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57 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos Unidade IV Esta unidade vai se aprofundar nas técnicas de análise de investimento e serão feitas comparações entre as técnicas para que o gestor financeiro consiga entender e tomar decisões de investimento com maior segurança. Vamos abordar cada uma das técnicas como ferramentas de tomada de decisão, olhando para os números de forma a traçar estratégias conforme os objetivos definidos. 7 APLICAÇÃO DO MÉTODO DO EVA – LUCRO ECONÔMICO COMPARADO AO MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) Nesta aplicação, vamos utilizar os mesmos dados aplicados no método do Valor Presente Líquido. • O capital desembolsado no início do período é de $360.000, sendo: — $180.000 de terceiros a uma taxa de juros de 9% ao ano; — $180.000 dos acionistas (próprios) e a taxa desejada de retorno de 16% ao ano. • Os fluxos de caixa ou lucros que ocorrem do ano 1 ao ano 5 são: — ano 1 = $51.000; — ano 2 = $115.000; — ano 3 = $264.000; — ano 4 = $200.000; — ano 5 = $250.000; Organizando os dados: Os investimentos podem ser organizados na estrutura do Balanço Patrimonial, como a seguir: Tabela 13 – Investimento inicial Ativo Reais Passivo Reais Ativo circulante 180.000 Empréstimos 180.000 Ativo imobilizado 180.000 Capital próprio 180.000 Total (ou operacional) 360.000 Total 360.000 58 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade IV Após a organização no Balanço Patrimonial, demonstrando os valores aplicados e onde foram aplicados, agora podemos apurar a demonstração de receitas e despesas ou lucros anuais. Isso é possível confrontando receitas e despesas. Tabela 14 – DRE Itens Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Receitas 100.000 230.000 528.000 400.000 500.000 (-) Custos e despesas (49.000) (115.000) (264.000) (200.000) (250.000) Fluxos de entradas conforme apontado acima (essa etapa não faz parte do DRE, é somente para confronto de valores) 51.000 115.000 264.000 200.000 250.000 (-) Depreciação (36.000) (36.000) (36.000) (36.000) (36.000) Lucro antes das despesas financeiras 15.000 79.000 228.000 164.000 214.000 (-) Despesas financeiras (16.200) (16.200) (16.200) (16.200) (16.200) Lucro líquido (1.200) (62.800) 211.800 147.800 197.800 (-) Custo capital próprio (28.800) (23.040) (17.280) (11.520) (5.760) = EVA (30.000) 39.760 194.520 136.280 192.040 O custo do capital próprio foi assim calculado: aplicando-se a taxa de 16% sobre o capital próprio de $180.000. Tabela 15 Itens Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Capital próprio investido 180.000 180.000 180.000 180.000 180.000 180.000 (-) Depreciação acumulada -36.000 -72.000 -108.000 -144.000 -180.000 Capital líquido investido 180.000 144.000 108.000 72.000 36.000 0 Taxa de 16% ao ano * 0 28.800 23.040 17.240 11.520 5.760 * Taxa de 16% aplicada sobre o capital líquido investido no início de cada ano. Entendendo os cálculos Depreciação – de 36.000 ao ano, é acumulável, então fomos somando 36.000 a cada ano, totalizando os 180.000 no fim de 5 anos. Capital líquido investido é o valor investido menos a depreciação, pois é o valor de desvalorização do investimento. Então, a cada ano, pegou-se o valor aplicado e abateu-se a depreciação do referente ano. Taxa de 16% ao ano é calculada como 16% sobre o valor líquido do ano anterior, por exemplo: no ano 0, temos como capital líquido 180 mil, e essa será a base para calcular o ano 1, 180.000 x 0,16 = 28.800. No ano 1 temos como capital líquido 144.000, e essa será a base para calcular o ano 2, 144.000 x 0,16 = 23.040. O ano 2 serve de base para o ano 3, o 3 para o ano 4 e assim por diante. 59 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos Cálculo do Valor Presente do EVA ou lucros econômicos: No DRE acima, encontramos o EVA em cada ano, mas para tomada de decisão mais precisa, é importante trazer os valores para os valores de hoje, ou seja, calcular o valor presente. Vejamos: Tabela 16 Itens Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Total Eva -30.000 39.760 194.520 136.280 192.040 532.600 Taxa de desconto 1,16 1,3456 1,5608 1,8108 2,1 EVA a valor a presente -25.862,07 29.548,16 124.628,40 75.259,55 91.447,62 A taxa de desconto foi encontrada por meio da fórmula (1+1)n. Também deve ser utilizada a taxa de desconto ou de custo de capital próprio, definida em 16% ao ano. 7.1 Taxa de desconto Essa taxa é um índice que servirá de base para trazer todos os valores (EVA) para valor presente, veja: Ano 1 (1 + 0,16)1 = 1,16 Ano 2 (1 + 0,16)2 = 1,3456 Ano 3 (1 + 0,16)3 = 1,5608 Ano 4 (1 + 0,16)4 = 1,8108 Ano 5 (1 + 0,16)5 = 2,100 Com esses índices, basta dividir o valor do EVA e teremos os valores atualizados. Exemplo: Ano 1 – 30.000 / 1,16 = 25.862,07 Ano 2 – 39.760 / 1,3456 = 29.548,16 60 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade IV Ano 3 – 194.520 / 1,5608 = 124.628,39 Ano 4 – 136.280/ 1,8108 = 75.259,55 Ano 5 – 192.040/2,1= 91.447,62 Existe outra maneira de se calcular o custo de capital próprio mais o de terceiros – por meio do custo médio de capital ponderado: CMCP CCT X CT CT CA CCA X CA CT CA = + + + Onde: CMCP = Custo Médio de Capital Ponderado. CCT = Taxa de Custo do Capital de Terceiros. CCA = Taxa de Custo do Capital Próprio. CT = Valor do Capital de Terceiros. CA = Valor do Capital Próprio. 7.2 Solução de investimento Veja passo a passo como proceder para calcular o custo ponderado de custo de capital próprio mais de terceiros. Cálculo para o ano 1 Observe que estamos dando sequência em um mesmo modelo, já abordado acima. Lembre-se que o investimento total era de 360.000, sendo 50% de terceiro e 50% próprio. Passo 1: calcular o custo médio ponderado; o cálculo envolve as taxas de custo de capital de terceiros de 9% e custo do capital próprio de 16%, ponderado pela participação de cada capital sobre o total do capital à disposição da empresa: CMCP CCT X CT CT CA CCA X CA CT CA = + + + CMCP X X= + + + 9 180 000 180 000 180 000 16 180 000 180 000 180 % . . . % . . ..000 CMCP X X= +9 180 000 360 000 16 180 000 360 000 % . . % . . 61 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos CMCP = 9% X 0,5 + 16% X 0,5 CMCP = 0,045 + 0,08 CMCP = 0,125 Transformando em porcentagem: 12,5%. Passo 2: obter a taxa de retorno sobre os ativos: Taxade retorno sobre ativos lucro antes das despesas fin = aanceiras ativos totais X100 Veja a aplicação: Lucro do ano 1 antes das despesas financeiras = $15.000. Ativo operacional líquido = $360.000. Taxade retorno sobre ativos X . . , %= = 15 000 360 000 100 4 17 Passo 3: cálculo do EVA. EVA = AOL x (RSA – CMPC) Onde: • AOL = Ativo Operacional Líquido = 360.000; • RSA = Taxa de Retorno sobre o Ativo Operacional = 4,17% (calculado acima, no passo dois). • CMPC = Taxa de Média Ponderada de Capital = 12,50% (calculado no passo um). • EVA ano 1 = 360.000 x (4,17% – 12,50%) = (30.000) (valor arredondado). Obs.: não esqueça que para multiplicar por % deve-se considerar o valor dividido por 100, exemplo: 0,0417 e 0,125. Cálculo para o ano 2Passo 1: calcular o custo médio ponderado; o cálculo envolve as taxas de custo de capital de terceiros de 9% e custo do capital próprio de 16%, ponderado pela participação de cada capital sobre o total do capital à disposição da empresa: 62 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade IV CMCP CCT X CT CT CA CCA X CA CT CA = + + + CMCP X X= + + + 9 180 000 180 000 144 000 16 144 000 180 000 144 % . . . % . . ..000 A cada ano vamos considerar como CA o ano anterior; para o ano 2, considerar o investimento líquido do ano 1, que é de 144.000. Os cálculos anteriores apontam isso. CMCP X X= +9 180 000 324 000 16 144 000 324 000 % . . % . . CMCP = 9% X 0,5555 + 16% X 0,4444 CMCP = 0,0499 + 0,0711 = 0,121 Multiplicando por 100: CMPC = 12,1%. Passo 2: obter a taxa de retorno sobre os ativos: Taxade retorno sobre ativos lucro antes das despesas fin = aanceiras ativos totais X100 Veja a aplicação: Lucro do ano 2 antes das despesas financeiras = $79.000. Ativo operacional líquido = $360.000 (obs.: no ano 2 temos que ajustar os valores, ou seja abater a depreciação). Taxade retorno sobre ativos X . . , %= = 79 000 324 000 100 24 38 Passo 3: cálculo do EVA. EVA = AOL x (RSA – CMPC) Onde: • AOL = Ativo Operacional Líquido = 360.000 – 36.000. 63 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos • RSA = Taxa de Retorno sobre o Ativo Operacional = 24,38%. • CMPC = Taxa de Média Ponderada de Capital = 12,11%. • EVA ano 2 = 324.000 x (0,2438 - 0,121) = 39.787,20 Observação Pequenas diferenças podem ocorrer dependendo do número de casas utilizadas depois da vírgula. Isso não torna o exercício errado, mas vamos adotar como prática o uso de quatro casas depois da vírgula. Cálculo para o ano 3 Passo 1: calcular o custo médio ponderado; o cálculo envolve as taxas de custo de capital de terceiros de 9% e custo do capital próprio de 16%, ponderado pela participação de cada capital sobre o total do capital à disposição da empresa: CMCP CCT X CT CT CA CCA X CA CT CA = + + + CMCP X X= + + + 9 180 000 180 000 108 000 16 108 000 180 000 108 % . . . % . . ..000 CMCP X X= +9 180 000 288 000 16 108 000 288 000 % . . % . . CMCP = 9% X 0,625 + 16% X 0,375 CMCP = 0,0563 + 0,06 = 0,1163 Que multiplicando por 100: 11,63%. Passo 2: obter a taxa de retorno sobre os ativos: Taxade retorno sobre ativos lucro antes das despesas fin = aanceiras ativos totais X100 Veja a aplicação: Lucro do ano 3 antes das despesas financeiras = $228.000. 64 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade IV Ativo operacional líquido = $288.000 (324.000 – 36.000) Taxade retorno sobre ativos X . . , %= = 228 000 288 000 100 79 17 Taxa de Retorno sobre os ativos = lucro antes das despesas financeiras/ativo operacional ou ativo total x 100. Passo 3: cálculo do EVA. EVA = AOL x (RSA – CMPC) Onde: • AOL = Ativo Operacional Líquido = 288.000. • RSA = Taxa de Retorno sobre o Ativo Operacional = 79,17%. • CMPC = Taxa de Média Ponderada de Capital = 11,63%. • EVA ano 3 = 288.000 x (0,7917 % - 0,1163%) = 194.515,20 Cálculo para o ano 4 Passo 1: calcular o custo médio ponderado; o cálculo envolve as taxas de custo de capital de terceiros de 9% e custo do capital próprio de 16%, ponderado pela participação de cada capital sobre o total do capital à disposição da empresa: CMCP X X= + + + 9 180 000 180 000 72 000 16 72 000 180 000 72 00 % . . . % . . . 00 CMCP X X= +9 180 000 252 000 16 72 000 252 000 % . . % . . CMCP = 9% X 0,7142 + 16% X 0,2857 CMCP = 0,0642 + 0,0457 = 0,1099 Que multiplicando por 100 = 10,99% Passo 2: obter a taxa de retorno sobre os ativos: Taxade retorno sobre ativos lucro antes das despesas fin = aanceiras ativos totais X100 65 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos Veja a aplicação: Lucro do ano 4 antes das despesas financeiras = $164.000. Ativo operacional líquido = $252.000. Taxade retorno sobre ativos X . . , %= = 164 000 252 000 100 65 08 Passo 3: cálculo do EVA. EVA = AOL x (RSA – CMPC) Onde: • AOL = Ativo Operacional Líquido = 252.000. • RSA = Taxa de Retorno sobre o Ativo Operacional = 65,08%. • CMPC = Taxa de Média Ponderada de Capital = 10.99%. • EVA ano 4 = 252.000 x (65,08 % – 10,99%) = 136.306,80. Cálculo para o ano 5 Passo 1: calcular o custo médio ponderado; o cálculo envolve as taxas de custo de capital de terceiros de 9% e custo do capital próprio de 16%, ponderado pela participação de cada capital sobre o total do capital à disposição da empresa: CMPC = 9% x 180.000/(180.000.+36.000) + 16% x 36.000/(180.000+36.000) CMPC = 9% x 180.000/216.000 + 16% x 36.000/216.000 CMPC = 10,17%. CMCP X X= + + + 9 180 000 180 000 36 000 16 36 000 180 000 36 00 % . . . % . . . 00 CMCP X X= +9 180 000 216 000 16 36 000 216 000 % . . % . . CMCP = 9% X 0,8333 + 16% X 0,1666 CMCP = 0,0750 + 0,0266 = 0,1016 66 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade IV Que multiplicando por 100 = 10,16%. Passo 2: obter a taxa de retorno sobre os ativos: Taxade retorno sobre ativos lucro antes das despesas fin = aanceiras ativos totais X100 Veja a aplicação: Lucro do ano 5 antes das despesas financeiras = $214.000. Ativo operacional líquido = $216.000. Taxade retorno sobre ativos X . . , %= = 214 000 216 000 100 99 07 Passo 3: cálculo do EVA. EVA = AOL x (RSA – CMPC) Onde: • AOL = Ativo Operacional Líquido = 216.000. • RSA = Taxa de Retorno sobre o Ativo Operacional = 99,07%. • CMPC = Taxa de Média Ponderada de Capital = 10,16%. • EVA ano 5 = 216.000 x (99,07% – 10,16%) = 192.045,60. Como pode-se concluir, o cálculo do lucro econômico pode ser feito aplicando-se a taxa do custo de capital próprio de 16% ao ano sobre o capital próprio, ou por meio da utilização da fórmula do Custo Médio de Capital Ponderado (CMCP), obtendo-se uma taxa média ponderada de custo de capital, deduzida da taxa de Retorno dos Ativos Operacionais (RSA) e aplicada sobre o Ativo Operacional Líquido, ou, nesse exemplo, o Total do Ativo. Observação Ativo Operacional Líquido é um conceito que se refere à soma do ativo total diminuído dos passivos operacionais (nesse exemplo dado, não temos o passivo operacional, somente o passivo financeiro), do que se conclui que o passivo ou capital de terceiros é composto por: 67 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos • passivo operacional, ou seja, os passivos que se relacionam diretamente com atividades operacionais, tais como fornecedores, contas a pagar, salários a pagar etc.; • passivo financeiro, ou também chamado passivo oneroso, que se refere a capital de terceiros obtido na forma de empréstimos e financiamentos de instituições financeiras e bancárias. O custo de capital é importante paradecisões nos orçamentos de capital, isto é, na aquisição de investimentos em ativos imobilizados cuja finalidade principal é a produção dos bens e serviços que são necessários para a geração das receitas de vendas, lucros ou fluxos de caixas, tão necessários ao capital de giro das empresas. Como capital de giro, podemos entender simplificadamente que corresponde ao investimento no ativo circulante da empresa nas contas de duplicatas a receber que se originam das vendas a prazo e da conta de estoques que são necessários à produção de novos produtos, quando se trata de uma indústria ou de mercadorias para revenda, no caso das empresas comerciais. O custo de capital também é muito importante na determinação do leverage financeiro ou da alavancagem financeira, e como foi definido anteriormente, a alavancagem financeira refere-se ao grau de utilização do capital de terceiros que tem um custo explícito, representado pelas despesas financeiras, já que essas se originam das taxas de juros contratadas nos empréstimos e financiamentos bancários. Fica evidente que o capital de terceiros, ou, como também é chamado, passivo com juros, quando ingressa na empresa, deve produzir um lucro maior ou pelo menos igual aos juros que serão pagos às instituições financeiras. Sendo maior o lucro, o excesso é adicionado ao lucro líquido, que também é produzido pelo capital próprio da empresa e, dessa forma, proporciona um maior ganho aos sócios ou acionistas da empresa. Podemos utilizar os dados EVA calculados para os anos 1 a 5 para explicar como a empresa está ou não se alavancando favoravelmente. Para os anos 1 a 5, temos as seguintes informações: Itens Ano 1 Lucro produzido Capital de terceiros 180.000 x Taxa de retorno dos ativos de 4,1667% 7.500 Despesas financeiras (16.200) Sobra ou falta (8.700) Capital próprio 180.000 x Taxa de retorno dos ativos de 4,1667% 7.500 Prejuízo líquido (1.200) Em nosso cálculo, usamos 4,17% arredondando, aqui usamos os números como são para que bata com a tabela no início do enunciado. Observe que havia uma despesa de 16.200 e havia de capital próprio o valor de 7.200 reais. Assim há uma necessidade de mais capital, no caso de terceiros. Mas usamos somente 7.500 de CT, que deixou a operação no vermelho em 1.200 reais. Veja que foi retirado da tabela de DRE. Figura 4 – EVA (ano 1) 68 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade IV Tabela 17 – EVA (ano 2) Itens Ano 2 Lucro produzido Capital de terceiros 180.000 x Taxa de retorno dos ativos de 24,383% 43.888,88 Despesas financeiras (16.200,00) Sobra 27.688,88 Capital próprio 144.000 x Taxa de retorno dos ativos de 24,383% 35.111,12 Lucro líquido 62.800,00 Tabela 18 – EVA (ano 3) Itens Ano 3 Lucro produzido Capital de terceiros 180.000 x Taxa de retorno dos ativos de 79,17% 142.500,00 Despesas financeiras (16.200,00) Sobra 126.300,00 Capital próprio 108.000 x Taxa de retorno dos ativos de 79,17% 85.500,00 Lucro líquido 211.800,00 Tabela 19 – EVA (ano 4) Itens Ano 4 Lucro produzido Capital de terceiros 180.000 x Taxa de retorno dos ativos de 65,08% 117.142,85 Despesas financeiras (16.200,00) Sobra 100.942,85 Capital próprio 72.000 x Taxa de retorno dos ativos de 65,08% 46.857,15 Lucro líquido 147.800,00 Tabela 20 – EVA (ano 5) Itens Ano 5 Lucro produzido Capital de terceiros 180.000 x Taxa de retorno dos ativos de 99,07% 178.333,33 Despesas financeiras (16.200,00) Sobra 162.133,33 Capital próprio 36.000 x Taxa de retorno dos ativos de 99,07% 35.666,67 Lucro líquido 197.800,00 Pela demonstração dos quadros dos anos 1 a 5, podemos verificar o quanto o capital de terceiros contribuiu para a formação do lucro ano a ano, o quanto foi pago de juros anualmente, e as sobras ou faltas que se agregaram ao lucro produzido pelo capital próprio. No exemplo dado, não devemos esquecer que o capital inicial é de 360.000,00, sendo metade de terceiros e metade próprio. O capital próprio foi aplicado diretamente no ativo imobilizado, sendo depreciada durante os cinco anos a razão de $36.000 anuais, o que significa que a empresa vinha recuperando o seu capital próprio 69 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos ano após ano e trabalhando continuamente com o capital de terceiros. Os quadros dos anos 1 a 5 nada mais são do que uma demonstração ou simulação de quanto cada parcela de capital próprio e de terceiros contribuiu para a formação do lucro. Saiba mais Leia: CAVALCANTE, F. A “melhor apresentação” da ferramenta EVA. Up-To-Date, n. 358. [s. d.]. Disponível em: <http://www.cavalcanteassociados.com.br/ utd/UpToDate358.pdf>. Acesso em: 5 set. 2013. E conheça mais sobre o EVA. Tabela 21 – Cálculo do Valor Presente Líquido (VPL) Itens Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Receitas 100.000 230.000 528.000 400.000 500.000 (-) Custos e despesas (49.000) (115.000) (264.000) (200.000) (250.000) (-) Depreciação (36.000) (36.000) (36.000) (36.000) (36.000) Lucro antes das despesas financeiras 15.000 79.000 228.000 164.000 214.000 (-) Despesas financeiras (16.200) (16.200) (16.200) (16.200) (16.200) Lucro líquido (1.200) 62.800 211.800 147.800 197.800 Observação Veja que esses cálculos dessa planilha já foram calculados acima, essa é a base dos valores a ser antecipado. Para calcular o fluxo de caixa, é preciso devolver ao caixa as despesas consideradas não desembolsáveis, como a depreciação. Veja abaixo: Tabela 22 – Fluxo de caixa (entradas de caixa) Itens Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Lucro líquido (1.200) 62.800 211.800 147.800 197.800 + Depreciação 36.000 36.000 36.000 36.000 36.000 Entradas de caixa 34.800 98.800 247.800 183.800 233.800 70 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade IV No ano 1, o lucro líquido deu negativo (1.200), mas como a depreciação é de 36 mil, então: 36.000 – 1200 = 34.800 de entrada de caixa no período. No ano 2, o lucro líquido foi de 62.800 mais a depreciação de 36.000; a entrada de caixa foi de 98.800. O mesmo será feito em todos os anos, assim estaremos prontos para calcular o valor presente, como veremos a seguir. Tabela 23 – Fluxo de caixa a valor presente Itens Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Total Entradas de caixa 34.800 98.800 247.800 183.800 233.800 799.000,00 Taxa de desconto 1,16 1,3456 1,5608 1,8108 2,1 EVA a valor presente 30.000,00 73.424,49 158.764,74 101.502,10 111.333,33 475.024,66 Capital inicial investido -180.000,00 Valor presente líquido 295.024,66 * A taxa de desconto dever ser somente a taxa de custo de capital próprio, nesse caso definida em 16% ao ano. Pode-se observar que o Valor Presente Líquido calculado pelo método do EVA – lucro econômico ou Valor Presente Líquido (VPL) – dá os mesmos resultados de $295.005,79, ou seja, a empresa investe de capital próprio $180.000, e o Valor Presente Líquido do fluxo de caixa ou dos lucros futuros a valor presente corresponde a um valor maior que o valor investido, então a decisão é investir. Saiba mais Prezado aluno, para conhecer mais sobre análise de investimento, leia: SANTOS, I. M. A. Análise de investimentos. [s. d.]. Disponível em: <http:// vigo.ime.unicamp.br/Projeto/2009-2/MS777/ms777_ieda.pdf>. Acesso em: 5 set. 2013. 8 TAxA INTERNA DE RETORNO (TIR) É outra técnica de se trazer a valor presente as entradas futuras de caixa. A TIR é definida como a taxa que iguala a zero as entradas futuras de caixa com as saídas de caixa na datado investimento ou do desembolso de caixa (data zero). Calculando-se a TIR por meio de uma calculadora financeira, ou manualmente, por tentativa e erro, temos que achar uma taxa de juros que, aplicada às cinco entradas nominais de caixa de $51.000, 71 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos $115.000, $264.000, $200.000 e $250.000, igualará as entradas e saídas a zero. Em outras palavras, temos que fazer o seguinte raciocínio: qual é a taxa de juros que em cinco anos iguala a zero as cinco entradas de caixa com a saída de caixa de $360.000 na data zero? Para resolver esse problema da TIR, temos duas saídas: Utilizando uma calculadora financeira: Fazendo uma série de cálculos (manuais), utilizando diversas taxas de juros, até que encontremos a taxa de juros desejada, ou seja, aquela que iguala ao valor atual líquido dos fluxos de caixa de um projeto a zero. Em outras palavras, a taxa que faz com que o valor atual das entradas seja igual ao valor atual das saídas. O quadro a seguir pode auxiliar você a ter esse entendimento: Ano Fluxo de caixa no período (nominal) Fator de valor atual a 30,55% ao ano Valor atual do fluxo de caixa a 30,55% ao ano 0 (360.000,00) 1,0000 (360.000,00) 1 51.000,00 0,7660 39.066,00 2 115.000,00 0,5867 67.470,50 3 264.000,00 0,4494 118.641,60 4 200.000,00 0,3443 68.860,00 5 250.000,00 0,2637 65.925,00 520.000,00 359.963,10 Valor Atual Líquido ou Valor Presente Líquido igual a zero (aproximadamente). Aqui é preciso utilizar um índice que iguale os valores de entradas com os valores investidos. Ou seja, iguale os fluxos a zero. A maneira de encontrar esse valor estará abaixo. Figura 5 – VPL (Valor Presente Líquido) Veja que os valores de entrada atualizados se igualam, ou quase, ao valor do capital investido. Os fluxos de caixas nominais trazidos a valor presente, descontados a uma taxa de 30,55% ao ano, igualam a zero a saída e as entradas de caixa a valor presente. 72 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade IV Para cálculo da TIR por meio da HP 12C, são necessárias as seguintes informações: Quadro 1 Pressione Visor da máquina HP 12C F CLEAR REG 0,00 360.000 CHS g CFo -360.000,00 (sinal negativo, pois é uma saída de caixa). 51.000 g cfj 51.000 1º fluxo de caixa. 115.000 g cfj 115.000 2º fluxo de caixa. 264.000 g cfj 264.000 3º fluxo de caixa. 200.000 g cfj 200.000 4º fluxo de caixa. 250.000 g cfj 250.000 5º fluxo de caixa. RCL gNj Informa quantos fluxos foram introduzidos. 25 i Utilize uma taxa qualquer; por exemplo, a taxa de 25% utilizada para o VPL. f NPV = Valor Presente Líquido = 53.408. Para calcular finalmente a Taxa Interna de Retorno (IRR): Pressione a função f IRR; a taxa interna encontrada será de 30,55%. Sendo a TIR superior ao custo de capital desejado de 25%, então a decisão é investir, porque a TIR é superior a 25%. Concluindo, quando estamos fazendo uma análise de investimentos ou aquisição de ativos, os métodos do VPL e a TIR podem ser usados com mais simplicidade se houver apenas o capital próprio envolvido na aquisição do ativo; contudo, a taxa de custo de capital é geralmente a taxa de retorno desejada pelos acionistas. Cada ramo de atividade tem um padrão de retorno, então, para defini-la, basta verificar qual é a taxa para o ramo de negócio pretendido e, dessa forma, estimando-se as possibilidades de vendas, custos e despesas, determinando-se o fluxo de caixa nominal e trazido a valor presente pela taxa de desconto definida. Basta verificar, no caso do modelo do VPL, se o fluxo descontado é igual ou maior que o valor inicial investido. Se o modelo eleito para ajuda na tomada de decisão for a TIR, basta comparar a Taxa de Retorno interna calculada a partir dos fluxos nominais de caixa. Sendo a taxa interna calculada igual ou maior que a taxa desejada, então a decisão é investir. Geralmente, a TIR apresenta-se maior que a taxa de retorno desejada, porque há uma suposição de que os fluxos gerados ano a ano são também reaplicados à Taxa de Retorno desejada. Por essas razões é que o VPL apresenta um excedente em reais, enquanto a TIR, um indicador de rentabilidade do projeto, deve ser comparada com a taxa mínima de atratividade do investidor. 73 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos Se a decisão for mais complexa e de que possa existir capitais de terceiros envolvidos com o capital próprio, um dos caminhos é eleger uma taxa de Custo de Médio Ponderado de Capital (CMCP). O CMCP proporciona verificar se a empresa está alavancando favoravelmente quando utiliza o capital de terceiros ou empréstimos e financiamentos bancários, que também são chamados de passivos com juros ou passivos financeiros, diferentemente dos passivos operacionais, como a conta de fornecedores, que tem custos financeiros embutidos no seu preço e é de difícil determinação. E também os passivos operacionais, como fornecedores, surgem naturalmente; a empresa, quando compra, necessariamente não precisa implorar prazos de pagamentos e créditos. Com as instituições financeiras, é necessário implorar por créditos e ficar sujeito a taxas de juros sobre as quais normalmente não se tem controle algum, e, como sabemos, as taxas de juros em nosso país atingem patamares inimagináveis. 8.1 Outras técnicas de fluxos de caixa Existem as técnicas de demonstração de fluxos de caixa de natureza contábil que a maioria das sociedades tem por obrigação elaborar e publicar para os diversos usuários da informação contábil e financeira; a Lei Societária faz essa exigência. Observem que os legisladores e os usuários das informações contábeis e financeiras deram grande importância à demonstração de fluxos de caixa, pois o seu objetivo principal é mostrar, entre um ano anterior e um ano atual, como a empresa alterou (diminuiu ou aumentou) o seu saldo de caixa. O Balanço Patrimonial que é publicado comparativamente em dois anos consecutivos mostra somente o saldo das disponibilidades ou de caixa no final do ano anterior e no final do ano atual. Porém, não mostra como as disponibilidades aumentaram ou diminuíram de um ano para o outro. O papel de mostrar essas variações é da demonstração dos fluxos de caixa. 8.2 A estrutura da demonstração de fluxos de caixa De maneira geral, a estrutura da demonstração de fluxos de caixa está dividida em: A geração de caixa das atividades operacionais, que decorrem do lucro obtido em cada ano, pode até se apresentar negativa, o que significa que a empresa não está conseguindo gerar uma das principais fontes de recursos, que são os lucros que decorrem das atividades operacionais principais, pelas quais a empresa se organizou e que são necessárias para a sua manutenção. O lucro das empresas basicamente destina-se a: • pagar dividendos; • pagar empréstimos bancários; e • uma parcela ainda deve sobrar para o atendimento das necessidades de capital de giro. Uma empresa necessita cada vez mais de capital de giro, ou seja, para financiar o ativo circulante, para manter o nível atual de atividades, ou para aumentar o seu volume de atividade, participando cada vez mais no mercado. 74 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade IV Dessa forma, a empresa necessitará de quantias crescentes de capital de giro, principalmente para financiar os seus estoques e os investimentosem contas a receber. Em outras palavras, como dissemos anteriormente, necessita compatibilizar as vendas com o crescente aumento do ativo circulante, ou do ativo total. Geração de caixas não operacionais, que se referem às entradas e às saídas de dinheiro, que se originaram de outras fontes não operacionais, tais como novos aumentos do capital próprio em dinheiro, empréstimos e financiamentos bancários de curto e longo prazos, vendas de ativos imobilizados. As saídas não operacionais são as relativas à aquisição de novos ativos de longa duração, tais como o imobilizado, novas aquisições de ações de outras empresas, aplicações de recursos em projetos de pesquisas e desenvolvimentos de novos produtos ou novos processos de fabricação, pagamento de dividendos ou distribuição de lucros aos sócios ou acionistas etc. Como podemos observar, a demonstração dos fluxos de caixa mostra como a empresa está obtendo dinheiro e como está gastando ou aplicando os seus recursos de caixa. Importante observar que, às vezes, uma empresa apresenta, de um ano para outro, uma variação positiva no saldo de caixa, ou um aumento. O fluxo de caixa pode demonstrar que o aumento não decorreu das atividades operacionais ou do lucro; pode ter decorrido de empréstimos bancários de curto ou longo prazo e, em momentos especiais, essa situação pode ser até encarada como normal; porém, ao se analisar uma série maior de anos, ainda que a tendência seja de um aumento constante do saldo de caixa, mas advindo de empréstimos de instituições financeiras, poderá significar o seu crescente endividamento e a sua falência. Algumas empresas comprometem a sua continuidade por não cuidar do seu fluxo de caixa. Resumo Essa unidade amplia e explora aplicação do método de avaliação de investimento pelos métodos: EVA Comparado ao VPL, simulando situação de investimento em que haja presença de capital próprio e de terceiros, há inserção de uma taxa de juros anual e documentos contábeis para iniciar as análises. O aluno deve ter percebido que, não importa o método utilizado, o resultado é o mesmo, direcionando assim o gestor financeiro a tomar decisão com precisão. TIR Taxa Interna de Retorno é outra técnica de se trazer a valor presente as entradas futuras de caixa. A TIR é definida como a taxa que iguala a zero as entradas futuras de caixa com as saídas de caixa na data do investimento 75 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos ou do desembolso de caixa (data zero). E vimos que é indicado o uso da HP12C. Vimos que existem as técnicas de demonstração de fluxos de caixa de natureza contábil que a maioria das sociedades tem por obrigação elaborar e publicar para os diversos usuários da informação contábil e financeira; a Lei Societária faz essa exigência. Para finalizar, o gestor financeiro precisa conhecer todas essas técnicas aqui apresentadas para melhor trabalhar com o recurso “dinheiro” em busca de melhores resultados. Exercícios Questão 1. Conforme José Carlos Marion, “a demonstração do resultado do exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período, normalmente 12 meses”. (MARION, J. C. Contabilidade básica. 10. Ed. São Paulo: Atlas, 2009, p. 98). Acerca da demonstração de resultados, avalie as afirmativas e responda o solicitado. I – A DRE, Demonstração dos Resultados do Exercício, é apresentada de forma dedutiva, ou seja, vertical, iniciando-se pela demonstração das receitas para, depois, serem delas subtraídas as despesas. II – A Receita Bruta (disponível na DRE) representa o total bruto vendido num determinado período, inclusos aqueles impostos incidente sobre a venda que, via de regra, fazem parte do preço final de venda. III – Todas as deduções que aparecem na DRE são consideradas como despesas, pois são abatidas da Receita Bruta para que seja conhecida a Receita Líquida. IV – As despesas com a administração da empresa são demonstradas na DRE como despesas operacionais. Estão corretas apenas as afirmativas: A) I e II. B) I, II e III. C) II e IV. D) I, II e IV. E) II, III e IV. Resposta correta: alternativa D. 76 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade IV Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: a proposição é verdadeira, pois a DRE é estruturada de forma vertical, iniciando-se pela apresentação da Receita Bruta e procedendo a todas as deduções que são cabíveis. II – Afirmativa correta. Justificativa: a proposição é verdadeira, pois a Receita Bruta nada mais é do que a multiplicação do preço das mercadorias vendidas por sua quantidade, (P x Q) e, no preço, estão alguns impostos sobre vendas. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: na DRE as deduções não são consideradas como despesas, mas sim como ajustes realizados sobre a Receita Bruta, para que seja possível apurar a Receita Líquida. IV – Afirmativa correta. Justificativa: as despesas operacionais são todas as despesas que contribuem para a manutenção da atividade operacional da empresa, a exemplo de despesas de vendas e de despesas administrativas, dentre outras. Questão 2. (CRC 2012, adaptada). Leia o texto a seguir: Quais podem ser os reflexos da contabilização de juros sobre o capital próprio na riqueza do acionista? A função fundamental do administrador financeiro de uma empresa é a maximização da riqueza do acionista. Com a evolução da função financeira, desde a década de 1950, foram desenvolvidos vários trabalhos e modelos, visando ao atendimento deste objetivo. No Brasil, a partir da aprovação da Lei nº 9.249/95, tornou-se possível a contabilização de Juros Sobre o Capital Próprio (JSCP) aos acionistas e sua dedução como despesa financeira para fins fiscais. Como a forma de tributação incidente sobre esta opção de remuneração difere de pessoas físicas para pessoas jurídicas, este trabalho tem por objetivo identificar quais podem ser os reflexos da contabilização de JSCP na riqueza do acionista, demonstrando como se pode utilizar o JSCP para aumento da riqueza dos acionistas. Para tanto, realizou-se um estudo descritivo, analisando-se documentos indiretos da empresa selecionada. Tal empresa faz parte do setor de Telecomunicações, setor que contabilizou o maior montante de JSCP no ano de 2006. Como considerações finais têm-se que o JSCP pode ser utilizado para a maximização da riqueza do acionista em virtude da economia de impostos. No entanto, com algumas particularidades, esta vantagem pode deixar de existir em razão do tipo de acionista recebedor, se pessoa física ou jurídica. Fonte: Rodrigo Fernandes Malaquias e outros, CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília, n. 188, p. 59, mar.-abr. 2011. Disponível em: <http://cfc.org.br/uparq/resumo_188.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2011. Adaptado. 77 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos De acordo com o texto, é correto afirmar que: A) A contabilidade de Juros Sobre o Capital Próprio aos acionistas e a sua dedução como despesa financeira têm fundamento legal datado de 1995. B) A riqueza dos acionistas interfere na economia de impostos por parte da empresa. C) A empresa em questão adotou contabilização de receitas com Juros Sobre o Capital Próprio. D) O objetivo da pesquisa é correlacionar os efeitos da riqueza do acionista na contabilização de Juros Sobre o Capital Próprio. E) Independente do tipo de acionista recebedordos Juros Sobre o Capital Próprio, se pessoa física ou jurídica, sua contabilização produz vantagem econômica. Resolução desta questão na plataforma. 78 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 REFERÊNCIAS Textuais ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor: manual do mestre. São Paulo: Atlas, 2003. ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. São Paulo: Atlas, 2009. BM&fBOVESPA. Procedimentos operacionais da câmara de compensação, liquidação e gerenciamento de riscos de operações no segmento Bovespa, e da central depositária de ativos (CBLC). São Paulo, 2011. Disponível em: <http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/regulacao/download/ MPO-CBLC-Completo-110318-Em-vigor.pdf>. Acesso em: 5 set. 2013. BRASIL. Receita Federal. Juros sobre o capital social (remuneração do capital próprio). [s. d.]. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2005/PergResp2005/pr454a459.htm>. Acesso em: 5 set. 2013. CAVALCANTE, F. A “melhor apresentação” da ferramenta EVA. Up-To-Date, n. 358. [s. d.]. Disponível em: <http://www.cavalcanteassociados.com.br/utd/UpToDate358.pdf>. Acesso em: 5 set. 2013. FORTUNA, E. Mercado financeiro. 9. ed. São Paulo: Qualimark, 1996. GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. 3. ed. Trad. Jacob Ancelevicz. São Paulo: Harbra, 1984. HOJI, M. Administração financeira e orçamentária. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007. LEMES JÚNIOR, A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. Administração financeira, princípios, fundamentos e práticas brasileiras. 2. ed. São Paulo: Elsevier, 2005. MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1994. ROBERTS, R. Por dentro das finanças internacionais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000. p. 102. SANTOS, I. M. A. Análise de investimentos. [s. d.]. Disponível em: <http://vigo.ime.unicamp.br/ Projeto/2009-2/MS777/ms777_ieda.pdf>. Acesso em: 5 set. 2013. SANVICENTE, A. Z. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. Sites <http://www.fipecafi.org/> 79 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Exercícios Unidade I – Questão 2: FUNDAÇÃO CESGRANRIO. BNDES 2009: Profissional Básico Ciências Contábeis. Questão 49. Disponível em: <https://qcon-assets-production.s3.amazonaws.com/prova/arquivo_ prova/899/cesgranrio-2009-bndes-profissional-basico-ciencias-contabeis-prova.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2015. Unidade II – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Ciências Contábeis. Questão 30. Disponível em: <http://public.inep.gov.br/enade2009/CIENCIAS_CONTABEIS.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2015. Unidade III – Questão 1: DEPARTAMENTO AUTÔNOMO DE ÁGUA E ESGOTOS DE ARARAQUARA (DAEE). 402 – Economia. Questão 41. Disponível em: <http://www.daaeararaquara.com.br/concurso/ Caderno%20de%20Prova%20-%20Cargo%20402%20-%20ECONOMISTA.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2015. Unidade III – Questão 2: FUNDAÇÃO CESGRANRIO. BNDES 2009: Profissional Básico Ciências Contábeis. Questão 45. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/ bndes_pt/Galerias/Arquivos/empresa/concursos/2009_PROVA4_CIENCIASCONTABEIS.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2015. Unidade IV – Questão 2: CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Exame de Suficiência 2012: Bacharel em Ciências Contábeis. Questão 48. Disponível em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp- content/uploads/2012/12/PROVA-BACHAREL_2_2012.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2015. 80 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Informações: www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000
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