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DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA E COMPLICAÇÕES

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MEC, MK, RK MED10 
 
Doença ulcerosa péptica e 
complicações 
Foi considerada doença crônica, de etiologia 
desconhecida e cíclica por mais de um século 
Descoberta do Hp modificou a compreensão → H. pylori 
é a principal causa de DUP 
"Úlceras pépticas constituem soluções de continuidade 
da mucosa gastrointestinal secundárias ao efeito 
corrosivo do ácido clorídrico (HCl) e da pepsina, 
estendendo-se através da muscularis mucosae, 
atingindo a camada submucosa e até mesmo a 
muscularis propria” 
EPIDEMIOLOGIA: 
Mais comum no sexo masculino: 1,5x-3x H > M 
A úlcera duodenal é mais frequente que a úlcera 
gástrica 
UD: 
 5x mais frequente 
 95% localizada no bulbo 
 30 - 55 anos 
UG: 
 Mais comum no antro (80% na pequena 
curvatura) – epitélio gástrico não secretor 
 50 - 70 anos de idade 
Etiologia 
Causas mais comuns: 
 Infecção por H. Pylori 
 90% úlceras duodenais 
 60-70% úlceras gástricas 
 Uso de AINES 
A prevalência de úlceras com H. Pylori negativo está 
aumentando → erradicação do H. Pylori e aumento do 
uso de AINES 
 
FISIOPATOLOGIA: 
Teoria cloridropéptica: “no acid: no ulcer” → antes, a 
patogênese da úlcera péptica era um processo de 
autodigestão resultante de um excessivo poder de ação 
do suco gástrico sobre a mucosa gastroduodenal, ou 
seja, acreditava que o paciente produzia muito ácido e 
se ele não tivesse excesso de ácido, não teria úlcera 
Atualmente, observa-se alguns ulcerosos com secreção 
ácida normal ou pouco abaixo do normal: 
 Fator genético – fenótipo secretório de ácido 
 Úlcera duodenal > ácido 
 Úlcera gástrica < ácido 
Fatores ambientais: 
 H. pylori (principal) 
 Alimentação, tabagismo, medicamentos, 
estado emocional 
O fenótipo secretório de ácido é mais comum na úlcera 
duodenal, enquanto que na úlcera gástrica é menos 
comum 
Existe um grupo de pacientes que, diante da infecção 
pelo H. pylori, possuem um fenótipo de produção 
normal/baixa de ácido: 
 Se produção normal/baixa de ácido → não há 
hiperacidez (funciona como um usuário crônico 
de IBP) 
 A baixa produção de ácido pode fazer com que 
o pH do estômago se altere e faça com que haja 
uma maior colonização do H. pylori, 
principalmente no corpo (regiões proximais). 
Essa alteração do pH pode, ainda, causar uma 
atrofia da mucosa do estômago. 
 Essa mucosa atrofiada fica mais 
adelgaçada/fina e, mesmo com níveis normais 
de ácido, pode haver o surgimento da úlcera 
gástrica e até mesmo do câncer 
Já o fenótipo dos pacientes com alta produção de ácido: 
 Retroalimentação da produção de ácido pela 
gastrina 
 Duodeno com pH mais ácido do que o órgão 
suporta → úlcera 
MEC, MK, RK MED10 
 
 
Quando há um desequilíbrio da defesa em comparação 
aos agentes agressores, há o surgimento da úlcera 
× Defesa: prostaglandinas → produção de muco 
e bicarbonato 
× Reparação: fator de crescimento epitelial 
× Agressão: produção de ácido e pepsinogênio 
(proteólise) 
2ª causa mais comum de úlcera péptica: uso de AINES 
Principalmente quando não seletivos, bloqueiam a 
produção de: 
 Prostaglandinas, bicarbonato e muco 
A mucosa perde essas camadas de proteção e fica mais 
susceptível à solução de continuidade 
 
QUADRO CLÍNICO: 
Sintomatologia é insuficiente para ≠ úlcera duodenal 
(UD) da úlcera gástrica (UG) 
As características da dor ajudam a diferenciar entre 
uma dor tipo úlcera e uma dor que não é do tipo úlcera 
Dor epigástrica aguda 
Queimação 
Ritmicidade com alimentação (UD > UG) → piora com o 
jejum prolongado e tende a diminuir com a alimentação 
Periodicidade → alterna entre períodos de maior e 
menor agudização 
Despertar noturno - “clocking” (UD > UG) → o paciente 
acorda na madrugada com dor em região epigástrica 
DIAGNÓSTICO: 
Endoscopia Digestiva Alta → quando se suspeita 
clinicamente de uma úlcera, é mandatório fazer EDA 
Exame histológico (UG x UD): 
 Confirmação 
 Definição da natureza 
 Etiologia 
OBS: Além da EDA, na úlcera gástrica, o que é 
importante fazer? Biópsia! 
Biópsia: 
O câncer gástrico, nas suas fases iniciais, pode 
mimetizar endoscopicamente, uma úlcera péptica 
Biópsia → define a natureza → confirma se é uma úlcera 
péptica ou é um CA 
Por outro lado, na úlcera duodenal, isso não é 
necessário, uma vez que a maioria das úlceras 
duodenais são pépticas → torna-se dispensável a 
realização da biópsia) 
TRATAMENTO: 
Objetivos: alívio dos sintomas, cicatrização das lesões, 
prevenção de recidivas e complicações 
Úlceras Hp- /AINES: 
Suspender o uso de AINES 
Cicatrização da mucosa com uso de IBP (4-8 semanas) 
Úlceras Hp+: 
Em se tratando de UG, na biópsia é feita a pesquisa para 
H. pylori 
Tratar o H. pylori (com o tratamento de primeira linha) 
→ o uso de IBP no tto do HP ajuda na cicatrização na 
úlcera 
Prolongar supressão ácida após tratamento do Hp 
CONTROLE: 
UD: Em geral, não necessitam controle endoscópico 
UG: Controle endoscópico 4-8semanas (avaliar 
cicatrização, BX’s) 
COMPLICAÇÕES: 
PERFURAÇÃO: 
Fatores de risco: idade avançada, uso de AINES, fumo, 
álcool, uso de drogas 
TIPOS: 
 Peritônio livre 
 Perfuração bloqueada 
Peritônio livre: 
MEC, MK, RK MED10 
 
Primeira manifestação da úlcera – até 20% 
Locais mais frequentes: 
 Bulbo duodenal – parede anterior (é a que mais 
perfura; a parede posterior do bulbo sangra 
mais do que perfura) 
 Estômago – pequena curvatura 
Ao exame físico: 
 Abdome agudo – “em tábua”, rígido, 
extremamente doloroso, com sinais de 
irritação (dor à descompressão) 
Qual exame solicitar? Diagnóstico é clínico 
× EDA contraindicada!!! 
A EDA pode provocar que o pneumoperitônio vire um 
pneumoperitônio hipertensivo, com risco de vida 
No exame de imagem → vai visualizar pneumoperitônio 
Tratamento: cirúrgico!!! 
Perfuração bloqueada: 
Excepcionalmente formação de fístulas 
Quadro pode ser mais arrastado 
ESTENOSE: 
Consequência de cicatrização da úlcera: 
 O depósito de fibrina que ocorre devido à 
cicatrização pode reduzir a luz da região e 
causar uma estenose 
Localizadas ou no duodeno ou no canal pilórico 
Sintomas de obstrução: empachamento pós-prandial, 
vômitos (estase), perda de peso 
Tratamento de escolha → dilatação endoscópica 
Cirurgia → casos refratários

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