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1 Escola Secundária São Gabriel 12.ª Classe Aulas do dia 30.08.2021 Textos narrativos 1. Conclusão da leitura e interpretação do texto “ Mestre Finezas”, Questões deste 5-13. Categorias da Narrativa A narrativa é o tipo de texto que possibilita contar factos e acontecimentos, sejam eles verídicos ou fruto de imaginacão. Os textos, ou sequências textuais, que actualizam este protótipo caracterizam-se pela construção e cominicacão de uma acção ou de uma sequência de eventos, pelo que se ligam preferencialmente à ficção e mais imediatamente ao romance. A criação de um univerrso ficcional através da linguagesm é mesmo a essência da narrativa literária. Nesta manisfestação textual, os acontecimentos encadeiam-se de uma forma coerente e norteiam-se para um deselance, perfazendo três categorias da lógica tríadica das acções e que constituem o esquena narrativo: a situação inicial (momento estável com o qual se inicia uma narrativa), a complicação (ocorrência de um evento que coloca em causa essa estabilidade) e, finalmente, a resolução (que devolve o equilibrio à narrativa). Estas situações de harmonia e de quebra da mesma são em número variável, mas apontam normalmente para um resolução final. Muitos são os elementos que participam na construção de uma narrativa. Quando se conta uma história, existe sempre um narrador que discursas em torno das personagens que se envolvelvem numa determinada acção, que, por sua vez, se encontra delimitado num espaco e ocorrre num certo tempo. Todos estes componentes constituem as várias categoria da narrativa, que serão em seguida o objecto do nosso estudo. Mas esta tipologia textual, como vimos na décima primeira, nas se esgota na literatura ficcional. Se é verdade que, tradicionalmente, se associa mais esta tipologia aos subgénros do conto, novela e do romance, não é menos verdade que há outras formas, bastante diversificadas, de actualizar este modelo. Obedecendo criteriosamente à definicão acima fornecida, é, pois, possível encontrar este protótipo textual em outros subgéneros como no diáriario, em memorias, na crónica, nos relatos biográficos e autobiográficos, nas fábilas, 2 nas parábolas, em reportagens, nas notícias, em relatos de experiências pessoais, anedotas, ou mesmo em conversas triviais que envolvam um simples relato. Contudo, para além de se concretizar num suporte textual e verbal, este protótipo textual também surge nos registos icónicos, como um filme ou banda desenhada. A nível gramatical, o texto narrativo pauta-se pelo uso predominante de verbos dinâmicos, isto é, que sugerem actividade e dinamismo por parte das personagens. Os tempos empregues, predominantemente, são todos os pretéritos, com particular relevo para o pretérito perfeito. O presente do indicativo é também, frequentemente, utilizado, embora com um valor de falso tempo, quando não marcado ou como presente histórico. Categorias da narrativa Tratemos, de seguida, os vários elementos que constituem as categorias da narrativa: Narrador Narrador é alguém que o criador da obra literária põe a contar a história. Trata-se duma entidade fictícia. Há, pois, uma distinção inequívoca entre este e o conceito do autor. Ao passo que este último, o autor, é uma figura real, com nome, data de nascimento e que leva a cabo todas as diligências prosaicas, aquele, o narrador é apenas uma mera criação do autor que vive única e exclusivamente dentro do texto e tem a função de produzir um discurso narrativo. A figura do narrador pode ser classificada, tendo por base três critérios: presença (participação), focalização (ciência), e a posição. Presença ou participação Autodiegético produz o discurso narrativo na primeira pessoa e age também como seu protagonista. Homodiegético produz o discurso narrativo na primeira pessoa, mas com personagem secundária ou como um mero figurante. Heterodiegético – narração feita na terceira pessoa, isto é, narra uma história a qual não faz pertence. Focalização ou ciência Focalização externa quando o narrador, apenas, informa os aspectos exteriores e não toma posição, é mais objectivo e desapaixonado. Focalização interna quando o narrador, na sua ciência, está com e como personagem. Pode tomar posição, é subjectivo. Focalização omnisciente quando o narrador sabe tudo o que diz respeito às acções e personagens. 3 Posição A posição do narrador tem que ver com a atitude do mesmo perante as consequências que vai narrando. Neste âmbito, a sua postura pode ser objectiva ou subjectiva. Posição Objectiva quando o narrador se limita a reproduzir factos duma forma fria, colocando-se numa posição de completa isenção e neutralidade. Não toma partidos, não exprime juízos de valor, não revela simpatias ou antipatias. (os contos tradicionais, as lendas) Posição Subjectiva quando o narrador relata acontecimentos de uma forma que é possível antecipar a sua posição perante os mesmos, seja de adesão ou recusa, visto que faz comentários, revela posições ideológicas, etc. Acção Na sua apresentação pode ser: Relevo Acção central ou principal-conjunta de sequências narrativas que assumem, no texto, uma maior importância. Grosso modo, a história principal. Acção secundária a sua importância é definida em relação à acção principal da qual, na maior parte das vezes, depende. Consiste na narração de sequências de menor relevo na diegese. Em narrativas curtas, como contos tradicionais, fabulas, não chega a existir. Delimitação Fechada-quando o narrador dá a conhecer o fim da história. Aberta quando o narrador não revela o fim da história. Estrutura Situação inicial (introdução) é a conjuntura estável com o qual se inicia uma narrativa. Onde geralmente se menciona o tempo, espaço e as personagens. Peripécias e ponto culminante é, mormente, o desenvolvimento. Trata-se das sequências narrativas que alteram a estabilidade inicial e conduzem a um ponto de tensão. Desenlace também designado por conclusão, é o momento final em que a ordem é restabelecida. Organização das sequências narrativas Encadeamento quando numa narrativa as sequências se entrelaçam sucessivamente. As sequências sucedem-se umas às outras obedecendo a uma ordem cronológica. (o final de uma corresponde ao ponto de partida da seguinte.) Alternância quando o narrador deixa um assunto para introduzir outro, sem pôr de parte o anterior, de forma que, no fim, todos se juntam. Há um constante revezamento. (acontece frequentemente nas novelas 4 Encaixe quando numa narrativa principal está ou estão contidas outras secundárias. Os narradores, comummente, são diferentes. Personagens As personagens são os actantes. São estas que conduzem as acções narradas e é destas de quem o narrador fala. Assim, a definição de uma personagem também obedece a alguns parâmetros: relevo, caracterização, processo de caracterização e concepção. Relevo (papel que despenham na economia da narrativa) Personagem principal É a protagonista da história, desempenha um papel central da mesma. Personagem secundária participa activamente na intriga e pode ter de relevância na mesma, mas não decide. Obviamente, é menos importante que o protagonista. Personagem figurante O seu papel é irrelevante na acção. O seu único propósito é caracterizar o espaço ou contexto social. Caracterização Caracterizações Física são abordadas as características corporais da personagem. Caracterização Psicológica há uma referência às características de índole mais pessoal, como o carácter, o comportamento ou os valores morais. Caracterização Social quando se verifica a inserção de uma personagem no grupo social a que pertence, através da identificação da sua profissão ou da vida em sociedade. Processos de Caracterização Caracterização directa quando a mesma é feita através dos discursos da personagem a falar sobre si própria (autocaracterizarão),de outras personagens ou afirmações do narrador (hetero- caracterizacao). Caracterização indirecta não havendo afirmações explícitas sobre o carácter das personagens, é o leitor que faz deduções sobre as mesmas, a partir das suas atitudes. Concepção (composição e formulação) Personagem Plana aquela que, desprovida de grande vida interior e com um conjunto de traços bastantes limitado, assume um comportamento estável durante toda diegese e, por isso, previsível. Personagem modelada (redonda) - que é dotada de uma grande densidade psicológica e cujo comportamento se altera ao longo da narrativa. Por conseguinte, pode ter, por vezes, comportamentos inesperados. Personagem-tipo- é a que representa uma classe social ou profissional, sendo-lhe atribuídas as características típicas que a definem. Tempo 5 A categoria da narrativa “tempo” pode ser subdividida em tempo histórico, tempo diegético, tempo do discurso e tempo psicológico. Tempo histórico constituído pelo conjunto de referências a acontecimentos e a personagens que conferem a cor epocal do texto. Tempo diegético é o tempo da acção propriamente dito; é a organização das sequências por ordem cronológicas, cuja datação pode ser revista de maior ou de menor rigor. Tempo do discurso tem que ver com a forma como o narrador relata os acontecimentos. Estas podem ser apresentadas de uma forma linear, também com retrocessos (contar episódios anteriores ao momento da narrativa- analepses) ou com avanços (antecipar eventos que se vão passar futuramente prolepse). Tempo psicológico o tempo subjectivamente sentido pelas personagens; a forma como estas o vivem, o sentem e o experimentam na sua individualidade. Espaço A categoria narrativa do espaço é mais do que o cenário onde a diegese toma lugar. A sua definição é mais ampla, na medida em que se podem identificar três tipos de espaços: o espaço físico, o espaço psicológico e o espaço social. Espaço físico o espaço geograficamente localizado onde se movimentam e actuam as personagens. Pode ser exterior ou interior. Espaço psicológico é o conjunto de elementos que transmite a interioridade das personagens e, por conseguinte, um pouco mais difícil de delimitar. É o espaço no íntimo dos actantes onde as reflexões, os sonhos, as memórias, as emoções. Espaço social é a criação das ambiências nas quais as personagens se inserem, sejam elas de ordem cultural, social ou económica. Comummente, reproduz valores, hábitos e comportamentos, recorrendo a personagens-tipo e/ou figurantes representativos desses passos. Redondamente, a produção de um texto narrativo deve obedecer a um sequência, recorrendo à Variedade lexical, sinonímia lexical, ou associativa e à elipse. Trata-se de uma obra literária, é muito frequente encontrar recursos expressivos, e mecanismos de embelezamento e /ou obscurecimento textual.
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