Buscar

RESUMO EXPANDIDO PALEONTOLOGIA - Foraminíferos como indicadores bioestratigráficos

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
 
 
 
 
Adrielly Karoliny de Lima 
Ionara Estefany Nunes da Silva 
Leandro Fernandes da Silva 
Steffany Sales Galisa 
 
 
 
RESUMO EXPANDIDO SOBRE O TEMA: 
FORAMINÍFEROS COMO INDICADORES BIOESTRATIGRÁFICOS 
 
 
 
 
 
 
CAMPINA GRANDE - PB 
2021 
RESUMO 
 
O presente trabalho foi desenvolvido no intuito de entender como os foraminíferos são 
importantes elementos para determinar o curso geológico das rochas e suas evidências como 
indicadores bioestratigráficos, uma vez que, ao longo da evolução do planeta, a superfície 
terrestre transitou por períodos distintos de formação, que abrangeram modificações 
consideráveis na organização e disposição dos oceanos e dos continentes e, com isso, a área da 
geologia necessitou de instrumentos que pudessem desenvolver técnicas importantes que 
determinassem a datação das rochas (CARNEIRO, 2005). A estratigrafia é uma área bastante 
ampla que emprega-se, especialmente, por estudar as camadas de rochas sedimentares e, de 
forma similar, estuda os variados mecanismos de datação dos fenômenos geológicos dos dias 
de hoje. A bioestratigrafia é um dos ramos estudados nesta área mais ampla, em que se estuda 
a organização das rochas em unidades com base nos fósseis que ela contém (apud GUERRA; 
TOKUTAKE, 2015). Foraminíferos são organismos heterotróficos e eucariotos unicelulares, 
eles estão inseridos no Reino Protista, Filo Granuloreticulosa, Classe Foraminifera (apud 
LOEBLICH & Tappan 1992, SEN GUPTA 1999). São organismos que se encontram em 
abundância e situam-se a partir da transição entre o continente, da faixa de terra submersa com 
um suave declive, até chegar à porção mais funda do oceano (apud SEYVE 1990, ARENILLAS 
2004). São organismos que fornecem indicações muito úteis acerca do meio natural onde 
habitam, respondendo rapidamente às mudanças ambientais, sendo assim, importantes 
bioindicadores (apud RODRIGUES et al., 2003). Os foraminíferos são um dos grupos mais 
estudados, dentro dos microfósseis, tendo sua utilização prática na indústria do petróleo, 
mudando completamente a compreensão da bioestratigrafia (ZERFASS & ANDRADE, 2008). 
O estudo destes microfósseis é importante não só para a descoberta de novas bacias de petróleo, 
mas também para a compreensão do processo evolutivo das espécies. 
Em meados do século 19, Reuss atribuiu valor estratigráfico aos foraminíferos, mas a 
aplicação destes organismos na bioestratigrafia teve início apenas no final do século 19 com a 
demanda da indústria do petróleo pela datação de seções de poços e comparação destas com os 
estratos aflorantes (apud Bolli et al. 1994). De acordo com Zerfass & Andrade (2008), a 
utilização dos foraminíferos no campo da estratigrafia começou a ser veiculada, uma vez que 
os diversos estágios da evolução destes organismos mostraram se constituir em uma base 
adequada para a subdivisão do registro sedimentar. 
Os foraminíferos possuem estilos de vida: (1) planctônicos e (2) bentônicos. Os 
organismos bentônicos foram os primeiros a serem empregados como objetos de estudo da 
estratigrafia, segundo alguns autores, já no início do século 20, tendo em vista que o 
conhecimento taxonômico das formas planctônicas ainda eram pouco fundamentadas em 
literatura. No entanto, devido ao caráter cosmopolita dos foraminíferos planctônicos, estes vêm 
sendo mais utilizados em estudos biocronoestratigráficos como uma ferramenta de correlação 
e de datação consideravelmente precisa. Alguns pesquisadores da área, segundo Zerfass & 
Andrade (2008) perceberam que as microfaunas bentônicas tornavam pouco confiáveis a 
questão da datação dos sedimentos devido a fatores ambientais, que poderiam desgastar em 
diferentes graus a estrutura desses fósseis. Em diversas bacias petrolíferas importantes, as 
dificuldades de distinção entre questões estratigráficas e ecológicas estavam se tornando tão 
sérias que a solução seria se concentrar na análise dos foraminíferos planctônicos, cuja 
distribuição nos sedimentos é pouco afetada pelas condições ecológicas (apud STAINFORTH 
1960). 
Embora a utilização dos foraminíferos planctônicos fósseis seja um importante aparato 
para o andamento de estudos bioestratigráficos, é preciso levar em consideração que assim 
como qualquer outra evidência fóssil, estes organismos podem ser afetados por fatores diversos, 
que implicam em limitações no seu uso, tais quais incluem: (1) padrões de distribuição dos 
taxas, (2) adaptações morfológicas, (3) questões tafonômicas e (4) influências do 
paleoambiente. Zerfass & Andrade (2008) Ainda comentam que atualmente os foraminíferos 
planctônicos têm sido aplicados para fins bioestratigráficos em associação com outros grupos 
de microfósseis, bem como de maneira integrada com outras ferramentas, como a estratigrafia 
de sequências, a fim de obter maior nível de precisão dos dados desejados na pesquisa. De 
acordo com esses autores o apoio da indústria do petróleo tem sido de grande importância no 
desenvolvimento dos estudos bioestratigráficos com base em foraminíferos. 
Os foraminíferos são de grande importância para se marcar eventos e alterações nos 
sedimentos rochosos, de modo que são indicadores consideráveis na determinação da idade de 
uma rocha ou formação geológica, constituindo-se como um instrumento essencial à 
compreensão da história do nosso planeta e, de igual maneira, é determinante na atividade de 
áreas científicas como a estratigrafia e a paleontologia. 
 
REFERÊNCIAS 
 
CARNEIRO, Celso dal Ré; MIZUSAKI, Ana Maria Pimentel; ALMEIDA, Fernando Flávio 
Marques de. A determinação da idade das rochas. Terrae Didatica, [S.L.], v. 1, n. 1, p. 6-35, 
30 jun. 2015. Universidade Estadual de Campinas. 
http://dx.doi.org/10.20396/td.v1i1.8637442. Disponível em: 
https://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/v1/pdf-v1/p006-035_carneiro.pdf. Acesso em: 19 
set. 2021. 
 
GUERRA, Rodrigo do Monte; TOKUTAKE, Lucio Riogi. Evolução do conhecimento 
biocronoestratigráfico do cretáceo nas bacias marginais brasileiras baseado em nanofósseis 
calcários. Terrae Didatica, [S.L.], v. 7, n. 1, p. 41-48, 29 jun. 2015. Universidade Estadual de 
Campinas. http://dx.doi.org/10.20396/td.v7i1.8637440. Disponível em: 
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/td/article/view/8637440. Acesso em: 09 set. 
2021. 
 
ZERFASS, Geise de Santana dos Anjos; ANDRADE, Edilma de Jesus. Foraminíferos e 
Bioestratigrafia: uma abordagem didática. Terrae Didatica, [S.L.], v. 3, n. 1, p. 18-35, 30 
jun. 2015. Universidade Estadual de Campinas. http://dx.doi.org/10.20396/td.v3i1.8637474. 
Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/td/article/view/8637474. 
Acesso em: 08 set. 2021.

Continue navegando