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é justificável cometer um crime para vingar outro crime

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é justificável cometer um crime para vingar outro crime?
Não. Porque: a vingança gera um efeito cascata na sociedade e não é dessa forma que uma sociedade deveria se organizar.
A injustificável vingança
A taxa de criminalidade brasileira é considerada alarmante. Para exemplificar, o Brasil possui índices de homicídios tão altos quanto de países em guerra civil. É por esse tipo de estatística que surge o debate: gerar um crime para vingar outro crime é válido? A resposta é não. E as principais razões disso se dão pelo fato de que vinganças como atos punitivos são capazes de criar um efeito cascata perverso. Além do mais, o uso da vingança não pode ser justificado pela falta de segurança pública e má aplicação das normas penais.
Para começar, relembra-se as leis primitivas de tribos e cidades mais antigas, como a lei de Hamurabi. Baseadas no dito “olho por olho, dente por dente”, essas normas sancionavam a vingança. Como consequência, muitas civilizações colapsaram, pois famílias inteiras buscavam revanche pelos atos infligidos umas às outras, o que produzia o caos. Não se pode esperar outro efeito para os dias atuais.
Ademais, a alta criminalidade é consequência de fatores como falta de políticas públicas e desigualdade social, não de um ordenamento jurídico ruim. Por essa razão, não se pode justificar o ato de vingança como motivo para apenar o outro. Países como a Noruega fecham prisões por falta de presos, enquanto investem em medidas a longo prazo que visam extinguir a criminalidade, como a educação.
Por fim, não há justificativas razoáveis para o exercício da vingança como solução para punir crimes. Deve-se pensar em buscar a raiz da criminalidade e promover meios para que esta não se desenvolva. A vingança é uma atitude passional, que só cria efeitos satisfatórios temporários aos que se vingam, mas que na realidade não soluciona nada. 
Felizmente, o ordenamento jurídico evoluiu o suficiente para abominar esse tipo de reação em cadeia, deixando a tutela punitiva nas mãos do Estado, que segue um estrito código penal para aplicar a sanção mais adequada.
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