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1- Qual a importância de lavar bem as mãos? ↠ Remoção de sujidades; ↠ Prevenir e controlar a disseminação de infecções; ↠ As mãos são veículos de transmissão para os microrganismos; ↠ Tocar olhos, boca e nariz ao longo do dia – CONTATO COM MUCOSAS É PORTA ABERTA PARA A ENTRADA DE MICRORGANISMOS; ↠ As mãos dos profissionais de saúde já foram identificadas como fonte de surtos de infecção em serviços de saúde causados por várias bactérias Gram- negativas multirresistentes como Acinetobacter spp., Stenotrophomonas maltophilia e Klebsiella pneumoniae produtora de ESBL. ↠ De acordo com orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o ato de lavar as mãos corretamente impede o risco de transmissões cruzadas de microorganismos, entre eles, o coronavírus (Covid-19). ↠ “Quando realizada no momento certo e da maneira certa, pode salvar vidas.” 2- O que pode ser evitado? ↠ Contaminação cruzada; ↠ O contato com as doenças infecciosas; ↠ Infecções Relacionadas à Assistência à saúde (IRAS); 3- O que significa antissepsia? ↠ É o processo que visa reduzir ou inibir o crescimento de microrganismos na pele ou nas mucosas. Os produtos usados para fazer a antissepsia são chamados de antissépticos. (site do Hospital Oswaldo Cruz) O significado de assepsia é “ausência de germes, entre eles bactérias, vírus e outros microrganismos que podem causar doenças”. 4- Quais os principais produtos antissépticos, suas propriedades e características? ↠ Para prevenir a transmissão de microrganismos pelas mãos, três elementos são essenciais para essa prática: agente tópico com eficácia antimicrobiana; procedimento adequado ao utilizá-lo, com técnica adequada e no tempo preconizado; e adesão regular ao seu uso, nos momentos indicados (ROTTER, 1996). ↠ Segundo Larson (2004), o principal problema da higienização das mãos não é a falta de bons produtos, mas sim a negligência dessa prática. A autora sugere a aplicação da seguinte fórmula: impacto da higienização das mãos = eficácia x adesão. ↠ Produtos que podem ser utilizados para a higienização das mãos: o sabonete comum e os antissépticos (álcool, clorexidina, iodo/iodóforos e triclosan), considerando o modo de ação, a ação antimicrobiana e os problemas decorrentes do seu uso. SABONETE COMUM (SEM ASSOCIAÇÃO DE ANTI-SÉPTICO) ↠ O sabonete comum não contém agentes antimicrobianos ou os contém em baixas concentrações, funcionando apenas como conservantes. ↠ Favorecem a remoção de sujeira, de substâncias orgânicas e da microbiota transitória das mãos pela ação mecânica. ↠ A eficácia da higienização simples das mãos com água e sabonete, porém, depende da técnica utilizada e do tempo gasto durante o procedimento, que normalmente dura, em média, 8 a 20 segundos – sem contar o tempo necessário para se deslocar até a pia e retornar. O processo completo leva muito mais tempo, sendo estimado em 40 a 60 segundos. ↠ Um estudo revelou que a higienização simples das mãos, com água e sabonete comum, falhou em remover patógenos das mãos dos profissionais de saúde, ocorrendo a transmissão de bactéria Gram-negativa em 11 de 12 casos (EHRENKRANZ; ALFONSO, 1991). ↠ Também há relatos, na literatura, de risco de contaminação das mãos durante o procedimento de lavá- las. Um estudo revelou a contaminação por Pseudomonas aeruginosa, tendo como possível fonte a pia, quando a água contaminada desta espirrou nas mãos do profissional de saúde (KAMPF; KRAMER, 2004). ↠ Ocasionalmente, os sabonetes não associados a antissépticos podem se contaminar, causando colonização das mãos dos profissionais de saúde com bactérias Gram- negativas (SARTOR et al., 2000). O sabonete líquido torna- se passível de contaminação, ainda, caso o seu reservatório seja completado sem esvaziamento e limpeza prévia. @jumorbeck AGENTES ANTISSÉPTICOS ↠ Os agentes antissépticos utilizados para a higienização das mãos devem ter ação antimicrobiana imediata e efeito residual ou persistente. Não devem ser tóxicos, alergênicos ou irritantes para a pele. Recomenda-se que sejam agradáveis de utilizar, suaves e, ainda, custo- efetivos. ÁLCOOL ↠ Os álcoois apresentam rápida ação e excelente atividade bactericida e fungicida em relação a todos os agentes utilizados na higienização das mãos. ↠ O modo de ação predominante dos álcoois consiste na desnaturação e coagulação das proteínas. Outros mecanismos associados têm sido reportados, como a ruptura da integridade citoplasmática, a lise celular e a interferência no metabolismo celular. ↠ Soluções alcoólicas entre 60% e 80% são mais efetivas e concentrações mais altas são menos potentes, pois as proteínas não se desnaturam com facilidade na ausência de água. ↠ Em estudos relacionados às bactérias multirresistentes, os produtos alcoólicos foram mais efetivos na redução destes patógenos das mãos de profissionais de saúde do que a higienização das mãos com água e sabonete ↠ Ressalta-se que a eficácia de preparações alcoólicas para a higienização das mãos é afetada por vários fatores: tipo, concentração, tempo de contato, fricção e volume de álcool utilizado, e também se as mãos estavam molhadas no momento da aplicação do álcool. ↠ As formulações alcoólicas têm sido indicadas como produto de escolha para a higienização das mãos se não houver sujeira visível nestas, pois promovem a redução microbiana, requerem menos tempo para aplicação e causam menos irritação do que a higienização com água e sabonete associado ou não a antissépticos, além de facilitar a disponibilidade em qualquer área do serviço de saúde CLOREXIDINA ↠ A atividade antimicrobiana da clorexidina provavelmente é atribuída à ligação e subsequente ruptura da membrana citoplasmática, resultando em precipitação ou coagulação de proteínas e ácidos nucléicos. ↠ A atividade antimicrobiana imediata ocorre mais lentamente que a dos álcoois, sendo considerada de nível intermediário. ↠ Seu efeito residual, porém, pela forte afinidade com os tecidos, torna-o o melhor entre os antissépticos disponíveis. IODÓFOROS - PVPI (POLIVINILPIRROLIDONA IODO) ↠ O iodo é um antisséptico reconhecido pela sua efetividade desde 1821. Entretanto, devido às propriedades de causar irritação e manchar a pele, foi substituído por PVPI ou iodóforos nos anos 60. ↠ Iodóforos são moléculas complexas compostas de iodo e de um polímero carreador chamado polivinilpirrolidona. ↠ O iodóforo é rapidamente inativado em presença de matéria orgânica, como sangue e escarro, e sua atividade antimicrobiana também pode ser afetada pelo pH, temperatura. TRICLOSAN ↠ A ação antimicrobiana do triclosan ocorre por sua difusão na parede bacteriana, inibindo a síntese da membrana citoplasmática, ácido ribonucléico, lipídios e proteínas, resultando na inibição ou morte bacteriana. Qual o melhor produto para realizar a higienização das mãos? ↠ Depende de vários fatores, tais como: indicação, eficácia antimicrobiana, técnica utilizada, preferência e recursos disponíveis, entre outros. 5- Quais microrganismos que contaminam as mãos dos profissionais de saúde? ↠ Vírus, bactérias e fungos, particularmente leveduras, podem ser transmitidos pelas mãos dos profissionais de saúde. ↠Microrganismos patogênicos: Staphylococcus aureus, bacilos Gram-negativos ou leveduras. ↠ Deve-se ressaltar ainda que fungos (por exemplo, Candida spp.) e vírus (como, por exemplo, vírus das hepatites A, B e C; vírus da imunodeficiência humana - HIV; vírus respiratórios; vírus de transmissão fecal-oral, como o rotavírus; vírus do grupo herpes, como varicela, vírus Epstein-Barr e citomegalovírus) podem colonizar transitoriamente a pele, principalmente as polpas digitais, @jumorbeck após contato com pacientes ou superfícies inanimadas, podendo ser transmitidos ao hospedeiro suscetível. MICROBIOTA TRANSITÓRIA E MICROBIOTA RESIDENTEA microbiota transitória, que coloniza a camada superficial da pele, sobrevive por curto período de tempo e é passível de remoção pela higienização simples das mãos com água e sabonete, por meio de fricção mecânica. É frequentemente adquirida por profissionais de saúde durante contato direto com o paciente. Consiste de microrganismos não-patogênicos ou potencialmente patogênicos, tais como bactérias, fungos e vírus, que raramente se multiplicam na pele. No entanto, alguns deles podem provocar infecções relacionadas à assistência à saúde. A microbiota residente, que está aderida às camadas mais profundas da pele, é mais resistente à remoção apenas com água e sabonete. As bactérias que compõem esta microbiota são agentes menos prováveis de infecções veiculadas por contato. 6- Qual a técnica adequada para lavagem das mãos? ↠ A lavagem pode ser feita com água e sabonete ou preparação alcoólica. ↠ Segundo a OMS, a preparação alcoólica é a maneira mais eficaz, pois elimina a maioria dos micro-organismos (inclusive vírus), é concluído em curto período de tempo (20 a 30 s), apresenta boa tolerância na exposição com a pele e não há necessidade de qualquer infraestrutura especial. ↠ O sabonete e a preparação alcoólica não devem ser usados concomitantemente. ↠ Em ambiente ambulatorial utiliza-se a água e Sabão. Fora do ambiente ambulatorial recomenda-se a lavagem quando as mãos estiverem visivelmente sujas, quando há exposição à potenciais organismos formadores de esporos e depois de utilizar o banheiro. TÉCNICA DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS ➢ Palma das mãos; ➢ Palma contra o dorso; ➢ Palma das mãos com dedos entrelaçados; ➢ Dorso dos dedos de uma das mãos na palma da mão oposta; ➢ Friccionar em movimento circular o polegar com a auxílio da palma da mão oposta; ➢ Friccionar as polpas digitais; ➢ Esfregue o punho, utilizando movimento circular; O termo “lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos”, englobando a higienização simples, a higienização antisséptica, a fricção antisséptica e a antissepsia cirúrgica das mãos (CDC, 2002). Referências: Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do Paciente em Serviços de Saúde: Higienização das Mãos / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2009. 105p. Disponível em: https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/imprensa/noticias/ assepsia-e-antissepsia-entenda-a-diferenca-e-boas- praticas/ @jumorbeck
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