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GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Turma X Curso de Pós-Graduação Especialização Latu Sensu Gestão da Qualidade e Produtividade Erthelvio Monteiro Nunes Junior REALIZAÇÃO Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma 10 Pós-Graduação Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE SSUUMMÁÁRRIIOO DEFINIÇÃO DE DISCIPLINA ............................................................................................................... 02 PLANO DE AULA ............................................................................................................................. 03 ATIVIDADES ................................................................................................................................... 04 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE ...................................... 4 1. CONCEITOS, PRINCÍPIOS E FILOSOFIA DA QUALIDADE .................................................................... 4 1.1. CONCEITOS BÁSICOS ............................................................................................................................. 4 1.2. PRINCÍPIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE ................................................................................................ 13 1.3. EVOLUÇÃO DA QUALIDADE ................................................................................................................... 16 1.4. PRINCIPAIS GURUS DA QUALIDADE ....................................................................................................... 18 2. GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE ........................................................................................ 23 2.1. A QUALIDADE COMO ESTRATÉGICA DE NEGÓCIO .................................................................................. 23 2.2. ANÁLISE ESTRATÉGICA ........................................................................................................................ 23 2.3. DIFICULDADES NA IMPLEMENTAÇÃO DA GQT ........................................................................................ 25 2.4. A GQT PERDE EFICÁCIA ...................................................................................................................... 25 2.5. POR QUE A GQT FALHA? .................................................................................................................... 26 2.6. APRENDENDO COM AS EMPRESAS DE SUCESSO .................................................................................... 26 2.7. APRENDENDO COM AS EMPRESAS QUE FRACASSARAM ......................................................................... 27 2.8. GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE ................................................................................................. 27 2.9. A IMPLANTAÇÃO DA GQT ..................................................................................................................... 28 2.10. INFRA-ESTRUTURA PARA MOBILIZAÇÃO ............................................................................................... 29 2.11. VISÃO GERAL DAS TÉCNICAS A SEREM EMPREGADAS ......................................................................... 30 2.12. DEFININDO AS FASES PARA IMPLANTAÇÃO DA GQT ............................................................................ 32 2.13. ORDENANDO AS AÇÕES ATRAVÉS DE ETAPAS ..................................................................................... 32 2.14. ESQUEMA BÁSICO PARA IMPLEMENTAÇÃO DA GQT ............................................................................. 34 2.15. MODELOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE .......................................................................... 35 3. GERENCIAMENTO DA QUALIDADE ................................................................................................ 35 3.1. FUNDAMENTOS DO GERENCIAMENTO .................................................................................................... 35 3.2. GERÊNCIA PELAS DIRETRIZES-GPD ..................................................................................................... 43 3.3. GERÊNCIA DE PROCESSO ..................................................................................................................... 49 3.4. GERÊNCIA DA ROTINA .......................................................................................................................... 54 3.5. GERÊNCIA DAS MELHORIAS .................................................................................................................. 59 4. MODELOS DE REFERÊNCIA .......................................................................................................... 60 4.1. SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE .................................................................................................... 61 4.3. BENEFÍCIOS PROPORCIONADOS PELA CERTIFICAÇÃO ISO 9000 A EMPRESAS BRASILEIRAS ................... 72 4.4. MODELO DO SGQ ................................................................................................................................ 74 4.5. MODELO DE EXCELÊNCIA - PRÊMIO NACIONAL DA QUALIDADE - PNQ .................................................... 74 4.6. CRITÉRIOS DO PNQ ............................................................................................................................. 76 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 79 Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 4 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Gestão Estratégica Para a Qualidade e Produtividade Uma Visão Empresarial APRESENTAÇÃO O mercado está a exigir, cada vez mais, que as organizações mantenham-se competitivas, tenham como referência a inovação como diferenciais em relação aos concorrentes e pratiquem baixos custos. As bases para tal devem referenciar-se na melhoria contínua pela qualidade e otimizar os recursos de tal maneira que se obtenha a produtividade adequada ao seu negócio. A série ISO 9000 compõe documentos a partir do qual as organizações devem se apoiar na adequação para que possam ser consideradas conforme em relação aos requisitos estabelecidos na norma ABNT NBR ISO 9001:2008, após terem sido auditadas por um Organismo de Certificação de Conformidade (OCC/INMETRO). A presente disciplina do curso Gestão da Qualidade e Produtividade objetiva capacitar aos participantes no conhecimento dos conceitos básicos e princípios da qualidade e da produtividade, do planejamento estratégico, da gestão estratégica da qualidade e formas de gerenciamento e aplicabilidade da ABNT NBR ISO 9001:08 e os modelos de excelência nas organizações. 1. CONCEITOS, PRINCÍPIOS E FILOSOFIA DA QUALIDADE 1.1. CONCEITOS BÁSICOS 1.1.1. A Empresa de Sucesso e a Qualidade Total O que é uma empresa de sucesso? Certamente todo empresário deseja ter uma empresa de sucesso. As pessoas gostam de trabalhar em uma empresa de sucesso. A sociedade se orgulha das suas empresas bem sucedidas. Uma empresa de sucesso é aquela que tem maior faturamento? Maior lucro? Ou que alcança os objetivos estabelecidos? O sucesso de qualquer empresa passa, seguramente, pela satisfação e felicidade das pessoas relacionadas com sua atuação. O acionista, para manter o negócio, deve obter lucro nas suas operações, preservar e ampliar seu patrimônio. Os colaboradores desejam adequada remuneração e boas condições de trabalho. Os fornecedores querem continuar fazendo negócio com a empresa. A sociedade espera que a empresa contribua com sua melhoria enão agrida o ambiente em torno da empresa. E, por fim, os clientes desejam ter suas necessidades atendidas pelos produtos e serviços prestados. Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 5 Figura: Os diversos públicos relacionados com a empresa e sua expectativa A empresa é uma organização que transforma entradas, como materiais, informação e insumos em produtos e serviços, agregando-lhes valor de acordo com os desejos e expectativas dos clientes. Para ter sucesso, os produtos devem agradar aos clientes e serem consumidos pelo mercado, gerando remuneração à atuação da empresa que, assim, pode atender aos outros públicos como acionistas, colaboradores, fornecedores e sociedade. Se os produtos não são consumidos, não há como atender a público algum e a empresa corre o risco de encerrar suas atividades. A Qualidade Total representa o modo de organização e gestão empresarial que visa a satisfação dos públicos relacionados com a empresa, atendendo principalmente ao cliente que representa a razão de ser da empresa e a fonte de sua renda. A Qualidade Total representa a condição ou o estado da empresa de sucesso. 1.1.2. Os Fatores Críticos de Sucesso de uma Empresa Todas as empresas foram criadas para serem bem sucedidas e se perpetuarem. Porém, algumas conseguem e a maioria sucumbe no seu sonho. Por quê? Muitas são as causas do fracasso das empresas e poderia ser elaborada uma relação enorme de cuidados e dicas para evitar essa situação. No entanto, é melhor apresentar quais são as condições necessárias a serem atendidas para que o sucesso "seja possível". � A empresa deve ter uma boa estratégia de negócio. � Os produtos devem atender as necessidades e expectativas dos clientes. � Planejar o uso de recursos definindo objetivos, metas e os meios necessários. � Organização dos processos para fazer uso adequado de recursos agregando valor aos produtos. � Controlar as atividades realizadas identificando e solucionando problemas e oportunidades de melhorias. � Contar com uma equipe capacitada, comprometida e motivada. Essa é a essência da boa gestão. Para que todos esses fatores sejam atendidos é necessário: � Pesquisar o mercado continuamente para conhecer as necessidades dos clientes e desenvolver bons produtos. EMPRESA MATÉRIA-PRIMA PRODUTO Boas condições de trabalho e adequada remuneração Empresa lucrativa, crescendo e ampliando seus negócios Produto que atendam suas expectativas e necessidades Desenvolvimento, melhoria e preservação ambiental Fazer negócios gerando faturamento COLABORADORES ACIONISTA CLIENTES SOCIEDADE FORNECEDOR Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 6 � Adquirir e/ou desenvolver tecnologia fazendo uso do conhecimento necessário para as suas atividades � Capacitar e desenvolver seus colaboradores criando equipes mais competentes e preparadas. � Fazer uso da informação do ambiente e interna para gestão de suas atividades. Resumindo, existem duas grandes situações de origem do sucesso ou fracasso das empresas. Primeiramente, o ambiente que representa todos os elementos externos à empresa que influenciam sua atuação, porém sobre os quais a empresa não tem controle o ambiente pode apresentar oportunidades que trará grandes resultados para a empresa, ou mesmo fatores restritivos e inesperados que podem fazer a empresa sucumbir. Outra situação está relacionada aos fatores internos de gerenciamento da empresa, como o controle financeiro, gerência de processos, desenvolvimento do produto, pessoal, etc, que, se não forem bens gerenciados, podem levar a empresa ao fracasso. Quanto ao ambiente, o que pode ser feito é uma análise buscando conhecer ameaças e oportunidades e estabelecer estratégias adequadas, que permitam a empresa aproveitar as oportunidades e se preparar para as ameaças. Essa ação recebe o nome de "Planejamento Estratégico" ou "Análise Estratégica". A estratégia define o caminho a seguir, as ações a serem desenvolvidas e os objetivos desejados. De um modo geral define a grande visão da empresa. Quanto os fatores internos, deve ser estabelecida uma organização tal que permita a empresa alcançar seus objetivos fazendo a visão ser realidade. Para tanto, é necessário usar métodos que permitam organizar a atuação da empresa fazendo com que as pessoas sejam preparadas, motivadas e executem corretamente suas atividades. Nesse caso, o que deve ser feito é a adequação da gestão da empresa aos seus objetivos e visão. Para isso as técnicas de gestão da qualidade e produtividade são muito úteis. Portanto, a Gestão da Qualidade Total GQT é usada para organizar a empresa e estabelecer um adequado modo de gestão que permita a empresa alcançar seus objetivos. A GQT é o caminho, o meio necessário para o sucesso da empresa. Visão sem ação não passa de sonho Joel Baker 1.1.3. Conceito de Excelência Empresarial VISÃO G Q T SUCESSO Desejo forte a ser alcançado Técnicas a serem aplicadas para melhoria e adequação da gestão e organização da empresa Alcance dos objetivos e satisfação dos públicos relacionados com a empresa Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 7 A excelência empresarial representa uma situação desejada, buscada por todas as organizações e distingue a empresa que alcançou os objetivos estabelecidos, sendo sinônimo de sucesso. O significado de excelência, conforme definido por Prazeres (96), representa a característica das “organizações que conhecem a atitude, as necessidades e expectativas dos clientes, os concorrentes e as tendências tecnológicas, que se antecipam às demandas do mercado, oferecendo um conjunto de produtos e/ou serviços que atendam às necessidades e expectativas dos clientes em condição de vantagem competitiva, que entregam o que prometem e mantêm atitudes de cortesia nas relações com o cliente”. É a condição alcançada por uma empresa capaz de manter o seu sucesso ao longo do tempo, isso é, ser capaz de responder adequadamente ao ambiente e suas mudanças (Honda, 98). Além da vantagem competitiva sobre os concorrentes, a empresa excelente é aquela que atua devidamente integrada aos fatores ambientais, obtendo resultados do seu negócio e proporcionando satisfação aos diversos públicos a ela relacionados. A garantia do sucesso em longo prazo está em fazer produtos melhores do que a concorrência (Corrêa e Gianesi, 93), e isso significa ter produtos que atendam aos seguintes requisitos: � Qualidade: fazer produtos melhores que os concorrentes. � Custos: fazer produtos com custo inferior aos dos concorrentes. � Tempo: fazer os produtos mais rápido que os concorrentes. � Confiabilidade: entregar os produtos em prazo, local, quantidade e forma correta. � Flexibilidade: mudar muito e rapidamente o que se está fazendo. Esses parâmetros devem ser considerados especificamente para cada empresa, analisando melhor as suas dimensões e impactos nos resultados do negócio, devendo considerá-los na análise e definição da estratégia a ser usada. Ser competitivo, portanto, além de estar diretamente relacionado à capacidade de manejar eficaz e eficientemente as operações internas da empresa, depende também da capacidade da empresa de se “conectar” ao ambiente em que está inserida. (Cornella, 94). Além da vantagem competitiva sobre os concorrentes, a empresa excelente é aquela que atua devidamente integrada aos fatores ambientais, obtendo resultados do seu negócio e proporcionando satisfação aos diversos públicos a ela relacionados. 1.1.4. Características da Empresa Excelente A partir da análise dos assuntos discutidos nos itens anteriores, conclui-se que o sucesso das organizações está condicionadoao seu entendimento e relacionamento com ambiente. A partir disso, é possível definir uma estratégia de negócio adequada, produtos e serviços que atendam às necessidades do mercado, uma organização eficaz, meios de gerenciamentos apropriados e pessoas preparadas e capazes para atuarem na empresa. O ambiente impõe restrições à atuação da empresa, estabelecendo condições a serem atendidas para o sucesso da empresa. São os “Fatores Críticos de Sucesso (FCS)” definidos por Rockart (79) como os poucos fatores que devem ser atendidos (mesmo em detrimento de outros) para que os objetivos empresariais sejam alcançados. Caso não se consolidem, certamente impossibilitarão o alcance dos objetivos empresariais definidos. Os FCS devem merecer especial atenção por parte da direção das empresas. Se satisfatoriamente atendidos, garantem o desempenho competitivo da organização (Furlan, 97). Desse modo, os FCS são como barreiras que podem impedir o desenvolvimento e o sucesso das Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 8 empresas, e são fatores determinantes para se alcançar a excelência empresarial. A definição dos FCS depende de cada ramo de atividade das empresas (Rockart, 79). Para sobreviver na era atual, as empresas em geral precisam ter características que lhes possibilitem atender aos FCS impostos por essa nova realidade empresarial. De acordo com Kanter (90), em um estudo da Harvard Business School, a fórmula do sucesso competitivo que possibilita a empresa atender aos seus FCS é definida por cinco características que começam com a letra F: FLEXIBILITY “combine recursos e melhore capacidades” FOCUS “limite-se a poucos objetivos” FAST “perceba rapidamente e coordene a mudança” FRIENDLY “implemente joint ventures e alianças estratégicas” FUN ”alegria, prazer, naturalidade serão fundamentais na empresa que pretenda vencer a revolução estratégica e gerencial” Tabela: Os 5 “Fs ” das características da empresa excelente segundo Kanter (90). 1.1.5. Você Sabe o Que é Qualidade! O conceito de qualidade é conhecido e intuitivo. Tudo aquilo que agrada a alguém, ao seu usuário, é dito de qualidade. Algumas frases foram bastante difundidas sobre qualidade: � Atender às necessidades dos clientes; � Satisfazer aos requisitos dos clientes; e � O que o cliente diz é qualidade. Devido a grande divulgação do assunto da qualidade algumas confusões (e até mesmo desinformações) são verificadas. Confunde-se produto de qualidade com Qualidade Total, Controle da Qualidade, com Garantia da Qualidade, sem contar com as diversas siglas de técnicas e ferramentas usadas, com GQT, TQC, 5 S, PDCA, CEP, JIT, 5 W e 2 H, BPM, CCQ, etc. sendo uma grande confusão conceitual da "sopa de letrinhas" que envolve a gestão da qualidade. É importante poder entender o que realmente significa todas essas palavras relacionadas à qualidade e, mais que isso, poder interpretá-las corretamente e fazer uso desses conceitos na gestão da empresa para alcançar o sonhado sucesso do negócio. A palavra Qualidade é tanto aplicada como “atributo” de produtos que o satisfazem a quem se destina (clientes) e também é definida como um modo de organização de empresas que objetiva produzir produtos com o atributo Qualidade. Esse último é o conceito que nos interessa. Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 9 ATRIBUTO GESTÃO QUALIDADE CARACTERÍSTICA DE UM PRODUTO MODO DE ORGANIZAÇÃO DA EMPRESA Figura: Os dois significados da palavra Qualidade: atributo e modo de gestão Juran define a qualidade relacionada às características do produto como "qualidade com "q" minúsculo, enquanto que a gestão da qualidade como "Qualidade com "Q" maiúsculo". As normas ISO sobre terminologia definem: Esse é o conceito de Qualidade Total, que representa um meio, o caminho a ser seguido para a empresa alcançar o sucesso e ser considerada excelente. Assim, os termos Qualidade Total, Gestão pela Qualidade Total-GQT e ainda os seus correlatos em língua estrangeira Total Quality Control-TQC e Total Quality Management-GQT, Company Wide Quality Control-CWQC (Controle da Qualidade Total, por toda a empresa) indicam um modo de organização de empresas para ofertar serviços ou produzir produtos que atendam às necessidades e expectativas dos clientes, buscando a plena satisfação dos diversos públicos envolvidos com a empresa sejam acionistas, empregados, fornecedores, clientes e comunidade. 1.1.6. Conceitos da Qualidade Apesar da "Revolução da Qualidade" e da ampla difusão desse assunto, não há definições claras ou consensuais sobre o que qualidade significa. Para cada autor (ou "guru") existe uma definição � Armand Feigenbaum: "qualidade é a composição total das características de marketing, engenharia, fabricação e manutenção de um produto ou serviço, através das quais o mesmo produto ou serviço, em uso, atenderá às expectativas do cliente". � J.M. Juran: "o nível de satisfação alcançado por um determinado produto no atendimento aos objetivos do usuário, durante o seu uso, é chamado de adequação ao uso. Este conceito de adequação ao uso, popularmente conhecido por alguns nomes, tal como qualidade, é um conceito universal aplicável a qualquer tipo de bem ou serviço. � William Edwards Deming: qualidade é a satisfação do cliente" e "melhoria contínua" � Philip Crosby: "qualidade é conformidade com os requisitos". Gestão da Qualidade ISO 9000 “Atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização, no que diz respeito à qualidade”. ISO 8402 "Modo de gestão de uma organização centrada na qualidade e baseada na participação de todos os seus membros, visando o sucesso a longo prazo, através da satisfação do cliente e benefícios para todos os membros da organização e para a sociedade. Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 10 � American Society for Quality Control - ASQC: "qualidade é a totalidade de requisitos e características de um produto ou serviço que estabelece a sua capacidade de satisfazer determinadas necessidades". � International Organization for Standardization: ISO - "qualidade é a totalidade de características de uma entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades explícitas e implícitas". Segundo Garvin (92), a qualidade pode ser entendida considerando cinco abordagens distintas: ABORDAGEM SIGNIFICADO Transcendental Vê a qualidade como sinônimo de excelência inata. A qualidade é definida como absoluta - o melhor possível em termos de especificação de produto ou serviço. Um carro de qualidade é um Rolls Royce. O relógio de qualidade é Rolex. Baseada na manufatura Preocupa-se em fazer produtos ou ofertar serviços que estão livre de erros que correspondem precisamente às suas especificações de projetos. Baseada no Usuário Assegura que o produto ou serviço está adequado ao seu propósito. Além de considerar as especificações do produto, se preocupa com adequação às especificações do consumidor. Baseado no Produto Vê a qualidade como um conjunto mensurável, e preciso de características, que são necessárias para satisfazer ao consumidor. Baseada no Valor Defende que a qualidade seja percebida em relação ao preço. O cliente pode estar querendo acertar algo de valor especificação de qualidade, se o preço for menor. Se o conceito de qualidade é abrangente e não há uma única definição e, considerando ainda a grande variedade de produtos e serviços existentes no mercado, é possível identificar algumas dimensões ou categorias da qualidade. Ainda segundo Garvin (92), podem ser identificadas 8 dimensões: � Desempenho: se refere às características operacionais básicas de um produto ou o atendimento a requisitose especificações durante o uso do produto. � Características Secundárias: ou características complementares às características principais do produto ou ao seu desempenho que suplementam o seu uso. (Ex.: serviço de bordo de uma viagem de avião) � Confiabilidade: Está relacionada à probabilidade do produto funcionar adequadamente durante um tempo especificado (vida útil) sem apresentar falhas ou defeitos. � Conformidade: Grau em que o projeto e as características operacionais de um produto estejam de acordo com padrões preestabelecidos � Durabilidade: refere-se ao tempo de uso de um produto até que se deteriore ou quando a substituição for preferível aos constantes reparos. � Atendimento: relação e atenção dispensada ao cliente envolvendo rapidez, cortesia e facilidade de reparos. � Estética: Aparência de um produto, o que se sente com ele, sabor ou cheiro. Dimensão subjetiva sendo na questão de julgamento pessoal e reflexo das preferências individuais. � Qualidade Percebida: Imagem, reputação de um produto percebido pelo cliente como sinônimo de qualidade 1.1.7. Outros Termos Relacionados a Qualidade Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 11 Muitas confusões e até mesmo desinformações existem (e persistem) a respeito da Qualidade e seus termos correlatos, de modo semelhante à confusão entre Qualidade e Gestão pela Qualidade Total. Deve ser entendido com clareza a definição de termos como: � Controle de Qualidade: Atividade que verifica se o produto atende às especificações estabelecidas. Os parâmetros utilizados para especificação dos produtos são avaliados e medidos sendo verificado se estão dentro dos valores admitidos como aceitáveis. Como exemplo pode-se citar o controle dimensional de produtos, o controle de peso, a composição química nível de defeitos, entre outros. O controle da qualidade ocorre ao longo da produção, normalmente ao final de cada processo e também no produto final. Essa atividade separa os produtos defeituosos daqueles considerados adequados (com qualidade) e tem como grande vantagem impedir que produtos sem qualidade possam ser entregues aos clientes. Essa atividade, mesmo necessária, não modifica ou “agrega valor” ao produto podendo ser bastante custosa e pouco contribuir à organização da empresa para impedir novos produtos defeituosos. Normalmente o Controle de Qualidade é realizado sobre uma amostra representativa dos produtos e de acordo com o resultado é feita uma inferência sobre o lote ou conjunto de produtos, utilizando-se regras estatísticas para isso, tomando-se a decisão pela sua aprovação ou não. � Gestão da Qualidade: Já sabemos que é também definido como Gestão pela Qualidade Total-GQT e seus correlatos, como TQM-Total Quality Management, TQC-Total Quality Control e CWQC-Company Wide Quality Control. Significa como organizar a empresa para que ela ofereça sempre produtos com qualidade, isto é, que atendam aos requisitos dos clientes. � Sistema da Qualidade: De acordo com a Norma ISO 9000-2000, Sistema da Qualidade é definido como “conjunto de elementos interelacionados para estabelecer política e objetivos, e para atingir estes objetivos, visando dirigir e controlar uma organização no que diz respeito a qualidade”. Entendendo melhor essa definição, o Sistema da Qualidade de uma empresa representa a organização necessária para que a empresa tenha qualidade. Envolve a elaboração dos procedimentos, isto é, dos documentos que orientam “como” executar as atividades, definição dos processos que geram os produtos, as responsabilidades de execução das atividades e também que sejam mantidos registros que evidenciem que o processo foi executado conforme estabelecido na documentação. Os documentos que melhor apresentam e definem um Sistema da Qualidade são as normas ISO série 9000, notadamente a de número 9001. Basicamente uma empresa tem que ter procedimentos, registros e praticar o que está documentado, para garantir que o produto será entregue conforme solicitado pelo cliente. Isso é o Sistema de Gestãoda Qualidade. � Técnicas da Qualidade: Representam o conjunto de conceitos usados para adequação do modo de gerenciamento da empresa, contribuindo para a construção de um modelo de gestão. Fazem uso de ferramentas da qualidade e são identificadas por siglas que constituem a “sopa de letrinhas” da GQT. Como exemplo podem ser citadas as técnicas: 5S, TPM, JIT, CEP, BPM, entre várias outras. A frente serão apresentados os conceitos e aplicações das principais técnicas usadas na GQT. � Ferramentas da Qualidade: São instrumentos que permitem a aplicação dos conceitos da Qualidade de modo simples e prático. Como exemplos de ferramentas, podem ser citados o ciclo PDCA, 5W e 2H, diagrama de causa e efeito, Brainstorming, entre outras. � Programa da Qualidade: Ação planejada que tem como objetivo adequar o modo de gestão da empresa, fazendo uso dos conceitos e técnicas da qualidade. Define quais as técnicas que serão utilizadas em uma expectativa de tempo. 1.1.8. Porque Qualidade Total? Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 12 É importante não confundir produto com Qualidade e Qualidade Total. Foi mostrado no início deste capítulo que Qualidade é um atributo do produto ofertado ao cliente que atende as suas necessidades. Qualidade Total, identificada pelos seus diversos termos correlatos já apresentados (GQT, GQT, TQC e CWQC) é um modo de gestão, uma forma de organização da empresa, para que ela sempre gere produtos que atendam aos seus clientes. Se Qualidade é atender cliente, adjetivá-lo de total parece até redundância. Mas essa filosofia de gestão representa uma maneira ampla e sistêmica de organização e gerenciamento da empresa e sua atuação a seguir: � Na GQT todos os requisitos dos clientes devem ser atendidos, sejam pelas características do produto, pelo prazo, preço e atendimento em si. � A GQT objetiva a satisfação plena de todos os públicos envolvidos com a empresa, sejam clientes, acionistas, empregados, fornecedores e até mesmo a sociedade. Todas estão diretamente relacionados e envolvidos com a atuação da empresa e devem ter suas expectativas também atendidas, respeitando as outras partes envolvidas. � Toda a empresa é envolvida de forma sistêmica pela GQT. Não apenas os processos de produção ou o controle de Qualidade, mas também as funções de apoio ou suporte de administração do negócio. � Na GQT todas as pessoas que atuam na empresa, são envolvidas, do dirigente principal ao mais simples empregado. Todos participam de uma maneira harmônica e em direção aos objetivos da empresa que deve contemplar o interesse de seus públicos diretos. � O desafio é sempre atender aos requisitos dos clientes (e não às vezes), garantindo a constante atuação da empresa em atenção às necessidades dos clientes que muitas vezes mudam com o tempo. Devido a todo esse amplo aspecto da GQT é que ela recebe o nome da Qualidade Total e não deve ser confundida com Qualidade de produto, com ISO 9000, como atender somente ao cliente, ou se prestar apenas ao interesse da empresa. O QUE É GQT O QUE NÃO É GQT � É uma filosofia de gestão da empresa, baseado na satisfação dos diversos públicos envolvidos com a empresa. � É um modo de gestão que tem como objetivo dotar a empresa de uma organização que gere produtos que atendam aos requisitos dos clientes. � É um meio e não um objetivo em si, para que a empresa possa atingir os objetivos e resultados desejados. � Faz uso de um conjunto de técnicas que deve ser integrado ao modelo de gestão da empresa e usado em direção aos seus objetivos (como 5 S, Padronização, Gerência de Processos e tantos outros). � Envolve todas as pessoas, todas as funções e setores da empresa a atuarem harmonicamente, integradamente em uma única direção que contempleos objetivos comuns. � Visa garantir que os produtos serão gerados atendendo aos requisitos dos clientes e consequentemente, possibilitará os resultados desejados como vendas, lucros etc. � Demanda uma decisão clara dos dirigentes da empresa para fazer uso desse modo de gestão, devendo ser liderado pelo dirigente principal, envolvendo todas as chefias. � Representa uma estratégia da empresa de focalizar sua atuação no atendimento dos requisitos dos clientes. � Solução para adequar a gestão das empresas que respeita sua realidade e seus objetivos. Cada empresa representa uma situação específica que deve ter uma solução de gestão também específica. � Demanda tempo, esforço e dedicação para obter os resultados dependendo de cada empresa. As mais dedicadas e organizadas obtém resultado cedo. � Mágica que possa transformar da noite para o dia uma empresa desorganizada em uma empresa de sucesso. � Solução pronta e acabada, única para todas as empresas que é só usar e esperar o resultado. � Milagre que não necessite de esforço e tempo, principalmente da direção, para transformar a realidade da empresa. � Programa de “peão” em que apenas o nível operacional é envolvido. � Usar apenas uma técnica de gestão de modo isolado (como 5S, padronização, etc), achando que apenas isso é suficiente. � Espalhar um monte de cartazes pela empresa dizendo que Qualidade é ... � Atender apenas aos interesses da empresa de redução de custo e aumento de produtividade. � Ter o cliente como um problema, exigente e chato. � Apenas um Sistema de Garantia da Qualidade tendo como base a ISO 9000. Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 13 1.2. PRINCÍPIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE Prêmio Nacional da Qualidade � Visão sistêmica � Aprendizado organizacional � Proatividade � Inovação � Liderança e constância de propósitos � Visão de futuro � Foco no cliente e no mercado � Responsabilidade social � Gestão baseada em fatos � Valorização das pessoas � Abordagem por processos � Orientação para resultados Requisitos da ISO série 9000 � Foco no cliente � Liderança � Envolvimento de pessoas � Abordagem de processo � Abordagem sistêmica para gestão � Melhoria contínua � Abordagem factual para tomada de decisão � Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores 1.2.1. A Produtividade como Avaliação do Desempenho da Empresa “O único conceito significativo de competitividade é o de produtividade" M. Porter A produtividade é uma medida de eficiência do sistema empresarial usada para avaliação do desempenho da empresa, sendo uma forma de verificação se os objetivos estão sendo atingidos. Possibilita uma medição de resultados para análise global da empresa. A produtividade representa a avaliação dos resultados de uma empresa em relação aos recursos utilizados na obtenção dos produtos. Figura: A produtividade como avaliação da eficácia da empresa como um sistema RECURSOS DE PROCESSO SAÍDA S - Matéria- Prima - Insumos - Produto - Sub-produto - Rejeitos ENTRADAS SAÍDA Recursos de Entradas Recursos de Produção - Máquina - Mão-de-obra Tempo de Resposta Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 14 Considerando uma empresa como um sistema em que os produtos (saídas) são obtidos no processo produtivo pela transformação de entradas, a produtividade é definida pela relação entre "saídas" (out-put) e "entradas" (in-put). Formulação clássica de produtividade (P) P = Resultados de produção = Saídas Recursos Utilizados = Entradas Considerando que os resultados de produção são a própria produção da empresa (em unidades, peso, volume, etc) ou mesmo o seu equivalente em faturamento, e que os recursos utilizados podem ser matéria-prima, pessoal, energia, máquinas, entre outros, a formulação de produtividade clássica pode ser expressa em relação a cada um desses recursos ficando: RESULTADOS RECURSOS R$ PRODUÇÃO Pessoal Faturamento / Empregado Produção / H h Matéria-Prima Faturamento/Tonelada processada Produção/ Tonelada processada Máquina Vendas / Máquina Produção / Máquinas Considerando o faturamento como a expressão monetária da produção e o custo total como a expressão monetária dos recursos utilizados, a produtividade pode ser medida como: P = Faturamento Custos A produtividade pode ser medida em relação ao recurso tempo, sendo expressa em produção por hora, turno, dia, etc. Uma outra forma de medir a produtividade em relação ao tempo está na medida de tempo de ciclo ou "lead time", como sendo o tempo necessário para um ciclo completo de produção, da aquisição da matéria-prima ao produto final. Não confundir capacidade de produção com produtividade CAPACIDADE DE PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE � Máxima produção da empresa em certo período de tempo Ex: 10.000 unidades / mês � Medida de eficiência da empresa que expressa os resultados obtidos em relação aos recursos usados Ex: 500 unidades / máquina 200 unidades / empregado PRODUÇÃO PROCESSO I PROCESSO II T.C. DE PROCESSO II T.C. DE PROCESSO I MATÉRIA-PRIMA PRODUTO FINAL TEMPO DE CICLO DE PRODUÇÃO Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 15 Uma expressão muito usada e comumente confundida com produtividade é a taxa de utilização da capacidade expressa em percentual. 1.2.3. Produtividade Global As definições e formulações clássicas de produtividade, apesar de serem muito usadas e de fácil entendimento, não permitem uma adequada avaliação da produtividade global da empresa. Bella Gold (73) apresenta de um modo mais amplo, uma medida de produtividade, relacionando o lucro com o investimento total, estabelecendo esse conceito com a capacidade adequada de produção de uma empresa e poder aproveitá-la ao máximo. 1.2.4. Análise do Conceito de Produtividade O conceito de produtividade global, para ser relevante e poder realmente permitir uma avaliação do sucesso da empresa, deve considerar: a. O processo físico de transformação, onde produtividade tem o significado de eficiência técnica b. O processo de agregação de custos para obter o produto, denominado de eficiência de custos c. O processo econômico de transformação dos recursos ou eficiência de investimento total Considerando esses três componentes a fórmula da produtividade global é: PG = Lucro Investimento Total Que pode ser desdobrado em: PG = ( Preço - Custo) x Taxa de x Produtividade x Produtividade Médio Médio Utilização do Ativo do Capital PG = (Receita - Custo) x Produção x Produtividade x Ativo Fixo Produção Produção Capacidade Ativo Fixo Invest. Total � A produtividade é uma forma de avaliação da eficiência da empresa, permitindo a adequação do uso de recursos em relação a sua produção. � Aumento da produtividade pela redução de custos (usar cada vez menos recursos) tem um limite e apenas agindo desse modo os resultados globais podem não ser satisfatórios. � A produtividade pode ser aumentada pelo melhor aproveitamento da capacidade da empresa e melhor desempenho dos processos produtivos, pelo aumento da disponibilidade, da velocidade e da qualidade dos produtos. J F M A M J J A S O N D CAPACIDADE NOMINAL: 10.000 UNIDADES CAPACIDADE UTILIZADA MESES PRODUÇÃO Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 16 � É necessário estabelecer um adequado sistema de informações sobre os fatores que compõem a equação da produtividade para apoiar o processo de tomada de decisões da empresa. � Os indicadores de produtividade, com base na informação sobre o uso de recursos,é que permitem a avaliação de resultados e uma base para verificar se os objetivos empresariais foram atingidos, de maneira global. 1.3. EVOLUÇÃO DA QUALIDADE Como conceito a qualidade é conhecida há milênios. Recentemente surgiu como função gerencial evoluindo da atividade de inspeção de produtos para a gestão da empresa como um todo sendo essencial para o sucesso estratégico das organizações. Essa evolução deu de modo gradativo podendo ser identificados as seguintes fases: � Inspeção: Com o surgimento das primeiras indústrias e da fabricação seriada em substituição à atuação dos artesãos surge a necessidade de verificar se os produtos atendiam as especificações estabelecidas. Era a fase do “controle da qualidade“ baseado na inspeção dos produtos. A principal conquista dessa época foi a criação de um sistema de medição (início século XIX). A inspeção, usada até os dias atuais, separa os produtos não conformes evitando que sejam consumidos pelos clientes, porém, não atua na causa que levou aos produtos não conformes. � Controle Estatístico da Qualidade: Essa fase, iniciada nos anos 30, foi marcada pela ênfase no controle do processo usando técnicas estatísticas definidas por W.A Shewhart e sua equipe do Bell Telephone Laboratories (H. Dodge, H. Roming, C. D. Edwards e, mais tarde, Joseph Juran). Foi estabelecido o conceito de variabilidade das características dos produtos podendo ocorrer dentro de faixas aceitáveis. Era o princípio da carta de controle de processo (ou gráfico de Shewhart). Foram também definidos os critérios de amostragem para inspeção de produtos sendo criadas as famosas cartas de Dodge e Roming para definição do tamanho da amostra e planos de amostragem em controle de processo. A inspeção e o controle de processo passa a ser feito com base estatística e não mais inspeção 100%. � Garantia da Qualidade: Nessa fase, já nos anos 50, a qualidade deixa de ser preocupação apenas do departamento de controle da qualidade e passa a ser uma preocupação gerencial em todo o processo de produção. A ênfase está em prevenir a ocorrência de produtos defeituosos. Juran propõe o conceito de “Custos da Qualidade“, Feigenbaum define o “Controle Total da Qualidade”, passando essa função a ser de responsabilidade de todos os departamentos relacionados a produção do produto (projeto do produto, produção e entregas). Surge a engenharia da confiabilidade preocupada com a manutenção da qualidade do produto ao longo de sua vida útil. A ênfase era ter um sistema produtivo que garantisse a qualidade do produto de acordo com as especificações estabelecidas. � Qualidade Total: As décadas de 70 e 80 foram caracterizadas pela grande ascensão das empresas japonesas que passaram a usar as técnicas da qualidade em toda a empresa, envolvendo todas as pessoas em todo o ciclo produtivo. A qualidade deixava de ser preocupação dos departamentos relacionados a produção e passou a ser preocupação da alta gerência. Esse fato foi impulsionado pelo aumento da concorrência e perda de rentabilidade e mercado, em que as empresas precisavam a ter atenção especial com o que o cliente desejava e não apenas com o que queriam produzir. Esse fato foi marcante para gerar o que foi chamado de “Total Quality Control - TQC“, sendo responsável pelo sucesso das empresas japonesas e iniciado por Juran e Deming que foram ao Japão ensinar aos empresários daquele país a organizarem suas empresas após a II Guerra Mundial. � Gestão Estratégica da Qualidade: Na década de 80, as empresas americanas, ainda surpresas com o crescimento das empresas japonesas perdiam reputação, rentabilidade e mercado. O conceito TQC é aprimorado e a qualidade passa a ser assunto da alta gerência, fazendo parte da gestão estratégica. Surge a denominação de “Total Quality Management - TQM“ que passa a mudar a organização e o modo da gestão das empresas americanas (e depois do mundo) sendo responsável pelo grande crescimento dessas empresas na década Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 17 de 90. O conceito de Qualidade é redefinido estando diretamente relacionado a plena realização dos clientes (o cliente é o rei). Os concorrentes são estudados (Benchmarking) e há uma ênfase no desenvolvimento de novos produtos (inovação). A qualidade passa a ser uma poderosa arma de competição, passando a ser de responsabilidade de alta administração. É a fase da Qualidade como gestão estratégica que até hoje se verifica. 1.3.1. Evolução do Conceito de Qualidade 1.3.2. Importância da Qualidade Qualidade, na sua essência, significa implementar um modo de organização que a empresa deve ter para que seus clientes estejam satisfeitos com os produtos e serviços, possam continuar como clientes, gerando faturamento e, conseqüentemente, resultados financeiros para a empresa (lucro e lucratividade). Desse modo, a empresa pode manter e remunerar adequadamente seu pessoal, honrar seus compromissos com fornecedores e governo e promover melhorias e ações de interesse da sociedade. Além disso, a Qualidade permite: � Conhecer as necessidades e expectativas dos clientes e direcionar a atuação da empresa em atendê-las. � Desenvolver produtos de acordo com as necessidades e expectativas dos clientes. � Organizar empresas por processos tendo mais controle de atividades e uso de recursos. � Promover a motivação e capacitação dos colaboradores tornando-os mais habilitados na execução das atividades. � Definir a visão estratégica estabelecendo uma direção única a ser seguida por toda a empresa. � Uso de métodos estatísticos de avaliação dos produtos, dos processos, de gestão como um todo e de satisfação dos clientes. � Definição clara da “regra do jogo” ou de como executar as atividades da empresa pela padronização e definição de procedimentos documentados. GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE QUALIDADE DE VIDA QUALIDADE TOTAL GARANTIA DA QUALIDADE CONTROLE ESTATÍSTICO INSPEÇÃO Ênfase no produto Ênfase no processo Ênfase no sistema Ênfase no cliente e envolve toda a empresa Ênfase no mercado (cliente, concorrência, inovações e nas pessoas) Ênfase na vida das pessoas (clientes, colaboradores, acionistas e sociedade) Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 18 � Melhoria do local e das condições de trabalho trazendo facilidade, harmonia e satisfação dos colaboradores. Como conseqüência disso, a empresa passa a ter melhores resultados em dois aspectos: � Redução de custo � Ganho de mercado 1.4. PRINCIPAIS GURUS DA QUALIDADE W. EDWARDS DEMING Resumo de sua teoria A filosofia básica de Deming é que a qualidade e a produtividade aumentam à medida que a "variabilidade do processo" (imprevisibilidade do processo) diminui. Desde a década de 30 argumenta que as atividades devem ser avaliadas utilizando-se análise estatística para que o progresso seja entendido. A melhoria constante é um ciclo interminável de eventos. As decisões devem ser baseadas em fatos (dados) e não em instintos e mera experiência. Nada é constante nas relações com os clientes e os colaboradores estão sempre mudando, melhorando. Sua filosofia é composta de uma trindade de crenças: constância de propósito, melhoria e constante e conhecimento profundo, refletidas em seus famosos 14 pontos para a melhoria da qualidade. Breve Currículo W. Edwards Deming, graduou-se com o bacharelado em Física, pela Universidade de Wyoming em 1921, e com o título de Doutor em Matemática por Yale em 1928. Trabalhou para o bureau de censo americano durante e após a 2ª Guerra Mundial. Em 1950 foi ao Japão auxiliar na condução do censo japonês e fez conferências aos líderes empresariais sobre Controle Estatístico da Qualidade. Deming disse aos japonesesque eles poderiam se tornar líderes mundiais na qualidade se quisessem seus conselhos. Deming é reconhecido como um grande líder no QUALIDADE MELHOR CUSTOS MENORES RECEITAS MAIORES � Redução do desperdício � Redução de estoques � Redução do tempo de processamento � Redução de defeitos nos produtos � Redução de reclamação do cliente � Menores custos de inspeção � Menores custos de capital � Aumento da produtividade � Menor preço ou maior margem � Melhor imagem no mercado � Melhor desempenho do produto � Maior confiabilidade � Possibilita uma melhor divulgação da empresa � Volume de vendas e maior � Receitas maiores MAIORES LUCROS Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 19 Gerenciamento da Qualidade e ainda é citado como o fundador da terceira onda da Revolução Industrial (Revolução da Informação). Principais Pontos: 1. Crie constância de propósito 2. Adote uma nova filosofia 3. Cesse a dependência de inspeção 4. Evite fazer aquisição baseando-se apenas em preço 5. Melhorando constantemente o sistema de produção 6. Institua treinamento no trabalho 7. Exerça a liderança 8. Elimine o medo 9. Rompa as barreiras entre departamentos 10. Elimine slogans e exortações 11. Elimine quotas ou padrões de trabalho 12. Faça com que as pessoas sintam orgulho pelo seu trabalho 13. Institua o programa de educação e auto-melhoria 14. Organize seu trabalho para implementar os outros pontos PHILIP CROSBY Resumo de sua teoria Crosby foi o idealizador do conceito de zero defeito, seu best seller publicado em 1979, chamado Quality is free era franco, claro e dava mais receitas do que Deming Associa-se Crosby mais ao conceito de defeitos zero ou à abordagem "faça certo da primeira vez" da melhoria da qualidade. Ao invés de fazer com que os gerentes simplesmente aceitem a noção estatística de que certas coisas vão sempre dar errado, ele defende a teoria de que deve-se planejar e trabalhar na prevenção de defeitos. O papel da gerência é estudar o processo pelo qual as coisas são feitas para garantir que elas serão feitas corretamente da primeira vez. Na medida que isso reduz o custo operacional e de produção, a qualidade é de graça. Breve Currículo Consultor americano de renome internacional, fundador e presidente da Philip Crosby Associates Inc. e do Quality Colege. Autor de muitos livros, dentre os quais: Quality is Free (Qualidade é Investimento), Quality Without Tears (Qualidade sem Lágrimas), Let's Talk Quality e Leading: The Art of Becoming an Executive. Presidente da ASQC (American Society for Quality Control). Principais Pontos: 1. Crie envolvimento da administração 2. Forme equipes interdepartamentais de qualidade 3. Estabeleça mensuração da qualidade 4. Avalie o custo da qualidade 5. Estabeleça consciência da qualidade 6. Instigue ação corretiva 7. Organize comitê específico para o programa de zero defeito 8. Supervisione o treinamento de funcionários 9. Estabeleça o dia do zero defeito 10. Estabelecimento de metas para os funcionários 11. Eliminação das causas dos erros 12. Reconhecimento por cumprimento e superação de metas 13. Estabeleça conselhos de qualidade Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 20 14. Faça repetidamente JOSEPH. M. JURAN Resumo de sua teoria Juran adota três idéias e trata a estatística como uma mera ferramenta, enquanto Deming a trata quase que como um processo de gerência. Juran acredita na estratégia de entender que os clientes querem e quem eles são e ao reagir às suas necessidades aplicando a tecnologia correta. Os três componentes mais importantes no programa de qualidade são: 3 A alta gerência 3 treinamento de todos os funcionários para melhorar a qualidade 3 A melhora rápida da qualidade, até mesmo de uma maneira revolucionária Mais do que os outros, Juran aconselha veementemente acelerar as melhorias como uma forma de se manter competitivo. Ele dá mais ênfase no papel da alta gerência na liderança da responsabilidade pela mudança. "Adequação para uso" é a pérola de Juran - a sua maneira de dizer o que o cliente quer. Em resumo o evangelho dele é o evangelho da organização orientada para o mercado. Breve Currículo Nascido na Romênia, veio para os Estados Unidos em 1912. Formado em Engenharia e Direito, ele avançou para a posição de gerente da Qualidade na Western Electric Company e depois foi administrador governamental e professor de Engenharia na Universidade de New York antes de iniciar sua carreira de consultor em 1950. Juran é considerado um dos arquitetos da Revolução da Qualidade no Japão, onde realizou diversas conferências e consultorias a partir de 1954. Contudo, percebeu que as pessoas foram as principais responsáveis pela Revolução da Qualidade japonesa. Em 1979, fundou o Instituto Juran, que conduz seminários e treinamento e publica trabalhos relacionados com a qualidade. Principais Pontos: 1. Estabeleça listas das necessidades e oportunidades para as melhorias 2. Priorize a melhoria para a qualidade; torne-a uma parte de toda descrição de trabalho 3. Crie a infra-estrutura: estabeleça um Conselho da Qualidade; selecione projetos para melhorias; instale equipes; forneça facilitadores 4. Forneça treinamento em como melhorar a qualidade 5. Revise os progressos regularmente 6. Dê o reconhecimento às equipes vencedoras 7. Divulgue os resultados 8. Revise o sistema de prêmios para fazer cumprir a taxa de melhorias 9. Mantenha o ímpeto para expandir o planejamento dos negócios e incluir objetivos para a melhoria da qualidade ARMAND FEIGENBAUM Resumo de sua teoria Feigenbaum tem uma definição simples de qualidade: "o que o comprador diz que é". Qualidade é o melhor possível sob certas condições do consumidor. Estas condições são referentes ao uso real e ao preço de venda do produto. Defende que qualidade é um processo para administrar como satisfazer o cliente, oferecer preços mais competitivos e obter mais satisfação dos Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 21 funcionários. Ele argumenta também, que examinar os fatos relativos ao desempenho, utilizando estatística, é fundamental para o êxito de qualquer processo ou tarefa. Breve Currículo Mesmo sendo menos conhecido que Deming ou Crosby, Feingenbaum é considerado como um perito. Engenheiro, aprendeu sobre qualidade na General Eletric durante a Segunda Guerra Mundial e posteriormente tornou-se chefe de qualidade na produção dessa empresa. Fazia doutorado no Massachusetts Institute of Technology, nos anos 50, quando preparou a primeira edição de seu livro Total Quality Control. Foi fundador e presidente da General Systems Co, Companhia Internacional de Engenharia, que projeta e implementa sistema da qualidade total. Membro honorário e Presidente da ASQC por dois mandatos. Principais Pontos: 1. Definição de Controle de Qualidade Total 2. Qualidade versus qualidade 3. Controle: � Estabelecer padrões de qualidade � Avaliar a conformidade a esses padrões � Atuar quando os padrões são excedidos � Planejar para as melhorias nos padrões 4. Integração 5. A qualidade aumenta o lucro 6. A qualidade é esperada e não desejada 7. Os recursos humanos produzem impacto na qualidade 8. O CQT aplica a todos os produtos e serviços 9. A qualidade é uma atenção total ao ciclo de vida do produto ou serviço da empresa 10. Controlando o processo 11. Definir um sistema de Controle de Qualidade Total 12. Benefícios 13. Custo de qualidade 14. Organize-se para o Controle de Qualidade 15. Facilitadores da qualidade e não policiais da qualidade 16. Comprometimento contínuo 17. Utilize ferramentas estatísticas 18. A automação não é uma panacéia 19. Controle de Qualidade na fonte KAORU ISHIKAWA Resumo de sua teoria Kaoru Ishikawa,considerado pai dos Círculos de Controle da Qualidade, criados pela primeira vez no início da década de 1960. Baseado nos trabalhos de Feigenbaum, Deming e Juran, recebeu crédito como criador do conceito de CCQ e dos diagramas de Causa e Efeito. Ele afirmou que houve um período de ênfase excessiva no Controle Estatístico da Qualidade (no Japão) e, como resultado, as pessoas não gostavam de controle de qualidade. Ishikawa via a participação do trabalhador como chave para implementação bem sucedida de GQT. Acreditava que os círculos de qualidade eram veículo importante para realizar isso. Breve Currículo Formou-se em Química Aplicada pela Universidade de Tóquio em 1939, após a guerra, ele se envolveu nos esforços primários da JUSE para promover qualidade. Posteriormente, tornou-se Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 22 presidente do Instituto de Tecnologia Musashi. Até sua morte, em 1989, o Dr. Ishikawa foi a figura mais importante no Japão na defesa do Controle de Qualidade. Foi o primeiro a usar o termo "Controle de Qualidade Total" e desenvolveu as sete ferramentas, nas quais considerou que qualquer trabalhador pudesse trabalhar. Recebeu muitos prêmios durante sua vida, incluindo o Prêmio Deming e a Segunda Ordem do Tesouro Sagrado, uma altíssima honraria do governo japonês. Principais Pontos: 1. A qualidade começa e termina com a educação 2. O primeiro passo na qualidade é conhecer as especificações do cliente 3. O estado ideal do Controle de Qualidade é quando a inspeção não é mais necessária 4. Remova a causa fundamental e não os sintomas 5. Controle de Qualidade é responsabilidade de todos os trabalhadores e de todas as divisões 6. Não confunda os meios com os objetivos 7. Coloque a qualidade em primeiro lugar e estabeleça suas perspectivas de longo prazo 8. O marketing, é a entrada e a saída da qualidade 9. A alta gerência não deve mostrar reações negativas quando os fatos forem apresentados pelos subordinados 10. Noventa e cinco por cento dos problemas na companhia podem ser resolvidos pelas sete ferramentas do Controle de Qualidade 11. Dados sem a informação da dispersão são dados falsos - por exemplo: estabelecer a média sem fornecer o desvio padrão. GENICHI TAGUCHI Resumo de sua teoria Genichi Taguchi foi diretor da Academia Japonesa de Qualidade e estava preocupado com a qualidade da engenharia, através da otimização do design do produto, combinado com método estatísticos de controle da qualidade. Estimulou as reuniões interativas de equipes de operários e gerentes visando criticar e desenvolver design de produto. A definição de qualidade de Taguchi utiliza o conceito de perda imposta pelo produto ou serviço à sociedade, desde o momento em que ele é criado. Sua função perda da qualidade ou (QLF - quality loss function) inclui fatores como custos de garantia, reclamações do consumidor e perda da boa vontade de consumidor. Breve Currículo G. Taguchi ganhou quatro vezes o Prêmio Deming no Japão. Recebeu o primeiro prêmio em 1960 pelas práticas das teorias estatísticas. Trabalhou na Nippon Telegraph and Telephone. Muitas companhias têm utilizado suas idéias em projetos experimentais e na redução das variações de processos e produtos. Principais Pontos: 1. Uma importante dimensão da qualidade de um produto manufaturado é a perda total gerada por esse produto para a sociedade 2. Em uma economia competitiva, a melhoria contínua da qualidade e a redução dos custos são necessárias para que se continue nos negócios 3. Um programa de melhoria contínua na qualidade inclui incessante redução na variação das características de desempenho do produto em relação a seus valores alvos 4. A perda do cliente devido à variação do desempenho do produto é aproximadamente proporcional ao quadrado do desvio das características de desempenho de seu valor alvo. Portanto, uma medida da qualidade se degrada rapidamente com um grande desvio do seu valor alvo. Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 23 HOJE: ON DE ESTOU? FUTURO: ON DE QUERO CHEGAR? O cam inho a segui r 5. A qualidade final e o custo de um produto manufaturado são determinados por meio dos projetos de engenharia e do seu processo de manufatura 6. Uma variação no desempenho pode ser reduzida pela exploração dos efeitos não-lineares dos parâmetros do produto (ou processo) nas características do desempenho. 7. Experimentos estatisticamente planejados podem ser utilizados para identificar os valores dos parâmetros que reduzem a variação do desempenho. 2. GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE 2.1. A QUALIDADE COMO ESTRATÉGICA DE NEGÓCIO Uma das mais importantes (e mesmo difíceis) atividades das empresas, especialmente de seus dirigentes, é definir a estratégia do negócio. Requer o constante acompanhamento dos fatores que influenciam a vida da empresa, oriundas do ambiente na qual está inserida, além de se estabelecer decisões que definem e tratam sobre o que fazer perante as constantes mudanças. Toda empresa possui uma estratégia de negócio. Seja ela consciente e explícita ou mesmo inconsciente, ao definir qual o público alvo de atuação da empresa e como atingi-lo estamos fazendo uso de estratégias. Desse modo, definir o caminho a ser seguido, a direção a trilhar rumo aos objetivos e resultados desejados incorre em estabelecer estratégias ou os meios necessários para a empresa atender o seu mercado. Isso não é tarefa fácil, requer habilidade, técnica e, principalmente, conhecimento sobre mercado, concorrentes, política, tendências, mudanças, entre tantos outros fatores que afetam a empresa. Adaptado de Porter (91), Oliveira (95) e Moura (97). O caminho a seguir, representado pela estratégia da empresa, passa por estabelecer dois pontos básicos: � Onde estamos? (qual é a realidade atual da empresa) � Onde queremos chegar? (qual é o objetivo a ser alcançado?) Figura: O caminho a ser seguido A Gestão Estratégica passa pela obtenção de informações e conhecimento do ambiente, definição do posicionamento da empresa frente ao seu ambiente (estratégia) e implementação de um modo de gestão adequado. A GQT passa a ter uma abordagem estratégica quando define o modo de gestão a ser usado na empresa para implementação da estratégia definida e alcançar os objetivos da empresa. 2.2. ANÁLISE ESTRATÉGICA ESTRATÉGIA: Conjunto de decisões e ações defensivas e ofensivas visando definir o caminho a ser seguido pela empresa ou como se posicionar frente ao ambiente para criar uma posição sustentável no mercado e obter retorno sobre o investimento. Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 24 Significa uma ampla análise da situação atual e futura da empresa, considerando a influência do ambiente no negócio (oportunidades e ameaças) e a realidade interna (pontos fortes e pontos passíveis de melhoria). Tem como base os elementos estratégicos fundamentais ou a identidade da empresa: suas crenças e valores, missão, negócio e visão. Deve considerar os fatores críticos de sucesso (FCS) que são as condições necessárias a serem atendidas para que a empresa possa ter sucesso. Como conseqüência dessa análise é elaborado o Plano Estratégico da empresa, que orienta a elaboração do Plano Tático (normalmente chamado de plano de gestão) e a própria operação do negócio. A avaliação de resultados permite uma nova análise e reposicionamento. ANÁLISE ESTRATÉGICA ANÁLISE INTERNA PONTOS FORTES E PASSÍVEIS DE MELHORIA ANÁLISE DO AMBIENTE OPORTUNIDADES E AMEAÇAS NEGÓCIO MISSÃO VISÃO CRENÇAS E VALORES FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO PLANO ESTRATÉGICO PLANO TÁTICO OPERAÇÃO DO NEGÓCIO AVALIAÇÃO Figura: Esquema básico do processo de planejamento estratégico � Crenças e Valores:Princípios fundamentais que regem a atuação da empresa, caracterizando a sua cultura e filosofia � Missão: Declaração única que representa a identidade da organização, estabelecendo o seu propósito mais amplo. É a razão de ser da organização, determinando o porque da sua existência. É independente da estratégia e objetivos estabelecidos. Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 25 � Negócio: Ramo de atividade da empresa, denotando o mercado e a linha de produtos que a empresa atua. � Visão: Desejo forte e objetivo maior a ser alcançado no futuro � Fatores Críticos de Sucesso- FCS: "poucos fatores que devem ser atendidos (mesmo em detrimento de outros) para que os objetivos empresariais sejam alcançados. Caso não se consolidem, impedem o sucesso da organização" (Rockart, 79). 2.3. DIFICULDADES NA IMPLEMENTAÇÃO DA GQT Algumas empresas, por não compreenderem exatamente o que é, como fazer e os limites da GQT, fazem mal uso desse modo da gestão causando grandes frustrações aos colaboradores. Então falam que a culpa foi do consultor, que a GQT não funciona, que é moda (e logo passa), entre tantas outras desculpas para ocultar a verdadeira razão do fracasso: falta de competência da alta direção na modernização da gestão. 2.4. A GQT PERDE EFICÁCIA Mesmo os programas da GQT de implementação bem sucedida não são necessariamente garantia de que vão continuar trazendo melhoria em longo prazo. Podem perder a força no decorrer do tempo. Esse fenômeno tem sido descrito de várias maneiras como desilusão da qualidade e enfraquecimento da qualidade. A figura abaixo ilustra essa perda de eficácia. Figura: Padrão de alguns programas de GQT que perdem o entusiasmo Vários pesquisadores e consultores que experimentaram a desilusão da qualidade apresentaram prescrições que pretendem reduzir o risco de isso ocorrer. Tipicamente, essas prescrições incluem o seguinte. � Não limitar muito a definição de “qualidade” em GQT; ela deve incluir todos os aspectos de desempenho (o que denominamos objetivos de desempenho da administração de produção). � Fazer com que toda melhoria de qualidade se relacione aos objetivos de desempenho da operação. GQT não é um fim em si mesmo, é o meio de melhorar o desempenho. � GQT não é substituto das responsabilidades da liderança gerencial normal. Gerentes ineficazes não se tornam melhores simplesmente adotando a GQT. E fic ác ia d a in ic ia tiv a de T Q M INTRODUÇÃO CRESCIMENTO NIVELAMENTO DESILUÇÃO REEMBALAGEM TEMPO APRENDIZAGEM E ENTENDIMENTO AUMENTO DE ENTUSIASMO INÍCIO DO PROBLEMAS MAIS DIFÍCEIS DIMINUIÇÃO DO ENTUSIASMO TENTATIVAS DE REVITALIZAR O PROGRAMA Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 26 � GQT não é algo que se compra pronto e se “pluga” na empresa - como se uma atividade independente de outras na organização. Ao contrário, deveria fazer parte do dia a dia da empresa. � Evite euforia. GQT possui considerável atração intuitiva para muitas pessoas. Ás vezes, é tentação explorar o “empurrão” motivacional da GQT através de slogans e exortações, substituindo planos profundos e criativos. � Adapte GQT ás circunstâncias da organização. Organizações diferentes terão necessidades diversas, dependendo das circunstâncias. Isso significa que diferentes aspectos da GQT podem tornar-se mais ou menos importantes. 2.5. POR QUE A GQT FALHA? Um estudo elaborado por Brown et alli e apresentado no livro “Porque a GQT falha e como evitar isso“ apresenta os principais erros cometidos pelas empresas que levam ao fracasso da implementação da GQT. Esse estudo apresenta três fases distintas que as empresas passam em uma escalada rumo a GQT. � Fase I - Largada: Nessa fase inicial, o pessoal de todos os níveis da organização se empenha em aprender a respeito da GQT. � Fase II - Alinhamento: Na segunda fase, a organização se empenha em alinhar os sistemas e práticas da organização de modo a apoiar a qualidade e o trabalho de equipe. � Fase III - Integração: A organização luta para integrar os princípios da GQT a todos os aspectos das suas operações, de modo que sua influência torna-se invisível e automática. Considerando essas três fases, o quadro mostrado a seguir indica os principais motivos do fracasso da GQT. FASES MOTIVOS DO FRACASSO I Largada � Falta de comprometimento da administração � Equívocos na escolha do momento e no andamento do processo � Ensino e treinamento desperdiçados � Falta de resultados mínimos em curto prazo II Alinhamento � Estratégias divergentes � Dados inadequados � Métodos de avaliação ultrapassados � Remuneração inadequada III Integração � Não transferir real poder aos empregados � Manutenção de práticas obsoletas de gerenciamento � Projeto deficiente para organização e tarefas � Sistemas obsoletos � Fracasso no gerenciamento do aprendizado e da difusão de inovações 2.6. APRENDENDO COM AS EMPRESAS DE SUCESSO Apesar de muitas empresas fracassarem tentando implementar a GQT, muitas tiveram enorme sucesso. Porque isso se as empresas usaram os mesmos conceitos e técnicas? O problema não está na GQT ou nos conceitos e sim na forma de sua implementação. Um estudo elaborado pelo Instituto Juran e publicado no livro “Guerra pela Qualidade”. (Main 94), apresenta o ensinamento das empresas de sucesso na implementação da GQT e as características comuns dessas empresas: � Líderes que se comprometem com a qualidade e se mantêm fiéis a esse compromisso, a despeito das crises e transtornos. A continuidade ao longo de um período, é importante independente do fato de ser alcançada por uma pessoa, que fica no cargo durante muitos anos ou do fato de o seu sucessor ter uma mentalidade semelhante. Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 27 � Treinamento intensivo, começando no topo e continuando permanentemente por todos os níveis da empresa. � Uso extensivo de equipes que agrupam pessoas de várias divisões e disciplinas, não em harmonia amigável, mas em uma busca muito determinada de soluções � Uso de uma família inteira de ferramentas e não de apenas uma ou duas para oferecer respostas mais fáceis. � Esforço genuíno e duradouro para descobrir o que o cliente pensa. � Visão para estabelecer objetivos amplos e atenção aos detalhes para medir os progressos em relação a esses objetivos. � Integração dos objetivos específicos da qualidade com as estratégias básicas da empresa. � Alta velocidade no desenvolvimento de novos produtos e serviços, mas segurando sua comercialização até que estejam praticamente livres de defeitos. � Disposição de transformar sua forma de trabalho. � Compreensão de que, por melhores que já sejam, elas ainda têm um caminho a percorrer. 2.7. APRENDENDO COM AS EMPRESAS QUE FRACASSARAM � O verdadeiro comprometimento da alta gerência é o ingrediente essencial. O comprometimento precisa ser durável, sincero e solidamente baseado tanto em ações quanto em palavras. O líder não pode mudar as prioridades um ano após o outro. Não pode, demandar qualidade mas não incluí-la nos indicadores essenciais de desempenho. � O líder precisa do apoio de todos da empresa, da diretoria ao operário. Se não educar a diretoria quanto à contribuição da Qualidade Total para o sucesso da organização, pode acabar, sendo sucedido por um diretor executivo que quer direcionar a empresa para outro caminho. Se alienar os operários, pagará um preço enorme pelo que espera alcançar ao colocar o trabalho acima de tudo. � Em uma empresa com o moral baixo em decorrência de demissões temporárias e aposentadoria precoce, ou assolada pela hostilidade decorrente de uma greve, as chances de sustentar um esforço pela qualidade são minguadas. � Depoisde se comprometerem com a qualidade, os líderes não podem se desviar do caminho em decorrência de crises da empresa. � Os líderes devem usar a Qualidade Total para resolver a crise e não a crise como uma desculpa para suspender a qualidade. � Apesar de tudo o que foi dito, a gerência ainda pode exceder os limites. O excesso de zelo, excesso de burocracia, excesso de gráficos e indicadores, excesso de jargão provavelmente serão obstáculo. � Podem surgir ilhas da qualidade em uma empresa que está com problemas e elas podem servir de exemplos para o resto da empresa, mas talvez só sobrevivam enquanto o gerente da divisão ou da fábrica responsável permanecer no cargo. 2.8. GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE Saber que investir em qualidade é importante e necessário parece ser fato consensual nas empresas atualmente. O que fazer parece que todos sabem, a grande questão que se coloca é: como? Como modernizar o modo de gestão das empresas, organizando o seu sistema de gerenciamento, preparando as pessoas e obter resultados esperados em busca do sucesso empresarial? Essa pergunta certamente é ponto obrigatório das preocupações empresariais. Surgiu, assim, uma variada gama de técnicas de gestão empresarial, tidas como milagrosas e infalíveis com o intuito de oferecer uma resposta a essa questão. Cada técnica, ao ser desenvolvida, ganhava uma sigla formando um verdadeira “sopa de letrinhas” que em muito contribuiu para gerar dúvidas e confusão sobre como melhorar a qualidade de produtos e serviços e aumentar a competitividade das empresas. De fato, entender o significado de TQC, GQT, GQT, CWQC, MASP, ABC, CCQ, QFD, PDM, JIT, CEP, 5S, somados a Padronização, Gerência por Processos, ISO 9000, Reengenharia, Readministração e outros tantos “Res” e outras técnicas, Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 28 certamente causam muitas dúvidas sobre a essência da gestão empresarial. Afinal, o que é fundamental a ser feito para se ter uma empresa de sucesso? Deve-se começar pela implantação dos 5 S? Ou será que o certo é iniciar padronizando todos os processos? Deve-se buscar primeiro a ISO 9000 para depois a Qualidade Total, ou será que seria melhor investir em Qualidade Total para depois buscar o certificado ISO 9000? Qual é o melhor método, o da Fundação A ou o do Instituto B? Apesar de tanta divulgação e informação disponível, o que se nota mesmo é ainda existem muitas dúvidas e desinformação a respeito do método a ser adotado para adequação e modernização da gestão das empresas. O que deve ser entendido com clareza é que as técnicas são meios que nos permitem introduzir um conceito, um método de trabalho específico. A gestão da empresa deve prever o uso de um conjunto de técnicas para construir um mecanismo de gerenciamento adequado a sua realidade e necessidades. Esse conjunto de técnicas a serem introduzidas constituem um programa, que nada mais é do que um conjunto de ações visando adequar o modo de gestão da empresa para que a mesma obtenha os resultados desejados, alcançando suas metas. É, portanto, um meio para atingir um fim, ou seja, o caminho para se chegar aos objetivos empresariais. Esse é o papel fundamental a ser desempenhado pelos dirigentes, apontar a direção a ser seguida fazendo uso dos recursos necessários, ou seja, das técnicas existentes, apropriadas a cada empresa, independente de uma seqüência única a ser seguida. O conceito de gestão estratégica vem evoluindo ao longo do tempo. De tantos modelos que surgiram desde os primórdios da organização empresarial, os últimos estão relacionados ao tema Qualidade Total. Inicialmente denominado de TQC - Total Quality Control, envolvendo a participação de todos os colaboradores da empresa na qualidade final do produto, passando para GQT Total Quality Management, envolvendo a aplicação das técnicas ao gerenciamento das atividades, passando, ultimamente a ser aplicado à gestão estratégica de negócios. Esse conceito vem de encontro a realidade empresarial retratada no início do texto em que o caminho a ser seguido pelas empresas é único, independente de metodologias de implantação de programa da Qualidade Total. São apropriados a cada caso, a cada empresa, aplicando as técnicas necessárias para que sejam definidos os objetivos da empresa e para esses sejam desdobrados ao longo dos processos produtivos, envolvendo a participação de todos aqueles que influenciam o negócio, focalizando sua atuação em direção ao atendimento das necessidades e expectativas dos clientes. Muito mais que um simples conjunto de técnicas isoladas, a Gestão Estratégica da Qualidade harmoniza a introdução dos conceitos necessários ao bom gerenciamento de suas atividades, repetindo, como meio para se obter os resultados desejados. Não existe, portanto, receita de bolo, pacote, metodologia única a ser adotada, milagres ou soluções prontas e acabadas. Existe sim uma estratégia para conhecimento da realidade da empresa, seus pontos positivos e passíveis de melhoria, a definição de suas metas e desse modo a projeção do caminho a ser seguido. O modo de buscar a Qualidade revela a Qualidade da própria empresa. Esse é o papel do dirigente, entender que não existem soluções prontas e fáceis. Demanda-se tempo para a organização do mecanismo de gerenciamento e é requerido muito esforço e dedicação, especialmente do líder maior. Qualidade deixa de ser assunto para simples especulação e discussões filosóficas e passa a ser instrumento essencial para os rumos a serem seguidos pela empresa, a sua estratégia em busca do sucesso empresarial. 2.9. A IMPLANTAÇÃO DA GQT “Quem não sabe onde está indo, qualquer caminho o levará a lugar algum” GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE significa a utilização de técnicas da qualidade total como meio para atingir os objetivos empresarias de acordo com a realidade de cada empresa. Gestão da Qualidade e Produtividade - Turma X Pós-Graduação GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 29 Henry Kissinger Muitas empresas vem ultimamente adotando a estratégia da Qualidade Total. Alguns sucessos, muitos fracassos, a verdade é que a maneira de se buscar a qualidade revela a qualidade da própria empresa. Muitos empresários e dirigentes desejam resultados rápidos e não definem com critérios apropriados a estratégia a ser adotada. A adoção de soluções que deram certo em outras empresas servem apenas como referência não como a solução. Entendem que GQT se compra de qualquer empresa de consultoria, que todos fazem a mesma coisa. Partem para soluções prontas, os famosos pacotes, que não se adequam a realidade da empresa. Se definem pela implantação da GQT após uma grande perda, um prejuízo. Realmente são poucos que incorporam a verdadeira dimensão da Qualidade, como a mesma deve ser adotada. Resulta, portanto em alguns fracassos, não devido à técnica e sim ao seu mal uso. Não existe, portanto, uma regra, uma fórmula para implantação da GQT. Essa estratégia deve ser muito bem compreendida antes de ser aplicada especialmente pela direção da empresa. A metodologia a ser empregada deve ser “taylor made” para cada caso. No entanto, podem ser identificadas ações comuns que representa uma linha para adequação do modo de gestão das empresas. A implantação da GQT basicamente envolve a definição de Metas e Objetivos, a elaboração e implementação de um Plano da Qualidade visando a construção dos mecanismos de gerenciamento da GQT e o acompanhamento e adequação do sistema periodicamente. Como a GQT representa um meio de se atingir os objetivos empresariais, a implantação do mesmo pressupõe a utilização de um conjunto de ferramentas ou técnicas que contribuirão para a construção do sistema da qualidade que serão apresentadas posteriormente. 2.10. INFRA-ESTRUTURA PARA MOBILIZAÇÃO Uma empresa, como um sistema que deve seguir um único caminho em direção aos seus objetivos, deve definir
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