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A D M I N I S T R A Ç Ã O , E C O N O M I A E C I Ê N C I A S S O C I A I S E B I O L Ó G I C A S 7 a e d i ç ã o Harshbarger • Reynolds H324m Harshbarger, Ronald J. Matemática aplicada [recurso eletrônico] : administração, economia e ciências sociais e biológicas / Ronald J. Harshbarger, James J. Reynolds ; tradução: Ariovaldo Griesi, Oscar Kenjiro N. Asakura; revisão técnica: Helena Maria de Ávila Castro, Afrânio Carlos Murolo. – 7. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013. Editado também como livro impresso em 2006. ISBN 978-85-8055-273-7 1. Matemática aplicada. 2. Administração. 3. Economia. 4. Ciências Sociais. 5. Ciências Biológicas. I. Reynolds, James J. II. Título. CDU 51-7 Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052 88 Capítulo 1 Equações e Funções Lineares A função na Pré-Aplicação é um exemplo de uma função especial, chamada fun- ção linear. A função linear é defi nida como segue. Função Linear Uma função linear é uma função da forma y = f (x) = ax + b onde a e b são constantes. Interseções com os eixos Como o gráfi co de uma função linear é uma reta, são necessários somente dois pontos para determinar o seu gráfi co. É freqüentemente possível usar as interse- ções com os eixos coordenados para desenhar a função linear. O(s) ponto(s) onde um gráfi co intercepta o eixo x é (são) chamado(s) ponto(s) de interseção com o eixo x, e a coordenada x desse(s) ponto(s) são a(s) interseção(ões) com o eixo x. Analogamente, o ponto onde o gráfi co de uma função intercepta o eixo y é o ponto de interseção com o eixo y, e a coordenada y do ponto é a interseção com o eixo y. Como qualquer ponto no eixo x tem coordenada y = 0 e qualquer ponto no eixo y tem coordenada x = 0, encontramos as interseções com os eixos como segue. Interseções com os eixos (a) Para encontrar as interseções com o eixo y do gráfi co de uma equação, faça x = 0 na equação e resolva a equação para y. (b) Para encontrar as interseções com o eixo x, faça y = 0 e resolva a equação para x. EXEMPLO 1 Interseções com os Eixos Encontre as interseções com os eixos e desenhe o gráfi co de: (a) 3x + y = 9 (b) x = 4y SOLUÇÃO (a) Para encontrar as interseções com o eixo y, faça x = 0 e resolva para y. 3(0) + y = 9 nos dá y = 9, assim achamos que a interseção com o eixo y é 9. Para encontrar as interseções com o eixo x, faça y = 0 e resolva para x. 3x + 0 = 9 nos dá x =3, assim encontramos que a interseção com o eixo x é 3. Usando as interseções com os eixos obtemos o gráfi co mostrado na Figura 1.14. –10 –8 –6 –4 –2 2 4 6 8 10 –10 –5 5 10 x y 3x + y = 9(0, 9) (3, 0) (b) Fazendo x = 0 obtemos y = 0, e fazendo y = 0 obtemos x = 0, assim a única interseção do gráfi co com os eixos é o ponto (0, 0). É necessário um segundo ponto para desenhar a reta. Portanto, se fi zermos y = 1 em x = 4y, obtere- mos x = 4 e teremos um segundo ponto (4, 1) no gráfi co. É interessante mar- car um terceiro ponto como verifi cação. O gráfi co é mostrado na Figura 1.15. Figura 1.14 1.3 Funções Lineares 89 –4 –1 1 2 3 4 –4 –3 –2 –1 1 2 3 4 y x x = 4y (4,1) (0, 0) Observe que a equação desenhada na Figura 1.14 pode ser reescrita como y = 9 – 3x ou f (x) = 9 – 3x. Com essa forma funcional, vemos na Figura 1.14 que a interseção (3, 0) com o eixo x é o ponto onde o valor da função é zero. A coordenada x de tal ponto de- nomina-se zero da função. Desse modo, vemos que as interseções da função com o eixo x coincidem com os seus zeros. EXEMPLO 2 Depreciação Uma propriedade comercial foi adquirida por $ 122.880 e depreciada por um pe- ríodo de 10 anos. O seu valor y está relacionado ao número de meses de serviço x por meio da equação 4096x + 4y = 491.520 Encontre as interseções com os eixos x e y e use-os para esboçar o gráfi co da equação. SOLUÇÃO interseção com o eixo x: y = 0 nos dá 4.096x = 491.520 x = 120 Assim, 120 é a interseção com o eixo x. interseção com o eixo y: x = 0 nos dá 4y = 491.520 y = 122.880 Desse modo, 122.880 é a interseção com o eixo y = 122.880. O gráfi co é mostrado na Figura 1.16 na página seguinte. Observe que as unidades nos eixos x e y são diferentes e que a interseção com o eixo y corresponde ao valor da propriedade depois de 0 mês da compra. Isto é, a interseção com o eixo y nos dá o preço de compra. A interseção com o eixo x corresponde ao número de meses que passa- ram até o valor ser 0; isto é, a propriedade tem a sua depreciação total após 120 meses ou 10 anos. Observe que somente valores positivos para x e y fazem sen- tido nessa aplicação, assim somente a parte do gráfi co no Primeiro Quadrante é mostrada. Figura 1.15 90 Capítulo 1 Equações e Funções Lineares Meses D ól ar es 20 40 60 80 100 120 140 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 x y 4.096x + 4y = 491.880 Apesar de ser fácil usar as interseções com os eixos para desenhar as equações lineares, nem sempre este é o melhor método. Por exemplo, retas verticais, retas horizontais ou retas que passem pela origem podem ter uma única interseção com os eixos e, se a reta tiver ambas as interseções com os eixos muito próximas da origem, usá-las pode resultar em gráfi cos pouco precisos. Coefi ciente Angular de uma Reta Observe que na Figura 1.16, conforme nos movemos sobre o gráfi co do ponto de interseção com o eixo y (0, 122.880) para o ponto de interseção com o eixo x (120, 0), o valor de y da reta varia de –122.880 unidades (de 122.880 para 0), enquanto o valor x varia 120 unidades (de 0 para 120). Desse modo, a taxa de variação dos valores dessa propriedade comercial é −122 880 120 . = –1.024 dólares por mês. Isso signifi ca que a cada mês o valor da propriedade muda de –$ 1.024 ou o valor decresce de $ 1.024/mês. Essa taxa de variação de uma função linear chama-se coefi ciente angular da reta que é o seu gráfi co (ver Figura 1.16). Para o gráfi co de função linear, a taxa de variação em y correspondente à variação em x mede o coe- fi ciente angular da reta. Para qualquer reta não vertical, o coefi ciente angular pode ser encontrado usando quaisquer dois pontos da reta, como a seguir: Coefi ciente Angular de uma Reta Se uma reta não vertical passa pelos pontos P1(x1, y1) e P2(x2, y2), seu coefi ciente angular, denotado por m, é encontrado usando m y y x x = − − 2 1 2 1 ou, de modo equivalente, m y y x x = − − 1 2 1 2 O coefi ciente angular de uma reta vertical não é defi nido. Observe que, para uma dada reta, o coefi ciente angular é o mesmo indepen- dentemente dos dois pontos usados para seu cálculo; isto ocorre porque os lados correspondentes em triângulos semelhantes são proporcionais. Figura 1.16 y x y2 P2(x2, y2) y1 x1 x2 P1(x1, y1) x2 − x1 y2 − y1 1.3 Funções Lineares 91 Podemos também escrever o coefi ciente angular usando a notação m = Δ Δ y x (Δy = y2 – y1 e Δx = x2 – x1) onde Δy é lido como “delta y” e signifi ca “variação em y”, e Δx signifi ca “varia- ção em x”. EXEMPLO 3 Coefi cientes Angulares Encontre o coefi ciente angular da (a) reta �1 , passando por (–2, 1) e (4, 3) (b) reta �2 , passando por (3, 0) e (4, –3) SOLUÇÃO (a) m = − − − = = 3 1 4 2 2 6 1 3( ) ou, de modo equivalente, m = − − − = − − = 1 3 2 4 2 6 1 3 Isso signifi ca que um ponto três unidades à direita e uma unidade acima de qualquer ponto da reta também está na reta. A reta �1 é mostrada na Figura 1.17. (b) m = − − − = − = − 0 3 3 4 3 1 3( ) Isso signifi ca que um ponto uma unidade à direita e três unidade abaixo de qualquer ponto da reta também está reta. A reta �2 também é mostrada na Figura 1.17. Figura 1.17 Pela discussão anterior, vemos que o coefi ciente angular descreve a direção de uma reta como a seguir. O R I E N TA Ç Ã O D A R E TA E S E U C O EF I C I E N T E A N G U L A R 1. O coefi ciente angular é positivo se a reta se inclina para cima quando nos movemos para a direita. A função é crescente. m y x = Δ Δ > 0 2. O coefi ciente angular é negativo se a reta se inclina para baixo quando nos movemos para a direita. A função é de- crescente. m y x = Δ Δ < 0 (continua) x y –3 –2 –1 1 2 3 4 5 6 –4 –2 2 4 (–2, 1) (4, 3) (4, −3) (3, 0) �2 �1 m > 0 x y m < 0 x y 92 Capítulo 1 Equações e Funções Lineares O R I E N TA Ç Ã O D A R E TA E S E U C O E F I C I E N T E A N G U L A R ( c o n t i n u a ç ã o ) 3. O coefi ciente angular de uma reta horizontal é 0, porque Δy = 0. A função é constante. m y x = Δ Δ = 0 4. O coefi ciente angular de uma reta vertical não é de- fi nido, porque Δx = 0. m y x = Δ Δ não é defi nido Duas retas distintas, não verticais, que têm o mesmo coefi ciente angular são paralelas e, reciprocamente, duas retas paralelas não verticais têm o mesmo coefi - ciente angular. Retas Paralelas Duas retas distintas não verticais são paralelas se e somente se os seus coefi cientes angulares forem iguais. Em geral, duas retas são perpendiculares se elas se interceptam formando ân- gulos retos. Porém, este aspecto das retas perpendiculares pode estar oculto quando desenhamos as retas, a menos que as escalas dos eixos sejam as mesmas. Observe que as retas �1 e �2 da Figura 1.17 aparentam ser perpendiculares. Porém, as mes- mas retas traçadas com escalas diferentes nos eixos não parecem perpendiculares. Para evitar sermos enganados por gráfi cos com escalas diferentes, utilizamos o coefi ciente angular para saber quando as retas são perpendiculares. Observe que o coefi ciente angular de �1, 13 , é o recíproco negativo do coefi ciente angular de �2, –3. De fato, como com as retas �1 e �2, quaisquer duas retas não verticais que sejam perpendiculares entre si têm coefi cientes angulares que são recíprocos negativos um do outro. Coefi cientes Angulares de Retas Perpendiculares Uma reta �1 com coefi ciente angular m, onde m ≠ 0, é perpendicular à reta �2 se e somente se o coefi ciente angular de �2 for –1/m. (Os coefi ciente angulares são recíprocos negativos.) Como o coefi ciente angular de uma reta vertical não é defi nido, não podemos usar o coefi ciente angular em discussão das relações de paralelismo e perpendicu- larismo que envolvam retas verticais. Duas retas verticais são paralelas e qualquer reta horizontal é perpendicular a qualquer reta vertical. PONTO DE CONTROLE 1. Determine o coefi ciente angular da reta que passa por (4, 6) e (28, –6). 2. Se uma reta tem coefi ciente angular m = 0, então a reta é _____________. Se uma reta não tem o coefi ciente angular defi nido, então a reta é __________. 3. Suponha que a reta 1 tenha coefi ciente angular m1 = 3 e que a reta 2 tenha coefi ciente angular m2. (a) Se a reta 1 é perpendicular à reta 2, determine m2. (b) Se a reta 1 é paralela à reta 2, determine m2. Escrevendo Equações de Retas Se o coefi ciente angular de uma reta for m, então o coefi ciente angular entre um ponto fi xo (x1, y1) e qualquer outro ponto (x, y) na reta também é m. Isto é, m não definido y m = 0 x y 1.3 Funções Lineares 93 m y y x x = − − 1 1 Isolando y – y1 obtemos a equação da reta na forma ponto-coefi ciente angular. Forma Ponto-Coefi ciente Angular A equação da reta passando pelo ponto (x1, y1) e com coefi ciente angular m pode ser escrita na forma ponto-coefi ciente angular y – y1 = m ( x – x1) EXEMPLO 4 Equações de Retas Escreva a equação para cada reta que passa por (1, –2) e que (a) tem coefi ciente angular 23 (b) não tem coefi ciente angular defi nido (c) também passa pelo ponto (2, 3) SOLUÇÃO (a) Aqui, m = 23 , x1 = 1 e y2 = –2. A equação da reta é y x y x y x − − = − + = − = − ( ) ( )2 2 3 1 2 2 3 2 3 2 3 8 3 Essa equação também pode ser escrita na forma geral como 2x – 3y – 8 = 0. A Figura 1.18 mostra o gráfi co dessa reta; o ponto (1, –2) e o coefi ciente angu- lar estão destacados. (b) Como m não é defi nido, não podemos usar a forma ponto-coefi ciente angu- lar. Essa reta é vertical, de modo que todos os pontos dela têm a coordenada x igual a 1. Assim, a equação é x = 1. Observe que x = 1 não é uma função. (c) Inicialmente use (1, –2) e (2, 3) para encontrar o coefi ciente angular. m = − − − = 3 2 2 1 5( ) –4 –2 2 –6 –4 –2 2 4 x y (1, −2) Δx = 3 Δy = 2 m = Δx Δy 3 2 = 2x − 3y − 8 = 0 Figura 1.18 94 Capítulo 1 Equações e Funções Lineares Usando m = 5 e o ponto (1, –2) (o outro ponto poderia também ser usado), ob- temos y – (–2) = 5(x – 1) ou y = 5x – 7 O gráfi co de x = 1 (do Exemplo 4 (b)) é uma reta vertical, conforme mostrado na Figura 1.19 (a); o gráfi co de y = 1 tem coefi ciente angular 0, e o seu gráfi co é uma reta horizontal, como mostrado na Figura 1.19 (b). Em geral, as retas verticais não têm coefi cientes angulares defi nidos e a equação é da forma x = a, onde a é a coordenada x de cada ponto na reta. As retas horizontais têm m = 0 e a equação é da forma y = b, onde b é a coordenada y de cada ponto na reta. EXEMPLO 5 Apreçamento Os dados do U.S. Census Bureau indicam que o preço médio p de aparelhos de tele- visão em cores pode ser expresso como uma função linear do números de aparelhos vendidos N (em milhares). Além disso, à medida que N aumenta de 1.000, p decresce de $ 10,40 e quando 6.485 (mil) aparelhos foram vendidos, o preço médio por apare- lho era $ 504,39. Escreva a equação da reta determinada por essa informação. SOLUÇÃO Vemos que o preço p é uma função do número de aparelhos N (em milhares), as- sim o coefi ciente angular é obtido por m = = − = −variação em variação em p N 10 40 1 000 0 0104, . , Um ponto da reta é (N1, p1) = (6.485, 504,39). Usamos a forma ponto-coefi ciente angular adaptada às variáveis N e p. p – p1 = m(N – N1) p – 504,39 = –0,0104(N – 6485) p – 504,39 = –0,0104N – 67,444 p = –0,0104N + 571,834 A forma ponto-coefi ciente angular, com o ponto de interseção com o eixo y sendo (0, b), pode ser usada para deduzir uma forma especial de equação de uma reta. y – b = m(x – 0) y = mx + b Forma Coefi ciente Angular-Interseção com o Eixo y A forma coefi ciente angular-interseção com o eixo y da equação de uma reta com coefi ciente angular m e interseção com o eixo y b é y = mx + b Observe que se a equação linear tem a forma y = mx + b, então o coefi ciente de x é o coefi ciente angular e o termo constante é a interseção com o eixo y. EXEMPLO 6 Produto Nacional Bruto Na Pré-Aplicação observamos que a equação linear y = 352,2x + 2.703 expressa (aproximadamente) o produto nacional bruto (PNB) dos Estados Unidos, y, em bilhões de dólares, como uma função do número de anos após 1980, x. x -2 2 -2 2 x = 1 (a) y x y -2 2 -2 2 y = 1 (b) Figura 1.19 lfilho Retângulo Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Acesse na íntegra