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Projeto de Vida na Educação: Autonomia e Responsabilidade

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7 ESCRITA: PROJETO DE VIDA 
 
O Documento Curricular Referencial de Remanso para a Educação 
Infantil e Ensino Fundamental traz como temática de estudo a inserção do 
Projeto de Vida com tempo curricular definido em matriz. Dessa forma, fica 
assegurado que a perspectiva de protagonismo presente na Base Nacional 
Comum Curricular seja também materializada através do trabalho pedagógico 
com esse campo curricular inovador e necessário. Para tanto, o Ensino 
Fundamental nos anos finais é permeado por importantes marcos 
geracionais na vida dos estudantes, considerando que adolescentes, 
jovens, adultos e idosos constituem o universo atendido por esta etapa da 
educação e que cada ciclo de vida desses sujeitos guarda as suas 
singularidades. 
De forma simplificada, na educação formal, Projeto de Vida é uma 
metodologia dentro da dinâmica de projetos envolta em aprendizagens ativas 
de valores, competências onde o aluno encontre sentido e propósito no seu 
processo de aprender através da significância de suas vivências, reflexões, 
consciência, visão de mundo, buscando desenvolver habilidades cognitivas e 
não cognitivas capazes de orientar o jovem no desenvolvimento de um projeto 
para si. 
Assim sendo, Projeto de Vida se alinha com a educação integral e 
emancipatória que auxilia o jovem a se conhecer, entender sua relação com o 
mundo e desenhar o que espera para si no futuro.O Projeto de Vida trabalha 
sob a ótica de uma proposta educacional interdimensional, capaz de aliar 
aspectos cognitivos e não cognitivos na busca por um projeto escolar capaz de 
trazer significado para a educação, ao mesmo tempo em que contribui para 
uma formação integral do indivíduo.O projeto de vida tem por um dos objetivos 
ajudá-los na organização dessas experiências, valorizando-os como cidadãos e 
orientando-os ao longo do período a traçar objetivos de vida, estabelecer 
metas, planejar com determinação, esforço, autoconfiança, e persistência em 
seus projetos presentes e futuros. 
Na concepção do DCM, é fundamental manter um olhar atento para o 
aluno e sua realidade. Trata-se do ser e do querer ser que dependem da 
confiança, da escuta atenta, do apoio familiar, da aprendizagem, da 
comunicação oral e escrita para interagir com a comunidade, de saber 
argumentar e defender pontos de vista. 
Trazendo para a dimensão do currículo escolar essa percepção 
do estudante adolescente e do estudante jovem e suas interfaces 
com as etapas de desenvolvimento psíquico e social, somos 
convocados a pautar diálogos e, sobretudo, escutas, que ajudem 
a materializar os projetos de futuro desses sujeitos. É nesse 
campo que o Documento Curricular Referencial da Bahia para a 
Educação Infantil e Ensino Fundamental pode, e deve, se 
aproximar do cotidiano e potencializar a construção de 
significados sobre o conhecimento, sobretudo quando 
entendemos a centralidade da escola nessa fase davida. (DCRB, 
2019, p. 468). 
 
Desse modo, o DCM sinaliza que a educação deve partir do contexto 
local, avançando para o contexto territorial e global, de modo que crianças do 
Ensino Fundamental possam projetar a vida adulta com simulações de 
experiências do mundo do trabalho mais lúdicas, sendo valiosas para isso as 
metodologias ativas. Nesse sentido, o Projeto de Vida se delineia na relação do 
sujeito com o mundo, remetendo à constituição da pessoa com a sociedade. 
As histórias de cada um certamente não seriam protagonizadas sem a 
presença do outro. A presença do outro reenvia a ideia de partilha necessária 
tanto às particularidades da vida de cada sujeito como para a vida na relação 
com o outro. Significa que o individual e o coletivo estão presentes tanto na 
subjetividade quanto na objetividade do sujeito. Não existe uma separação, 
mas uma relação entre estas partes. 
Na perspectiva da BNCC, a competência trabalho e projeto de vida visa 
valorizar e apropriar-se de conhecimentos e experiências vivenciadas desde o 
ensino fundamental, que devem ser implementados no decorrer do Ensino 
Médio. Podemos observar no cotidiano escolar que os jovens não se apropriam 
das competências e habilidades por que os veem como algo abstrato e fora de 
contexto de sua realidade, e por consequência, quando se deparam com o 
mercado de trabalho cada vez mais competitivo, são prejudicados em suas 
oportunidades de carreira. 
A competência geral que trata do Projeto de Vida, na BNCC, apresenta 
o vínculo do projeto de vida com a liberdade, autonomia, criticidade e 
responsabilidade. Para o desenvolvimento dessa competência, ao longo da 
Educação Básica, são apresentadas as subdimensões da determinação, 
esforço, autoeficácia, perseverança e autoavaliação. Ainda no texto da BNCC, 
encontra-se claro apontamento para a organização da escola em atenção ao 
acolhimento das diversidades que as juventudes trazem, bem como a um 
percurso formativo que, observando diferentes percursos e histórias, faculte 
aos sujeitos da aprendizagem a definição dos seus Projetos de Vida, em 
âmbito individual e coletivo. 
Nessa perspectiva, o DCM reitera que os anos Finais do Ensino 
Fundamental precisam estabelecer uma conexão mais sólida com a etapa final 
da educação básica, sobretudo quando refletimos sobre a função social da 
escola e sobre a efetividade dela na construção dos projetos de vida dos 
estudantes. 
O projeto de vida, de acordo com o DCRB, propõe que os educadores 
se reconheçam como seres humanos em constante formação, priorizando uma 
relação próxima com os educandos para conhecer sua realidade. Assim, na 
ótica desse documento, a aprendizagem deve acontecer de forma ativa, 
vivenciando valores que desenvolvam habilidades e competências para 
encontrar propósito, relevância e sentido no processo de apreender vivências e 
reflexões, para construir uma visão sobre o mundo. 
Na dimensão da função social da escola, estão assentados importantes 
objetivos da etapa do Ensino Médio, à luz da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional nº 9.394/1996, quais sejam: a formação para o exercício da 
cidadania e a preparação para a continuação dos estudos em nível 
subsequente, bem como a preparação para o ingresso no mundo do trabalho. 
Esse momento da vida escolar que coincide com a adolescência, 
quando a influência dos processos subjetivos e de estruturação da 
personalidade são bastante demarcados, e as visões predominantes sobre os 
adolescentes apresentam embasamento de caráter biológico, sendo essa uma 
forte marca identitária desses sujeitos, conforme definido pela Organização 
Mundial de Saúde (OMS). De acordo com o DCRB, 
A despeito de não haver linearidade bem demarcada entre a 
transição do adolescente para o jovem, merece destaque a 
análise da dimensão sociológica da juventude, que inclui uma 
pluralidade e heterogeneidade de sujeitos jovens, conectados a 
diferentes grupos sociais, tribos, coletivos e que formam um 
mosaico em que prevalece a leitura do coletivo como fator de 
construção social (BAHIA, 2019, p.468). 
E no que concerne a adolescência, segundo a OMS, abrangeria 
sujeitos entre 10 (dez) e 19 (dezenove) anos, sendo a pré-adolescência dos 10 
(dez) aos 14 (quatorze) anos, a etapa geracional coincidente com a 
escolarização nos Anos Finais do Ensino Fundamental, considerada a 
idade/ano adequada.Dentro da competência Projeto de Vida da BNCC, é papel 
da escola promover o protagonismo juvenil, fazendo com que esse jovem se 
sinta parte do contexto e pertencente à cultura local. Esta, por sua vez, 
assumiria o compromisso de formação integral desse jovem, desenvolvendo 
suas capacidades pessoais e sociais, dando-lhe segurança e respaldo em sua 
tomada de decisões. 
Nesse contexto o Projeto de Vida se coaduna com o desenvolvimento 
das competências socioemocionais numa perspectiva de aprendizagem 
embasada nas metodologias ativas. Cabe ressaltar que a vida individual e 
social se constitui na trama complexa de relações,deconstrução de saberes 
sobre si e sobre o mundo na medida em que significados são partilhados no 
cotidiano. Significa que existe um espaço compartilhado de intercâmbio entre 
sujeitos no qual o sentido da vida de cada um adquire contornos comuns. 
Encontra-se uma oportunidade ímpar de valorizar e trabalhar as 
várias dimensões do ser humano com o Projeto de Vida, 
expandindo as aprendizagens para além da racionalidade 
cognitiva, que ainda ocupa lugar de centralidade nos currículos. 
O Projeto de Vida possibilita uma aproximação com a educação 
interdimensional, onde o Logos (pensamento, razão, ciência), o 
Pathos (afetividade, relação do homem consigo mesmo e com os 
outros), o Eros (impulso, corporeidade) e o Mythus (relação do 
homem com a vida e a morte, com o bem e com o mal) 
encontram lugar e onde, sobretudo com a dimensão 
transcendental do ser humano no Mythus, é possível trabalhar os 
sentidos da vida dos estudantes. (DCRB, 2019, p.470) 
 
Corroborando com isso o DCM compreende que projetar a vida é uma 
maneira de dar sentido e significado às nossas ações, algo que pode ser 
realizado através de um processo gradual, contínuo, intencional, lógico e 
reflexivo. Esse processo acontece através do autoconhecimento e do exercício 
de projetar o futuro através dos sonhos e ambições, que depois são traduzidos 
sob a forma do planejamento de estratégias e metas para a sua realização. 
O Projeto de Vida como uma atividade estruturada na escola permite 
desenvolver a capacidade de formular uma sofisticada e elaborada narrativa 
sobre si, sobre os planos para o futuro e sobre o seu papel no mundo, 
contribuindo para a formação de um indivíduo solidário e protagonista da sua 
própria história. Assim, para uma formação humana integral do estudante, o 
DCM compreende que deve haver intencionalidade pedagógica, apontando 
para a necessidade do aprofundamento do saber, do saberfazer e do saber 
ser. Isso ganha relevo diante da necessidade de conectá-los e relacioná-los 
com transversalidades curriculares, demonstrando boa convivência escolar e 
social. 
O Documento Curricular Referencial de Remanso para a Educação 
Infantil e Ensino Fundamental aponta uma sinalização positiva para a 
inserção do Projeto de Vida com tempo curricular definido em matriz. 
Dessa forma, assegura que a perspectiva de protagonismo presente na 
Base Nacional Comum Curricular seja também materializada através do 
trabalho pedagógico com esse campo curricular inovador e necessário. 
Assim sendo, o tema Projeto de Vida demarca o campo 
privilegiado de fortalecimento do protagonismo juvenil e da construção de 
identidades, que este tema deve ocupar. O DCM convida os profissionais 
da educação a reconhecerem seus estudantes como detentores de 
saberes, formas de sociabilidade e práticas culturais, aproveitando esse 
singular momento do desenvolvimento humano, a etapa final do Ensino 
Fundamental e o início do Ensino Médio, para fomentar a construção do 
“eu”, para estimular a autonomia, para encorajar nossas juventudes a se 
prepararem para ir além do que, muitas vezes, se acredita e se credita a 
elas. Não devemos desperdiçar a extraordinária potência que guardam as 
juventudes de construir identidades. É mais do que oportuno, portanto, 
que possamos mover o currículo na direção da construção de Projetos de 
Vida que inspirem as juventudes a caminhar na direção dos seus desejos 
e sonhos alicerçados em bases éticas, democráticas e humanistas. 
 
 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BAHIA. Documento curricular referencial da Bahia para educação infantil e 
Ensino fundamental / Secretaria da Educação do Estado da Bahia. Rio de 
Janeiro: FGV Editora, 2019. Disponível em: 
<http://escolas.educacao.ba.gov.br/sites/default/files/private/midiateca/docume
ntos/2020/documentocurricularbahiabaixa18082020.pdf> Acesso em: 24 set. 
2020.

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