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Tássio Mascarenhas de Carvalho Cristiane Rodrigues da Silva Amanda Cristine Ferreira dos Santos Gilvan Duarte dos Santos Rafael Soares Silva (Organizadores) Editora Metrics Santo Ângelo – Brasil 2021 TENDÊNCIAS & PESQUISAS NO ENSINO SUPERIOR CATALOGAÇÃO NA FONTE Responsável pela catalogação: Fernanda Ribeiro Paz - CRB 10/ 1720 2021 Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora Metrics Todos os direitos desta edição reservados pela Editora Metrics Rua Antunes Ribas, 2045, Centro, Santo Ângelo, CEP 98801-630 E-mail: editora.metrics@gmail.com https://editorametrics.com.br Copyright © Editora Metrics Imagem da capa: Freepik Revisão: Os autores T291 Tendências & pesquisas no ensino superior [recurso eletrônico] / organizadores: Tássio Mascarenhas de Carvalho ... [et al.]. - Santo Ângelo : Metrics, 2021. 247 p. : il. ISBN 978-65-89700-55-5 DOI 10.46550/978-65-89700-55-5 1. Ensino superior - Pesquisa. I. Carvalho, Tássio Mascarenhas de (org.). CDU: 378 Conselho Editorial Drª. Berenice Beatriz Rossner Wbatuba URI, Santo Ângelo, RS, Brasil Dr. Charley Teixeira Chaves PUC Minas, Belo Horizonte, MG, Brasil Dr. Douglas Verbicaro Soares UFRR, Boa Vista, RR, Brasil Dr. Eder John Scheid UZH, Zurique, Suíça Dr. Fernando de Oliveira Leão IFBA, Santo Antônio de Jesus, BA, Brasil Dr. Glaucio Bezerra Brandão UFRN, Natal, RN, Brasil Dr. Gonzalo Salerno UNCA, Catamarca, Argentina Drª. Helena Maria Ferreira UFLA, Lavras, MG, Brasil Dr. Henrique A. Rodrigues de Paula Lana UNA, Belo Horizonte, MG, Brasil Dr. Jenerton Arlan Schütz UNIJUÍ, Ijuí, RS, Brasil Dr. Jorge Luis Ordelin Font CIESS, Cidade do México, México Dr. Luiz Augusto Passos UFMT, Cuiabá, MT, Brasil Dr. Manuel Becerra Ramirez UNAM, Cidade do México, México Dr. Marcio Doro USJT, São Paulo, SP, Brasil Dr. Marcio Flávio Ruaro IFPR, Palmas, PR, Brasil Dr. Marco Antônio Franco do Amaral IFTM, Ituiutaba, MG, Brasil Drª. Marta Carolina Gimenez Pereira UFBA, Salvador, BA, Brasil Drª. Mércia Cardoso de Souza ESEMEC, Fortaleza, CE, Brasil Dr. Milton César Gerhardt URI, Santo Ângelo, RS, Brasil Dr. Muriel Figueredo Franco UZH, Zurique, Suíça Dr. Ramon de Freitas Santos IFTO, Araguaína, TO, Brasil Dr. Rafael J. Pérez Miranda UAM, Cidade do México, México Dr. Regilson Maciel Borges UFLA, Lavras, MG, Brasil Dr. Ricardo Luis dos Santos IFRS, Vacaria, RS, Brasil Dr. Rivetla Edipo Araujo Cruz UFPA, Belém, PA, Brasil Drª. Rosângela Angelin URI, Santo Ângelo, RS, Brasil Drª. Salete Oro Boff IMED, Passo Fundo, RS, Brasil Drª. Vanessa Rocha Ferreira CESUPA, Belém, PA, Brasil Dr. Vantoir Roberto Brancher IFFAR, Santa Maria, RS, Brasil Drª. Waldimeiry Corrêa da Silva ULOYOLA, Sevilha, Espanha Este livro foi avaliado e aprovado por pareceristas ad hoc. SUMÁRIO PREFÁCIO ...............................................................................13 Rafael Soares Silva Tássio Mascarenhas de Carvalho Capítulo 1 ACESSIBILIDADE DIGITAL E A PANDEMIA DA COVID-19 ...............................................................................15 Rafael Soares Silva Izabel Rodrigues da Silva Tarcísio Welvis Gomes de Araújo Thayane Nascimento Freitas Aline Mendes Medeiros Nádia Fernanda Martins de Araújo Capítulo 2 OTIMIZAÇÃO DO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE (PEP) NO CONSULTÓRIO MÉDICO ..............43 Cristiane Rodrigues da Silva Capítulo 3 ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITTUS DO TIPO 2: UMA REVISÃO INTEGRATIVA .......................................................................57 Erica Fernanda Gomes de Sousa Natália Maria Ribeiro Alves Ruthyelly Rodrigues de Carvalho Rosselly Davilla Silva Sousa Andrea Nunes Mendes Brito Tendências & Pesquisas no Ensino Superior Capítulo 4 A ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA NO ENSINO DE QUÍMICA: UM MAPEAMENTO DE TESES E DISSERTAÇÕES NO PERÍODO DE 2009 A 2019 ...............67 Rafael Soares Silva Guilherme Santos Simões Capítulo 5 AS REPERCUSSÕES DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER A PARTIR DA VIGÊNCIA DA LEI MARIA DA PENHA EM TERESINA ........................89 Tássio Mascarenhas de Carvalho Manoel Leonardo Tavares da Silva Capítulo 6 UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA SOBRE O EFEITO DO JEJUM INTERMITENTE NO DIABETES MELLITUS TIPO II: ............................................................113 Douglas Sampaio Tavares Carlos Henrique Ribeiro Lima Amanda Cristine Ferreira dos Santos Andréa Nunes Mendes de Brito Romaria Rodrigues da Silva Lilia Maria Monteiro Oliveira e Silva Capítulo 7 BIOQUÍMICA DAS DOENÇAS MITOCONDRIAIS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA EM TESES E DISSERTAÇÕES NO PERÍODO DE (2000 A 2020) ........................................129 Rafael Soares Silva Izabel Rodrigues da Silva Maisa Castelo Branco Couto de Miranda Yara Rocha Bastos Castelo Branco Tendências & Pesquisas no Ensino Superior Capítulo 8 O IMPACTO DO SIMPLES NACIONAL NAS MPES E MEI: SISTEMAS ALTERNATIVOS DE TRIBUTAÇÃO DE LUCROS ................................................................................159 Cristiane Rodrigues da Silva Tássio Mascarenhas de Carvalho Capítulo 9 TRABALHO EM EQUIPE: A NOVA FERRAMENTA DE GESTÃO ................................................................................189 Allan Carlos de Sousa Camarço Tássio Mascarenhas de Carvalho Manoel Leonardo Tavares da Silva Amanda Cristine Ferreira dos Santos Gilvan Duarte dos Santos Capítulo 10 ESTUDO BIBLIOMÉTRICO SOBRE EMPREENDEDORISMO SOCIAL......................................205 Cristiane Rodrigues da Silva Tássio Mascarenhas de Carvalho Capítulo 11 TRANSPOSIÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO NO ENSI-NO DE MATEMÁTICA PARA DEFICIENTES VISUAIS .................................................................................219 Guilherme Santos Simões Rafael Soares Silva Tendências & Pesquisas no Ensino Superior Capítulo 12 GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO ......229 Amanda Cristine Ferreira dos Santos Ana Lourdes dos Reis Silva Lucimara Brandão da Silva Andréa Nunes Mendes de Brito Carlos Henrique Ribeiro Lima Lília Maria Monteiro de Oliveira e Silva SOBRE OS ORGANIZADORES .........................................245 PREFÁCIO Estamos vivenciando mudanças que influenciam a sociedade, ocasionando tendências de pesquisas no ensino superior. Ressalta-se que não pretendemos esgotar os assuntos relacionados às temáticas indicativas para escrita dos capítulos do livro, somente direcionar para a compreensão e conhecimento de diversos assuntos no ensino superior. Diante das mudanças que a sociedade vivenciou ao longo dos anos, pode-se ressaltar que 2020/2021 foi marcado pela pandemia da Covid-19 instaurada no mundo, impactando no fechamento de escolas, comércio e demais atividades não essenciais como medida emergencial para evitar mais ainda a proliferação do vírus. Esta obra, neste contexto, é fruto de um trabalho coletivo e ocupa-se de vários temas/temáticas e visa delinear uma caracterização de estudos no Ensino Superior em uma caracterização multidisciplinar ao abordar diversos assuntos da área das Ciências Sociais Aplicadas, das Ciências da Saúde, das Engenharias e das Ciências Humanas, dentro outras áreas do conhecimento. Os textos que compõem essa obra: “Tendências & Pesquisas no Ensino Superior” trazem propostas de escritos que refletem a atualidade na pesquisa nas mais diversas áreas do conhecimento. Foram escritos por e para profissionais de várias áreas do ensino superior. O livro possui linguagem acessível, acredita-se que possa ser útil, ao todo ou em parte, aos estudantes e pesquisadores. Anseio que este livro possa ser de grande valia ao público ao qual se destina e que se reverta em benefícios em todas as áreas do conhecimento. Queremos agradecer aos colaboradores que prontamente atenderam ao convite a participar do preparodesta obra e creditar a eles a qualidade do trabalho no intuito de contribuir no estudo de pesquisas futuras ainda mais estimuladoras e importantes no que se refere ao Ensino Superior. Ansiamos que este trabalho possa ser de grande valia aos 14 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior pesquisadores das várias áreas do conhecimento. Enfim, a obra expressa as tendências e pesquisas que estão sendo realizadas no Ensino Superior no cenário atual. Uma excelente leitura e reflexão. Prof. Dr. Rafael Soares Silva Prof. Me. Tássio Mascarenhas de Carvalho Capítulo 1 ACESSIBILIDADE DIGITAL E A PANDEMIA DA COVID-19 Rafael Soares Silva1 Izabel Rodrigues da Silva2 Tarcísio Welvis Gomes de Araújo3 Thayane Nascimento Freitas4 Aline Mendes Medeiros5 Nádia Fernanda Martins de Araújo6 1 Introdução O ano é 2021. O mundo inteiro conectado através da tecnologia, surpreendidos por uma crise global. Estamos vivendo num isolamento social o que restringe a 1 Pós-doutorando em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares (UFRRJ); Pós-Doutorando em Química pelo IQSC-USP; Doutor em Ensino de Ciências e Matemática (UNICSUL) com ênfase em Educação Especial e Inclusiva, Mestre em Engenharia e Ciências dos Materiais (MACKENZIE); Licenciado em Pedagogia, Química e Biologia. Pesquisador do Observatório de Educação Especial e Inclusão Educacional (ObEE) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). E-mail: doc.rafaelsoares@gmail.com/ https://orcid.org/0000-0001-9994-6653. 2 Especialista em Metodologia da Educação Infantil (2019). Licenciada em Pedagogia - UFPI (2014). Formação em nível Técnico em Biblioteca. Atualmente é professora (acompanhante terapêutica) de uma aluna com Síndrome de Down no Instituto Dom Barreto (Teresina-PI). 3 Mestrando em Educação Inclusiva em Rede (PROFEI/UEMA). Especialista em Libras com Docência do Ensino Superior (FAEME). Licenciado em Pedagogia (UFPI). Professor/Instrutor de Libras (SEDUC – MA). 4 Mestranda em Educação Inclusiva em Rede (PROFEI/UEMA). Especialista em Libras com docência Superior- FAEME, Especialista em Educação Especial- IESM, Especialista em Gestão e Supervisão Escolar- FACEI, Graduanda em Letras-Libras- UNIASSELVI, Licenciada em Pedagogia – UFPI, Professora da Secretaria Municipal de Educação- SEMEC/PI. 5 Mestranda em Educação- UFMA, Especialista em Língua Brasileira de Sinais – UESPI. Licenciada em Pedagogia- UESPI. Docente da área de Libras CPCE/UFPI. 6 Mestranda em Formação de Professores - UEPB. Especialista em Língua Brasileira de Sinais- UESPI. Licenciada em Pedagogia - UFPI. Docente da área de Libras CSHNB/UFPI. 16 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior participação em atividades rotineiras. As pessoas se veem isoladas fisicamente, com sua mobilidade reduzida, devida a necessidade de evitar aglomerações para conter disseminação da doença que assola essa crise. Repensar novos modos de se comunicar, conviver, estudar e trabalhar tem sido inerente a todos, nesse cenário pandêmico. Nesse sentido, a internet, os programas de comunicação e as mídias sociais passam a ser essenciais (Mendes et. al. 2020, p. 35). O Brasil chega a um número inconcebível de mortes pela Covid-19, e a sensação que temos é que o pior ainda está por vir. Parecendo um trem descarrilhado. As ações governamentais dúbias, confusas e improcedentes, geram por vezes a sensação de que tudo isso está longe do fim, trazendo à tona outros problemas, e um deles é a desigualdade social. Mendes et. al. (2020) ressaltam que, quaisquer que sejam as fontes e os dados escolhidos, a desigualdade no Brasil surpreende. E a Pandemia da Covid-19 só reforça essa desigualdade. Nessa lógica, ao se tratar de pessoas com deficiência, essa desigualdade potencializa a vulnerabilidade desse contingente populacional, uma vez que estes já se encontravam em um grupo de risco, em desigualdade social e com negação. Desde os anos 1990, os direitos sociais e educacionais de pessoas com deficiência têm figurado nos debates nacionais e internacionais (Pletsch &Leite, 2017). Discutir a temática Educação Especial e diversidades faz-se necessário, frente aos desafios cotidianos que vivenciamos nos espaços educacionais e sociais. (Silva et. al. 2020). Alguns documentos são de suma importância quando falamos dos direitos da pessoa com deficiência. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da Organização das Nações Unidas que, por meio do Decreto no 6.949, de 25/08/2009, obteve, no Brasil, status de emenda constitucional. Nele se estabelece que os Estados Partes “tomarão todas as medidas necessárias para assegurar a proteção e a segurança de pessoas com deficiência que se encontrarem em situações de risco”, inclusive em emergências 17 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior humanitárias (art. 11). Já a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei no 13.146, de 06/07/2015) que estabelece em seu art. 4° que toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas, e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação em razão de sua condição. Em face desta lei, o Art. 2º considera a pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. E para que essa participação na sociedade possa ser plena e efetiva como recomenda a lei, um dos aspectos a ser considerado é a acessibilidade. Embora no contexto da pandemia as pessoas com deficiência seguem na luta, com pautas acerca da inclusão, da acessibilidade, entre outras – que não são recentes. Tais pautas dizem respeito ao ativismo por uma justiça pela deficiência, expressão que Mia Mingus (2011, 2018) utiliza para sinalizar a centralidade da deficiência na promoção de um mundo acessível, mais justo. Propor uma comunidade mais justa é pautar a acessibilidade como tema central. Pautado nessas questões apresentadas, temos como objetivo analisar os aspectos legais que abordam sobre a acessibilidade, considerando o contexto de ensino remoto vivenciado a partir das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação. Com isso, buscamos expor neste texto reflexões que elucidem as condições específicas em que a pessoa com deficiência se encontra para conseguir está incluído nas dinâmicas educacionais escolares, contemplando o ensino e a aprendizagem. Um aspecto importante ressaltado por Mendes et. al. (2020) é que para as pessoas sem Deficiência (PsD), o isolamento social é uma exceção, um estado transitório. Entretanto, o desespero que atualmente assola as PsD espelha a vida inteira das pessoas com 18 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior Deficiência, cuja participação na sociedade limita-se por obstáculos de naturezas diversas (atitudinais, arquitetônicas, cognitivas, idiomáticas, digitais, etc). 1.1 Sobre a acessibilidade No Brasil, a palavra acessibilidade costuma ser associada apenas a questões físicas e arquitetônicas, mas este vocábulo expressa um conjunto de dimensões diversas, complementares e indispensáveis para que haja um processo de efetiva inclusão. É o direito de ir e vir de cada cidadão somado ao fato de tornar acessível todo e qualquer conteúdo, lugar e/ou produto. Para fins de aplicação desta Lei - Art. 3º, considerasse como acessibilidade: I - Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida (BRASIL,2015). Porém, Glat (2005, p.16) considera que “o crescente reconhecimento da Educação Inclusiva como norma prioritária de atendimento a alunos com necessidades educativas especiais”, na prática ainda “não se configura no Brasil como uma proposta educacional amplamente difundida e compartilhada”. Mesmo que nos últimos anos tenham sido desenvolvidas algumas experiências promissoras, a maioria das redes de ensino requer condições institucionais necessárias para a viabilização da Educação Inclusiva. Em relação às condições institucionais referidas pela autora supracitada, destaca-se a acessibilidade e as suas diversas dimensões. Acessibilidade, segundo as Leis: 10.098 (Brasil, 2000, p.3) e 13.146 (Brasil, 2015, p.18), é um direito que garante à pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma 19 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação social. 1.2 Dimensões da acessibilidade Propostas para a eliminação de barreiras, a partir dos princípios da acessibilidade, entendida como “possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida” (Brasil, 2015). Sassaki (2004, p.2) menciona que “o conceito de acessibilidade deve ser incorporado aos conteúdos programáticos ou curriculares de todos os cursos formais e não formais existentes”. Para ele, “a acessibilidade não mais se restringe ao espaço físico, ou seja, à dimensão arquitetônica”. Sassaki (2004) classifica o conceito de acessibilidade em seis dimensões como podem ser observadas no quadro 1. Quadro 1: Dimensões da Acessibilidade Dimensões da acessibilidade Definição Arquitetônicas Sem barreiras ambientais físicas em todos os recintos externos e internos da escola. Barreiras: os degraus, buracos e desníveis no chão, pisos escorregadios, portas estreitas, sanitários minúsculos, má iluminação, má localização de móveis e equipamentos, dentre outros. Comunicacionais Sem barreiras na comunicação interpessoal, na comunicação escrita e na comunicação virtual. Ocorre com comunicação face a face, língua gestual, linguagem corporal, e comunicação escrita como jornal, revista, livro, carta, etc., incluindo textos em Braille, textos com letras ampliadas para quem tem baixa visão, computador e outras tecnologias para comunicar, comunicação virtual -acessibilidade digital, dentre outros. 20 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior Atitudinais Sem barreiras na convivência. Um exemplo é a escola promover atividades de sensibilização e conscientização, a fim de eliminar preconceitos, estigmas, estereótipos. Programáticas Sem barreiras invisíveis embutidas em documentos institucionais. Alguns exemplos são conhecer, atualizar e eliminar as barreiras invisíveis contidas em programas, regimentos, regulamentos, portarias, projetos, que possam impossibilitar ou dificultar a participação plena, na vida escolar, de todos os alunos, com ou sem deficiência. Metodológicas Sem barreiras para métodos, técnicas e teorias. Alguns exemplos são conhecer, aprender e aplicar a teoria das inteligências múltiplas, os vários estilos de aprendizagem e aprender, produzir e utilizar materiais didáticos adequados às necessidades educacionais especiais, dentre outros. Instrumentais Sem barreiras nos instrumentos e ferramentas de estudo. Barreiras: qualquer bloqueio ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento e circulação com segurança das pessoas. Um exemplo é a adaptação de material didático, utilização de aparelhos, equipamentos, utensílios e Tecnologia Assistiva. Fonte: Sassaki (2007) - Adaptada No que diz respeito à educação formal, os dilemas que as pessoas com deficiência enfrentam ainda são inúmeros por encontrarem um ambiente escolar e acadêmico sem acessibilidade e com diversas barreiras a serem transpostas. Apesar da legislação brasileira apresentar avanços e o número de estudantes na educação básica e ensino superior terem aumentado, ainda há uma discrepância entre o discurso legal-político e a realidade educacional dos/as PcD (Silva, 2014). 1.3 Desenho Universal para Aprendizagem - DUA O Desenho Universal para Aprendizagem - DUA surge nos anos 90, preconizado por David Rose, Anne Mayer e seus colegas, fundadores do Center for Applied Special Technology (CAST). A princípio, eles tentaram desenvolver um trabalho a partir dos 21 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior diagnósticos, auxiliando os estudantes a superar suas dificuldades e comprometimentos. Contudo, com o decorrer do trabalho eles concluíram que ao invés de ajuda-los a superarem as barreiras que encontravam, a equipe deveria ajudar escolas e educadores a diminuir ou eliminar essas barreiras. (Meyer, Rose, Gordon, 2014) Esse formato, nos traz a possibilidade de ensinar eliminando as barreiras da exclusão escolar, pois segundo Zerbato (2018 p. 56) “consiste em um conjunto de princípios baseados na pesquisa e constitui um modelo prático que objetiva maximizar as oportunidades de aprendizagem para todos os estudantes”, utilizando-se de novas estratégias de ensino, organizando uma aprendizagem para todos, flexibilizando assim a acessibilidade dos alunos, visando satisfazer as necessidades de aprendizagem do maior número de alunos daquela sala de aula, incluindo as especificidades dos alunos PAEE (Prais & Vitaliano, 2018) O DUA se fundamenta em três princípios para o desenvolvimento de currículos acessíveis e práticas pedagógicas inclusivas. O primeiro princípio do DUA tem como objetivo proporcionar múltiplos meios de envolvimento, e estimular a motivação para aprendizagem. O segundo proporciona múltiplos meio de representação, ou seja, as informações são apresentadas em múltiplos formatos para que todos tenham acesso. O último princípio proporciona múltiplos meios de expressão, pois permite formas alternativas de expressão e de demonstração das aprendizagens, por parte dos estudantes. Este último princípio pode ser relacionado com a avaliação da aprendizagem (Zerbato & Mendes, 2018; Nunes & Madureira, 2015). Segundo Pletsch (et al., 2020) ao levar em consideração o DUA no planejamento e nas estratégias de ensino é preciso que o mesmo conteúdo esteja disponível em diferentes formas e mídias, dependendo do objetivo a ser trabalhado. Um assunto ou conceito, por exemplo, pode ser apresentado de modo interativo, usando recursos como áudio, imagem, vídeo ou animação. É fundamental que os recursos sejam pensados levando em conta a usabilidade prática dos estudantes, de preferência validados por eles próprios. 22 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior Desse modo, pode-se afirmar de acordo com os estudos de Vieira & Cirino (2021) que os princípios do DUA aliados aos recursos e mídias disponíveis abre um leque de interações, pois possibilitam inúmeras combinações, entre texto, fala, imagem e uma ressignificação das rotas de aprendizagem, até então fixadas pelo modelo presencial. No formato remoto, essa visão da aprendizagem teve que ser repensada. Tal movimento vai de encontro com os pressupostos que o DUA amplia os processos pelos quais os alunos acessam o conhecimento. A fim de ampliar as discussões e oferecer aportes práticos sobre a aplicação dos princípios do DUA como estratégia de acesso á aprendizagem em ambientes digitais, Pletsch (et al, 2021, p. 17) sugere possibilidades e estratégias que podem ser usadas nas aulas online para incentivar a interação e a participação de todos os estudantes. • Produção da informação em diferentes mídias: informações disponibilizadas em braile, áudiodescrição, vídeos e outros recursos para pessoas com deficiências sensoriais. • Recursos de manipulação de forma e conteúdos digitais: permite alteração do tamanho do texto e das imagens, cor usada para informar ou enfatizar, a velocidade ou tempo dos vídeos, animações, sons, simuladores e a disposição dos elementos visuais. • Recursos de ampliação de repertório: animações, vídeos, documentários, box com opinião de especialistas, box com dicas de filmes e livros para ler, tabelas, mapas conceituais e outros recursos que sirvam para ampliar o conhecimento sobre os temas apresentados em aula. • Recursos de compreensão de texto: antecipar vocabulários, destacar expressões complexas e demonstrar sua origem semântica sempre que possível. • Recursos para destaque de conceitos: grifar conceitos, destacar a relação entre ideias em um texto ou em mapas 23 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior conceituais, marcar as transições nos textos e as relações na estrutura do texto, ou torná-las mais explícitas. • Recursos de imagem: ilustrações, fotografias, conceitos- chave apresentados na forma de imagens, ícones e símbolos que facilitam a navegação. • Recursos para experimentação de conceitos: simulações, exercícios de manipulação e experimentação física dos conceitos. • Recursos de organizadores avançados: mapas conceituais, glossários de imagens e textos, infográficos, linhas do tempo, planilhas e recursos que contribuam para sistematização dos conteúdos, conceitos apresentados. • Recursos para expressão dos estudantes: atividades que proponham apresentações orais, vídeos, texto de diversos formatos, desenhos e arte. 1.4 Tecnologia Assistiva Compreender o que é a tecnologia, é necessário para direcionarmos o uso para fins educacionais, visto que a “tecnologia engloba a totalidade de coisas que a engenhosidade do cérebro humano conseguiu criar em todas as épocas, suas formas de uso, suas aplicações, ela é variável e contextual” (Kenski, 2012, p.23). Para o clima emergencial, esperamos que seja eficaz o uso das tecnologias digitais que estão sendo utilizadas neste período pandêmico, ainda é necessário um aprofundamento destes conceitos para que possamos alcançar a todos os estudantes, sejam estes público-alvo da educação especial- PAEE ou não. No campo das tecnologias assistivas, especificamente na área educacional, oportunizam instrumentos formativos como facilitadores no contexto do ensino-aprendizagem, a fim de que se possa qualificar o acesso ao conhecimento na vida de pessoas e/ou alunos com deficiência. De acordo com Radabaugh (1993), para as pessoas com deficiência a tecnologia torna as coisas possíveis, 24 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior e a tecnologia que é utilizada para esse público é conhecida como Tecnologia Assistiva – TA, que é um termo utilizado para “identificar todo o arsenal de recursos pedagógicos, tecnológicos e de suporte, os quais contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de estudantes público-alvo da educação especial, na perspectiva de promover autonomia e a inclusão” (Bersch & Tonolli, 2006, p.89). Visando o atendimento às necessidades educativas dos alunos com deficiência, utilizar recursos de Tecnologia Assistiva (TA) tem promovido um bom desenvolvimento e emancipação dos mesmos, tornando possível o acesso dos PAEE às mais diversas atividades escolares. A TA é considerada como: [...] uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (BRASIL, 2007). O conceito de TA não deve estar restrito apenas a recursos para a sala de aula, mas para todos os ambientes da escola e fora desta, pois visa proporcionar ao estudante com deficiência, a sua autonomia, valorizando suas potencialidades, a qualidade de vida e uma maior inclusão com estímulos e motivação para que este participe ativamente do seu processo de construção de conhecimentos. Pensando assim, é notório perceber que toda a equipe escolar tem responsabilidade de criar ambientes acessíveis e inclusivos, e não apenas o professor. (Bersch, 2008) O comitê de Ajudas técnicas-CAT diz que “a aplicação de Tecnologias Assistivas abrange todas as ordens do desempenho humano, desde as tarefas básicas de autocuidado até o desempenho de atividades profissionais” (CAT 2007, p.11), corroboramos com o autor, em que diz que as TA são organizadas e classificadas de acordo com os objetivos a quem se destina, que podem ser para auxílios para a vida diária e vida prática. Em meio ao período pandêmico, as TA utilizadas foram 25 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior ganhando um formato mais digital com as aulas remotas, tornando a inclusão dos alunos PAEE mais desafiador, pois além do uso das tecnologias assistivas no meio digital pelos alunos, o docente também necessita de uma formação que contemple esses conhecimentos, além disso “os professores precisam ser formados para uma nova didática, nova pedagogia, considerando as mudanças que ocorreram, devido à internet, na forma de ensinar e com o próprio conhecimento” (Straub, 2020, p.40, apud Mayrink, 2017), pois, todo esse processo tecnológico, acabou por fazer emergir um universo virtual que ao mesmo tempo é paralelo ao universo físico e que é possível através de uma interconexão mundial de computadores em rede, que chamamos de ciberespaço. Segundo Mallagi (2019, p.68), é “[...] um sistema de comunicação eletrônica global que reúne os humanos e computadores em uma relação simbiótica, que cresce exponencialmente graças à comunicação interativa”, sendo desafiante utilizar de forma emergencial, por requerer um discernimento detalhado para incluir alunos PAEE com uso de TA digitais, sendo que mesmo com esse recurso digital, muitos destes, ainda necessitarão de outros auxílios e serviços, como o uso de órteses. 1.5 Adaptações Em março de 2007 foi assinado a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência um documento cuja finalidade era proteger os direitos das pessoas com deficiência, resultante da Assembleia Geral das Nações Unidas, o texto engloba o reconhecimento da igualdade e não discriminação de mulheres e crianças, a conscientização da sociedade acerca das deficiências, questões referentes a acessibilidade, direito a vida, a justiça, a educação entre outros. Ainda nesse documento, no artigo 24, referente à educação, no item 2 c), aborda sobre a necessidade de adaptações razoáveis para a pessoa com deficiência de acordo com sua individualidade. Posteriormente o Brasil promulgou o documento da convenção 26 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior através do Decreto nº 6.949/2009, significando certo compromisso junto à Organização das Nações Unidas (ONU) em executar o que foi decidido em Convenção. Outro dispositivo legal que também reforça a importância de adaptações para a pessoa com deficiência, ou como o próprio documento denomina público-alvo da educação especial (PAEE) é o decreto nº 7.611/11 que dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado, sem apresentar detalhamentos, apenas cita a garantia de adaptação para o ensino fundamental. Apenas com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, conforme a Lei 13.146/15 no inciso VI do artigo 3º há uma definição clara do que seria adaptações razoáveis VI - Adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais. (Brasil, 2015, grifo nosso). Dessa formapercebemos que essa garantia legal remete a uma variedade de ações e práticas no contexto educacional, visto que a necessidade de cada indivíduo PAEE poderá ser única conforme seu perfil e deficiência. Considerando o contexto pandêmico, que impactou a educação brasileira desde março de 2020 e em conformidade com os dispositivos legais vivencia-se desafios até outrora não imaginados, pois o ensino em todas as modalidades acontecendo de forma remota ou híbrida, ocasiona rapidez em mudanças emergenciais para tornar eficaz a educação formal, tais mudanças englobam aquisição de itens tecnológicos e habilidades no uso de aplicativos virtuais. Durante o primeiro ano de pandemia, houve diversas publicações que além de questionar os gastos da classe docente, a carência dos alunos por recursos tecnológicos e conexão de internet, apresentam desafios do ensino remoto para a educação básica. Dentre eles destacamos, Colemarx (2020) que questiona 27 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior a não universalização da internet para a escola pública, Zaidan & Galvão (2020) também apresentam sobre a mudança de rotina dos professores ao aderirem ao home office e os custos extras. O impacto desta realidade para o aluno PAEE é forte, pois a maioria frequenta a escola pública (INEP, 2020), neste contexto cabe a reflexão sobre as adaptações razoáveis segundo dispositivo legal para o referido grupo de alunos. Com o intuito de investigar o ensino remoto, os autores Araújo, Rego e Nascimento (2021), realizaram uma pesquisa comparando a assistência ofertada em duas escolas públicas nos estados do Piauí e da Paraíba para alunos surdos buscando refletir sobre os efeitos desse formato de ensino. Nesta pesquisa, os autores inicialmente traçam um panorama das adaptações realizadas pelos estados do Nordeste para viabilizar o ensino remoto, e seguida relatam a execução desses “ajustes” nas escolas pesquisadas verificando os bônus e ônus, através da análise concluem as dificuldades dos alunos em acessar a internet, compreender o layout e funcionalidade da plataforma criada pelas secretarias, a carência de recursos tecnológicos e o pouco apoio familiar. Por mais que a referida pesquisa, apresenta apenas um recorte de dois lócus específicos da região Nordeste, não se pode ignorar a possibilidade de essas dificuldades também serem vivenciadas em outras escolas do país, retomando ao que diz o inciso VI do artigo 3º do Estatuto, parece existir um abismo na exequibilidade o que se potencializa com os efeitos da pandemia. 1.6 Acompanhamento Sabe-se que a pandemia do novo coronavírus mudou completamente a vida de milhares de pessoas pelo mundo, trazendo consigo mudanças significativas e necessárias, principalmente em relação ao convívio social. Pelo fato de ter pego o mundo inteiro de surpresa, as pessoas precisaram se adaptar a essa nova realidade, que não foi nada fácil, principalmente quando falamos em educação, pois a mesma enfrenta múltiplas dificuldades para continuar mantendo o aprendizado de seus alunos, para que 28 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior estes não percam o ano letivo e tenham aprendizados relevantes. Com esse cenário, muitos gestores escolares tiveram que buscar saídas emergenciais para continuar as atividades, principalmente, com o auxílio de suportes remotos de ensino e a introdução de novas metodologias, apoiadas em tecnologias digitais. Esse novo paradigma em que a sociedade se encontra traz uma imensidão de sentimentos e angústias, isto é, sentimentos e mistos de incertezas, todos estão enfrentando grandes desafios e mudanças em suas vidas, principalmente em sua rotina, de modo que estão adaptando-se e conduzindo a vida da melhor forma possível. Nesse contexto, é preciso lembrar que incorporar as tecnologias digitais na educação não se trata de utilizá-las somente como meio ou suporte para promover aprendizagens ou despertar o interesse dos alunos, mas sim de utilizá-las com os alunos para que construam conhecimentos com e sobre o uso dessas TDICs. Estas por sua vez, têm alterado nossas formas de trabalhar, de se comunicar, de se relacionar e de aprender nas últimas décadas. Na educação, as TDICs têm sido incorporadas às práticas docentes como meio para promover aprendizagens mais significativas, com o objetivo de apoiar professores e toda a comunidade escolar na implementação de metodologias de ensino ativas, alinhando o processo de ensino-aprendizagem à realidade dos estudantes e despertando maior interesse e engajamento dos alunos em todas as etapas da Educação. Por outro lado, falar de um ensino remoto no Brasil gera bastante desconforto, pois parte dos alunos e também dos professores não possuem os recursos necessários para o acompanhamento de aulas online. Sob o mesmo ponto de vista, para os alunos com acesso à internet, há um grande esforço para aprender e gerenciar o tempo dentro de casa. Para os mais jovens, desenvolver a disciplina para estudar de forma remota ou híbrida é ainda mais complicado. 29 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior 1.7 Barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias Desde a virada do século, no começo dos anos 2000, ouvimos que estamos vivendo a era digital. Já quase 21 anos depois, nos vemos cada vez mais imersos na tecnologia, agora mais do que nunca potencializadas pelo isolamento social. A internet hoje é sinônimo trabalho, facilidade, localização, informação, educação. São poucas as atividades que podemos fazer sem estar online. A tecnologia digital também pode alcançar as pessoas com deficiências, pois existem aplicativos, softwares e equipamentos que possibilitam a acessibilidade a informação, entretenimento, sociabilidade entre outros benefícios. Considerando o contexto da educação, a presença da tecnologia digital é uma alternativa de recurso que potencializa no ensino de alunos PAEE, que funciona com uma solução sobre as barreiras que esse público enfrenta no processo de aprendizagem. O Estatuto da Pessoa com Deficiência, art. 3º, inciso IV traz a definição de barreira: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros. Enquanto as barreiras tecnológicas são aquelas que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com deficiências às tecnologias. (Brasil, 2015) Estas barreiras comprometem o acesso das pessoas com deficiência à educação, e atualmente, com a pandemia, as aulas começaram a ser transmitidas virtualmente, e as aulas presenciais foram paralisadas com intuito de minimizar o contato com o vírus SARS-Cov-2 e contágios em massa. 2 Metodologia De acordo com Freire (1996, p.32) o ensino e a pesquisa são 30 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior indissociáveis. A pesquisa propicia conhecer o que ainda é oculto, ela é o caminho que proporciona a comunicação e o anúncio do que antes era incompreendido. O presente estudo trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa. Para entendermos a natureza desse tipo de pesquisa nos fundamentamos nos estudos de Triviños (2008), o qual nos relata que muitas pesquisas de caráter qualitativo não precisam se respaldar em informações estatísticas. Dessa forma, devido à natureza dos objetivos firmados neste trabalho entendemos que a pesquisa é de abordagem qualitativa, e de natureza metodológica, exploratória e bibliográfica. Neste sentido, a pesquisa exploratória intenciona prover o pesquisador de um maior conhecimento a respeito de um tema ou problema de pesquisa em perspectiva (Mattar,1994). Logo, se define-se a proposta dessa pesquisa como exploratória pelo fato de se utilizar de fontes bibliográficas e descritivas com intuito de propiciar a familiarizaçãocom os objetivos da investigação. Mais ainda, Gil (2002) aponta que a pesquisa exploratória possui como objetivo principal o aprimoramento de ideias, descoberta de intuições, a possibilidade de explorar diferentes aspectos relativos ao fato estudado e favorecer a familiarização com o problema. Como instrumento de coleta de dados optou- se pelo levantamento bibliográfico, a fim de se obter uma melhor apreciação do conteúdo foco do nosso estudo. 3 Resultados e discussão Com o embargo temporário das atividades letivas presenciais, por todo o mundo, os professores e estudantes migraram para a realidade online, levando consigo metodologias e práticas pedagógicas típicas de espaços presenciais de aprendizagem, naquilo que tem sido designado por ensino remoto. Contudo, a realidade exigiu uma transição rápida em que professores precisaram se transformar em youtubers, pois é necessário gravar videoaulas, mesmo sem prática e sem formação específica, mas que aprenderam e continuam a aprender a utilizar sistemas de videoconferência, como 31 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior o Google Hangout ou o Zoom e plataformas de aprendizagem, como o Moodle, o Microsoft Teams e o Google Classroom. 3.1 Acessibilidade tecnológica e a pessoa com deficiência Considerando a mudança da sala de aula para o ambiente doméstico, verifica-se a necessidade de outros instrumentos tecnológicos de acesso à informação e comunicação. Como apontam Arruda, Silva e Bezerra (2020) os recursos tecnológicos que facilitariam as aulas online, como computadores, dispositivos móveis e internet não se fazem presentes nas moradias de vários alunos e professores brasileiros. E atrelado a esta necessidade dos recursos tecnológicos em si, está a inabilidade dos professores com as ferramentas digitais o que dificulta o seu próprio acesso. Deste modo, têm-se considerado um formato que exclui muitos indivíduos do processo educativo, além de não dar conta dos objetivos pedagógicos pensados no modelo presencial (MENDES et. al.,2020, p. 46), porém ressaltamos ser a alternativa viável nesse processo. Outro contexto que surge com a pandemia são as diferenças no nível de acesso de estudantes que, segundo Pill (2020) aqueles que não acessam a internet de nenhuma forma chegam a 11% da população na faixa etária de 9 a 17 anos. A exclusão é maior entre crianças e adolescentes que vivem em áreas rurais, onde a porcentagem daqueles que não acessam a rede chega a 25%. Nas regiões Norte e Nordeste, o percentual é 21% e, entre os domicílios das classes D e E, 20%. Segundo Silva, Bins e Rosek (2020) na educação pública além das dificuldades estruturais existem as barreiras financeiras, e a maioria das casas dos alunos da escola pública fica na periferia, onde não há aparelhos ou internet que possam dar conta das de- mandas de um ensino nestes modelos propostos. Dados que vão de encontro as informações dadas por Fábbio Senne, coordenador de Projetos de Pesquisas do Cetic.com a Unicef: “mesmo entre os que têm acesso, há diferença em relação à posse de um pacote de dados 32 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior 3G ou acesso a Wi-Fi, o que limita o tipo de conteúdo que pode ser acessado”. (NIC.BR, 2020) Além desses pontos há diferenças entre o acesso dos estudantes aos sistemas de ensino públicos e privados. Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Península, em 2020 durante a pandemia, com 2.400 docentes das redes de ensino privada, estadual e municipal, de todo o Brasil, as escolas privadas afirmam prestar assistência a distância a 65,3%, contra apenas 36,2% da rede estadual e 14,1% da rede municipal. (Victoria Oliveira, 2020) No que diz respeito ao ensino remoto, um aspecto a ser considerado é a exclusão digital especialmente da parcela da população que apresenta alguma deficiência. A nossa pesquisa centra-se nesse aspecto, da acessibilidade digital em Tempos de Ensino Remoto. Não questionamos o potencial das tecnologias e sim as necessidades de suporte entre as pessoas, especialmente aquelas que têm alguma deficiência. A acessibilidade tecnológica está atrelada a acessibilidade instrumental que, segundo Sassaki (2005) está relacionada ao fim das barreiras nos instrumentos e utensílios de estudo como: lápis, caneta, teclado do computador, materiais pedagógicos e as tecnologias assistivas. Correlacionado a estas características, o Estatuto da Pessoa com Deficiência, destaca no capítulo II, art. 64 sobre a acessibilidade nos sítios da internet com obtenção de financiamento de projeto com utilização de recursos públicos, convênios, ou incentivo fiscal como é descrito no inciso III, do art. 54; Os artigos 66, 67 e 68, da mesma lei, tratam respectivamente do papel do Poder Público no incentivo a oferta de aparelhos de telefonia fixa e móvel celular com acessibilidade, que possam ampliar os sons e todas as operações e funções disponíveis; destacam também os serviços de rádiofusão de sons e imagens que devem permitir o uso da subtitulação por meio de legenda oculta, janela de intérprete de Libras e audiodescrição. Nota-se que existem meios legais que facilitariam o acesso 33 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior das pessoas com deficiência a educação, mas o que se observa mesmo anteriormente ao período da pandemia é que estes meios não são ofertados as pessoas com deficiência que precisam de apoio instrumental nas salas comuns e que em alguns casos, esse acesso é dado nas salas de AEE de forma presencial, o que não é possível acontecer nesse período de aulas remotas. Seria ideal, conforme o Estatuto, no art. 68, §1º “formatos acessíveis de arquivos digitais que possam ser reconhecidos e acessados por softwares leitores de telas ou outras tecnologias assistivas, que permitam leitura de voz sintetizada, ampliação de caracteres, diferentes contrastes e impressão em braile” Este artigo caracteriza uma forma de mediar a educação das pessoas com deficiências com recursos tecnológicos, que seriam bem proveitosos se fossem disponibilizados desde as séries iniciais para alunos com deficiência. Sobre as barreiras que impedem o acesso aos ambientes digitais, os autores supracitados destacam 03 (três) degraus que precisam ser superados, como pode ser observado na figura 1. Figura 1: Barreiras que impedem o Acesso aos Ambientes Digitais Fonte: Torres et al. (2002) - Adaptada Em outro estudo, Torres e Mazzoni (2004) reiteram que para se construir um espaço e conteúdos digitais acessíveis a todos, respeitando-se as limitações (tanto orgânicas quanto de equipamento) que essas pessoas possam ter, é necessário combinar a apresentação da informação de formas múltiplas (flexibilização 34 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior das formas de apresentação), com o uso de ajudas técnicas (tais como sistemas de leitura de tela, sistemas de reconhecimento da fala, simuladores de teclado etc.) que maximizam as habilidades dos usuários com limitações associadas a deficiências orgânicas. Hoje, as tecnologias por videochamadas, reuniões virtuais por meio de diferentes plataformas, ligações telefônicas mais longas que substituem as mensagens rápidas se tornam alternativas para manter a proximidade com o outro. (Silva, Bins E Rosek, 2020). Mas o que se nota é que mesmo com empenho, dedicação e com as leis a favor da inclusão das pessoas com deficiência alguns ainda ficarão à margem, pois a sociedade, nem as instituições de ensino não oferecem as mesmas possibilidades de acesso às tecnologias mais modernas para alunos com alguma deficiência. Assim, sempre que estes direcionamentos não forem assegurados existirão barreiras no acesso à tecnologia e consequentemente a educação que está ocorrendo pelos meios digitais. 3.2 Barreiras ou dificuldades do Ensino Remoto para pessoas com deficiências No quadro 2 buscamos expor a sobre as dificuldades de algumas deficiências baseadas na literatura acadêmica que evidencia as especificidades dessepúblico e em dados empíricos gerados através da investigação nossa em lócus, citados em outras seções neste artigo. 35 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior Quadro 2: Dificuldades do Ensino Remoto para pessoas com deficiências Tipos de Deficiência Dificuldades no Ensino Remoto Surdez O aluno com surdez, necessita de uma adaptação linguística, oferecida diretamente por um intérprete educacional, currículo adaptado, e tecnologias assistivas voltadas para exploração de uso visual, visto que sua língua natural, é de natureza visual-motora. Uma das maiores dificuldades na inclusão escolar destes alunos no ensino remoto se dá por questões metodológicas que muitas vezes não são adaptadas, e que erroneamente acha-se que o intérprete educacional resolveria a questão comunicacional. Além dos problemas recorrentes ao acesso nas plataformas, por problemas na conexão, qualidade da transmissão com possibilidade de congelamento de screen constantemente, fazendo com que a comunicação em Língua Brasileira de Sinais-Libras se perca, tornando-o insatisfatório. Baixa visão Apesar de escutarem os diálogos, como fazer para que acompanhem o chat e as apresentações dos docentes, e as atividades escritas com apoio do Braille? É possível verificar quais plataformas possibilitam aumentar a fonte desses recursos, adaptar as apresentações ou disponibilizá-las aos alunos com antecedência em um formato editável ou que possa ser lido por um software leitor. Existe uma diversidade de modelos pedagógicos adotados no ensino presencial que podem ser adaptados para serem realizados a distância de forma a se atingir os objetivos pedagógicos com qualidade. Intelectual As dificuldades encontradas podem o próprio acesso e utilização das tecnologias, bem como habilidades de leitura e escrita. Esses entraves podem ser substanciados através da utilização de adaptações pedagógicas e apoio familiar contínuos para potencializar o estudo, possibilitando novas formas de apropriação dos conhecimentos e garantindo um ensino que atenda às suas especificidades por meio de metodologias diversificadas e interdisciplinares. Espectro autista Inquietação? Questão comunicativa e neurológica Deficiente Físico Com os mais diversos tipos de deficiências físicas, alguns alunos que tenham, principalmente comprometimento nas funções motoras inferiores, que são necessárias para o uso de computadores ou smartphones, será prejudicado, por não conseguir manusear determinados recursos tecnológicos usados no ensino remoto, precisando as vezes de uso de órteses, próteses, mesas adaptadas, e o apoio de recursos tecnológicos mais autônomos, pois não há no ensino remoto auxílio de recursos humanos capazes de garantir o pleno acesso dos mesmo estando em suas casas. Fonte: Dados da pesquisa 36 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior Desse modo, nota-se que a educação sendo um direito social e que permanentemente há necessidade de uma reflexão sobre a possibilidade de utilização do ensino híbrido como um instrumento estratégico e proporcionar a docentes e discentes a aquisição de conhecimentos que permita que os mesmos demonstrem capacidade crítico-reflexiva, habilidades e competências para o desenvolvimento de seus papéis. A priori, as escolas devem problematizar e repensar uma forma de ensinar e aprender e a tecnologia pode e deve ser uma aliada do ensino-aprendizagem e ser capaz de proporcionar diversos benefícios. Assim, a expectativa é que seu uso se torne comum. Com isso, pode-se concluir que, perante toda essa situação pandêmica em que nos encontramos é complexa e desafiadora diversas dificuldades também se fazem presentes no cenário escolar e que é inegável a necessidade dos docentes e discentes de se reinventarem. Mais ainda, desafia equipes diretivas, professores, estudantes e famílias. Tudo isso faz repensar, de certo modo, atitudes que os cidadãos deveriam ter para uma melhor desenvoltura da educação e da sociedade. 4 Considerações finais Com a pandemia ficou mais ainda evidenciado os graves problemas existentes na educação e na sociedade, ressaltando como as pessoas com deficiências têm sido frequentemente excluídas. Também tem servido para demonstrar que as medidas de acessibilidade são passíveis de serem utilizadas, exigindo especialmente um olhar atento do corpo docente e de profissionais das instituições de ensino, sustentados na perspectiva da acessibilidade atitudinal. A acessibilidade digital, no ensino remoto, fez com que diversos tipos de tecnologias fossem sendo relocadas para outros fins, e não apenas para entretenimentos, por exemplo, o uso de aplicativos como WhatsApp e Youtube, que são plataformas de comunicação e interação, e eram mais utilizados para entreter, 37 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior e hoje são vistos também como ferramentas de transmissão de conteúdos escolares e interação. O uso das plataformas de interação com o intuito de dar continuidade ao ano letivo, como as mídias sociais, fazem parte de nosso cotidiano, só que ainda carece por parte dos profissionais e alunos, habilidades para o uso produtivo dessas mídias em sala de aula, em prol da construção de saberes dos estudantes. Trabalhar na perspectiva da educação inclusiva com esses estudantes salienta mudanças importante, pois, se outrora, eram atendidos exclusivamente por escolas especiais, agora pela abordagem da inclusão, a meta é que esses alunos frequentem as escolas regulares, tendo o apoio da equipe do Atendimento Educacional Especializado-AEE em Sala de Recursos Multifuncionais. Também compreendemos o quão o acesso precário à tecnologia e à internet causam desvantagens para as pessoas com deficiência no requisito aprendizagem, pois a tímida adaptação de materiais para a modalidade virtual e as barreiras que existem dentro do próprio ambiente digital (sites, plataformas) dificultam ou impedem o acesso da pessoa com deficiência às informações e conhecimento. Ademais, há uma preocupação de desenvolver estratégias, recursos didáticos mais adequados e competências a serem desenvolvidas nos estudantes. Isso é de extrema importância, pois está efetivado em lei a contemplação e o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas ao uso crítico e responsável das tecnologias digitais tanto de forma transversal quanto de forma direcionada tendo como fim o desenvolvimento de competências relacionadas ao próprio uso das tecnologias, recursos e linguagens digitais. A virtualização dos sistemas educativos evidenciou inquietação, fragilidades e acima de tudo, desigualdades estruturais e econômicas da sociedade brasileira e mundial que precisam e precisarão com o passar dos dias se adequar a uma nova finalidade, com a responsabilidade social, não apenas de garantir o ensino (no caso das instituições de educação), mas, sobretudo, o conhecimento em si dos sujeitos envolvidos nesse processo de educar. 38 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior Com tudo isso, a temática abordada é de grande importância para o crescimento da educação, por isso, a opção pelo tema, advém da necessidade de haver mais discussão e conhecimento sobre o mesmo. Isto porque muitas pessoas desconhecem a realidade da acessibilidade ou a falta dela para os alunos frente ao ensino remoto e que pode levar a novos desafios como, a evasão escolar, caso considerado “comum” no ensino presencial e que tem se tornado algo complexo nos dias atuais pela falta de acessibilidade as tecnologias de comunicação e informação, deixando os discentes desmotivados e a desistirem de estudar, isto é, o interesse pelo tema em questão surgiu com o desejo de conhecer mais sobre a temática e pelo fato de ainda ser um campo aberto para pesquisas e ainda não ser um campo consolidado em muitas áreas de pesquisas. Referências Araújo, N. F. M. de; Rego, K. K. A. & Nascimento, J. F. (2021). O ensino remoto para alunos surdos: estratégias e possibilidades em tempos depandemia. In: Melo, J. A. B. de; Aragão, P. C. (Orgs). Práticas Pedagógicas em Tempos de Pandemia - contribuições das diversas disciplinas do currículo para a formação de professores. 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C, incentivavaos médicos a elaborarem registros escritos para avaliar a evolução da enfermidade e identificar suas possíveis causas. Os autores revelam, ainda, que Florence Nightingale, a precursora da enfermagem moderna, ao tratar os doentes da Guerra da Crimeia (1853-1856) afirmou: “Na tentativa de chegar à verdade, eu tenho buscado em todos os locais, informações; mas, em raras ocasiões eu tenho obtido os registros 1 Doutoranda e Mestra em Administração das Micro e Pequenas Empresas pelo Centro Universitário Campo Limpo Paulista (UNIFACCAMP). Especialista em Formação em EaD (UNIP). Especialista em Informática em Saúde (UNIFESP). Especialista em Gestão Pública - Faculdades Integradas Jacarepaguá (FIJ). Licenciatura em Matemática - Faculdades Integradas de Ariquemes (FIAR). Licenciatura em Sociologia - Faculdades Integradas de Ariquemes (FIAR). Licenciatura em Pedagogia - Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras (FACEL). Bacharelado em Administração de Empresas com ênfase em Administração Hospitalar, pelo Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA). É Administradora na UNIFESP desde 2011 e atualmente desenvolve suas atividades nas secretarias dos Departamentos de Ciências Biológicas (DCB) e Ecologia e Biologia Evolutiva (DEBE) no campus Diadema. E-mail: - cristianeoficial@outlook.com Lattes: http:// lattes.cnpq.br/6455799591295275. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8178- 2048. 44 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior hospitalares possíveis de serem usados para comparações. Esses registros poderiam nos mostrar como o dinheiro tem sido usado, o que de bom foi realmente feito dele [...]” (MASSAD; MARIN; AZEVEDO, 2003). Por muito tempo, o prontuário do paciente foi registrado em papel, no entanto, com a chegada da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) este documento está sendo migrado para o suporte eletrônico conhecido como PEP (PINTO, 2007). De modo geral, o princípio básico de construção do PEP baseia-se na integração da informação. Assim, uma vez coletada a informação, ela é registrada em um determinado formato para fins de armazenamento e tal registro passa a ser fisicamente distribuído entre os hospitais, agências de seguro-saúde, clínicas, laboratórios e demais setores envolvidos, sendo compartilhado entre os profissionais de saúde, de acordo com os direitos de acesso de cada um (MARIN, 2010). Para Sabatini, o PEP “é um instrumento ativo, uma central de serviços de informação, um promotor de saúde e de prevenção de problemas, um educador de pacientes e divulgador de informações confiáveis sobre medicina e saúde” (SABBATINI, 1998). Apesar de ser reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) através das Resoluções 1.638 e 1.639 desde 2002, o PEP ainda não atingiu a maior parte das instituições de saúde do país. E, em várias unidades em que ele está sendo utilizado, a completa substituição do prontuário em papel ainda demora para ocorrer completamente. Embora a informatização de rotinas administrativas já seja uma realidade nacional, a implementação do PEP ainda tem enfrentado resistência. Entre os tipos de prontuário, encontra-se o eletrônico que, segundo o Institute of Medicine – IOM - (1991), é um registro eletrônico que reside em um sistema especificamente projetado para apoiar os usuários, fornecendo acesso a um completo conjunto de dados corretos, alertas, sistemas de apoio à decisão e outros recursos, como links para bases de conhecimento médico. 45 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior O uso de tecnologia de informação na área de saúde contempla uma multiplicidade de aplicações, desde sistemas típicos de gestão de informações a sistemas de automatização e apoio de tarefas de diagnóstico. Uma aplicação típica e relativamente difundida de gestão de informações é o PEP (SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFORMÁTICA EM SAÚDE - SBIS, 2012). Em princípio, esse tipo de sistema de informações auxilia nas tarefas burocráticas e de recuperação de informações de pacientes. O PEP é o processo que incorpora registros de um paciente em um sistema informatizado, com objetivo de gerar informações para diagnóstico médico e para documentação de consultas. Nos últimos anos, surgiram novas gerações de sistemas de informação hospitalar que priorizam a integração de dados clínicos e administrativos, com o objetivo de otimizar e qualificar o atendimento, reduzir custos e obter informações relevantes que compõem um perfil da saúde em uma determinada região. Desde a proposta de implementação do PEP até os dias de hoje, percebe-se uma série de avanços no aperfeiçoamento das tecnologias e a agregação de novas funcionalidades, como a possibilidade de anexar imagens e outros exames complementares, a utilização de sistemas de apoio à decisão e o acesso remoto ao PEP. No entanto, ainda existem muitas dúvidas, críticas e resistência ao uso do PEP. A abrangência de um sistema de PEP, o torna um interessante objeto de investigação. O sistema de PEP pode ser considerado tanto um sistema de informações para grupos de trabalho quanto um sistema de informações organizadas. A aparente escassez de estudos relacionados à adoção do PEP na área da saúde, em particular no Brasil, e pelas vantagens percebidas com a utilização do PEP observa-se que há carência de estudos relacionados ao desenvolvimento de planos educacionais direcionados aos usuários no PEP. Sendo assim, frente a esse cenário, despertou interesse e justifica o presente trabalho que teve por objetivo caracterizar a 46 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior otimização do PEP no consultório médico, visando fornecer uma possível proposta de elaboração para a implantação deste sistema às equipes multiprofissionais para estimular o registro sistematizado. 2 Método Trata-se de uma revisão narrativa da leitura com a intenção de identificar, em periódicos nacionais, o conhecimento constituído sobre a temática da otimização de PEP. Formulou-se a seguinte questão norteadora para o presente estudo: “Otimização do PEP nos consultórios médicos”. Foi realizada uma revisão de literatura no sistema Biblioteca Regional de Medicina (Bireme) por meio da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), na base de dados LILACS (Literatura Latino Americana em Ciências de Saúde) e nas bibliotecas eletrônicas SciELO (Scientific Electronic Library Online) e da SBIS). Os descritores utilizados para busca das publicações na base LILACS foram os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) “Análise do PEP”, “Pacientes”, “Saúde”. Na biblioteca eletrônica SciELO foram utilizadas as seguintes palavras chaves: Análise do PEP, PEP, Informática em Saúde. Na pesquisa realizada entre março de 2021 e junho de 2021 foram estabelecidos critérios de inclusão: artigos publicados no período de 2006 a 2013, no idioma português e identificados 30 artigos. Os critérios de exclusão foram publicações sem data, editoriais, cartas ao leitor e as publicações que tinham um enfoque mais específico em relação a uso do PEP e patologias. Após a exclusão das publicações citadas foram selecionados para o desenvolvimento do estudo 10 artigos científicos. Os artigos foram classificados e, posteriormente, os resultados encontrados foram sintetizados considerando a similaridade de conteúdo. 47 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior 3 Resultados A identificação do número de publicações foi selecionada de acordo com os descritores, as bases de dados consultadas e a distribuição cronológica. Elaborou-se uma tabela correlacionando o ano, os periódicos e a temática abordada nos respectivos trabalhos. O quadro 1 mostra que foram selecionados para o estudo um total de 10 artigos. Quadro 1: Distribuição de artigos localizados na BVS, nas bases de dados LILACS e na biblioteca eletrônica SciELO, sobre a otimização do PEP nos consultórios médicos Título do Ar- tigo Autores Resultados Recomendações / Con- clusões Fatores De- terminantes da Adoção de Sistemas de Informação na áreade saúde: um estudo sobre o PEP Perez; Zwicker (2010) O PEP é um sistema complexo que envolve grande funcionalidade, e, portanto, seu uso não é fácil Ficou evidenciado que o uso de sistemas de informações acarreta, por parte de seus usuários, percepções que podem ter importantes reflexos nas tarefas e no trabalho da organização O Prontuário Eletrônico do Paciente no sistema de saúde brasileiro: uma realidade para os médicos Patrício et al. (2011) O PEP pode otimizar o trabalho médico, pois permite o acesso mais veloz às informações do paciente e a documentação dos atendimentos prestados ao longo da vida; também proporciona legibilidade dos dados e integração com outros sistemas de informação Apesar das dificuldades relatadas, acredita-se que é de suma importância a criação de sistemas de informação que incluam o PEP no âmbito do sistema de saúde brasileiro, a fim de identificar os usuários, facilitar a gestão dos serviços, a comunicação, o compartilhamento das informações e, o mais importante, melhorar a qualidade da assistência prestada à população 48 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior Desafio da im- plantação do PEP Jenal; Évora (2012a) O planejamento realizado para a implantação não deu tão certo como inicialmente se havia imaginado, tendo como consequência certo choque, uma vez que o sistema antigo foi abruptamente interrompido e o novo instalado Neste relato de experiência percebe-se a importância da integração dos sistemas de todos os serviços e unidades hospitalares, podendo servir como indicador de caminho para outros hospitais que queiram implantar o PEP Implantação do Plano Educacio- nal no Prontuá- rio Eletrônico do Paciente para pacientes e familiares Ruiz; Laurino; Roma (2012) O planejamento foi realizado com a equipe multidisciplinar e com o objetivo de uniformizar o processo educacional por meio da construção de uma ferramenta que direcionasse ações e as armazenasse de forma organizada A implantação do plano educacional no PEP foi bem-sucedida, uma vez que os objetivos foram atingidos como estimular o registro sistematizado das ações de educação Revisão de lite- ratura: Implan- tação de PEP Jenal; Évora (2012b) O desafio para a criação do PEP ainda é grande, devido à complexidade envolvida Observa-se que chama a atenção também a preocupação que o uso da informática não deve eliminar o contato com o paciente A utilização do prontuário ele- trônico do pa- ciente por médi- cos do Hospital Municipal Dr. Munir Rafful: um estudo de caso Namorato et al (2013) A maior parte dos entrevistados (70%) utiliza ou já utilizou o PEP, sendo que 47% o fizeram em hospitais particulares O presente estudo aponta para a necessidade de uma maior discussão e disseminação de informações a respeito do PEP junto aos profissionais de saúde, auxiliando assim na implantação de tal sistema nas instituições de saúde 49 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior Prontuário Eletrônico do Paciente: uma ferramenta que pode contribuir para a integra- ção das Redes de Atenção à Saúde Gonçalves et al. (2013) O resultado do estudo aplicado demonstrou que não há implantado no município o sistema de prontuário único que poderia ser acessado nos diferentes pontos da RAS e em seus sistemas de apoios. Nesse sentido, a modalidade eletrônica de prontuário é uma ferramenta de grande utilidade para garantir essa integração entre os pontos de atenção O PEP apresenta empecilhos para sua utilização, dentre elas: o custo de implantação e a necessidade de capacitação dos profissionais. Contudo, verifica-se que os benefícios gerados superam as dificuldades Segurança do paciente: com- paração entre notificações voluntárias manuscritas e informatizadas sobre incidentes em saúde Capucho; Arnas; Cassiani. (2013) Os médicos parecem preferir a notificação manuscrita à informatizada, já que notificaram mais vezes pela notificação impressa. A notificação pelo sistema informatizado elimina qualquer possibilidade de problemas de legibilidade e rasuras, o que demonstra ser uma grande vantagem assim como para a prescrição eletrônica Para o desenvolvimento de uma cultura de notificação voluntária de incidentes em saúde nas organizações que desejam trabalhar com a segurança do paciente, é desejável que haja a informatização das notificações, favorecendo o relato, reduzindo o tempo do profissional ao relatar, fomentando o desenvolvimento de ações mais efetivas e rápidas para redução de incidentes, de riscos e danos aos pacientes, trazendo segurança aos usuários do sistema de saúde 50 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior Validação do Prontuário Ele- trônico do Pa- ciente em uma instituição de ensino superior em saúde: relato da experiência no módulo Anamnese Braga et al. (2013) Percebe-se a necessidade de capacitação permanente com relação ao registro da informação, pois o preenchimento do prontuário deve ser realizado com qualidade da informação, seja em prontuário digital ou em papel. Caso contrário, a informação será deficiente Revela-se a importância da participação coletiva em busca de uma melhor qualidade para o produto desenvolvido, assim como a necessidade de capacitação permanente dos envolvidos para melhor qualidade do registro da informação Prontuário Eletrônico: conhecendo as experiências de sua implantação Canêo; Rondina (2014) As instituições analisadas mencionam como benefícios na implantação do PEP: o compartilhamento das informações por diversos profissionais da saúde; a organização sistemática, objetiva e clara dos dados; o auxílio no processo de tomada de decisão e na efetividade do cuidado; e o uso das informações disponíveis nos prontuários para realização de pesquisas clínicas e sociodemográficas, estudos epidemiológicos e avaliação da qualidade do cuidado O sucesso ou fracasso na implantação de um sistema de PEP está condicionado, diretamente, ao treinamento intenso e adequado da equipe e à sua participação nas diversas etapas que precedem a implantação do sistema e à familiaridade dos usuários com o sistema implantado Fonte: Elaborado pela autora (2021). 51 Tendências & Pesquisas no Ensino Superior 4 Discussão Assim como o prontuário em suporte tradicional, o PEP apresenta algumas vantagens e inconvenientes. Como principais vantagens da adoção e utilização de um sistema de informatização de registros como o PEP, identificou- se: redução no tempo de atendimento e custos, eliminação da redundância na demanda de exames, desterritorialização, possibilidades de reconstrução histórica e completa dos casos acerca dos pacientes, registros médicos, tratamentos, laudos..., contribuição para a pesquisa, fim do problema de compreensão dos hieróglifos da equipe de saúde, facilidade na organização e no acesso às informações, racionalidade do espaço de arquivamento de grandes quantidades de documentos e comunicação entre o paciente e a equipe de saúde, o acesso rápido ao histórico do paciente, a facilidade na consulta de dado em atendimentos futuros, a melhoria no controle e planejamento hospitalar, a melhoria na qualidade do atendimento, a possibilidade de acesso remoto e simultâneo dos dados pela equipe multidisciplinar, compartilhamento de integração de informações e legibilidade bem como a importância de sua implantação em instituições hospitalares. Por outro lado, como principais desvantagens, identificou- se: a dificuldade e resistência de parte dos profissionais de saúde frente ao uso do PEP, isto é, o despreparo destes em relação à implantação do PEP e a dificuldade em lidar com essa ferramenta e quanto ao uso de novas tecnologias, o que se deve, normalmente, à falta de domínio da informática dos usuários e o risco inerente do sistema ficar off line, comportamento que interfere,
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