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Gestão Organizacional para Gestores da Alfabetização Planejamento estratégico aplicado à gestão escolar2 M ód ul o 2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Enap, 2021 Enap Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Presidente Diogo Godinho Ramos Costa Diretor de Desenvolvimento Profissional Paulo Marques Coordenador-Geral de Produção de Web Carlos Eduardo dos Santos Conteudista Eliana Cançado (Conteudista, 2021) Equipe responsável: Thaís de Oliveira Alcantara (Coordenadora, 2021) Paula Alves Tavares (Coordenadora, 2021) Cindy Nagel Moura de Souza (Revisão de Texto, 2021) Fernando Gianelli Constancio (Designer Instrucional; Implementação Articulate, 2021) Gabriel Bello Henrique Silva (Implementação Moodle, 2021) Israel Silvino Batista Neto (Diagramação e Produção Gráfica, 2021) Larisse Padua (Audiovisual, 2021) Curso produzido em Brasília 2021. Desenvolvimento do curso realizado por meio de parceria entre Enap e Funape. 3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1. Escola: instituição de formação e ensino ....................................... 5 2. Recursos do planejamento estratégico... ..................................... 12 Referências .................................................................................... 21 Sumário 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Olá! Desejamos boas-vindas ao módulo 2 do curso Gestão Organizacional para Gestores da Alfabetização. Neste módulo abordaremos os seguintes tópicos: Unidade 1: Escola: instituição de formação e ensino - Papel dos gestores escolares: responsabilidades e desafios - Dimensões e estratégias da gestão escolar Unidade 2: Recursos do planejamento estratégico - Elaboração coletiva da missão e visão da escola contextualizadas à realidade escolar - Definição de metas objetivas, factíveis e mensuráveis - Análise SWOT e plano de ação Desejamos um excelente estudo! 1. Escola: instituição de formação e ensino Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade você conhecerá mais a respeito da atuação do gestor escolar com eficiência e eficácia, buscando a efetividade da política pública. Uma escola de sucesso é aquela que tem como foco o aluno e sua aprendizagem, que tem docentes e gestores que buscam sempre desenvolver metodologias desafiadoras, baseadas em evidências científicas e que não subestimem os estudantes: e isso é especialmente verdadeiro para escolas com estudantes no processo de alfabetização – isto é, crianças no 1º e no 2º anos do ensino fundamental. Profissionais devem comportar-se como eternos aprendizes, buscando aprimoramento profissional – seja pelo estudo individual, ou com troca de experiências com seus pares, ou mesmo em encontros e congressos. A escola é bem-sucedida quando tem uma equipe harmoniosa, integrada, participativa, composta de profissionais abertos a se aprimorar profissionalmente e conscientes da imensa responsabilidade e importância de ser um membro da escola; quando tem como gestor, na liderança dessa equipe, um profissional qualificado e ciente de suas atribuições. A equipe gestora tem como líder o diretor escolar. Além dele, é composta pelos coordenadores M ód ul o Planejamento estratégico aplicado à gestão escolar2 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública pedagógicos (supervisor e orientador) e pelo secretário escolar, que integram as atividades-meio da escola e auxiliam no alcance das atividades-fim. A prioridade da equipe gestora deve ser a sala de aula e o apoio sistemático ao professor, para que ele consiga realizar um trabalho de excelência. Trabalho este que leve o aluno, o mais importante membro da comunidade escolar, a progredir contínua e integralmente, desenvolvendo as competências elencadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Destaque h, h, h, h, Os integrantes da equipe gestora, comprometidos com a aprendizagem do aluno, devem apresentar tanto competências pessoais quanto aquelas específicas de suas funções. O papel do diretor escolar Todo diretor deve refletir a respeito de aspectos importantes para o exercício da gestão escolar. Quanto à gestão, um diretor deve possuir conhecimentos e habilidades voltadas a: • Visão estratégica e sistêmica; • Planejamento, organização e monitoramento; • Gestão de processos e projetos escolares e da informação; • Gestão de pessoas; e • Gestão de bens, serviços e recursos escolares. Outras atitudes, habilidades e competências também são importantes para o gestor escolar: 7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O diretor e o educador têm muitas competências em comum. Além das competências de caráter gerencial, quais as habilidades e atitudes desejáveis de um diretor-educador? Conheça um pouco mais dos demais membros da equipe gestora da escola: O papel do vice-diretor 9 O vice-diretor é responsável por auxiliar o diretor em suas atribuições, contribuindo para a gestão administrativa e pedagógica e compartilhando as tarefas; 9 Representa o diretor e a escola em eventos; 9 Substitui o diretor em seus afastamentos; 9 Coordena projetos internos; 9 Supervisiona a parte financeira; 9 Deve ter experiência como docente; 9 Tem formação em nível superior, preferencialmente com especialização em gestão e/ou pedagogia; 9 É organizado, sabe planejar e executar bem o planejamento; 9 Capacidade de monitoramento e avaliação de indicadores de aprendizagem; 9 Espírito de liderança e bom relacionamento com a equipe; 9 Tem conhecimento da cultura e do cotidiano da escola; e 9 Tem habilidade em gerir recursos e definir prioridades de gastos. 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O papel do coordenador pedagógico, ou profissional com função equivalente 9 Trabalha com o diretor, com total ênfase em aspectos pedagógicos; 9 Acompanha, em apoio ao professor, o desenvolvimento das aprendizagens dos estudantes; 9 Identifica e apoia estudantes com dificuldades de aprendizagem, garantindo que todos os estudantes tenham atenção individualizada a seu desenvolvimento; 9 Organiza e gerencia grupos de estudos; 9 Assessora corpo docente, discente e famílias; 9 Promove educação inclusiva, com foco nas eficiências dos alunos; 9 Busca novas estratégias e abordagens significativas; 9 Envolve-se com todas as etapas do projeto político-pedagógico; 9 Aponta alternativas que melhorem as ações pedagógicas na sala de aula; 9 Implementa cultura de formação continuada do corpo docente; 9 Realiza reuniões com pais e professores; 9 Analisa resultados de avaliações com professores e busca melhorar o desempenho da escola; e 9 Prioriza suas funções. O papel do secretário escolar 9 O secretário é responsável pelo setor que é a porta de entrada e suporte fundamental para o bom funcionamento da escola; 9 Mantém estrutura e espaços organizados, equipamentos bem cuidados; 9 Oferece atendimento respeitoso e cordial ao público interno e externo; 9 Resolve questões burocráticas e presta serviços de qualidade, de forma ágil e em tempo hábil; 9 Aberto às inovações; 9 Proativo; 9 Tem capacidade de tomar decisões assertivas e com rapidez; 9 Possui espírito de liderança, gerenciando seus colaboradores; 9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 9 Mantém atualizada a coletânea de leis e demais arquivos; 9 Auxilia o diretor no processo de compras e prestação de contas; e 9 Mantém a vida escolar dos alunos e a vida funcional dos profissionais em dia. A equipe gestora apoia o docente e empreende esforços para o sucesso escolar daquele que é o coração e o cerne da educação: o educando. Dimensões e estratégias da gestão escolar Segundo Heloísa Lück (2009), doutora em Educação pela Universidade de Columbia: “A gestão escolar constitui-se em umaestratégia de intervenção organizadora e mobilizadora, de caráter abrangente e orientada para promover mudanças e desenvolvimento dos processos educacionais, de modo que se tornem cada vez mais potentes na formação e aprendizagem dos seus alunos.” Vamos ouvir o que diz a educadora Eliana Cançado sobre as dimensões e estratégias da gestão escolar. Para que a escola atinja seus objetivos e cumpra sua função social de educar e formar bem seus alunos, deve-se trabalhar duas áreas de gerenciamento: organização e implementação. Conforme os estudos de Heloísa Lück (2009), a área da organização tem a função de “garantir uma estrutura básica necessária para a implementação dos objetivos educacionais e da gestão escolar”. As dimensões da organização dizem respeito àquelas ações que objetivam preparar, ordenar, prover recursos, sistematizar e retroalimentar o trabalho a ser realizado. São quatro: 1 Fundamentos e princípios da educação e da gestão escolar; 2 Planejamento e organização do trabalho escolar; 3 Monitoramento de processos e avaliação institucional; e 4 Gestão de resultados educacionais. Destaque h, h, h, h, Portanto, o objetivo das práticas de organização e gestão é o de prover as condições, meios e recursos necessários ao ótimo funcionamento da escola e do trabalho dos professores e alunos na sala de aula, de modo a favorecer a efetiva aprendizagem por todos. Lück identifica ainda a área de implementação, tem a finalidade de promover, diretamente, mudanças e transformações no contexto escolar. As dimensões da implementação se propõem a promover transformações das práticas educacionais, de modo a ampliar e melhorar o seu alcance https://articulateusercontent.com/rise/courses/ZRrNu4LtaIbdT8WZbKkzkRcJdAistMhd/transcoded-mgeCn0ILvMjr0xil-02_Podcast-Gestao-org-Anexo3_Mod2_ODA1_Dimens%25C3%25B5es%2520e%2520estrat%25C3%25A9gias%2520da%2520gest%25C3%25A3o%2520escolar.mp3 https://articulateusercontent.com/rise/courses/ZRrNu4LtaIbdT8WZbKkzkRcJdAistMhd/transcoded-mgeCn0ILvMjr0xil-02_Podcast-Gestao-org-Anexo3_Mod2_ODA1_Dimens%25C3%25B5es%2520e%2520estrat%25C3%25A9gias%2520da%2520gest%25C3%25A3o%2520escolar.mp3 10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública educacional (LÜCK, 2008). São cinco: As dimensões da implementação se propõem a promover transformações das práticas educacionais, de modo a ampliar e melhorar o seu alcance educacional (LÜCK, 2008). São cinco: 1 Gestão democrática e participativa; 2 Gestão de pessoas e gestão pedagógica; 3 Gestão administrativa; 4 Gestão da cultura escolar; e 5 Gestão do cotidiano escolar. A escola é um organismo vivo em que pessoas e setores trabalham cooperativamente. Ao diretor compete a liderança e a organização do trabalho de todos, de modo a orientá-los no desenvolvimento do ambiente educacional capaz de promover aprendizagem e formação dos alunos, no nível mais elevado possível, de modo que estejam capacitados a enfrentar os novos desafios que são apresentados (LÜCK, 2009, p. 17). Você sabe o que significa a palavra estratégia? Segundo o Dicionário Houaiss, estratégia significa “arte de aplicar com eficácia os recursos de que se dispõe ou de explorar as condições favoráveis de que porventura se desfrute, visando ao alcance de determinados objetivos.” O pensamento estratégico é essencial para o ser humano viver e ter sucesso e pode ser aplicado em várias situações, tanto no âmbito laboral quanto no contexto pessoal. Mas, gestor, você sabe como se tornar um bom estrategista? Veja nossas dicas a seguir: Conheça bem a situação Localize e analise os problemas, reconheça e aceite suas deficiências. Saiba o que não está funcionando e construa um bom plano de ação para solucionar a questão. Identifique seus limites Reconheça suas dificuldades e falhas, avalie sua capacidade de planejar e executar. Aceite e analise as críticas que recebe, descubra suas fraquezas para focar nas áreas em que você precisa melhorar. 11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Otimize os recursos Busque os recursos e analise os que estão disponíveis para você. Avalie se o que tem em mãos será suficiente para enfrentar e resolver o problema. Invista em metas possíveis As metas devem ser exequíveis, porém desafiadoras. Devem ser conhecidas e internalizadas pelos membros da equipe. Saiba delegar Um bom estrategista sabe delegar, acompanhar, reconhecer o valor do trabalho em equipe. Os funcionários, bem informados e orientados, trabalham melhor e liberam os líderes para se dedicarem às atividades de alto valor agregado. Isso, além de tornar o trabalho integrado e transparente, oportuniza a você conhecer e reter os talentos emergentes de sua equipe. Busque ajuda profissional de pessoas que têm capacidades para ajudá-lo. Faça autocrítica Acompanhe seu progresso de perto, mudando de tática, se necessário. Quando não estiver obtendo os resultados esperados, volte atrás se preciso for, isso faz parte da estratégia e não se configura fracasso. Replaneje e retome. Elabore um plano de ação e garanta que as metas sejam alcançadas, atendendo os objetivos. O processo deve ser ágil. Inicie trabalhando em projetos menores, que possam ser gerenciáveis. Com a prática ganhará mais experiência que o ajudará a vencer o excesso de estresse e afastar a procrastinação. A sensação de autoeficácia e autoconfiança lhe será muito benéfica e o encorajará para grandes empreitadas. Independentemente do tamanho ou estrutura da escola, o planejamento estratégico deve fazer parte de seu cotidiano. Mas ele só será bem-sucedido se todos os envolvidos aprenderem a pensar estrategicamente, incorporando o conjunto de planos, decisões e objetivos adotados para alcançar as metas da instituição. Na escola, todos os profissionais são responsáveis por contribuir para aspectos importantes que, em última instância, visam garantir a educação do aluno. A sala de aula é o espaço privilegiado para as aprendizagens, e é o desempenho profissional do professor um dos grandes motores do resultado positivo dos alunos. Deve-se lembrar, porém, que o estudante, em especial crianças da educação infantil e na alfabetização, aprendem a todo momento com as interações e vivências do cotidiano escolar. A fim de promover um maior engajamento de todos em prol do trabalho pedagógico, um diretor comprometido e atento deve favorecer: 12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 2. Recursos do planejamento estratégico Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade você será capaz de pesquisar, conhecer e utilizar ferramentas adequadas à gestão de sua unidade escolar. Elaboração coletiva da missão e visão da escola contextualizadas à realidade escolar O planejamento estratégico é um dos pilares da gestão escolar de qualidade, e visa levar a escola a uma melhoria constante, traçando o caminho que deve ser percorrido para que alcance as suas metas. Esse planejamento detalha a jornada a ser seguida para atingir determinados objetivos, o que inclui processos que devem ser realizados, resultados a serem alcançados, diretrizes a serem seguidas e planos de ação eficazes. A escola precisa contar com um plano estruturado, de forma a melhorar cada vez mais o ensino oferecido. Por meio do planejamento estratégico é possível que todos os colaboradores e professores se alinhem em torno de um mesmo objetivo, visto que saberão exatamente aonde querem chegar e qual é o propósito do trabalho que estão realizando. O planejamento não se restringe à equipe técnica, dele participa toda comunidade escolar. O diretor não deve focar apenas no nível estratégico, pois perderá a noção da escola como um todo e se converterá em um tarefeiro. Tampouco deve ficar restrito ao nível operacional, pois poderá não perceber pontos importantes ou pequenos detalhes, e assim perder a real dimensão da escola. Equilíbrio é a palavra-chave para o diretorque participa de todos os níveis. São três os níveis de um planejamento estratégico. Cada um desenvolve um tipo de trabalho, com focos e responsabilidades diferentes e serve de sustentação ao outro. 13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Exemplos de ações no nível estratégico, tático e operacional em uma escola: Nível Estrátegico • Aumentar o número de matrículas em 20% no ano seguinte; e • Equipar o laboratório de informática. Nível Tático • Criar uma nova maneira de empréstimo de livros para a comunidade escolar; e • Implantar um novo cardápio, adequando as preferências às necessidades nutricionais dos alunos. 14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Nível Operacional • Preencher os históricos escolares; e • Orientar as atividades do recreio. Uma das primeiras diretrizes do planejamento estratégico da sua escola é a definição do trio – missão, visão e valores – compartilhado por todos. Assim como saber realizar o levantamento de problemas. Missão Ao elaborar a sua missão a escola explicita qual é o propósito de seu trabalho e como o realiza. Identifica seus beneficiários (alunos, pais, equipe e comunidade), cujas necessidades são o ponto de partida e o fator determinante para sua definição. Como a missão da escola aponta para o que ela é hoje e como atua no dia a dia, usamos os verbos no tempo presente. Elaborar coletivamente a declaração da missão é essencial para que o grupo compreenda qual a razão de ser da escola. Definir a missão favorece a criação de um clima de comprometimento da equipe escolar com o trabalho que a escola realiza, com o seu futuro. É eficaz para orientar a definição dos objetivos e a tomada de decisões estratégicas. Uma equipe coesa com a missão, a visão e os valores da escola trabalha para que ela conquiste uma identidade própria e uma imagem positiva, que tem o reconhecimento, o aval e a admiração de toda a comunidade. A missão tem que ser única, clara, sucinta e objetiva, evitando-se enunciados genéricos que podem ser aplicados a qualquer escola. A definição e a elaboração da missão têm o objetivo de fazer com que todos reflitam, discutam e respondam às seguintes perguntas: • O que a escola faz? • Para quem a escola faz? • Como a escola faz? Visão A visão de uma escola expressa a percepção que ela tem do caminho já percorrido (passado), 15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública do que vivencia no momento atual (presente) e do que pretende ser (futuro). Reconhecer seus êxitos, fracassos e limitações, avaliar suas potencialidades, incorporar suas aspirações é o ponto de partida, marco inicial de uma empreitada que a comunidade escolar precisa encarar com vontade, entusiasmo, confiantes de que conseguirão um novo status. A partir da situação detectada, poderá definir, com clareza, os caminhos que quer e é capaz de percorrer. A visão mostra onde a escola está, onde quer chegar e projeta o caminho que terá de percorrer. Com a visão posta, a escola poderá se organizar para buscar atingir os resultados que deseja. A visão funciona como uma bússola, por meio do qual todos, de fora e de dentro da escola, podem acompanhar em que direção a escola está caminhando, onde precisa mudar e como agir para que tais mudanças se concretizem. Uma visão bem construída cria as condições propícias à transformação de ideais em realidade, unindo os esforços de toda comunidade escolar, otimizando seu desempenho. Dá suporte à elaboração do plano estratégico da escola, que define as metas, planos de ação, responsabilidades, métodos e prazos para se chegar às metas traçadas. Tais definições são imprescindíveis para que o plano seja monitorado, avaliado e bem-sucedido. Sem elas está fadado a ser engavetado, esquecido, preterido, engolido pela dinâmica vertiginosa da vida escolar. Valores Os valores permeiam todas as atividades e relações existentes na escola e constituem fonte de orientação e inspiração para o comportamento cotidiano de todos no trajeto entre a missão e a conquista do idealizado (visão). Na escola há uma infinidade de sujeitos tentando trabalhar juntos. Cada um com pensamentos, crenças, filosofias de vida e posturas que lhe são peculiares e muitas vezes divergentes. Para que todos desenvolvam um sentimento de pertencimento e se envolvam com as metas traçadas pela escola há de se discutir e acordar quais os valores que motivam e direcionam as ações daquele grupo. Apenas os valores que a escola verdadeiramente defende e pratica devem ser considerados. Para se ter clareza de que o sentido de um valor é o mesmo para todos, sugere-se que sua redação explique o seu significado, conforme exemplos a seguir: • Excelência: Temos como foco de nosso trabalho o sucesso de nossos alunos; • Inovação: Estamos continuamente buscando alternativas criativas e inovadoras na solução de nossos desafios; • Respeito: Respeitamos nosso aluno como sujeito construtor de sua história; e • Igualdade: Tratamos com igualdade nossos alunos, garantindo a todos o mesmo ponto de partida. 16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Levantamento de problemas Deve-se priorizar os maiores, os mais importantes, cuja resolução causará grandes mudanças. Evitar atacar todos ao mesmo tempo, pois corre-se o risco de não conseguir resolver nenhum. Diferença entre objetivos e metas. • Objetivo: fim que se deseja atingir, propósito de se realizar alguma coisa, meta que se pretende alcançar. É o que move o indivíduo. • Meta: objetivo definido em termos quantitativos e com prazos. Objetivo sem meta = relegado a segundo plano, sempre adiado. Estabelecer metas nos faz assumir o controle sobre nosso fazer, perceber sua relevância para o sucesso da instituição. São elas que nos fornecem referências para criarmos indicadores que nos ajudam a determinar se estamos obtendo êxito. Para Dalcorso (2012), o planejamento estratégico escolar não deve apenas gerar um documento formal administrativo, mas sim um instrumento de orientação para o trabalho do gestor escolar e do ambiente em que está inserido. Visa administrar rotinas e direcionar projetos com objetivo de melhorias específicas de médio e longo prazo. Como etapas para a elaboração do planejamento estratégico o autor coloca: 1 Identificação do perfil da realidade escolar; 2 Avaliação dos critérios de eficácia escolar; 3 Realização da avaliação estratégica, com aplicação da análise SWOT ou análise FOFA; e 4 Elaboração do plano de ação, contendo objetivos, metas (evidências) ações, responsáveis, prazos, avaliação e observações. 17Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Definição de metas objetivas, factíveis e mensuráveis O sucesso da escola é o somatório do sucesso de todos e de cada um, funcionários e estudantes. As metas devem ser claras, viáveis, reais, factíveis e mensuráveis. Ousadas para que se possa progredir, porém passíveis de serem conseguidas, para não causar frustração. Existem ferramentas que auxiliam na definição de metas. O método SMART é uma dessas estratégias. SMART é um acrônimo com iniciais em inglês, e segundo esse método o monitoramento das metas deve responder às perguntas: • Estão sendo atingidas? Se estão, como podemos evoluir e melhorar? • Se não estão, qual é a causa do desvio? SMART 18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Exemplo de metas SMART Ação Específica Mensurável Atingível Relevante Temporizável Aumentar o acervo infantil em 100 novos títulos até o final de 2020 usando recursos próprios. Aumentar o acervo infantil. Em 100 novos títulos. Usando recursos próprios. De acordo com a proposta pedagógica, para desenvolvimento das habilidades de leitura. Até o final do ano XX. Capacitar com 8h / as duas cantineiras novatas, no início do ano escolar de 2021. Capacitar cantineiras. Duas cantineiras. Ação interna controlada pela escola. Deacordo com a necessidade de adequação das novas cantineiras ao setor. Início do ano escolar de YY. Adquirir um bebedouro de 30 litros para a ala A até o mês de janeiro, com a verba do PDDE. Adquirir um bebedouro. Um bebedouro de 30 litros. Usando recursos do PDDE. Para suprir a falta do equipamento na ala A. Até o mês de janeiro de ZZ. Análise SWOT ou análise FOFA Acrônimo de: Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threas), a análise SWOT ou FOFA é uma ferramenta do planejamento estratégico que auxilia as pessoas e/ou organizações a identificar forças, fraquezas, oportunidades e ameaças relacionadas à sua instituição e à sociedade. A matriz permite verificar a posição estratégica da instituição no ambiente (cenário) em que atua e é útil para avaliar os riscos e como fazer para neutralizá-los ou minimizá-los. Além disso, ela possibilita o agir preventivamente, maximizando pontos positivos e minimizando os negativos, possibilitando à instituição tomar decisões com mais segurança para alcançar os objetivos e metas da escola. Forças e fraquezas se relacionam a fatores internos que a escola pode controlar. Oportunidades e ameaças a fatores externos, sobre os quais a escola tem pouca ou nenhuma condição de intervir. 19Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública A equipe da escola precisa aproveitar as oportunidades do entorno, otimizar as forças, minimizando o impacto das ameaças e agir estrategicamente sobre fraquezas. Deve também estudar o nível do impacto (elevado, médio ou fraco) dos fatores externos na vida da escola e qual é a tendência observada (melhorar, piorar ou estabilizar). Origem do fator Ajuda Atrapalha INTERNA (ORGANIZAÇÃO) Forças: São as vantagens da escola, o que ela tem de positivo. Exemplos: • Escola nova e bem equipada; • Equipe gestora comprometida; e • Excelente localização no bairro, acesso fácil para alunos. Fraquezas: São as desvantagens da escola, o que apresenta de negativo. Exemplos: • Escola localizada longe do centro; • Grande rotatividade de professores; • Número significativo de faltas do alunado; • Pouca participação das famílias na vida escolar dos filhos; e • Dificuldade de formar uma equipe. EXTERNA (AMBIENTE) Oportunidades: São aspectos positivos do entorno que podem auxiliam no sucesso da escola. Exemplos: • Parceria com posto de saúde e outras instituições próximas; e • Planos para construção de um condomínio popular próximo à escola. Ameaças: São os aspectos negativos do ambiente que dificultam o sucesso da escola. Exemplos: • Poucos horários de ônibus, dificultando o acesso dos profissionais; e • Vulnerabilidade dos alunos fora da escola. Plano de ação Após realização da avaliação estratégica é hora de se elaborar um plano de ação que leve a escola de onde ela está até onde se quer e precisa chegar. 20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Na implementação elaboramos o plano de ação visando alcançar nossas metas. O plano define tarefas, responsabilidades e cronograma. Deve ser elaborado com o coletivo da escola e ser: sucinto, objetivo, visual, de fácil interpretação, monitoramento e avaliação. Como a avaliação do plano de ação é constante e sua reelaboração é anual, é aconselhável fazer uma escala de prioridades, colocando as ações que os levarão a atingir realmente a meta. Assim que algumas forem alcançadas, pode-se revisitar o plano e aumentar os desafios. Algumas metas necessitam de mais ações. O plano de ações serve para listar cada uma, com seu motivo, prazo, local de execução, quais os meios para se alcançar e o seu responsável direto. Esses dados fazem com que as ações realmente aconteçam e não fiquem só no papel. Para facilitar, pode-se usar uma ferramenta de gestão muito simples e que ajudará a conseguir essas características: Plano de ação 5W1H Exemplo de plano de ação 5W1H: What? O que? Why? Por quê? Where? Onde? When? Quando? Who? Quem How? Como? Realizar feira de ciências anual. Para reforçar e consolidar as aprendizagens desenvolvidas durante o ano. Na quadra da escola. No dia XX/ XX/20XX. Gerson e demais professores da área. Orientando alunos, selecionando trabalhos e cuidando da logística. 21Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Campeonato de Xadrez para alunos dos anos finais do ensino fundamental. Para desenvolver o raciocínio lógico- matemático e sociabilização entre eles. No salão da escola. Primeira semana de outubro/20XX. Carmem e demais professores da área de exatas. Recebendo inscrições, organizando as tabelas e cuidando da logística. Estudo da BNCC da educação infantil, com carga horária de 8 h/a para professores desta etapa. Para aprofundar conhecimentos e facilitar a prática. Na sala de estudos da escola. Dois primeiros dias escolares de 20XX, segundo cronograma a ser orientado pela SEE. Flávia – supervisora da educação infantil. Planejando com professores, convidando facilitadores e cuidando da infraestrutura necessária. Referências AIX SISTEMAS. Planejamento estratégico também é assunto para a educação infantil: você sabe por quê? [S. l.]: 20 jan. 2020. Disponível em: https://educacaoinfantil.aix.com.br/planejamento- estrategico/. Acesso em: 15 out. 2020. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 23 mar. 2021. BRASIL. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República (1996). Disponível em: http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 23 mar. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Planejando a próxima década: conhecendo as 20 metas do plano nacional de educação. Brasília: MEC/Sase, 2014. Disponível em: http://pne.mec.gov.br/ images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf. Acesso em: 15 out. 2020. ESCOLA DE INTELIGÊNCIA. Aprenda como definir suas metas da gestão escolar. Disponível em: https://escoladainteligencia.com.br/blog/metas-da-gestao-escolar/. Acesso em: 24 mar. 2021. JESUS, Osvaldo Freitas. Do projeto político-pedagógico ao planejamento estratégico escolar. Revista de Gestão e Avaliação Educacional, Santa Maria, v. 4, n. 8, jul./dez. 2015, p. 7-16. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/231149828.pdf. Acesso em: 24 mar. 2021. LÜCK, Heloísa. Dimensões da gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora Positivo, https://educacaoinfantil.aix.com.br/planejamento-estrategico/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/planejamento-estrategico/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm http://pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf http://pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf 22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 2009. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2190198/mod_resource/ content/1/dimensoes_livro.pdf. Acesso em: 15 out. 2020. LÜCK, Heloísa. Gestão da cultura e do clima organizacional da escola. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2017. v. 5. (Série cadernos de gestão). LÜCK, Heloísa. Liderança em gestão escolar. Vol. IV da série Cadernos de Gestão. Editora Vozes. 2008. MORENO, Nibaldo; DONOSO-DÍAZ, Sebastián; ARAYA, Daniels Reyes. Diretores de escolas públicas chilenas contemplados a partir do marco de desempenho. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 49, n.173, jul./set. 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ abstract&pid=S0100-15742019000300130&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 15 out. 2020. ORGANIZACIÓN DE ESTADOSIBEROAMERICANOS PARA LA EDUCACIÓN, LA CIENCIA Y LA CULTURA. Miradas sobre la educación en Iberoamérica: desarrollo profesional y liderazgo de directores escolares en iberoamérica. Madrid, 2007. Disponível em: https://www.oei.es/ uploads/files/microsites/1/48/informe-miradas-2017.pdf. Acesso em: 15 out. 2020. PARO, Vitor Henrique. Diretor escolar: educador ou gerente?. São Paulo: Cortez Editora, 2015. PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. São Paulo: Cortez Editora. 2017. RAMOS, Michelle Campêlo Costa. Gestão escolar democrática: da dimensão pedagógica aos multiletramentos em sala de aula. 2015. Monografia (Especialização em Letramentos) – Ceform/ MEC/SEEDF, Universidade de Brasília, Brasília, 2015. Disponível em: https://bdm.unb.br/ bitstream/10483/17384/1/2015_MichelleCampeloRamos_tcc.pdf. Acesso em: 15 out. 2020. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2190198/mod_resource/content/1/dimensoes_livro.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2190198/mod_resource/content/1/dimensoes_livro.pdf https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0100-15742019000300130&lng=en&nrm=iso&tlng https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0100-15742019000300130&lng=en&nrm=iso&tlng https://www.oei.es/uploads/files/microsites/1/48/informe-miradas-2017.pdf https://www.oei.es/uploads/files/microsites/1/48/informe-miradas-2017.pdf https://bdm.unb.br/bitstream/10483/17384/1/2015_MichelleCampeloRamos_tcc.pdf https://bdm.unb.br/bitstream/10483/17384/1/2015_MichelleCampeloRamos_tcc.pdf