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REVISÃO 1-5

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REVISÃO 1-5
AULA 1
O que é Psicologia Social?
Psicologia Social é o estudo científico da influência recíproca entre as pessoas (interação social) e do processo cognitivo gerado por esta interação (pensamento social).
Os seres humanos vivem em constante processo de dependência e interdependência em relação a seus semelhantes.
 Um aperto de mão, uma reprimenda, um elogio, um sorriso, um simples olhar de uma pessoa em direção a outra suscitam nesta última uma resposta que caracterizamos como social.
 A resposta emitida servirá de estímulo à pessoa que a provocou, gerando por seu turno um outro comportamento desta última, estabelecendo-se assim o processo de interação social
Esta ação mútua afeta, de uma forma ou de outra, pensamentos, emoções e comportamentos das pessoas envolvidas, seja diretamente, como no exemplo acima, seja indiretamente, como ocorre na mídia, através de alguma campanha publicitária.
 Aqui, técnicas de persuasão são empregadas para que o leitor (ouvinte ou telespectador) mude de marca de sabonete, se disponha a levar seus filhos a um posto de vacinação, ou até, em períodos pré-eleitorais, incline-se a dar seu voto a determinado candidato.
Mais interessante ainda é o fato de que a expectativa com relação ao comportamento do outro (ou a seus pensamentos ou sentimentos) pode igualmente modificar nossas ações.
Imagine a seguinte situação: Se você espera uma reação negativa de alguém, é bem possível que você inicie a interação de forma agressiva. Vamos supor que você tenha ido a uma butique, e que, ao chegar em casa, descubra um pequeno defeito de fabricação na roupa comprada. Nada mais natural que voltar à loja e trocar o produto. Mas se você é tímido, ou acha que a vendedora tentou lhe enganar de propósito, ou que não acreditarão que a roupa já estava com defeito, você exibirá reações bem diferentes. No caminho de volta à loja, você poderá fantasiar uma recepção negativa e já chegar lá adotando uma postura aversiva. Mas, para sua surpresa, é bem capaz de a vendedora lhe pedir desculpas pelo transtorno e amavelmente lhe oferecer outra peça em troca.
Neste sentido é que dissemos que a expectativa pode ser tão ou mais importante em termos de influência do que o comportamento real do outro. 
Simultaneamente a manifestações comportamentais, processos mentais superiores (expectativa, pensamento, julgamento, processamento de informação, etc.) são desencadeados pelo processo de interação e caracterizam o que se convencionou chamar de pensamento social, ou seja, os processos cognitivos decorrentes da interação social.
Objeto material da psicologia social, ou seja, aquilo que a psicologia social estuda => interação humana e suas consequências cognitivas e comportamentais.
 Objeto formal da psicologia social, ou seja, a maneira pela qual ela estuda seu objeto material => 
é o método científico.
O QUE É O MÉTODO CIENTÍFICO?
Método científico é toda atividade conducente à descoberta de um fato novo orientada pelo seguinte paradigma:
Relembrando
Vimos até agora que a Psicologia Social estuda os fenômenos sociais comportamentais e cognitivos decorrentes da interação entre pessoas, e que o faz através da utilização do método científico. 
Para completar a conceituação do que seja psicologia social, convém acrescentar-se uma outra característica: 
 O caráter latitudinal ou situacional do fenômeno psicossocial. 
 Acrescente-se ainda que tais fatores situacionais devem ter a característica de estímulos sociais. 
Veja a seguir, um exemplo
O comportamento "procurar a sombra num dia de forte calor" é um comportamento ditado por fatores situacionais, mas dificilmente se consideraria tal atividade como sendo um comportamento social.
Este mesmo comportamento de evitar o sol e abrigar-se à sombra de uma árvore poderia ser um comportamento social caso os fatores situacionais por ele responsáveis fossem um, ou uma combinação de alguns sentimentos. 
SENTIMENTOS, TAIS COMO:
 Receio de que outras pessoas considerassem idiotice permanecer no sol quando havia uma confortável sombra a dois metros de distância; 
 Desejo de evitar a transpiração que o sol suscitaria em virtude da necessidade de manter-se asseado para um encontro iminente; 
 Apreensão com a atribuição de frivolidade (desejo de exibir uma cor bronzeada para efeitos estéticos) que pessoas observando a permanência do indivíduo ao sol poderiam fazer.
Nestes últimos casos, o comportamento de esquivar-se do sol e dirigir-se para a sombra seria, sem dúvida, um comportamento social e nele se verificaria nitidamente a relevância dos fatores situacionais a que nos referimos. Não quer isto dizer que as experiências passadas, fatores hereditários e características de personalidade não influam no comportamento social da pessoa. Influem e muito. 
Quando o psicólogo social considera as experiências passadas, fatores hereditários e características de personalidade , todavia, o faz ciente de que está utilizando uma variável de personalidade que interatua com variáveis situacionais e explica um determinado comportamento.
Em outras palavras, ele recorre a ensinamentos emanados do estudo do dinamismo da personalidade individual a fim de verificar as interações das variáveis individuais com os fatores situacionais. O que caracteriza o aspecto social do comportamento estudado, contudo, é a influência de fatores situacionais.
O poder de atuação das variáveis situacionais.
Zimbardo criou, em 1973, uma espécie de prisão onde 24 participantes foram alocados, metade como prisioneiros, me​tade como policiais. Programado para 15 dias, o encarceramento não chegou a durar uma semana: o que era para ser uma simulação funcional transformou-se num verdadeiro drama, em que os atores perderam de vista seus papéis passando a atuar como prisioneiros ou guardas reais. 
Entre os resultados inesperados, observou-se casos de violência, depressão, ameaças, distorções perceptivas temporais, sintomas psicossomáticos, abuso do poder e crueldade.
 AO SE DEPARAR COM ESTA NOTÍCIA É COMUM AS PESSOAS QUESTIONAREM:
Como rapazes de classe média, sem antecedentes criminais ou alterações de personalidade puderam em tão pouco tempo mudar pensamentos e sentimentos, alterando valores de toda uma existência e deixando vir à luz o lado pior de suas personalidades? 
Veja o que Zimbardo diz a respeito!
Para Zimbardo (1976) a resposta é simples:
 Se colocarmos pessoas boas numa situação infernal, a situação infernal vencerá sempre. Para ele, "uma instituição como a prisão tem dentro de si forças poderosas que poderão suplantar anos de socialização, de traços pessoais ou de valores profundamente enraizados". 
  Muitas vezes, em nosso cotidiano, responsabilizamos as pessoas, quando a culpa está na situação. Ou, em outras palavras, variáveis situacionais podem muitas vezes suplantar variáveis disposicionais.
À luz destas considerações poderíamos ampliar um pouco mais a definição de psicologia social apresentada no início desta aula dizendo que a Psicologia Social é o estudo científico de manifestações comportamentais de caráter situacional suscitadas pela interação de uma pessoa com outras pessoas ou pela mera expectativa de tal interação, bem como dos processos cognitivos suscitados pelo processo de interação social.
OBJETOS de investigação DA PSICOLOGIA SOCIAL
 A interação social, a interdependência entre os indivíduos, o encontro social são os objetos investigados por essa área da Psicologia. 
 Vamos falar dos principais conceitos da Psicologia social a partir do ponto de vista do encontro social 
OS PRINCIPAIS CONCEITOS SÃO: 
 Personalidade; 
 Percepção social; 
 A comunicação;
 As atitudes; 
 A mudança de atitudes; 
 O processo de socialização; 
 Os grupos sociais e 
 Os papéis sociais. 
PERSONALIDADE: FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Personalidade - origina-se do latim “persona”
Persona, no uso coloquial, é um papel social ou personagem vivido por um ator
É uma palavraitaliana derivada do Latim para um tipo de máscara feita para resoar com a voz do ator (per sonare sigifica "soar através de"), permitindo que fosse bem ouvida pelos espectadores, bem como para dar ao ator a aparência que o papel exigia.
Nesse sentido personalidade é aquilo que é mostrado através dos papéis sociais que as pessoas desempenham. 
 Provavelmente você já ouviu frases como: 
 Mostre que tem personalidade"!; 
  "Ele não tem personalidade"; 
 "Que personalidade fraca"!; 
ATENÇÃO! Nesse sentido personalidade estaria sendo definida somente pelos comportamentos observáveis.
A PSICOLOGIA E O ESTUDO DA PERSONALIDADE
Antes do período clássico da Grécia:
Os primeiros estudos realizados na tentativa de conhecer a natureza humana foram realizados pela filosofia.
Objetivo: a valorização da subjetividade (experiência individual e única).
período clássico 
Platão e Aristóteles: preocupação com o estudo da natureza da alma - hoje chamaríamos de personalidade.
Fim do século XIX 
Psicologia Experimental: embasada nos princípios de praticidade, objetividade e quantificação - parece ter havido um certo distanciamento entre a Psicologia e o homem. 
 Os psicólogos se dedicaram a investigações científicas a respeito: da percepção, da aprendizagem, da inteligência, da motivação, do pensamento, dos processos e funções psíquicas, separadamente. 
 Estudo da conduta animal – objetivo: transpor os resultados das investigações para a compreensão do comportamento humano.
 William Stern e todos os psicólogos de tradição gestáltica, se opuseram ostensivamente, afirmando que o estudo fragmentado do comportamento humano não contribuiria de forma alguma para a evolução da Psicologia como ciência nem para a compreensão da natureza humana.
Final século XIX e início do século XX:
 As principais contribuições ao estudo da personalidade vem da vertente da Psicologia Clínica => Charcot, Janet, Stern e Freud – Visão totalizante do ser humano.
 Para esse grupo de estudiosos era impossível auxiliar um paciente sem entendê-lo à luz do seu passado, do seu presente e do seu futuro, bem como sem considerar seu património biológico, cultural e social.
DUAS CORRENTES FILOSÓFICAS:
A personalidade seria um produto do meio que age sobre o indivíduo, gravando nele marcas fundamentais. 
John Locke
Kant, Brentano, Wundt, Dewey e outros entendiam que o ser humano não era apenas o reflexo do meio. 
HOJE:
A maioria dos psicólogos entende personalidade como conjunto dos traços e caracte​rísticas singulares, típicas de uma pessoa, e que, portanto, distinguem-na das demais. 
Neste sentido a personalidade abrange:
constituição física => que se alicerçam nas disposições herdadas. 
 interação entre as pessoas e o mundo => seus hábitos, valores e capacidades; suas aspirações; seus modos de experimentar os afetos; suas maneiras habituais de se comportar no cenário social. 
OS DETERMINANTES DA PERSONALIDADE
 Divergência quanto à importância atribuída a cada um dos fatores: HEREDITARIEDADE E MEIO
Os argumentos pró-hereditariedade
 Eugen Bleuler (1857-1939) procurou demonstrar que a personalidade é determinada basicamente pelos fatores hereditários. Estudou a semelhança entre gemeos univitelinos quanto às características dos quadros clínicos e tal similaridade só poderia ser explicada a partir da herança genética. 
 Francis Galton investigou um grande número de árvores genealógicas de personalidades de destaque, como militares e artistas, concluiu que a genialidade tinha seus fundamentos nas características genéticas transmitidas através das gerações.
As argumentações em favor das influências ambientais 
 Outras tantas investigações procuraram demonstrar que a influência do meio é mais decisiva do que a da carga genética, na configuração da personalidade.
  Para tanto, os estudiosos valeram-se de casos de crianças que foram isoladas do convívio social por períodos significativos.
Considerações de Candolle => opõe-se às afirmações de Francis Galton a favor da influência maior da hereditariedade, após estudos de personalidades de destaque. De acordo com Candolle, o sucesso de tantas pessoas pertencentes a uma mesma árvore genealógica devia-se principalmente das influências ambientais favoráveis a que estiveram submetidas, quais sejam as condições de acesso fácil a recursos bibliográficos, laboratoriais e outros tantos, e não a componentes genéticos transmitidos de geração a geração.
A caminho de uma síntese
 Hoje, a Psicologia tem a convicção de que a personalidade é uma totalidade sincrética (reunião de idéias), resultante da ação dos fatores genéticos e dos paratípicos ( igual ao tipo na descrição original) ou ambientais.
  A personalidade só se constituirá a partir das interações que ocorrerem entre a criança e o seu meio próximo.
 EXEMPLO: pais que têm pressa em ver o bebé caminhando e que não favorecem o exercício de tantas outras habilidades, como se arrastar ou engatinhar, que são anteriores e de certa forma pré-requisitos para a marcha. 
 As influências ambientais não podem ir muito além das possibilidades implícitas na estrutura genética.
 Por exemplo, nem o meio mais favorável poderá vir a tomar gênio uma pessoa cuja constituição genética tenha-lhe reservado déficit intelectual importante.
Influências ambientais - Estudos mais recentes
Erik Erikson, psicanalista infantil norte-americano. 
Em seus estudos sobre a formação da identidade, afirma que os primeiros períodos do desenvolvimento infantil são marcados pelo tipo e pela qualidade das interações entre a criança e o meio, principalmente com 
os adultos que costumeiramente interagem com ela: a maior ou menor intensidade de sentimentos de segurança, confiança, autonomia, iniciativa, etc., vai estar relacionada tanto às possibilidades da criança explorar e se aventurar no meio que a cerca, como também às oportunidades que esse mesmo meio lhe propicie. Um sentimento de autonomia desenvolvido por volta do segundo ano de vida, a partir de um ambiente firme, tranquilizador e  
encorajador, provavelmente levará a uma personalidade equilibrada, com elevada auto-estima e autocontrole.
Teoria Psicanalítica 
Uma das principais contribuições ao estudo das influências do meio para a formação da personalidade veio da Teoria Psicanalítica. FREUD
 Acompanhando em sua prática clinica um grande número de casos, Freud concluiu que as primeiras experiências infantis são decisivas para as interações pessoais que vão acontecer na vida adulta.
A sensibilidade dos pais em atender os desejos e as necessidades da criança; assim também, a firmeza que precisam ter ao colocar normas e regras sociais para serem a estrutura do superego (é o representante interno das normas e valores sociais que foram transmitidos pelos pais através do sistema de castigos e recompensas impostos à criança).
Desse modo, tanto a cultura num sentido mais amplo, como a família ou outros grupos estariam permanentemente propondo atitudes e valores para serem internalizados; assim também a educação formal, as relações sociais mais amplas, ou os processos grupais a que uma pessoa estiver sujeita constituirão fatores ambientais que permanentemente estarão exercendo influência sobre a personalidade.
AULA 2
O que é percepção?
O primeiro processo desencadeado é o da percepção social. Percebemo-nos um ao outro. E percebemos não só a presença do outro, mas o conjunto de características que apresenta o que nos possibilita “ter uma impressão” dele.
A percepção pode ser definida como o processo pelo qual os indivíduos organizam e interpretam suas impressões sensoriais com a finalidade de dar sentido ao seu ambiente. 
Essa impressão é possível porque, a partir de nossos contatos com o mundo, vamos organizando estas informações em nossa cognição (organização do conhecimento no nível consciente), e é esta organização que nos permitirá compreender ou categorizar um novo fato.
Ex: se você estiver vestido de calça jeans, camiseta, tênis e com cadernose livros nas mãos, a sua aparência nos permitirá percebê-lo como um estudante. 
E nós, com o dobro de sua idade e um estilo semelhante de vestir, seremos categorizados como professores.
 A percepção é um processo que vai desde a recepção do estímulo pelos órgãos dos sentidos até a atribuição de significado ao estímulo.
Por que a percepção é importante para o estudo do comportamento?
Simplesmente porque o comportamento das pessoas baseia-se em sua percepção da realidade, não na realidade em si. O mundo importante para o comportamento é o mundo na forma em que é percebido. 
Fatores que influenciam a percepção 
 Uma série de fatores operam para moldar e, por vezes, distorcer a percepção.
Esses fatores podem estar: 
No observador : Características pessoais do observador (atitudes, motivações, interesses, experiências passadas e expectativas).
Ex: Se você espera que os funcionários públicos sejam inescrupulosos, você vai percebê-los desta forma, independentemente de eles terem esses traços.
No objeto ou alvo da percepção : Características do alvo que está sendo observado.
Ex: As pessoas barulhentas costumam chamar mais a atenção do que as quietas.
No contexto da situação em que se dá a percepção :Momento em que um objeto ou evento é observado pode influenciar a atenção, bem como outros fatores situacionais, como a localização, a iluminação, a temperatura ou qualquer outro fator. 
Ex: Posso não reparar em uma jovem de 25 anos em traje de noite e com maquiagem pesada dentro de uma boate numa noite de sábado. 
 Mas se esta mesma jovem se apresentasse vestida assim na manhã de segunda-feira para assistir a uma aula na faculdade, certamente eu (bem como o resto dos alunos) repararia nela. 
Teoria da atribuição
 Quando observamos pessoas, tentamos encontrar explicações quanto ao motivo de seus comportamentos.
A teoria da atribuição foi proposta para explicar por que julgamos as pessoas diferentemente conforme o sentido que atribuímos a um dado comportamento. Basicamente, a teoria sugere que, quando observamos o comportamento de alguém, tentamos determinar se a causa deste comportamento é interna ou externa.
  Os comportamentos de causas internas são aqueles vistos como os que estão sob o controle do indivíduo.
 Os comportamentos de causas externas é aquele visto como resultante de estímulos de fora, ou seja, a pessoa é vista como se tivesse sido forçada àquele comportamento pela situação.
 Ex: Se seu funcionário chega atrasado ao trabalho, você pode imaginar que ele ficou na farra até tarde e perdeu a hora de levantar. Esta seria uma atribuição interna.
 Mas você também pode imaginar que o atraso se deve a um enorme engarrafamento de trânsito causado por um acidente. Esta seria uma atribuição externa.
 Essa determinação, contudo, depende muito de três fatores: 
 Diferenciação
Se refere à questão de o indivíduo mostrar, ou não, comportamentos diferentes em situações diversas. 
Ex: O funcionário que chegou tarde hoje tem sido motivo de reclamações dos colegas por ser um "folgado"?
O que queremos apurar é se esse comportamento não é usual. Se não for, o observador provavelmente lhe dará uma atribuição externa. Mas se o comportamento é usual, certamente será julgado como de causa interna.
Consenso
 Se todas as pessoas que enfrentam uma determinada situação respondem de maneira semelhante.
Coerência. O observador busca a coerência nas ações de uma pessoa.
Ex: A pessoa reage sempre da mesma forma? Chegar dez minutos atrasado não é um comportamento visto da mesma maneira para um funcionário que não costuma fazer isso (digamos que ele não se atrasa há meses) como é para aquele cujo atraso faz parte da rotina (o que chega tarde duas ou três vezes por semana).
Quanto mais coerente o comportamento, mais inclinado fica o observador a atribuí-lo a causas internas.
 Uma das descobertas mais interessantes da teoria da atribuição é que existem erros e vieses que podem distorcer as atribuições.
 Erro fundamental de atribuição => quando julgamos o comportamento das outras pessoas, tendemos a subestimar a influência dos fatores externos e superestimar a influência dos fatores internos ou pessoais.
Ex: Um gerente de vendas está pronto a atribuir o fraco desempenho de seus vendedores à preguiça deles, e não ao lançamento de um produto concorrente inovador.
 Viés de autoconveniência => tendência de os indivíduos atribuírem o próprio sucesso a fatores internos, como capacidade e esforço, e de colocar a culpa dos fracassos em fatores externos, como falta de sorte.
 Percepção Seletiva => todas as características que fazem com que uma pessoa, um objeto ou um evento se sobressaia aumentam a probabilidade de que ele seja percebido.
Por quê? Porque é impossível para nós assimilar tudo o que vemos — apenas alguns estímulos podem ser assimilados.
Na verdade, são escolhidos seletivamente, de acordo com nossos interesses, experiências passadas e atitudes. A percepção seletiva nos permite uma "leitura rápida" dos outros, mas com o risco de obtermos uma figura imprecisa. Como sempre vemos aquilo que queremos ver, podemos tirar conclusões erradas de uma situação ambígua.
 
Efeito de Halo => quando construímos uma impressão geral de alguém com base em uma única característica — como sua inteligência, sociabilidade ou aparência.
 Efeitos de Contraste => não avaliamos as pessoas isoladamente. Nossa reação a uma pessoa é sempre influenciada pelas outras pessoas que encontramos recentemente. Uma ilustração de como o efeito de contraste funciona é uma situação de entrevistas com um conjunto de candidatos a emprego. A avaliação de qualquer candidato pode sofrer distorções por causa de sua posição na ordem de chamada. Ele poderá ser beneficiado se o candidato anterior for medíocre, ou prejudicado se o antecessor for brilhante.
Projeção => as pessoas que fazem projeção tendem a ver as outras de acordo com o que são elas mesmas, em vez de como as pessoas observadas realmente são. Os executivos, ao fazerem à projeção, comprometem sua capacidade de reagir às diferenças individuais. Neste caso, há uma tendência a ver as pessoas de forma mais homogênea do que elas realmente são. Esta tendência de atribuir nossas próprias características aos outros pode distorcer as percepções que temos delas. 
Ex: uma mãe que não cuida adequada​mente dos filhos, acarretando-lhes vários problemas, poderá projetar a culpa em todas as situações que envolvem a criança.
 se o filho vai mal na escola é porque a professora é ineficiente;
 se o filho vive doente é porque os amigos são doentes e o contaminam.
Estereotipagem => quando julgamos alguém com base em nossa percepção do grupo do qual essa pessoa faz parte, estamos usando uma forma de simplificação chamada de estereotipagem.
Ex: todos os muçulmanos são terroristas!
A generalização, evidentemente, tem suas vantagens. É um meio de simplificar um mundo complexo e de nos permitir manter uma coerência. É mais fácil utilizar estereótipos para lidar com um número inadministrável de estímulos.
 Por exemplo: Imagine que você é um gerente de vendas procurando alguém para preencher uma vaga em sua equipe. Você procura alguém ambicioso, que trabalhe duro e seja capaz de lidar com a adversidade.
 Você teve experiências de sucesso contratando indivíduos que praticavam esportes nos tempos de estudante. Direciona, então, sua busca a ex-atletas universitários. Dessa maneira, reduz significativamente o tempo da busca. Como os atletas costumam ser ambiciosos, dedicados e lidam bem com as adversidades, o uso do estereótipo pode até melhorar a sua tomada de decisão.
O problema, é claro, surge quando usamos o estereótipo errado. Nem todos os atletas universitários são, necessariamente, ambiciosos, dedicados e competentes ao lidar com adversidades.
AULA 3
ATITUDES
As atitudes servem para organizar a nossa compreensão do mundo e dos fatos que nos cercam, auxiliando-nos a nos posicionar, de forma mais ou menos coerente, em relação a eles.
As atitudes=> influiem na percepção e juízo que fazemos das pessoas e irão influenciar na escolha das nossas amizades.
Atitudes compartilhadas => são explicações para muitos e importantes fatos sociais.
Ex: Se soubermos que a maioria das pessoas de uma determinada comunidade são preconceituosas, poderemos até "predizer" eventos de discriminação racial.
 Assim, muitas mudanças sociais desejáveis, visando à promoção do bem-estar humano, estão na dependência de um processo social de mudança de atitudes.
Conceito de atitude
Krech e Crutchfield (1973, p. 368) "uma atitude pode ser definida como uma organização duradoura de processos perceptuais, motivacionais, emocionais e de adaptação que se centraliza em algum objeto do mundo pessoal".
Lambert e Lambert (1975, p. 100) "uma atitude é uma maneira organizada e coerente de pensar, sentir e reagir a pessoas, grupos, problemas sociais ou, de modo mais geral, a qualquer acontecimento no ambiente".
  Estas duas definições são exemplos que colocam que uma atitude existe sempre em relação a um objeto.
Esse objeto pode ser: uma ideia; um fato; uma pessoa, etc.
A atitude inclui:
COMPONENTES COGNITIVO 
É a organização relativamente duradoura de crenças ou cognições a respeito do objeto.
AFETIVO 
É representado pela carga afetiva a favor ou contra o objeto.
COMPORTAMENTAL 
Entendido como uma predisposição à ação em relação ao objeto da atitude.
Antes de prosseguirmos com a aula, responda às seguintes questões:
O aborto legalizado é uma boa política?
 Viver junto antes do casamento é benéfico?
Suas respostas a essas perguntas transmitem suas atitudes.
 Como ilustração, considere sua atitude com relação à coabitação, viver junto antes do casamento.
 O componente crença da atitude é seu conteúdo intelectual.
Ex.: Você poderia acreditar que viver junto permite que as pessoas se conheçam e que ajuda na escolha de um parceiro adequado.
Entretanto, você pode estar convencido de que a coabitação viola os princípios morais ou que cria mais problemas do que resolve.
 Os sentimentos de avaliação geralmente são evidentes: 
“A coabitação é uma boa coisa a se fazer”; 
“Quero morar junto com alguém”;
 “É ruim. Não quero fazer isso”.
 As tendências comportamentais referem-se a ações. 
Ex.: Procurar um parceiro para viver junto ou romper com alguém que queira viver com você. 
Nossas atitudes são aprendidas. As pessoas não vêm ao mundo com elas. Ao mesmo tempo, as atitudes são relativamente persistentes – permanecem conosco por longos períodos. 
Componentes da atitude
1. Componente cognitivo 
Uma atitude sempre inclui um conjunto de crenças a respeito do objeto. Essas crenças podem ou não corresponder à realidade.
Ex: atitude preconceituosa em relação aos negros que possivelmente se acredite que eles sejam mais vagabundos, traiçoeiros e/ou menos inteligentes do que os brancos. 
FALA DOS PERSONAGENS
MULHER: São tão queridos......nesta idade, dá vontade de os abraçar.
HOMEM: Quem dera que não crescessem........
O grau de complexidade deste componente influirá na intensidade dos demais, principalmente no componente afetivo. 
Assim, a um conhecimento vago do objeto comumente corresponderá um afeto pouco intenso. 
2. Componente afetivo 
Trata-se do conjunto de sentimentos, ou afetos, relativos ao objeto da atitude. 
Sentimentos agradáveis ou positivos (por exemplo: amor, admiração) => a atitude é caracterizada como positiva
Sentimentos desagradáveis (como medo, ódio) => a atitude será negativa. 
 Esta carga emocional que dá às atitudes a sua força motivadora, impulsionadora para a ação. 
3. Componente comportamental 
Entende-se por componente comportamental de uma atitude a tendência ou prontidão para a ação em relação ao objeto da atitude.
Como os componentes da atitude em geral mantêm uma coerência entre si, se existir um conjunto de crenças positivas (componente cognitivo) a respeito do objeto, um conjunto de afetos (componente afetivo) também positivos, a tendência será de ações favoráveis em relação a ele. 
EX: A pessoa que percebe no movimento ecológico uma maneira de salvar o planeta tenderá a agir coerentemente na preservação do ambiente, não poluindo, procurando convercer os outros a fazer o mesmo. 
Ex2.: Uma pessoa que é torcedora do Fluminense Futebol Clube possui cognições e afetos em relação a esta agremiação esportiva capazes de predisporem-na a, dada uma situação adequada (realização de um jogo de futebol, por exemplo), emitir comportamentos consistentes com tais cognições e afetos (no caso, torcer para o Fluminense durante o jogo). 
 Devido a este caráter instigador à ação quando a situação o propicia, as atitudes podem ser consideradas como bons preditores de comportamento manifesto. Dir-se-á, porém, que nem sempre se verifica absoluta coerência entre os componentes cognitivo, afetivo e comportamental das atitudes. Não raro encontramos pessoas que se dizem católicas, protestantes ou israelitas, mas que não se comportam de acordo com as prescrições destas religiões. 
Segundo Triandis (1971), o que é necessário que se entenda é que atitudes envolvem o que as pessoas pensam, sentem, e como elas gostariam de se comportar em relação a um objeto atitudinal. O comportamento não é apenas determinado pelo que as pessoas gostariam de fazer, mas também pelo que elas pensam que devem fazer, isto é, normas sociais, pelo que elas geralmente têm feito, isto é, hábitos, e pelas conseqüências esperadas de seu comportamento.
Ex.: Uma pessoa pode ter uma atitude fortemente negativa contra franceses, mas tratar cordialmente um grupo de franceses que lhe é apresentado numa recepção para a qual foi convidado juntamente com o grupo de franceses. 
Concluindo:
 Sua atitude em relação à propriedade de seu comportamento numa reunião social prevalece sobre a sua eventual animosidade contra franceses. Assim, o comportamento é uma resultante de múltiplas atitudes.
Resumindo:
AS ATITUDES SOCIAIS CONTÊM EM SI:
Um elemento cognitivo
O objeto tal como conhecido;
Um elemento afetivo 
O objeto como alvo de sentimento pró ou contra;
Um elemento comportamental 
A combinação de cognição e afeto como instigadora de comportamentos, dadas determinadas situações.
Dimensões das atitudes
EXTREMISMO => extremismo refere-se ao grau de positividade ou negatividade em relação ao objeto.
 Ex.: uma pessoa pode ter uma atitude moderadamente positiva em relação a preservação do ambiente, enquanto outra pessoa pode ser extremamente a favor da preservação ambiental.
COMPLEXIDADE => é uma dimensão mais relacionada ao componente cognitivo; refere-se à sofisticação da atitude de uma pessoa, ao número de informações, de conhecimentos, a respeito do objeto.
 Ex.: pouco conhecimento sobre o meio ambiente.
ISOLAMENTO => o grau em que uma atitude específica se relaciona e se integra com outras atitudes da pessoa. 
 Formação das atitudes
As atitudes são aprendidas. Desde muito cedo, na infância, sob a influência da família, elas vão sendo formadas.
 Além da família, considerada o maior agente formador das atitudes, também vão influenciar nesse processo os amigos, professores, religião, meios de comunicação, o grupo profissional, o cônjuge, etc.
Nestas múltiplas relações, informações controvertidas e dissonantes irão aparecer, fazendo que muitas atitudes possam mudar radicalmente.
As novas informações são avaliadas em função das atitudes já existentes, e a tendência será a de fazer que as que se harmonizam sejam mais facilmente aceitas do que aquelas que não se ajustam => coerência cognitiva e se constitui num importante obstáculo à mudança de atitudes.
AULA 4
MUDANÇA DE ATITUDES
A intenção e a tentativa de influenciar os outros em suas atitudes estariam, por exemplo, na educação familiar, na escola, nos meios de comunicação de massa, nas campanhas políticas, nos comerciais nas suas variadas formas, etc.
Teoria da mudança de atitudes 
Coerência cognitiva
Teve origem no trabalho de Kurt Lewin.
Teorias da coerência cognitiva:
Noção gestáltica => as pessoas têm necessidadede integrar suas percepções e suas cognições de uma forma organizada e coerente.
Cognição não se ajusta às outras => produz-se um estado de tensão, de desconforto, que motiva a pessoa a buscar a resolução da incoerência, para reduzir o desconforto. 
 Por ex., se uma cognição existente for:
"todos os maconheiros são marginais e fracassados" e a pessoa tomar conhecimento que "um respeitável e bem-sucedido advogado fuma maconha"
 Teoria da dissonância cognitiva de Festinger
 Há três maneiras pelas quais duas cognições podem ser dissonantes:
1º - incoerência lógica No exemplo acima => se todos os maconheiros são marginais e fracassados, não pode ser correta a afirmação de que "este maconheiro é respeitável e bem-sucedido". 
Existe aqui uma incoerência, fonte de dissonância.
2º - incoerência entre uma cognição e um comportamento da pessoa, ou entre dois comportamentos. 
Ex:alguém acredita que fumar é prejudicial à saúde, e fuma; 
  outra pessoa economiza na compra de alimentos e gasta muito na compra de algo supérfluo.
3º - desconfirmação de uma expectativa firmemente estabelecida. 
Ex:Se alguém espera com confiança um excelente desempenho de um carro de uma marca famosa e cara que acabou de adquirir, e o carro se mostra muito "duro" nas manobras rápidas exigidas pelo trânsito urbano.
Quando existe dissonância, a tendência é reduzi-la. 
Como as pessoas fazem isso? 
 três maneiras:
diminuindo a importância dos elementos dissonantes
Ex:acreditar que fumar faz mal à saúde, e seguir fumando, pode ser reduzida pela convicção que, na verdade, "eu fumo pouco, cigarros de baixo teor de nicotina, não fumo em jejum"
2- colocando elementos consonantes
 Ex:a grande expectativa e o mau desempenho do carro novo, ela poderá ser reduzida acrescentando-se elementos consonantes com a expectativa: "o carro é excelente em viagens, dá status, além de ser um ótimo investimento".
3- modificando um dos elementos dissonantes para que deixe de ser incompatível com o outro. 
 Ex: a pessoa que acredita que todos os maconheiros são marginais e fracassados e conhece um respeitável e bem-sucedido maconheiro, pode concluir que então, na verdade, nem todos os maconheiros são marginais e fracassados ou, ainda, que certamente há um engano, que aquele advogado não fuma maconha.
Algumas situações de aplicação da teoria da coerência cognitiva
Dissonância pós-decisória  
Ex:Um dolescente que está entre duas calças jeans e só pode comprar uma delas verifica que uma, de marca nacional, é mais barata, mais macia, mas não possui aquele detalhe colorido da moda.
Como ele vai reduzir a dissonância? 
Redução da dissonância: ou o adolescente, diminuindo a importância do elemento dissonante, coloca para si mesmo que "o que é mais moderno hoje deixa de ser amanhã"; ou pode acrescentar elementos consonantes: "estou valorizando as coisas de meu país".
Em resumo: o que mostram as pesquisas é que, "depois de ser tomada uma decisão, há uma tendência para passar a gostar mais daquilo que se escolheu e a gostar menos do que não se escolheu" (Freedman, Carlsmith e Sears, 1973, p. 359).
Comportamento discrepante da atitude 
Sempre que alguém age de forma discrepante com sua atitude, sentirá dissonância, e a tendência será a de mudar a atitude.
Quem tem uma atitude positiva em relação à democracia não pratica atos autoritários, como tomar decisões a respeito de coisas que interessam a todo o grupo, sem consultá-lo.
Se já se deu conta de que fez isso, a tendência para diminuir a dissonância será a de passar a julgar que, às vezes, são necessários comportamentos autocráticos, ou que a democracia não é a melhor postura sempre.
Para que isso ocorra, será necessário que a pessoa perceba que ela optou livremente por aquele comportamento, porque, se ela perceber que foi obrigada a isso (por outra pessoa, por exemplo), não sentirá dissonância alguma. Também não sentirá dissonância se ela pensar ter boas razões para o ato.
 O que ocorre é que, quanto mais razões têm uma pessoa para agir de uma forma, menos dissonância sentirá e não precisará mudar sua avaliação da tarefa para reduzir a dissonância.
 Uma possível aplicação destas conclusões são as situações em que um comportamento desejado é coibido através de ameaças, como, por exemplo, brincar com um brinquedo perigoso ou fumar maconha.
Surgirá discrepância entre as cognições:
 "gostaria de brincar com esse brinquedo" e "não estou brincando com ele", mas a presença da ameaça, como, por exemplo, ficar sem ver televisão por dois dias ou por dois meses, justifica o comportamento e não impele à mudança de atitude: "continuo querendo brincar com o brinquedo; não o faço pelo risco de castigo".
Nestes atos, a relação deverá ser a mesma, isto é, à maior ameaça deve corresponder menor mudança de atitude.
  Assim, a criança que recebeu uma ameaça maior mudará menos a sua atitude em relação ao brinquedo e na ocasião em que não se sentir observada, o procurará.
  A mesma coisa ocorrerá em relação às recompensas: quanto maior a recompensa dada a alguém por se comportar de forma discrepante da atitude, menos dissonância cognitiva será gerada e, assim, menor a necessidade de mudar a atitude.
Um estudo (Festinger e Carlsmith, 1959, apud Goldstein, 1983, p. 112) mostrou isso com clareza.
Os sujeitos foram induzidos a fazer declarações opostas às suas atitudes em relação a um objeto. Para isso eram pagos. Alguns receberam uma quantia baixa e outros, uma quantia alta. Verificou-se, depois, maior mudança na atitude daqueles com baixa remuneração.
Para concluir: a mudança de atitude prevista pela discrepância entre comportamento e atitude só ocorrerá se o comportamento discrepante for realmente produzido, pois isso é que obrigará à mudança na atitude com o objetivo de reduzir a dissonância.
Exposição seletiva à informação
A partir do princípio geral da teoria da dissonância 
As pessoas tendem a buscar situações e informações que são consonantes com as atitudes já existentes e evitar aquelas que produzem dissonância.
 Ex: se alguém tem uma atitude favorável ao governo atual, será mais receptivo e se exporá mais às informações que trazem apoio às suas convicções de que este é um bom governo do que àquelas que dizem o contrário.
No entanto, algumas pesquisas que buscaram corroborar esta ideia verificaram que realmente as pessoas buscam informações consonantes, mas não tendem a evitar as dissonantes (D. Ehrlich e outros, 1957; Freedman, 1965; Rhine, 1967, apud Goldstein, 1983). 
Por exemplo:Uma pessoa com atitude muito positiva em relação ao governo pode procurar ler comentários contra o governo com a finalidade de refutá-los.
A conclusão a respeito é dada sinteticamente: 
As pessoas prestam atenção às informações dissonantes se elas forem facilmente refutáveis, o que não contradiz o princípio geral da exposição seletiva às informações.
Vamos direcionar, agora, nossa atenção para os três componentes da atitude. 
Como eles mudam?
Quantas vezes por dia alguém tenta mudar suas atitudes?
 
Pense em cada anúncio que você vê ou ouve (já que um anúncio nada mais é do que uma tentativa de fazê-lo mudar de atitude, seja com relação a uma marca de sabonete, de carro ou a um candidato a cargos políticos), cartas, telefonemas, cartazes em ônibus, nas ruas, além da publicidade na televisão e no rádio.
Chegou a uma estimativa numérica? 
Pois muito provavelmente você errou, porque este número pode variar entre 300 e 400 vezes!
 Apesar de serem relativamente estáveis, as atitudes são passíveis de mudança.
Vivemos num mundo em que a quantidade de informação a que nos expomos diariamente é realmente estarrecedora. O aperfeiçoamento dos meios de comunicação conduziu a humanidade a um novo espaço cultural que, no dizer de McLuhan, caracteriza-se por ser um espaço acústico. Rádio e televisão passaram a ser os principais meios de divulgação e penetração, veiculando notícias e ideias capazes de provocar mudança de atitude.
Como vimos anteriormente,os componentes cognitivo, afetivo e comportamental que integram as atitudes sociais influenciam-se mutuamente em direção a um estado de harmonia. Qualquer mudança num destes três componentes é capaz de modificar os outros, de vez que todo o sistema é acionado quando um de seus componentes é alterado, tal como num campo de forças eletromagnético:
Consequentemente, uma informação nova, uma nova experiência ou um novo comportamento emitido em cumprimento a normas sociais, ou outro tipo de agente capaz de prescrever comportamento, pode criar um estado de inconsistência entre os três componentes atitudinais de forma a resultar numa mudança de atitude. 
 
Vejamos como isto pode ocorrer em situações concretas.
MUDANÇA DO COMPONENTE COGNITIVO
Mudança no elemento cognitivo pode resultar em mudança também no componente afetivo e no comportamental.
Ex:Uma pessoa portadora de atitude preconceituosa para com negros morar num projeto habitacional em contato com negros redunda em modificação da atitude negativa exibida inicialmente contra as pessoas desta raça.
O estudo de Deutsch e Collins (1951) fornece provas suficientes de que o motivo da mudança deveu-se à verificação, por parte da pessoa preconceituosa, de que muitas de suas crenças acerca dos negros eram falsas.
Acreditavam, por exemplo, que todos os negros eram sujos, preguiçosos, violadores da lei, etc. 
Com a oportunidade que tiveram de conviver com eles, tais cognições foram modificadas, suscitando por seu turno uma reestruturação cognitiva no sentido de modificar os componentes afetivo e comportamental relacionados a estas crenças. 
Da mudança de atitude resultou a extinção do preconceito, bem como a manifestação de comportamento amistoso em relação aos negros.
MUDANÇA DO COMPONENTE AFETIVO
Digamos que, devido a uma desavença qualquer, sem real fundamento cognitivo, modificamos a nossa relação afetiva com uma pessoa. 
A mudança deste componente das atitudes nos levará a comportamentos hostis a ela e também a atribuir-lhe uma série de defeitos (componente cognitivo) capazes de justificar e de tornar consistente a mudança de nosso afeto.
Da mesma forma se, por um motivo ou por outro, passamos a gostar de uma pessoa de quem não gostávamos anteriormente, tudo aquilo que era considerado como defeitos capitais da pessoa em questão passa a ser percebido de maneira muito mais atenuada e, quem sabe, até mesmo como virtudes. 
MUDANÇA NO COMPONENTE COMPORTAMENTAL
A prescrição de um determinado comportamento, por exemplo, os pais exigirem que seus filhos ingressem num colégio do qual eles não gostam, mas que, no julgamento dos pais, é o que lhes trará maiores benefícios no futuro, pode resultar em reorganização dos componentes cognitivo e afetivo em relação ao colégio, tornando-o objeto de atitude positiva por parte das crianças.
Quando estamos diante de um fait accompli (fato consumado) , é comum procurarmos tornar nossas crenças e afetos coerentes com o comportamento que estamos exibindo por necessidade.
AULA 5
O QUE É COMUNICAÇÃO?
Comunicação é um processo de duas vias. Se você não consegue ouvir e entender o que estão dizendo, não há comunicação. 
Para que uma comunicação seja efetiva, você precisa ouvir ativamente. Isto pode parecer óbvio, na medida em que a ação de ouvir é passiva, no entanto existe sim uma grande diferença entre escutar o que está sendo dito e ouvir ativamente e, consequentemente, compreender o significado da comunicação. 
Vale destacar que esta habilidade está sendo hoje considerada crítica quando o assunto é comunicação. Isso acontece porque normalmente colocamos a responsabilidade e foco da ação no emissor. Como emissores, estamos tão voltados para nós mesmos, cuidando do que queremos comunicar, cuidando dos meios que iremos usar para transmitir e com isso esquecemos de colocar foco no receptor.
Quem é meu receptor?
Ele entendeu a mensagem e está pronto a dar o resultado que esperamos? 
Que linguagem será mais adequada? 
Ouvir ativamente, observar e olhar cuidadosamente seu interlocutor são habilidades importantes, porque desta forma você poderá primeiro reconhecer quem é seu interlocutor e segundo perceber se a mensagem está alcançando seu êxito.
Quando percebemos (condição para o encontro), podemos dizer que já teve início à comunicação. A comunicação é um processo que envolve codificação (formação de um sistema de códigos) e decodificação (a forma de procurar entender a codificação) de mensagens. Essas mensagens permitem a troca de informações entre indivíduos.
Ex.: Muito prazer, dizemos nós a você.
 Esta é a mensagem que lhe enviamos. Para isto utilizamos o código que é comum entre nós.
Você recebe esta mensagem, decodifica-a e então tem condição de nos responder:
- Eu também tenho prazer em conhecê-lo (nova mensagem, no mesmo código, e que, por sua vez, será decodificada por nós).
O processo de comunicação e a mudança de atitudes
 Os estudos de Sherif e Hovland (1961) => têm considerado as tentativas para mudar as atitudes das pessoas como um processo de comunicação em que está presente:
 Comunicador (ou fonte da mensagem) => que tenta convencer outras pessoas a adotar a sua posição a respeito de uma questão.
Comunicação (ou mensagem) => que é emitida com esse objetivo, através de um canal (ou meio).
 Alvo (ou receptor, ou audiência) => para quem é dirigida a comunicação. 
 
Variáveis do comunicador ou fonte
 Importantes características da fonte emissora da mensagem, para que ela consiga influenciar e mudar a atitude do receptor ou alvo, são o prestígio e a credibilidade .
 Quanto maior a autoridade atribuída ao comunicador na área de interesse, maior será a mudança de atitude produzida.
Ex: ao atribuir maior status a um comunicador ou fonte (um jornal ou canal de tv), tendemos a confiar mais nas suas informações, e por isso mais provavelmente ocorrerá mudança de atitude.
 Outra constatação, a respeito da influência das variáveis da fonte na mudança de atitudes, é o fenômeno chamado de "efeito de dormência".
Resumidamente, tem-se constatado que o efeito persuasivo da credibilidade da fonte da comunicação é maior logo após a comunicação e que este efeito vai diminuindo com o passar do tempo.
  Também o fato do comunicador contar com o afeto do receptor aumenta o grau de persuasão da mensagem.
Ex: Se uma pessoa tem uma atitude favorável em relação ao tombamento dos prédios antigos de sua cidade e seu amigo argumenta contra, há um desequilíbrio do sistema cognitivo, que pode ser reduzido com a mudança de atitude que levará a concordar com o amigo.
  Como uma consequência parcial disso, também tendemos a ser mais influenciados pelas pessoas semelhantes a nós mesmos do que por aquelas percebidas como diferentes. É que gostamos mais das pessoa que nos são semelhantes.
Variáveis da comunicação ou mensagem
As variáveis da comunicação que são mais estudadas, visando à mudança de atitudes, são aquelas relacionadas à sua eficácia, independentemente de seu conteúdo.
 Uma delas é a discrepância entre a posição defendida pela comunicação e aquela já adotada pelo receptor. Como se viu, segundo a teoriada dissonância cognitiva, quanto maior a discrepância, maior será a tensão gerada e maior a mobilização do indivíduo para reduzi-la.
Ex: Se alguém, que é extremamente favorável ao governo atual, ouve uma comunicação que diz que o governo é um pouco ineficiente em algumas questões, isso gerará um grau de tensão que será menor do que aquele gerado pela comunicação de que o governo é totalmente incompetente.
Gerada a tensão, o indivíduo buscará reduzi-la. 
 Se ela for pequena, ou mesmo moderada, é mais provável que o equilíbrio seja conseguido pela mudança de atitude, isto é, a pessoa pode passar a concordar que afinal esse governo não é tão maravilhoso quanto lhe parecia antes.
No entanto, uma discrepância muito grande tende a levar à dúvida quanto à credibilidade da fonte. O comunicador, mesmo sendo alguém antes considerado de prestígio para o receptor, pode perder sua credibilidade. É mais fácil reduzir a discrepância mudandode atitude se a mudança exigida não for extrema.
Variáveis do canal ou meio
Toda comunicação precisa de um canal ou meio para chegar até o alvo.
Se o comunicador está fisicamente presente perante a audiência, teremos meios pessoais.
Se a mensagem é passada via meios de comunicação de massa (tv, rádio, jornal, etc.), os meios são ditos impessoais, o comunicador não se encontra presente fisicamente.
 Variáveis do alvo ou receptor
As características de personalidade das pessoas para quem uma comunicação é dirigida vão determinar até que ponto ela será recebida e produzirá algum efeito de mudança.
 Por exemplo, existem algumas evidências de que algumas pessoas são geralmente mais persuadíveis do que outras, em relação a qualquer tema. Chama-se isso de grau de "resistência à persuasão".
Uma possível explicação para essa resistência relaciona-se à auto-estima. 
As pessoas com baixa auto-estima, isto é, que atribuem pouco valor a si mesmas, têm se mostrado mais persuadíveis que as de elevada auto-estima.
A explicação para isso é óbvia. 
 Quando alguém atribui pouco valor às suas próprias posições e opiniões, será menos relutante em abandoná-las se elas forem atacadas. 
 Da mesma maneira, essa pessoa atibuirá maior importância à opinião da fonte que busca persuadi-la, incrementando, assim, o efeito da credibilidade e prestígio da fonte.
 A comunicação não é constituída apenas de código verbal. Também utilizamos para a comunicação expressões de rosto, gestos, movimentos, desenhos e sinais.
 A partir deste esquema básico da comunicação: 
Transmissor (aquele que codifica), mensagem (transmitida utilizando um código), receptor (aquele que decodifica), a Psicologia social estudou o processo de interdependência e de influência entre as pessoas que se comunicam, respondendo a questões do tipo: como se dá a influência, quais as características da mensagem, como aumentar nosso poder de persuasão através da comunicação e quais os processos psicológicos envolvidos na comunicação?

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