Grátis
6 pág.

Denunciar
5 de 5 estrelas









4 avaliações
Enviado por
Isadora Antunes
5 de 5 estrelas









4 avaliações
Enviado por
Isadora Antunes
Pré-visualização | Página 1 de 4
O Direito Penal é definido como um conjunto de normas jurídicas cuja função consiste na proteção subsidiária de bens jurídicos. A lei é a fonte da norma penal. Quando a doutrina se refere à norma penal, menciona a distinção entre norma primária e norma secundária. Norma Primária: se dirigem aos cidadãos estabelecendo a proibição de cometer delitos; Norma Secundária: dirigidas aos juízes, determinando-lhes a imposição de sanções penais para aqueles que os cometem. Quanto ao seu conteúdo, a lei penal contém uma norma que pode ter característica proibitiva ou mandamental, permissiva, explicativa ou complementar. Ou seja, elas não são exclusivamente incriminadoras (finalidade de punir). Classificação A classificação mais adequada é aquela que começa por estabelecer a distinção entre normas penais incriminadoras e não incriminadoras. Normas imperativas: contêm o preceito sancionado pela pena; Normas finais: disciplinam as condições de determinado fim relativo à aplicação da norma imperativa; Normas Incriminadoras: elas definem as infrações penais, proibindo ou impondo a prática de condutas, sob a ameaça expressa e específica de pena. Por isso, são consideradas normas penais em sentido estrito. Compõem-se de dois preceitos: 1. Preceito primário: encerra a norma proibitiva ou mandamental, ou, em outros termos, que descreve, com objetividade, clareza e precisão, a infração penal, comissiva ou omissiva; 2. Preceito secundário: representa a cominação abstrata, mas individualizada, da respectiva sanção penal. Através dessas, o Direito Penal descreve as condutas que considera ilícitas, atribuindo-lhes as sanções respectivas. Não diz de forma expressa “é proibido matar etc”, ou seja, não há um imperativo expresso, mas prescrevem a punição com determinada sanção. Modus faciendi = a norma imperativa fica oculta no texto legal. Normas não-Incriminadoras Elas estabelecem regras gerais de interpretação e aplicação das normas penais em sentido estrito, repercutindo tanto na delimitação da infração penal como na determinação da sanção penal correspondente. Representam autênticas garantias de atribuição de responsabilidade penal. Estabelecem pautas e limites para o exercício do jus puniendi estatal. Podem ser permissivas, complementares ou explicativas. Normas permissivas: se opõem ao preceito primário da norma incriminadora, autorizando a realização de uma conduta em abstrato proibida. Não constituem a revogação do preceito primário de uma norma incriminadora, mas sim autênticas regras de exceção para os casos em que, apesar da adequação entre a conduta realizada e a infração penal, não existe uma contraposição valorativa entre aquela conduta e o ordenamento jurídico; Normas explicativas e complementares: proposições jurídicas que esclarecem, limitam ou complementam as normas penais incriminadoras. Fontes do Direito Penal Deve-se entender por fonte do Direito a origem primária das normas jurídicas. Em outros termos, poderia ser todo e qualquer fato/acontecimento que propicie o surgimento da norma jurídica. Kelsen, no entanto, atribuiu outro sentido à expressão fonte do direito, concebendo-a como fundamento de validade jurídico-positiva das normas de direito. Enfim, são todas as formas e modalidades por meio das quais são criadas, modificadas ou aperfeiçoadas as normas de um ordenamento jurídico. ❶ Fontes materiais (fontes de produção): O Estado é a única fonte de produção do Direito Penal. O instrumento para materializar sua vontade é a lei. A fonte de produção legítima de Direito Penal, em nosso ordenamento, é o legislador federal através das regras do sistema político democrático. ❷ Fontes formais (fontes de conhecimento): Podem ser mediatas ou imediatas. Imediata: leis; Mediatas: costumes, jurisprudência, doutrina e princípios gerais de direito. ❖ Costumes: Consiste na reiteração constante e uniforme de uma regra de conduta. No entanto, para qualificá-lo como princípio consuetudinário, não basta a repetição mecânica de tais atos, é necessário que sejam orientados por um aspecto subjetivo, como a convicção de sua necessidade jurídica. Sem isso, é reduzido a um simples uso social, sem caráter de exigibilidade. Tem apenas uma função subsidiária. Pode apresentar 3 aspectos distintos: a) secundum legem – é o costume que encontra suporte legal; b) praeter legem – é o costume supletivo ou integrativo, destinado a suprir eventuais lacunas da lei; c) contra legem – é o costume formado em sentido contrário ao da lei; levaria à não aplicação da lei em razão de seu descompasso com a realidade histórico-cultural. Este último, não possui nenhuma eficácia, pois apenas uma lei pode revogar outra lei. Trata-se, na verdade, de algum equívoco do passado, que já foi superado pela própria evolução político- criminal. Os costumes secundum legem e praeter legem poderão ter validade para o Direito Penal, pois não pretendem criar ou agravar normas incriminadoras, mas buscam tão somente ajustar as demais normas às concepções sociais dominantes. O costume contra legem poderá, no máximo, contribuir para a interpretação da norma, e nesse sentido, inserir-se no princípio da adequação social. ❖ Jurisprudência: Entendida como a repetição de decisões num mesmo sentido, tem grande importância na consolidação e pacificação das decisões dos tribunais. As decisões judiciais, em qualquer nível de jurisdição, não criam direitos, declaram-nos. O juiz deve julgar, não pelas sentenças, mas pelas leis. É a jurisprudência que,em última análise, diz o que é direito. ❖ Doutrina: É o resultado da atividade intelectual dos doutrinadores, ou seja, o resultado da produção científica de cunho jurídico-penal na elaboração da chamada dogmática penal, que objetivam sistematizar as normas jurídicas, construindo conceitos, princípios, critérios que facilitem a interpretação e aplicação das leis vigentes. Ela elabora e emite juízos de valor, apresenta sugestões procurando iluminar e facilitar o trabalho dos aplicadores da lei. Concluindo, somente a lei formal é fonte imediata das normas penas incriminadoras. Contudo, deve-se admitir a existência das chamadas fontes mediatas, que, indiretamente, penetram no Direito Penal através de novas leis – os legisladores não ignoram as contribuições dos costumes, da jurisprudência, etc. O processo interpretativo deve expressar com clareza e objetividade, o verdadeiro sentido e o alcance mais preciso da norma legal, considerando todas as suas relações e conexões dentro de um contexto jurídico e político-social. Incontáveis situações fatalmente surgirão, sem que haja uma previsão legal específica e que reclame sua adequação à ordem jurídica pelo aplicador da lei. E essa adequação o magistrado deverá fazer por meio da interpretação. A interpretação não pode em hipótese alguma desvincular-se do ordenamento jurídico e do contexto histórico-cultural no qual está inserido. Interpretação quanto às fontes: ● Autêntica: é fornecida pelo próprio Poder Legislativo, por isso também pode ser denominada legislativa. O legislador edita nova lei para esclarecer o conteúdo e o significado de outra já existente, Ela é, em princípio, obrigatória, especialmente quando proveniente de outra lei, que é a dita norma interpretativa, e nesse particular, distingue-se da interpretação judicial e doutrinária. O interpretador insere essa interpretação no próprio texto legal, como ocorre, por exemplo, na concepção de casa para a tutela penal no crime de violação de domicílio (art. 150, §§ 4º e 5º, do CP), nesta hipótese, diz-se que a interpretação autêntica é contextual. ● Jurisprudencial: é produzida pelos tribunais por meio da reiteração de suas decisões. Em outros termos, é a declaração do direito, em