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DERMATOBIA HOMINIS: Mosca berneira Ordem: Diptera Familia: Muscidae Doença: miíase (Berne) - infestação de vertebrados vivos por larvas de dípteros que se alimentam de tecidos ou líquidos corpóreos A Dermatobia hominis faz sua ovipostura em um outro inseto (inseto forético, preferencialmente hematófago), que transporta os ovos, permitindo a saída das larvas quando estão sobre a pele de animais de sangue quente (mamíferos e aves), onde, na epiderme, se desenvolve uma única larva por lesão. A fase larval dura de 35 a 45 dias (pode prolongar- se por 2 a 3 meses) e provoca inflamação e tumefação na pele do hospedeiro- lesão com um pequeno orifício semelhante a um furúnculo. Essa larva eclodida se desenvolverá por 40 a 70 dias sob a pele do hospedeiro e depois cairá ao solo e seguirá seu ciclo até mosca adulta. Pode inflamar ou mesmo morrer e causar complicações locais ou ainda atrair as moscas da bicheira (Cochliomyia hominivorax) O local de infecção fica suscetível a entrada de oportunistas: bactérias (a infecção normalmente é benigna - inflamação localizada) MOSCAS VAREJEIRAS: Cochliomyia hominivorax (biontófaga) - oviposição somente em seres vivos Cochliomyia macellaria (necrobiontófaga) – oviposição em tecidos necrosados DOENÇA: miíase (Bicheira) MIÍASE: É a infestação de órgãos ou tecidos de animais hospedeiros e do homem por estágios larvais de moscas dípteras As larvas se desenvolvem no interior ou sobre o corpo do hospedeiro, e se alimentam dos seus tecidos (vivos ou em necrose), substâncias corporais líquidas ou dos alimentos por ele ingeridos. HOSPEDEIROS: geralmente mamíferos, ocasionalmente aves, raramente anfíbios e répteis. RELAÇÃO HOSPEDEIRO - PARASITA: Obrigatórias (geralmente primárias) - as larvas se desenvolvem exclusivamente em tecidos vivos, não são capazes de sobreviver fora do hospedeiro – larvas biontófagas Facultativa ou acidental (geralmente secundárias) - Espécies se desenvolvem em matéria orgânica em decomposição, tais como carcaças, fezes, e ocasionalmente depositam seus ovos ou larvas em tecidos vivos do hospedeiro - larvas necrobiontófagas Conhecidos popularmente como “varejeiras” Dípteros de tamanho grande (4 – 16 mm) Geralmente azulados, esverdeados, violáceos Abdômen com reflexos metálicos Moscas Miíase: Classe Insecta - Ordem Diptera – Família CALLIPHORIDA @laravet.studies FAMÍLIA APRESENTA DOIS GÊNEROS DE MAIOR IMPORTÂNCIA: COCHLIOMYIA – parasitas obrigatórios (miíases primárias) CHRYSOMYA – parasitas facultativos (miíases secundárias) Este gênero inclui a “mosca da bicheira” ou “mosca varejeira” MAIS IMPORTANTES: Cochliomyia hominivorax e Cochliomyia macellaria Cochliomyia hominivorax: ocorre em toda região subtropical e tropical da América do Sul e América Central. COCHLIOMYIA MACELLARIA: semelhante à C. hominivorax, larvas se desenvolvem no lixo, cadáveres, tecidos necrosados (larvas necrobiontófagas) e outros tipo de matéria orgânica em decomposição. Causam miíase secundária. COCHLIOMYIA HOMINIVORAX: mais importante mosca produtora de miíases nas Américas (larvas biointófagas) Parasita todos os animais de sangue quente, particularmente bovinos, ovinos, equinos, caninos e suínos. Também parasita o homem. Qualquer ferimento pode ser alvo da infestação Causa uma miíase traumática grave (bicheira): conjunto de larvas se instala em qualquer corte, ferimento, abrasão, fístula ou ulceração da pele ou mucosa de vertebrados, alimentando-se exclusivamente de tecidos vivos. COCHLIOMYIA HOMINIVORAX: Coloração metálica azul ou azul-esverdeada Olhos vermelho-amarelados Cabeça amarelada. Fêmeas depositam de 200 a 300 ovos nas bordas das feridas ou ferimentos recentes: miíase primária, geralmente de tecido cutâneo. LARVA: pode invadir orifícios naturais (nasal, ocular, auricular, oral, vaginal, anal, etc) Se não controladas pode ocorrer alta mortalidade. CICLO: Fêmeas acasalam uma única vez após 5 a 10 dias depositam seus ovos Fêmeas fecundadas se alimentam de sangue ou exsudatos presentes nas feridas Ovos (14 a 18 horas) eclosão larvas se alimentam nas bordas das feridas e se desenvolvem em 4 a 10 dias atingindo 17 mm. Abandona a ferida solo pupa (1 semana no verão e 3 semanas no inverno) adulto. Adultos recém-eclodidos se alimentam de néctar das flores ou de substâncias açucaradas das plantas CICLO DEMORA DE 21 A 55 DIAS Adulto – Ovo – Larva – Pupa – Adulto DANOS DIRETOS: Animais com inquietude, dor, feridas Na ausência de feridas, acometem a região umbilical dos bezerros Infecções secundárias APRESENTAÇÃO DAS MIÍASES OBRIGATÓRIAS SECUNDÁRIAS EM CÃES: Miíase cutânea Miíase mucocutânea (principalmente miíase anal) Miíase ocular Miíase auricular Miíase oral Miíase nasal Miíase genital IMPORTÂNCIA NA MEDICINA VETERINÁRIA: Bovinos são os mais acometidos, seguido por ovinos, equinos, caprinos, suínos, bubalinos e humanos. Prejuízos econômicos TRATAMENTO: Limpar ferimento (com anestesia local) Remoção individual dos vermes ACONSELHÁVEL: Aplicação de um antibiótico de largo espectro CONTROLE: Manipulações em gado (castração/descornas) no inverno Tratamento do gado com Ivermectina/Doramectina para diminuir a densidade populacional das moscas Inseticidas, antissépticos, cicatrizantes, repelentes. Prevenção é o mais adequado – Manejo e Cuidado com as Feridas OESTRUS OVIS: Distribuição cosmopolita, larvas são parasitos obrigatórios dos condutos nasais e dos seios frontais de ovinos e de caprinos. Gênero Oestrus apresenta 5 espécies, somente Oestrus ovis é importante (LARVAS: encontradas na passagens nasais, são brancas, ficando amareladas ou castanhas à medida que se tornam maduras) CICLO: Durante o vôo, nas horas mais quentes do dia, as fêmeas fecundadas depositam sobre as narinas de ovinos e de caprinos substância líquida contendo até 25 larvas por emissão. Cada fêmea pode depositar de cada vez até 25 larvas (fêmeas são ovovivíparas), totalizando até 500 larvas. As larvas L1 (~1,0 mm de comprimento) lentamente para dentro dos condutos nasais. Com o auxílio dos ganchos orais permanecem por pelo menos 2 semanas fixadas à membrana mucosa, onde alimentam-se de muco, cuja produção é estimulada pelos movimentos larvais. Podem permanecer nestes por 2 a 9 meses. Após a primeira muda, as larvas L2 migram para os seios frontais, onde realizam sua muda final (L2 --- larvas L3). Nos seios frontais larvas L3 completam seu desenvolvimento, atingindo de 2,5 a 3,0 cm de comprimento. O desenvolvimento larval L1-L2-L3 geralmente dura de 25 a 35 dias. As larvas movem-se de volta aos condutos nasais, onde geralmente são expelidas através da descarga nasal e/ou espirros. Quando expelidas, enterram no solo empupando em poucas horas. O período pupal dura em média de 3 a 6 semanas A mosca não se alimenta durante a fase adulta Adultos sobrevivem no máximo até 2 semanas após sua emergência do pupário Durante esse tempo podem depositar, em média 500 larvas nas narinas de seus hospedeiros. SINAIS CLÍNICOS: Ovinos e caprinos ficam muito excitados, irritados na presença da mosca. Sacodem a cabeça, espirram e esfregam as narinas no solo. Permanecem aglomerados, na tentativa de se proteger das moscas. PATOGENIA: O parasitismo é benigno, mas a ação mecânica dos ganchos orais e dos espinhos larvais, associados à liberação de determinadas toxinaspelas larvas leva a um processo inflamatório das membranas nasais, com corrimento de secreção mucosa a muco-purulenta e, ocasionalmente, sangramentos. Os animais infestados podem apresentar dificuldade respiratória, inapetência, e emaciação (perda de tecido muscular) Ocasionalmente a larva pode penetrar na mucosa olfatória e atingir o cérebro: ataxia, andar em círculos. Se atingir pulmões: pneumonia. Prejuízos econômicos: decréscimo na produção de carne e de lã. Tratamento: ivermectina em formulação injetável e oral. Tem atividade sistêmica contra todos os estágios larvais. TRATAMENTO E PREVENÇÃO: Ivermectina aos animais como medida de profilaxia e tratamento. Para prevenção desta patologia deve-se integrar ao sistema produtivo os mecanismos de controle sanitário (vacinas; dosificações de vermífugos como ivermectina, doramectina e vermífugos fosforados; banhos e normas de manejo). Em todo e qualquer ferimento devem ser feito curativos frequentes para evitar que a moscas pousem no local. Deve-se ter extremo cuidado com ovelhas que acabaram de parir, com o umbigo de cordeiros recém nascidos e feridos provenientes da tosquia. MOSCAS DO CHIFRE E MOSCA DOS ESTÁBULOS: APARELHO BUCAL: LAMBEDOR: se alimentar de líquidos - mosca doméstica, mosca varejeira PICADOR: perfurar a pele e sugar sangue - mosca dos estábulos, mosca dos chifres. SIMBOVINOS “Ligados ao homem através dos excretas dos animais domésticos, principalmente herbívoros” STOMOXYS CALCITRANS: MOSCA DOS ESTÁBULOS Gênero Stomoxys: Há cerca de 18 espécies, 17 estão restritas principalmente às Regiões Afrotropical e Oriental Mais importante, distribuição cosmopolita, adaptada às varias condições ecológicas, ocorre em zonas de clima temperado, subtropical e tropical. Formas adultas (macho e fêmea): hábitos hematófagos. Observada na comunidade e/ou instalações rurais próximas do homem e animais domésticos, raramente em residências. DESENVOLVIMENTO DAS LARVAS: MATÉRIA ORGÂNICA VEGETAL EM DECOMPOSIÇÃO: cama de animais, palha, feno, restos de lavouras, alfafa, grãos ou farinhas umedecidas etc. (Nestes há intensa atividade metabólica de bactérias e de fungos) Esterco das aves, principalmente se estiver misturado com esterco velho Cama de animais de estábulos fermentada e misturada com fezes e urina Fase final da decomposição do lixo em aterros sanitários, ou seja, quando há formação do húmus. Procuram picar regiões anatômicas não atingidas por reações de autodefesa (movimentos de cauda, lambedura, coçadura ou fricção) EQUINOS E BOVINOS: patas e abdômen. Perfuram a pele diversas vezes antes de sugar (picada extremamente dolorosa). Após o repasto sanguíneo, as moscas pousam em locais como celeiros, cercas ou árvores. EQUINOS E BOVINOS: mais afetados. AVES: dificilmente são atacadas, provavelmente em função da cobertura plumosa e da rapidez de seus movimentos HOMEM: hospedeiro alternativo é picado mesmo através da vestimenta. SOB CONDIÇÕES FAVORÁVEIS: nuvens de moscas atacam os bovinos e outras espécies de animais domésticos. AÇÃO SOBRE OS HOSPEDEIROS: Considerada uma das pragas mais irritantes para bovinos, equinos, ovinos e caprinos. Picada muito dolorosa. Moscas muito ativas, seguem seu hospedeiro por longas distâncias. INFESTAÇÃO: perda de sangue e estresse. Espoliação, irritação, decréscimo do peso corporal (15 a 20%) e da produtividade de leite (40 a 60%), eventualmente pode ocorrer mortalidade. HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: nematódeo Habronema microstoma (causa habronemose gástrica e/ou cutânea dos eqüinos). Também pode transmitir o vírus da anemia infecciosa equina AIE. VETOR MECÂNICO: Trypanosoma evansi HAEMATOBIA IRRITANS: MOSCA DOS CHIFRES É um díptero pequeno (3 a 5 mm) hematófago Ataca quase exclusivamente o gado bovino, considerada uma das maiores pragas da bovinocultura. Ocorre praticamente em todos os Estados do Brasil Semelhante à S. calcitrans, mas são bem menores (metade do tamanho), os palpos são espatulados e quase tão longos quanto a probóscida rígida. Ocorre em regiões tropicais e sub-tropicais até 20.000 moscas/animal Mosca dos chifres: se agrupam ao redor do chifre (comportamento observado somente em regiões de clima temperado) Ataca com mais freqüência os bovinos, eventualmente pode parasitar outras espécies, como, eqüinos (este último é bastante sensível à picada da mosca) Zebuínos são mais infestados do que taurinos Há preferência por animais machos (especialmente touros) relacionada com a atividade das glândulas sebáceas. Bezerros antes da desmama: são os menos infestados. Permanece no animal hospedeiro dia e noite, de preferência no dorso, lado do tórax, abdômen, ao redor da cabeça e cupim (zebuínos). Só abandonam o animal para se acasalar e depositar os ovos. Geralmente as moscas se acumulam em hospedeiros com pelagem escura ou nas manchas escuras dos animais HORAS MAIS QUENTES: regiões ventrais do hospedeiro, retornando às partes altas em condições climáticas favoráveis. Número de moscas sobre um hospedeiro: varia de uns poucos até 5000 ou mais. Raramente andam Bovino defeca fêmeas voam rapidamente e depositam ovos em embaixo da borda da massa fecal. OVIPOSIÇÃO: durante o dia e/ou noite, mais frequente durante o dia (temperatura e umidade mais elevadas). NOITES QUENTES E ÚMIDAS TAMBÉM SÃO FAVORÁVEIS: rapidez do ciclo biológico. Pode voar até 15 km de um local para outro, podendo permanecer viva de 18 a 26 horas sem se alimentar. AÇÃO SOBRE OS HOSPEDEIROS: Perda de sangue Picada dolorosa Intensa irritação Queda nos índices de produtividade Machos: diminuição da libido e baixo desempenho reprodutivo. VETOR: Stenofilaria stilesi (parasita pele de bovinos), Habronema (equinos) Considerada como uma das mais importantes pragas do rebanho bovino nas Américas. Nos E.U.A: prejuízos atribuídos à H. irritans ao redor de US$ 700 milhões/ano. CONTROLE: INSETICIDAS: Aspersão, imersão, uso de brincos com inseticidas (cuidados com o uso indiscriminado), oral (bolus intra-ruminal ou aditivo em alimento). Empregar substâncias que interrompem o crescimento e o desenvolvimento das larvas nas fezes: inibidores específicos não atuando sobre demais artrópodes que são úteis para a desintegração do bolo fecal. CONTROLE BIOLÓGICO: Competidores, predadores ou parasitóides, que usualmente vivem ou se utilizam do bolo fecal. BESOURO COPRÓFAGO AFRICANO: Onthophagus gazella (mais eficiente que o brasileiro)
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