Buscar

O GESTOR ESCOLAR

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O GESTOR ESCOLAR, SUAS AÇÕES E DIFICULDADES FRENTE À GESTÃO
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura em Pedagogia (PED 2464)-Estágio Curricular Obrigatório III-Gestão Educacional
10/06/2021
RESUMO
A gestão da escola vem passando por desafios e mudanças resultantes das crescentes exigências sociais por uma educação básica de qualidade, do avanço do conhecimento sobre a aprendizagem, de novas políticas educacionais e do avanço do conhecimento sobre a gestão escolar. Desta forma é importante considerar que a gestão escolar tem por finalidade superar as dificuldades provenientes da administração escolar, buscando sempre olhares significativos no âmbito da educação. Nesse sentido, o objetivo principal desse trabalho é justamente compreender e analisar as funções do gestor escolar, dando ênfase no que diz respeito aos vários desafios e ações que o mesmo enfrenta frente à gestão e ao planejamento. Para garantir um melhor embasamento a respeito do tema proposto, o estágio curricular obrigatório foi realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Antônio Pinheiro da Cruz, localizada na Rodovia dos Quilombolas, bairro da Parolândia I, no município de Moju/PA. A metodologia utilizada baseou-se em pesquisas bibliográficas e de campo. Para coleta das informações foram utilizados questionários semiestruturados, interpretados através da análise de conteúdo. O participante dessa entrevista foi o coordenador pedagógico da instituição.
Palavras-Chave: Gestão escolar; Desafios; Educação
1. INTRODUÇÃO
O gestor escolar é quem preza pela qualidade do ensino. Ele conduz a elaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP) e facilita a elaboração do currículo escolar. Ainda cabe a ele(a) acompanhar e avaliar a aprendizagem dos alunos de modo que seja capaz de identificar falhas e acertos e, a partir daí, reorientar a prática pedagógica. Porém, esse não é um trabalho solitário, mas democrático. Uma boa gestão escolar promove parcerias entre a equipe que envolve professores, coordenadores, orientadores, funcionários e as famílias no processo de tomada de decisão.
O gestor escolar também precisa conhecer a realidade da sala de aula – motivo pelo qual muitos bons gestores foram, antes, bons docentes. Mais do que impor sua maneira de lecionar, o mesmo 
desenvolve a escuta, acolhe a equipe e oferece as ferramentas necessárias para que cada agente dentro da escola seja capaz de encontrar soluções em prol da aprendizagem dos alunos.
Atualmente, a palavra gestor está sendo mais utilizado no ambiente das instituições educativas, ao invés do termo diretor. Isto pode ter relação com o fato de que o primeiro atenda relativamente as diversas procuras a que as instituições educativas necessitam, e que seu uso perpasse das exigências de abertura e participação que atingem as instituições educativas. As escolas estão cada vez mais sendo responsabilizadas pelos resultados que produzem, por movimentos de defesa de sua autonomia, por procedimentos centralizadores nos sistemas de ensino, entre outros aspectos.
Com base nestas reflexões e na área de concentração Educação, Escolas e Políticas Públicas desencadeou-se o seguinte problema de pesquisa: Quais as responsabilidades, dificuldades e ações necessárias para o gestor atuar no contexto escolar? Assim sendo, o objetivo geral dessa pesquisa é compreender e analisar as incumbências do gestor no cotidiano escolar. Para avançar nos estudos sobre o tema, este trabalho fará uma investigação em relação a gestão escolar no contexto atual, averiguando as principais funções, habilidades e conhecimentos adquiridos a um gestor escolar, também explorará as dificuldades enfrentadas pelo gestor, assim como analisará o gestor escolar frente ao planejamento. A metodologia utilizada será embasada em pesquisas bibliográficas e de campo, a fim de promover reflexões que alicerçam o trabalho do gestor escolar.
2. FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA
Para a construção desse trabalho foram abordados vários estudos referentes a gestão escolar, as ações e as dificuldades que os gestores encontram frente a sua gestão. Fundamentada em diversos autores que falam a respeito desse tema, destacam-se em nosso artigo alguns deles como Cerqueira (1998), Dalmás (1994), Lück (2000/2007/2009), Paro (2001), Perfeito (2007), Paula (2008), além de destacarmos também a importância desse tema segundo alguns registros como a Constituição Federativa do Brasil (1988) e a LDB (1996), para assim dar um melhor embasamento teórico ao trabalho.
2.1 A GESTÃO ESCOLAR NO CONTEXTO ATUAL.
A gestão escolar engloba as incumbências que as unidades escolares possuem, tais como: elaborar e executar a proposta pedagógica, administrar o pessoal e os recursos materiais e financeiros. 
A gestão escolar constitui uma das áreas de atuação profissional na educação destinada a realizar o planejamento, a organização, a liderança, a orientação, a mediação, a coordenação, o monitoramento e a avaliação dos processos necessários à efetividade das ações educacionais orientadas para a promoção da aprendizagem e formação dos alunos. (LUCK, 2009, p.23)
A gestão educacional não surgiu para substituir a administração escolar e sim para complementá-la em aspectos até então não contemplados.
 O conceito de gestão educacional, portanto, pressupõe um entendimento diferente da realidade, dos elementos envolvidos em uma ação e das próprias pessoas em seu contexto; abrange uma série de concepções, tendo como foco a interatividade social, não considerada pelo conceito de administração, e, portanto, superando-a. (LUCK, 2007, p.55)
Está previsto na Lei 9.394/96 (BRASIL, 1996), que as escolas possuem autonomia para atender as particularidades regionais e locais de seus alunos, no entanto precisam respeitar as normas comuns dos sistemas de ensino. 
No Brasil, a gestão educacional é determinada por orientações previstas na Lei 9.394/96 (BRASIL,1996), onde a mesma menciona o modelo democrático e participativo da administração escolar, modelo este que caracteriza a gestão educacional.
O processo de gestão nas instituições de ensino precisa ser global, sendo de responsabilidade de toda comunidade escolar. Participam deste processo o diretor de escola, o coordenador pedagógico, o supervisor de ensino, os professores e todos os demais funcionários, além da família que tem um papel importante e fundamental neste processo.
A gestão escolar tem que ser construída coletivamente, não pode ser fragmentada e sim participativa e democrática. 
“A gestão democrática implica a efetivação de novos processos de organização e gestão baseados em uma dinâmica que favoreça os processos coletivos e participativos de decisão”. (BRASIL, 2004, p.15)
É importante que a comunidade participe da gestão escolar através dos conselhos escolares, sendo que esta democratização da escola traz benefícios tanto para a equipe como para a comunidade.
2.2 GESTOR ESCOLAR: FUNÇÕES, HABILIDADES E CONHECIMENTOS
Para alcançar os objetivos da educação expostos na CFB e posteriormente estabelecidos na LDB entende- se que o ambiente escolar precisa ser gerenciado. Toda e qualquer organização necessita de uma prática administrativa que oriente na busca de seus objetivos. Observa-se que a gestão da escola pública é uma tarefa que demanda competência técnica, pois a escola, como uma organização pública, exige uma gestão embasada nos princípios da gestão participativa, que demanda conhecimentos administrativos e pedagógicos.
Sob o ponto de vista de Lück (2009, p. 17):
Na escola, o diretor é o profissional a quem compete a liderança e organização do trabalho de todos os que nela atuam, de modo a orientá-los no desenvolvimento de ambiente educacional capaz de promover aprendizagens e formação dos alunos, no nível mais elevado possível, de modo que estejam capacitados a enfrentar os novos desafios que são apresentados.
Este profissional enfrenta no seu cotidiano, inúmeras complexidades que exigem atitudes específicas na sua atuação. Compreende-se que, sem capacitação necessária para dinamizar, gerenciar as atividades,recursos e projetos no âmbito educacional, o gestor desempenha a função para o qual foi designado apresentando inúmeras dificuldades. Ainda sob o ponto de vista de Lück (2009, p. 25):
O trabalho de gestão escolar exige, pois, o exercício de múltiplas competências específicas e dos mais variados matrizes. A sua diversidade é um desafio para os gestores. Dada, de um lado, essa multiplicidade de competências, e de outro, a dinâmica constante das situações, que impõe novos desdobramentos e novos desafios ao gestor, não se pode deixar de considerar como fundamental para a formação de gestores, um processo de formação continuada, em serviço, além de programas especiais e concentrados sobre temas específicos.
Para Lück (2000) a fim de desincumbir-se do seu papel, o gestor assume uma série de funções, tanto de natureza administrativa, quanto pedagógica, sendo elas:
Funções Administrativas: Organização e articulação de todas as unidades componentes da escola; controle dos aspectos materiais e financeiros da escola; articulação e controle de recursos humanos; articulação da escola-comunidade; articulação da escola com nível superior de administração do sistema educacional; formulação de normas, regulamentos e adoção de medidas condizentes com os objetivos e princípios propostos; supervisão e orientação a todos aqueles a quem são delegadas responsabilidades (LÜCK, 2000).
Funções Pedagógicas: Dinamização e assistência aos membros da escola para que promovam ações condizentes com os objetivos e princípios educacionais propostos; liderança e inspiração no sentido de enriquecimento desses objetos e princípios; promoção de um sistema de ação integrada e cooperativa; manutenção de um processo de comunicação claro e aberto entre os membros da escola e entre a escola e a comunidade; estimulação à inovação e melhoria do processo educacional (LÜCK, 2000).
Entretanto, para que o gestor escolar desempenhe suas funções com qualidade, a autora relaciona habilidades e conhecimentos nas áreas administrativa e pedagógica elencando as principais habilidades e conhecimentos que os profissionais da gestão precisam refletir, de modo que possam liderar de forma competente uma escola, independentemente do nível de escolaridade que está ofereça.
Lück (2009) ainda relata alguns conhecimentos essenciais para a função, sendo eles: Constituição Federal e Constituição Estadual; Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; Diretrizes Curriculares Nacionais dos diversos níveis e modalidades de ensino; Legislação Educacional de seu Estado e do seu Município, Instrumentos Normativos e Executivos de seu sistema e rede de ensino; Estatuto do Magistério; Estatuto da Criança e do Adolescente; Concepções teórico-metodológicas consistentes com a promoção de educação para a formação do cidadão como sujeito autônomo, participativo e capaz de posicionar-se criticamente diante de desafios e resolvê-los; Problemática sociocultural de seu tempo, seu país, estado, município e comunidade, em uma sociedade global, tecnológica e centrada no conhecimento; Natureza humana e seu processo de desenvolvimento, nas sucessivas etapas de vida e em relação aos seus desafios.
Paro (2001) ressalta que a formação do gestor deveria conter pelo menos conteúdos sobre fundamentos da educação (históricos, filosóficos, sociológicos, econômicos, psicológicos) e didática (as metodologias necessárias para bem ensinar determinados conteúdos programáticos e as questões relacionadas à situação da escola pública). 
A partir dessas reflexões e contribuições dos teóricos percebe-se a importância do gestor no contexto escolar e a necessidade de formação para este cargo devido aos constantes desafios. Entende-se que o gestor escolar precisa estar capacitado para gerir todo o conjunto de ensinamentos e experiências necessárias a fim de garantir a qualidade do ensino oferecido aos alunos e ainda manter a organização e funcionamento da instituição em todos os seus aspectos: físico, sócio-político, relacional, material e financeiro. 
 
2.2 DESAFIOS ENFRENTADOS PELO GESTOR ESCOLAR
O processo de gestão escolar é algo dinâmico, onde no exercício de suas funções o gestor escolar enfrenta diversas situações/dificuldades, que lhe exige a apresentação de soluções inovadoras. As decisões tomadas dependem, portanto, do êxito no processo administrativo e, consequentemente, no processo de ensino-aprendizagem.
De acordo com Perfeito (2007, p. 53):
“Um dos grandes desafios da gestão das instituições de ensino é desenvolver uma maior capacidade de resposta às demandas externas. Para isso, é necessário que seus gestores sejam capazes de utilizar diferentes abordagens de planejamento, a fim de que as instituições possam atingir seus objetivos e cumprir sua missão.”
Administrar uma unidade escolar é algo que envolve inúmeros desafios, em que o processo de envolver os sujeitos do sistema educacional desenvolvido dentro e fora das escolas é um desses desafios. O gestor deve encontrar maneiras que possam construir uma sólida relação educador-educando, diretor-professor, diretor-aluno, diretor-funcionário, diretor-pai de aluno, escola-Secretaria de Educação e assim por diante. 
Por essa razão é importante que o gestor reconheça que a troca de experiências e de saberes é algo muito importante no processo educativo e essencial para sua realização. O sucesso da gestão escolar está condicionado ao modo de pensar e agir dirigente. Assim sendo, se ele estimula a gestão participativa, divide responsabilidade e toma decisões após consultar o setor administrativo e corpo docente de sua escola, o que dificulta a possibilidade de ações sem êxito. A centralização das decisões é uma das principais causas do mau gerenciamento escolar.
Segundo Paula e Schneckenberg (2008, p. 29):
“O trabalho de gestão escolar exige, pois, o exercício de múltiplas competências específicas e dos mais variados matizes [...]. A sua diversidade é um desafio para os gestores, cabendo também aos sistemas, organizar experiências capazes de orientá-los nesse processo.”
A gestão escolar pode ser entendida como o processo de estruturação e organização do trabalho pedagógico escolar, que se desenvolve a partir do diálogo, do envolvimento em todas as ações do processo educativo. Assim, dialogando com todos os sujeitos da comunidade escolar, o gestor tornar-se capaz de melhor administrar sua unidade educativa, de encontrar soluções mais rápidas e eficientes para os impasses registrados no contexto escolar.
Observam Paula e Schneckenberg (2008, p. 6) que:
“[...] a escola passa por período de redefinição em suas estruturas, na busca de atender às necessidades do mundo moderno, pois a educação por si só não produz mudanças na escola, mas é fundamental dizer que nenhuma mudança é possível sem educação.”
Devido a essa transformação pela qual vem passando, a escola ordena que o gestor tenha uma nova postura e um novo perfil, pois, além das responsabilidades administrativas, o mesmo tem um papel importante na articulação de melhores resultados na aprendizagem escolar. Para atingir tal objetivo é necessário que este seja ético e compromissado com a construção do processo educativo. A busca de soluções para os vários impasses enfrentados pela gestão escolar vem ganhando espaço para uma nova modalidade administrativa: a gestão escolar democrática, que encontra respaldo na Constituição Federal, promulgada em 05 de outubro de 1988, conforme já relatado.
De acordo com Paula e Schneckenberg (2008, p. 9):
“A gestão democrática vem com o propósito de substituir o paradigma autoritário pelo democrático, dar oportunidade de os indivíduos, que estão envolvidos, liberarem seu potencial, mostrar seus talentos e sua criatividade, na solução de problemas cotidianos. Na gestão democrática, a participação de cada pessoa é fundamental, independentemente do nível hierárquico.”
Idealizado com o objetivo de transformar a escola num espaço democrático, esse novo modelo de gestão abriu espaço para que todos os sujeitos do processo educativo possam participar das decisões daescola. Assim, no âmbito da própria escola, criou-se o conselho, que permite que essa participação aconteça, pois, através dele, a sociedade ganhou espaço e voz na escola.
Na opinião de Cerqueira (1998, p. 30):
“[...] compreende-se como indispensável e essencial a participação da sociedade na ação de democratização da escola. Mas, em função do caráter tradicionalmente centralizador das políticas governamentais no Brasil, as escolas públicas têm sido palco de pouca participação da comunidade local e, até mesmo, da comunidade escolar.”
É no Conselho Escolar que todos os sujeitos do processo educativo encontram espaços para expor suas ideias, opiniões, reivindicações e questionamentos. Com o Conselho Escolar abriu-se na escola um amplo espaço democrático, que vem servindo para a consolidação de um novo processo de gestão, estruturado nos princípios democráticos. Assim, com a instituição da chamada gestão democrática, espera-se que as dificuldades enfrentadas pelos gestores escolares sejam reduzidas, de modo que a sociedade e os todos os agentes do processo educativo poderão oferecer suas contribuições à escola e à sua gestão.
2.3 O GESTOR ESCOLAR FRENTE AO PLANEJAMENTO
Longe de desempenhar uma função meramente burocrática, cabe ao gestor estabelecer um relacionamento entre meios e fins para equacionar, na escola problemas educacionais e administrativos.
Ao gestor compete envolver o grupo que dirige não só na execução, mas também no planejamento ou programação, e na avaliação das atividades desenvolvidas. Assim, o gestor deve promover uma criação de ambiente favorável para a autorrealização do seu pessoal, designando-os para funções que permitam a utilização do seu potencial. É nessa perspectiva que deve pautar a condução do planejamento participativo por parte do gestor, buscando sempre o envolvimento dos diversos segmentos que compõem a comunidade escolar a opinar, planejar, avaliar, e programar a proposta de educação a ser efetivada na escola, ampliando-se, assim, a possibilidade de sucesso do referido planejamento.
Promover um clima favorável e manter o interesse da comunidade escolar não são tarefas fáceis. No entanto, de uma ou outra forma o gestor é desafiado a desenvolver situações que permitam o encontro e o diálogo. Haja vista que, muitas vezes, na própria escola há pessoas que participam da realização do trabalho apenas por obrigação ou que visam somente a garantia de permanência no emprego, ao invés de compartilharem objetivos, valores, crenças, expectativas comuns, embora estejam unidas por uma dependência recíproca. Sem contar com aqueles que, só por estarem presentes em determinados momentos, já acham que estão participando.
Dalmás (1994, p. 45) destaca a questão do clima escolar:
Em uma escola não pode haver hostilidade, individualismo, irresponsabilidade e omissões, pois este clima compromete o andamento do planejamento participativo. Em contrapartida, um ambiente de acolhida, aceitação mútua e interesse um pelo outro, proporcionam um clima favorável ao trabalho coletivo, compartilhado e democrático.
Desta forma para que haja de fato um processo participativo é necessário que haja responsabilidade nas etapas de elaboração e execução do planejamento. Tal participação no processo global de planejamento repercutirá na vida da escola, modificando relações e influenciando positivamente o processo de tomada de decisões. Ainda no decorrer da construção coletiva do planejamento, reafirma-se a necessidade da democratização das decisões e da própria gestão escolar. Com isso, vemos o quanto é necessário que tal ação democrática seja provocada, procurada e aprendida por todos, uma vez que a gestão democrática possibilita o caráter mais humano voltado para o aluno e para o seu bem estar, objetivando a qualidade do ensino.
Fica claro que esse caminho deve ser trilhado e descoberto por cada escola, e a mesma precisa despertar para o que assegura e regulamenta a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 9394/96, que, no artigo 14, apresenta os seguintes princípios:
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I-participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II-participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
Assim, percebe-se que se torna necessária e imprescindível a participação dos professores e especialistas na elaboração do projeto pedagógico da escola, na perspectiva de que as decisões antes centralizadas no gestor cedem lugar a um processo de resgate da efetiva função social de um trabalho de construção coletiva entre todos os agentes da escola e, destes, com a comunidade.
A gestão democrática representa uma nova forma de administração, que rompe com a concepção de organização burocrática, assumindo a concepção de administração compartilhada e integrada totalmente à esfera pedagógica, com a finalidade maior de desenvolver um ensino e aprendizagem que possa compor a vida do educando em todos os aspectos. Pressupondo um trabalho coletivo e compartilhado, em que os envolvidos sintam- se à vontade e comprometidos com as ações educativas. Com isso, integra-se escola e comunidade, permitindo que todos os membros participem, contribuindo assim para a construção do trabalho educativo.
Enfim, a gestão democrática significa a conquista da autonomia por parte do aluno, da escola, da família e da comunidade. Daí, a vantagem de uma gestão escolar participativa, pois as decisões tomadas coletivamente não se referem apenas na ótica de democratizar a escola internamente, mas também fortalecer a unidade escolar externamente.
3.VIVÊNCIA DO ESTÁGIO
O Estágio Curricular de Gestão Escolar de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Leonardo da Vinci/UNIASSELVI, foi realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Antônio Pinheiro da Cruz, localizada da Rodovia dos Quilombolas, no bairro Parolândia I. A instituição conta com 16 funcionários e 5 turmas, três no turno da manhã e duas no turno da tarde.
No primeiro momento foi realizado um projeto de estágio onde foi definido o cargo a ser trabalho, e após isso uma elaboração de projeto de estágio com objetivos e metas a serem alcançados. A intervenção foi realizada no dia 19 de maio de 2021, por meio de entrevista com o coordenador pedagógico. 
Segundo o entrevistado, os funcionários exercem todas as atividades do dia a dia da escola e também no administrativo. Todos que trabalham nessa instituição possuem formação.
O entrevistado é o coordenador pedagógico, que vem exercendo esse cargo desde o ano de 2005, segundo a fala do entrevistado ele considera que para ser um bom gestor, o mesmo tem que ser atuante, atento as mudanças e ter coragem para superar desafios .O principal desafio que que eles enfrentam é a ausência de muitos pais nas atividades escolares, pois sempre que é feito eventos ou reuniões para que haja um melhor entrosamento, muitas famílias simplesmente não comparecem, deixando a escola desmotivada a realizar mais ações que envolvam isso. Esse é um dos poucos suportes que a escola pode oferecer a comunidade escolar, e mesmo assim ainda não é devidamente utilizado. Um grande desafio encontrado pelo gestor da escola é a falta de substituição de professores quando é necessário, pois os professores dessa instituição não residem no mesmo município e em alguns casos acabam acontecendo imprevistos que impedem de um ou outro professor não conseguir chegar para dar sua aula e assim muitas das vezes fazendo com que a turma seja dispensada.
Outro aspecto muito importante que foi observado na instituição tem relação com a infraestrutura da escola, as salas estão com pinturas mal acabadas, ventiladores quebrados, entre outros aspectos. Não tem sala de professores e a sala de coordenação é agregada com a secretaria da escola, fazendo assim que todos trabalhem em um pequeno espaço para todos.
Devido a pandemia da Covid 19, não está sendorealizada as aulas presenciais com os alunos. Por consequência disso, em um dos dias que estávamos aplicando nosso estagio estava sendo entregue o caderno de atividades para os pais dos alunos. A entrega era feita dentro das salas de aula e no refeitório da escola, nesse dia poucos foram os pais que compareceram para receber o caderno.
Apesar de tantas dificuldades enfrentadas, a escola tenta sempre valorizar a relação com a comunidade, proporcionando oportunidades iguais a todos os alunos, funcionários, pais e colaboradores, buscando soluções inovadoras que venham a contribuir no trabalho, para assim alcançar resultados satisfatórios e eficientes e acima de tudo tem o compromisso de assegurar um ensino de qualidade aos seus alunos fortalecendo sempre a participação dos pais na escola.
4.IMPRESSÕES DO ESTÁGIO (considerações finais)
A disciplina de estágio Curricular em Gestão Escolar proporcionou uma experiência que agregou muito valor ao curso, nos permitindo pensar e analisar como funciona a teoria e a pratica pedagógica. É visível essa contribuição para os futuros pedagogos e gestores, para que possam saber identificar problemas e novas estratégias para solucionar os desafios encontrados diariamente dentro da instituição. Pois é na intervenção de estágio que se consegue desenvolver de maneira mais eficaz a capacidade, o raciocínio e o espirito crítico. 
No decorrer deste estudo, tivemos como propósito compreender e analisar quais as responsabilidades, dificuldades e ações necessárias para o gestor atuar no contexto escolar. Para tanto nos pautamos nas referências teóricas expostas ao longo do trabalho e na interlocução com as entrevistas realizadas. A investigação se apoiou em pressupostos teóricos que envolveram o tratamento de alguns conceitos: funções, habilidades, ações, responsabilidades, desafios e planejamento frente à gestão.
A partir da análise das entrevistas se percebeu que os gestores enfrentam vários obstáculos, mas continuam na luta para a formação de uma gestão mais democrática. Ainda possuem dificuldades em efetivar a participação da coletividade nas decisões institucionais. Seja falta de tempo ou falta de interesse, onde muitas vezes a comunidade deixa de participar das decisões, deixando toda a responsabilidade para o gestor. Tornar toda a comunidade parte integrante do processo pedagógico é o caminho a ser seguido para assim conseguir trazer bons resultados.
Cabe ao gestor ser líder de sua equipe de trabalho, tanto como representante da escola, como da comunidade escolar, e deve ter capacidade de realizar um trabalho coletivo, estando aberto a dialogar com diferentes grupos existentes dentro e fora do ambiente escolar, buscando o maior convívio possível a favor dela. O profissional que atua na gestão de uma escola tem a missão de conseguir concretizar o trabalho educacional, enfrentando constantes obstáculos, além de construir com seu grupo de trabalho uma proposta de educação que traga uma finalidade ao sucesso na aprendizagem dos educandos e a transformação da realidade a qual estes vivem.
Enfim, esse trabalho buscou contribuir para refletir a respeito da temática da gestão escolar. Temos conhecimento de que o mesmo ainda poderá ser problematizado, em estudos futuros, bem como aprofundado diante da grande complexidade deste tema.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. LDB -Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.
BRASIL. Lei n° 9.394. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Congresso Nacional, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares: conselho escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor. Brasília/DF, 2004.
CERQUEIRA, Doralice Marques de Araújo. Democratização da gestão escolar: política, lei e ação. Gestão em Ação, Núcleo Políticas e Gestão da Educação/PPGE/FACED/ISP/UFBA-v.1, n.1 (1998), Salvador: 1998, p. 29-45.
DALMÁS, A. Planejamento participativo na escola. São Paulo: Record, 1994.
LÜCK, H. Dimensões da Gestão Escolar e suas Competências. Curitiba: Ed. Positivo. 2009.
LÜCK, H. Ação integrada: administração, supervisão e orientação educacional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
LÜCK, H. Gestão educacional: uma questão paradigmática. 3 ed. Petrópolis: Vozes, 2007.
PARO, V. H. Escritos sobre educação. São Paulo: Xamã, 2001.
PAULA, Roseli Lopes de; SCHNECKENBERG, Marisa. Gestão escolar democrática: desafio para o gestor do século XXI. Revista Eletrônica Lato Sensu, ano 3, n. 1, mar., 2008.
PERFEITO, Cátia Deniana Firmino. Planejamento estratégico como instrumento de gestão escolar. Educ. Bras., Brasília, v. 29, n. 58-59, p. 49-61, jan./dez. 2007.

Continue navegando