Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Leticia Cordeiro | Dor abdominal → A úlcera gástrica é a presença de uma lesão maior que 0,5 cm de diâmetro que ultrapasse a camada muscular da mucosa do TGI → Ocorre em decorrência da exposição da mucosa à acidez da secreção gástrica → Pode acometer o estomago, duodeno e a porção final do esôfago → A DUP frequentemente está associada à gastrite crônica hiperclorídrica induzida por Helicobacter pylori • Presente em 85 a 100% dos pacientes com ulceras duodenais e em 65% com ulceras gástricas → Dois fatores etiológicos associados: o H. pylori e os AINEs → A mucosa gástrica possui mecanismos de defesa: • Muco, que é um revestimento e funciona como barreira e é produzido pelas células foveolares. Os AINEs, por inibirem a produção da prostaglandina, resultam na redução dessa camada de muco protetora da mucosa gástrica. • Bicarbonato, um sal de pH básico que neutraliza a acidez e se localiza entre a mucosa e camada de muco; • Camada hidrofóbica, que também serve como barreira e repele o contato da secreção gástrica com a mucosa; • Óxido Nítrico e prostaglandinas: são importantes mediadores para o aumento da vascularização da mucosa e submucosa, estimulando a regeneração da mucosa gástrica, bem como a secreção de muco e bicarbonato; • Fluxo sanguíneo, que revitaliza o epitélio. ETIOLOGIA E PATOGENIA: ÚLCERA GASTRODUODENAL ASSOCIADA AO H. pylori → ULCERA DUODENAL → A infecção do antro gástrico pela H. pylori → inibição das células produtoras de somatostatina → ↑ secreção ácida → ↑ liberação de gastrina pelas células G do antro gástrico • ↑ produção de ácido e consequentemente a elevação da carga ácida ofertada ao duodeno → O aumento da acidez no duodeno induz a formação ou exacerbação da metaplasia gástrica no bulbo duodenal → favorece a colonização de H. pylori → inflamação da mucosa metaplásica → ↑ da área metaplásica → maior densidade de colonização pela bactéria → Ciclo vicioso torna o epitélio metaplásico duodenal mais vulnerável à ulceração → A secreção ácida elevada no bulbo duodenal torna os ácidos biliares insolúveis, possibilitando a sobrevida da H. pylori no ambiente → A carga ácida no duodeno é determinada pela quantidade de secreção ácida produzida pelo estomago e na habilidade do duodeno em neutraliza-la Leticia Cordeiro | Dor abdominal → ULCERA GÁSTRICA • Responsável por 70 a 80% das ulcerações → a causa mais frequente é o uso de AINE • Tendem a ocorrer na mucosa não secretora de ácido ou próximo à junção com a mucosa não secretora • A pangastrite induzida pela bactéria é responsável pelas alterações metaplásicas que transformam a mucosa secretora em não secretora • Pacientes com ulcera gástrica tendem a ter maior quantidade de bile no estomago, principalmente após refeições • O conteúdo duodenal refluído, especialmente a bile e lecitina, é lesivo para a mucosa gástrica → ↑ sensibilidade ao ataque ácido • H. pylori → ↓ camada de mucina → contribuindo para a redução dos mecanismos de defesa da mucosa gástrica ULCERA PÉPTICA ASSOCIADA AO USO DE AINE → Os AINEs são considerados causa estabelecida de ulcera péptica – administração oral ou sistêmica → Risco relativo para um usuário crônico desenvolver ulcera gástrica ou duodenal é, respectivamente, 46 e 8 vezes maior que na população em geral → Fisiopatologia: AINEs levam a lesão gastroduodenal por: • Efeito toxico direto nos mecanismos de defesa da mucosa → ↑ permeabilidade celular, inibe o transporte iônico e a fosforilação oxidativa • Efeito sistêmico → inibe as COX, enfraquecendo os mecanismos de defesa − Redução do teor das prostaglandinas − Prostaglandinas E e A → efeitos estimulantes na produção de muco e na secreção de bicarbonato → proteção da mucosa gástrica | aumentam o fluxo sanguíneo mucoso, reduzindo o turnover celular (tempo de renovação celular) • COX-1: quando ativada promove a produção de prostaciclinas que no endotélio vascular tem ação antitrombogênica e na mucosa gástrica induz à citoproteção • COX-2: encontrada em macrófagos, fibroblastos e células epiteliais e induzida em locais de inflamação → taxas menores de lesões gastroduodenais, mas risco aumentado para eventos cardiovasculares → Risco aumentado de complicações em usuários de AINE • História previa de úlcera péptica ou sangramento digestivo • Idade > 60 anos, principalmente mulheres • Dose, duração e tipo de anti-inflamatório → quanto maior a dosagem empregada, maior o risco de complicações gastrintestinais • Coadministração de corticosteroides e anticoagulantes: enquanto o uso combinado de corticosteroides e AINEs está associado a um risco 2 a 3 vezes maior de complicações gastrintestinais, o uso de anti-inflamatórios isolado reduz tal risco à metade Leticia Cordeiro | Dor abdominal • TTO: emprego de antissecretores e/ou prostaglandinas (uso proscrito devido aos efeitos adversos) • OS antissecretores devem ser estendidos por 6 a 8 semanas, e em casos de ulceras grandes (maior de 2 cm) requerem uma terapia mais prolongada ULCERA PÉPTICA ASSOCIAD à SINDROME DE ZOLLINGER-ELLISON: → Síndrome de Zollinger-Ellison (SZE) é uma condição rara, caracterizada por hipergastrinemia decorrente de uma neoplasia endócrina, que leva a um aumento importante da secreção ácida do estomago e consequente doença ulcerosa péptica, de difícil tratamento. → É a manifestação clinica básica do gastrinoma – tumor neuroendócrino de células não-beta localizado no pâncreas → considera-se que SZE e gastrinoma como sinônimos → A ulcera péptica duodenal, única ou múltipla é a manifestação mais frequente, ocorrendo em 90 a 95% dos pacientes → Constituem sinais de alerta para a possibilidade de gastrinoma úlcera única ou múltipla distal à primeira porção do duodeno, úlceras de difícil controle clínico, úlceras H. pylori negativas, úlceras recorrentes pós-operatórias, úlceras associadas a diarreia ou cálculo renal e úlceras em pacientes com história pessoal ou familiar sugestiva de tumor de hipófise ou paratireoide. → Dosagem de gastrina sérica → método diagnostico mais sensível e especifica para identificar o gastrinoma → Tratamento específico: os IBPs são indicados para o tratamento inicial nos períodos de avaliação e estabilização dos pacientes e naqueles em que o tumor não foi localizado ou ressecado. Pacientes com lesões metastáticas devem ser encaminhados a tratamento quimioterápico ULCERA PÉPTICA SECUNDÁRIA A OUTRAS ETIOLOGIAS: → O uso de corticoidesteróides podem potencializar o efeito nocivo dos AINEs sobre a mucosa gastroduodenal → Cloreto de potássio → pode ocorrer a perfuração como complicação em alguns casos → Anfetaminas e cocaína → ulcera duodenal e perfuração por isquemia tecidual local → Medicações imunossupressoras, como o micofenolato → Radioterapia com foco em abdome (causa rara) → Doenças granulomatosas com acometimento gastroduodenal, como a doença de Crohn – raramente → Sarcoidoses – pode cursas com ulceras e granulomas não caseosos → Ulceras gástricas sifilíticas – suspeitar em todo paciente portador de sífilis não tratada com lesões de antro sem resposta ao tratamento convencional → a biopsia da lesão revela inflamação granulomatosa e testes sorológicos treponêmico e não treponêmico confirmam o diagnostico → Tuberculose gástrica ou duodenal OUTRAS CONDIÇÕES ASSOCIADAS À ULCERA GASTRODUODENAL → Tabagismo → Algumas condições apresentam forte associação com DUP. → O tabagismo parece ser significativo: • A DUP é mais comum em tabagistas do que em não tabagistas • O fumo está relacionado a uma maior recorrência de DUP • Ocorre cicatrização mais lenta das ulceras pépticas em fumantes • Ocorre prejuízo à resposta terapêutica em tabagistas • Nos fumantes se observa maior incidência de complicações da DUP, sobretudo perfuração. → Entre as suspeitas do efeito do cigarro na gênese da DUP tem-se:• Diminuição da produção de bicarbonato pelo duodeno • Lentidão no esvaziamento gástrico (estomago mais distendido produz mais ácido) • Maior incidência de infecção pelo H. pylori • Produção de radicais livres lesivos à mucosa → Fatores Genéticos • Dados relacionando fatores genéticos com DUP ainda estão sendo estudados. Embora a DUP seja 3x mais comum em parentes de primeiro grau de um paciente com a desordem, fatores como prevalência de infecção pelo H. pylori muitas vezes atrapalham a conclusão dos estudos. Leticia Cordeiro | Dor abdominal • Outro exemplo: a DUP é mais frequênte em quem tem grupo sanguíneo O, só que o H. pylori se liga preferencialmente a este antígeno, fenômeno que prejudica nossa interpretação. QUADRO CLINICO: → O quadro clínico típico dos pacientes sintomáticos com úlcera péptica é de dispepsia, dor ou desconforto abdominal em queimação na região epigástrica, que pode ser acompanhado de plenitude gástrica, saciedade precoce e náuseas. Em caso de complicações sinais de quadro abdominal obstrutivo e até mesmo de choque hipovolêmico podem estar presentes. → Até 70% dos pacientes com úlceras pépticas são assintomáticos se apresentam assintomáticos apesar da úlcera. → Dor abdominal: No caso da úlcera duodenal a dor é bem localizada no mesoepigástrio, em queimação, de leve intensidade, apresenta melhora após alimentação ou uso de antiácido e piora durante estresse emocional. Já na úlcera gástrica, o que desencadeia os sintomas é a alimentação e é comum associação com náuseas e perda ponderal. Pelo fato de a dor ser tolerável, muitos pacientes procuram atendimento médico apenas após a doença evoluir ou complicar (dor em dorso, por exemplo, é sinal de acometimento pancreático, o que pode ocorrer com a perfuração da parede posterior do estômago); → Perfuração: É a complicação mais comum da úlcera gástrica, sendo mais rara em caso de úlcera duodenal. A úlcera penetra profundamente e pode causar peritonite química, com a exposição do peritônio às secreções gástricas. O quadro costuma ser caracterizado por dor abdominal de início súbito, muito intensa, relacionada à febre, taquicardia e desidratação. Ao exame do abdome, este se apresenta rígido e doloroso, comumente apresentando sinais de irritação peritoneal (sinal de Blumberg). Vale ressaltar que esta complicação é uma emergência e a presença de ar livre no diafragma na radiografia auxilia o diagnóstico. → Hemorragia: Uma característica da anatomia vascular do duodeno é a abundância do suprimento sanguíneo, por isso a hemorragia é a complicação mais frequente das úlceras pépticas. Caso ocorra hemorragia, ela pode ser maciça, ou pode se apresentar também como hematêmese ou melena. A maior parte das úlceras não chega a causar hemorragia maciça, no entanto o paciente pode se apresentar já com sinais de choque hipovolêmico, descorado, com abdome doloroso à palpação, taquicárdico, taquipneico e hipotenso (em casos de choque hipovolêmico grave). → Obstrução mecânica: O que pode levar a esse quadro é a inflamação da parede do trato gastrointestinal, principalmente na região do piloro e no duodeno, normalmente causando apenas um quadro de obstrução parcial. A sintomatologia é de anorexia, sensação de saciedade, náusea, vômitos pós-prandiais e menor velocidade para esvaziar o conteúdo gástrico DIAGNÓSTICO: → Endoscopia digestiva alta (EDA) – padrão-ouro → realizada em pacientes com sintomas persistentes e recorrentes • Analise de sinais de malignidade: tamanho aumentado, massas associadas, nódulos e protrusão paro interior do lúmen • Biopsia – retirada da lesão na transição entre a ulcera e a mucosa normal – uma vez que a região central da lesão é composta basicamente por tecido necrótico → A endoscopia permite estabelecer a localização anatômica da lesão, permitindo a classificação das úlceras gástricas em 4 tipos: • Tipo I: Úlcera da pequena curvatura gástrica – sítio mais comum das úlceras gástricas, não apresenta grande correlação com a presença de hipercloridria. • Tipo II: Úlcera do corpo gástrico associada à úlcera duodenal, muito associada com a presença de H. pylori e produção excessiva de HCl. • Tipo III: Úlcera pré-pilóricoca: também associada à presença do H. pylori. • Tipo IV: úlcera da porção proximal da pequena curvatura gástrica, em região proximal à junção gastroesofágica, é o tipo mais incomum da úlcera gástrica e não é correlacionada com a hipercloridria → Exame de radiografia contrastada com bário – segunda escolha pelo menor custo, mas possui acurácia mais baixa →avalia a profundidade da lesão, a localização e o tamanho de forma eficaz. Leticia Cordeiro | Dor abdominal Os exames laboratoriais de rotinas são: hemograma, bioquímica hepática, creatinina sérica e cálcio. A radiografia de tórax é realizada com intuito de descartar perfuração, uma vez que o pneumoperitônio pode ser observado através desse exame de rápida aquisição e grande disponibilidade. → Os testes para H. pylori devem ser realizados em todos os pacientes com doença ulcerosa péptica. São dois tipos: os não invasivos (sorologia e teste respiratório da ureia com carbono marcado) e os invasivos (teste rápido da urease, histologia e cultura que requerem de endoscopia). TRATAMENTO CLINICO: 1. Evitar alimentos que exacerbam os sintomas; 2. Aspirina e AINEs devem ser suspensos, se possível (o risco benefício deve ser sempre avaliado. Muitas vezes é mais vantajoso que um paciente que realizou angioplastias realize o tratamento para úlcera péptica sem retirada da aspirina devido ao alto risco cardiovascular desses pacientes, uma vez que a interrupção da aspirina se correlaciona com obstrução dos stents; 3. Evitar o tabagismo, pois diminui a velocidade de cicatrização da lesão; 4. Evitar álcool, pois aumenta a probabilidade de hemorragia digestiva; 5. Evitar café, pois estimula a secreção de ácido. FARMACOLÓGICO Primeira linha → antissecretores: IBPs e bloqueadores H2 → INIBIDORES DE BOMBA DE PRÓTONS → Para pacientes com úlceras não associadas ao H. pylori, o tratamento deve ser com IBPs (exemplo: omeprazol 20 a 40 mg ao dia) de 4 semanas para úlceras duodenais não complicadas e 8 semanas para úlceras gástricas ou úlceras duodenais complicadas. O tratamento pode ser retomado caso o paciente apresente recidiva do quadro após interrupção do tratamento. Os pacientes que apresentam úlceras associadas ao uso de AINEs, como aspirina, e não podem realizar a interrupção do tratamento com aspirina podem realizar uso prolongado das IBPs devido ao alto risco de interrupção da profilaxia de eventos cardiovasculares com a aspirina. → Em caso de úlcera não complicada associada à presença de H. pylori, os IBPs podem ser iniciados (omeprazol 20 mg/dia), uma semana antes de iniciado o tratamento contra a infecção pelo H. pylori e mantido até o encerramento do tratamento contra a infecção bacteriana. Os IBPs não precisam ser prolongados nesse caso, exceto se houver recorrência dos sintomas. → Em caso de úlceras complicadas e associadas à infecção por H. pylori, deve ser iniciado tratamento com IBP por via venosa, em alta dose (exemplo: omeprazol 40 mg, duas vezes ao dia), sendo transicionado o tratamento para via oral uma vez que esta seja tolerada ao paciente, e posteriormente reduzida a dose do IBP (omeprazol 40 mg, uma vez ao dia). O tratamento com IBPs deve ser mantido entre 4 e 12 semanas nesses casos. → BLOQUEADORES H2: → Por possuírem uma estrutura similar à histamina, acabam por bloquear os receptores H2 das células parietais de forma competitiva, as quais normalmente estimulam a produção de suco gástrico. Esses medicamentos possuem diversas apresentações em relação à potência e efeitos colaterais e possuem melhor resposta se administrados por via endovenosa, de forma contínua, em comparação à admi- nistração intermitente. Se o paciente possuir insuficiência renal,é necessário ajustar a dose, pois esses fármacos possuem os rins como sua principal forma de excreção • Cimetidina, ranitidina, famotidina e nizatidina → ANTIÁCIDOS → Esses agentes reagem com o ácido clorídrico e formam sal e água, diminuindo a acidez e elevando o pH. Devem ser ingeridos uma hora após a refeição, devendo ser respeitado esse tempo, pois se forem ingeridos antes os antiácidos podem levar a um tamponamento transitório e, se ingeridos após podem acarretar em um tamponamento prolongado. É a forma de tratamento mais antiga, porém atualmente é utilizado principalmente para abrandar os sintomas. Leticia Cordeiro | Dor abdominal TRATAMENTO DO H. Pylori → Os objetivos desse tratamento são: alívio dos sintomas, cicatrização da ferida, prevenção de adenocarcinoma gástrico e evitar recidiva. Os medicamentos que atingem os dois primeiros objetivos são os antissecretores (IBPs e antagonistas do receptor H2) e, o último objetivo é alcançado com a suspensão do uso de AINEs. Para o tratamento de H. pylori existem algumas indicações, as quais são: 1. Paciente portador de úlcera péptica - reduz drasticamente as chances de recidiva; 2. Usuário crônico de AINE; 3. Portador de lesão neoplásica no estômago; 4. Portador de dispepsia; 5. Paciente com úlcera em remissão que são infectados pelo H. pylori; 6. Paciente H. pylori associado a Linfoma MALT → O tratamento consiste na combinação de três fármacos, inicialmente, e é realizado durante 7 a 14 dias com administração de 2x/dia. A maioria dos esquemas combina um IBP e antibióticos - como metronidazol, claritromicina e amoxicilina. → O esquema mais utilizado no Brasil é: Omeprazol 20 mg 12/12h; Claritromicina 500 mg 12/12. Amoxicilina 1 g 12/12. → Caso o tratamento falhe existem alternativas: → Segunda linha (10 dias) • Omeprazol - 20 mg, 12/12h; Levofloxacino - 500 mg, 1x/dia; • Amoxicilina - 1 g, 12/12h (ou Furazolidona 200 mg, 12/12h). → Terceira linha (de 10 a 14 dias) • Omeprazol - 20 mg, 12/12h; • Sal de bismuto – 240 mg, 12/12h Tratamento Cirúrgico As quatro principais indicações para tratamento cirúrgico são: 1. Intratabilidade: Mais comum em pacientes que não podem suspender o AINE e não apresentam resposta adequada apenas com o uso de IBPs, que o H. pylori não consegue ser erradicado ou que não ocorreu cicatrização da úlcera após 12 semanas; 2. Hemorragia: é a complicação mais comum das úlceras pépticas, e na maioria das vezes o tratamento através de ressuscitação volêmica, supressão da secreção gástrica ácida e intervenção endoscópica é bem-sucedido. Em casos em que o tratamento minimamente invasivo não é bem-sucedido, o tratamento cirúrgico é indicado. 3. Obstrução: é a complicação mais incomum das úlceras pépticas, e o tratamento cirúrgico só é indicado se o tratamento medicamentoso e endoscópico não for efetivo. 4. Perfuração: a perfuração normalmente causa um quadro de dor abdominal de início súbito, forte intensidade e irritação peritoneal, apresentando indicação de tratamento cirúrgico para correção da perfuração. → O melhor procedimento cirúrgico atualmente é a vagotomia, que é dividida em três níveis. • Vagotomia Troncular: secção dos nervos vagos esquerdo e direito superiormente aos ramos celíacos e hepáticos. É um procedimento rápido e não complicado, sendo preferível em pacientes estáveis. • Vagotomia Super-seletiva: foi criado após se reconhecer que a Troncular afeta o bombeamento no antro e piloro. Nesse procedimento, os nervos que suprem a porção que produz ácido no corpo e fundo são divididos - assim, o antro fica com sua inervação vagal preservada. • Vagotomia Troncular e Antrectomia: essa combinação é eficaz na diminuição da secreção gástrica e na recidiva. Importante lembrar que as úlceras gástricas devem ter um controle de cura através da endoscopia após 8 a 12 semanas após a primeira endoscopia. Leticia Cordeiro | Dor abdominal
Compartilhar