobre a licença por motivo de doença na família. 
De acordo com esse dispositivo, pode ser concedida ao servidor licença por motivo de 
doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto, da madrasta ou 
do dependente que viva às suas custas. 
Perceba que a licença somente será concedida mediante comprovação da doença por 
perícia médica oficial. 
Note também que a licença somente será deferida se a assistência direta do servidor ao 
seu parente for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o 
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exercício do cargo ou mediante compensação de horário, nos termos do que dispõe o 
art. 83, §1º, da Lei 8.112/90. 
Confira a redação do art. 83 e de seu §1º: 
 
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou 
companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente 
que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante 
comprovação por perícia médica oficial. 
§ 1o A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for 
indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou 
mediante compensação de horário (...). 
 
Apesar do texto legal passar a ideia de discricionariedade, a concessão dessa licença é, 
na verdade, ato vinculado da Administração, ou seja, cumpridos todos os requisitos 
legais, o servidor tem direito subjetivo ao seu deferimento. 
Na licença pelo prazo de até 60 dias, consecutivos ou não, será mantida a remuneração 
do servidor. Na licença por até 90 dias, consecutivos ou não, o servidor não será 
remunerado. 
Muito bem. 
Outra espécie é a licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro. 
Essa licença pode ser concedida ao servidor que acompanhar cônjuge ou companheiro 
deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício 
de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. 
A licença será concedida por prazo indeterminado e sem remuneração. 
Confira: 
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou 
companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o 
exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. 
§ 1o A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração. 
 
Há também a licença para o servidor convocado prestar o serviço militar, nos termos da 
legislação específica. 
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Essa licença é prevista no art. 85 da Lei 8.112/90. O parágrafo único desse artigo prevê 
que, concluído o serviço militar, o servidor tem até 30 dias sem remuneração para 
reassumir o exercício do cargo. 
Não se esqueça que o período de licença, nesse caso, é considerado como de efetivo 
exercício para todos os efeitos, nos termos do art. 102, VIII, f, da Lei 8.112/90. Portanto, 
o tempo de serviço militar é contado, por exemplo, para fins de aposentadoria e 
disponibilidade do servidor. 
É prevista, ainda, pelo Estatuto dos Servidores Federais, a licença para o exercício de 
atividade política. 
Confira: 
 
Licença para atividade política 
Lei 8.112/90, art. 86 
a) Sem remuneração, durante o período entre a sua escolha em convenção 
partidária, como candidato, e a véspera do registro de sua candidatura perante 
a Justiça Eleitoral. 
b) Com remuneração, a partir do registro da candidatura até o décimo dia seguinte 
ao da eleição, pelo período máximo de 3 meses 
 
O período de licença para a atividade política será contado apenas para efeito de 
aposentadoria e disponibilidade, nos termos do art. 103, inc. III, da Lei 8.112/90. 
Muito bom. 
O servidor federal tem direito, ainda, à licença para capacitação, nos termos do art. 87 
da Lei 8.112/90 
De acordo com esse dispositivo, após cada 5 anos de serviço, o agente poderá afastar-
se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, 
para participar de curso de capacitação profissional. 
 
PERGUNTA: a Administração pode indeferir o pedido de licença para capacitação ou 
se trata de direito subjetivo do servidor? 
 
Boa pergunta. Perceba que a licença para capacitação poderá ser concedida no interesse 
da Administração, ou seja, trata-se de ato administrativo discricionário. Assim, a 
autoridade competente decidirá, com base em critérios de conveniência e 
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oportunidade, se é o caso de deferir ou não o pedido de licença do servidor. A carência 
de pessoal, por exemplo, pode impedir o deferimento do pleito. 
O períodode licença para capacitação é considerado de efetivo exercício para todos os 
efeitos, nos termos do art. 102, inc. VIII, e. 
Pois bem. 
A critério da Administração, ou seja, com base em um juízo de conveniência e 
oportunidade, poderá ser concedida ao servidor, também, licença para tratar de 
interesses particulares. 
Confira: 
 
Licença para Tratar de Interesses Particulares 
Lei 8.112/90, art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor 
ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o 
trato de assuntos particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem 
remuneração 
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do 
servidor ou no interesse do serviço (competência discricionária). 
 
O servidor público federal tem direito, ainda, à licença para o desempenho de mandato 
classista, nos termos do art. 92 da Lei 8.112/90. 
De acordo com esse dispositivo, é assegurado ao servidor o direito à licença, sem 
remuneração, para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação 
de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade 
fiscalizadora da profissão. 
O prazo da licença será equivalente ao do mandato, podendo ser renovado em caso de 
reeleição (art. 92, §2º, da Lei 8.112/90). 
A licença também pode ser deferida no caso de participação do servidor na gerência 
ou administração de sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para 
prestar serviços a seus membros.

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