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Tuberculose Lara Sarmento e Liliane Risseto Ambulatório de Pneumologia Prof. Dr. Eduardo Lima Cunha INTRODUÇÃO Doença infectocontagiosa causada por bactérias do complexo Mycobacterium tuberculosis. 85% dos casos de TB ocorre nos pulmões. Ocupa o primeiro lugar em causa de morte no mundo entre adultos. Brasil: responsável pela morte de 45 mil pessoas nos últimos 10 anos. PATOGENIA A infecção pelo Mycobacterium tuberculosis ocorre pela inalação de gotículas expelidas pelo paciente com tubérculos de vias respiratórias durante a fala ou tosse. Os núcleos secos alcançam os alvéolos pulmonares e são fagocitados por macrófagos. As micobacterias vão se disseminar por via linfático e hematogênica, alcançando diversos órgãos e causado lesões secundárias. Cerca de 90% das pessoas infectadas não evoluem para a doença ativa DIAGNÓSTICO DA TB PULMONAR PRIMÁRIA Mais comum em crianças e adolescentes. Pode se apresentar de forma aguda e grave ou insidiosa e lenta. A radiografia do tórax pode ser normal. O diagnóstico normalmente é clínico, associado a história de contato com caso de TB pulmonar, teste tuberculínico e radiografia de tórax. DIAGNÓSTICO DA TB PULMONAR SECUNDÁRIA Tosse seca ou produtiva há 2 semanas ou mais, associada ou não a outros sintomas respiratórios ou sistêmicos. Radiografia de tórax e pesquisa de BAAR. DIAGNÓSTICO DA TB PULMONAR NA CRIANÇA Apresentação clínica varia de formas assintomáticas até as mais graves com repercussões sistêmicas. Radiografia de tórax. O método diagnóstico mais utilizado é o de pontuação. DIAGNÓSTICO DA TB PULMONAR NA CRIANÇA DIAGNÓSTICO DA TB EXTRAPULMONAR TB pleural: Ocorre principalmente em jovens. Derrame pleural secundário, febre baixa, emagrecimento e dor pleurítica na fase inicial. Pode evoluir com dispneia. Principalmente unilateral. Biópsia pleural. A pesquisa de BAAR raramente é positiva. TB ganglionar: Linfonodos das cadeias cervicais e axilares. Pesquisa de BAAR geralmente é negativa. O sintomas mais comum é febre com evolução crônica. Biópsia dos linfonodos. DIAGNÓSTICO DA TB EXTRAPULMONAR TB de vias urinárias: Quadros de infecção urinária que não se curam com antibióticos inespecíficos ou quando a cultura é negativa para germes comuns durante investigação de quadro de hematúria. Ph urinário ácido. Cultura para M. tb da urina. DIAGNÓSTICO DA TB EXTRAPULMONAR TB osteoarticular: Coluna vertebral, quadril e joelho. Dor acompanhada de atrofia muscular e limitação de movimentos. Na espondilite tuberculosa o corpo vertebral apresenta rarefação óssea. Biópsia DIAGNÓSTICO DA TB EXTRAPULMONAR TB entérica: Principalmente na região íleocecal e ceco ascendente. Obstrução e perfuração. Diagnóstico - estudo histológico e cultura de fragmentos da mucosa intestinal. DIAGNÓSTICO DA TB EXTRAPULMONAR TB meníngea: Quadro crônico de evolução arrastada. TC com contraste. Hidrocefalia, espessamento meníngeo e infartos do parênquima cerebral. Punção lombar. Eventualmente podem ser encontrados BAAR no liquor. DIAGNÓSTICO DA TB EXTRAPULMONAR TB miliar: É definida pelo aparecimento difuso de opacidades nodulares medindo de 1 a 3 mm de diâmetro. Forma aguda / Forma obscura / Forma não reativa. Teste tuberculinico positivo em 70% dos casos. Pesquisa de BAAR no escarro positiva em 20% dos casos. DIAGNÓSTICO DA TB EXTRAPULMONAR TB do pericárdio: Doença subaguda. É precedida por febre vespertina, fadiga e sudorese noturna. Dor torácica, tosse seca e dispneia. Eletrocardiograma, ecocardiograma, TC de tórax e teste tuberculinico. DIAGNÓSTICO DA TB EXTRAPULMONAR TB do trato genital: A TB do trato genital feminino é mais comum em jovens e em 30% dos casos está associada a TB urinária. Nos homens, as lesões mais comuns são em epidídimo e testiculos. Geralmente são unilaterais. DIAGNÓSTICO DA TB EXTRAPULMONAR TRATAMENTO A efetividade varia de acordo com o local Abandono do tratamento ou uso errado dos medicamentos e/ou uso irregular dos medicamentos Estratégia de Tratamento Diretamente Observado de Curta Duração No Brasil em torno de 75%, apesar de a eficácia do esquema anti-TB seja de até 95%. A principal causa da baixa efetividade é a falta de adesão, responsável pela falência terapêutica e também pela seleção de germes resistentes e por recidiva da doença Compromisso politico e apoio financeiro para manutenção das atividades de controle da TB / identificação dos casos por baciloscopia do escarro de sintomáticos respiratórios / esquema de fármacos padronizado e administrado por tratamento diretamente observado pelo menos nos dois primeiros meses de tratamento / garantia do suprimento dos medicamentos / notificação e avaliação dos resultados de cada paciente e do programa de controle de TB Compromisso politico e apoio financeiro para manutenção das atividades de controle da TB / identificação dos casos por baciloscopia do escarro de sintomáticos respiratórios / esquema de fármacos padronizado e administrado por tratamento diretamente observado pelo menos nos dois primeiros meses de tratamento / garantia do suprimento dos medicamentos / notificação e avaliação dos resultados de cada paciente e do programa de controle de TB TRATAMENTO Pacientes com pesquisa direta de BAAR positiva ao final do 2° mês de tratamento Compromisso politico e apoio financeiro para manutenção das atividades de controle da TB / identificação dos casos por baciloscopia do escarro de sintomáticos respiratórios / esquema de fármacos padronizado e administrado por tratamento diretamente observado pelo menos nos dois primeiros meses de tratamento / garantia do suprimento dos medicamentos / notificação e avaliação dos resultados de cada paciente e do programa de controle de TB TRATAMENTO TRATAMENTO Esquema TB-XDR resistência a H e R + uma fluoroquinolona, além de pelo menos um dos três fármacos injetáveis utilizados no tratamento – encaminhar para referencia terciaria e utilização de esquemas individualizados com fármacos de reserva TRATAMENTO Esquema TB-XDR TRATAMENTO Esquema TB-XDR REAÇÕES ADVERSAS AO TRATAMENTO Leve – 5 a 26% Moderada a Grave – 3 a 8% Fatores de risco: idade, dependência química ao álcool, desnutrição, história de doença hepática prévia e coinfecção pelo HIV Reações adversas mais frequentes Compromisso politico e apoio financeiro para manutenção das atividades de controle da TB / identificação dos casos por baciloscopia do escarro de sintomáticos respiratórios / esquema de fármacos padronizado e administrado por tratamento diretamente observado pelo menos nos dois primeiros meses de tratamento / garantia do suprimento dos medicamentos / notificação e avaliação dos resultados de cada paciente e do programa de controle de TB REAÇÕES ADVERSAS AO TRATAMENTO REAÇÕES ADVERSAS AO TRATAMENTO TRATAMENTO CIRÚRGICO Em casos específicos TBMR TB endobrônquica Reações adversas graves aos fármacos anti-TB Hemoptise não controlada e/ou de repetição Complicações – empiema, pneumotórax e fistula broncopleural Linfoadenomegalias por compressão da árvore traqueobrônquica , sobretudo quando resistência aos medicamentos e algumas complicações da TB pulmonar TRATAMENTO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS Tuberculoseem hepatopatias, portadores de insuficiência renal e imunossuprimidos Infecção latente Hepatopatia – doença hepática sem cirrose estável ou instável + exames basais com alamina aminotransferase > 3 vezes o limite superior da normalidade = RHE 9 meses / ALT < ou igual 3 vezes LSN = RHZE 6 meses Cirrose hepática = RE + levofloxacino ou moxifloxacino ou ofloxacino ou ciclosserina por 12 a 18 meses Doença hepática crônica estabelecida Sem evidencias clinicas de doença e com ALT < ou igual 3 vezes SLN = RHZE normalmente, com evidencias clinicas ou ALT > 3x LSN = acompanhar com exames laboratoriais e outro esquema Hepatite aguda – retardar tratamento até resolução Diabetes – extensão do esquema RHZE para 9 meses Imunodepressão – terapia antirretroviral deve ser iniciada entre 2 a 8 semanas após o inicio do esquema anti-TB. Quando já em uso da TARV, pode ser necessário modificar a TARV; síndrome da reconstituição imune – não indica suspensão de nenhum dos tratamentos, seu manejo inclui o uso de corticosteroides nos casos mais graves; o tratamento em pacientes transplantados – uso do esquema 2RHZE/4RH por 6 ou 9 meses Gravidez – piridoxina durante a gestação por risco de crise convulsiva no recém-nato Insuficiência renal – esquema mais seguro 1HRZ/4HR TRATAMENTO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS Infecção latente – reduzir indivíduos infectados pelo M tuberculosis com risco de progressão para a doença – indivíduos recém infectados e infectados a qualquer tempo que apresentam condições para o desenvolvimento da tuberculose-doena Infecção latente – reduzir indivíduos infectados pelo M tuberculosis com risco de progressão para a doença – indivíduos recém infectados e infectados a qualquer tempo que apresentam condições para o desenvolvimento da tuberculose-doena VACINAÇÃO Formação de uma resposta do padrão Th1 ou de hipersensibilidade tardia, diminuindo o risco de TB doença nas formas de disseminação hematogênica e na meningoencefalite em crianças Indicações Contraindicações relativas Contraindicações absolutas Complicações Indicada em recém-nascido > 2 kg e sem intercorrências clinicas Recém nascidos Filhos de mães HIV-soropositivas, crianças HIV-positivas sem sintomas e que tenham TT ou IGRA negativo, contatos de doentes com hanseníase Contraindicações relativas Recém nascidos < 2kg, doenças dermatológicas no local da aplicação da vacina ou generalizadas, uso de imunodepressores ou de esteroides Contraindicações absolutas Adultos infectados pelo HIV, crianças sintomáticas e imunodeficiências primarias com comprometimento de celula T Complicações são raras Abscesso no local, ulceras e gânglios flutuantes e fistulizados – maior parte resulta de técnica imperfeita Revacinação indicada apenas em contatos de hanseníase e crianças menores de 5 anos que não apresentarem cicatriz vacinal 6 meses após vacinação TUBERCULOSE E TABAGISMO O tabagismo está associado a demora na conversão da baciloscopia de escarro positiva para negativa e maior taxa de recidiva de TB Prevalência prevalência de tabagismo em pacientes com TB – 52% enquanto na população geral com 18 anos ou mais é de 14,5% BIOSSEGURANÇA Perfil de transmissão principalmente comunitário, mas altas taxas têm sido vistas em ambientes fechados como ESF, prisões e asilos Medidas: Administrativas Controle Ambiental Proteção Respiratória Administrativas – investigação, diangostico e tratamento precoce dos casos, isolamento de casos suspeitos, plano de controle da infecção, educação dos profissionais, triagem e avaliação destes quando ao risco de TBIL Controle ambiental – ventilação/exaustão adequadas do ambiente, medidas de controle de fluxo aéreo para prevenir contaminação do ar, limpeza do ar Proteção respiratória – mascaras especificas para diminuir risco de exposição à infecção dos profissionais e também mascaras cirúrgicas pelos pacientes REFERÊNCIAS ZAMBONI, M.M. Tuberculose. Livro: Prática Pneumológica 2ª Edição. pp. 483-493. 2017. Administrativas – investigação, diangostico e tratamento precoce dos casos, isolamento de casos suspeitos, plano de controle da infecção, educação dos profissionais, triagem e avaliação destes quando ao risco de TBIL Controle ambiental – ventilação/exaustão adequadas do ambiente, medidas de controle de fluxo aéreo para prevenir contaminação do ar, limpeza do ar Proteção respiratória – mascaras especificas para diminuir risco de exposição à infecção dos profissionais e também mascaras cirúrgicas pelos pacientes
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