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HISTÓRIA DO ACRE PROF: HUMBERTO MIRANDA Os povos indígenas A região da Amazônia, onde está situado o Acre, já era ocupada por povos indígenas, muito antes da chegada dos colonizadores. Há mais de cinco mil anos, uma migração de cerca de 50 grupos indígenas, das famílias linguísticas Aruak e Pano, provenientes da Ásia, ocuparam toda a América do Sul, habitando também o Acre. Segundo registros arqueológicos recentes, o povoamento humano do Acre pode ter iniciado até mesmo entre 20 e 10 mil anos atrás. Os Povos da família linguística Aruak (Apurinã, Manchineri, Kulina, Canamari, Piros, Ashaninka) se espalharam desde a confluência da localidade Pauini/AM com o rio Purus até a região dos Andes, no Peru. Os espaços do Rio Juruá e seus afluentes, como também os rios Tarauacá, Muru e Moa, foram ocupados pelos povos da família Pano: Kaxinawa, Jaminawa, Arara, Xixinawa, Amahuaca, Yawanawá, Poyanawas, Shanenawas e Rununawa. Na região entre o Purus e o Juruá, habitaram ainda os Katukina, ocupando terras firmes, menos ricas em alimentos que as margens dos grandes rios. ACRE - final do século XIX: 150 mil indígenas; 50 grupos tribais; 60% da população regional. ACRE – início do século XXI: 18 mil indígena; 11 grupos tribais. 3% da população regional. O Processo de povoamento do Acre subordinado ao látex, foi responsável tanto pela anexação do Acre ao Brasil, como também pelo genocídio dos índios. Devo me orgulhar da Revolução Acreana? RUMO À CIVILIZAÇÃO 1860, acontecem as primeiras viagens de exploração. • nota-se a presença dos povos indígenas. • desperta-se a cobiça dos exploradores pela riqueza natural dos rios. 1870, os rios acreanos já estão tomados por milhares de homens vindos de todas as partes do Brasil e do mundo. • a corrida pelo ouro negro era para abastecer as indústrias europeias e norte-americanas. 1878 os seringalistas chegaram a boca do rio Acre e o médio rio Purus. 1880 ultrapassaram a linha Cunha Gomes, limite terminal das fronteiras legais brasileiras. Ao mesmo tempo os caucheiros peruanos vindos do sudoeste cortavam a região das cabeceiras do Juruá e do Purus. Os primeiros seringalistas bolivianos começavam a se expandir pelo vale do Madre de Dios e invadiam as terras acreanas. Os índios acreanos se viram cercados por brasileiros, peruanos e bolivianos. foi quando surgiu a prática das correrias: expedições armadas feitas com o objetivo de matar as lideranças das aldeias, aprisionar homens para o trabalho escravo e obter mulheres que seriam vendidas aos seringueiros. São muitos os relatos de correrias quando, depois de queimadas as malocas e mortos os principais guerreiros, os vencedores se divertiam jogando as crianças para cima e aparando-as com a ponta do punhal. Junto com os brancos, também chegaram muitas doenças. O sarampo, a gripe, a tuberculose e outras doenças rapidamente se alastraram entre os grupos indígenas da região. A reação dos grupos indígenas foi variada: Os Jamamadi, Apurinã, Manchineri e Ashaninka (Aruaks), decidiram colaborar com os brancos. Muitos índios tornaram-se remadores, guias, mateiros, seringueiros. Algumas aldeias negociavam os produtos da caça ou de sua lavoura em troca de ferramentas, armas e objetos dos brancos. Os grupos de língua Pano resistiram à invasão, evitando contatos ou relações de qualquer espécie com os brancos. O resultado imediato foi a perseguição e o extermínio de todos os grupos que dificultavam a abertura dos seringais ou a extração do caucho. Certos grupos começaram a esconder sua identidade, como um pequeno grupo de Jaminawá que passou a se dizer Katukina para evitar a perseguição. Entre 1880 e 1910 o ritmo da exploração da região só aumentou levando ao extermínio de inúmeros grupos indígenas. Alguns povos desapareceram das florestas acreanas, como os Kanamari. Ou os Takana que migraram para o Sul até a Bolívia, ou ainda os Apurinã que tiveram seus vastos territórios ocupados por brancos, chegando ao ponto de não possuírem nenhuma terra demarcada no Acre. Tempo do Cativeiro: Nem o fim do primeiro Ciclo da Borracha em 1913, diminuiu a pressão sofrida por esses grupos já tão enfraquecidos. Alguns pequenos grupos ainda conseguiram se refugiar nas cabeceiras mais isoladas, mas a maioria dos índios do Acre foi obrigada a se modificar para não desaparecer. Passaram a adotar o modelo de casa cabocla que o branco utilizava, começaram a depender das ferramentas dos brancos, foram perdendo suas línguas maternas e aprendendo o português ou o espanhol. A queda nos preços internacionais da borracha, o esvaziamento dos seringais e a dificuldade de trazer nordestinos, gerou a necessidade de se utilizar cada vez mais a mão de obra indígena. Ângelo Ferreira, famoso amansador de índios, que reuniu muitos Kaxinawá, Jaminawá e Kulina, entre outros para trabalhar sob suas ordens. os índios eram enganados no peso da borracha, no preço da mercadoria, na desvalorização de seus produtos, no pagamento da renda anual da estrada de seringa. Quanto aos pequenos grupos indígenas que conseguiram se refugiar no centro da mata ou nas cabeceiras, os índios “brabos” como ainda são tratados, foram caçados sistematicamente para serem “amansados” e assim poderem ser incorporados à nossa sociedade. Ainda assim, alguns destes grupos conseguiram escapar ao domínio dos não-índios e resistiram ao cerco cada vez mais apertado da nossa civilização, perambulando sempre, sem parar nunca, varando pela região das cabeceiras onde os rios e os brancos não chegam. A QUESTÃO DOS LIMITES: O Acre pertencia a quem? O Tratado de Madri criou a linha Madeira-Javari. Esta linha é o Ponto histórico para a existência do Acre. Javari-Madeira TRATADO DE AYACUCHO (1867) A linha BENI-JAVARI substitui a MADEIRA-JAVARÍ. “Desde o rio BENI, na sua confluência com o Madeira, para o oeste seguirá a fronteira por uma paralela tirada da sua margem esquerda, na latitude 10° 20’, até encontrar as nascentes do Javari... Se o Javari tiver as suas nascentes ao norte daquela linha leste-oeste, seguirá a fronteira por uma reta a buscar a origem do referido rio”. TRATADO DE AYACUCHO (1867) O princípio do “UTI POSSIDETIS” foi mantido. A comissão demarcatória, no entanto, se reuniu somente nos anos 1870 e 1878, não chegando a nenhum resultado satisfatório. A Guerra do Paraguai (1864-1870) Foi o” pano de fundo” da assinatura do Tratado de Ayacucho. O Brasil em 1889 23 de setembro de 1898 – o Brasil reconhecia como bolivianas as terras abaixo da linha “CUNHA GOMES”. 1894 – Pando denuncia a invasão brasileira em terras reconhecidamente bolivianas. 1895 – Nova Comissão: O representante do Brasil, Cel. Thaumaturgo de Azevedo recusa a aprovar os limites de Ayacucho: “O amazonas irá perder a melhor zona de seu território”. Foi substituído por Cunha Gomes. 1º CICLO DA BORRACHA CONTEXTO MUNDIAL 1870-1913 CAPITALISMO MONOPOLISTA 2º REVOLUÇÃO INDUSTRIAL IMPERIALISMO NEO-COLONIALISMO CONCENTRAÇÃO DA PRODUÇÃO E DO CAPITAL EM TORNO DE GRANDES EMPRESAS. TRUSTES E CARTÉIS. A DISPUTA PELO CONTROLE DAS FONTES DE MATÉRIAS PRIMAS TORNOU-SE ESSENCIAL PARA A SOBREVIVÊNCIA DA INDUSTRIA MODERNA ACIRRADA COMPETIÇÃO ENTRE AS GRANDES METRÓPOLES EM BUSCA DE “ÁREAS DE INFLUÊNCIA” -A descoberta do valor comercial da borracha fez parte de uma conjuntura internacional em que a busca pelo lucro foi levada ao extremo através da política imperialista dos países “centrais”. -A conquista territorial e o domínio econômico sobre outras nações eram vitais para a sobrevivência das indústrias. Por meio do controle das fontes de matérias-primas, pretendia-se vencer a concorrência. -No final do século XIX, o Acre torna-se um dos principais alvos do capital, por ter a maior fonte de látex, elemento essencial à indústria pneumática. BRASIL 1894 - 1909 AMAZÔNIA ERA CONSIDERADA A PERIFERIA DO BRASIL ECONOMIA MONOCULTORA DE CAFÉ POLÍTICADO CAFÉ COM LEITE A ECONOMIA NORDESTINA ESTAVA EM RUÍNAS A borracha como mercadoria ✓O uso da borracha já existia na cultura indígena desde os tempos pré-colombianos. A borracha como mercadoria ✓ Inicialmente, a borracha era uma simples “droga do sertão”, que passou a ser objeto de curiosidade de expedições científica. O pesquisador Charles La Condamine apresentou-a à Europa em 1736. A borracha como mercadoria ✓O processo que tornou a borracha um produto comercializável (gerador de lucro), só foi possível graças a descoberta de sua utilidade para indústria moderna; A borracha como mercadoria ✓A criação do processo de vulcanização em 1839, por Charles Goodyear e da pneumática em 1888, por Dunlop foram o “estopim” para a corrida às “terras non descobiertas”. Nordestinos: os heróis anônimos CAUSAS DA MIGRAÇÃO: Grande Seca no nordeste; Ilusão do enriquecimento fácil; Forte patrocínio: Belém e Manaus; Preconceito com os cafezais; Somente entre os anos de 1872 a 1900, migraram para mais de 260.000 nordestinos; SISTEMA DE AVIAMENTO: Casas Exportadoras Casas Aviadoras Seringalistas Seringueiros Aviamento vem do verbo “aviar”, que significa fornecer mercadoria a alguém em troca de outro produto. Na prática, era um sistema semi-escravo Consequências Desenvolvimento de algumas áreas; Processo de desenvolvimento urbano de Belém e Manaus; Povoamento de áreas mais afastadas; Belém era a grande porta de saída do produto, com 125.000 hab. Manaus se transformou, segundo Augusto Plane na “Lê Paris des selves” com 50.000 hab. Centenas de mortos; Processo de Anexação do Acre ao Brasil PROCESSO DE ANEXAÇÃO 1899 - 1909 MILITAR (REV. ACREANA JOSÉ CARVALHO MAIO 1899 GALVEZ JULHO 1899 POETAS DEZEMBRO 1900 PLÁCIDO DE CASTRO AGOSTO 1902 DIPLOMÁTICA (TRATADOS) BRASIL-PERU 08/09/1909 PETRÓPOLES 17/11/1903 Revolução Acreana Promover a incorporação definitiva do Acre ao Brasil Impedir a presença do imperialismo Anglo- americano nas fronteiras Brasileiras. SERINGUEIROS: Dívidas perdoadas, terra própria e retorno ao nordeste. SERINGALISTAS: Manutenção dos lucros e baixos impostos. GOVERNOS DO AMAZ. e PARÁ: Manutenção dos impostos. PATRIOTISMO e IDEALISMO A quem interessava a Revolução? Quem saiu beneficiado com ela? $ 2 de Jan de 1899 : “O Acre passou a ser administrado pela Bolívia” A “Revolução” não teve seu início vinculado a uma reação Antiimperialistas contra o Bolivian Syndicate. Ela iniciou, na verdade, com a resistência dos seringalistas em pagar elevados impostos aos bolivianos (40%), e com o inconformismo do governo do amazonas em perder lucros fiscais. Tudo começou com a Implantação do Posto ADUANEIRO em Puerto Alonso JOSÉ DE CARVALHO (01-MAIO-1899) 1ª INSURREIÇÃO A expedição foi patrocinada pelo governador do Amazonas, Ramalho Júnior. Foi liderada por José de Carvalho, advogado e jornalista que, ao chegar em Puerto Alonso, intimou o Delegado boliviano Moisés Santivanez retirar-se imediatamente do território. Para surpresa de todos, deixou o Acre em 3 de maio de 1899, não precisando usar armas. A Bolívia com medo de perder o Acre para o Brasil, pede ajuda aos EUA. Passou-se a planejar o arrendamento da região acreana para empresários americanos e ingleses, como forma de garantir a soberania boliviana em terras acreanas. Luis Galvez (Jul/1899 à Fev/1900) 14/07/1899 – Em Puerto Alonso, Galvez proclama o Estado Independente do Acre O “Império de Galvez” foi formado pelos “territórios do Acre, Purus e Iaco”. Galvez buscou o reconhecimento do Acre como país, enviando circulares para as principais potências mundiais. O Acre não pertenceria nem ao Brasil e nem a Bolívia. Problemas enfrentados por Galvez Sofreu resistência: *seringalistas xapurienses; *Neutel Maia, dono do seringal Empresa; *Capitão Leite Barbosa, seringal Humaitá. As casas aviadoras de Manaus e Belém se recusavam a pagar 10% de imposto pela exportação. Galvez proibiu a exportação de borracha para Manaus e Belém e não permitiu mais a navegação de navios brasileiros nos rios Acre e Xapuri. 28/12/1899 – Galvez foi deposto. Assume a presidência o Cel Souza Braga. 30/01/1900 – Galvez retorna – 15/02/1900 – Galvez é deposto novamente. EXPEDIÇÃO DOS POETAS 23/07/1900 Silvério Néri assumi o governo do Amazonas com o compromisso de “libertar o Acre”. Poetas, advogados, médicos, “homens de letras” em geral discutem a ideia de enviar uma expedição ao Acre. Embarcam no navio “Solimões” 29/12/1900 – A expedição confronta o exército Boliviano em Porto Acre. Os Poetas fugiram quando os primeiros tiros das armas bolivianas passaram por cima de suas cabeças. *Forte resistência brasileira; *Falta de recursos financeiros humanos; *A prioridade econômica ainda era a mineração; *As condições geográficas era um grande obstáculo. A SOLUÇÃO FOI ARRENDAR O ACRE! O Sindicato tinha o objetivo de administrar os impostos e explorar as riquezas naturais do Acre por 30 anos. Os lucros seriam divididos entre o sindicato (40%) e a Bolívia (60%) 1901 – 1902: O ano mais boliviano que o Acre já teve. BOLIVIAN SYNDICATE 11/07/1901 Dificuldades encontradas pela Bolívia para ocupar o Acre Os objetivos da vinda eram: • conter definitivamente as manifestações de independência dos acreanos. • preparar o terreno para a transferência da administração fiscal do Acre para o Bolivian Syndicate Abril de 1902 Plácido de Castro acerta com Rodrigo Carvalho a data da “revolução” 14/07 em Puerto Alonso. Por falta de armas a data é alterada para 06/08 em Xapuri. 03/01/1902 – Dom Lino Romero, o novo Delegado Nacional das Colônias, chega a Puerto Alonso. A QUARTA Insurreição 06 de agosto de 1902 à 24 de janeiro de 1903 XAPURÍ - Em 6 de agosto de 1902: “É cedo para la festa. – Não é festa, é Revolução”. VOLTA DO SERINGAL EMPRESA - Em 17 de setembro de 1902: Plácido é derrotado pelo exército do Coronel boliviano Rozendo Rojas. VOLTA DO SERINGAL EMPRESA – 5 à 14 de outubro de 1902: A revanche de Plácido de Castro. Principais Conflitos 03/Dez/1902 – Barão de Rio Branco torna- se ministro das Relações Exteriores. PUERTO ALONSO: A Batalha Final – 15 a 24 de janeiro de 1903 Principais Conflitos Os bolivianos já estava desgastada: vítimas de doenças, fome e desânimo. Numericamente eram inferior ao exército de Plácido de Castro. Plácido de Castro tornou-se um homem rico, donos de terras na Bolívia, acre e Amazonas. Desde a vitória no seringal Empresa, Plácido de Castro já era o senhor do Alto Acre. A última resistência dos Bolivianos foi tentar impedir o tráfego do navio “Afuá”, lotado de armas e alimentos. Colocaram uma gigantesca corrente no Rio Acre. Acreanos cerram a corrente e a vitória já era um fato. Plácido de Castro foi aclamado Governador do Estado Independente do Acre, fazendo Xapuri a sede de seu governo. BARÃO de Rio Branco e o Tratado de Petrópolis ► Tornou o Acre brasileiro, definindo seus limites com a Bolívia. A terra conquistada pelo Tratado representa 191 mil KM, sendo 48.100 KM2 ao sul do paralelo de 10°20’, ou seja, em terras reconhecidamente bolivianos. Em troca, cedeu 2.296 KM a Bolívia (parte do mato-grosso). ► O Brasil pagaria 2 milhões de libras esterlinas à Bolívia; ► O Brasil teria que arcar com o ônus da construção da estrada de ferro madeira- mamoré. A Bolívia teria transito livre nos rios acreanos. TRATADO PERU-BRASIL 08 de setembro de 1909 “Quando tratamos da Revolução Acreana só escrevemos sobre o que aconteceu na região que envolve o VALE DO RIO ACRE, mais especificamente sobre Rio Branco, Xapuri, Brasiléia e Porto Acre”. Raramente nos referimos ao Vale do Juruá”. • Os peruanos chegaram à região por volta de 1896, para extraírem o CAUCHO (genérico do látex). Eles não residiamna região acreana. Vinha tão somente retirar o Caucho. • 12/junho/1904 – É formado uma comissão para demarcar as fronteiras nas regiões do Purus e Juruá. Do lado do Brasil estava Euclides da Cunha. BRASIL/PERU A Batalha da Borracha (1942-45) 2ª GUERRA MUNDIAL 2º SURTO DA BORRACHA. A Borracha na Segunda Guerra Mundial “O Acre volta a produzir borracha, dessa vez, para subsidiar a indústria da morte”. ✓ O contexto mundial do 2° Ciclo da Borracha é o da Segunda Guerra Mundial. A partir de 1941, a guerra sai dos limites da Europa e alcança a Ásia (Rússia) e o Pacífico (Japão). A Borracha na Segunda Guerra Mundial “O Acre volta a produzir borracha, dessa vez, para subsidiar a indústria da morte”. ✓ Guerra no Pacífico (1941): O Japão invade a Malásia (a maior produtora de borracha da época), prejudicando os Aliados. A Borracha na Segunda Guerra Mundial “O Acre volta a produzir borracha, dessa vez, para subsidiar a indústria da morte”. ✓ Em fevereiro de 1942, os EUA estabelecem o racionamento da borracha: só poderia ser usada pela Indústria bélica. A Borracha na Segunda Guerra Mundial “O Acre volta a produzir borracha, dessa vez, para subsidiar a indústria da morte”. ✓ O 1° surto terminou quando a Malásia passou a produzir borracha. ✓ O 2° ciclo começa quando ela é impedida de fornecer borracha aos aliados. ✓ “A Malásia representava 97% da produção mundial da borracha”. “A borracha como o nervo da guerra” ✓As matérias-primas mais importantes para a indústria bélica eram o petróleo, o aço e a borracha. Para os dois primeiros, os aliados não encontraram problema. A grande questão estava na iminente falta de borracha. “A borracha como o nervo da guerra” ✓A falta da borracha tornou-se o GRANDE problema para os aliados. Os estoques só dariam para mais um ano de guerra. ✓QUAL SERIA A SOLUÇÃO!!! “A borracha como o nervo da guerra” ✓TRATADO DE WASHINGTON (03 de março de 1942): Os EUA investiriam capitais para reativação dos seringais amazônicos e se comprometeram em comprar toda a produção num período de cinco anos (1942-47). O INTERESSE IA ALÉM DA BORRACHA ✓O presidente Getúlio Vargas tomou várias medidas para efetivar o Tratado de WASHINGTON . a três de março de 1942 o Brasil e Estados Unidos assinavam o acordo de Empréstimo e Arrendamento, que fixava em 200 milhões de dólares as importações de armamentos pelo Brasil, com uma redução de 65% nos preços. Foram também assinados acordos sobre as exportações de ferro e borracha para os EUA, sendo que, no segundo caso, envolvendo toda a produção brasileira destinada à exportação em um período de cinco anos. ✓Em 9 de junho de 1942, Foi criado o Banco de Crédito da Borracha. Ele assumiu o lugar que competia às casas aviadoras e produtoras. Em 1947 os Estados Unidos consideram não apropriadas sua representação nos interesse do banco de credito da borracha e o acordo foi desfeito. Em agosto de 1950 o banco foi transformado em banco de credito da Amazônia s.a (BCA) e atualmente é o banco da Amazônia S.A (BASA). Banco de credito da borracha (BCB) Criado em agosto de 1942 com a finalidade de fomentar a produção gumífera, realizando as operações finais de compra e venda da borracha tanto para o exterior quanto para o nacional financiando a produção, sana meando e colonizando as regiões produtoras. O SEMTA encaminhou para Amazônia apenas homens solteiros, (mais ou menos 11.000) que foram arrebanhados de outras regiões do País, inclusive de cadeias públicas, principalmente influenciadas pelas propagandas. Destes, apenas novecentos foram colocados nos seringais, e os demais ficaram em Belém e em Manaus. O SEMTA, que é o Serviço de Encaminhamento de Trabalhadores para Amazônia, foi um órgão criado durante a guerra em 42. Esses encaminharam só pessoas solteiras, onze mil solteiros que foram arrebanhados do sul do país, eles vieram pra Belém e Manaus, eles fizeram a maior revolta do mundo dentro dos campos (...) Porque eles eram solteiros e viviam de arruaça. Eles gostavam mais de sair dos campos pra beber, pra farrear. (Entrevista com o Pesquisador Pedro Martinello- Rio Branco- Acre, 1995) Esta adota uma política seletiva para o encaminhamento de trabalhadores para a empresa extrativista. A preferência passou a ser dada a nordestinos recrutados com a família nas áreas atingidas pela seca. Em setembro de 1943 foi criado, pelo Decreto-Lei n° 5.813, a Comissão Administrativa de Encaminhamento de Trabalhadores para a Amazônia - CAETA, substituindo as agências responsáveis pelo recrutamento da mão-de-obra para a Amazônia, sob a jurisdição da Comissão de Controle dos Acordos de Washington - CCAW. ✓Foram enviados para as trincheiras da Europa cerca de 25 mil “pracinhas”, que atuaram de setembro/1944 a abril/1945 (8 meses). Destes, 450 morreram. Ao voltarem para o Brasil, viraram HERÓIS NACIONAIS. ✓ Foram enviados para as “trincheiras do inferno” cerca de 55 mil “soldados da borracha”. Atuaram desde 1942 e o número de mortos por epidemias e acidentes chega a 20 mil. A maioria não conseguiram retornar para suas terras natais. Ao final da guerra, foram esquecidos pela “PÁTRIA”. - A Constituição de 1988 prevê a concessão de dois salários mínimos aos soldados da borracha, sem direito a 13°. - Até hoje os SOLDADOS DA BORRACHA lutam por uma aposentadoria equivalente aos dos “pracinhas” que guerrearam na Itália. Governo Federal: o grande vilão? ✓O Governo Federal para honrar o Tratado feito com os EUA fizeram de tudo para enviar os “soldados da desgraça” para a Amazônia. ✓A produção da borracha tinha uma única função: instrumentalizar as máquinas de produzir cadáveres. O Acre contribuiu para o genocídio da guerra. Governo Federal: o grande vilão? ✓Com o fim da guerra em 1945, findou-se também a importância do Acre. A produção da borracha entrou novamente em falência, a pesar de continuar a ser o principal produto de exportação da economia acreana. ✓O Governo Federal foi o responsável pela incorporação do espaço amazônico no processo da guerra. Alimentou as condições para o 2° Surto, fez vistas grossas a semiescravidão do seringal. ✓Novamente fez do Acre refém dos interesses internacionais. A partir de 1972, o Governo Federal instalou o “Programa de Incentivo à produção de Borracha vegetal”, denominado de PROBOR I, com o objetivo de recuperar seringais nativos e plantar seringais de cultivo. Muitos dos empresários que receberam o dinheiro do PROBOR I, investiram em outros fins, como por exemplo na pecuária. Ainda assim, as mini usinas de beneficiamento de borracha, controladas por seringueiros, foram financiadas com recursos do PROBOR I, II e III. O Acre após a 2º guerra mundial 1943 a 1970 Colônias Agrícolas: Custódio Freire (1943) São Francisco (1943) Colônia Apolônio Sales (1943) Alberto torres (1946 Mâncio Lima (1946) Cecília Parente (1946) Dias Martins (1946) Souza Ramos (1946) Juarêz Távora (1946) Equipamentos governamentais: A Cerâmica, o Aviário, Estação Experimental, o Aeroporto Velho, a Fazenda Sobral Estação Experimental Agrícola Governador José Guiomard Rio Branco - AC 1967 A 1975 - A PECUÁRIA E SUA EXPANSÃO NO ACRE -SUSPENSAÕDE EMPRÉSTIMOS PARA OS SERIGALISTAS -EXPULSÃO DE POSSEIROS (COLONOSA , RIBEIRINHOS E SERINGUEIROS) - BANACRE abre linha de crédito para criação de gado -Venda de terras a preço baixo - governo do estado fez -Propaganda fora do estado para atrair compradores de terras. Na formação da população acreana entraram além dos índios, os nordestinos - principalmente cearenses - vieram também paulistas, gaúchos, mato-grossenses incentivados pelo governo de Francisco Wanderlei Dantas (1970 – 1974). 1971 a 1974 – governo Wanderlei Dantas São criados órgãos que facilitam a vinda dos empresários para a Amazônia Sudam: superintendência para o desenvolvimento da Amazônia Basa – Banco da Amazônia Suframa: superintendência da zona franca de Manaus Projeto Radam: localizaçãode minerais na Amazônia Incra – Instituto Nacional de colonização e reforma Agrária Pin: Plano de integração Nacional Proterra: Programa de redistribuição de terras Polamazonica: Programa de polos agropecuários Movimento dos autonomistas -O Movimento Autonomista começou imediatamente com a criação do Território do Acre --A revolta dos 100 dias em Cruzeiro do sul e a criação do departamento de Tarauacá -Direito a recolher nossos impostos -Direito a eleger nossos representantes -Direito a nossa própria justiça Em 1946 José Guiomard dos Santos Lidera o Movimento dos autonomistas ACRE - De território a Estado (17 de novembro de 1903 a 15 de junho de 1962) -Lei 4070 de 15 de junho de 1962 -Autor: Deputado Federal José Guiomard dos Santos --Presidente João Goulart --Foram 59 anos como território --durante o período em que Acre foi território ele foi governado por 29 interventores (governadores indicados pelo Presidente). --somente quando os seringais faliram, o Acre ganhou autonomia O Acre estado passa a ter uma constituição estadual, a eleger deputados, a ter suas próprias leis estaduais, a arrecadar seus próprios impostos, a ter uma justiça estadual. O primeiro governador eleito José augusto de Araújo -Professor de filosofia -Eleito em 1962 -Deposto pelo golpe militar de 1964 -Foi substituído pelo capitão Edgard Pedreira de Cerqueira -Pertencia ao PTB (Partido trabalhista Brasileiro) A redemocratização do Acre Nabor Júnior é eleito governador -Disputaram a eleição: PMDB, PDS, PT e PTB -Nabor Júnior do PMDB venceu com 42% dos votos -Nabor foi substituido por: -Yolanda Fleming (PMDB) -Flaviano Melo (PMDB) -Edmundo Pinto (PDS) -Romildo magalhães (PDS) -Orleir Camely (PDS) -Jorge Viana (FPA) -Binho Marques (FPA) e -Tião Viana (FPA)Jornalistas acreanos na coletiva de Nabor Júnior - 1982 Em janeiro de 1999 surgiu a Lei Chico Mendes no Estado do Acre, pagando subsídio ao seringueiro vinculado a cooperativas ou associações, até a quantia de quarentas centavos de Real por quilo de borracha. Hoje está em 0,70 centavos de Real por quilo. A década de 40 é marcada por uma singular importância na história da ocupação da terra acreana. Em 1941, produziam-se 18.233 toneladas de borracha. Em 1945, a produção aumentou para 32.300 toneladas. Tal aumento foi possível graças: a) A maciço investimento do Banco de crédito da Borracha. b) À instalação de um amplo parque industrial em Manaus, capaz de absorver a produção e comercializa-la. c) À utilização de tecnologia adequada e mão-de-obra tecnicamente qualificada. d) À imigração de nordestinos conhecidos como soldado da borracha, dessa vez acompanhados, em sua maioria, por seus familiares; e) À intensificação da mão-de-obra indígena no extrativismo. “Quando, a partir de 1860, começaram a acontecer as primeiras viagens de exploração se constatou, não só a presença indígena, mas a grande riqueza natural dos rios acreanos, despertando a cobiça dos exploradores. Já em 1870 tinha início uma verdadeira corrida do ouro que fez com que em poucos anos os rios acreanos fossem tomados de assalto. Milhares de homens vindos de todas as partes do Brasil e do mundo passaram a subir os rios estabelecendo imensos seringais em suas margens. Era a febre provocada pelo ouro negro, a borracha extraída da seringueira que depois de defumada era exportada para abastecer as indústrias europeias e norte-americanas, cada vez mais ávidas por esse produto.” O fragmento acima sobre o processo de colonização da Amazônia Ocidental e, mais precisamente na região do Acre, deixa claro que: •a) existiu grande diversidade de conflitos entre os povos nativos que inviabilizaram a formação do ciclo da borracha. •b) ocorreu um intenso processo de desmatamento da Amazônia com a consolidação dos seringais próximos aos rios. •c) os povos nativos possuíam o monopólio do comércio da borracha no mercado internacional. •d) os rios amazônicos foram fundamentais no processo de colonização, bem como no ciclo da borracha. Mesmo com toda expansão econômica, principalmente da agropecuária, o estado do Acre mantém 89% do seu território coberto por florestas, segundo Zoneamento Ecológico- Econômico de 2004.A paisagem típica da Floresta Amazônica, é composta por ecossistema com elevada biodiversidade, formada por vegetação densa e com árvores de grande porte. Contudo, existem biomas no Brasil com paisagens naturais semelhantes. O Bioma que possui a maior semelhança com a Amazônia em relação à paisagem natural da vegetação é: •a) a mata de Araucária. •b) a caatinga. •c) o campo sulino. •d) a restinga. •e) a mata Atlântica.