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INTRODUÇÃO Para muito além do aprendizado, o ambiente escolar é o berço do desenvolvimento do sujeito enquanto ser humano e cidadão. Nesse contexto, o ambiente escolar precisa, dentre vários outros aspectos, ser um local que promova segurança e bem-estar para os seus alunos. Para que o desenvolvimento em conjunto seja proveitoso, é preciso que o local esteja bem guardado. A segurança em locais assim é indispensável para que o trabalho seja executado com excelência e que todos tenham tranquilidade para isso. Segurança envolve todos os aspectos da educação, desde o ambiente físico até os regulamentos e procedimentos que definem as operações da escola. Bons hábitos de segurança começam com o estabelecimento de procedimentos definidos para as atividades patrocinadas pela escola. Um diretor deve ser designado para coordenar esse processo com o apoio da comissão de segurança. Uma escola segura fornece um ambiente de aprendizagem onde a educação dos alunos, a saúde e a segurança devem ser priorizados. Uma escola segura possui infraestrutura que não ofereça risco e instalações que não prejudiquem os alunos, professores e funcionários, especialmente durante emergências. O papel do diretor escolar é além de trabalhar com a comissão de segurança para estabelecer procedimentos definidos, ele é responsável por avaliar assuntos de segurança e educar os professores, funcionários, pais e alunos sobre as “melhores práticas”. A comissão deve ser capacitada para promover conselho, implementar mudanças de procedimentos e regulamentos, recomendar ação e eliminar programas ou atividades consideradas arriscadas. No entanto, mesmo que o diretor e a comissão estejam funcionando eficazmente, todos devem tomar parte ativa, porque a segurança é responsabilidade de todos. Como em qualquer proposta de formação, é importante a participação ativa dos alunos. Para que isso ocorra, algumas estratégias já estão definidas: eleição das representações de alunos e reuniões frequentes dos representantes para o levantamento de avanços e de problemas relacionados à convivência e a segurança; por parte dos professores, elaboração de atividades, relacionadas às suas disciplinas, que permitam a continuidade de debates relacionados ao assunto; criação de um mural colaborativo para a divulgação de produções de alunos ou outros textos relacionados ao tema. Muitas instituições educacionais têm comissões de segurança, mas deixam de usá-las de modo eficaz. Frequentemente, esse grupo é convocado apenas depois que um incidente ocorreu, e as reuniões são feitas quando o tempo é bem limitado para todas considerações. A comissão precisa aprofundar-se. O equipamento estava em boas condições? Havia proteção no chão (areia ou pó de serra, dependendo do local)? Havia um supervisor? A criança estava praticando uma atividade acima do nível de sua habilidade física? Era uma atividade aprovada, ou algo que a criança havia sido advertida que devia evitar? Estas são as perguntas que envolvem: quem, que, onde, quando, e por quê. Uma vez que tenham sido respondidas satisfatoriamente, a comissão deve formular regulamentos para prevenir uma recorrência. Isso pode envolver melhorar o treinamento dos supervisores do parque, novos regulamentos ou a troca de equipamentos são mudados, certifique-se de que sejam claramente comunicados a todas as pessoas necessárias, e desenvolva um plano de acompanhamento periódico para assegurar sua eficácia. Uma escola segura é uma comunidade de alunos comprometidos em promover uma cultura de segurança, conscientes dos seus riscos e preparados para responder a momentos de necessidade e mesmo assim continua a proporcionar um ambiente de aprendizagem saudável para alunos e professores. A segurança deve ser uma preocupação comum a todos os membros da comunidade educativa pessoal docente e não docente, alunos, pais, encarregados de educação e representantes da comunidade. Além de um bom conhecimento e informação neste âmbito, importa criar uma cultura de segurança, nomeadamente interiorizando procedimentos e comportamentos e adotando as necessárias medidas de prevenção. É recomendável que a temática da segurança esteja integrada no Projeto Educativo da escola, tendo em vista uma melhor sensibilização de todos e contribuir para desenvolver um comportamento coletivo de segurança. É objetivo desta Formação Continuada é ajudar os vigias dos estabelecimentos de educação e de ensino a encontrar, em cada escola, soluções apropriadas à resolução dos problemas que se colocam em termos da segurança de pessoas e bens. Apesar de não haver uma solução padrão para ser adotada, a abordagem desse assunto é fundamental para estimular ideias e reflexões, além de promover a conscientização de dirigentes de escolas e profissionais de segurança sobre a necessidade de investimentos em recursos materiais, tecnológicos e humanos nas instituições de ensino e, assim, trazer um pedaço importante da sociedade civil pra dentro dessa discussão. SEGURANÇA E SAÚDE NAS ESCOLAS As condições de segurança e saúde nas escolas é um tema muito pouco debatido, talvez por falta de uma política de esclarecimento e inclusão da pauta no planejamento anual, mas que merece uma atenção especial por parte de todos. Decerto, de nada adianta ter um excelente projeto pedagógico ou uma boa estrutura física se não houver a garantia de segurança e saúde àqueles que compõem o ambiente escolar: estudantes, professores e todos os profissionais que trabalham nas escolas. Afinal, milhões de pessoas frequentam diariamente as escolas e ninguém quer ver alunos e profissionais doentes e/ou acidentados em decorrência das atividades ali exercidas, claro. Há pesquisas que informam que mais da metade dos professores já se afastaram por problemas de saúde ocasionado ou intensificado pelo trabalho, impactando o processo de ensino-aprendizagem e exigindo dos profissionais que fazem o planejamento escolar atitudes proativas de prevenção. Por esse motivo é importante que o processo de esclarecimento da prevenção de acidentes e doenças no ambiente escolar, seja abordado com todos os profissionais. São dicas rápidas e concisas que não esgotam o assunto, mas que podem ajudar na aplicação rápida de soluções simples. Para maior entendimento sobre o assunto, se faz necessário o conhecimento e aplicação das normas regulamentadoras e a consulta de um profissional em segurança para orientar o trabalho. A VIOLÊNCIA NA ESCOLA A violência vem adquirindo cada vez mais importância e dramaticidade no mundo contemporâneo. Tem suas raízes na cruel desigualdade social, econômica e cultural que perpassa as relações humanas, sendo muitas as suas expressões, os sujeitos envolvidos e as suas consequências. Uma dura consequência desse contexto é, sem sombra de dúvidas, o envolvimento do público infanto-juvenil que, apesar das importantes conquistas adquiridas com o passar dos tempos, no tocante a sua proteção e concepção como “sujeitos de direitos”, encontra-se exposto a todo e qualquer o tipo de violência e, em qualquer lugar: no seio familiar, no meio social em que vivem e, em especial, na escola, local em que permanecem boa parte de sua infância e juventude. A violência disseminada na sociedade também é um problema presente no dia a dia escolar. As escolas, que recebem alunos de diversos níveis sociais e culturais, defrontam-se com problemas diários de violência, envolvendo toda a comunidade escolar que, além de reproduzir a violência cotidiana, acaba por produzir maneiras próprias de manifestação. Diariamente vemos veiculados na mídia casos de violências nas escolas, das mais variadas formas, como tráfico, rixas, agressões a alunos, professores e funcionários, dentre outros. Nesse ínterim, torna-se importante a presença do vigia, para identificar as principais formas que a violência se apresenta no ambiente escolar, assim como conhecer a posição da criança e do adolescente e demais atores nesse contexto,para, com isso, identificar as melhores alternativas de combatê-la, utilizando-se de medidas de prevenção mais eficazes. A escola é um espaço de conflitos, porque convivem pessoas com subjetividades diferentes, onde vidas humanas, ao conviverem, se constroem e se educam. Em paralelo à instrução curricular, um dos principais objetivos da educação é desenvolver condições para que crianças e jovens participem da vida em sociedade de forma crítica e autônoma, desenvolvendo as condições para o exercício da cidadania, são esses os elementos que devem ser desenvolvidos pela escola para que, de maneira crítica, alunos sejam capazes de se indignarem com as injustiças sociais e almejarem uma vida digna para si próprios e para a sociedade. Na escola, a violência cotidiana aparece no desrespeito ao outro, na transgressão aos códigos de boas maneiras e à ordem estabelecida. A falta de limites, associada à desconsideração pelos outros, contribui para que os jovens e adolescentes busquem se impor pela força e pela agressão. Já a violência à escola estaria ligada à natureza e às atividades da instituição escolar: quando os alunos provocam incêndios, batem nos professores ou os insultam, eles se entregam a violências que visam diretamente a instituição e aqueles que a representam. O espaço onde a escola se localiza também influência sobre o seu cotidiano e na percepção de segurança dos alunos e adultos. Aspectos como a infraestrutura urbana, o perfil dos moradores e o tipo de comércio são alguns dos fatores que podem interferir na visão sobre o bairro e sobre a própria escola. Além disso, podem facilitar ou dificultar o acesso à escola, melhorar ou piorar suas condições de segurança. Alteram, portanto, sua rotina, suas relações internas, bem como as interações entre os membros da comunidade escolar com o ambiente social externo. ABORDAGEM NA SEGURANÇA ESCOLAR TIPOS DE VIOLÊNCIA A Violência é o uso intencional da força física ou o poder, real ou por ameaça, contra a pessoa mesma, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou comunidade que possa resultar em ou tenha alta probabilidade de resultar em morte, lesão, dano psicológico, problemas de desenvolvimento ou privação. Dessa forma, a OMS adota um conceito amplo de violência que abrange não somente os danos materiais ou psicológicos, decorrentes dela, mas também a ameaça ou a intenção de causar dano. Cabe também ressaltar que, segundo a OMS, a violência não se resume a atos praticados por indivíduos, mas também abarca ações, ameaças e abuso de poder exercidos no âmbito da família, da comunidade e das instituições. Tipos de violência: • Violência física: Ação ou omissão que coloque em risco ou cause danos à integridade física de uma pessoa; • Violência institucional: tipo de violência motivada por desigualdades (de gênero, étnico-raciais, econômicas, etc.) predominantes em diferentes sociedades. Essas desigualdades se formalizam e institucionalizam nas diferentes organizações privadas e aparelhos estatais, como também nos diferentes grupos que constituem as sociedades; O ministério da Saúde define esse tipo de violência como “aquela exercida nos/pelos próprios serviços públicos, por ação ou omissão. Pode incluir desde a dimensão mais ampla do acesso à saúde, até à má qualidade dos serviços. Abrange abusos cometidos em virtude das relações de poder desiguais, entre usuários e profissionais, dentro das instituições, até por uma noção mais restrita de dano físico intencional”; • Violência intrafamiliar: acontece dentro de casa ou unidade doméstica e geralmente é praticada por um membro da família que convive com a vítima. As agressões domésticas incluem: abuso físico, sexual e psicológico, negligência e abandono; • Violência moral: ação destinada a caluniar, difamar ou injuriar a honra ou a reputação de um indivíduo; • Violência patrimonial: ato de violência que implique dano, perda, subtração, destruição ou retenção de objetos, documentos pessoais, bens e valores; • Violência psicológica: ação ou omissão destinada a degradar ou controlar as ações, comportamentos, crenças e decisões de outra pessoa por meio de intimidação, manipulação, ameaça direta ou indireta, humilhação, isolamento ou qualquer outra conduta que implique prejuízo à saúde psicológica, à autodeterminação ou ao desenvolvimento pessoal; • Violência sexual: ação que obriga uma pessoa a manter contato sexual, físico ou verbal, ou a participar de outras relações sexuais com uso da força, intimidação, coerção, chantagem, suborno, manipulação, ameaça ou qualquer outro mecanismo que anule ou limite a vontade pessoal. Considera-se como violência sexual também o fato de o agressor obrigar a vítima a realizar alguns desses atos com terceiros. Violência escolar: Ações violentas que permeiam o ambiente pedagógico. Como observa Abramovay, a escola não só reproduz as violências presentes na sociedade, mas produz formas próprias, de diversas ordens, tipos e escalas, que refletem as especificidades de seu cotidiano. Negligência contra criança ou adolescente: Ato de omissão, por parte dos pais ou dos responsáveis pela criança ou adolescente, em prover as necessidades básicas para seu desenvolvimento biológico, social e psicológico. Abandono de criança ou adolescente: Semelhante à negligência, envolve a ausência dos pais ou dos responsáveis pela criança ou adolescente, deixando-os desamparados, sem habitação e exposto a várias formas de risco. Exploração sexual da criança ou do adolescente: É o abuso sexual de criança ou adolescente, praticado por adultos, que envolve a remuneração em espécie, ao menino ou à menina, e a uma terceira pessoa ou a várias. Ocorre quando meninos e meninas são induzidos, ou forçados a manter relações sexuais com adultos ou pessoas mais velhas, quando são usados para produção de material pornográfico, ou quando são levados para outras cidades, estados ou países com propósitos sexuais. Violência de gênero: O conceito gênero foi criado nos anos 70, a fim de inserir as mulheres no campo da cultura e da história, se constituindo em um avanço na luta pela emancipação feminina. O conceito foi criado pelo movimento feminista norte-americano, e rejeita o determinismo biológico para justificar as diferenças sociais que existem entre homens e mulheres. Refere-se ao conjunto de relações, atributos, papéis, crenças e atitudes que definem o que significa ser homem, ou mulher, na vida social e, os papéis atribuídos ao gênero não são determinados pelo sexo biológico, são construídos histórica e socialmente, logo, podem ser transformados. A violência de gênero é então qualquer ameaça, ação ou conduta, baseada no gênero, que cause danos físicos, sexual ou psicológico. É um tipo de violência interpessoal que ocorre mais frequentemente dentro de casa, entre os membros da família, companheiros, conhecidos, mas que também pode ocorrer em ambientes públicos, envolvendo desconhecidos. Violência Intrafamiliar e Violência Doméstica: A violência doméstica é aquela que se dá no âmbito do lar e pode ser cometida contra crianças, mulheres, idosos e por qualquer um que ali conviva. Já a violência familiar se configura entre membros de uma mesma família, independente de residirem no mesmo espaço físico, podendo ocorrer dentro ou fora de casa. MEDIDAS DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA NA ESCOLA A violência, em todas as suas manifestações, afeta o cotidiano das escolas, prejudicando crianças, adolescentes e equipe escolar, dificultando o desempenho da função social fundamental de uma instituição de ensino, que é preparar os indivíduos para participar de forma autônoma da produção social da existência e das relações intersubjetivas. A indisciplina do aluno representa a principal queixa no ambiente escolar. Inúmeras vezes tal comportamento extrapola os limites de convivência social, passando de meros atos de indisciplina a atos infracionais. A primeira atitude da escola é identificar a postura do aluno,diferenciando quando se trata de indisciplina e quando se trata de ato infracional, tomando assim as providências necessárias para cada caso. Destaca, frente a essas duas atitudes indisciplina e ato infracional a escola tem, legalmente, o dever de tomar providências. Em se tratando de indisciplina, a escola possui a seu favor, o Regimento Escolar, um documento legal, de existência obrigatória, que contém, além de normas organizacionais administrativas e pedagógicas, normas de convivência social. Como prevê a Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Base da Educação), o Regimento deve ser construído com a participação de toda comunidade escolar, abrangendo os direitos e deveres, tanto dos alunos quanto dos professores, dos funcionários e dos gestores, bem como promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência. O Regimento Escolar necessita ser claro, de fácil entendimento e de conhecimento de todos, facilitando a exigência de seu cumprimento. As normas disciplinares constantes no Regimento devem apreciar sanções pedagogicamente corretas, em consonância com a Legislação Constitucional, ECA e LDB, respeitando, o direito de acesso e permanência na escola, com o propósito de ensinar a sociabilidade e exercitar a real cidadania, conforme preceituam o Art. 53, I da Lei nº 8.069/90, Art.3º, I, da Lei nº 9.394/96 e Arts. 205 e 206, I, da Constituição Federal. É imprescindível que o aluno acusado da prática de ato de indisciplina tenha ciência por escrito da conduta que lhe incorre, e exerça o contraditório e a ampla defesa, sendo obrigatório o comparecimento dos pais ou responsáveis, em caso de criança ou adolescente, no intuito de assisti-los e representá-los. Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: X - promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática (bullying), no âmbito das escolas; X - estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas. Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. O ECA prevê, em seu art. 104, que o menor de 18 anos de idade é inimputável, porém capaz, inclusive a criança, de cometer ato infracional, passíveis então de aplicação de medidas socioeducativas (no caso e adolescentes) ou de proteção (no caso de crianças). Segundo o art. 103 do Estatuto da Criança e do Adolescente, ato infracional é toda conduta descrita como crime ou contravenção penal praticada por criança (até 12 anos incompletos) ou adolescente (dos 12 anos completos aos 18 incompletos). Pode-se afirmar, assim, que tudo que é vedado ao adulto praticar, também o é para a criança e o adolescente. A lei, no entanto, estabelece procedimentos diferentes a serem aplicados à criança, ao adolescente e ao adulto. Quando a conduta for diagnosticada como ato infracional, tipificada Código Penal como crime ou contravenção, será inicialmente necessário identificar a idade do infrator. Se o ato infracional for praticado por criança (art. 105, da Lei 8.069/90), esta deverá ser encaminhada ao Conselho Tutelar ou, na ausência deste, ao Juizado da Infância e Juventude, para aplicação das medidas de proteção previstas no art. 101 do ECA4. Se o ato infracional for praticado por adolescente, deverá ser lavrado o Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia, que providenciará os encaminhamentos ao Ministério Público e Justiça da Infância e Juventude, para aplicação das medidas socioeducativas previstas no art. 112 do ECA5. As condutas de indisciplina mais frequentes na escola são: bagunça, birra, falta de educação, mau comportamento, falta de desempenho de tarefas escolares, ausência escolar, conversa durante as aulas, utilização de materiais alheios a metodologia de aula (celulares, tablets, etc), dentre outros. Os atos infracionais tipificados como crime mais frequentes na escola são: art. 147, CP – Ameaça; art.129, CP - Lesão Corporal; art.163, CP: Dano; art. 65, Lei nº 9.605/98: Pichação; art. 28, Lei nº 11.343 - Porte de entorpecentes; art. 33, Lei nº 11.343 - Tráfico de Entorpecentes. Os atos infracionais tipificados como contravenção mais frequentes na escola são: art. 3º, inciso XI, Decreto nº 3.665/2000 e art. 19, Lei nº 3688/41 – Porte de arma branca; art. 21, Lei nº 3688/41 - Vias de fato; arts. 1º e 20, Lei nº 7.716/89 - Preconceito de raça ou de cor. Na vida educacional, todo ato praticado por um aluno dentro das dependências de um estabelecimento de ensino deve ser considerado como um ato de indisciplina, se não houver no ordenamento jurídico descrição de tal ato como um ilícito penal. A ação do aluno que estiver regulamentada (um ato ilícito penal), no Código Penal, implica em ato infracional, se praticado por menor de 18 anos, ou em crime, se praticado por maior de 18 anos, resultando num processo criminal contra o aluno. Este processo deve ser acompanhado por um devido processo legal (art. 110 do ECA), conforme as garantias processuais (art. 111 e 114 do ECA) e ao direito a ampla defesa e contraditório (art. 5º, LV da CF/88). Todavia, não é todo adolescente que pratica um ato infracional que o levará a ser privado de liberdade, porque a medida socioeducativa é aplicada quando se leva em conta a possibilidade de o adolescente cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração (PEREIRA, 2004). Caso caiba uma das medidas de socioeducação (art. 112, ECA), deve prevalecer o caráter educativo ao punitivo, para produzir no adolescente em conflito com a lei a possibilidade de reafirmação dos valores ético-sociais, bem como levar o inerente potencial à sociabilidade e cidadania. A eficácia do direito não pode se restringir apenas à sua aplicação na solução dos problemas, ela deve também ser justificada pela capacidade de atenuar os conflitos. Vivemos um momento de desordem institucional e familiar. Grande parte da população não mais tem ou impõe limites. Jovens com valores deturpados, vivendo, basicamente, num mundo de permissividade. Inversão de valores. Troca-se, naturalmente, a noite pelo dia, com a aquiescência ou impotência dos pais. Vivemos num grande sistema, onde o que ocorre com uns afeta aos demais, como num conjunto de engrenagens. Sendo omissos, corremos o risco de nos tornarmos vítimas daquilo que criarmos ou deixarmos criar. Seremos responsabilizados pelo mal que fizermos, e, também, pelo bem que deixarmos de fazer. É uma prática corriqueira a omissão dos gestores do estabelecimento de ensino quanto à denúncia de atos infracionais praticados no interior das escolas, provavelmente buscando evitar escândalos ou retaliações. Esta prática impede o estabelecimento de parceria importante em favor da educação integral da criança e do adolescente, visto que escola e sistema de Justiça possuem funções diferentes e específicas como membros da nem sempre considerada rede de proteção da criança e do adolescente. As situações que a escola e seus atores principais professores, gestores e alunos enfrentam, solicita um conjunto de ações que definam problemas e projetem cenários otimistas que orientem as decisões. Visto que trabalhar sob a pressão da insolência, desobediência e falta de respeito, quando não da agressividade injustificada, não só não é razoável, mas é prejudicial para a autoestima profissional docente. Os(as) professores(as) têm que aprender a proteger, com conhecimento e habilidades profissionais, sua identidade pessoal do conjunto de transformações, às vezes imprevisíveis, às quais se veem expostos. A necessidade da participação do Poder Judiciário na soluçãode problemas oriundos do sistema não contribui para a construção de pontes entre as diferentes posições dos atores e nem favorece a maturidade no processo de mediação ente os conflitos próprios do sistema. Devem-se priorizar as mudanças na prática cotidiana da escola, desde a formação/capacitação de seus agentes até o estabelecimento de rotinas e de processos de tomada de decisão. Não se pode relacionar as causas da problemática escolar a um único fator. A violência social que adentra a escola tem grande importância na constituição das tensões escolares, porém não se pode atribuir unicamente a ela as causas da violência. Assim, ao mostrar a pluralidade de causas, estamos rejeitando a ideia de que a violência e indisciplina em meio escolar é resultado único de um processo social, familiar ou biológico, compreendendo a temática a partir de uma abordagem complexa e não determinista. Em geral, as propostas de prevenção da violência nas escolas têm sido norteadas por iniciativas das próprias escolas, por instituições privadas ou por políticas públicas. Essas iniciativas, ora propõem estratégias de formação, reflexão e treino em competências sociais direcionadas a estudantes, docentes e demais funcionários, ora são caracterizadas por ações que envolvem a articulação do binômio segurança e participação Os estudos que abordam o tema da prevenção e combate da violência em nível escolar gozam de grande importância, na medida em que visam incentivar o estabelecimento de relações democráticas na escola, favorecendo a convivência entre seus integrantes e o respeito às diferenças. Ações nesse sentido são caracterizadas pelo aumento de espaços de participação e interação da escola com seus usuários, como a abertura das escolas nos finais de semana e a incorporação da segurança pública na escola, como práticas de ronda escolar e palestras da guarda municipal. Diante do contexto da violência nas escolas, faz-se imperioso enfatizar a importância da educação e dos serviços de atenção especializados voltados para convivência cidadã; conjugar participação com responsabilidades sociais; resgatar a confiança nas instituições, espaços de socialização e proporcionar oportunidades para atividades culturais, de integração comunitária e trabalhos com a família, entre outros. O combate à violência deve buscar primordialmente suas raízes, que se encontram além dos limites da escola, que, acima de tudo, precisa assumir sua missão legal e constitucional de promover, junto aos educandos, o pleno desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania, e não se tornar em mais um foco de opressão e desrespeito aos direitos fundamentais de crianças e adolescentes. De acordo com diferentes autores, com respaldo nos dispositivos constitucionais que tratam da educação, tanto o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) quanto a e Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/96) trazem a fórmula mais adequada para o combate à violência nas escolas: o envolvimento dos alunos, de suas famílias e da comunidade, com sua integração cada vez maior ao ambiente escolar e participação efetiva no debate acerca dos problemas relacionados à escola e em sua solução. Apenas com o envolvimento das famílias e da comunidade, como desejam a Constituição Federal e legislação ordinária, já mencionadas, é que poderá a escola cumprir a sua elementar missão de preparar seus educandos para o exercício da cidadania, o que inclui o respeito às leis e ao próximo, lição que se for bem ministrada e assimilada por todos, reduzirá drasticamente o índice de violência não apenas dentro, mas também fora do recinto escolar, beneficiando assim toda a população. Nesse contexto, é imprescindível a atuação dos Conselhos Escolares, que devem se tornar fóruns permanentes de debate para toda a comunidade escolar, que reunida e consciente do papel de cada um na solução dos problemas que afligem a escola e seus educandos, por certo dividirá responsabilidades, tarefas e encontrará respostas mais criativas, adequadas e acima de tudo eficazes. Em relação à proposta de ações para diminuir a violência escolar, que permitiu categorizá-la em propostas sociais e/ou educacionais, as quais são definidas em: a) Enfoque de política social: ações que determinam o padrão de proteção social complementado pelo Estado, voltadas em princípio, para a redistribuição dos benefícios sociais, visando à diminuição das desigualdades estruturais produzidas pelo desenvolvimento socioeconômico; b) Enfoque de política educacional: respaldado nos artigos 205 e 206 da Constituição Federal de 1988. Dentre as propostas, cabe destacar: 1) Integração da escola com a família e a comunidade: através de festas, encontros, disponibilidade de espaço para lazer, recreação, esporte, momentos culturais; abertura da escola nos finais de semana; participação e contribuição da família na vida escolar do filho e no ambiente escolar; aproximar-se da família e oportunizar seu resgate; 2) Ações pedagógicas: como criar disciplinas de civilidade e cidadania com abordagem sobre drogas, alcoolismo, violência, ato infracional, evasão, direitos e deveres, sistema jurídico, constituição, voto, política; estimular o protagonismo juvenil; qualificação de pessoal e adaptação curricular; discutir e reestruturar o projeto político pedagógico com toda a comunidade escolar, dentro da realidade da escola do bairro; Trabalhar temas transversais como: violência, drogas, saúde, alcoolismo, ato infracional, evasão, direitos e deveres, sistema jurídico, constituição, voto, política, e outros em todas ou na maioria das disciplinas. 3) Valorizar o diálogo: tratar adolescentes como cidadãos; respeitá-los; haver uma pessoa na escola em que possam confiar para serem ouvidos; demonstrar noções de esperança e estimular expectativas de vida positiva; evitar reprimir; dar mais atenção, valorizar o aluno; 4) Necessidade de práticas educativas para favorecer a prevenção e diminuição da violência: criar atividades que ocupam o tempo livre dos adolescentes, com participação integral na escola; palestras em várias áreas; criação de programas no contraturno para melhorar a autoestima dos alunos; promover passeios, visitas, projeção de filmes uma vez ao mês para estimular os alunos. 5) Contribuição do estado e sociedade: buscar conhecer a realidade e necessidades de cada escola; fornecer profissionais da área de psicologia, do serviço social, da pedagogia para orientar e trabalhar com o aluno e sua família; valorizar a escola; conseguir recursos financeiros para compra de materiais e equipamentos didáticos; coibir informações negativas da mídia (violência); promover a valorização do professor; realizar concurso público, melhorar salários, diminuir jornada de trabalho e estimular formação continuada. A sociedade como um todo busca evitar o assistencialismo e com isso não solicita políticas públicas para atender os jovens e adolescentes e seus familiares. Esse cuidado se faz relevante para solicitar das políticas públicas a determinação da promoção, participação e inclusão respeitando no adolescente seu projeto de vida e sua conquista de autonomia. Medidas para contenção das violências nas escolas, dentre as propostas mais citadas, a proposta de aumentar a vigilância policial nas escolas e imediações obteve maior proporção de adesões, assim como a proposição de diálogo entre alunos, professores e diretoria e a parceria entre escola e comunidade. Um indicador positivo, a vontade de pais, alunos, professores e funcionários em apostar em medidas de resolução compartilhada do problema, tendo em vista a indicação do diálogo entre alunos, pais, professores e diretoria e da parceria entre escola e comunidade, como dispositivos importantes para conter o fenômeno nocivo a todos. A instituição é vista, aparentemente, como elemento de mediação entre o aluno e a família, cabendo-lhe trabalhar os significados da violência dentro efora de seus limites a fim de combatê-la, abordando aspectos importantes na vida do estudante que extrapolam os muros da escola e o período letivo. Entre outras medidas, o que tem sido bastante utilizado o apoio de psicólogos nas escolas, focalizando a violência sob uma perspectiva psicológica, e não social. Outro papel de relevância cabe à cultura e à educação, levando ao resgate da autoestima e a uma conscientização dos problemas e das desigualdades, possibilitando superá-los e gerar solidariedade. As medidas contra as violências nas escolas partem de três premissas gerais: realizar diagnósticos e pesquisas para conhecer o fenômeno em sua forma concreta, conseguir a legitimação pelos sujeitos envolvidos (o que pressupõe a participação da comunidade escolar) e fazer um monitoramento permanente das ações nas escolas. Para prevenir a violência, a escola deve transformar-se em lugar de encontro de diversidade cultural, habilitado para formas criativas de solidariedade. Tendo fundamental importância nesse contexto da prevenção, a escola precisa usar todo o potencial estratégico para tecer relações com a comunidade, especialmente a família, tendo os pais como parceiros para tal fim. OCORRÊNCIAS NO ÂMBITO ESCOLAR Ocorrências comuns no âmbito escolar É possível dividir as ocorrências comuns no âmbito escolar em dois grupos, sendo atendidas pela administração escolar e ocorrências atendidas pela polícia. Ocorrências atendidas pela administração escolar. • Discussões entre alunos ou entre estes e professores/as; • Brigas leves entre alunos (criança x criança); • Discussões entre professores(as); • Intimidação de aluno(a) ao professor(a); • Intimidação de aluno(a) à direção da escola; • Intimidação de aluno(a) a outro aluno; • Conflitos gerais; • Indisciplina de uma forma geral, violência psicológica e violência verbal. Ocorrências atendidas principalmente pela polícia. • Tráfico e consumo de drogas; • Homicídio; • Lesão corporal; • Constrangimento ilegal; • Ameaça; • Maus-tratos; • Crimes contra a dignidade sexual; • Furto; • Roubo; • Dano; • Resistência; • Desobediência; • Desacato; • Rixa; Os procedimentos adotados pelos policiais militares não excluirão as medidas administrativas que por ventura a escola deva tomar. Como agir frente à existência de crime, contravenção e atos infracionais. Principais ações policiais Situação 01: • O que acontece se for encontrado algum ilícito no perímetro escolar? Encaminhamentos. • Casos de atos infracionais com envolvendo entre 12 a 18 anos. • Condução a Delegacia da Policia Civil; • Solicitar a presença do Conselho Tutelar mais como um mediador de conflitos para dar suporte. Encontro de substâncias entorpecentes: • Se for encontrado qualquer tipo de arma ou substância entorpecente proibido por lei, a criança flagrada no ato infracional será encaminhada ao Conselho Tutelar, e o adolescente deverá ser apreendido e encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). Caso não haja DCA em seu município, encaminhar ao distrito policial da área. Os pais ou representantes legais da criança necessitam ser informados. Caso a criança ou adolescente apareça como vítima, à ocorrência deverá ser encaminhada à DPCA, com o prévio encaminhamento ao hospital, se for o caso. O Conselho Tutelar precisa ser informado do fato, e também os pais ou representantes legais da criança. Nos casos de ocorrência de menor potencial ofensivo (as enquadradas na Lei 9.099/95), o policial militar lavrará o competente Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e dará a sequência regulamentar. Situação 02 • O que acontece se for encontrado algum objeto perigoso dentro da escola? Encaminhamentos. Facas, canivetes e outros objetos cortantes ou perfurantes, em princípio, não são enquadrados na tipificação de crime (ou ato infracional) de porte de arma, mas, se encontrados na posse de alunos dentro da escola, deverão ser apreendidas. SITUAÇÕES DIFÍCEIS NO AMBIENTE DE TRABALHO SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO Podemos conceituar segurança do trabalho como uma ciência que tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças do trabalho, utilizando um conjunto de técnicas para identificar, avaliar e controlar situações de risco nos ambientes de trabalho, promovendo saúde e prevenindo acidentes. A escola é o local de trabalho dos profissionais como: professores, diretores, ajudantes, auxiliares, vigilantes, porteiros e todos os demais profissionais que ali dedicam horas do seu dia. Todo estabelecimento escolar com trabalhador deve possuir projetos de segurança e saúde disciplinados nas Normas Regulamentadoras (NRs), que servem como balizadores para adoção de medidas de proteção à saúde e à vida. Importante verificar se a escola tem profissionais dedicados à segurança e saúde em conformidade com o SESMT, tais como técnico de segurança e saúde no trabalho, médico do trabalho e engenheiro de segurança do trabalho, dentre outros. As principais NRs que se aplicam nos estabelecimentos de ensino são: NR 04 - Serviços Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT. Estabelece a existência de SESMT, compostos por profissionais de segurança e saúde, conforme o grau de risco e quantidade de trabalhadores em cada estabelecimento. NR 05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA Estabelece a existência de CIPA, composta por representante de empregadores e empregados, conforme grau de risco e quantidade de trabalhadores em cada estabelecimento. NR 07 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação do PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores, conforme grau de risco e quantidade de trabalhadores em cada estabelecimento. NR 09 – Programa de Prevenção de Acidentes do Trabalho – PPRA Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e do PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle da ocorrência de riscos ambientais existentes no ambiente de trabalho. NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. NR 17 – Ergonomia Estabelece parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho Estabelece parâmetros relacionados às instalações sanitárias e de conforto dos trabalhadores nos locais de trabalho. NR 26 – Sinalização de Segurança Estabelece cores para segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes. Assim, o estabelecimento de ensino deve identificar todas as situações de risco para a segurança e para a saúde de seus empregados, avaliá-los e adotar medidas de proteção necessárias e suficientes para garantir a integridade dos profissionais e das pessoas que ali frequentam, tudo em conformidade com as normas regulamentadoras, especialmente as citadas acima. Os estabelecimentos públicos com trabalhadores estatutários também devem ter controle dos riscos ambientais, afinal a Constituição dá o direito de condições de trabalho saudáveis e seguras para todos. O importante é não deixar ninguém doente ou acidentado. Entre os grandes vilões da segurança e saúde nas escolas podemos citar, de forma geral, estrutura do prédio danificada, mobiliários inadequados, falta de equipamento de proteção para atividades de limpeza, barulho excessivo nas salas de aula, consumo de água não potável e a pressão por resultados e prazos, causando transtorno psíquicos. PRINCIPAISAÇÕES DAS ESCOLAS Agora vamos abordar os principais questionamentos dos profissionais diante das situações de violência no âmbito escolar. Questionamento 01 Quais são as responsabilidades da escola em relação aos alunos, quando estes estão em suas dependências? As instituições educacionais, públicas e privadas, têm a responsabilidade de oferecer ensino de qualidade aos alunos. Assim, é garantido aos alunos o direito de serem respeitados, independentemente de sua convicção religiosa, política ou filosófica, grupo social, etnia, sexo, orientação sexual, nacionalidade e em suas demais individualidades. Cabe à escola proteger os estudantes em horário de aula e durante seu período de permanência em suas instalações. Essa responsabilidade da escola abrange igualmente as atividades complementares, regulares ou extraordinárias, dentro ou fora da escola (recreação, excursões, visitas monitoradas, grupos de estudo, oficinas culturais e artísticas, jogos ou campeonatos esportivos, laboratórios, etc.). Questionamento 02 Há responsabilidade da escola nos casos de dispensa dos alunos antes do horário formal de término das aulas? A responsabilidade da escola cessa quando entrega o aluno ao término das aulas ou das atividades complementares. Quando o aluno vai à escola e retorna sozinho à sua casa, a responsabilidade da instituição educacional cessa ao soar o sinal de saída e o aluno deixa o prédio escolar. No entanto, quando houver a previsão de dispensa dos alunos antes do horário regular de término das aulas, a escola deverá cientificar formalmente os pais ou responsáveis com a devida antecedência, observada a rotina de chegada e saída dos alunos, sob pena de se tornar responsável por evento ocorrido em virtude dessa omissão. Questionamento 03 A escola é responsável pelo aluno durante seu trajeto da escola para casa e vice-versa? Existirá essa responsabilidade somente se os alunos estiverem em veículo oferecido pela escola ou por terceiros em seu nome. Questionamento 04 Por que a equipe escolar deve sempre registrar as ocorrências escolares nos sistemas apropriados? No ambiente escolar, todas as leis vigentes no país devem ser observadas e aplicadas. Ademais, há regras, tais como as normas de conduta e o regimento escolar, que se aplicam somente no âmbito da escola. Cabe à direção fazer cumprir toda a legislação em benefício de todos. Esses registros, combinados aos relatos das equipes escolares, permitirão ajustar o planejamento das atividades preventivas desenvolvidas nas escolas, adequando-as às necessidades identificadas. As informações contidas nos registros de ocorrência escolar respaldarão a direção com relação às ocorrências que envolvem alunos, professores e servidores da instituição educacional e subsidiarão a apuração dos fatos nos âmbitos administrativo e penal. Dessa forma, todas as informações devem ser registradas com cuidado e atenção, de modo a refletir exatamente o ocorrido: a descrição dos fatos, a identificação das pessoas envolvidas (quando possível), os danos eventualmente observados, os encaminhamentos às instâncias competentes e as providências tomadas para a solução do caso. Questionamento 05 Caso receba ameaça de bomba, o que a escola deve fazer? A direção deve acionar imediatamente a Polícia Militar (190) e, após a apuração dos fatos, a ocorrência deve ser registrada. Questionamento 06 Pode haver vigilância e monitoramento na escola? Sim. Com o objetivo de proteger os alunos, a equipe escolar e a comunidade e evitar ameaças e atentados contra a integridade do patrimônio público, como atos de vandalismo e demais agressões que possam prejudicar a tranquilidade e o bom andamento das atividades escolares. Questionamento 07 Foi detectado um aluno com drogas na escola, o que fazer? O uso e o tráfico de drogas são crimes (artigos 28 e 33 da Lei Federal n° 11.343/06). Independentemente da idade do aluno, a Polícia Militar (190) deverá ser comunicada, para que sejam tomadas as providências oportunas. A ocorrência também deve ser registrada nos sistemas da Secretaria da Educação, onde houver. Os pais ou responsáveis devem ser convocados à escola para ciência dos fatos e discussão sobre as formas de enfrentamento da questão. Se o aluno for menor de 18 anos de idade, a direção da escola deverá encaminhar ofício ao Conselho Tutelar, relatando o fato para que seja providenciado o encaminhamento dele à rede socioassistencial adequada, acompanhado dos pais ou responsáveis. Questionamento 08 O que fazer se um aluno se apresentar alcoolizado nas aulas? A comercialização de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos de idade é proibida. A embriaguez é contravenção penal, prevista no artigo 62 da Lei Federal n° 3.688/41 (Lei das Contravenções Penais). Ao identificar um estudante embriagado, a direção da escola deve comunicar aos pais ou responsáveis e, caso o aluno esteja fora de controle, a Brigada Militar (190) deve ser acionada. Em qualquer situação, se o estudante for menor de 18 anos de idade, o Conselho Tutelar deve ser notificado para que sejam tomadas as providências necessárias, inclusive encaminhamentos para tratamento, sempre com acompanhamento dos pais ou responsáveis. Questionamento 09 No caso de demonstração explícita de racismo entre alunos, como agir? O racismo, segundo a Lei Federal n° 7.716/89, é crime. A consumação ocorre quando se pratica qualquer tipo de violência contra alguém ou se impede sua inclusão social ou progresso regular em razão de raça ou identidade racial, incluída a religião. Caso alunos adolescentes pratiquem condutas racistas, cometerão ato infracional. O agredido deve registrar ocorrência junto a patrulha escolar acompanhado de seus pais ou responsáveis, se menor de 18 anos de idade. O boletim de ocorrência é necessário para que as investigações possam ser realizadas. Sempre que houver envolvimento de pessoas menores de 18 anos de idade, seja autor ou vítima, o Conselho Tutelar deve ser comunicado. Compete à escola orientar os alunos e a equipe escolar quanto ao assunto, abordando, interventiva e preventivamente, questões relacionadas aos direitos humanos, igualdade, tolerância, respeito às diversidades, entre outros temas afins, visando favorecer a convivência escolar. Em presença de condutas que promovam o desrespeito e a intolerância, a direção deve tomar as medidas disciplinares cabíveis. Questionamento 10 O que fazer em caso de depredação do patrimônio escolar por aluno? A depredação do patrimônio público é crime capitulado no artigo 163 do Código Penal. Será ato infracional caso o autor seja menor de 18 anos de idade. Nesse caso, a direção da escola deve convocar os pais ou responsáveis e, a depender da gravidade da ocorrência, acionar a Brigada Militar(190) e comunicar o acontecido ao Conselho Tutelar para que o caso seja acompanhado em todas as instâncias. Conforme previsão do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o juiz pode determinar o ressarcimento dos danos causados ao patrimônio público: Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima. Parágrafo único: Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada. Questionamento 11 Em uma situação de furto ou roubo praticado por alunos, que fazer? A Brigada Militar (190) deve ser imediatamente acionada para adoção das medidas cabíveis. Os pais ou responsáveis pelos alunos envolvidos devem ser prontamente convocados. Sendo menores de 18 anos de idade, a escola deverá também comunicar ao Conselho Tutelar. Questionamento 12 Foi detectado um aluno armado na escola, o que fazer? O imediato contato com a Brigada Militar (190) deve ser feito no momento em que se tomar conhecimento do fato. Em hipótese alguma se deve tentar desarmá-lo, o que pode criar riscos para os presentes na escola.Os pais ou responsáveis devem ser notificados. Sendo menores de 18 anos de idade, a escola deverá também comunicar ao Conselho Tutelar. Questionamento 13 O que fazer ao se perceber que um aluno sofre maus-tratos? O crime de maus-tratos está previsto no art.136 do Código Penal. O Estatuto da Criança e do Adolescente determina que, se a vítima for menor de 18 anos de idade, a comunicação dos fatos às autoridades competentes é obrigatória. Ao se perceber que um aluno é vítima de maus-tratos, a direção da escola deverá necessariamente comunicar o fato ao Conselho Tutelar. Vejamos o que determina o ECA (Lei 8.069/90): Art.5º. Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. Art.13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. Art.18. É dever de todos zelar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: I - maus-tratos envolvendo alunos. Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche de comunicar à autoridade competente os casos de que tenham conhecimento , envolvendo suspeita ou confirmação de maus -tratos contra criança e adolescente. Pena-multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. Importante! Havendo qualquer embaraço ou omissão dos órgãos ou autoridades, nos casos que envolverem menor, com base no art. 201 do ECA, o representante do Ministério Público deverá ser avisado, de imediato, para que possa tomar as medidas cabíveis. ORIENTAÇÕES DE SEGURANÇA ESCOLAR 1. Como deixar a escola segura: Mudança de mentalidade e reconhecimento das responsabilidades; Capacitação dos profissionais; Levantamento das vulnerabilidades e construção em conjunto das ações necessárias; Reestruturação dos hábitos escolares; Introduzir o assunto na interdisciplinaridade; Construção de um canal com a segurança pública; Realizar um levantamento geográfico do educandário. 2. Cinco ações para aumentar a segurança escolar: Criação de um fórum de segurança; Elaboração de um manual interno; Montar um esquema de prevenção; Construir parcerias com Instituições; Registrar os furtos e arrombamentos. 3. Sugestões: Quadro de avisos; Rádio comunitária no recreio e em atividades festivas; Caixa de sugestões, reclamações ou denúncias; Caixa de achados e perdidos; Grêmio estudantil, jornais; Construção de blogs, fanpages das escolas; Interligar as escolas em tempo real com a patrulha escolar através de redes sociais e aplicativos. 4. Funcionamento da escola: Entrada no horário determinados; Limites para entrada após o sinal; Gerenciamento do horário de visitação dos pais; Proibição de fumar em ambiente escolar para desenvolvimento da cultura saudável. 5. Medidas de segurança: Boa iluminação; Limpeza do local; Sinalização no trânsito; Inviabilizar a comercialização de produtos contrários a faixa etária e ao regramento constitucional. ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE - ECA É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Este curso não ficaria completo se não tratássemos do Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 – ECA, que é o documento fundamental sobre os problemas da violência em relação aos cidadãos de até dezoito anos e sobre o trato dos atos infracionais porventura por eles cometidos. Como introdução a esse estudo, selecionamos alguns de seus artigos com comentários esclarecedores. Em segundo lugar, a partir da questão do adolescente infrator, recomendamos a discussão de alguns de seus dispositivos no âmbito da escola e da comunidade, envolvendo direção, professores, pais e estudantes, bem como contatos frequentes com membros do Conselho Tutelar e do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente de sua cidade. Artigos selecionados da Lei no 8.069, de 1990 – ECA Art. 2 - Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Comentário: Embora alguns dispositivos do ECA se apliquem, quando explicitados, a pessoas entre dezoito e vinte e um anos, é importante fixar os novos limites legais de compreensão da palavra criança (até doze anos incompletos) e adolescente (entre doze e dezoito anos). Eles são sujeitos de direitos e outras prerrogativas em vista da idade, o que torna absolutamente fundamental o porte de documentos que a atestam e a maior publicidade possível para o tratamento diferenciado que lhes é devido. Art. 3 - A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Comentário: A criança e o adolescente, por sua condição de imaturidade e de incompletude, necessita de proteção. Entretanto, sua segurança advém do desenvolvimento humano, aqui entendido por cinco adjetivos que mais não fazem que descrever as dimensões da própria educação, nos princípios de liberdade e de dignidade. A segurança não é, portanto, algo que se acrescente de fora, como um muro, um cadeado ou uma cerca elétrica, mas algo que se constrói de dentro das pessoas e das comunidades, como fruto de direitos. Art. 4 - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Comentário: Percebe-se que o ECA não coloca a proteção e a segurança como substantivos ou realidades a que a criança e o adolescente tenham direito. Elas são fruto do cultivo de outros direitos fundamentais registrados neste artigo. Percebe-se, até mesmo, a importância de eles assumirem papéis de convivência nos grupos estruturantes da sociedade, a família e a comunidade, hoje tão fragilizados e violentados. Art. 5 - Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. Comentário: Estão agora muito explícitas as formas sociais de construção da insegurança das crianças e dos adolescentes. Todas as seis versões originam-se do abuso da força dos adultos diante de sua fragilidade. Na família e na escola (ou na falta de escola...), tratar crianças com negligência de cuidado e proteção; discriminá-las por qualquer tipo de condição historicamente “inferior”; explorar sua força de trabalho ou seu corpo; exercer violência física e até tortura; introduzir adolescentes no mundo das armas, do álcool e das drogas; oprimir moralmente os mais fracos, até mesmo pela reprovação injusta nas avaliações escolares, pela suspensão do direito à frequência às aulas e expulsão das escolas. A gestão democrática, ao dar voz e voto a crianças e adolescentes em conselhos,fá-los recuperar seus direitos a partir da própria convivência escolar. Art. 7 - A criança e o adolescente têm direito a proteção, à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. Comentário: Antes de pensarmos em segurança como antídoto à violência social, “medidas de segurança”, traduzidas em “proteções materiais”, há de se cultivar formas de sua construção pessoal e social, em que sobressaem os cuidados pela vida e pela saúde das crianças e dos adolescentes. Inclusive, como preceitua o art. 8, pelo atendimento pré e perinatal às gestantes que não completaram dezoito anos, fato cada vez mais comum em nossa sociedade. Art. 15 - A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis. Art. 16 - O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: I – ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais; II – opinião e expressão; III – crença e culto religiosos; IV – brincar, praticar esportes e divertir-se; V – participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; VI – participar da vida política, na forma da lei; VII – buscar refúgio, auxílio e orientação. Comentário: Novamente, a desentranhar os componentes da construção do direito à liberdade, o ECA revela a profundidade do alcance de sua aplicação à vida cotidiana da criança e do adolescente. Todas as situações fluem do fato de o próprio desenvolvimento humano articular-se com a realização em múltiplas facetas do direito a desfrutar da liberdade individual de forma que não restrinja a liberdade do outro. Art. 17 - O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. Art. 18 - É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. Art. 19 - Toda criança e adolescente tem direito a ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes. Comentário: De fato, a evolução histórica e cultural do Brasil mostra exemplos terríveis de exposição de suas crianças e adolescentes, desde a época dos genocídios de nativos e da escravidão, que precisam agora ser repudiados. Mas essas formas negativas de se tratar crianças e adolescentes ainda existem, pelo que o ECA nos chama a uma política de “pôr a salvo”, de protegê-los, de criar barreiras a estas desumanidades, que campeiam no contexto ou até no interior de nossas escolas. A seguir, proclama-se o direito fundamental do ambiente familiar como responsável pela criação e pela educação das crianças e dos adolescentes, assegurando-se famílias substitutas, devidamente preparadas para esta missão. Mas é à família original que incumbe a guarda dos filhos, mesmo em situação de carência material, o que deverá ser motivo de assistência do Estado (art. 21). Ou seja, o ECA trabalha para a inexistência das “crianças abandonadas”, origem de insegurança para elas e ameaça futura para a comunidade. Art. 53 - A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes: I – igualdade de condições para acesso e permanência na escola; II – direito de ser respeitado por seus educadores; III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV – direito de organização e participação em entidades estudantis; V – acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. Comentário: Este artigo, escrito seis anos antes da LDB, revela o clima de abertura e responsabilidade democrática que dominava o Congresso Nacional. Além de selar a forma de participação das famílias, das crianças e dos adolescentes no processo e no projeto educativo, bem como em sua gestão, os dispositivos concorrem para criar o “clima” de fraternidade e respeito dentro da escola, essencial para a construção da segurança e a prevenção a todo tipo de violência. Art. 56 - Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: I – maus-tratos, envolvendo seus alunos; II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares; III – elevados níveis de repetência. Comentário: Mais uma vez, a proteção aos direitos dos alunos na idade infantil e da adolescência se faz presente na preocupação de suprir a falta de tutela familiar (maus-tratos e ausências injustificadas) e de fiscalizar o próprio desempenho acadêmico dos alunos, que é, antes de tudo, obrigação da escola, pelo menos no ensino fundamental. Atalhados estes problemas a tempo, evitam-se consequências que afetarão o nível de segurança da escola e da comunidade no futuro. Art. 60 - É proibido qualquer trabalho a menores de 14 anos de idade, salvo na condição de aprendiz. Art. 67 - Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho: I – noturno, realizado entre as 22 horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte; II – perigoso, insalubre e penoso; III – realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; IV – realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola. Comentário: O trabalho pode ser educativo, quando integrado à família, à proposta pedagógica da escola frequentada pelo adolescente ou mesmo quando realizado de forma a dele se tirar proveito, observada a proteção da pessoa e a possibilidade de frequência e acompanhamento dos estudos numa escola regular. Em tempos não muito remotos, a maioria dos adolescentes, senão mesmo as crianças, se engajavam no trabalho produtivo desde tenra idade. Não se dava à criança o direito de viver sua infância, de vivenciar e desenvolver as potencialidades ligadas à sua idade. Hoje, o trabalho infantil é absolutamente proibido e, na adolescência, regulado por estes e outros artigos do ECA, que reconhece, inclusive, “programas sociais de trabalho educativo”, conforme o art. 68. Art. 71 - A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversão, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Art. 75 - Toda criança e adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos classificados como adequados à sua faixa etária. Art. 76 - As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado para o público infanto-juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas. Comentário: É importantíssimo que os profissionais da educação escolar estejam informados destes princípios legais. A criança e o adolescente têm direitos, sim, mas a vivências que contribuam para seu processo educativo, na respectiva fase de desenvolvimento. Além do cuidado com a mídia que penetra no ambiente escolar, que passam a integrar o currículo, os educadores precisam se articular com as famílias para a devida seleção das experiências de cultura e lazer das crianças e adolescentes. O Brasil, exatamente por não oferecer jornada integral aos alunos de suas escolas, é um dospaíses onde as crianças e adolescentes estão mais tempo expostos à televisão e, agora, à internet. Art. 81 - É proibida a venda à criança e ao adolescente de: I – armas, munições e explosivos; II – bebidas alcoólicas; III – produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por utilização indevida; IV – fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano em caso de utilização indevida; V – revistas e publicações a que alude o art. 78; VI – bilhetes lotéricos e equivalentes. Comentário: Os entornos das escolas são, muitas vezes, pelo acentuado afluxo de pessoas, disputados “pontos comerciais”. Aí, a tendência é do “vale-tudo”. Recorde-se o que foi falado da integração entre a escola, a comunidade e as autoridades de segurança do bairro ou da cidade. O importante não é esperar que aconteçam as tragédias, mas preveni-las. Palestras para os pais, reuniões com os comerciantes da proximidade da escola, contatos com o delegado de polícia, com os policiais militares e civis, ajudam a criar um clima “educativo e cidadão”. Caso contrário, crescerão os conflitos. E virá um tiroteio em todas as direções, abatendo, inclusive, adolescentes infratores. Reúna-se com um grupo de funcionários e professores e discuta o papel da sua escola na garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes. A) Os adolescentes infratores e a reeducação Nesta seção, iremos trabalhar o tema relativo à situação e ao trato dos adolescentes infratores, segundo os dispositivos do ECA e os desafios que temos na escola e na sociedade para a difícil tarefa de sua reeducação. Registre-se, em primeiro lugar, que esse é um tema polêmico que envolve muitos interesses em conflito, inclusive do próprio crime organizado. Não é por acaso que alguns setores da sociedade advogam uma antecipação da idade para a imputabilidade penal, ou seja, que os adolescentes de 16 anos em diante já deveriam ser punidos por seus crimes e contravenções. O que fixa hoje o ECA é a idade de 18 anos, abaixo da qual as condutas descritas como crimes e contravenções são consideradas atos infracionais, a que correspondem medidas diferenciadas, conforme o art. 101: a) encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; b) orientação, apoio e acompanhamento temporários; c) matrícula e frequência obrigatória em estabelecimento oficial de ensino fundamental; d) inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente; e) requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; f) inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; g) abrigo em entidade; h) colocação em família substituta. A operacionalização e a efetivação destas medidas não é tarefa simples. Além de juridicamente ordenadas, com pleno respeito aos direitos humanos e dos adolescentes, prevê-se a participação de muitos atores que, na prática, ou não existem, ou estão despreparados, embora o ECA já esteja perto de comemorar sua maioridade... Para entender o contexto do problema, enumeramos, inicialmente, as entidades de atendimento envolvidas no processo e elencadas no art. 90 do ECA: a) orientação e apoio sociofamiliar; b) apoio socioeducativo em meio aberto; c) colocação familiar; d) abrigo; e) liberdade assistida; f) semiliberdade; g) internação As três últimas referem-se a processos diretamente ligados a atos infracionais. Vejamos o que a autoridade competente pode fazer com o adolescente, em vista da “reparação do dano”, da sua reeducação e ressocialização, segundo o art. 112: a) advertência; b) obrigação de reparar o dano; c) prestação de serviços à comunidade; d) liberdade assistida; e) inserção em regime de semiliberdade; f) internação em estabelecimento educacional; g) qualquer uma das previstas no art. 101 – já expostas acima. Para entendermos estes conceitos, comecemos da internação: é uma medida privativa da liberdade, mas sujeita aos princípios da brevidade, da excepcionalidade e do respeito à condição peculiar da pessoa em desenvolvimento. Pelo ECA, não deve exceder a três anos, sendo compulsória aos 21 anos. Pode ser “abrandada” por atividades externas, devendo ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto do destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração. Sabemos das condições negativas dos estabelecimentos onde se amontoam centenas de infratores e das dificuldades extremas que têm os profissionais encarregados de seu cuidado e vigilância. Sem dúvida, uma política a ser considerada para superar este caos é a de construção de estabelecimentos de pequeno porte, mais semelhantes a lares que a prisões, especialmente quando se tratar da inserção em regime de semiliberdade. O ECA define a semiliberdade como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas sem autorização judicial, com escolarização e profissionalização obrigatórias. A terceira situação é a da liberdade assistida, que consiste no acompanhamento, no auxílio e na orientação do adolescente por uma pessoa capacitada, indicada por entidade ou programa de atendimento, por período mínimo de seis meses, prorrogável, quando necessário. Além do controle das atividades escolares e de profissionalização, sempre imprescindíveis para a reeducação e ressocialização, o orientador deverá fazer acompanhamento à família e providenciar sua inserção em programas assistenciais, sempre que necessário. No caso da internação, o ECA prevê uma série de direitos aos adolescentes, pelos quais se percebe não somente a diferença entre ela e a prisão dos adultos, como os condicionantes que apontam para sua reeducação. Entre eles, estão o direito ao estudo, à profissionalização, à comunicação, às visitas, ao lazer. Tudo isto, é claro, compatível com “as medidas adequadas de contenção e segurança” (art. 125). O mais importante, nos três estágios, é a participação da família e da sociedade no processo de reeducação. Quanto à sociedade, enfatiza-se o papel do Conselho Tutelar e do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente. O Conselho Tutelar é o órgão permanente e autônomo, composto pelo menos por três membros eleitos em cada Município, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. Para tanto, o conselho, cujas atribuições constam do art. 136 do ECA, relaciona-se diretamente com as crianças e adolescentes, com as famílias, com o Ministério Público e com o Poder Judiciário e com os setores do Poder Executivo que oferecem serviços de educação, saúde, serviço social, previdência, trabalho e segurança. Já à família, principalmente aos pais, o ECA dispõe que lhe sejam aplicadas as seguintes medidas (art. 129): a) encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; b) inclusão em programa de auxílio, orientação e tratamento de alcoólatras e toxicômanos; c) encaminhamento a tratamento psicológico e psiquiátrico; d) encaminhamento a cursos ou programas de orientação; e) obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência e aproveitamento escolar; f) obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado; g) advertência; h) perda da guarda; i) destituição de tutela; j) suspensão ou destituição do pátrio poder. Como se pode observar, muitas destas medidas não são tomadas, tanto pela falta de estrutura dos diversos poderes, inclusive dos conselhos tutelares, quanto pela omissão de alguns atores. As escolas têm um certo temor de acolher os adolescentes infratores, não sem algumas razões. Entretanto, assim como as empresas públicas e privadas têm que assumir seu papel na ressocialização dos adultos apenados, muito mais obrigação têm as escolas de receber os adolescentesque cometeram atos infracionais e precisam ser reeducados. 1. Em seu bairro ou em sua cidade houve caso de assassinato de adolescentes? Visite, acompanhado de outro educador da escola, a família de um destes rapazes ou moças vítimas da violência e converse sobre o papel da escola para evitar estas tragédias. 2. Convide algum membro do Conselho Tutelar de sua cidade para proferir palestra na escola ou participar de reunião do Conselho Escolar e discorrer sobre as ações possíveis para a reeducação e ressocialização de infratores de sua comunidade. DIFICULDADE APRESENTADAS PELOS ALUNOS NORMAS DE CONDUTA ESCOLAR A proteção integral da criança e do adolescente é uma obrigação que se impõe a todos. Isso implica garantir um ambiente socialmente saudável, que propicie condições indispensáveis para que homens e mulheres em fase de formação possam ampliar seus horizontes, trabalhar suas aptidões e expressar seus interesses, tornando-se cidadãs e cidadãos aptos a participar, de maneira ativa, pacífica e produtiva, dos diversos aspectos da vida social. Esta busca do pleno desenvolvimento é um processo dinâmico, ao longo do qual, com frequência, eclodem conflitos complexos que podem causar perplexidade e insegurança aos jovens, uma vez que ainda não desenvolveram plenamente as habilidades sociais indispensáveis para enfrentar tais situações. Não raro, surgem insatisfações e frustrações decorrentes dessas experiências negativas, o que pode deflagrar comportamentos indesejáveis ou até mesmo inadmissíveis em um ambiente escolar apropriado para a construção de suas personalidades. Nesse sentido, é parte fundamental do processo educativo garantir a observância de regras saudáveis de convivência no ambiente escolar. Acatar o pacto social vigente representado pelo conjunto de normas de conduta estabelecido e socialmente reconhecido sustenta o delicado equilíbrio entre desejos, direitos e deveres individuais e coletivos que permeia a convivência social e garante a sobrevivência de uma sociedade democrática e de respeito à cidadania. Na escola, como parte integrante da missão de educar, dirigentes, professores, diretores, funcionários, pais e colaboradores devem esclarecer, divulgar e observar as regras de comportamento e convivência, assim como encorajar os estudantes a respeitarem diferenças e praticarem a tolerância. Cada estabelecimento de ensino deve adotar estas Normas Gerais de Conduta Escolar como referência, porém medidas ou procedimentos adicionais, que não afrontem o disposto nelas, podem ser adotados individualmente pelas escolas, havendo aprovação do Conselho Escolar. DIREITOS DOS ALUNOS 1. DIREITO À EDUCAÇÃO PÚBLICA GRATUITA E DE QUALIDADE As escolas públicas estaduais e municipais abrigam alunos e alunas de diferentes idades, níveis de desenvolvimento psicossocial e estratos sociais, que devem receber do Estado atenções adequadas às suas necessidades. Ter garantido o acesso à educação gratuita e de qualidade, desde o Ensino Fundamental até a conclusão do Ensino Médio, constitui um dos direitos básicos dos alunos. Em consequência, todo aluno tem direito a: 1.1. Receber educação em uma escola limpa e segura. Alunos com deficiência, que requeiram atenção especial, têm direito a recebê-la na forma adequada às suas necessidades e igualmente gratuita; 1.2. Usufruir de ambiente de aprendizagem apropriado e incentivador, livre de discriminação, constrangimentos ou intolerância; 1.3. Receber atenção e respeito de colegas, professores, funcionários e colaboradores da escola, independentemente de idade, sexo, raça, cor, credo, religião, origem social, nacionalidade, deficiências, estado civil, orientação sexual ou crenças políticas; 1.4. Receber informações sobre as aulas, programas disponíveis na escola e oportunidades de participar em projetos especiais; 1.5. Receber Boletim Escolar e demais informações sobre seu progresso educativo, bem como participar de avaliações periódicas, de maneira informal ou por instrumentos oficiais de avaliação de rendimento; 1.6. Ser notificado, com a devida antecedência, sobre a possibilidade de ser encaminhado para programa de recuperação, em razão do aproveitamento escolar; 1.7. Ser notificado sobre a possibilidade de recorrer em caso de reprovação escolar; 1.8. Ter garantida a confidencialidade das informações de caráter pessoal ou acadêmicas registradas e armazenadas pelo sistema escolar, salvo em casos de risco ao ambiente escolar ou em atendimento a requerimento de órgãos oficiais competentes. 2. DIREITO À LIBERDADE INDIVIDUAL E DE EXPRESSÃO São igualmente garantidos ao aluno da escola pública estadual e municipal os seguintes direitos individuais: 2.1. Organizar, promover e participar de grêmio estudantil ou entidade similar de sua escola; 2.2. Participar da publicação de jornais ou boletins informativos escolares, desde que produzidos com responsabilidade e métodos jornalísticos, que reflitam a vida na escola ou expressem preocupações e pontos de vista dos alunos; 2.3. Promover a circulação de jornais, revistas ou literatura na escola, em qualquer dos veículos de mídia disponíveis, desde que observados os parâmetros definidos pela escola no tocante a horários, locais e formas de distribuição ou divulgação. Fica proibida a veiculação de conteúdos difamatórios, obscenos, preconceituosos, racistas, discriminatórios, comerciais, de cunho partidário ou de organizações paramilitares, que promovam a apologia ao crime ou a atos ilícitos ou estimulem a sua prática, ou cuja distribuição perturbe o ambiente escolar, incite à desordem ou ameace a segurança ou os direitos fundamentais do cidadão, conforme previsto na Constituição Federal, na Lei Federal nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e demais previsões legais; 2.4. Afixar avisos no mural administrativo da escola, sempre acatando os regulamentos estabelecidos por esta. Fica proibida a veiculação de conteúdos difamatórios, obscenos, preconceituosos, racistas, discriminatórios, comerciais, de cunho partidário ou de organizações paramilitares, que promovam a apologia ao crime ou a atos ilícitos ou estimulem a sua prática, que perturbem o ambiente escolar, incitem à desordem ou ameacem a segurança ou os direitos fundamentais do cidadão, conforme previsto na Constituição Federal, na Lei Federal nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e demais previsões legais; 2.5. Decidir sobre as vestimentas pessoais que portará, assim como sobre distintivos ou adereços de uso estritamente pessoal, exceto nos casos em que sua apresentação represente perigo a si ou aos demais, ou quando divulgar ideias racistas, preconceituosas, difamatórias, obscenas ou cuja circulação perturbe o ambiente escolar; 2.6. Ter assegurados o ingresso e a posse de materiais de uso pessoal na escola, exceto nos casos em que representem perigo para si ou para os outros, ou que perturbem o ambiente escolar. 3. DIREITO A TRATAMENTO JUSTO E CORDIAL Cada aluno da escola pública estadual e municipal tem o direito de ser tratado de forma justa e cordial por todos os integrantes da comunidade escolar, sendo assegurado a ele: 3.1. Ser informado pela direção da escola sobre as condutas consideradas apropriadas e quais as que podem resultar em sanções disciplinares, para que tome ciência das possíveis consequências de suas atitudes em seu rendimento escolar e no exercício dos direitos previstos nestas Normas Gerais de Conduta Escolar e demais regulamentos escolares; 3.2. Ser informado sobre procedimentos para recorrer de decisões administrativas da direção da escola sobre seus direitos e responsabilidades, em conformidade com o estabelecido neste documento e com a legislação pertinente; 3.3. Estar acompanhado por seus pais ou responsáveis em reuniões e audiências que tratem de seus interesses quanto a desempenho escolar ou em procedimentos administrativos que possam resultar em sua transferência compulsória da escola. CUIDADO COM
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