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CCJ0008-WL-AMRP-11-Sociologia Jurídica da Vida Econômica

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SEMANA 11
EFEITOS NEGATIVOS DA NORMA. O CÍRCULO VICIOSO IMPUNIDADE-ILICITUDE     
Segundo Ana Lucia Sabadell a análise das repercussões sociais de uma norma jurídica pode ser feita em três perspectivas:
Efeitos da norma. Qualquer repercussão social ocasionada por uma norma constitui efeito social da mesma. 
Eficácia da norma. É o grau de cumprimento da norma dentro da prática social. Pode-se distinguir a norma de eficácia de preceito ou primária da norma de eficácia da sanção ou secundária. c) Adequação interna da norma. Trata-se da capacidade da norma em atingir a finalidade social estabelecida pelo legislador.
Duas observações: 
- Normas simbólicas. Uma norma inadequada ou ineficaz pode ter relevância social, o objetivo de sua elaboração é produzir efeitos simbólicos, ou seja satisfazer os anseios de uma parte da população ou exercer uma função pedagógica. 
Ex: http://jornaldedebates.uol.com.br/debate/brasil-precisa-tantas-leis/artigo/lei-ineficaz/13278 
Adequação externa da norma. Os objetivos do legislador e os resultados obtidos são avaliados segundo critérios da ‘justiça”.
Ex: http://www.cntu.org.br/cntu/internas.php?pag=NjUx 
FATORES DE EFICÁCIA E INEFICÁCIA DA NORMA
FATORES INSTRUMENTAIS- 
A) divulgação do conteúdo da norma pelos meios adequados;
B) Conhecimento efetivo da norma por parte dos seus destinatários;
C) Elaboração de estudos preparatórios sobre o tema que se objetiva legislar;
D) Preparação dos operadores do direito responsáveis pela aplicação da norma;
E) Consequências jurídicas adaptadas à situação e socialmente aceitas;
F) Expectativas de efeitos negativos da norma:
EFEITOS NEGATIVOS DA LEI
1- A eficácia da norma depende do reconhecimento, aceitação ou adesão da sociedade a essa norma. A norma jurídica – igualmente como as demais normas sociais – para que seja cumprida, para que se converta em força efetivamente configuradora das condutas, exige um reconhecimento, uma adesão da comunidade, isto é, da maior parte dos indivíduos que integram o grupo. Graças à esse reconhecimento, a norma se incorpora à vida do grupo.
Esse reconhecimento ou recusa, que gera eficácia ou ineficácia da norma, pode depender da legitimidade da autoridade que a estabeleceu, do conteúdo da mesma, ou de outros fatores. As leis nascem para viver e só valem quando podem entrar no mundo dos fatos e ali governar. Valem pela força que têm sobre os fatos e como são entendidas nessa aplicação. As leis, entretanto, em constante 
conflito com os fatos, acabam superadas por estes e terminam por desmoralizar-se, estendendo-se o desapreço a toda a legislação.
Às vezes o legislador, através da lei, quer alterar velhos hábitos e dar-lhes nova disciplina. Os hábitos, no entanto, teimam em sobreviver, e sobrevivem apesar da lei. Outras vezes, o legislador, levado pelo idealismo de pôr o país em dia com as conquistas da civilização, antecipa instituições e prevê 
soluções que naufragam num meio hostil, acanhado e despreparado. De outras feitas, no entanto, o legislador não consegue vencer as poderosas forças do misoneísmo que seguram, retardam e impedem as reformas, ou as tornam mofinas. O nosso País já é afamado pela distância entre a realidade e a norma jurídica.
Misoneísmo é aversão sistemática às inovações ou transformações do status quo, o que em nosso país constitui na realidade uma forte causa da ineficácia da lei. Velhos hábitos, costumes emperrados e privilégios de grupos impedem que a lei seja aplicada ou mesmo elaborada. Às vezes porque há grandes interesses políticos, econômicos ou religiosos em jogo; outras vezes por mero comodismo da autoridade que não levou a sério a aplicação da lei. Costuma-se entre nós dizer que a lei não pegou.
Lei ineficaz, portanto, produz efeitos negativos porque não tem força para governar os fatos sociais, quer por ser artificial, fruto apenas do pensamento, quer por ter se tornado anacrônica, desatualizada, superada pela realidade social. É fogo que não queima, tiro sem bala. A conseqüência é que a lei se desmoraliza e estende o desapreço a todo o sistema. EX: http://amarantobh.blogspot.com/2008/05/uma-lei-ineficaz.html 
2) Efeitos negativos pela omissão da autoridade em aplicar a lei 
Se a lei é transgredida e, por desídia, incompetência ou irresponsabilidade da autoridade, a sanção não é aplicada, vai se enfraquecendo aquela disciplina que a norma impõe a todos, vai se diluindo a sua função preventiva e, conseqüentemente, a transgressão sem punição vai estimulando novas transgressões. Quem transgride a lei impunemente sente-se encorajado a
transgredir novamente, e o seu exemplo serve de estímulo a outros. Por isso é comum dizer-se que, pior do que não ter leis, é tê-las e não aplicá-las.
Exemplo eloqüente disso é o Código de Trânsito Brasileiro. Em janeiro de 1997, quando foi editado, havia uma grande expectativa de que ele haveria de por ordem em nosso trânsito caótico, dada a severidade de suas normas e a gravidade das penas, entre as quais a perda da carteira. 
Depois de um começo promissor, sequer reduziu a incidência de infrações graves como excesso de velocidade e embriaguez ao volante. Está ameaçado de cair em desuso se não forem resgatadas com urgência a sua letra e o seu espírito.
EX: Esqueceram a lei seca 17 de Mar�o de 2009 | Por: 
http://www.dm.com.br/ 
3- Efeitos negativos pela falta de estrutura adequada à aplicação da lei 
Nesta terceira hipótese, poderemos ter leis boas e eficazes, autoridades competentes e responsáveis, mas a norma não atingirá seus objetivos sociais por falta de estrutura para uma eficiente aplicação do Direito. Falta pessoal, falta material, faltam instalações, equipamentos, falta tudo enfim. Torna-se impossível aplicar a lei sem os recursos humanos e materiais necessários.
Quais serão as conseqüências dessa falta de estrutura? As mesmas anteriormente mencionadas: transgressão sem punição e estímulo à ilicitude. Esse, lamentavelmente, continua sendo o nosso grande problema atual. A Polícia, o Ministério Público e o próprio Judiciário não estão suficientemente aparelhados para aplicar a lei.
Enquanto a criminalidade cresce assustadoramente, principalmente no denominado poder paralelo, a Justiça fica 
impedida de julgar em decorrência da falta de estrutura do organismo policial e de seus institutos de criminalística, por carência de aparelhos e de material humano.
Segundo Luiz Eduardo Soares, ex-secretário nacional de Segurança Pública, as taxas de elucidação de homicídios mostram uma tendência à impunidade, já que apenas 4% dos casos no Rio de Janeiro e 12% em São Paulo são resolvidos. Diz ainda que a divisão de tarefas entre a Polícia Militar, encarregada de fiscalizar, e a Polícia Civil, responsável pelas investigações, cria uma “esquizofrenia institucional”. O Brasil é campeão em resolver problemas elaborando leis, sem, todavia, executá-las. Por meio de um prodigioso processo mental, toma-se o dito pelo feito, confunde-se o projeto com a realização, a intenção de resolver o problema com a solução em si. E quando a lei é aprovada e nada faz acontecer, em vez de se discutir o que fazer para dar-lhe execução, os legisladores se reúnem e aprovam outra lei.
Exs: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1354140-5598,00.��HYPERLINK "http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1354140-5598,00.html"html 
http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_16745/artigo_sobre_lei_maria_da_penha:_o_uso_distorcido_da_lei_(marginaliza%C3%87%C3%83o_masculina)
MUDANÇA DE PARADIGMAS
Participação dos cidadãos no processo de elaboração e aplicação das normas;
Coesão social;
Adequação da norma à situação política e às relações de força dominantes;
Contemporaneidade das normas com a sociedade.

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