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PSICOLOGIA DA MOTIVAÇÃO E EMOÇÃO – Prof. Kátia Paschoal Aula 2 – Evolução Histórica dos Conceitos Motivacionais: Origens filosóficas dos conceitos motivacionais. Vontade, Instinto e Impulso. Revolução cognitivista. Origens Filosóficas dos Conceitos Motivacionais • Platão – a motivação surgia de uma alma (mente, psique) 1. No nível mais primitivo, o aspecto do apetite da alma (fome e sexo); 2. Segundo nível, o aspecto competitivo, que são os padrões socialmente referenciados (honra, vergonha); 3. Nível mais elevado, o aspecto calculista, capacidades de tomar decisão (razão e escolha). ➢ Platão, segundo Bolles (1967), constrói uma filosofia do homem sem conceitos motivacionais: se a razão tem liberdade para escolher seus objetivos, a escolha de objetivos é o determinante de sua ação futura. A vontade do homem é livre porque é sempre dirigida para o futuro, e, portanto, escapa das restrições situacionais. Comportamentos que fogem a essa descrição eram tidos como essencialmente aleatórios e não característicos das ações naturais do homem. Platão (428 a.C. a 347 a.C.) • Aristóteles endossou a ideia de Platão, com uma terminologia diferente: 1. Aspecto nutritivo, mais impulsivo, irracional e animalesco, que contribuía para as necessidades corporais urgentes relacionadas para a manutenção da vida; 2. Aspecto sensível, se relacionava com o corpo, mas regulava prazer e dor; 3. Aspecto racional, se relacionava com as ideias e o intelecto, caracterizando a vontade. ➢ A vontade funcionava como o nível mais elevado da alma, que se valia da intenção, da escolha e do que é divino e imortal. Aristóteles (384 a.C. a 322 a.C.) • Mais tarde, Tomás de Aquino (1225-1274), sugeriu que o corpo fornecia os impulsos motivacionais irracionais e baseados no prazer, ao passo que a mente era a responsável pelas motivações racionais baseadas na vontade. Distinção entre o corpo e a mente. Tomás de Aquino (1225-1274) • Descartes (1596-1650) prestou uma nova contribuição ao dualismo corpo e mente. O corpo era uma entidade física e respondia ao ambiente de maneira mecânica, através de seus sentidos, reflexos e sua fisiologia. Por outro lado, a mente era uma entidade pensante e espiritual, possuidora de uma vontade dotada de propósito. Descartes (1596-1650) • Essa distinção foi muito importante porque ditou as regras para o estudo da motivação durante os 300 anos seguintes: o que era preciso para compreender os motivos passivos e reativos era uma análise mecânica do corpo (estudo da fisiologia); e o que era preciso para entender os motivos ativos e intencionais era uma análise intelectual da vontade (estudo da filosofia). Conceitos Motivacionais • A Vontade: Primeira Grande Teoria ➢ Na opinião de Descartes a principal força motivacional do ser humano, sendo o fator que inicia e mantém a ação, influenciando na decisão de quando agir. Neste contexto a vontade é uma característica da mente que age no sentido da virtude e da salvação controlando os apetites corporais, as paixões e dando ao sujeito o poder de escolha. Descartes (1596 -1650) ➢ A compreensão da motivação reduziu-se e tornou-se sinônimo da compreensão da vontade. Fizeram-se alguns progressos, tais como a identificação dos atos de vontade como sendo escolhas (a decisão sobre se deve agir ou não; Rand, 1964), esforços (criação de impulsos para agir; Ruckmick, 1936) e resistências (resistência ou abnegação à tentação). E os filósofos constataram que a vontade era algo tão misterioso e difícil de explicar quanto à motivação que supostamente ela gera. • Instinto: Segunda Grande Teoria ➢ Conceito derivado do determinismo biológico de Charles Darwin que provoca o afastamento dos conceitos motivacionais mentalistas passando a se aproximar dos conceitos mecanicistas e genéticos. Desta forma o estudo da motivação deixa o campo da filosofia e entra no campo das ciências naturais. O instinto surge de uma dotação genética que influencia o animal para agir de uma forma específica. Darwin (1809 -1882) ➢ William James (1890) popularizou a teoria instintiva da motivação e segundo ele, tudo o que era preciso para traduzir os instintos em um comportamento direcionado para uma meta seria a presença de um estímulo apropriado. William James (1842-1910) ➢ William McDougall (1908, 1926) propôs uma teoria que considerava os instintos como sendo forças motivacionais irracionais e impulsivas, que orientavam a pessoa em direção a uma determinada meta. É o instinto que faz seu possuidor perceber e atentar para os objetos de uma certa classe, experimentar uma excitação emocional de uma determinada qualidade ao perceber esse objeto, e agir em relação ao objeto de modo particular. William McDougall1871 -1938 ➢ William James (1842-1910), médico e filósofo - um dos fundadores da psicologia moderna. O primeiro psicólogo a popularizar a teoria instintiva da motivação. ➢ Por meio do instinto, os animais herdam uma natureza dotada de impulsos para agir e os reflexos necessários para produzir essa ação intencional. o Instintos: físicos (sugar e locomover) e mentais (imitar e brincar) > presença de um estímulo apropriado > Comportamento motivado – meta • Impulso: Terceira Grande Teoria ➢ O conceito de impulso surge da biologia funcional segundo a qual a função do comportamento está a serviço das necessidades corporais. O impulso motiva qualquer comportamento que esteja a serviço das necessidades do corpo. ➢ As duas teorias do impulso mais significativas são as de Sigmund Freud e Clark Hull. • A Teoria do Impulso de Freud (1915) ➢ O impulso surgia como um tipo de sinal emergência para que se tomasse alguma providência. O comportamento continuaria até que o impulso ou a exigência que o motivou fossem satisfeitos. Ou seja, o comportamento serviria às necessidades corporais, e a ansiedade (impulso) atuaria como um tipo intermediário para assegurar que o comportamento ocorresse no tempo certo e conforme o necessário. • A Teoria do Impulso Segundo Hull (1943) ➢ Esta teoria a princípio pareceu promissora porque defendia que seria capaz de predizer a motivação mesmo antes dela ocorrer a partir de suas condições antecedentes, de privação, por exemplo. Se uma resposta é seguida rapidamente de uma redução no impulso, ocorre uma aprendizagem e, com isso, o hábito é reforçado. Qualquer resposta que diminua o impulso (comer, beber, copular) produz um reforço, e o animal aprende qual resposta produz a redução de um impulso nessa situação particular. O hábito e o impulso, ou seja, a aprendizagem e a motivação produzem o comportamento
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