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ANATOMIA DA CAVIDADE PULPAR A cavidade pulpar – espaço que abriga a polpa dentária, normalmente situada na porção central dos dentes. pode ser dividida em câmara pulpar e canal(is) radicular(es). A Câmara Pulpar - assemelha-se em forma à superfície externa do dente. Nos dentes anteriores, a câmara pulpar é contígua ao canal radicular; no entanto, em dentes posteriores, geralmente apresenta o formato de um prisma quadrangular irregular com seis lados: o teto, o assoalho e as quatro paredes axiais, que recebem seus nomes de acordo com a face do dente para as quais estão voltadas. O teto da câmara pulpar tem forma côncava. Geralmente, apresentam reentrâncias que correspondem às cúspides, aos mamelões, tubérculos ou outras saliências na coroa, os chamados divertículos pulpares. O assoalho da câmara pulpar é a face oposta ao teto da câmara, onde estão localizados os orifícios que conectam a câmara pulpar aos canais radiculares. Com a progressão da idade, a contínua deposição de dentina secundária ou terciária, além da formação de calcificações distróficas, nódulos pulpares ou outros processos degenerativos, promovendo a redução progressiva do volume da câmara pulpar, alterando sua configuração original, o que pode bloquear os orifícios dos canais radiculares. A presença de canais acessórios, na região de furca de dentes multirradiculares (canais cavointerradiculares), está relacionada às rarefações ósseas envolvendo estruturas periodontais na região de furca de dentes multirradiculares. Observaram a presença de um único canal cavointerradicular em 13%dos primeiros molares inferiores. Em sua maioria, estes canais originavam-se no centro do assoalho pulpar. São presentes em 36%dos primeiros molares superiores, em 12%dos segundos molares superiores, em 32%dos primeiros molares inferiores e em 24%dos segundos molares inferiores. O Canal Radicular - O canal é a parte da cavidade pulpar localizada na porção radicular do dente; ela se afunila progressivamente em direção ao ápice, seguindo o contorno externo da raiz. O canal principal geralmente tem a forma cônica e é oval na sua secção transversal, apresentando diâmetro maior em seu orifício. É dividido em porções ou terços denominados cervical, médio e apical. Podem ainda apresentar variações quanto ao número, à forma, direção e configuração. Dificilmente apresentam secção arredondada, excetuando-se nas proximidades do ápice radicular. Geralmente são achatados ou ovais no sentido mesiodistal ou vestibulolingual, acompanhando a direção das raízes. Presença de um canal reto com forame único é exceção. Configurações do SCR O SCR pode variar em uma única raiz. Weine classificou em quatro tipos: • Tipo I: um canal se estende da câmara pulpar ao ápice (configuração 1). • Tipo II: dois canais distintos deixam a câmara pulpar, mas convergem perto do ápice para formar um canal radicular (configuração 2-1). • Tipo III: dois canais distintos se estendem da câmara pulpar ao ápice (configuração 2). • Tipo IV: um canal deixa a câmara pulpar e se divide perto do ápice em dois canais distintos (configuração 1-2). Vertucci identificou oito diferentes tipos: • Tipo I: um canal se estende da câmara pulpar ao ápice (configuração 1). • Tipo II: dois canais distintos deixam a câmara pulpar, mas convergem perto do ápice para formar um canal radicular (configuração 2-1). • Tipo III: um canal deixa a câmara pulpar e se divide em dois no corpo da raiz; então, os dois se fundem para formar um canal (configuração 1-2-1). • Tipo IV: dois canais distintos se estendem da câmara pulpar ao ápice (configuração 2). • Tipo V: um canal deixa a câmara pulpar e se divide, próximo ao ápice, em dois canais distintos (configuração 1- 2). • Tipo VI: dois canais distintos deixam a câmara pulpar, fundem-se no corpo da raiz e se dividem novamente em dois canais próximo ao ápice (configuração 2-1-2). • Tipo VII: um canal deixa a câmara pulpar e se divide em dois, que então se fundem, no corpo da raiz, e se divide novamente em dois canais distintos próximos ao ápice (configuração 1-2- 1-2). • Tipo VIII: três canais distintos que se estendem da câmara pulpar ao ápice (configuração 3). Canais Acessórios - Dependendo do grupo dentário estudado, o canal radicular pode apresentar, com frequência, ramificações diminutas que o comunicam à superfície externa da raiz, os chamados canais acessórios. Quando o canal acessório está localizado no terço cervical ou médio da raiz, geralmente estendendo-se horizontalmente a partir do espaço do canal principal, convencionou-se denomina-lo canal lateral. Os canais acessórios contêm tecido conjuntivo e vasos, sendo formados pelo entrelaçamento de vasos de origem periodontal no epitélio da bainha epitelial de Hertwig durante o processo de calcificação radicular. Clinicamente estes canais são significativos, pois servem de via de passagem de irritantes, principalmente da polpa necrótica para o periodonto, sendo difíceis de acessar, limpar, descontaminar e obturar. Pré-molares e molares são os dentes que apresentam maior frequência de canais acessórios. Pode se suspeitar de sua presença quando há espessamento localizado no ligamento periodontal ou presença de lesão na superfície lateral da raiz. Canais acessórios com diâmetros maiores permitem também que um processo inflamatório se difunda da polpa para o periodonto e vice-versa. Clinicamente, é relevante que, em sua quase totalidade, os canais laterais não sejam passíveis de ser instrumentados. Desta forma, seu conteúdo só pode ser neutralizado por meio de irrigação eficaz com solução antimicrobiana com capacidade de solvência adequada. Este procedimento pode ser ainda complementado pela utilização de medicação intracanal entre sessões. Istmos - área estreita, em forma de fita, que conecta dois ou mais canais radiculares. Os métodos de desinfecção têm ação limitada nessas regiões. Podem apresentar diferentes configurações e sua prevalência depende do grupo dentário, do nível da raiz e da idade do paciente. Hsu e Kim classificaram os istmos em cinco tipos: • Tipo I: dois canais sem comunicação evidente. • Tipo II: conexão extremamente estreita entre dois canais principais. • Tipo III: difere do tipo II pela presença de três canais. • Tipo IV: os canais principais se estendem para a área do istmo. • Tipo V: há uma conexão mais larga entre os dois canais principais. Descreveram, também, quatro diferentes configurações para os istmos na raiz mesial dos molares inferiores: • Tipo I (conexão em folha): conexão estreita, mas completa, existente entre os canais em toda a extensão da raiz. Às vezes, pequenas fusões de dentina podem ser observadas. • Tipo II (conexão dividida): conexão estreita, mas incompleta, existente entre os canais. • Tipo III (conexão mista): istmo incompleto presente acima e/ou abaixo de um istmo completo. • Tipo IV (conexão em cânula): comunicação estreita em forma de cânula entre dois canais. A limpeza e desinfecção dos istmos representam um desafio clínico. com o advento da microscopia clínica e de sistemas de preparo e irrigação ultrassônicos, é possível identificar e tratar a maior parte das áreas de istmo usando pontas ultrafinas. Canal Radicular - compreende a porção apical do canal principal, o forame apical e ramificações, como canais acessórios e delta apical, assumindo grande importância durante o preparo e obturação do SCR, em razão de sua complexidade. A principal característica desta região é sua variabilidade e imprevisibilidade. A porção apical do canal radicular que apresenta menor diâmetro e que, às vezes, coincide com a zona de união entre a dentina e o cemento, é chamada de constrição apical ou forame menor (Fig. 7-5A). A topografia da constrição apical não é constante e, quando presente, normalmentese localiza de 0,5 a 1,5 mm a partir de um ponto de referência virtual no centro do forame. A partir da constrição apical, o canal se amplia à medida que se aproxima do forame apical (forame maior), estrutura que separa o término do canal da superfície externa da raiz. O forame apical é a principal abertura do canal radicular na região apical através do qual os tecidos da polpa e do ligamento periodontal se comunicam e por onde penetram os vasos sanguíneos que vão suprir a polpa dentária, enquanto o ápice anatômico é a ponta ou a extremidade da raiz. O forame não apresenta formato uniforme e na maioria dos dentes se encontra lateralmente à superfície da raiz, em uma distância que pode variar de 0,2 a 3,8 mm do ápice anatômico. Dependendo do elemento dentário, o forame apical pode coincidir com o ápice anatômico em 6,7%a 46%das vezes e o seu diâmetro médio varia de 0,21 a 0,39 mm (Fig. 7-5B). O ápice radicular pode ainda conter o delta apical, definido como múltiplas derivações do canal principal que se encontram próximas no mesmo ápice radicular e que originam o aparecimento de várias foraminas, em um quantitativo que pode variar de 1 a 16 em uma mesma raiz. A maior prevalência de forames múltiplos foi observada na raiz mesial dos molares inferiores (50%), seguida pelos pré-molares superiores (48,3%) e pela raiz mesiovestibular dos molares superiores (41,7%). A maioria dos canais radiculares é curvo em sua porção apical, particularmente na direção vestibulolingual, o que pode não ser identificado na tomada radiográfica ortorradial. A partir do cálculo do ângulo de curvatura do canal, Schneider classificou o grau de curvatura em suave (≤ 5 graus), moderado (10 a 20 graus) e severo (> 20 graus). Posteriormente, Pruett observou que dois canais com ângulos semelhantes medidos pelo método de Schneider poderiam ter diferentes raios de curvatura. Uma curvatura pode ser gradual, acompanhando todo o eixo do canal, ou acentuada, próxima ao ápice, e os dois tipos possuírem o mesmo ângulo de curvatura. Quanto mais abrupta a curvatura, menor o seu raio. Assim, os autores sugeriram que o método mais preciso para se descrever a curvatura do canal seria considerar tanto o grau quanto o raio de curvatura. Para o cálculo do ângulo de curvatura, segundo Schneider, uma linha deve ser traçada no sentido do longo eixo da raiz, a partir do orifício do canal na câmara pulpar. Em seguida, uma segunda linha é traçada a partir do forame apical intersectando com a primeira no ponto onde o canal começa a se desviar. O ângulo agudo formado pelas duas retas é o ângulo de curvatura da raiz. Da mesma forma, para o cálculo do raio de curvatura, segundo Pruett, uma linha é traçada no sentido do longo eixo da raiz a partir do orifício. Em seguida, uma segunda linha é traçada a partir do forame apical, seguindo o longo eixo da raiz no terço apical. Em razão da curvatura, há um ponto em que cada uma destas retas se desvia e sobre as quais tangencia um círculo cujo raio é definido como raio de curvatura. De acordo com estes dois parâmetros, quanto menor o raio e maior o ângulo de curvatura, mais curvo será o canal (Fig. 7-6). INCLINAÇÃO DOS DENTES NOS ARCOS - deslocamento do eixo longitudinal da raiz em relação ao da coroa. Cada dente se dispõe segundo uma inclinação particular de seu eixo longitudinal em ambos os arcos dentários, tanto na direção vestibulolingual (visão clínica) quanto mesiodistal (ou proximal). MORFOLOGIA DA CAVIDADE PULPAR NOS GRUPOS DENTÁRIOS - Além das representações tridimensionais dos canais radiculares e de suas secções transversais, deve-se acrescentar (para melhorar a prática clínica informações como o número de canais radiculares, frequência de canais acessórios, direção e o ângulo de inclinação no arco dentário, direção apical da curvatura radicular, variações no ângulo de curvatura do canal, diâmetro dos canais a 1 mm do forame principal, além das anomalias de forma mais frequentes. As anomalias dentais são defeitos de formação em função de distúrbios genéticos durante a morfogênese de dentes. As principais anomalias com impacto na prática endodôntica 197 e das quais se faz necessária uma breve definição, incluem: • Fusão: dois germes dentários se unem parcial ou totalmente formando um dente com dupla coroa, duas cavidades pulpares separadas e dois canais radiculares distintos. • Geminação: o germe dentário sofre uma divisão por invaginação, dando origem a um dente com coroa dupla, cavidade pulpar única e canal radicular único. • Canal em C: a forma da secção transversal da raiz e do canal radicular é similar à letra C. • Radix entomolaris: raiz supranumerária localizada na posição distolingual dos molares inferiores. • Radix paramolaris: raiz supranumerária localizada na posição mesiovestibular dos molares inferiores. • Taurodontismo: caracteriza-se pelo desenvolvimento avantajado da porção coronária da cavidade pulpar, na qual o assoalho da câmara pulpar está deslocado apicalmente. • Sulco radicular: depressão radicular que pode se iniciar na coroa, estendendo-se em direção apical e que predispõe problemas periodontais sérios. • Dens invaginatus (dens in dente): anomalia de desenvolvimento resultante de invaginação na superfície da coroa do dente antes da calcificação ocorrer. • Dens evaginatus (Cúspide talão): proliferação anormal do epitélio de esmalte no interior do retículo estrelado do órgão de esmalte resultando em uma protuberância na face palatina dos dentes anteriores ou oclusal dos dentes posteriores. Em caso de desgaste ou fratura, a polpa pode ser exposta e se necrosar. QUESTÕES 1. Descrever quantas raízes e quantos canais e suas variações para cada grupamento dentário. DENTES SUPERIORES Incisivos Superiores Os incisivos centrais superiores são unirradiculares (mas foram relatados casos de incisivos laterais superiores com duas raízes) e podem apresentar curvatura de suas raízes para a vestibular. Os incisivos laterais superiores são unirradiculares e apresentam curvatura das raízes para a distal na maioria dos casos. Portanto, deve-se pensar em uma técnica de instrumentação adequada, de modo a evitar perfurações. Caninos Superiores Pela configuração anatômica, esses dentes apresentam canais com dimensões maiores no sentido vestíbulo-lingual do que no sentido mésio-distal. Eles podem apresentar comprimento muito longo (podem apresentar um comprimento médio de 25.5 mm, variando de 20 mm até 32 mm). Os caninos apresentam ombro na região cervical do canal radicular, que deve ser removido para possibilitar uma boa instrumentação. Eles podem apresentar curvaturas de suas raízes. Essas curvaturas podem ser, em muitos casos, bastante acentuadas. Para detectar a direção da curvatura das raízes, devem ser tiradas radiografias em diferentes angulações. Primeiro Pré-Molar Superior Normalmente, esses dentes são birradiculares, sendo uma raiz localizada na vestibular e outra na lingual. A cirurgia de acesso à câmara pulpar deve ter forma oval, sendo maior no sentido vestíbulo lingual do que no sentido mésio- distal. Quando esses dentes apresentam-se com raiz única, normalmente apresentam dois canais: um na vestibular e o outro na lingual, que podem terminar em um único forame ou em dois forames distintos. Os pré-molares birradiculados podem apresentar as suas raízes terminando em uma ponta bem fina, especialmente a raiz vestibular. A instrumentação desses canais não deve ser exagerada, para não causar perfurações. Algumas vezes, os primeiros pré-molares superiores podem se apresentar com três raízes e, portanto, três canais. Segundo Pré-Molar Superior Esses dentes apresentam-se com uma única raiz na maioria dos casos (90 %), mas somente poucos se apresentam com um único canal. Tudo o quefoi relatado sobre os primeiros pré-molares superiores deve ser observado nos segundos pré- molares superiores. Primeiro Molar Superior Acreditava-se que eles apresentavam-se com três canais, porém inúmeras pesquisas têm demostrado a alta incidência de dois canais na raiz mésio-vestibular. Hoje, é encarado como um dente que apresenta, normalmente, quatro canais, que podem estar distribuídos do seguinte modo: um canal na raiz palatina (na literatura há casos citados de dois canais nessa raiz), um canal na raiz vestíbulo-distal e dois canais na raiz vestíbulo-mesial. A presença de dois canais na raiz palatina é bastante rara, mas pode ser encontrada. A presença de dois canais na raiz vestíbulo-mesial é bastante alta. O canal principal dessa raiz é mais amplo que o segundo canal. O segundo canal, normalmente, está localizado mais para a porção lingual da raiz vestíbulo-mesial. A presença de um sulco no assoalho pulpar, saindo do canal principal, é um forte indicativo da presença do segundo canal nesta raiz. Para localizar o segundo canal da raiz vestíbulo-mesial mais facilmente, estenda a cavidade de acesso mais para a mesial e para vestibular. Observar que a raiz palatina pode apresentar curvatura para vestibular em 54,6% dos casos. Segundo Molar Superior Esses dentes podem apresentar duas raízes, três raízes e até mesmo quatro raízes. A fusão de raízes no segundo molar superior é um fato comum, principalmente nos pacientes de origem mongólica. A presença de três raízes é um fator indicativo de que a raiz mésio-vestibular deva ser muito bem pesquisada, pois ela pode apresentar dois canais, como nos primeiros molares superiores. Terceiros Molares Superiores Muitas vezes, faz-se necessário o tratamento endodôntico desses dentes e a sua anatomia é bastante irregular. DENTES INFERIORES Incisivos Inferiores Esses dentes têm alta incidência de dois canais em sua raiz. No passado, eles eram conhecidos como dentes com um só canal. A incidência de dois canais é maior nos incisivos laterais do que nos incisivos centrais. Canino Inferior Esses dentes apresentam achatamento mésio-distal de suas raízes e, desse modo, o canal é mais largo no sentido vestíbulo- lingual do que no sentido mésio-distal. A área de dentina na região vestibular e lingual do canal radicular é mais permeável que as paredes mesiais e distais. Os caninos inferiores podem se apresentar do seguinte modo: a) uma raiz e um canal; b) uma raiz com dois canais, que podem terminar em um único forame ou em dois forames independentes e c) com duas raízes e dois canais, que podem estar bifurcados na região média ou na região apical ou, ainda, fusionados. Primeiro Pré-Molar Inferior Os primeiros pré-molares inferiores são, provavelmente, os mais difíceis de serem tratados endodonticamente, em virtude de apresentarem uma anatomia externa e interna bastante complexa. Eles podem se apresentar do seguinte modo: a) um canal e um forame; b) um canal que se bifurca no terço apical, terminando em dois forames independentes; c) um canal que se bifurca no terço médio da raiz terminando em dois forames independentes; d) dois canais separados desde o terço cervical da cavidade pulpar, terminando em dois forames independentes, e) dois canais separados desde o terço cervical, terminando em um único forame; f) dois canais que se bifurcam em quaisquer dos terços e terminam em um único forame. Além dessas variações anatômicas, eles podem ainda apresentar raízes fusionadas com dois, três ou quatro canais. Segundo Pré-Molar Inferior A anatomia desses dentes pode apresentar-se bastante complexa, de modo semelhante aos primeiros pré-molares inferiores. Primeiro Molar Inferior Nos primeiros molares inferiores, apesar de sua grande maioria apresentar-se com duas raízes, o número de canais radiculares pode variar do seguinte modo: a) dois canais na raiz mesial e um canal na raiz distal; b) dois canais na raiz mesial e dois canais na raiz distal; c)três canais na raiz mesial e um na raiz distal; d) três canais na raiz mesial e dois canais na raiz distal. Além dessas variações, esses dentes podem se apresentar com três raízes e todas as variações anteriormente citadas. Desse modo, é possível verificar a enorme variação anatômica que pode estar presente no primeiro molar inferior. A incidência de três raízes nesse dente é baixa nos povos de origem caucasiana (5%) e alta nos povos de origem mongólica (20%). A terceira raiz está situada na posição disto-lingual. Segundo Molar Inferior Esses dentes podem apresentar anatomia interna e externa semelhantes aos primeiros molares inferiores. Na região da furca, eles podem apresentar uma pequena raiz acessória na vestibular ( forma peduncular). Terceiro Molar Inferior Eles não seguem um padrão anatômico característico. 2. Descreva quais grupamentos dentários possuem raízes circulantes e achatadas e quais suas implicações na anatomia interna. Incisivo central superior: Única Relativamente curta. Cônica ou prismático, triangular em corte transversal. Levemente achatada MD. Desvio D discreto. Incisivo lateral superior: Única Longa e cônica. Mais delgada e ovalada em corte. É mais achatada MD. É sulcada e tem ápice com desvios: D ou DL Incisivo central inferior: Única, pequena e alongada VL. É bastante achatada MD. É sulcada. Incisivo lateral inferior: Única, alongada VL e achatada MD. É sulcada e maior que do central, possuindo desvio D mais evidente. Canino superior: é Única. Maior raiz dental. É cônica e levemente achatada MD. Possui sulcos M e D discretos. Ovalada em secção transversal c/ V>L. Canino inferior: Unirradicular, mas às vezes pode ser birradicular. Possui achatamento MD. Primeiro Pré-molar Superior: Em mais de 70% dos casos apresenta bifidez de raiz ou raiz dupla. São alongada VL e com sulcos proximais que dividem a raiz em duas = V e L. Segundo Pré-molar Superior: Em mais de 80% dos casos a raiz única. A mesma é alongada VL, sulcada e achatada MD. Primeiro Pré-molar Inferior: Geralmente única. Pode ser bífida ou dupla. É achatada MD, sulcada e ovalada em corte transversal. Segundo Pré-molar Inferior: Geralmente única. Mais larga e cônica do que a do 1º PMI. Possui sulcos M e D menos evidentes. Divisões apicais são mais raras. Primeiro molar superior: Trirradicular: P > MV > DV. P: cônica, inclinada p/ P e circular em corte. MV é mais volumosa e achatada MD. DV é achatada MD, menor das 3. Segundo Molar Superior: Trirradicular: P > MV > DV. Menos divergentes e mais fusionadas, principal/te MV e P. Primeiro Molar Inferior: Birradicular: bulbo radicular mais raízes M e D. M é maior e mais larga que a D. São achatadas MD. São sulcadas. Segundo Molar Inferior: Birradicular: bulbo radicular mais raízes M e D. M é maior e mais larga que D. São Achatadas MD, mais esguias e sulcadas. A implicação na anatomia relacionada ao achatamento das raízes reside no fato de que as mesmas podem apresentar-se divididas por esses achatamentos, mostrando-se com mais canais radiculares (devido à divisão de um) que o mais frequentemente encontrado. Essa situação pode complicar a instrumentação desses dentes, necessitando de um maior cuidado, maior habilidade e, em determinadas situações, carecendo de técnicas especiais para se chegar ao objetivo final. Conhecer a anatomia das raízes dos grupamentos dentais, assim como, as possibilidades de apresentação dos canais radiculares, possibiliza que a técnica clínica seja mais apurada, resultando em maiores índices de sucesso nos procedimentos endodônticos.
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