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Livro - Tendências e Pesquisas no Ensino Superior indd

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Prévia do material em texto

Tássio Mascarenhas de Carvalho
Cristiane Rodrigues da Silva
Amanda Cristine Ferreira dos Santos
Gilvan Duarte dos Santos
Rafael Soares Silva
(Organizadores) 
Editora Metrics
Santo Ângelo – Brasil
2021
TENDÊNCIAS & PESQUISAS NO 
ENSINO SUPERIOR
CATALOGAÇÃO NA FONTE
Responsável pela catalogação: Fernanda Ribeiro Paz - CRB 10/ 1720
2021
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora 
Metrics
Todos os direitos desta edição reservados pela Editora Metrics
Rua Antunes Ribas, 2045, Centro, Santo Ângelo, CEP 98801-630
E-mail: editora.metrics@gmail.com
https://editorametrics.com.br
Copyright © Editora Metrics
Imagem da capa: Freepik
Revisão: Os autores
T291 Tendências & pesquisas no ensino superior [recurso eletrônico] / 
organizadores: Tássio Mascarenhas de Carvalho ... [et al.]. - 
Santo Ângelo : Metrics, 2021.
247 p. : il.
ISBN 978-65-89700-55-5
DOI 10.46550/978-65-89700-55-5
 
1. Ensino superior - Pesquisa. I. Carvalho, Tássio 
Mascarenhas de (org.). 
 CDU: 378
Conselho Editorial
Drª. Berenice Beatriz Rossner Wbatuba URI, Santo Ângelo, RS, Brasil
Dr. Charley Teixeira Chaves PUC Minas, Belo Horizonte, MG, Brasil
Dr. Douglas Verbicaro Soares UFRR, Boa Vista, RR, Brasil
Dr. Eder John Scheid UZH, Zurique, Suíça
Dr. Fernando de Oliveira Leão IFBA, Santo Antônio de Jesus, BA, Brasil
Dr. Glaucio Bezerra Brandão UFRN, Natal, RN, Brasil
Dr. Gonzalo Salerno UNCA, Catamarca, Argentina
Drª. Helena Maria Ferreira UFLA, Lavras, MG, Brasil
Dr. Henrique A. Rodrigues de Paula Lana UNA, Belo Horizonte, MG, Brasil
Dr. Jenerton Arlan Schütz UNIJUÍ, Ijuí, RS, Brasil
Dr. Jorge Luis Ordelin Font CIESS, Cidade do México, México
Dr. Luiz Augusto Passos UFMT, Cuiabá, MT, Brasil
Dr. Manuel Becerra Ramirez UNAM, Cidade do México, México
Dr. Marcio Doro USJT, São Paulo, SP, Brasil
Dr. Marcio Flávio Ruaro IFPR, Palmas, PR, Brasil
Dr. Marco Antônio Franco do Amaral IFTM, Ituiutaba, MG, Brasil
Drª. Marta Carolina Gimenez Pereira UFBA, Salvador, BA, Brasil
Drª. Mércia Cardoso de Souza ESEMEC, Fortaleza, CE, Brasil
Dr. Milton César Gerhardt URI, Santo Ângelo, RS, Brasil
Dr. Muriel Figueredo Franco UZH, Zurique, Suíça
Dr. Ramon de Freitas Santos IFTO, Araguaína, TO, Brasil
Dr. Rafael J. Pérez Miranda UAM, Cidade do México, México
Dr. Regilson Maciel Borges UFLA, Lavras, MG, Brasil
Dr. Ricardo Luis dos Santos IFRS, Vacaria, RS, Brasil
Dr. Rivetla Edipo Araujo Cruz UFPA, Belém, PA, Brasil
Drª. Rosângela Angelin URI, Santo Ângelo, RS, Brasil
Drª. Salete Oro Boff IMED, Passo Fundo, RS, Brasil
Drª. Vanessa Rocha Ferreira CESUPA, Belém, PA, Brasil
Dr. Vantoir Roberto Brancher IFFAR, Santa Maria, RS, Brasil
Drª. Waldimeiry Corrêa da Silva ULOYOLA, Sevilha, Espanha
Este livro foi avaliado e aprovado por pareceristas ad hoc.
SUMÁRIO
PREFÁCIO ...............................................................................13
Rafael Soares Silva 
Tássio Mascarenhas de Carvalho 
Capítulo 1
ACESSIBILIDADE DIGITAL E A PANDEMIA DA 
COVID-19 ...............................................................................15
Rafael Soares Silva 
Izabel Rodrigues da Silva 
Tarcísio Welvis Gomes de Araújo 
Thayane Nascimento Freitas 
Aline Mendes Medeiros 
Nádia Fernanda Martins de Araújo 
Capítulo 2
OTIMIZAÇÃO DO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO 
PACIENTE (PEP) NO CONSULTÓRIO MÉDICO ..............43
Cristiane Rodrigues da Silva 
Capítulo 3
ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES PORTADORES 
DE DIABETES MELLITTUS DO TIPO 2: UMA REVISÃO 
INTEGRATIVA .......................................................................57
Erica Fernanda Gomes de Sousa 
Natália Maria Ribeiro Alves 
Ruthyelly Rodrigues de Carvalho 
Rosselly Davilla Silva Sousa 
Andrea Nunes Mendes Brito 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
Capítulo 4
A ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA NO 
ENSINO DE QUÍMICA: UM MAPEAMENTO DE TESES E 
DISSERTAÇÕES NO PERÍODO DE 2009 A 2019 ...............67
Rafael Soares Silva 
Guilherme Santos Simões 
Capítulo 5
AS REPERCUSSÕES DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E 
FAMILIAR CONTRA A MULHER A PARTIR DA VIGÊNCIA 
DA LEI MARIA DA PENHA EM TERESINA ........................89
Tássio Mascarenhas de Carvalho 
Manoel Leonardo Tavares da Silva 
Capítulo 6
UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA SOBRE 
O EFEITO DO JEJUM INTERMITENTE NO DIABETES 
MELLITUS TIPO II: ............................................................113
Douglas Sampaio Tavares 
Carlos Henrique Ribeiro Lima 
Amanda Cristine Ferreira dos Santos 
Andréa Nunes Mendes de Brito 
Romaria Rodrigues da Silva 
Lilia Maria Monteiro Oliveira e Silva 
Capítulo 7
BIOQUÍMICA DAS DOENÇAS MITOCONDRIAIS: UMA 
REVISÃO INTEGRATIVA EM TESES E DISSERTAÇÕES 
NO PERÍODO DE (2000 A 2020) ........................................129
Rafael Soares Silva 
Izabel Rodrigues da Silva 
Maisa Castelo Branco Couto de Miranda 
Yara Rocha Bastos Castelo Branco 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
Capítulo 8
O IMPACTO DO SIMPLES NACIONAL NAS MPES E 
MEI: SISTEMAS ALTERNATIVOS DE TRIBUTAÇÃO DE 
LUCROS ................................................................................159
Cristiane Rodrigues da Silva 
Tássio Mascarenhas de Carvalho 
Capítulo 9
TRABALHO EM EQUIPE: A NOVA FERRAMENTA DE 
GESTÃO ................................................................................189
Allan Carlos de Sousa Camarço 
Tássio Mascarenhas de Carvalho 
Manoel Leonardo Tavares da Silva 
Amanda Cristine Ferreira dos Santos 
Gilvan Duarte dos Santos 
Capítulo 10
ESTUDO BIBLIOMÉTRICO SOBRE 
EMPREENDEDORISMO SOCIAL......................................205
Cristiane Rodrigues da Silva 
Tássio Mascarenhas de Carvalho 
Capítulo 11
TRANSPOSIÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO 
NO ENSI-NO DE MATEMÁTICA PARA DEFICIENTES 
VISUAIS .................................................................................219
Guilherme Santos Simões 
Rafael Soares Silva 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
Capítulo 12
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 
EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO ......229
Amanda Cristine Ferreira dos Santos 
Ana Lourdes dos Reis Silva 
Lucimara Brandão da Silva 
Andréa Nunes Mendes de Brito 
Carlos Henrique Ribeiro Lima 
Lília Maria Monteiro de Oliveira e Silva 
SOBRE OS ORGANIZADORES .........................................245
PREFÁCIO
Estamos vivenciando mudanças que influenciam a sociedade, ocasionando tendências de pesquisas no 
ensino superior. Ressalta-se que não pretendemos esgotar os assuntos 
relacionados às temáticas indicativas para escrita dos capítulos do 
livro, somente direcionar para a compreensão e conhecimento de 
diversos assuntos no ensino superior.
Diante das mudanças que a sociedade vivenciou ao longo dos 
anos, pode-se ressaltar que 2020/2021 foi marcado pela pandemia 
da Covid-19 instaurada no mundo, impactando no fechamento de 
escolas, comércio e demais atividades não essenciais como medida 
emergencial para evitar mais ainda a proliferação do vírus. 
Esta obra, neste contexto, é fruto de um trabalho 
coletivo e ocupa-se de vários temas/temáticas e visa delinear uma 
caracterização de estudos no Ensino Superior em uma caracterização 
multidisciplinar ao abordar diversos assuntos da área das Ciências 
Sociais Aplicadas, das Ciências da Saúde, das Engenharias e das 
Ciências Humanas, dentro outras áreas do conhecimento. 
Os textos que compõem essa obra: “Tendências & Pesquisas 
no Ensino Superior” trazem propostas de escritos que refletem a 
atualidade na pesquisa nas mais diversas áreas do conhecimento. 
Foram escritos por e para profissionais de várias áreas do ensino 
superior. O livro possui linguagem acessível, acredita-se que possa 
ser útil, ao todo ou em parte, aos estudantes e pesquisadores. Anseio 
que este livro possa ser de grande valia ao público ao qual se destina 
e que se reverta em benefícios em todas as áreas do conhecimento. 
Queremos agradecer aos colaboradores que prontamente 
atenderam ao convite a participar do preparodesta obra e creditar 
a eles a qualidade do trabalho no intuito de contribuir no estudo de 
pesquisas futuras ainda mais estimuladoras e importantes no que se 
refere ao Ensino Superior.
Ansiamos que este trabalho possa ser de grande valia aos 
14 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
pesquisadores das várias áreas do conhecimento. Enfim, a obra 
expressa as tendências e pesquisas que estão sendo realizadas no 
Ensino Superior no cenário atual.
Uma excelente leitura e reflexão.
Prof. Dr. Rafael Soares Silva
Prof. Me. Tássio Mascarenhas de Carvalho
Capítulo 1
ACESSIBILIDADE DIGITAL E A PANDEMIA DA 
COVID-19
Rafael Soares Silva1
Izabel Rodrigues da Silva2
Tarcísio Welvis Gomes de Araújo3
Thayane Nascimento Freitas4
Aline Mendes Medeiros5
Nádia Fernanda Martins de Araújo6
1 Introdução
O ano é 2021. O mundo inteiro conectado através da tecnologia, surpreendidos por uma crise global. 
Estamos vivendo num isolamento social o que restringe a 
1 Pós-doutorando em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares 
(UFRRJ); Pós-Doutorando em Química pelo IQSC-USP; Doutor em Ensino de 
Ciências e Matemática (UNICSUL) com ênfase em Educação Especial e Inclusiva, 
Mestre em Engenharia e Ciências dos Materiais (MACKENZIE); Licenciado em 
Pedagogia, Química e Biologia. Pesquisador do Observatório de Educação Especial e 
Inclusão Educacional (ObEE) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). 
E-mail: doc.rafaelsoares@gmail.com/ https://orcid.org/0000-0001-9994-6653.
2 Especialista em Metodologia da Educação Infantil (2019). Licenciada em Pedagogia 
- UFPI (2014). Formação em nível Técnico em Biblioteca. Atualmente é professora 
(acompanhante terapêutica) de uma aluna com Síndrome de Down no Instituto 
Dom Barreto (Teresina-PI).
3 Mestrando em Educação Inclusiva em Rede (PROFEI/UEMA). Especialista em 
Libras com Docência do Ensino Superior (FAEME). Licenciado em Pedagogia 
(UFPI). Professor/Instrutor de Libras (SEDUC – MA).
4 Mestranda em Educação Inclusiva em Rede (PROFEI/UEMA). Especialista em 
Libras com docência Superior- FAEME, Especialista em Educação Especial- IESM, 
Especialista em Gestão e Supervisão Escolar- FACEI, Graduanda em Letras-Libras- 
UNIASSELVI, Licenciada em Pedagogia – UFPI, Professora da Secretaria Municipal 
de Educação- SEMEC/PI.
5 Mestranda em Educação- UFMA, Especialista em Língua Brasileira de Sinais – 
UESPI. Licenciada em Pedagogia- UESPI. Docente da área de Libras CPCE/UFPI.
6 Mestranda em Formação de Professores - UEPB. Especialista em Língua Brasileira de Sinais- 
UESPI. Licenciada em Pedagogia - UFPI. Docente da área de Libras CSHNB/UFPI.
16 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
participação em atividades rotineiras. As pessoas se veem isoladas 
fisicamente, com sua mobilidade reduzida, devida a necessidade de 
evitar aglomerações para conter disseminação da doença que assola 
essa crise. Repensar novos modos de se comunicar, conviver, estudar 
e trabalhar tem sido inerente a todos, nesse cenário pandêmico. 
Nesse sentido, a internet, os programas de comunicação e as mídias 
sociais passam a ser essenciais (Mendes et. al. 2020, p. 35). 
O Brasil chega a um número inconcebível de mortes pela 
Covid-19, e a sensação que temos é que o pior ainda está por vir. 
Parecendo um trem descarrilhado. As ações governamentais dúbias, 
confusas e improcedentes, geram por vezes a sensação de que tudo 
isso está longe do fim, trazendo à tona outros problemas, e um 
deles é a desigualdade social. 
Mendes et. al. (2020) ressaltam que, quaisquer que sejam as 
fontes e os dados escolhidos, a desigualdade no Brasil surpreende. 
E a Pandemia da Covid-19 só reforça essa desigualdade. Nessa 
lógica, ao se tratar de pessoas com deficiência, essa desigualdade 
potencializa a vulnerabilidade desse contingente populacional, 
uma vez que estes já se encontravam em um grupo de risco, em 
desigualdade social e com negação. 
Desde os anos 1990, os direitos sociais e educacionais 
de pessoas com deficiência têm figurado nos debates nacionais 
e internacionais (Pletsch &Leite, 2017). Discutir a temática 
Educação Especial e diversidades faz-se necessário, frente aos 
desafios cotidianos que vivenciamos nos espaços educacionais e 
sociais. (Silva et. al. 2020). 
Alguns documentos são de suma importância quando 
falamos dos direitos da pessoa com deficiência. A Convenção sobre 
os Direitos das Pessoas com Deficiência da Organização das Nações 
Unidas que, por meio do Decreto no 6.949, de 25/08/2009, obteve, 
no Brasil, status de emenda constitucional. Nele se estabelece 
que os Estados Partes “tomarão todas as medidas necessárias para 
assegurar a proteção e a segurança de pessoas com deficiência que 
se encontrarem em situações de risco”, inclusive em emergências 
 17
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
humanitárias (art. 11). 
Já a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência 
(LBI), também conhecida como Estatuto da Pessoa com 
Deficiência (Lei no 13.146, de 06/07/2015) que estabelece em 
seu art. 4° que toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade 
de oportunidades com as demais pessoas, e não sofrerá nenhuma 
espécie de discriminação em razão de sua condição.
Em face desta lei, o Art. 2º considera a pessoa com deficiência 
aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, 
mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou 
mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na 
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
E para que essa participação na sociedade possa ser plena e 
efetiva como recomenda a lei, um dos aspectos a ser considerado 
é a acessibilidade. Embora no contexto da pandemia as pessoas 
com deficiência seguem na luta, com pautas acerca da inclusão, da 
acessibilidade, entre outras – que não são recentes. Tais pautas dizem 
respeito ao ativismo por uma justiça pela deficiência, expressão 
que Mia Mingus (2011, 2018) utiliza para sinalizar a centralidade 
da deficiência na promoção de um mundo acessível, mais justo. 
Propor uma comunidade mais justa é pautar a acessibilidade como 
tema central.
Pautado nessas questões apresentadas, temos como objetivo 
analisar os aspectos legais que abordam sobre a acessibilidade, 
considerando o contexto de ensino remoto vivenciado a partir das 
Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação. Com isso, 
buscamos expor neste texto reflexões que elucidem as condições 
específicas em que a pessoa com deficiência se encontra para 
conseguir está incluído nas dinâmicas educacionais escolares, 
contemplando o ensino e a aprendizagem.
Um aspecto importante ressaltado por Mendes et. al. (2020) 
é que para as pessoas sem Deficiência (PsD), o isolamento social é 
uma exceção, um estado transitório. Entretanto, o desespero que 
atualmente assola as PsD espelha a vida inteira das pessoas com 
18 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
Deficiência, cuja participação na sociedade limita-se por obstáculos 
de naturezas diversas (atitudinais, arquitetônicas, cognitivas, 
idiomáticas, digitais, etc). 
1.1 Sobre a acessibilidade 
No Brasil, a palavra acessibilidade costuma ser associada 
apenas a questões físicas e arquitetônicas, mas este vocábulo 
expressa um conjunto de dimensões diversas, complementares e 
indispensáveis para que haja um processo de efetiva inclusão. É o 
direito de ir e vir de cada cidadão somado ao fato de tornar acessível 
todo e qualquer conteúdo, lugar e/ou produto. 
Para fins de aplicação desta Lei - Art. 3º, considerasse como 
acessibilidade:
I - Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para 
utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, 
equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e 
comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de 
outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou 
privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, 
por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida (BRASIL,2015).
Porém, Glat (2005, p.16) considera que “o crescente 
reconhecimento da Educação Inclusiva como norma prioritária 
de atendimento a alunos com necessidades educativas especiais”, 
na prática ainda “não se configura no Brasil como uma proposta 
educacional amplamente difundida e compartilhada”. Mesmo que 
nos últimos anos tenham sido desenvolvidas algumas experiências 
promissoras, a maioria das redes de ensino requer condições 
institucionais necessárias para a viabilização da Educação Inclusiva. 
Em relação às condições institucionais referidas pela autora 
supracitada, destaca-se a acessibilidade e as suas diversas dimensões. 
Acessibilidade, segundo as Leis: 10.098 (Brasil, 2000, p.3) 
e 13.146 (Brasil, 2015, p.18), é um direito que garante à pessoa 
com deficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma 
 19
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação 
social. 
1.2 Dimensões da acessibilidade
Propostas para a eliminação de barreiras, a partir dos 
princípios da acessibilidade, entendida como “possibilidade e 
condição de alcance, percepção e entendimento para utilização, 
com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos 
urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, 
inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como outros serviços e 
instalações abertos ao público, de uso público ou privado de uso 
coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com 
deficiência ou com mobilidade reduzida” (Brasil, 2015).
Sassaki (2004, p.2) menciona que “o conceito de acessibilidade 
deve ser incorporado aos conteúdos programáticos ou curriculares 
de todos os cursos formais e não formais existentes”. Para ele, “a 
acessibilidade não mais se restringe ao espaço físico, ou seja, à dimensão 
arquitetônica”. Sassaki (2004) classifica o conceito de acessibilidade em 
seis dimensões como podem ser observadas no quadro 1. 
Quadro 1: Dimensões da Acessibilidade
Dimensões da 
acessibilidade Definição
Arquitetônicas
Sem barreiras ambientais físicas em todos os recintos 
externos e internos da escola. 
Barreiras: os degraus, buracos e desníveis no chão, pisos 
escorregadios, portas estreitas, sanitários minúsculos, má 
iluminação, má localização de móveis e equipamentos, dentre 
outros.
Comunicacionais
Sem barreiras na comunicação interpessoal, na comunicação 
escrita e na comunicação virtual. Ocorre com comunicação 
face a face, língua gestual, linguagem corporal, e comunicação 
escrita como jornal, revista, livro, carta, etc., incluindo textos em 
Braille, textos com letras ampliadas para quem tem baixa visão, 
computador e outras tecnologias para comunicar, comunicação 
virtual -acessibilidade digital, dentre outros.
20 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
Atitudinais
Sem barreiras na convivência. 
Um exemplo é a escola promover atividades de sensibilização 
e conscientização, a fim de eliminar preconceitos, estigmas, 
estereótipos. 
Programáticas
Sem barreiras invisíveis embutidas em documentos 
institucionais. 
Alguns exemplos são conhecer, atualizar e eliminar as barreiras 
invisíveis contidas em programas, regimentos, regulamentos, 
portarias, projetos, que possam impossibilitar ou dificultar a 
participação plena, na vida escolar, de todos os alunos, com ou 
sem deficiência.
Metodológicas
Sem barreiras para métodos, técnicas e teorias. 
Alguns exemplos são conhecer, aprender e aplicar a teoria das 
inteligências múltiplas, os vários estilos de aprendizagem e 
aprender, produzir e utilizar materiais didáticos adequados às 
necessidades educacionais especiais, dentre outros.
Instrumentais
Sem barreiras nos instrumentos e ferramentas de estudo. 
Barreiras: qualquer bloqueio ou obstáculo que limite ou impeça 
o acesso, a liberdade de movimento e circulação com segurança 
das pessoas. 
Um exemplo é a adaptação de material didático, utilização de 
aparelhos, equipamentos, utensílios e Tecnologia Assistiva.
Fonte: Sassaki (2007) - Adaptada
No que diz respeito à educação formal, os dilemas que 
as pessoas com deficiência enfrentam ainda são inúmeros por 
encontrarem um ambiente escolar e acadêmico sem acessibilidade 
e com diversas barreiras a serem transpostas. Apesar da legislação 
brasileira apresentar avanços e o número de estudantes na 
educação básica e ensino superior terem aumentado, ainda há uma 
discrepância entre o discurso legal-político e a realidade educacional 
dos/as PcD (Silva, 2014). 
1.3 Desenho Universal para Aprendizagem - DUA
O Desenho Universal para Aprendizagem - DUA surge nos 
anos 90, preconizado por David Rose, Anne Mayer e seus colegas, 
fundadores do Center for Applied Special Technology (CAST). 
A princípio, eles tentaram desenvolver um trabalho a partir dos 
 21
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
diagnósticos, auxiliando os estudantes a superar suas dificuldades 
e comprometimentos. Contudo, com o decorrer do trabalho eles 
concluíram que ao invés de ajuda-los a superarem as barreiras 
que encontravam, a equipe deveria ajudar escolas e educadores a 
diminuir ou eliminar essas barreiras. (Meyer, Rose, Gordon, 2014)
Esse formato, nos traz a possibilidade de ensinar 
eliminando as barreiras da exclusão escolar, pois segundo Zerbato 
(2018 p. 56) “consiste em um conjunto de princípios baseados na 
pesquisa e constitui um modelo prático que objetiva maximizar 
as oportunidades de aprendizagem para todos os estudantes”, 
utilizando-se de novas estratégias de ensino, organizando uma 
aprendizagem para todos, flexibilizando assim a acessibilidade dos 
alunos, visando satisfazer as necessidades de aprendizagem do maior 
número de alunos daquela sala de aula, incluindo as especificidades 
dos alunos PAEE (Prais & Vitaliano, 2018)
O DUA se fundamenta em três princípios para o 
desenvolvimento de currículos acessíveis e práticas pedagógicas 
inclusivas. O primeiro princípio do DUA tem como objetivo 
proporcionar múltiplos meios de envolvimento, e estimular a 
motivação para aprendizagem. O segundo proporciona múltiplos 
meio de representação, ou seja, as informações são apresentadas 
em múltiplos formatos para que todos tenham acesso. O último 
princípio proporciona múltiplos meios de expressão, pois 
permite formas alternativas de expressão e de demonstração das 
aprendizagens, por parte dos estudantes. Este último princípio 
pode ser relacionado com a avaliação da aprendizagem (Zerbato & 
Mendes, 2018; Nunes & Madureira, 2015).
Segundo Pletsch (et al., 2020) ao levar em consideração o 
DUA no planejamento e nas estratégias de ensino é preciso que o 
mesmo conteúdo esteja disponível em diferentes formas e mídias, 
dependendo do objetivo a ser trabalhado. Um assunto ou conceito, 
por exemplo, pode ser apresentado de modo interativo, usando 
recursos como áudio, imagem, vídeo ou animação. É fundamental 
que os recursos sejam pensados levando em conta a usabilidade 
prática dos estudantes, de preferência validados por eles próprios.
22 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
Desse modo, pode-se afirmar de acordo com os estudos 
de Vieira & Cirino (2021) que os princípios do DUA aliados aos 
recursos e mídias disponíveis abre um leque de interações, pois 
possibilitam inúmeras combinações, entre texto, fala, imagem e uma 
ressignificação das rotas de aprendizagem, até então fixadas pelo 
modelo presencial. No formato remoto, essa visão da aprendizagem 
teve que ser repensada. Tal movimento vai de encontro com os 
pressupostos que o DUA amplia os processos pelos quais os alunos 
acessam o conhecimento.
A fim de ampliar as discussões e oferecer aportes práticos 
sobre a aplicação dos princípios do DUA como estratégia de acesso 
á aprendizagem em ambientes digitais, Pletsch (et al, 2021, p. 17) 
sugere possibilidades e estratégias que podem ser usadas nas aulas 
online para incentivar a interação e a participação de todos os 
estudantes.
• Produção da informação em diferentes mídias: informações 
disponibilizadas em braile, áudiodescrição, vídeos e outros 
recursos para pessoas com deficiências sensoriais.
• Recursos de manipulação de forma e conteúdos digitais: 
permite alteração do tamanho do texto e das imagens, cor 
usada para informar ou enfatizar, a velocidade ou tempo 
dos vídeos, animações, sons, simuladores e a disposição dos 
elementos visuais.
• Recursos de ampliação de repertório: animações, vídeos, 
documentários, box com opinião de especialistas, box com 
dicas de filmes e livros para ler, tabelas, mapas conceituais 
e outros recursos que sirvam para ampliar o conhecimento 
sobre os temas apresentados em aula.
• Recursos de compreensão de texto: antecipar vocabulários, 
destacar expressões complexas e demonstrar sua origem 
semântica sempre que possível.
• Recursos para destaque de conceitos: grifar conceitos, 
destacar a relação entre ideias em um texto ou em mapas 
 23
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
conceituais, marcar as transições nos textos e as relações na 
estrutura do texto, ou torná-las mais explícitas.
• Recursos de imagem: ilustrações, fotografias, conceitos-
chave apresentados na forma de imagens, ícones e símbolos 
que facilitam a navegação.
• Recursos para experimentação de conceitos: simulações, 
exercícios de manipulação e experimentação física dos 
conceitos.
• Recursos de organizadores avançados: mapas conceituais, 
glossários de imagens e textos, infográficos, linhas do tempo, 
planilhas e recursos que contribuam para sistematização dos 
conteúdos, conceitos apresentados.
• Recursos para expressão dos estudantes: atividades que 
proponham apresentações orais, vídeos, texto de diversos 
formatos, desenhos e arte.
1.4 Tecnologia Assistiva
Compreender o que é a tecnologia, é necessário para 
direcionarmos o uso para fins educacionais, visto que a “tecnologia 
engloba a totalidade de coisas que a engenhosidade do cérebro 
humano conseguiu criar em todas as épocas, suas formas de uso, suas 
aplicações, ela é variável e contextual” (Kenski, 2012, p.23). Para o 
clima emergencial, esperamos que seja eficaz o uso das tecnologias 
digitais que estão sendo utilizadas neste período pandêmico, 
ainda é necessário um aprofundamento destes conceitos para que 
possamos alcançar a todos os estudantes, sejam estes público-alvo 
da educação especial- PAEE ou não.
No campo das tecnologias assistivas, especificamente na 
área educacional, oportunizam instrumentos formativos como 
facilitadores no contexto do ensino-aprendizagem, a fim de que se 
possa qualificar o acesso ao conhecimento na vida de pessoas e/ou 
alunos com deficiência. De acordo com Radabaugh (1993), para 
as pessoas com deficiência a tecnologia torna as coisas possíveis, 
24 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
e a tecnologia que é utilizada para esse público é conhecida 
como Tecnologia Assistiva – TA, que é um termo utilizado para 
“identificar todo o arsenal de recursos pedagógicos, tecnológicos 
e de suporte, os quais contribuem para proporcionar ou ampliar 
habilidades funcionais de estudantes público-alvo da educação 
especial, na perspectiva de promover autonomia e a inclusão” 
(Bersch & Tonolli, 2006, p.89).
Visando o atendimento às necessidades educativas dos 
alunos com deficiência, utilizar recursos de Tecnologia Assistiva 
(TA) tem promovido um bom desenvolvimento e emancipação 
dos mesmos, tornando possível o acesso dos PAEE às mais diversas 
atividades escolares. A TA é considerada como:
[...] uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, 
que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas 
e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à 
atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades 
ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, 
qualidade de vida e inclusão social (BRASIL, 2007).
 O conceito de TA não deve estar restrito apenas a recursos 
para a sala de aula, mas para todos os ambientes da escola e fora 
desta, pois visa proporcionar ao estudante com deficiência, a 
sua autonomia, valorizando suas potencialidades, a qualidade 
de vida e uma maior inclusão com estímulos e motivação para 
que este participe ativamente do seu processo de construção de 
conhecimentos. Pensando assim, é notório perceber que toda a 
equipe escolar tem responsabilidade de criar ambientes acessíveis e 
inclusivos, e não apenas o professor. (Bersch, 2008)
O comitê de Ajudas técnicas-CAT diz que “a aplicação de 
Tecnologias Assistivas abrange todas as ordens do desempenho 
humano, desde as tarefas básicas de autocuidado até o desempenho 
de atividades profissionais” (CAT 2007, p.11), corroboramos com 
o autor, em que diz que as TA são organizadas e classificadas de 
acordo com os objetivos a quem se destina, que podem ser para 
auxílios para a vida diária e vida prática.
Em meio ao período pandêmico, as TA utilizadas foram 
 25
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
ganhando um formato mais digital com as aulas remotas, 
tornando a inclusão dos alunos PAEE mais desafiador, pois além 
do uso das tecnologias assistivas no meio digital pelos alunos, o 
docente também necessita de uma formação que contemple esses 
conhecimentos, além disso “os professores precisam ser formados 
para uma nova didática, nova pedagogia, considerando as mudanças 
que ocorreram, devido à internet, na forma de ensinar e com o 
próprio conhecimento” (Straub, 2020, p.40, apud Mayrink, 2017), 
pois, todo esse processo tecnológico, acabou por fazer emergir 
um universo virtual que ao mesmo tempo é paralelo ao universo 
físico e que é possível através de uma interconexão mundial de 
computadores em rede, que chamamos de ciberespaço. Segundo 
Mallagi (2019, p.68), é “[...] um sistema de comunicação eletrônica 
global que reúne os humanos e computadores em uma relação 
simbiótica, que cresce exponencialmente graças à comunicação 
interativa”, sendo desafiante utilizar de forma emergencial, por 
requerer um discernimento detalhado para incluir alunos PAEE 
com uso de TA digitais, sendo que mesmo com esse recurso digital, 
muitos destes, ainda necessitarão de outros auxílios e serviços, 
como o uso de órteses.
1.5 Adaptações
Em março de 2007 foi assinado a Convenção Internacional 
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência um documento cuja 
finalidade era proteger os direitos das pessoas com deficiência, 
resultante da Assembleia Geral das Nações Unidas, o texto engloba 
o reconhecimento da igualdade e não discriminação de mulheres 
e crianças, a conscientização da sociedade acerca das deficiências, 
questões referentes a acessibilidade, direito a vida, a justiça, a 
educação entre outros.
Ainda nesse documento, no artigo 24, referente à educação, 
no item 2 c), aborda sobre a necessidade de adaptações razoáveis 
para a pessoa com deficiência de acordo com sua individualidade. 
Posteriormente o Brasil promulgou o documento da convenção 
26 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
através do Decreto nº 6.949/2009, significando certo compromisso 
junto à Organização das Nações Unidas (ONU) em executar o que 
foi decidido em Convenção.
Outro dispositivo legal que também reforça a importância 
de adaptações para a pessoa com deficiência, ou como o próprio 
documento denomina público-alvo da educação especial (PAEE) é 
o decreto nº 7.611/11 que dispõe sobre o Atendimento Educacional 
Especializado, sem apresentar detalhamentos, apenas cita a garantia 
de adaptação para o ensino fundamental.
Apenas com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, conforme 
a Lei 13.146/15 no inciso VI do artigo 3º há uma definição clara 
do que seria adaptações razoáveis
VI - Adaptações razoáveis: adaptações, modificações e 
ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus 
desproporcional e indevido, quando requeridos em cada caso, 
a fim de assegurar que a pessoa com deficiência possa gozar ou 
exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as 
demais pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais. 
(Brasil, 2015, grifo nosso).
Dessa formapercebemos que essa garantia legal remete a 
uma variedade de ações e práticas no contexto educacional, visto que 
a necessidade de cada indivíduo PAEE poderá ser única conforme 
seu perfil e deficiência. Considerando o contexto pandêmico, 
que impactou a educação brasileira desde março de 2020 e em 
conformidade com os dispositivos legais vivencia-se desafios até 
outrora não imaginados, pois o ensino em todas as modalidades 
acontecendo de forma remota ou híbrida, ocasiona rapidez em 
mudanças emergenciais para tornar eficaz a educação formal, tais 
mudanças englobam aquisição de itens tecnológicos e habilidades 
no uso de aplicativos virtuais.
Durante o primeiro ano de pandemia, houve diversas 
publicações que além de questionar os gastos da classe docente, 
a carência dos alunos por recursos tecnológicos e conexão de 
internet, apresentam desafios do ensino remoto para a educação 
básica. Dentre eles destacamos, Colemarx (2020) que questiona 
 27
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
a não universalização da internet para a escola pública, Zaidan & 
Galvão (2020) também apresentam sobre a mudança de rotina dos 
professores ao aderirem ao home office e os custos extras.
O impacto desta realidade para o aluno PAEE é forte, pois 
a maioria frequenta a escola pública (INEP, 2020), neste contexto 
cabe a reflexão sobre as adaptações razoáveis segundo dispositivo 
legal para o referido grupo de alunos. Com o intuito de investigar 
o ensino remoto, os autores Araújo, Rego e Nascimento (2021), 
realizaram uma pesquisa comparando a assistência ofertada em 
duas escolas públicas nos estados do Piauí e da Paraíba para alunos 
surdos buscando refletir sobre os efeitos desse formato de ensino.
Nesta pesquisa, os autores inicialmente traçam um 
panorama das adaptações realizadas pelos estados do Nordeste para 
viabilizar o ensino remoto, e seguida relatam a execução desses 
“ajustes” nas escolas pesquisadas verificando os bônus e ônus, 
através da análise concluem as dificuldades dos alunos em acessar 
a internet, compreender o layout e funcionalidade da plataforma 
criada pelas secretarias, a carência de recursos tecnológicos e o 
pouco apoio familiar. Por mais que a referida pesquisa, apresenta 
apenas um recorte de dois lócus específicos da região Nordeste, 
não se pode ignorar a possibilidade de essas dificuldades também 
serem vivenciadas em outras escolas do país, retomando ao que diz 
o inciso VI do artigo 3º do Estatuto, parece existir um abismo na 
exequibilidade o que se potencializa com os efeitos da pandemia.
1.6 Acompanhamento
Sabe-se que a pandemia do novo coronavírus mudou 
completamente a vida de milhares de pessoas pelo mundo, trazendo 
consigo mudanças significativas e necessárias, principalmente 
em relação ao convívio social. Pelo fato de ter pego o mundo 
inteiro de surpresa, as pessoas precisaram se adaptar a essa nova 
realidade, que não foi nada fácil, principalmente quando falamos 
em educação, pois a mesma enfrenta múltiplas dificuldades para 
continuar mantendo o aprendizado de seus alunos, para que 
28 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
estes não percam o ano letivo e tenham aprendizados relevantes. 
Com esse cenário, muitos gestores escolares tiveram que buscar 
saídas emergenciais para continuar as atividades, principalmente, 
com o auxílio de suportes remotos de ensino e a introdução de 
novas metodologias, apoiadas em tecnologias digitais. Esse novo 
paradigma em que a sociedade se encontra traz uma imensidão de 
sentimentos e angústias, isto é, sentimentos e mistos de incertezas, 
todos estão enfrentando grandes desafios e mudanças em suas vidas, 
principalmente em sua rotina, de modo que estão adaptando-se e 
conduzindo a vida da melhor forma possível.
Nesse contexto, é preciso lembrar que incorporar as 
tecnologias digitais na educação não se trata de utilizá-las somente 
como meio ou suporte para promover aprendizagens ou despertar 
o interesse dos alunos, mas sim de utilizá-las com os alunos para 
que construam conhecimentos com e sobre o uso dessas TDICs. 
Estas por sua vez, têm alterado nossas formas de trabalhar, de se 
comunicar, de se relacionar e de aprender nas últimas décadas. Na 
educação, as TDICs têm sido incorporadas às práticas docentes 
como meio para promover aprendizagens mais significativas, com 
o objetivo de apoiar professores e toda a comunidade escolar na 
implementação de metodologias de ensino ativas, alinhando o 
processo de ensino-aprendizagem à realidade dos estudantes e 
despertando maior interesse e engajamento dos alunos em todas 
as etapas da Educação. Por outro lado, falar de um ensino remoto 
no Brasil gera bastante desconforto, pois parte dos alunos e 
também dos professores não possuem os recursos necessários para 
o acompanhamento de aulas online. Sob o mesmo ponto de vista, 
para os alunos com acesso à internet, há um grande esforço para 
aprender e gerenciar o tempo dentro de casa. Para os mais jovens, 
desenvolver a disciplina para estudar de forma remota ou híbrida é 
ainda mais complicado.
 29
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
1.7 Barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da 
pessoa com deficiência às tecnologias
Desde a virada do século, no começo dos anos 2000, 
ouvimos que estamos vivendo a era digital. Já quase 21 anos 
depois, nos vemos cada vez mais imersos na tecnologia, agora mais 
do que nunca potencializadas pelo isolamento social. A internet 
hoje é sinônimo trabalho, facilidade, localização, informação, 
educação. São poucas as atividades que podemos fazer sem estar 
online. A tecnologia digital também pode alcançar as pessoas com 
deficiências, pois existem aplicativos, softwares e equipamentos 
que possibilitam a acessibilidade a informação, entretenimento, 
sociabilidade entre outros benefícios. Considerando o contexto 
da educação, a presença da tecnologia digital é uma alternativa de 
recurso que potencializa no ensino de alunos PAEE, que funciona 
com uma solução sobre as barreiras que esse público enfrenta no 
processo de aprendizagem.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência, art. 3º, inciso IV 
traz a definição de barreira:
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite 
ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a 
fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de 
movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, 
à compreensão, à circulação com segurança, entre outros. Enquanto 
as barreiras tecnológicas são aquelas que dificultam ou impedem 
o acesso da pessoa com deficiências às tecnologias. (Brasil, 2015) 
 Estas barreiras comprometem o acesso das pessoas com 
deficiência à educação, e atualmente, com a pandemia, as aulas 
começaram a ser transmitidas virtualmente, e as aulas presenciais 
foram paralisadas com intuito de minimizar o contato com o vírus 
SARS-Cov-2 e contágios em massa.
2 Metodologia
De acordo com Freire (1996, p.32) o ensino e a pesquisa são 
30 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
indissociáveis. A pesquisa propicia conhecer o que ainda é oculto, 
ela é o caminho que proporciona a comunicação e o anúncio do 
que antes era incompreendido. 
O presente estudo trata-se de uma pesquisa com abordagem 
qualitativa. Para entendermos a natureza desse tipo de pesquisa nos 
fundamentamos nos estudos de Triviños (2008), o qual nos relata 
que muitas pesquisas de caráter qualitativo não precisam se respaldar 
em informações estatísticas. Dessa forma, devido à natureza dos 
objetivos firmados neste trabalho entendemos que a pesquisa é de 
abordagem qualitativa, e de natureza metodológica, exploratória 
e bibliográfica. Neste sentido, a pesquisa exploratória intenciona 
prover o pesquisador de um maior conhecimento a respeito de 
um tema ou problema de pesquisa em perspectiva (Mattar,1994). 
Logo, se define-se a proposta dessa pesquisa como exploratória pelo 
fato de se utilizar de fontes bibliográficas e descritivas com intuito 
de propiciar a familiarizaçãocom os objetivos da investigação.
Mais ainda, Gil (2002) aponta que a pesquisa exploratória 
possui como objetivo principal o aprimoramento de ideias, 
descoberta de intuições, a possibilidade de explorar diferentes 
aspectos relativos ao fato estudado e favorecer a familiarização 
com o problema. Como instrumento de coleta de dados optou-
se pelo levantamento bibliográfico, a fim de se obter uma melhor 
apreciação do conteúdo foco do nosso estudo.
3 Resultados e discussão 
Com o embargo temporário das atividades letivas 
presenciais, por todo o mundo, os professores e estudantes migraram 
para a realidade online, levando consigo metodologias e práticas 
pedagógicas típicas de espaços presenciais de aprendizagem, naquilo 
que tem sido designado por ensino remoto. Contudo, a realidade 
exigiu uma transição rápida em que professores precisaram se 
transformar em youtubers, pois é necessário gravar videoaulas, 
mesmo sem prática e sem formação específica, mas que aprenderam e 
continuam a aprender a utilizar sistemas de videoconferência, como 
 31
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
o Google Hangout ou o Zoom e plataformas de aprendizagem, 
como o Moodle, o Microsoft Teams e o Google Classroom.
3.1 Acessibilidade tecnológica e a pessoa com deficiência 
Considerando a mudança da sala de aula para o ambiente 
doméstico, verifica-se a necessidade de outros instrumentos 
tecnológicos de acesso à informação e comunicação. Como 
apontam Arruda, Silva e Bezerra (2020) os recursos tecnológicos 
que facilitariam as aulas online, como computadores, dispositivos 
móveis e internet não se fazem presentes nas moradias de vários 
alunos e professores brasileiros. E atrelado a esta necessidade dos 
recursos tecnológicos em si, está a inabilidade dos professores 
com as ferramentas digitais o que dificulta o seu próprio acesso. 
Deste modo, têm-se considerado um formato que exclui muitos 
indivíduos do processo educativo, além de não dar conta dos 
objetivos pedagógicos pensados no modelo presencial (MENDES 
et. al.,2020, p. 46), porém ressaltamos ser a alternativa viável nesse 
processo.
Outro contexto que surge com a pandemia são as diferenças 
no nível de acesso de estudantes que, segundo Pill (2020) aqueles 
que não acessam a internet de nenhuma forma chegam a 11% 
da população na faixa etária de 9 a 17 anos. A exclusão é maior 
entre crianças e adolescentes que vivem em áreas rurais, onde a 
porcentagem daqueles que não acessam a rede chega a 25%. Nas 
regiões Norte e Nordeste, o percentual é 21% e, entre os domicílios 
das classes D e E, 20%. 
Segundo Silva, Bins e Rosek (2020) na educação pública 
além das dificuldades estruturais existem as barreiras financeiras, e 
a maioria das casas dos alunos da escola pública fica na periferia, 
onde não há aparelhos ou internet que possam dar conta das de-
mandas de um ensino nestes modelos propostos. Dados que vão de 
encontro as informações dadas por Fábbio Senne, coordenador de 
Projetos de Pesquisas do Cetic.com a Unicef: “mesmo entre os que 
têm acesso, há diferença em relação à posse de um pacote de dados 
32 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
3G ou acesso a Wi-Fi, o que limita o tipo de conteúdo que pode ser 
acessado”. (NIC.BR, 2020)
Além desses pontos há diferenças entre o acesso dos 
estudantes aos sistemas de ensino públicos e privados. Segundo 
a pesquisa realizada pelo Instituto Península, em 2020 durante 
a pandemia, com 2.400 docentes das redes de ensino privada, 
estadual e municipal, de todo o Brasil, as escolas privadas afirmam 
prestar assistência a distância a 65,3%, contra apenas 36,2% da 
rede estadual e 14,1% da rede municipal. (Victoria Oliveira, 2020)
No que diz respeito ao ensino remoto, um aspecto a ser 
considerado é a exclusão digital especialmente da parcela da 
população que apresenta alguma deficiência. A nossa pesquisa 
centra-se nesse aspecto, da acessibilidade digital em Tempos de 
Ensino Remoto. Não questionamos o potencial das tecnologias 
e sim as necessidades de suporte entre as pessoas, especialmente 
aquelas que têm alguma deficiência. 
A acessibilidade tecnológica está atrelada a acessibilidade 
instrumental que, segundo Sassaki (2005) está relacionada ao 
fim das barreiras nos instrumentos e utensílios de estudo como: 
lápis, caneta, teclado do computador, materiais pedagógicos e as 
tecnologias assistivas. Correlacionado a estas características, o 
Estatuto da Pessoa com Deficiência, destaca no capítulo II, art. 
64 sobre a acessibilidade nos sítios da internet com obtenção de 
financiamento de projeto com utilização de recursos públicos, 
convênios, ou incentivo fiscal como é descrito no inciso III, do art. 
54;
Os artigos 66, 67 e 68, da mesma lei, tratam respectivamente 
do papel do Poder Público no incentivo a oferta de aparelhos 
de telefonia fixa e móvel celular com acessibilidade, que possam 
ampliar os sons e todas as operações e funções disponíveis; destacam 
também os serviços de rádiofusão de sons e imagens que devem 
permitir o uso da subtitulação por meio de legenda oculta, janela 
de intérprete de Libras e audiodescrição.
Nota-se que existem meios legais que facilitariam o acesso 
 33
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
das pessoas com deficiência a educação, mas o que se observa 
mesmo anteriormente ao período da pandemia é que estes meios 
não são ofertados as pessoas com deficiência que precisam de apoio 
instrumental nas salas comuns e que em alguns casos, esse acesso 
é dado nas salas de AEE de forma presencial, o que não é possível 
acontecer nesse período de aulas remotas.
Seria ideal, conforme o Estatuto, no art. 68, §1º “formatos 
acessíveis de arquivos digitais que possam ser reconhecidos e 
acessados por softwares leitores de telas ou outras tecnologias 
assistivas, que permitam leitura de voz sintetizada, ampliação de 
caracteres, diferentes contrastes e impressão em braile” Este artigo 
caracteriza uma forma de mediar a educação das pessoas com 
deficiências com recursos tecnológicos, que seriam bem proveitosos 
se fossem disponibilizados desde as séries iniciais para alunos com 
deficiência.
Sobre as barreiras que impedem o acesso aos ambientes 
digitais, os autores supracitados destacam 03 (três) degraus que 
precisam ser superados, como pode ser observado na figura 1.
Figura 1: Barreiras que impedem o Acesso aos Ambientes Digitais
Fonte: Torres et al. (2002) - Adaptada
Em outro estudo, Torres e Mazzoni (2004) reiteram que 
para se construir um espaço e conteúdos digitais acessíveis a 
todos, respeitando-se as limitações (tanto orgânicas quanto de 
equipamento) que essas pessoas possam ter, é necessário combinar 
a apresentação da informação de formas múltiplas (flexibilização 
34 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
das formas de apresentação), com o uso de ajudas técnicas (tais 
como sistemas de leitura de tela, sistemas de reconhecimento da 
fala, simuladores de teclado etc.) que maximizam as habilidades 
dos usuários com limitações associadas a deficiências orgânicas.
Hoje, as tecnologias por videochamadas, reuniões virtuais 
por meio de diferentes plataformas, ligações telefônicas mais longas 
que substituem as mensagens rápidas se tornam alternativas para 
manter a proximidade com o outro. (Silva, Bins E Rosek, 2020). 
Mas o que se nota é que mesmo com empenho, dedicação e com 
as leis a favor da inclusão das pessoas com deficiência alguns ainda 
ficarão à margem, pois a sociedade, nem as instituições de ensino 
não oferecem as mesmas possibilidades de acesso às tecnologias 
mais modernas para alunos com alguma deficiência.
Assim, sempre que estes direcionamentos não forem 
assegurados existirão barreiras no acesso à tecnologia e 
consequentemente a educação que está ocorrendo pelos meios 
digitais.
3.2 Barreiras ou dificuldades do Ensino Remoto para pessoas com 
deficiências
No quadro 2 buscamos expor a sobre as dificuldades de 
algumas deficiências baseadas na literatura acadêmica que evidencia 
as especificidades dessepúblico e em dados empíricos gerados 
através da investigação nossa em lócus, citados em outras seções 
neste artigo.
 35
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
Quadro 2: Dificuldades do Ensino Remoto para pessoas com deficiências
Tipos de 
Deficiência
Dificuldades no Ensino Remoto
Surdez
O aluno com surdez, necessita de uma adaptação linguística, oferecida 
diretamente por um intérprete educacional, currículo adaptado, e 
tecnologias assistivas voltadas para exploração de uso visual, visto que 
sua língua natural, é de natureza visual-motora. Uma das maiores 
dificuldades na inclusão escolar destes alunos no ensino remoto se 
dá por questões metodológicas que muitas vezes não são adaptadas, 
e que erroneamente acha-se que o intérprete educacional resolveria a 
questão comunicacional. Além dos problemas recorrentes ao acesso 
nas plataformas, por problemas na conexão, qualidade da transmissão 
com possibilidade de congelamento de screen constantemente, fazendo 
com que a comunicação em Língua Brasileira de Sinais-Libras se perca, 
tornando-o insatisfatório.
Baixa visão
Apesar de escutarem os diálogos, como fazer para que acompanhem o 
chat e as apresentações dos docentes, e as atividades escritas com apoio 
do Braille? É possível verificar quais plataformas possibilitam aumentar 
a fonte desses recursos, adaptar as apresentações ou disponibilizá-las aos 
alunos com antecedência em um formato editável ou que possa ser lido 
por um software leitor. Existe uma diversidade de modelos pedagógicos 
adotados no ensino presencial que podem ser adaptados para serem 
realizados a distância de forma a se atingir os objetivos pedagógicos 
com qualidade.
Intelectual
As dificuldades encontradas podem o próprio acesso e utilização das 
tecnologias, bem como habilidades de leitura e escrita. Esses entraves 
podem ser substanciados através da utilização de adaptações pedagógicas 
e apoio familiar contínuos para potencializar o estudo, possibilitando 
novas formas de apropriação dos conhecimentos e garantindo um 
ensino que atenda às suas especificidades por meio de metodologias 
diversificadas e interdisciplinares.
Espectro 
autista
Inquietação? Questão comunicativa e neurológica
Deficiente 
Físico
Com os mais diversos tipos de deficiências físicas, alguns alunos 
que tenham, principalmente comprometimento nas funções 
motoras inferiores, que são necessárias para o uso de computadores 
ou smartphones, será prejudicado, por não conseguir manusear 
determinados recursos tecnológicos usados no ensino remoto, 
precisando as vezes de uso de órteses, próteses, mesas adaptadas, e o 
apoio de recursos tecnológicos mais autônomos, pois não há no ensino 
remoto auxílio de recursos humanos capazes de garantir o pleno acesso 
dos mesmo estando em suas casas.
Fonte: Dados da pesquisa
36 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
Desse modo, nota-se que a educação sendo um direito social 
e que permanentemente há necessidade de uma reflexão sobre a 
possibilidade de utilização do ensino híbrido como um instrumento 
estratégico e proporcionar a docentes e discentes a aquisição 
de conhecimentos que permita que os mesmos demonstrem 
capacidade crítico-reflexiva, habilidades e competências para 
o desenvolvimento de seus papéis. A priori, as escolas devem 
problematizar e repensar uma forma de ensinar e aprender e a 
tecnologia pode e deve ser uma aliada do ensino-aprendizagem e 
ser capaz de proporcionar diversos benefícios. Assim, a expectativa 
é que seu uso se torne comum. 
Com isso, pode-se concluir que, perante toda essa situação 
pandêmica em que nos encontramos é complexa e desafiadora 
diversas dificuldades também se fazem presentes no cenário 
escolar e que é inegável a necessidade dos docentes e discentes de 
se reinventarem. Mais ainda, desafia equipes diretivas, professores, 
estudantes e famílias. Tudo isso faz repensar, de certo modo, atitudes 
que os cidadãos deveriam ter para uma melhor desenvoltura da 
educação e da sociedade.
4 Considerações finais
Com a pandemia ficou mais ainda evidenciado os graves 
problemas existentes na educação e na sociedade, ressaltando 
como as pessoas com deficiências têm sido frequentemente 
excluídas. Também tem servido para demonstrar que as medidas 
de acessibilidade são passíveis de serem utilizadas, exigindo 
especialmente um olhar atento do corpo docente e de profissionais 
das instituições de ensino, sustentados na perspectiva da 
acessibilidade atitudinal.
A acessibilidade digital, no ensino remoto, fez com que 
diversos tipos de tecnologias fossem sendo relocadas para outros 
fins, e não apenas para entretenimentos, por exemplo, o uso de 
aplicativos como WhatsApp e Youtube, que são plataformas de 
comunicação e interação, e eram mais utilizados para entreter, 
 37
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
e hoje são vistos também como ferramentas de transmissão de 
conteúdos escolares e interação. O uso das plataformas de interação 
com o intuito de dar continuidade ao ano letivo, como as mídias 
sociais, fazem parte de nosso cotidiano, só que ainda carece por 
parte dos profissionais e alunos, habilidades para o uso produtivo 
dessas mídias em sala de aula, em prol da construção de saberes dos 
estudantes.
Trabalhar na perspectiva da educação inclusiva com esses 
estudantes salienta mudanças importante, pois, se outrora, eram 
atendidos exclusivamente por escolas especiais, agora pela abordagem 
da inclusão, a meta é que esses alunos frequentem as escolas 
regulares, tendo o apoio da equipe do Atendimento Educacional 
Especializado-AEE em Sala de Recursos Multifuncionais. Também 
compreendemos o quão o acesso precário à tecnologia e à internet 
causam desvantagens para as pessoas com deficiência no requisito 
aprendizagem, pois a tímida adaptação de materiais para a 
modalidade virtual e as barreiras que existem dentro do próprio 
ambiente digital (sites, plataformas) dificultam ou impedem o 
acesso da pessoa com deficiência às informações e conhecimento.
Ademais, há uma preocupação de desenvolver estratégias, 
recursos didáticos mais adequados e competências a serem 
desenvolvidas nos estudantes. Isso é de extrema importância, 
pois está efetivado em lei a contemplação e o desenvolvimento de 
competências e habilidades relacionadas ao uso crítico e responsável 
das tecnologias digitais tanto de forma transversal quanto de forma 
direcionada tendo como fim o desenvolvimento de competências 
relacionadas ao próprio uso das tecnologias, recursos e linguagens 
digitais.
A virtualização dos sistemas educativos evidenciou 
inquietação, fragilidades e acima de tudo, desigualdades estruturais 
e econômicas da sociedade brasileira e mundial que precisam e 
precisarão com o passar dos dias se adequar a uma nova finalidade, 
com a responsabilidade social, não apenas de garantir o ensino (no 
caso das instituições de educação), mas, sobretudo, o conhecimento 
em si dos sujeitos envolvidos nesse processo de educar.
38 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
Com tudo isso, a temática abordada é de grande importância 
para o crescimento da educação, por isso, a opção pelo tema, advém 
da necessidade de haver mais discussão e conhecimento sobre o 
mesmo. Isto porque muitas pessoas desconhecem a realidade 
da acessibilidade ou a falta dela para os alunos frente ao ensino 
remoto e que pode levar a novos desafios como, a evasão escolar, 
caso considerado “comum” no ensino presencial e que tem se 
tornado algo complexo nos dias atuais pela falta de acessibilidade 
as tecnologias de comunicação e informação, deixando os discentes 
desmotivados e a desistirem de estudar, isto é, o interesse pelo tema 
em questão surgiu com o desejo de conhecer mais sobre a temática 
e pelo fato de ainda ser um campo aberto para pesquisas e ainda 
não ser um campo consolidado em muitas áreas de pesquisas. 
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Capítulo 2
OTIMIZAÇÃO DO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO 
DO PACIENTE (PEP) NO CONSULTÓRIO 
MÉDICO
Cristiane Rodrigues da Silva1
1 Introdução
A palavra prontuário origina-se do latim promptuarium e significa “lugar onde são guardadas coisas de que se 
pode precisar a qualquer momento” ou “manual de informações 
úteis” ou ainda “ficha que contém os dados pertinentes de uma 
pessoa” (HOUAISS, VILLAR; FRANCO, 2009).
De acordo com Massad, Marin e Azevedo (2003), 
Hipócrates, no século V a. C, incentivavaos médicos a elaborarem 
registros escritos para avaliar a evolução da enfermidade e 
identificar suas possíveis causas. Os autores revelam, ainda, que 
Florence Nightingale, a precursora da enfermagem moderna, ao 
tratar os doentes da Guerra da Crimeia (1853-1856) afirmou: “Na 
tentativa de chegar à verdade, eu tenho buscado em todos os locais, 
informações; mas, em raras ocasiões eu tenho obtido os registros 
1 Doutoranda e Mestra em Administração das Micro e Pequenas Empresas pelo Centro 
Universitário Campo Limpo Paulista (UNIFACCAMP). Especialista em Formação 
em EaD (UNIP). Especialista em Informática em Saúde (UNIFESP). Especialista 
em Gestão Pública - Faculdades Integradas Jacarepaguá (FIJ). Licenciatura em 
Matemática - Faculdades Integradas de Ariquemes (FIAR). Licenciatura em 
Sociologia - Faculdades Integradas de Ariquemes (FIAR). Licenciatura em Pedagogia 
- Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras (FACEL). Bacharelado 
em Administração de Empresas com ênfase em Administração Hospitalar, pelo 
Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA). É Administradora na 
UNIFESP desde 2011 e atualmente desenvolve suas atividades nas secretarias dos 
Departamentos de Ciências Biológicas (DCB) e Ecologia e Biologia Evolutiva 
(DEBE) no campus Diadema. E-mail: - cristianeoficial@outlook.com Lattes: http://
lattes.cnpq.br/6455799591295275. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8178-
2048.
44 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
hospitalares possíveis de serem usados para comparações. Esses 
registros poderiam nos mostrar como o dinheiro tem sido usado, 
o que de bom foi realmente feito dele [...]” (MASSAD; MARIN; 
AZEVEDO, 2003).
Por muito tempo, o prontuário do paciente foi registrado 
em papel, no entanto, com a chegada da Tecnologia da Informação 
e Comunicação (TIC) este documento está sendo migrado para o 
suporte eletrônico conhecido como PEP (PINTO, 2007).
De modo geral, o princípio básico de construção do PEP 
baseia-se na integração da informação. Assim, uma vez coletada a 
informação, ela é registrada em um determinado formato para fins 
de armazenamento e tal registro passa a ser fisicamente distribuído 
entre os hospitais, agências de seguro-saúde, clínicas, laboratórios 
e demais setores envolvidos, sendo compartilhado entre os 
profissionais de saúde, de acordo com os direitos de acesso de cada 
um (MARIN, 2010).
Para Sabatini, o PEP “é um instrumento ativo, uma central 
de serviços de informação, um promotor de saúde e de prevenção de 
problemas, um educador de pacientes e divulgador de informações 
confiáveis sobre medicina e saúde” (SABBATINI, 1998). Apesar 
de ser reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) 
através das Resoluções 1.638 e 1.639 desde 2002, o PEP ainda não 
atingiu a maior parte das instituições de saúde do país. E, em várias 
unidades em que ele está sendo utilizado, a completa substituição 
do prontuário em papel ainda demora para ocorrer completamente. 
Embora a informatização de rotinas administrativas já seja uma 
realidade nacional, a implementação do PEP ainda tem enfrentado 
resistência.
Entre os tipos de prontuário, encontra-se o eletrônico que, 
segundo o Institute of Medicine – IOM - (1991), é um registro 
eletrônico que reside em um sistema especificamente projetado 
para apoiar os usuários, fornecendo acesso a um completo conjunto 
de dados corretos, alertas, sistemas de apoio à decisão e outros 
recursos, como links para bases de conhecimento médico.
 45
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
O uso de tecnologia de informação na área de saúde 
contempla uma multiplicidade de aplicações, desde sistemas típicos 
de gestão de informações a sistemas de automatização e apoio 
de tarefas de diagnóstico. Uma aplicação típica e relativamente 
difundida de gestão de informações é o PEP (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE INFORMÁTICA EM SAÚDE - SBIS, 2012). 
Em princípio, esse tipo de sistema de informações auxilia nas tarefas 
burocráticas e de recuperação de informações de pacientes. O PEP 
é o processo que incorpora registros de um paciente em um sistema 
informatizado, com objetivo de gerar informações para diagnóstico 
médico e para documentação de consultas.
Nos últimos anos, surgiram novas gerações de sistemas 
de informação hospitalar que priorizam a integração de dados 
clínicos e administrativos, com o objetivo de otimizar e qualificar 
o atendimento, reduzir custos e obter informações relevantes que 
compõem um perfil da saúde em uma determinada região.
Desde a proposta de implementação do PEP até os dias 
de hoje, percebe-se uma série de avanços no aperfeiçoamento 
das tecnologias e a agregação de novas funcionalidades, como a 
possibilidade de anexar imagens e outros exames complementares, 
a utilização de sistemas de apoio à decisão e o acesso remoto ao PEP. 
No entanto, ainda existem muitas dúvidas, críticas e resistência ao 
uso do PEP.
A abrangência de um sistema de PEP, o torna um interessante 
objeto de investigação. O sistema de PEP pode ser considerado 
tanto um sistema de informações para grupos de trabalho quanto 
um sistema de informações organizadas.
A aparente escassez de estudos relacionados à adoção do 
PEP na área da saúde, em particular no Brasil, e pelas vantagens 
percebidas com a utilização do PEP observa-se que há carência de 
estudos relacionados ao desenvolvimento de planos educacionais 
direcionados aos usuários no PEP.
Sendo assim, frente a esse cenário, despertou interesse e 
justifica o presente trabalho que teve por objetivo caracterizar a 
46 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
otimização do PEP no consultório médico, visando fornecer uma 
possível proposta de elaboração para a implantação deste sistema às 
equipes multiprofissionais para estimular o registro sistematizado.
2 Método
Trata-se de uma revisão narrativa da leitura com a intenção 
de identificar, em periódicos nacionais, o conhecimento constituído 
sobre a temática da otimização de PEP.
Formulou-se a seguinte questão norteadora para o presente 
estudo: “Otimização do PEP nos consultórios médicos”.
Foi realizada uma revisão de literatura no sistema Biblioteca 
Regional de Medicina (Bireme) por meio da Biblioteca Virtual 
de Saúde (BVS), na base de dados LILACS (Literatura Latino 
Americana em Ciências de Saúde) e nas bibliotecas eletrônicas 
SciELO (Scientific Electronic Library Online) e da SBIS).
Os descritores utilizados para busca das publicações na 
base LILACS foram os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) 
“Análise do PEP”, “Pacientes”, “Saúde”.
Na biblioteca eletrônica SciELO foram utilizadas as 
seguintes palavras chaves: Análise do PEP, PEP, Informática em 
Saúde.
Na pesquisa realizada entre março de 2021 e junho de 2021 
foram estabelecidos critérios de inclusão: artigos publicados no 
período de 2006 a 2013, no idioma português e identificados 30 
artigos.
Os critérios de exclusão foram publicações sem data, 
editoriais, cartas ao leitor e as publicações que tinham um enfoque 
mais específico em relação a uso do PEP e patologias.
Após a exclusão das publicações citadas foram selecionados 
para o desenvolvimento do estudo 10 artigos científicos. Os artigos 
foram classificados e, posteriormente, os resultados encontrados 
foram sintetizados considerando a similaridade de conteúdo.
 47
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
3 Resultados
A identificação do número de publicações foi selecionada 
de acordo com os descritores, as bases de dados consultadas e a 
distribuição cronológica. Elaborou-se uma tabela correlacionando 
o ano, os periódicos e a temática abordada nos respectivos trabalhos. 
O quadro 1 mostra que foram selecionados para o estudo um total 
de 10 artigos.
Quadro 1: Distribuição de artigos localizados na BVS, nas bases de dados 
LILACS e na biblioteca eletrônica SciELO, sobre a otimização do PEP nos 
consultórios médicos
Título do Ar-
tigo Autores Resultados
Recomendações / Con-
clusões
Fatores De-
terminantes 
da Adoção de 
Sistemas de 
Informação na 
áreade saúde: 
um estudo sobre 
o PEP
Perez; 
Zwicker 
(2010)
O PEP é um sistema 
complexo que envolve 
grande funcionalidade, 
e, portanto, seu uso 
não é fácil
Ficou evidenciado que 
o uso de sistemas de 
informações acarreta, por 
parte de seus usuários, 
percepções que podem ter 
importantes reflexos nas 
tarefas e no trabalho da 
organização
O Prontuário 
Eletrônico do 
Paciente no 
sistema de saúde 
brasileiro: uma 
realidade para os 
médicos
Patrício et 
al. (2011)
O PEP pode otimizar o 
trabalho médico, pois 
permite o acesso mais 
veloz às informações 
do paciente e a 
documentação dos 
atendimentos prestados 
ao longo da vida; 
também proporciona 
legibilidade dos dados e 
integração com outros 
sistemas de informação
Apesar das dificuldades 
relatadas, acredita-se que 
é de suma importância 
a criação de sistemas 
de informação que 
incluam o PEP no 
âmbito do sistema de 
saúde brasileiro, a fim de 
identificar os usuários, 
facilitar a gestão dos 
serviços, a comunicação, 
o compartilhamento das 
informações e, o mais 
importante, melhorar a 
qualidade da assistência 
prestada à população
48 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
Desafio da im-
plantação do 
PEP
Jenal; Évora 
(2012a)
O planejamento 
realizado para a 
implantação não 
deu tão certo como 
inicialmente se havia 
imaginado, tendo 
como consequência 
certo choque, uma vez 
que o sistema antigo 
foi abruptamente 
interrompido e o novo 
instalado
Neste relato de 
experiência percebe-se a 
importância da integração 
dos sistemas de todos 
os serviços e unidades 
hospitalares, podendo 
servir como indicador 
de caminho para outros 
hospitais que queiram 
implantar o PEP
Implantação do 
Plano Educacio-
nal no Prontuá-
rio Eletrônico 
do Paciente 
para pacientes e 
familiares
Ruiz; 
Laurino; 
Roma 
(2012)
O planejamento foi 
realizado com a equipe 
multidisciplinar e 
com o objetivo de 
uniformizar o processo 
educacional por meio 
da construção de 
uma ferramenta que 
direcionasse ações e as 
armazenasse de forma 
organizada
A implantação do plano 
educacional no PEP foi 
bem-sucedida, uma vez 
que os objetivos foram 
atingidos como estimular 
o registro sistematizado 
das ações de educação
Revisão de lite-
ratura: Implan-
tação de PEP
Jenal; Évora 
(2012b)
O desafio para a 
criação do PEP ainda 
é grande, devido 
à complexidade 
envolvida
Observa-se que chama 
a atenção também a 
preocupação que o uso 
da informática não deve 
eliminar o contato com o 
paciente
A utilização do 
prontuário ele-
trônico do pa-
ciente por médi-
cos do Hospital 
Municipal Dr. 
Munir Rafful: 
um estudo de 
caso
Namorato 
et al (2013)
A maior parte dos 
entrevistados (70%) 
utiliza ou já utilizou o 
PEP, sendo que 47% 
o fizeram em hospitais 
particulares
O presente estudo aponta 
para a necessidade de 
uma maior discussão 
e disseminação de 
informações a respeito 
do PEP junto aos 
profissionais de saúde, 
auxiliando assim na 
implantação de tal sistema 
nas instituições de saúde
 49
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
Prontuário 
Eletrônico do 
Paciente: uma 
ferramenta que 
pode contribuir 
para a integra-
ção das Redes de 
Atenção à Saúde
Gonçalves 
et al. (2013)
O resultado do estudo 
aplicado demonstrou 
que não há implantado 
no município o 
sistema de prontuário 
único que poderia ser 
acessado nos diferentes 
pontos da RAS e em 
seus sistemas de apoios. 
Nesse sentido, a 
modalidade eletrônica 
de prontuário é uma 
ferramenta de grande 
utilidade para garantir 
essa integração entre os 
pontos de atenção
O PEP apresenta 
empecilhos para sua 
utilização, dentre elas: 
o custo de implantação 
e a necessidade de 
capacitação dos 
profissionais. Contudo, 
verifica-se que os 
benefícios gerados 
superam as dificuldades
Segurança do 
paciente: com-
paração entre 
notificações 
voluntárias 
manuscritas e 
informatizadas 
sobre incidentes 
em saúde
Capucho; 
Arnas; 
Cassiani. 
(2013)
Os médicos parecem 
preferir a notificação 
manuscrita à 
informatizada, já 
que notificaram mais 
vezes pela notificação 
impressa. A notificação 
pelo sistema 
informatizado elimina 
qualquer possibilidade 
de problemas de 
legibilidade e rasuras, o 
que demonstra ser uma 
grande vantagem assim 
como para a prescrição 
eletrônica
Para o desenvolvimento 
de uma cultura de 
notificação voluntária 
de incidentes em saúde 
nas organizações que 
desejam trabalhar com 
a segurança do paciente, 
é desejável que haja 
a informatização das 
notificações, favorecendo 
o relato, reduzindo o 
tempo do profissional 
ao relatar, fomentando 
o desenvolvimento de 
ações mais efetivas e 
rápidas para redução 
de incidentes, de riscos 
e danos aos pacientes, 
trazendo segurança aos 
usuários do sistema de 
saúde
50 
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
Validação do 
Prontuário Ele-
trônico do Pa-
ciente em uma 
instituição de 
ensino superior 
em saúde: relato 
da experiência 
no módulo 
Anamnese
Braga et al. 
(2013)
Percebe-se a 
necessidade 
de capacitação 
permanente com 
relação ao registro 
da informação, pois 
o preenchimento 
do prontuário 
deve ser realizado 
com qualidade da 
informação, seja em 
prontuário digital 
ou em papel. Caso 
contrário, a informação 
será deficiente
Revela-se a importância 
da participação coletiva 
em busca de uma melhor 
qualidade para o produto 
desenvolvido, assim 
como a necessidade de 
capacitação permanente 
dos envolvidos para 
melhor qualidade do 
registro da informação
Prontuário 
Eletrônico: 
conhecendo as 
experiências de 
sua implantação
Canêo; 
Rondina 
(2014)
As instituições 
analisadas mencionam 
como benefícios na 
implantação do PEP: 
o compartilhamento 
das informações por 
diversos profissionais 
da saúde; a organização 
sistemática, objetiva 
e clara dos dados; o 
auxílio no processo de 
tomada de decisão e na 
efetividade do cuidado; 
e o uso das informações 
disponíveis nos 
prontuários para 
realização de 
pesquisas clínicas e 
sociodemográficas, 
estudos 
epidemiológicos e 
avaliação da qualidade 
do cuidado
O sucesso ou fracasso 
na implantação de 
um sistema de PEP 
está condicionado, 
diretamente, ao 
treinamento intenso 
e adequado da equipe 
e à sua participação 
nas diversas etapas que 
precedem a implantação 
do sistema e à 
familiaridade dos usuários 
com o sistema implantado
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
 51
Tendências & Pesquisas no Ensino Superior
4 Discussão
Assim como o prontuário em suporte tradicional, o PEP 
apresenta algumas vantagens e inconvenientes.
Como principais vantagens da adoção e utilização de um 
sistema de informatização de registros como o PEP, identificou-
se: redução no tempo de atendimento e custos, eliminação 
da redundância na demanda de exames, desterritorialização, 
possibilidades de reconstrução histórica e completa dos casos 
acerca dos pacientes, registros médicos, tratamentos, laudos..., 
contribuição para a pesquisa, fim do problema de compreensão 
dos hieróglifos da equipe de saúde, facilidade na organização e no 
acesso às informações, racionalidade do espaço de arquivamento de 
grandes quantidades de documentos e comunicação entre o paciente 
e a equipe de saúde, o acesso rápido ao histórico do paciente, a 
facilidade na consulta de dado em atendimentos futuros, a melhoria 
no controle e planejamento hospitalar, a melhoria na qualidade 
do atendimento, a possibilidade de acesso remoto e simultâneo 
dos dados pela equipe multidisciplinar, compartilhamento de 
integração de informações e legibilidade bem como a importância 
de sua implantação em instituições hospitalares.
Por outro lado, como principais desvantagens, identificou-
se: a dificuldade e resistência de parte dos profissionais de saúde 
frente ao uso do PEP, isto é, o despreparo destes em relação à 
implantação do PEP e a dificuldade em lidar com essa ferramenta e 
quanto ao uso de novas tecnologias, o que se deve, normalmente, à 
falta de domínio da informática dos usuários e o risco inerente do 
sistema ficar off line, comportamento que interfere,

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