aula 1 - ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

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A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM NO 
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 
Professora: Me. Jéssica Elise Echs Lucena
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; LUCENA, Jéssica Elise Echs. 
 
 Aspectos da Aquisição da Linguagem Alfabetização e 
Letramento. Jéssica Elise Echs Lucena. 
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 
 20 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
 1. Linguagem. 2. Alfabetização. 3. Letramento. 4. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 372.4
CIP - NBR 12899 - AACR/2
DIREÇÃO
Reitor Wilson de Matos Silva 
Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin 
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NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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Design Gráfico Isabela Mezzaroba Belido 
Ilustração Marta Kakitani
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sumário
A IMPORTÂNCIA SOCIAL DO DESENVOLVIMENTO DA 
LINGUAGEM
O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL NA CRIANÇA
ASPECTOS ESPECÍFICOS DA RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E 
PENSAMENTO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 • Compreender sobre a importância social e cultural da linguagem no de-
senvolvimento da espécie humana.
 • Refletir sobre o processos ontogenético de desenvolvimento da linguagem.
 • Discutir sobre a relação específica entre linguagem e pensamento.
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 • A Importância Social do Desenvolvimento da Linguagem
 • O Desenvolvimento da Linguagem Oral na Criança
 • Aspectos Específicos da Relação Entre Linguagem e Pensamento
A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM NO 
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
INTRODUÇÃO
Caro (a) aluno (a), discutiremos neste encontro sobre a importância da aquisição 
da linguagem no desenvolvimento da criança. É muito provável que você já tenha 
acompanhado o crescimento de um bebê desde os primeiros meses. Talvez tenha 
notado que, a partir do momento em que esta criança começa a falar as primeiras 
palavras, sua relação com os adultos ao redor mude drasticamente. A criança começa 
a se interessar pelo “nome” das coisas, começa a utilizar as palavras para indicar 
seus desejos e negações. Em seguida aparecem as primeiras frases, as quais vão se 
tornando cada vez mais complexas. O que talvez nem sempre observamos é a re-
volução intelectual que essa criança passa no processo de aquisição da linguagem. 
Diversos aspectos de seu psiquismo serão alterados: a criança começa a direcionar 
sua atenção pela fala do adulto. O pai diz “Olha lá!” e ela direciona seu olhar. Sua per-
cepção do mundo também muda completamente. Quando ela usa conceitos com 
“grande” ou “pequeno” ela passa a observar essas características nos objetos. A aqui-
sição da linguagem também permite memorizar as vivências com palavras e depois 
contar suas experiências aos demais. Talvez você se questione qual a relação desse 
processo com a alfabetização e letramento. Vejamos: só é possível discutir o desen-
volvimento da escrita se a linguagem oral (falada) vier primeiro. Para aprender a ler e 
escrever precisamos saber falar, saber identificar as letras, sons, palavras. Precisamos 
também de desenvolver habilidade motoras para a escrita. Todo esse desenvolvimen-
to tem relação intrínseca com a linguagem. É por essa razão que iniciaremos nosso 
estudo nessa retomada, buscando compreender as mudanças geradas no psiquis-
mo da criança com o desenvolvimento da oralidade.
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A IMPORTÂNCIA SOCIAL 
DO DESENVOLVIMENTO 
DA LINGUAGEM
Iniciaremos nosso estudo com uma retomada histórica do desenvolvimento do gênero 
humano. Sabemos que o ser humano, tal como conhecemos hoje, não surgiu por acaso, 
mas foi se transformando ao longo de milhares de anos. De acordo com Engels (1952), 
os antepassados simiescos dos homens eram animais que viviam em manadas. A partir 
da atividade de transformação da natureza puderam desenvolver novas habilidades, 
as quais auxiliavam nas funções de sobrevivência como a caça, a busca de abrigo e 
proteção. O autor destaca que neste processo de modificação da natureza, os nossos 
antepassados descobriram novas novas propriedades nos objetos. E, para realizar ati-
vidades cada vez mais complexas (como a caça de grandes animais) buscaram ajuda 
e atividade conjunta, contribuindo para o agrupamento dos membros em sociedade. 
Em algum momento desse estágio, surgiu a necessidade de comunicação. Em 
busca da sobrevivência era preciso de colaboração entre diferentes indivíduos, e para 
essa relação, era preciso comunicar-se de alguma forma. Houve então uma transfor-
mação do órgão da fala (boca, laringe, pregas vocais) e o homem foi aprendendo a 
pronunciar sons articulados.
Com o desenvolvimento da linguagem, o ser humano ganhou novas formas de 
atividade de análise e orientação. A linguagem, que no início esteve estreitamente 
ligada à prática, teria se separado progressivamente desta, incluindo-se então um 
sistema de códigos suficientes para a transmissão de informações inclusive distan-
tes da atividade concreta. O ser humano se tornou capaz de transmitir a estratégia 
de sua atividade apoiando-se no esquema básico de linguagem. Assim, a palavra 
permite ao homem analisar os objetos e distinguir neles as propriedades essenciais, 
relacionando a determinadas categorias. Ela é meio de transmissão de experiência, 
estratégias e vivências. E por isso compreendemos a palavra e o seu significado como 
unidades formativas da nossa consciência.
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De acordo com Leontiev (1978) a comunicação entre os antepassados 
humanos iniciou-se a partir de gestos e sons. Estes seriam referências específi-
cas a ações. Só num momento posterior da filogênese que o desenvolvimento 
dos significados se dariam independente dos gestos. Porém, para que os 
conteúdos significados na palavra se fixassem na linguagem, seria necessá-
rio um processo ainda mais complexo. O desenvolvimento dos significados 
passariam por um momento inicial, no qual a palavra criada coletivamente 
tinha como função remeter a determinado objeto (fase nominativa). A com-
preensão deste processo só seria possível através da atividade do trabalho 
dos homens, de forma que, significando-se no processo de trabalho, a palavra 
se generaliza para a consciência individual na sua relação objetiva e social.
Fonte: Leontiev (1978).
saiba mais 
Nesse estudo pudemos retomar o surgimento da linguagem na história filogenética 
do ser humano. Mas o que ocorreria para que um bebê aprendesse a falar? Quais as 
particularidades desse processo e sua importância no desenvolvimento da criança? 
Estes assuntos poderão ser discutidos na próxima aula.
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O DESENVOLVIMENTO 
DA LINGUAGEM ORAL 
NA CRIANÇA
Quando pensamos no desenvolvimento da criança, parece que os primeiros anos de 
vida passam muito rápido! Aquele bebê que dependia completamente do cuidado 
materno rapidamente aprende a sentar-se, agarrar objetos, balbuciar palavras e en-
gatinhar. É preciso atentar-se, no entanto, que nenhum desses processos ocorre de 
forma natural e sem o auxílio dos adultos que circundam essa criança de cuidados.
De acordo com o psicólogo russo Vigotski(1896-1934), os primeiros meses de 
vida da criança apresentam uma situação bem particular de desenvolvimento: ao 
mesmo tempo em que a criança tem uma mínima sociabilidade (ela mal consegue 
se comunicar com os adultos a não ser por choros, gritos e balbucios) ela depende 
integralmente do cuidado desse meio social para sua alimentação, higiene e estimu-
lação. Essa situação criada pela impotência do bebê determina que a direção até os 
objetos circundantes do mundo seja feita através de outra pessoa.
O próprio Vigotski (1996) denomina esse período como de “comunicação emocio-
nal direta”, pois compreende que é partir dessa relação com o cuidador que o adulto 
ajudará o bebê a significar suas primeiras palavras. Pense bem: quando aqueles que 
circundam a criança apontam para uma pessoa e dizem “mamãe” repetidamente, 
estamos ensinando a criança que essa pessoa que lhe dá cuidado tem um nome. E, 
com o tempo, a criança irá associar a imagem da mãe a essa palavra. O que talvez 
deixamos passar despercebido é importância que esse processo de aprender pala-
vras tenham no desenvolvimento do psiquismo infantil.
Vejamos como se dá esse processo: Segundo Elkonin (1960), no início as crianças 
aprendem os nomes das coisas e das pessoas que as rodeiam, depois as denomi-
nações das ações. Assim é muito mais simples aprender o significado da palavras 
“mamãe” do que compreender palavras que indicam ações como “beber” “comer” 
“andar”. No final do segundo ano de vida, as crianças já compreendem quase tudo. 
Isso ocorre por conta da necessidade da criança de entender o discurso dos adultos 
entre si e com ela. Por isso a importância de que os educadores conversem com a 
criança neste período, estimulando este processo.
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De acordo com Luria (1994), o processo de evolução da palavra na infância 
começaria no final do primeiro ano de vida. O autor destaca que a criança 
não assimila de imediato tais palavras da forma como estas se apresentam 
no discurso do adulto. As palavras são assimiladas pela criança como com-
ponentes de uma situação. Somente após certo período, a palavra adquire 
independência e passa a significar o objeto mencionado independentemen-
te de quem fala, do tom de voz usado, dos gestos e da situação em que a 
palavra é pronunciada. Assim sendo, ao solicitar que uma criança aponte 
para a figura do pai em um retrato afixado na parede, em um primeiro 
momento, ter-se-ia a impressão de que a criança compreenderia o signifi-
cado do objeto material em questão. Assim, ela apontaria para o retrato ao 
ser questionada “Cadê o papai?”. Mas, ao retirar-se o retrato da parede e so-
licitar novamente à criança que a mesma aponte para o ‘pai’, ela continuaria 
a apontar na direção em que o retrato antes se encontrava.
Fonte: Lucena (2016).
saiba mais 
A aprendizagem das palavras permite utilizar os significados para analisar o mundo e 
as relações ao redor. Assim, ao mesmo tempo em que se forma a linguagem, aparece 
também, pela primeira vez a estrutura semântica e sistêmica da consciência. Com as 
aquisições do primeiro ano de vida a criança não mais apenas observa os objetos, mas 
também pode alcançá-los e atuar com eles. Na etapa inicial de aprendizado dessa 
ação, as crianças reproduzem os atos indicados pelos adultos (se o adulto demonstrou 
como se dá de beber a uma boneca, a criança faz o mesmo). Elkonin (1960) destaca 
que à medida que a criança aprende a atuar com os objetos, os adultos podem exigir 
mais independência delas.
Em síntese, podemos notar que as transformações passadas pela criança na pri-
meira infância revolucionam sua forma de relacionar-se com o meio social e material. 
A criança não mais se arrasta ou comunica-se através de gritos, agora ela é capaz de 
correr, escalar e comunicar-se verbalmente. Se antes a dependência com o adulto 
era total, agora ela já é capaz de superar obstáculos e planejar ações.
ASPECTOS ESPECÍFICOS 
Pós-Universo 13
DA RELAÇÃO ENTRE 
LINGUAGEM E 
PENSAMENTO
Talvez você já tenha se perguntado sobre a relação entre linguagem e pensamento. 
Seria consenso entre os teóricos do desenvolvimento infantil que nosso pensamen-
to se dá através de palavras? Se isso for verdade, a criança não poderia pensar antes 
de aprender a falar? Essas questões são importantes para direcionar nosso estudo 
neste momento.
Para Vigotski (2009), as funções psicológicas da linguagem e do pensamento não 
possuiriam uma relação de interdependência no início do desenvolvimento infan-
til. Assim, ambos processos surgiriam como funções distintas, mas que, em certo 
momento do desenvolvimento se entrecruzariam. Com isto uma nova forma de 
comportamento apareceria no desenvolvimento da criança: quando ela descobre 
que as coisas têm nomes, sua fala se torna intelectual e o pensamento verbalizado.
Luria (1994) aponta que o domínio da linguagem seria um salto decisivo para 
o desenvolvimento do comportamento racional humano. Se antes a atividade da 
criança se ligava à percepção direta que ela tinha da realidade, agora ela poderá se 
basear nos esquemas abstratos da linguagem para planejar sua ação. Sendo capaz 
de se comunicar, a criança pode, além de transmitir seus pensamentos, apropriar-se 
de todo o conhecimento histórico da humanidade. Refletimos sobre isso na aula an-
terior, apontando para os modos como a aquisição da linguagem pode modificar as 
relações da crianças com o mundo que a circunda.
Mas e em termos psicológicos, como esse processo de união entre pensamen-
to e linguagem ocorreria? Para explicar essa transformação Vigotski (2009) distingue 
quatro etapas principais do desenvolvimento da linguagem infantil. 
A primeira etapa elencada por Vigotski (2009) seria o estágio natural, presen-
te ao longo do primeiro ano de vida, em que pensamento e fala são consideradas 
Pós-Universo 14
funções separadas. Com o decorrer do desenvolvimento, observarmos o exercício 
de uma inteligência prática. Assim, ainda que não domine a linguagem, a criança 
demonstra capacidade de resolver problemas práticos, utilizar instrumentos e meios 
para alcançar determinado objetivo. Ela pode, por exemplo, buscar um objeto que 
caiu atrás do sofá mesmo que este não apareça no seu campo de visão. Esse proces-
so dá início a etapa seguinte, denominada de experiência psicológica ingênua.
Vigotski denomina essa etapa como ‘ingênua’ pelo fato de que, assim como no 
campo da experiência prática, ela redunda em um emprego inadequado das proprie-
dades, estímulos e reações psicológicas. No campo da linguagem, a criança assimila 
as estruturas e formas gramaticais antes de assimilar as estruturas e operações lógicas 
correspondentes. Assim, este seria um estágio de assimilação da estrutura puramente 
externa do signo, em que a criança vê a palavra como uma propriedade puramen-
te externa do objeto. Ou seja, ela é capaz de utilizar a sintaxe na linguagem antes de 
assimilar essas relações no pensamento. Esse processo fica mais claro quando com-
prado a etapa subsequente (LUCENA, 2016).
Na etapa posterior, denominada de linguagem egocêntrica, a criança passa 
a utilizar de signos e operações externas como auxiliares na solução de problemas 
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– essa é a etapa, por exemplo, em que a criança conta nos dedos ou fala sozinha 
quando necessita resolver algum problema. Podemos observar essa etapa quando 
as crianças menores brincam e, enquanto atuam com os objetos, narram sua ação.
Com o desenvolvimento da linguagem essa fala exterior será internalizada, cons-
tituindo a base para o pensamento verbal, a última etapa de desenvolvimento. 
Pode-se tomar como exemplo dessa transição, o processo da contagem. Na etapa 
anterior, a criança necessitava contar utilizando o apoio concreto dos dedos. Agora, 
com a interiorização do pensamento, torna-se capaz de contar mentalmente utili-
zando da memória lógica (LUCENA, 2016).
Outro teórico do desenvolvimento infantil que discute o desenvolvimentoda fala na criança é o suíço Jean Piaget (1896-1980). Em suas discussões pre-
sente na obra Seis estudos de Psicologia (PIAGET, 1986) o autor classifica o 
desenvolvimento da fala da criança em duas categorias: fala egocêntrica e 
fala socializada. A primeira etapa, predominante dos 2 aos 5 anos, não possui 
intenção de comunicação. Já por volta dos 6 ou 7 anos, a linguagem tor-
nar-se intercomunicativa, havendo de fato troca de ideias. Piaget também 
enfatiza que essa linguagem falada não seria inata, mas as regras de lingua-
gem seriam construídas através das experiências, e que esse aprendizado 
teria valor adaptativo à criança. 
Fonte: Piaget (1986).
saiba mais 
Assim, percebemos que a atividade intelectual percorre um complexo caminho 
de desenvolvimento, no qual a aquisição da linguagem é momento fundamen-
tal. Por essa razão enfatizamos a importância deste processo tanto na história de 
evolução da espécie humana quanto na história de vida da criança. O que vem em 
seguida, em termos de desenvolvimento, é a necessidade de registrar essa lingua-
gem. Convidamos você a continuar nosso estudo na próxima para detalharmos as 
especificidades deste processo. 
atividades de estudo
1. O desenvolvimento da linguagem foi um processo fundamento para a evolução da 
espécie humana. De acordo com Leontiev (1978) podemos relacionar o surgimen-
to dessa nova função principalmente a:
a) necessidade de comunicação surgida na atividade conjunta entre os seres da 
espécie.
b) transformação do aparelho da fala.
c) imitação dos sons de outros animais.
d) processo natural de evolução do homem.
e) contato com novas espécies.
2. Discutimos a respeito da importância da linguagem no desenvolvimento da criança 
para a formação de seu intelecto. A respeito desse processo estão corretas as afir-
mações, exceto:
a) a aquisição da linguagem permite à criança analisar o mundo e os objetos 
circundantes.
b) linguagem e pensamento surgem como funções separadas no desenvolvimen-
to da criança.
c) o pensamento verbal é a interelação entre linguagem e pensamento e constitui 
a base da consciência humana.
d) o desenvolvimento da linguagem está intimamente relacionado às mediações 
daqueles que a circundam.
e) a criança desenvolve linguagem independente da influência do meio social.
3. Para explicitar as etapas de aquisição da linguagem Vigotski (2009) elencou quatro 
etapas principais. Assinale a alternativa que não corresponde a uma etapa elenca-
da pelo autor:
a) Fala egocêntrica.
b) Experiência Psicológica Ingênua.
c) Estágio natural.
d) Pensamento Verbal.
e) Fala socializada.
resumo
Neste encontro refletimos sobre o processo de aquisição da linguagem na história da espécie 
humana (filogênese) e na história de vida da criança (ontogênese). Percebemos que o surgimen-
to da linguagem esteve ligado principalmente à necessidade de comunicação mútua entre os 
nossos antepassados. Assim, para realizar atividades cada vez mais complexas na natureza, seria 
preciso agir de forma coletiva, e, para agir conjuntamente era preciso se comunicar. A palavra pas-
saria então de um caráter prático (denominando objetos e ações) para uma forma independente, 
na qual se transformaria num sistema de códigos capaz de significar elementos fora da situação 
concreta. Com isso, a fala torna-se instrumento para a transmissão de experiências, planejamento 
e análise do mundo. É assim considerada a base para a formação da nossa consciência. Na histó-
ria de vida do bebê semelhante processo ocorreria, mas de forma muito mais rápida. A criança 
que nasce numa situação de total dependência com o meio social irá se desenvolver junto aos 
cuidados dos adultos. Ao longo desse desenvolvimento irá adquirir a capacidade de locomo-
ção, atuação com objetos e comunicação. Estes processos permitirão uma maior independência 
da criança em relação ao mundo, revolucionando sua atuação com o meio circundante.Com a 
linguagem, a criança passa a nominar os objetos, as ações e suas relações. Torna-se capaz de co-
municar experiências e se apropriar de conhecimentos históricos da humanidade. Apontamos 
para o fato de que as funções de pensamento e linguagem não surgiriam como processos intere-
lacionados no desenvolvimento da criança. Somente a partir do entrecruzamento de linguagem 
e pensamento é que se desenvolveria o pensamento verbal, base do nosso intelecto. Todavia, 
para que esse processo ocorra seriam necessárias algumas etapas de apropriação da linguagem, 
as quais só ocorrem com o auxílio dos adultos que a auxiliam.
material complementar
Título: A Construção do Pensamento e da Linguagem
Autor: L. S. Vigotski
Editora: Martins Fontes
Sinopse: Neste livro Vigotski estuda questões fundamentais do 
pensamento infantil, articula seu pensamento em um aparato 
conceitual e sedimenta o processo infantil de aquisição da 
linguagem e do conhecimento com um sistema de catego-
rias bem definidas, subordinando todo o seu trabalho a uma 
orientação epistemológica.
referências bibliográficas
ELKONIN, D. B. Desarrollo psíquico del niño desde el nascimento hasta el ingreso en la escuela. In: 
Smirnov, A. A., Leontiev, A. N., Rubinshtein, S.L. & Tieplov, B. M. (orgs) Psicología. México: Grijalbo, 
1960, p. 504-522.
ENGELS, F. Sobre o papel do trabalho na transformação do macaco em homem. 1952. Disponível 
em: <http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/macaco.pdf>. Acesso em 10 abr. 2017.
LEONTIEV, A. N. O Desenvolvimento do Psiquismo na Infância. In: ___ O desenvolvimento do 
Psiquismo. Lisboa: Horizonte,1978.
LUCENA, J. E. E. O desenvolvimento da atenção voluntária na Educação Infantil: contribuições da 
Psicologia Histórico Cultural para processos educativos e práticas pedagógica. Dissertação (Mestre 
em Psicologia), Universidade Estadual de Maringá. Departamento de Psicologia, Programa de Pós-
graduação em Psicologia. Maringá, 2016.
LURIA, A. R. Curso de psicologia geral. Volume I. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1994.
PIAGET, J. Seis estudos de Psicologia. 14ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1986.
VIGOTSKI, L. S. A Construção do Pensamento e da Linguagem (Tradução de Paulo Bezerra). São 
Paulo: Martins fontes, 2009.
VIGOTSKI, L. S., & Luria, A. R. Estudos sobre a história do comportamento: símios, homem primiti-
vo e criança (Tradução de Lólio Lourenço de Oliveira). Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/macaco.pdf
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/macaco.pdf
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http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/macaco.pdf
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/macaco.pdf
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http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/macaco.pdf
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/macaco.pdf
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/macaco.pdf
resolução de exercícios
1. a) necessidade de comunicação surgida na atividade conjunta entre os seres da espécie.
2. e) a criança desenvolve linguagem independente da influência do meio social.
3. e) Fala socializada.
	h.rel8saigsgjh
	A IMPORTÂNCIA SOCIAL DO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM