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Aula - Memória
Recordando Memórias
de Longo Prazo
Photo by Laura Fuhrman on Unsplash
Pistas de Recuperação
• Uma forma é por meio de pistas de recuperação. Uma
pista de recuperação é um estímulo que nos permite
recordar mais facilmente informações que se
encontram na memória de longo prazo. Pode ser uma
palavra, uma emoção ou um som: seja qual for a
sugestão específica, uma memória subitamente virá a
mente quando a pista de recuperação estiver presente.
Ex.: cheiro de café; perfume de alguém.
Pistas de Recuperação
• As pistas de recuperação orientam as pessoas por meio
de informações armazenadas na memória de longo
prazo de uma forma muito parecida com que uma
ferramenta de busca como o Google orienta as pessoas
na internet. Elas são especialmente importantes
quando estamos fazendo um esforço para recordar
uma informação, em lugar de ser solicitado a
reconhecer material armazenado na memória.
Pistas de Recuperação
• Na recordação, uma informação específica precisa ser
recuperada – tal como aquela necessária para responder a
uma questão de preenchimento de lacunas ou para
escrever a uma redação em uma prova. Em contrapartida,
ocorre reconhecimento quando apresentamos um
estímulo as pessoas e então perguntamos se elas foram
expostas a ele anteriormente ou pedimos que o
identifiquem em uma lista de alternativas.
Recordação
Reconhecimento
Reconhecimento e Recordação
• O reconhecimento geralmente é uma tarefa muito mais fácil do que
a recordação. Recordar é mais difícil porque consiste em uma série
de processos: busca na memória, recuperação de informação
potencialmente relevante e depois uma decisão relativa a precisão
da informação encontrada. Se a informação parece estar correta, a
busca acaba; porém, se não estiver, a busca deve continuar. O
reconhecimento, por sua vez, é mais simples porque envolve menos
etapas (Miserando, 1991; Leigh, Zinkhan, & Swaminathan, 2006).
Teoria dos Níveis de Processamento
Mental
Teoria dos Níveis de Processamento
• Um determinante do quão favoravelmente as memórias são recordadas é o modo como o
material é percebido, processado e compreendido pela primeira vez. A teoria dos níveis de
processamento enfatiza o grau em que o novo material é mentalmente analisado. Ela
propõe que a quantidade de processamento de informação que ocorre quando o material é
inicialmente encontrado é essencial para determinar quanto da informação é por fim
recordada. De acordo com essa abordagem, a profundidade do processamento da
informação durante a exposição ao material – ou seja, o grau em que ela é analisada e
considerada – é crucial: quanto maior a intensidade de seu processamento inicial, maior a
probabilidade de nos lembrarmos dela (Craik & Lockhart, 2008; Mungan, Peynirciog˘lu, &
Halpern, 2011).
• Por não prestarmos atenção a grande parte das informações as quais somos expostos, ocorre
muito pouco processamento mental, e esquecemos o novo material quase imediatamente.
Contudo, a informação a qual prestamos mais atenção é processada de forma mais
detalhada. Portanto, ela entra na memória em um nível mais profundo – sendo menos
propensa a ser esquecida do que a informação processada em níveis mais superficiais.
Teoria dos Níveis de Processamento
• A teoria prossegue para afirmar que existem diferenças consideráveis nos modos como a informação é
processada em diversos níveis da memória. Em níveis superficiais, a informação é processada apenas em
termos de seus aspectos físicos e sensoriais. Por exemplo, prestamos atenção somente as formas que
compõem as letras na palavra cão. Em um nível intermediário de processamento, as formas são
traduzidas em unidades significativas – nesse caso, letras do alfabeto. Essas letras são consideradas no
contexto de palavras, e sons fonéticos específicos podem ser atribuídos as letras.
• No nível mais profundo de processamento, a informação é analisada em termos de seu significado.
Podemos vê-la em seu contexto mais amplo e fazer associações entre o significado da informação e as
redes de conhecimento mais amplas. Por exemplo, podemos pensar em cães não apenas como animais
com quatro pernas e um rabo, mas também em termos de sua relação com cães e outros mamíferos.
Podemos formar uma imagem de nosso cão, relacionando, assim, o conceito a nossa vida. De acordo
com a abordagem de níveis de processamento, quanto mais profundo for o nível inicial de
processamento de informação específica, por mais tempo a informação será retida.
• Ex.: processo de generalização dos conceitos
• Existem diversas implicações práticas da noção de que recordar depende do grau
em que a informação é inicialmente processada. Por exemplo, a profundidade do
processamento de informação é crucial ao aprender e estudar algum material
didático. Decorar uma lista de palavras-chave para uma prova tem pouca chance
de produzir recordação de informações a longo prazo porque o processamento
ocorre em um nível superficial. Contudo, o pensamento sobre o significado dos
termos e a reflexão sobre como eles se relacionam com a informação que já
sabemos resulta em uma retenção mais efetiva a longo prazo (Conway, 2002;
Wenzel, Zetocha, & Ferraro, 2007).
Memória Explícita e Memória Implícita
Memória Explícita e Memória Implícita
• Estudos meticulosos constataram que pessoas que ficam anestesiadas
durante uma cirurgia as vezes são capazes de se lembrar de fragmentos
das conversas que ouviram durante a operação – muito embora não
tenham lembrança consciente da informação (Kihlstrom et al., 1990;
Sebel, Bonke, & Winograd, 1993).
• A descoberta de que as pessoas tem memórias das quais não tem
consciência foi importante. Ela levou a especulação de que duas formas de
memória, explícita e implícita, podem existir lado a lado.
• Ex.: lembrar de fragmentos da conversa da equipe médica durante a
cirurgia.
Memória Explícita e Memória Implícita
• A memória explícita refere-se a recordação
intencional ou consciente da informação.
Quando tentamos lembrar o nome ou a data
de algo que encontramos ou soubemos
anteriormente, estamos pesquisando nossa
memória explícita.
Memória Explícita
Memória Implícita
• Memória Implícita refere-se as memórias das quais as pessoas não tem consciência, mas que
podem afetar o desempenho e o comportamento posterior. Habilidades que operam
automaticamente e sem pensar, tais como saltar fora da rota de um automóvel que vem em nossa
direção enquanto estamos caminhando na lateral de uma rua, ficam armazenadas na memória
implícita. Da mesma forma, um sentimento de vaga antipatia por um conhecido, sem saber por que
temos aquele sentimento, pode ser reflexo de memórias implícitas. Talvez a pessoa faça-nos
lembrar de outra pessoa no passado de que não gostávamos, ainda que não estejamos conscientes
da lembrança daquela outra pessoa (Coates, Butler, & Berry, 2006; Voss & Paller, 2008; Gopie, Craik,
& Hasher, 2011).
• Ex.: reação ao assalto de forma “inconsciente”.
Memória Implícita e Preconceito
• A memória implícita está intimamente relacionada com o preconceito e a
discriminação que as pessoas exibem frente a membros de grupos minoritários.
Como inicialmente discutimos no módulo sobre realização de pesquisa psicológica,
embora as pessoas digam e até acreditem que não tem preconceito, uma
avaliação de suas memórias implícitas pode revelar que elas apresentam
associações negativas sobre os membros de grupos minoritários. Essas associações
podem influenciar o comportamento das pessoas sem que elas tenham
consciência de suas crenças subjacentes (Greenwald, Nosek, & Banaji, 2003;
Greenwald, Nosek, & Sriram, 2006; Hofmann et al., 2008).
Teste de Associação Implícita (IAT)
Teste criado em 1998
Priming (Preparação)
• Uma maneira de os especialistas em memória estudarem a
memória implícita é por meio de experimentos que usam priming.
Priming (preparação) é um fenômeno em que a exposição a uma
palavra ou a um conceito (chamado de prime) posteriormentefacilita a recordação de informação relacionada. Efeitos do priming
ocorrem mesmo quando as pessoas não tem memória consciente
da palavra ou do conceito original (Toth & Daniels, 2002; Schacter,
Dobbins, & Schnyer, 2004; Geyer, Gokce, & Müller, 2011).
Priming (Preparação)
• Exemplo:
Vamos supor que vários meses atrás você assistiu a um documentário sobre os planetas, e o
narrador descreveu as luas de Marte, concentrando-se em sua lua chamada Fobos. Você logo
se esquece do nome da Lua, ao menos conscientemente. Então, alguns meses depois, você
está completando palavras cruzadas semipreenchidas, e há as letras obos. Assim que vê o
conjunto de letras, você pensa em Fobos e subitamente se recorda pela primeira vez desde
sua exposição inicial a informação de que ela é uma das luas de Marte. A súbita recordação
ocorreu porque sua memória foi “preparada” pelas letras obos.
• Em síntese, quando uma informação que somos incapazes de recordar conscientemente
influencia nosso comportamento, a memória implícita está em ação. Nosso comportamento
pode ser influenciado por experiências das quais nao estamos conscientes – um exemplo do
que foi chamado de “retenção sem lembrança” (Horton et al., 2005).
• Ex.: Dejavù; Pessoas que pensamos já ter visto.
Memórias Instantâneas
Memórias instantâneas não contem todos os detalhes de uma cena original
• Memórias Instantâneas
são aquelas relacionadas 
a um evento específico 
importante ou 
surpreendente que são 
recordadas com 
facilidade e imagens 
vívidas.
O que você estava fazendo em 11 de setembro de 2001?
World Trade Center
• Quem tem idade suficiente para lembrar-se do
dia em que o World Trade Center em Nova York
foi atacado por terroristas geralmente se recorda
de assistir a televisão naquela manhã e ver as
imagens do primeiro avião, e depois do segundo
avião, batendo nas torres.
World Trade Center
• Tal recordação está errada: na verdade, as
transmissões pela televisão mostraram imagens
somente do segundo avião em 11 de setembro.
Nenhum vídeo do primeiro avião estava disponível até
o início da manha seguinte, 12 de setembro, quando
entao isso foi exibido na televisão (Begley, 2002;
Schaefer, Halldorson, & Dizon-Reynante, 2011).
Recordação
e 
Amnésia
Recordação das Memórias Instantâneas
• Memórias instantâneas ilustram um fenômeno mais geral sobre a memória: memórias excepcionais
são mais facilmente recuperadas (embora não necessariamente com precisão) do que aquelas
relacionadas a eventos mais comuns. Quanto mais distintivo um estímulo e quanto mais relevância
pessoal o evento tem, maior a probabilidade de recordá-lo posteriormente (Shapiro, 2006; Talarico
& Rubin, 2007; Schaefer et al., 2011). Todavia, mesmo com um estímulo distintivo, podemos nao nos
lembrar de onde veio a informação. A amnésia de fonte ocorre quando um indivíduo tem uma
lembrança para algum material, mas não consegue recordar de onde. Por exemplo, a amnésia de
fonte pode explicar situações em que você encontra alguém que conhece, mas não consegue
lembrar onde conheceu aquela pessoa.
• Da mesma forma, nossa motivação para lembrar algum material quando somos inicialmente
expostos a ele afeta nossa capacidade de recordá-lo. Se soubermos que vamos precisar recordar
desse material posteriormente, ficaremos mais atentos a ele. Entretanto, se não esperarmos precisar
recordar desse material posteriormente, estaremos menos propensos a recordá-lo (Naveh-Benjamin
et al., 2000; Kassam et al., 2009).
Processos construtivos na memória:
reconstruindo o passado
Imagem: (Gabriela Sánchez/Superinteressante)
Processos construtivos na memória:
reconstruindo o passado
• Embora esteja claro que podemos ter lembranças
detalhadas de eventos significativos e distintivos, é difícil
avaliar a precisão dessas memórias. Na verdade, é visível
que nossas memórias refletem, ao menos em parte,
processos construtivos, processos em que as memórias são
influenciadas pelo significado que atribuímos aos eventos.
Quando recuperamos informações, a memória que é
produzida é afetada não apenas pela experiência prévia
direta que tivemos do estímulo, mas também por nossas
suposições e inferências sobre seu significado.
• A noção de que a memória baseia-se em processos construtivos foi primeiramente
proposta por Frederic Bartlett, um psicólogo Frances. Ele sugeriu que as pessoas
tendem a recordar informações em termos de esquemas, corpos organizados de
informações armazenadas na memória que influenciam o modo como novas
informações são interpretadas, armazenadas e recordadas (Bartlett, 1932). Visto
que usamos esquemas para organizar as informações, nossas memórias muitas
vezes consistem em uma reconstrução de experiência prévia. Consequentemente,
os esquemas baseiam-se não apenas no material real ao qual as pessoas são
expostas, mas também em sua compreensão da situação, suas expectativas sobre
a situação e sua consciência das motivações que subjazem ao comportamento dos
outros.
Experimento
• No estudo, um participante viu um desenho no qual havia diversas pessoas de diferentes
origens raciais e étnicas em um vagão de metrô, uma das quais – uma pessoa branca –
aparecia com uma navalha na mão (Allport & Postman, 1958). Pediu-se ao primeiro
participante que descrevesse o desenho para outra pessoa sem olhá-lo de novo. Depois essa
pessoa devia descrevê-lo para outra pessoa (sem olhar para o desenho), e depois o processo
era repetido com mais um participante.
• O relato da última pessoa diferiu em aspectos significativos, ainda que sistemáticos, do
desenho inicial. Especificamente, muitas pessoas descreveram o desenho como
representando um afro-americano com uma faca – uma recordaçao incorreta, já que o
desenho mostrava uma navalha na Mao de uma pessoa branca. A transformação da navalha
da pessoa branca em uma faca de um afro-americano indica claramente que os participantes
tinham um esquema que incluía um preconceito injustificado de que os afro-americanos são
mais violentos do que os brancos, e por conseguinte, mais propensos a estar segurando uma
faca. Em resumo, as expectativas e o conhecimento – assim como os preconceitos – afetam
a confiabilidade de nossas memórias (McDonald & Hirt, 1997; Newby-Clark & Ross, 2003).
• Embora a natureza construtiva da memória possa resultar em memórias
que são parcial ou totalmente falsas, elas também podem ser benéficas
em alguns aspectos. Por exemplo, memórias falsas podem ajudar-nos a
manter autoimagens positivas. Além disso, elas podem ajudar-nos a
manter relações positivas com os outros conforme construímos visões
demasiado positivas dos outros (Howe, 2011).
• A memória também é afetada pelo significado emocional das experiências
(ex.: memórias felizes podem ter mais detalhes de que memórias tristes)
Memória no Tribunal
Memória no tribunal: testemunhas em 
julgamentos• Caso:
Para Calvin Willis, as memórias inadequadas de duas pessoas custaram-lhe
mais de duas décadas de sua vida. Willis foi vítima de erro de identificação quando
uma jovem vítima de estupro escolheu sua foto como o praticante da agressão.
Com base nisso, ele foi julgado, condenado e sentenciado a prisão perpétua. Vinte
anos depois, testes de DNA mostraram que Willis era inocente e que a
identificação da vítima estava errada (Corsello, 2005).
Ex.: Situações de suspeita de abuso sexual de crianças e situação de disputa de
guarda;
Ex.: Confiabilidade na memória das crianças – memória altamente vulnerável à
influência dos outros
Memória no tribunal: testemunhas em 
julgamentos
• Estudos sobre identificação de suspeitos por testemunhas, assim como sobre
memória para outros detalhes de crimes, mostram que testemunhas oculares são
propensas a cometer erros substanciais quando tentam recordar detalhes de
atividades criminosas – mesmo que estejam altamente convictas a respeito de
suas recordações (Thompson, 2000; Zaragoza, Belli, & Payment, 2007; Paterson,
Kemp, & Ng, 2011).
• Uma das razoes é o impactodas armas usadas nos crimes. Quando o
praticante de um crime mostra um revólver ou uma faca, ela age como um ima
perceptual, atraindo os olhos das testemunhas. Em consequência disso, elas
prestam menos atenção a outros detalhes do crime e sao menos capazes de
recordar o que realmente aconteceu (Steblay et al., 2003; Zaitsu, 2007; Pickel,
2009).
Uso das Palavras
• Uma das razoes pelas quais as
testemunhas oculares são
propensas a erros relacionados a
memória é que as palavras
usadas nas perguntas feitas a
elas por policiais ou advogados
afetam o modo como se
recordam das informações,
conforme ilustram vários
experimentos.
Confiabilidade das Crianças
• O problema da confiabilidade da memória 
torna-se ainda mais sério quando as crianças 
sao testemunhas devido as evidencias 
crescentes de que as memórias das crianças 
sao altamente vulneráveis a influencia dos 
outros (Loftus, 1993; Douglas, Goldstein, & 
Bjorklund, 2000). Por exemplo,
Depoimento Especial
e
Depoimento Tradicional
• As lembranças das crianças são em especial suscetíveis a influência
quando a situação é altamente emocional ou estressante. Por exemplo,
nos julgamentos que são antecedidos por publicidade significativa ou em
que as supostas vítimas são questionadas repetidamente, muitas vezes
por entrevistadores não treinados, as memórias das supostas vítimas
podem ser influenciadas pelo tipo de perguntas feitas (Scullin, Kanaya, &
Ceci, 2002; Lamb & Garretson, 2003; Quas, Malloy, & Melinder, 2007;
Goodman & Quas, 2008).
Depoimento Tradicional
Depoimento Especial 
(Antiga nomenclatura: Depoimento sem dano)
Depoimento Especial
• A nova metodologia de inquirição de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual pelo Poder
Judiciário denominada Depoimento Especial tem sido discutida por profissionais de diferentes
áreas do conhecimento. Dessas discussões, resultaram opiniões divergentes sobre o assunto.
• Há uma necessidade da Justiça dialogar com outros saberes para um melhor direcionamento da
realização deste ato processual – a ouvida da criança. (Pelisoli, Dobke & Dell’Aglio, 2014)
• As discordâncias e os debates legais entre a Psicologia e o Direito, não têm contribuído para a
proteção das vítimas. O Poder Judiciário e outras áreas do conhecimento precisam fortalecer suas
habilidades para trabalhar em conjunto numa interlocução respeitosa e equânime troca de
conhecimentos. A realização da nova metodologia é possível e necessária, entretanto, mudanças
podem trazer benefícios e maior proteção a crianças e adolescentes brasileiros
Memórias
Reprimidas
Memórias Reprimidas
• Existem bons motivos para questionar a validade das memórias reprimidas, recordações de eventos que
inicialmente foram tão chocantes que a mente responde relegando-as -as ao inconsciente. Os partidários
da noção de memória reprimida (baseada na teoria psicanalítica de Freud) afirmam que tais memórias
podem permanecer ocultas, possivelmente durante toda a vida de uma pessoa, a menos que sejam
desencadeadas por alguma circunstância, tal como a sondagem que ocorre durante um tratamento
psicológico.
• Contudo, a pesquisadora da memória Elizabeth Loftus assegura que as chamadas memórias reprimidas
podem ser imprecisas ou totalmente fictícias – representando uma falsa memória. Por exemplo, formam-
se falsas memórias quando as pessoas são incapazes de recordar a fonte da lembrança de determinado
evento sobre o qual elas tem apenas vagas recordações. Quando a fonte da memória torna-se incerta ou
ambígua, as pessoas podem ficar confusas sobre terem realmente experimentado o evento ou se ele foi
imaginado. Por fim, elas passam a acreditar que o evento realmente ocorreu (Loftus, 2004; Wade,
Sharman, & Garry, 2007; Bernstein & Loftus, 2009a).
Memória autobiográfica: 
onde o passado encontra o presente
• Sua memória de experiências do próprio passado podem ser uma
ficção – ou ao menos uma distorção do que realmente aconteceu.
Os mesmos processos construtivos que nos fazem recordar com
imprecisão o comportamento dos outros também reduzem a
exatidão das memórias autobiográficas. Memórias autobiográficas
são nossas lembranças de circunstâncias e episódios de nossa vida.
As memórias autobiográficas abrangem as memórias episódicas
que temos de nós mesmos (Rubin, 1999; Sutin &Robins, 2007;
Nalbantian, 2011).
Esquecendo
Quando a memória falha
Por que esquecemos?
• Uma das razões é que, em primeiro lugar, não prestamos atençao a material – uma
falha na codificação. Por exemplo, provavelmente foi exposto a milhares de
moedas de um 0,10 centavos durante sua vida. Apesar dessa experiência, você
provavelmente não tem uma noção clara dos detalhes da moeda.
Consequentemente, a razão para sua falha de memória é que é provável que
inicialmente você não armazenou a informação na memória de longo prazo.
Evidentemente, se a informação nem sequer foi armazenada na memória, não há
como ser recuperada.
• Diversos processos explicam as falhas de memória, incluindo declínio,
interferência e esquecimento dependente de pistas.
Declínio
• Declínio é a perda de informação na memória por falta de utilização. Essa
explicação para o esquecimento presume que traços de memória, as mudanças
físicas que ocorrem no cérebro quando novo material é aprendido, simplesmente
desaparecem ou se desintegram com o passar do tempo (Grann, 2007).
• Embora existam evidencias de que o declínio realmente ocorre, esta nao parece
ser a explicaçao completa para o esquecimento. Muitas vezes, nao existe relaçao
entre há quanto tempo uma pessoa foi exposta a uma informaçao e quao bem
essa informaçao é recordada.
Interferência
• Uma vez que o declínio nao explica
totalmente o esquecimento, os especialistas
em memória propuseram um mecanismo
adicional: a interferencia. Na interferência, a
informaçao perturba a recordaçao de outra
informaçao armazenada na memória.
Esquecimento dependente de pistas
• Ocorre quando não há pistas de recuperação para reavivar uma
informação que está na memória (Tulving & Thompson, 1983). Por
exemplo, você pode não ser capaz de se lembrar onde deixou um molho
de chaves até refazer mentalmente seu percurso durante o dia, pensando
em cada lugar em que você foi. Quando você pensa no lugar onde perdeu
as chaves – vamos dizer, a biblioteca –, a pista de recuperação da
biblioteca pode ser suficiente para ajudá-lo a lembrar-se de que você
deixou-as na mesa da biblioteca. Sem a pista de recuperação, talvez você
não recordasse a localização das chaves.
Interferência proativa e retroativa:
o antes e o depois do esquecimento
• Na interferência proativa, a informação aprendida
anteriormente atrapalha a recuperação de um material
mais recente.
• Interferência retroativa quando material que foi
aprendido posteriormente atrapalha a recuperação de
uma informação que foi aprendida anteriormente.
• Ex.: A interferência retroativa pode explicar a falta de precisão das memórias de testemunhas oculares,
quando informações mais recentes sobre um crime obtidas de notícias de jornal podem perturbar a
memória inicial da observação do crime.
Interferência proativa e retroativa:
o antes e o depois do esquecimento
• Os conceitos de interferência proativa e retroativa ilustram como um
material pode ser esquecido, mas ainda não explicam se o esquecimento
é causado pela perda real ou modificação da informação ou por
problemas na recuperação da informação. A maior parte dos estudos
sugere que material aparentemente perdido por causa de interferência
pode em um momento posterior ser recuperado se estímulos apropriados
foram apresentados (Tulving & Psotka, 1971; Anderson, 1981), mas tal
questao ainda nao foi respondida de modo pleno.
Disfunções da memória
aflições do esquecimento
Doença de Alzheimer
Distúrbio cerebral que produz um declínio
gradual e irreversível nas habilidades
cognitivas. A doença de Alzheimer é a quarta
maior causa de morte em adultos nos Estados
Unidos, estimando-seque acometa 5 milhoes
de pessoas.
Doença de Alzheimer
• Atualmente estima-se haver cerca de 46,8 milhões de pessoas com demência no
mundo. Este número praticamente irá dobrar a cada 20 anos, chegando a 74,7
milhões em 2030 e a 131,5 milhões em 2050 segundo dados fornecidos pelo
Relatório de 2015 da Associação Internacional de Alzheimer (ADI).
• Segundo este relatório, estima-se que a cada 3,2 segundos, um novo caso de
demência é detectado no mundo e a previsão é de que em 2050, haverá um novo
caso a cada segundo.
• A Doença de Alzheimer é a causa mais frequente de demência.
Causas
• As causas da doença de Alzheimer não são plenamente compreendidas.
Evidencias crescentes sugerem que a doença de Alzheimer resulta de uma
suscetibilidade herdada a um defeito na produção da proteína beta-
amiloide, que é necessária para a manutenção das conexões das células
nervosas. Quando a síntese da proteína beta-amiloide entra em colapso,
formam-se grandes aglomerados de células, desencadeando inflamaçao e
deterioração dos neurônios no cerebra (Horínek, Varjassyová, & Hort,
2007; Selkoe, 2008; Hyman, 2011; ver também a Fig. 3 em A Neurociencia
em sua Vida).
Amnésia
• Nesse tipo, a perda de memória que ocorre sem outros déficits mentais. O tipo de amnésia
imortalizada em incontáveis filmes de Hollywood envolve uma vítima que sofre um golpe na cabeça
e não consegue mais lembrar nada de seu passado. Na realidade, a amnésia desse tipo, conhecida
como amnésia retrógrada, é bastante rara. Na amnésia retrógrada, perde-se a memória para
ocorrências antes de certo evento, mas não para novos eventos. Geralmente, as memórias perdidas
pouco a pouco reaparecem, embora a restauração plena possa levar vários anos. Em alguns casos,
algumas lembranças perdem-se para sempre. Contudo, mesmo nos quadros mais graves, a perda
de memória costuma ser seletiva. Por exemplo, embora pessoas que sofram de amnésia retrógrada
sejam incapazes de se lembrar de amigos e familiares, elas ainda podem ser capazes de jogar cartas
ou tricotar um suéter (Verfaellie & Keane, 2002; Bright, Buckman, & Fradera, 2006).
Amnésia
• Um segundo tipo de amnésia é exemplificado por pessoas que não
se lembram de nada de suas atividades cotidianas. Na amnésia
anterógrada, ocorre perda de memória para eventos que ocorrem
após uma lesão. A informação não pode ser transferida da memória
de curto prazo para a memória de longo prazo, resultando na
incapacidade de recordar qualquer dado que já não estivesse na
memória de longo prazo antes do acidente (Gilboa, Winocur, &
Rosenbaum, 2006).
• A amnésia também é uma consequência da síndrome
de Korsakoff, uma doença que aflige alcoolistas de
longo prazo. Embora muitas de suas habilidades
possam estar intactas, os acometidos pela síndrome de
Korsakoff apresentam uma diversidade estranha de
sintomas, incluindo alucinaçoes e tendencia a repetir a
mesma história diversas vezes (van Oort & Kessels,
2009).
• Uma habilidade assim pode inicialmente parecer invejável, mas, na verdade, é um
grande problema. A memória do homem tornou-se uma mistura de listas de
palavras, números e nomes; quando ele tentava relaxar, sua mente ficava repleta
de imagens. Até ler era difícil, pois toda palavra evocava uma inundação de
pensamentos do passado que interferiam em sua capacidade de compreender o
significado do que ele estava lendo. Em parte como uma conseqüência da
memória extraordinária do homem, o psicólogo A. R. Luria, que estudou o caso
dele, constatou que se tratava de uma “pessoa desorganizadanizada e meio
estúpida” (Luria, 1968, p. 65). Podemos ficar gratos, portanto, de que o
esquecimento desempenhe um papel em nossa vida.
Referências
Super Interessante (2019) Como nascem as memórias falsas - O cérebro pode gravar algo que nunca 
ocorreu como se fosse uma lembrança verdadeira. E isso pode trazer consequências nefastas. Disponível 
em https://super.abril.com.br/ciencia/como-nascem-as-memorias-falsas/
BBC - 'Somos todos racistas?': o teste de Harvard que promete revelar preconceito implícito. Disponível
em < https://www.bbc.com/portuguese/geral-40172331> 
Pelisoli, C., Dobke, V., Dell’Aglio, D. D (2014) Depoimento Especial: Para Além do Embate e pela Proteção 
das Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência Sexual. Trends in Psychology / Temas em Psicologia –
2014, Vol. 22, nº 1, 25-38 DOI: 10.9788/TP2014.1-03

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