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GESTÃO DE VENDAS AULA 3 Profa. Cecília Souto Maior 2 CONVERSA INICIAL Olá! Neste nosso terceiro encontro da disciplina de Gestão de Vendas, aprenderemos sobre como criar valor por meio das vendas para o cliente e o mercado. Desta forma, abordaremos nesta terceira Rota de Aprendizagem os seguintes temas: 1. Tarefas da equipe de vendas; 2. Papéis do gestor de equipes comerciais; 3. Como criar proposta de valor por meio da área comercial; 4. Atendimento ao cliente e pós-venda; 5. A importância da proposta comercial. O objetivo desta aula é compreender como a equipe de vendas e o gestor de vendas são fundamentais na criação de valor junto ao cliente e, por consequência, por melhores resultados da organização no mercado. Buscaremos ainda compreender como toda criação de valor passa pela percepção do cliente, que precisa notar qualidade em todas as etapas da venda. Discutiremos especialmente também o atendimento ao cliente, pós-venda e o recebimento da proposta comercial. É por meio da percepção de valor que clientes e mercados diferenciam produtos e serviços. O ato de vender deve apresentar mais que os atributos de um produto/serviço. Para concretizar a compra, a venda deve fazer com que o consumidor possa identificar os aspectos que agregam valor à sua necessidade e assim a satisfaça. A criação de valor é um trabalho que exige preparação e dedicação. Tampouco é um trabalho solitário: apenas com uma equipe bem ajustada e orientada pelo gestor de vendas é que a percepção de valor chega ao consumidor. O contato com o potencial cliente é o momento crucial para criar oportunidades de relacionamento e a fidelização deste. A proposta comercial é o documento onde todo o esforço empreendido deve ser concretizado formalmente. Conhecer e dominar esses elementos são essenciais para uma gestão de vendas de sucesso. 3 CONTEXTUALIZAÇÃO Leia o case a seguir. Entrega de valor para o cliente: o case das coxinhas de galinha Sempre que passo por determinada rua, lá no “Centrão”, próximo ao Mercado Municipal, na feirinha da madrugada, provo da coxinha feita por uma das lanchonetes. Dou preferência à [sic] ela em detrimento dos carrinhos que vendem lanches no meio da rua, apesar destes [sic] cobrarem menos pela iguaria. Faço isso não só pelo fato de acreditar que estou comendo com mais higiene, mas porque a danada da coxinha que vendem lá é muito gostosa. Não sou eu a única a pensar dessa forma. Toda vez que entro nessa lanchonete, tenho que disputar lugar com outras pessoas, pois o estabelecimento fica lotado a maior parte do tempo. Sempre me questiono o porquê, já que o que lá é vendido não é barato, comparado com [sic] os vendedores ambulantes e às outras lanchonetes ao redor. Qual o motivo do sucesso? O valor que é entregue ao cliente e que é perfeitamente absorvido por ele, que passa a dar preferência ao local. A correta entrega de valor para o cliente é uma prática das empresas que se destacam dentre a concorrência. Num ramo disputado como o do fast-food, criar e entregar valor ao cliente é tarefa difícil, haja vista que ele geralmente procura praticidade. No entanto, não é impossível, fato comprovado por essa lanchonete. Os sanduíches e sucos são preparados com muita rapidez, e a coxinha sempre está quentinha. Mesmo lotada, nunca demoro para ser atendida, e consigo perceber o papel de cada um da equipe, e também o cuidado deles em manter tudo funcionando. Local limpo, comida de qualidade, ambiente aconchegante, preços expostos de maneira organizada e diversas formas de pagamento (até mesmo para uma lanchonete da madrugada). Até o chefe chama atenção, é comum, em dias de superlotação, escutar palavras de incentivo dele, e também vê-lo colocando a mão na massa. Por tudo isso o frequentador desse estabelecimento paga mais do que pagaria em outro lugar na mesma rua, mas de lá não arreda o pé! A entrega de valor está no produto diferenciado e no bom atendimento. Agindo da maneira certa, nós clientes conseguimos perceber o valor que a lanchonete se propõe a entregar. A empresa tem os requisitos para convencer seu cliente a pagar mais, fornecendo o que ele procura, satisfazendo sua necessidade. Assim não precisa entrar na guerra voraz de preços baixos, onde só sobrevivem os grandes, que podem ganhar por quantidade de produtos vendidos. E mesmo quem baixa constantemente seus preços uma hora acaba sendo obrigado a subir, e, quando faz isso, logo é abandonado pelo cliente. Nas empresas que fazem com que o consumidor perceba e aprove o valor entregue pelos produtos, o aumento dos preços ao longo do tempo é recebido com tranquilidade. O cliente sabe que a qualidade do produto e do atendimento é prioridade. Estudar as melhores formas de entregar valor ao cliente é uma maneira dos pequenos enfrentarem os grandes e dos melhores aparecerem entre a concorrência. Aumentam-se as chances de sobrevivência no mercado e consegue-se crescer com consistência. De quebra, oferecendo bons produtos para a população, como uma deliciosa coxinha de galinha. (Adaptado de Michele Hemkemaier, Cases, Portal Administradores. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/producao-academica/entrega-de-valor-para-o-cliente-o- case-das-coxinhas-de-galinha/5002/>). Depois de ler o caso das Coxinhas, reflita sobre que aspectos apresentados no texto são indícios de criação de valor no mercado em que essa lanchonete está inserida. Sempre há como entregar valor ao cliente? 4 TEMA 1 – TAREFAS DA EQUIPE DE VENDAS Como já falamos, uma equipe de vendas é como um time de futebol: ela é composta de vendedores agrupados com um objetivo comum. Os vendedores precisam cooperar uns com os outros, e o trabalho não é só no campo: há uma série de tarefas que estão na rotina desta equipe. Para muitos, a equipe de vendas é a força de vendas diretas. Segundo Zoltners et al. (2004), é o grupo de pessoas que mais se dá autonomia dentro da empresa. É preciso ter muita confiança nessa força, pois ela representa a empresa publicamente e cuida do maior patrimônio que qualquer organização pode ter, que são os clientes. Há ainda a força de vendas indireta, composta pelos representantes, distribuidores e varejistas, e parceiros com valor agregado. O alcance das metas é o objetivo central do trabalho da equipe de vendas. Todos devem ter o foco nas metas e realizar suas atividades com o objetivo de atingi-las. Quando pensamos em tarefas de uma equipe de vendas, ou de um vendedor, o que vem à nossa cabeça é a função exclusiva de vender produtos ou serviços. Assim, todos os vendedores possuem tarefas básicas: ● Alcançar quotas de vendas; ● Manter contatos regulares com os clientes da empresa; ● Realizar sondagens constantes para vender; ● Divulgar a aplicação dos produtos da empresa de maneira eficaz; ● Preparar propostas e cotações para os produtos da empresa; No entanto, a verdadeira tarefa da equipe de vendas é satisfazer a necessidade do cliente. Para isso, é preciso saber investigar que necessidade são essas, para poder fornecer informações adaptadas às necessidades do seu mercado de atuação. Na primeira Rota de Aprendizagem aprendemos que a venda possui quatro fases (prospecção, abordagem, identificação de necessidades e pós-vendas) e na segunda estudamos como determinar o número ótimo de vendedores de uma equipe de vendas. Os vendedores participam de todas as fases da venda, mas o envolvimento e as atribuições podem variar de empresa para empresa (GOBE et al., 2000). Assim, para que as tarefas da equipe de vendas estejam alinhadas com a empresa, o planejamento é fundamental. 5 Imagine que você é um cliente que precisa de um serviço ou produto, e procura uma empresa para solucionar seu problema. Para você, o que o vendedor representa?O vendedor é o vínculo pessoal entre os clientes e a empresa: com ele é que o contato com a empresa se torna humanizado, e por isso este precisa representar fielmente a empresa, pois a equipe de venda deve ser como um espelho da organização. É neste sentido que o planejamento vai garantir que a equipe trabalhe com unidade, como um time. Para isso, é preciso que a equipe de vendas tenha seus objetivos claros para que possa exercer suas atividades. Os objetivos da equipe de vendas especificam o que os vendedores devem de fato fazer, que informações precisam absorver e que esforços se espera deles. Lembra-se de que falamos sobre objetivos na primeira aula? Estes objetivos determinarão os conhecimentos, habilidades, atitudes e nível de especialização da equipe. O papel de um vendedor não se limita apenas à venda, mas também a auxiliar o cliente na escolha, ajudando na tomada de decisão correta, além de diversas tarefa importantes para o exercício de sua atividade. Afinal, o trabalho começa bem antes do contato direto com o cliente. Um vendedor não trabalha sozinho, e em equipe é preciso ainda mais organização para que o resultado do trabalho seja potencializado. A equipe de vendas é responsável por diversas tarefas específicas. Conheça-as a seguir. Relacionamento e comunicação A principal tarefa da equipe de vendas é manter um bom relacionamento e comunicação entre si, com os outros setores e com os clientes. Estes são termos chave quando falamos em equipes e vendas. Para isso, pode-se utilizar ferramentas estratégicas de gestão, como o CRM (Consumer Relationship Management) um dos temas da nossa última Rota de Aprendizagem. A boa comunicação para evitar confrontos aumenta a produtividade da equipe. O relacionamento contribui para a troca de informações sobre os clientes e processos de vendas em andamento. 6 Informações técnicas sobre produtos É preciso conhecer o produto/serviço vendido e o mercado em que este se encontra. Por exemplo, vendedores de lojas de roupas devem conhecer sobre moda, tecidos e modelagens. Vendedores de eletrônicos, devem ter domínio sobre as características e desempenho dos produtos oferecidos, seus concorrentes e saber realizar trade-offs de forma a contribuir no processo de decisão do cliente. Apoio e organização A equipe de vendas é responsável pela organização da loja, prateleiras, vitrines, reposição de produtos etc. É preciso também estar atento a qualquer necessidade de manutenção e melhoria, e levar essa demanda para o gestor sempre que identificada. Além disso, faz parte das tarefas da equipe de vendas ajudar na manutenção e organização do estoque. Coleta de informação A equipe de vendas precisa estar preparada para buscar informações sobre o mercado. Esta tarefa pode ser realizada de várias formas, como fazer perguntas aos clientes, pesquisar a concorrência e estudar o mercado em que está inserido em livros, revistas. Participação de reuniões As reuniões são um espaço para troca de ideias e fazer avaliações. Elas servem para expor e compreender dificuldades, diminuir conflitos e unir as expectativas da equipe às da empresa. Toda equipe deve participar atentamente das reuniões, e com base no que for discutido nelas, evita-se retrabalho e contradição em atendimentos. As reuniões são fundamentais também para organizar a agenda da equipe. Assim, os processos de venda em andamento podem ser concluídos com mais assertividade, e se pode discutir sobre a prospecção, abordagem e estratégias de relacionamento e fidelização com clientes. Rotinas e otimização do tempo Como vimos na primeira aula, a disciplina é uma importante competência do consumidor. Dentro da equipe não é diferente, no entanto, ao trabalhar com 7 outros profissionais, as rotinas se fazem ainda mais necessárias para otimizar o tempo e para que o trabalho não pare sempre que houver algum desfalque no time, além de evitar conflitos de tarefas e agendas. Com as rotinas é possível definir quanto tempo se espera que cada vendedor leve para concluir cada tarefa e desta forma, o time de vendas consiga realizar todos os seus afazeres no tempo determinado. No jogo das vendas, não há prorrogação. É preciso ter o horário e o tempo de duração definido para cada tarefa para garantir que todas as engrenagens funcionem e o que cliente tenha sempre a atenção e cuidado de que precisa. Preenchimento de relatórios e formulários Equipes de vendas devem ter formulários de atividades diárias individuais que não devem se restringir apenas ao número de vendas. Deve-se ter bastante atenção e incluir outras informações a serem definidas com o gestor de vendas, como o tempo utilizado para realizar as tarefas, a quantidade de contatos realizados, abordagens realizadas e observações. Estas podem conter questões que possam ser discutidas e melhoradas em grupo para que se possa tratar delas nas reuniões da equipe. Foco no resultado e na execução das tarefas As equipes de vendas têm tarefas adequadas aos seus objetivos, e a estruturação e planejamento destas tarefas variam conforme a empresa, o mercado e o contexto. Assim, é muito importante que as equipes de vendas estejam atentas às suas tarefas e reconheçam que elas são o caminho para atingir as metas. Como estratégias e estruturas variam, há, por exemplo, equipes em que as fases da venda são realizadas por subequipes diferentes (times). Ou seja, um time se dedica apenas em iniciar um contato com o cliente, outro a apresentar os produtos ou serviços; um terceiro é responsável por prospectar clientes para testar produto/serviço. O importante é que a equipe tenha conhecimento claro de suas tarefas e as execute. Boas práticas e priorização de tarefas Uma equipe de vendas deve ter claras suas prioridades para que, em momento de tensão, saiba que tarefas centrais devem ser garantidas, como o 8 atendimento ao cliente, o fechamento de propostas e o atendimento pós-venda. É também preciso frisar que incluir na rotina ferramentas e critérios que garantam as boas práticas no exercício das tarefas é fundamental. Evitar distrações, manter a postura e aparência adequadas, cordialidade, atenção, respeito às diferenças e aos direitos fundamentais são essenciais a qualquer equipe de vendas. Sugestão Assista ao filme Os Estagiários (The Internship, Fox Film, 2013). Billy e Nick são grandes amigos e trabalham juntos como vendedores de relógios e ficam desempregados. Com problemas financeiros, eles se inscrevem no programa de estágio no Google. O filme aborda as dificuldades entre gerações e como o conhecimento de profissionais de diferentes faixas etárias podem gerar grande retorno à empresa. Como pudemos perceber, embora existam tarefas e rotinas da equipe de vendas, elas podem variar de empresa para empresa. Estas tarefas precisam estar alinhadas aos objetivos de vendas e o que se espera desta equipe de vendas em específico. Por tais razões, o gestor de vendas exerce papel fundamental em definir, planejar, controlar e alterar essas atividades. Um gerente de vendas é uma peça chave na equipe de vendas. No próximo tema vamos conhecer um pouco mais sobre ele. TEMA 2 – PAPÉIS DO GESTOR DE EQUIPES COMERCIAIS Para o gerente de vendas o mundo é um laboratório em constante observação. Todas as suas relações no trabalho, em restaurantes, com sua família e amigos podem vir a ser um campo de estudo para entender necessidades e identificar oportunidades. Ele é ainda o líder da equipe, o técnico do time. Por estes motivos, inclusive, é comum que gerentes de vendas sejam conhecido pelo seu nome e o nome da empresa, como “o(a) fulano(a) da XYZ”. 9 Como já vimos, a equipe de vendas é parte principal da engrenagem de vendas: o sucesso das vendas depende da capacidade desse grupo. Assim, o gerente de vendastem um papel fundamental de manter a organização para garantir equipes de alto desempenho. Segundo Gobe et al. (2000), a gestão da equipe de vendas é função do gerente de vendas, também conhecido por gerente comercial. Este profissional é o responsável pelos resultados das vendas. Em geral, o gerente de vendas tem autonomia e está subordinado ao diretor-geral, diretor de marketing ou ao presidente da empresa. Assim, o gestor das equipes comerciais é o elo entre a força de vendas e a organização. Imagem 1: Papel do gerente de vendas Fonte: Zoltenrs et al. (2004) A maioria dos gerentes de vendas são vendedores que foram promovidos. Logo, eles conhecem as rotinas das equipes de vendas, assim como reconhece seu papel de garantir a satisfação do cliente (ZOLTNERS et al., 2004). Contudo, assumir o papel de gerente é um desafio, afinal, este profissional também representa os objetivos gerais da empresa. Conduzir essa situação exige técnica, dedicação e habilidades únicas, visto que, em resumo, o gerente coordena atividades de modo a atender três interessados, o cliente, o vendedor e a empresa. Neste sentido, ele exerce três papéis fundamentais: o de planejador, o de administrador e o de desenvolvedor de sua equipe, além de um 10 líder para elas. Ao executar estas atividades o gestor consegue contemplar as necessidades de sua função, que envolvem: ● Relacionar todas as atividades de vendas; ● Garantir assistência ao cliente; ● Promover a prospecção de novos clientes; ● Pesquisa de mercado; ● Programação dos produtos; ● Controle de estoque; ● Definição de preços; ● Planejamento de lucros; ● Treinamento; ● Controle de crédito; ● Relacionamento com os clientes. É durante o planejamento que o gerente de vendas define os objetivos da equipe de vendas e determina as prioridades de ação, propõe estratégias, estrutura a equipe de vendas, dimensiona o tamanho da equipe e define a remuneração (GOBE et al., 2000). Os principais objetivos a serem determinados são: buscar e identificar os mercados de atuação da área comercial; definir as ações para os clientes atuais e a prospecção de potenciais clientes; definir que informações sobre o produto/serviço são necessárias para contribuir com a satisfação do cliente; desenvolver as técnicas a serem utilizadas em todas as fases da venda; definir o formato, periodicidade e padrão de coleta de informações para avaliação das atividades; definir quais e como serão realizados os serviços complementares e a ações de fidelização do cliente. Com a definição dos objetivos de vendas adequados à realidade da empresa, o gestor desenvolve as estratégias para que os objetivos sejam alcançados. O ponto principal da definição da estratégia é o posicionamento no mercado. Após planejar o posicionamento de vendas da empresa, o foco do gestor passa a ser voltado ao produto em relação ao mercado no qual deseja realizar a venda. Neste ponto são avaliados os custos, a concorrência, as características dos possíveis clientes, e o retorno esperado com as vendas. Com base nestas decisões são definidas todas as outras atividades do planejamento, já que depois de avaliar o mercado, o gestor de vendas poderá dimensionar sua força de vendas. 11 Este dimensionamento irá definir a melhor abordagem que a equipe de vendas irá escolher, assunto que iremos ver na próxima rota de aprendizagem. O próximo passo do gerente de vendas é motivar sua equipe. Como já vimos, uma das melhores formas de motivação é a financeira, sendo assim, os planos de remuneração devem ser estipulados com prêmios para cumprimento de metas. Realizado o planejamento, o gerente comercial irá focar seus esforços para administrar a equipe de vendas. A administração da equipe de vendas envolve as atividades de recrutar e selecionar equipes, prover exemplos diários de liderança, motivar equipes e avaliar desempenhos, ou seja, a administração da equipe envolve as decisões e atitudes realizadas todos os dias. É na administração que ocorrem a manutenção da qualidade da equipe e de suas tarefas. Para isso, Zoltners et al. (2004), destaca que é preciso: ● Aperfeiçoar as habilidades, os conhecimentos e qualificações da equipe; ● Redefinir a descrição dos cargos, quando for necessário; ● Selecionar os melhores candidatos em um processo seletivo; ● Recompensar a equipe adequadamente. Um importante espaço de administração da equipe de vendas é a reunião. O gestor tem o papel de solicitar e programar as reuniões. Há três razões principais para realização de reuniões: transmitir e trocar informações, realizar treinamento e solucionar problemas. Trocar informações e solucionar problemas em reuniões periódicas é importante porque todos participam de uma única vez. É claro que problemas acontecem todos os dias e às vezes eles não podem esperar reuniões. Porém, nestes momentos, um vendedor pode, por exemplo, apresentar um problema e, junto aos colegas e ao gestor, solucioná-lo. Já as reuniões de treinamento devem ser agendadas com antecedência. Dentre os mais importantes papéis do gestor de equipes comerciais, está a liderança. Ela faz parte das atividades de administração da equipe de vendas e seu estilo de liderança também será definidor da forma pela qual ele gerencia o desenvolvimento de sua equipe. A liderança é uma forma de dominação baseada no prestígio pessoal e aceita pelos dirigidos e, segundo Las Casas (2009), possui três estilos: liderança autocrática, liderança democrática e liderança livre. 12 O estilo autocrático se define pela imposição de ordens do gestor aos subordinados, centralizando todas as decisões. Este estilo não é recomendado quando a equipe é experiente, de alto nível ou muito unida, pois pode causar rejeição da parte dos profissionais mais gabaritados. Por outro lado, é um estilo que pode ser útil no caso de equipes inexperientes ou em algum momento de turbulência na empresa e que demande de “pulso firme” por parte do gestor. No estilo democrático, o gestor passa a mandar menos e a orientar mais seu grupo a buscar as próprias soluções. Neste caso, o gestor pode se transformar em um coordenador, interferindo pouco nas decisões da equipe. O estilo democrático é mais adequado quando a força de vendas possui nível elevado, porém, pode ser difícil coordenar uma equipe muito numerosa utilizando esta forma. O terceiro estilo é a liderança livre, em que a equipe de vendas possui liberdade total de decisões. Neste caso, o gestor interfere muito pouco no andamento dos negócios. Este estilo é adequado quando a força de vendas possui é de alto nível e domina o ramo de negócios e o mercado. Entretanto, qual é o estilo de liderança mais recomendado? Para responder a esta pergunta, o gestor deve analisar sua força de vendas, verificar o nível de habilidade e conhecimento de mercado de sua equipe. Quanto mais alto for o nível, mais liberdade ele poderá delegar ao grupo, buscando um ponto de equilíbrio entre os três estilos apresentados. Para desenvolver a equipe de vendas, o gestor deve ser um exemplo em todos os sentidos, e buscar aprimorar a si e ao seu time. O gerente de vendas precisa ser o melhor vendedor da equipe. Além disso, é necessário conhecer cada vendedor de perto: saber quais suas habilidades e incentivar o seu desenvolvimento, e buscar treinamento, qualificação formal e informal de cada membro da equipe. O gestor também deve identificar tendências e manter a equipe informada, além de promover treinamentos para toda a equipe. O gerente deve estimular também o bom relacionamento entre os profissionais de sua equipe. Sempre com foco em encantar o cliente e atender às suas necessidades por meio da venda do produto. Afinal este é o sentido da existência do gestor e de toda equipe. Assim, podemos dizer que o gerente de vendas é o piloto da área comercial,que, para garantir o sucesso do voo precisa de uma série de instrumentos de controle que o permitirão verificar o cumprimento das metas, 13 identificar se a rota deverá ser mantida por causa do tempo bom, ou se haverá mudanças por causa de alguma tempestade imprevista. Os pilares do sucesso para se atingir a meta, sendo um piloto de avião ou um gerente comercial, são os mesmos, ou seja, um bom planejamento. Vídeo “CEO da Cielo diz como cobrar resultados sem esgotar equipe”, da Revista Exame, 2012. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/videos/mais- videos/ceo-da-cielo-diz-como-cobrar-resultados-sem-esgotar-equipe/>. TEMA 3 – COMO CRIAR PROPOSTA DE VALOR POR MEIO DA ÁREA COMERCIAL Valor, para o cliente, é a combinação correta de qualidade, serviço e preço (KOTLER, 2003). Tradicionalmente, o valor do produto/serviço percebido pelo consumidor é o resultado da avaliação em que este pondera os pontos positivos decorrentes da qualidade percebida (atributos intrínsecos e extrínsecos) e os pontos negativos do sacrifício percebido (custo monetário e custo não monetário). Quanto maior a qualidade percebida e menor o custo percebido, maior o valor que será percebido pelo consumidor (COBRA, 2009). A percepção de qualidade diz respeito à superioridade do produto/serviço e é relativa, porque é comparada com a concorrência ou com padrões pessoais de excelência. A avaliação de qualidade do consumidor é composta por produto principal, produtos suplementares e os atributos simbólicos e experimentais (FERREL; HARTLINE, 2009). O produto principal é a razão de ser e o que justifica a existência dos demais elementos da qualidade; é a sua oferta que oferece os benefícios que o consumidor espera; os produtos suplementares são bens e serviços que agregam valor ao produto principal e diferenciam este produto/serviço do que é oferecido pela concorrência; os atributos simbólicos e experimentais são diferenciais, como a imagem, o prestígio, a exclusividade e a marca. Todavia, se o valor percebido pelo cliente é decorrente de suas avaliações, como agregar valor por meio da área comercial? Essencialmente, a área comercial deve ser orientada para satisfazer o cliente, entregando uma proposta de valor, e fazer com que este se sinta à vontade, por meio de um sistema de entrega de valor, ambos competitivos e superiores em relação ao mercado. 14 Valor para o mercado é o quanto a atuação da empresa é uma vantagem competitiva. Para a área comercial, oferecer uma proposta de valor para o cliente é o diferencial que determina a sua vantagem competitiva no mercado (COBRA, 2009). Segundo Kotler (2003), há diversas formas de adicionar valor, contudo é preciso saber identificar o que é um custo que agrega valor ou não. É preciso identificar a disposição do cliente e tomar decisões com base em informações concretas. Em outras palavras, é preciso identificar o que é fundamental para o cliente e o que pode aumentar a percepção de valor. Para isso, deve-se levantar informações com cada cliente e conseguir captar o que é importante para ele dentre os atributos que a empresa dispõe, e assim apresentar para ele a proposta de forma a valorizar os benefícios que a diferenciam e os custos que agregam valor. Em caso de conhecer os clientes, a área comercial deve refletir e definir sobre as seguintes questões que nortearão o desenvolvimento da proposta de valor: ● Esse produto entrega que valor ao cliente? ● Qual problema ele ajuda a resolver? ● Quais são os produtos principal, suplementar e atributos simbólicos e experimentais que oferecemos para cada tipo de cliente? ● Como nos diferenciamos da concorrência? Uma outra alternativa, mais planejada, é fazer pesquisas para identificação de valor. Por exemplo (adaptado de KOTLER, 2003): um restaurante pode oferecer suco de frutas junto ao almoço executivo. O custo deste serviço fará com que o valor do almoço fique mais caro em R$ 2,00. Antes de fazer isso, o restaurante poderia fazer uma pesquisa com seus clientes para saber se eles estão dispostos a pagar este valor a mais pelo suco. Se a resposta for não, este é um custo que não agrega valor. Por outro lado, se oferecer sobremesa por R$ 2,00 e os clientes, na pesquisa, indicarem que estavam dispostos a pagar R$ 3,00, este será um custo que aumenta a percepção de valor agregado. Assim, a proposta de valor deve apresentar para o cliente o valor da compra e o valor do uso do produto/serviço. Por exemplo, quando compramos um carro, esperamos mais que o produto automóvel; esperamos manutenção, reparos, garantia, revisão, disponibilidade de peças e atendimento de qualidade. Ainda, para alguns consumidores, o preço é determinante do valor. Para outros, 15 são os atributos extrínsecos, como a durabilidade; há ainda aqueles que valorizam atributos intrínsecos, como o que o status que a marca deste produto representa. É preciso encantar o cliente, e nos mercados atuais, esse é um desafio. A proposta de valor então é promessa do que será entregue ao cliente. Este é o momento de encantamento com que a área de vendas apresenta o porquê para a compra ser realizada. Assim, a proposta de valor precisa: ● Apresentar o produto/serviço como solução que satisfaz as necessidades do cliente; ● Demonstrar os benefícios do produto/serviço de maneira clara; ● Apresentar os aspectos de qualidade que diferenciam o produto/serviço; ● Vender a confiança que a empresa tem, apresentando expertise no mercado e relatos reais de outros clientes que já utilizam os produtos. Embora possamos fornecer técnicas, ratificamos que é sempre necessário estar atento ao consumidor e aos consumidores que já são clientes. Eles são o início do percurso para construir todas as estratégias de agregar e manter valor; conhecê-los é o caminho para satisfazê-los. TEMA 4 – ATENDIMENTO AO CLIENTE E PÓS-VENDA Como vimos, a percepção de valor é decorrente do saldo positivo entre a percepção de qualidade e o sacrifício percebidos (COBRA, 2009). Assim, oferecer valor aos clientes é vital para a sobrevivência em mercados competitivos. A melhor forma de fazer isso é por meio do relacionamento com os clientes. Neste sentido, duas etapas são essenciais para estabelecer e manter um relacionamento saudável e promissor: o atendimento ao cliente e os serviços pós-venda. Estas são etapas fundamentais para a fidelização. Como já discutimos, manter clientes é mais barato que encontrar novos. Por outro lado, encantá-los no momento do atendimento e mantê-los satisfeitos é um desafio. Fornecer qualidade superior à concorrência diariamente é uma tarefa muito difícil (FERREL; HARTLINE, 2009). Nos mercados de hoje, a qualidade dos produtos está, de certa forma, estável. Os consumidores têm expectativas elevadas e os atributos tangíveis de diferenciação são pouco perceptíveis. Desta forma, o atendimento ao cliente é o momento do contato pessoal, no qual o 16 cliente expõe sua necessidade e o vendedor pode investigar e identificar o quê e como oferecer valor. Para atender bem ao cliente, o vendedor deve ser reconhecido como um verdadeiro consultor de negócios e de oportunidades de mercado (GOBE et al., 2000). O sucesso no atendimento depende de uma comunicação clara e objetiva, que é a junção das habilidades expressivas e das habilidades receptivas, somada às habilidades de comunicação não verbal. Assim, podemos citar algumas dicas que ajudam a garantir um bom atendimento: Ouvir bastante e falar apenas o necessário; Usar um tom de voz agradável e com entusiasmo; Ter boa dicção e falar pausadamente; Sempre perguntar para o cliente se ele entendeu o que foi dito e também pedir a este para repetir caso não se tenha entendido o que ele falou; Manter uma postura adequada, e não se apoiar em móveis; Olhar nos olhos do cliente; Nãotocar as pessoas. No pós-venda, não é diferente. O objetivo é garantir, potencializar e gerar satisfação, além de ser um dos principais serviços de fidelização de clientes. É uma atividade essencial à criação de valor, tanto por este ser um espaço potencial para diferenciação, quanto porque é um excelente momento para se adquirir informações sobre a satisfação do cliente e novas necessidades. Contudo, para que o pós-venda não tenha efeito reverso, ou seja, ao invés de aproximar o cliente da empresa, destruir a imagem que ele tem dela, é preciso ter cuidado. Os vendedores precisam estar muito bem capacitados para realizar esta tarefa. Afinal, quantos de nós já atendemos ligações de pós-venda e ficamos irritados por sermos importunados? Esta é uma realidade a qual os profissionais de pós-venda encontram, e precisam estar preparados para transformar suas atividades em oportunidades. O pós-venda é parte crucial do relacionamento com clientes. Segundo Gobe (2000), atividades básicas do pós- venda incluem: ● O acompanhamento e a utilização do produto; ● Atendimento de pós-venda ao cliente; ● Fornecimento de peças de reposição e manutenção, serviços complementares, manual de instruções e garantia; 17 ● Garantir a troca rápida; ● Realizar o acompanhamento da cobrança. É fundamental manter contato com o cliente por meio do pós-venda, pois este momento tem grande potencial de ser a pré-venda do próximo negócio. Afinal, esse é um cliente que, se estiver satisfeito, está mais aberto a recebê-lo, pois já existe um relacionamento. O vendedor já conhece o cliente e sabe o que pode oferecer para atender às suas possíveis necessidades. Por meio do pós- venda pode-se vender um novo serviço, aumentar o ticket-médio, vender mais produtos (crosselling), produtos suplementares e produtos com mais valor agregado (upselling). O melhor resultado que um pós-venda pode ter é fazer com que o cliente se torne alguém que recomende o produto/serviço para outras pessoas, tornando-se um promotor de sua empresa. Contudo, para atingir esse objetivo é preciso disciplina e atividades de rotina de contato com o cliente, adequadas ao seu perfil e, sempre que possível, solicite indicação de outros possíveis clientes. Uma outra forma de criação de valor por meio das vendas, é o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC). O SAC é uma etapa crucial do pós-venda: diz respeito ao atendimento nesta etapa, e deve prestar serviços ao cliente de maneira efetiva e com informações corretas. Afinal, se o cliente ligou, ele está com uma necessidade que precisa ser resolvida. Segundo Neto (2006), algumas observações devem ser feitas ao prestar o serviço de atendimento ao cliente. Podemos traduzi-las em cinco aspectos que devem ser analisados: a pré-opinião do cliente em relação à empresa; a função do SAC; o posicionamento do atendente; a tecnologia utilizada, e; o arranjo físico que este atendimento possui. A pré-opinião do cliente em relação à empresa diz respeito a o quanto este está com uma atitude favorável ou não no momento em que entra em contato com a organização. Esta atitude é decorrente de informações que o cliente recolheu por outros meios, como amigos, imprensa e na internet. Caso ela seja favorável, pequenas falhas no atendimento serão perdoadas. Uma atitude desfavorável, por outro lado, potencializará a gravidade do problema e a insatisfação, assim, qualquer deslize do atendimento pode ser catastrófico. Para contornar essa situação, é preciso que o profissional de atendimento esteja preparado para compreender as necessidades do cliente e oferecer alternativas para satisfazê-lo. 18 Assim, é preciso também que esteja determinada com clareza qual será a função do SAC. Ele é um canal de resolução de problemas, em que há autonomia para tomada de decisões e ações, ou será um SAC normativo, em que o profissional orienta o cliente sobre os procedimentos necessários para solução do problema? Por exemplo, o cliente comprou um computador e não está conseguindo acessar a internet. Um SAC orientado para solução de problemas terá autonomia e capacidade técnica de fazer perguntas e orientar o cliente no passo a passo de checagem de possíveis problemas a fim de identificá-lo e resolvê-lo de imediato. Um SAC normativo, por sua vez, orientará o cliente sobre o termo de garantia, os serviços de assistência técnica mais próximos e que serviços podem ser prestados por conveniados. O posicionamento do atendente diz respeito ao perfil e descrição de funções e atribuições profissionais de quem realiza o atendimento. Alguns SACs utilizam mão de obra pouco qualificada em que o posicionamento do atendente é responder ao cliente por meio de um script pré-formatado. Outros SACs têm profissionais mais especializados, com conhecimento profundo do serviço/produto. A tecnologia utilizada está relacionada às possibilidades disponibilizadas pelos softwares e aplicativos de atendimento. Com o uso da tecnologia o atendimento pode ser personalizado às necessidades do cliente, realizar monitoramento do tempo de espera, dirigir o atendimento para o profissional específico e desta forma potencializar a satisfação do cliente. O arranjo físico e a estrutura que este atendimento possui reflete a importância que ele tem na empresa. O ambiente do serviço de atendimento ao cliente deve estar preparado para atender o cliente com agilidade e qualidade. Saiba mais Leia o artigo “Como continuar vendendo após a Black Friday”, publicado pela Revista Exame. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/negocios/dino/como-continuar-vendendo-depois- da-black-friday-shtml/>. TEMA 5 – A IMPORTÂNCIA DA PROPOSTA COMERCIAL Dentre as fases da venda, o envio da proposta comercial é um momento chave para a concretização do negócio. Isto porque a proposta comercial é o 19 instrumento pelo qual o cliente terá acesso a todas as informações sobre o produto/serviço que pretende adquirir. O objetivo da proposta é unir a necessidade do cliente, que foi identificada pelo vendedor, à solução apresentada pela empresa, que deve ser a melhor alternativa. Assim, propostas padrão muitas vezes atrapalham a venda. Propostas comerciais devem ser personalizadas às necessidades do cliente, pois cada cliente é único, e é por meio dela que a decisão pela contratação é oficializada. Ao elaborar uma proposta comercial, é preciso ter clareza que o seu potencial cliente (prospect) está em contato com outros fornecedores. Assim, o momento de entrega da proposta deve ser bem pensado para que o encanto e relacionamento que está em construção seja formalizado. Não importa se o vendedor compreende que a compra já está ganha: no momento em que o cliente tem a proposta em mãos, ele coloca todos os aspectos da decisão de compra na balança novamente a fim de verificar que a expectativa corresponde ao realizado. É preciso elaborar uma proposta que atenda às expectativas do cliente. A proposta comercial deve ser um documento ordenado, organizado que transmita seriedade e confiança. Assim, é preciso que exista um modelo, com papel timbrado e itens essenciais, como: Nome da empresa contratada e do contratante; Uma breve descrição da história da empresa; As soluções que ela oferece, apresentando resultados já obtidos por clientes de perfil semelhante; Objetivo da proposta, em que fica claro a solução que está sendo oferecida para o problema identificado; Nome e contato do vendedor responsável; Descrição do produto/serviço, com suas funcionalidades e benefícios; Informações sobre quantidade unitária e quantidade total; Prazo ou cronograma de entregas; Valor e forma de pagamento expostos de maneira curta e objetiva; Regras e outras condições; Call to Action (CTA). Por exemplo, “Conheça a prévia da nova coleção em nosso site”. 20 A propostacomercial não pode conter nenhum erro, nem pode gerar qualquer dúvida. Sua apresentação, assim como a do vendedor, deve ser impecável. Por estes motivos, o vendedor deve reservar, em sua rotina, tempo para elaborar este material. Ao elaborar uma proposta comercial, o vendedor deve refletir sobre o objetivo desta e sobre o cliente, a fim de identificar os motivos que ajudarão a concretizar a compra. Além disso, ele deverá revisá-la antes de entregá-la, tanto em aspectos objetivos da compra, como em relação a erros de digitação e de gramática. Podemos ainda destacar três práticas importantes: Propostas comerciais devem ser, sempre que possível, apresentadas presencialmente. O contato pessoal promove o sentimento de confiança, segurança e compromisso com a negociação; Propostas comerciais devem ser enviadas com rapidez; o cliente não gosta de esperar, e a primeira empresa que envia a proposta tem sempre mais vantagem por se tornar referência de comparação; Quanto maior o custo do produto/serviço, maior deve ser o detalhamento da proposta. É importante que ela tenha informações suficientes para o cliente não precisar entrar em contato com o vendedor novamente; Realizar follow up (“acompanhamento” do processo). É essencial ligar no dia seguinte, avaliar se o cliente viu o documento com o tempo necessário, averiguar se há dúvidas e, em caso de a proposta não ter sido apreciada, agendar o próximo contato; Respeitar o tempo do cliente; Remover possíveis objeções que o potencial cliente possa apresentar. Saiba mais Leia o artigo “Não seja um mala sem alça para os clientes”, de Renato Romeo, da Revista Exame. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/nao-seja- um-mala-sem-alca/>. TROCANDO IDEIAS Agora que você já estudou sobre temas importantes para a criação de valor para o cliente, e também sobre o papel do gestor de equipes de vendas, vamos refletir juntos: qual o estilo de liderança que você acredita que mais contribui para o alinhamento da equipe em torno dos resultados de satisfação do 21 cliente? Explique sua resposta com um exemplo prático e também faça contribuições nas opiniões de pelo menos dois colegas. NA PRÁTICA Leia o caso a seguir. Qualquer tipo de serviço é válido? Cafezinho Especial “O empresário Rogério Tegon, da Piqueri Auto Peças, em São Paulo (SP), acha interessante a ideia de agregar produtos ou serviços ao negócio principal. Ele acredita que a viabilidade disso depende muito de cada situação específica. ‘O consumidor hoje já está habituado a ir a um supermercado, por exemplo, e adquirir uma série de serviços com segurança, ao mesmo tempo em que faz suas compras. No nosso ramo, a colocação de um café seria um ótimo diferencial. Algo além do cafezinho de cortesia’, afirma Rogério. Ele argumenta que o café faz parte da cultura brasileira e ao mesmo dá ao cliente um momento de pausa enquanto ele espera a conclusão do pedido. ‘Estou pensando em colocar um serviço agregado na loja na reforma que tenho planejada. Acho muito importante a gente colocar à disposição do cliente alternativas paralelas aos produtos da loja’.” Adaptado do artigo “Serviços e produtos agregados”, por Paulo Carneiro. Revista Pelegrino, 2013. Disponível em: <http://www.pellegrino.com.br/node/44271>. Como Rogério pode avaliar se o café vai fazer com que seus consumidores tenham uma maior percepção de valor em relação a sua loja de autopeças? (A sugestão de resposta está na próxima página). 22 Sugestão de resposta Para Rogério chegar a essa resposta ele deve olhar para seus clientes. Ele precisa saber se o café será um custo que agrega valor ou não ao cliente. Assim, a primeira pergunta a se fazer é: Rogério conhece seu cliente o suficiente para tomar essa decisão? Ele tem informações suficientes para avaliar se o custo de implantação do café e a sua manutenção agrega valor ao seu serviço? Pelas informações que temos no texto, não. Rogério acredita que é uma boa oportunidade pela cultura do brasileiro e por acreditar que seu cliente gostará de ter uma alternativa para “passar o tempo” enquanto espera a conclusão do seu pedido. Assim, a melhor forma de Rogério tomar essa decisão com mais embasamento é primeiro fazer um levantamento de custos de implementação e manutenção do café, os serviços que serão oferecidos, e o preço. Em seguida, ele deverá realizar uma pesquisa com seus atuais clientes, verificando com eles o quanto eles estão dispostos a gastar pelos serviços disponíveis no café. Se o valor que eles estão dispostos a pagar for superior ao custo que ele levantou, este serviço agregará valor ao seu negócio. FINALIZANDO Nesta rota de aprendizagem discutimos as tarefas das equipes de vendas, entendendo que o trabalho em equipe é um grande segredo para atingir resultados. Para isso, a equipe tem tarefas básicas, tarefas específicas e objetivos. A equipe de vendas é como um time de futebol, e o gerente de vendas é o seu técnico. Ele é o elo entre o cliente, os vendedores e a empresa; assim, ao executar suas atividades de planejamento, administração e desenvolvimento, ele exerce seus papéis a fim de manter o cliente satisfeito, a equipe motivada e focada e a organização com bons resultados. Para satisfazer o cliente, é preciso entregar valor. Valor é a percepção resultado da avaliação dos aspectos positivos (qualidade) e negativos (custos) da escolha. Assim, a área comercial precisa conhecer o cliente e o produto/serviço com maestria para conseguir entregar ao comprador os benefícios do produto/serviço que aumentam sua percepção de qualidade e diminuem a de custo. O atendimento e o pós-venda são espaços de potencialização da satisfação, de construção de relacionamento e de fidelização, aspectos que também são essenciais para a maximização do valor de um produto/serviço. A proposta comercial, por sua vez, é o momento em que todos os aspectos são formalizados. É preciso estar atento porque este é um momento crítico e a proposta precisa estar perfeita e ser entregue da forma correta para concretizar a venda. 23 Por último, discutimos um caso prático no qual pudemos avaliar como um comerciante pode identificar se, ao oferecer um serviço a mais, agregará valor ao seu negócio. Agora que conhecemos mais sobre valor, discutiremos na próxima Rota de Aprendizagem o assunto “Abordagens de Mercado”. REFERÊNCIAS CARNEIRO, P. Serviços e produtos agregados. Revista Pelegrino, 06 mai. 2013. Disponível em: <http://www.pellegrino.com.br/node/44271>. Acesso em: 24 abr. 2017. COBRA, M. Administração de marketing no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. FERRELL, O. C.; HARTLINE, M. D. Estratégia de marketing. São Paulo: Cengage Learning, 2009. GOBE, A. C. et al. Administração de vendas. São Paulo: Saraiva, 2000. HEMKEMAIER, M. Entrega de valor para o cliente: O case das coxinhas de galinha. Comunidade ADM. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/producao-academica/entrega-de-valor- para-o-cliente-o-case-das-coxinhas-de-galinha/5002/>. Acesso em: 24 abr. 2017. KOTLER, P. Marketing insights from A to Z. New Jersey: John Wiley & Sons, 2003. LAS CASAS, A. L. Administração de vendas. Curitiba: Atlas, 2009. ZOLTNERS, A. A.; SINHA, P.; ZOLTNERS, G. A. Manual completo para acelerar o desempenho da força de vendas. São Paulo: Cultrix, 2004.
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