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Visão geral da inflamação Conceito de inflamação A inflamação é uma resposta dos tecidos vascularizados às infecções e às lesões ou danos teciduais. Quando isso ocorre, esses tecidos recrutam células e moléculas de defesa do hospedeiro da circulação para os locais onde são necessários, para que os agentes agressores sejam eliminados. Importância A inflamação é uma resposta protetora essencial da sobrevivência, responsável por livrar o hospedeiro da causa inicial da lesão celular. Ex: a) Causa inicial da lesão: microrganismos; b) Consequência: células e tecidos necrosados. Mediadores Os mediadores dessa defesa incluem: a) Leucócitos; b) Fagócitos; c) Anticorpos; d) Proteínas do complemento. A maioria desses mediadores circulam no sangue, de onde eles são recrutados e levados aos sítios de infecção e de lesão, onde desempenham funções efetoras que matam microrganismos e iniciam o reparo do tecido danificado. Sem a inflamação, infecções não seriam reconhecidas, feridas nunca cicatrizariam e tecidos lesados permaneceriam constante purulentos, ou seja, a inflamação é um mecanismo essencial. Nesse sentido, pode-se dizer que a inflamação é ima resposta fisiológica do organismo aos agentes invasores, realizada por células de tecidos vascularizados. Etapas sequenciais A reação inflamatória típica ocorre por meio de uma série de etapas sequenciais: a) O agente agressor, localizado nos tecidos extravasculares, é reconhecido pelas células e moléculas do hospedeiro; b) Leucócitos e proteínas plasmáticas são recrutados da circulação para o local onde o agente agressor está localizado; c) Leucócitos e proteínas são ativados e trabalham em conjunto para destruir e eliminar o agente lesivo; d) O tecido danificado é reparado. Tipos de inflamação A inflamação pode ser de dois tipos, aguda ou crônica. Inflamação aguda A resposta inicial rápida às infecções e aos danos teciduais é a inflamação aguda, que, no geral, desenvolve-se dentro de alguns minutos ou horas e é de pouca duração. As principais características da inflamação aguda são: a) Exsudação de líquido e proteínas plasmáticas (edema); b) Emigração de leucócitos, predominantemente neutrófilos (leucócitos polimorfonucleares). Quando a inflamação aguda atinge o objetivo de eliminar os agentes agressores, a reação diminui e a lesão residual é reparada. Inflamação crônica Se a resposta inicial não conseguir eliminar o estímulo desencadeador, a reação progride para um tipo de inflamação mais prolongada, a inflamação crônica. A inflamação crônica pode seguir a inflamação aguda ou surgir de novo, sendo uma reação com maior duração e está associada à: a) Maior destruição tecidual; b) Presença de linfócitos e macrófagos; c) Proliferação de vasos e fibrose. Mediadores inflamatórios A inflamação é induzida por mediadores químicos que são produzidos por células hospedeiras em resposta aos estímulos nocivos. Quando um microrganismo penetra um tecido ou o tecido é lesado, a presença da infecção ou do dano tecidual é detectada pelas células residentes, incluindo: a) Macrófagos; b) Células dendríticas; c) Mastócitos; d) Outros tipos celulares. Essas células secretam moléculas (citocinas e outros mediadores) que induzem e regulam a resposta inflamatória subsequente. Os mediadores inflamatórios também são produzidos por proteínas plasmáticas que reagem aos microrganismos ou produtos de células necróticas. Alguns desses mediadores promovem o efluxo de plasma e o recrutamento de leucócitos circulantes para o local onde o agente agressor está localizado. Além disso, os mediadores da inflamação também ativam os leucócitos recrutados, aumentando a sua capacidade de destruir e remoer o agente agressor. Sinais cardinais As manifestações externas da inflamação, muitas vezes chamadas de sinais cardinais, são: a) Calor (aumento de temperatura); b) Rubor (vermelhidão); c) Tumor (tumefação); d) Dor; e) Perda de função em alguns casos. Essas manifestações ocorrem como consequência das alterações vasculares, recrutamento e ativação de leucócitos. Reação inflamatória Embora normalmente protetora, em algumas situações, a reação inflamatória torna-se a causa da doença, e os danos produzidos constituem a característica predominante. Por exemplo, reações inflamatórias associadas às infecções frequentemente são acompanhadas por lesão tecidual local e sinais e sintomas associados (como dor e dano funcional). No entanto, essas consequências prejudiciais, de um modo geral, são autolimitadas e se resolvem quando a inflamação diminui. Em alguns casos, a reação inflamatória é: a) Mal direcionada: doenças autoimunes, em que a defesa ocorre contra os próprios tecidos do corpo; b) Contra substâncias ambientais normalmente inofensivas que provocam uma resposta imune: alergias; c) Excessivamente prolongada: infecções por microrganismos resistentes à erradicação. As reações inflamatórias são as bases das doenças crônicas comuns, por isso, frequentemente, pessoas fazem o uso de anti- inflamatórios. Esses medicamentos controlam as sequelas prejudiciais da inflamação sem interferir em seus benefícios reais. Inflamação defeituosa Além da inflamação excessiva, a inflamação defeituosa também é responsável por doenças graves. A inflamação, que normalmente se manifesta pelo aumento da suscetibilidade às infecções, é frequentemente causada pela redução no número de leucócitos, resultante da substituição da medula óssea pelo câncer, e supressão da medula óssea por terapias para o câncer e rejeição do enxerto. Como os leucócitos, células da resposta inflamatória, são provenientes de células progenitoras da medula óssea, qualquer comprometimento da função da medula óssea irá reduzir a geração de leucócitos maduros. Erradicação A inflamação é encerrada quando o agente agressor é eliminado. Ela se resolve porque os mediadores são decompostos e dissipados, e os leucócitos apresentam meia-vida curta nos tecidos. Além disso, são ativados mecanismos anti- inflamatórios que servem para controlar a resposta inflamatória e impedir que ela cause danos excessivos ao hospedeiro. Após a inflamação alcançar o objetivo de eliminar agentes ofensivos, ela desencadeia o processo de reparo tecidual, que consiste em uma série de eventos que cicatrizam o tecido danificado. Nesse processo, o tecido lesado é substituído por meio da regeneração de células sobreviventes e preenchimento de defeitos residuais com tecido conjuntivo (cicatrização).
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