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Anatomia e Fisiologia Ocular 1
Anatomia e Fisiologia Ocular
O corpo humano interage com o meio externo através de informações constantemente enviadas ao sistema nervoso pelos órgãos 
dos sentidos. O olho é formado pelo bulbo do olho, 
também chamado de globo ocular, e pelo nervo óptico. A capacidade da visão é promovida pelo sistema fotorreceptor, composto 
basicamente pelo globo ocular e pelas estruturas anexas, que são as pálpebras, glândulas lacrimais e a conjuntiva, além dos 
músculos extrínsecos do bulbo do olho.
Já o globo ocular é composto por três camadas: camada externa, camada média e camada interna. Além disso, o olho possui o 
cristalino, que é mantido em posição pelo ligamento ciliar, e à frente do cristalino fica a íris, que é pigmentada e delimita a 
abertura da pupila, por onde passa os raios luminosos que chegam à retina. 
Além disso, o olho é dividido em três compartimentos: câmara anterior, câmara posterior e o espaço vítreo. Nesse material vamos 
aprofundar na anatomia ocular e revisar a fisiologia da visão.
Anatomia Ocular
Globo Ocular
Os olhos são órgãos fotossensíveis, que permitem a identificação da forma dos objetos, cor e a intensidade da luz refletida. Cada 
olho fica dentro de uma caixa óssea, que a é a órbita, e todo o espaço não ocupado pelos olhos dentro das órbitas é preenchido 
pelo corpo adiposo da órbita.
O globo ocular apresenta basicamente uma câmara escura, uma camada de células receptoras sensoriais, um sistema de lentes 
para focalizar a imagem e um sistema de células para iniciar o processamento dos estímulos e transmiti-los ao córtex cerebral.
Como já vimos, o olho é formado por três túnicas dispostas concentricamente: a camada externa, camada média e a camada 
interna. A camada externa é formada pela esclera, também chamada de esclerótica, e pela córnea. A camada média, também 
chamada de camada vascular, é composta pelo coroide, corpo ciliar e pela íris. A camada interna, por sua vez, é a retina, que se 
comunica com o cérebro pelo nervo óptico, fazendo parte do sistema nervoso, apesar de sua localização externa ao crânio. 
Além dessas túnicas, o olho possui o cristalino, que é uma lente que fica na sua posição graças ao ligamento ciliar, que a zônula 
ciliar, que se insere sobre o corpo ciliar. Em frente ao cristalino há a íris, que consiste em uma expansão pigmentada e opaca da 
camada média.
Basicamente, o olho é dividido em três compartimentos: câmara anterior, entre a íris e a córnea, câmara posterior, entre a íris e o 
cristalino, e o espaço vítreo, que fica atrás do cristalino e é circundado pela retina. Nas câmaras anterior e posterior há o humor 
aquoso, um líquido rico em proteínas. O espaço vítreo, por sua vez, é preenchido pelo corpo vítreo, que é uma substância viscosa 
e gelatinosa.
Anatomia e Fisiologia Ocular 2
A câmara anterior é um espaço transparente entre a córnea e a íris. Porém, em algumas condições patológicas essa câmara pode 
acumular sangue, sendo chamado de hifema, o que pode ser causado por trauma ocular, e em outros casos pode cumular pus, o 
que é chamado de hipópio, que pode ser causada por uveíte por exemplo.
Camada externa ou túnica fibrosa
A túnica fibrosa ou camada externa é a região chamada de esclera, que constitui o esqueleto que garante a forma e resistência do 
bulbo do olho.
A superfície externa da esclera é coberta pela cápsula de Tenon, formada por fibras colágenas, e graças a esse sistema o globo 
ocular pode realizar movimentos de rotação em todas as direções, a esclera é local de fixação dos músculos extrínsecos e 
intrínsecos do olho.
Na porção anterior, a túnica fibrosa apresenta a córnea, uma porção transparente, formada por epitélio, membrana de Bowman, 
estroma, membrana de Descemet e endotélio. 
O epitélio possui muitas terminações nervosas livres, e por isso a córnea é bastante sensível, sendo inervada pelo nervo oftálmico, 
que é ramo do nervo trigêmeo. A córnea é a estrutura mais inervada do corpo humano, e por isso qualquer corpo estranho, por 
menor que seja, causa desconforto quando em contato com a córnea.
A membrana de Bowman é importante para reforçar a estrutura da córnea. O estroma da córnea é formado por múltiplas camadas 
de fibras colágenas, entre as quais há fibroblastos e esse conjunto de células fica imerso em uma substância gelatinosa. A 
membrana de Descemet é formada por fibrilas colágenas organizadas como uma rede tridimensional e o endotélio da córnea é 
composto por epitélio pavimentoso simples e sua função é a retirada do excesso de água da córnea através das bombas de sódio e 
potássio, mantendo a córnea transparente. Assim, a principal função da córnea é a proteção do globo ocular, além de participar 
dos processos de refração dos raios luminosos para que cheguem até a retina.
A córnea é mais convexa que a esclera, por isso parece protrair-se do olho quando observada pela vista lateral. Além disso, 
enquanto a esclera é relativamente avascular, a córnea é totalmente avascular, sendo nutrida por leito capilares periféricos e pelo 
líquido lacrimal e humor aquoso. A ausência de vasos na córnea é importante para mantê-la transparente, visto que esta estrutura 
é responsável por projetar as imagens na retina.
O limbo da córnea é o ângulo formado pela interseção das curvaturas da esclera e da córnea, chamado de corneoescleral, que 
consiste em uma zona de transição da córnea para a esclera, assim, o colágeno da córnea, que é transparente, se torna branco e 
fibroso. Essa zona é altamente vascularizada, possuindo vasos que são importantes nos processos inflamatórios da córnea e é 
nessa região que estão as células tronco, responsáveis pela renovação celular e nutrição periférica da córnea.
Nessa transição esclerocorneal há também o canal de Schlemm, onde o humor aquoso produzido nos processos ciliares é drenado 
para o sistema venoso, o que é possível devido aos espaços de Fontana, que são um sistema de labirinto que vai do endotélio da 
córnea ao canal de Schlemm.
Anatomia e Fisiologia Ocular 3
Camada média ou túnica vascular
A túnica média, também chamada de úvea, é formada pelo coroide, corpo ciliar e pela íris. A coroide é a camada rica em vasos 
sanguíneos, e entre os vasos é comum células contendo melanina, que confere cor escura a essa camada. A coroide é importante 
para a nutrição da retina e lesões nessa região podem provocar alterações na retina.
O corpo ciliar é uma dilatação da coroide na altura do cristalino, e reveste a superfície interna da esclera, sendo formado por duas 
faces. No corpo ciliar estão os processos ciliares, que são extensões de uma das faces do corpo ciliar e é onde o humor aquoso é 
produzido. Esse humor flui para a câmara posterior do olho em direção ao cristalino, passa entre o cristalino e a íris e chega à 
câmara anterior e penetra nos espaços de Fontana, alcançando o ducto de Schlemm, que se comunica com as veias da esclera, 
para as quais o humor aquoso é drenado. 
O principal componente dessa região é o tecido conjuntivo dentro do qual está o músculo ciliar, que é responsável pela 
acomodação visual necessária para focalizar objetos situados em diferentes distâncias. As duas faces do corpo ciliar, uma de 
frente para o corpo vítreo e a outra de frente para o cristalino e para a câmara posterior, são revestidas por um prolongamento da 
retina, formado por duas camadas de células, uma que se liga ao corpo ciliar e outra que cobre a primeira camada. Sendo que, a 
primeira camada é formada por células ricas em melanina e a segunda camada é derivada da camada sensorial da retina.
A íris é um prolongamento da coroide que cobre parte do cristalino. A íris possui um orifício central, que á pupila. Na face 
anterior, é revestida por epitélio que é contínuo com o da córnea, seguido por tecido conjuntivo rico em células pigmentadas. A 
íris é coberta, na face posterior, pela mesma camada dupla do corpo ciliar e seus processos, porém sua camada com melanina é 
mais rica neste pigmento. A grande quantidade de células com melaninaé responsável por impedir a entrada de raios luminosos, 
exceto os que vão formar a imagem na retina. 
A íris possui ainda feixes de fibras musculares lisas, que se originam no músculo ciliar e seguem até as bordas da pupila, perto 
das quais esses feixes se bifurcam e formam o esfíncter da pupila, e as hastes prolongadas da bifurcação (que é em Y) formam o 
músculo dilatador da pupila, que tem ação oposta ao esfíncter. O esfíncter possui inervação parassimpática e o dilatador da pupila 
é inervado pelo simpático, ou seja, são dois músculos involuntários.
As respostas pupilares são paradoxas, pois a resposta simpática geralmente é imediata, mas a dilatação da pupila em resposta à 
baixa iluminação pode levar até 20 minutos, enquanto as respostas parassimpáticas costumam ser mais lentas, porém a constrição 
da pupila estimulada por essa regulação normalmente é imediata. 
Alguns traumas e a ação de alguns fármacos pode causar midríase, que é a dilatação contínua anormal da pupila. Já miose é a 
constrição da pupila.
Anatomia e Fisiologia Ocular 4
Os melanócitos da íris influenciam na cor da íris (cor dos olhos), sendo que quando a pessoa possui poucas células pigmentares, a 
luz refletida aparece azul, pois é absorvido o componente vermelho durante o trajeto iridiano. À medida que maiores quantidades 
de melanina se acumulam no trajeto, a cor da íris vai passando de cinza, a verde e a castanho. Em albinos não há melanina, sendo 
a cor rósea gerada pela reflexão da luz pelos vasos sanguíneos da íris.
O cristalino tem formato de uma lente biconvexa e possui grande elasticidade, que diminui progressivamente com o 
envelhecimento.
É formado pelas fibras do cristalino, cápsula e epitélio subcapsular, e não possui nem vasos nem nervos.
O cristalino é mantido em sua posição por um sistema de fibras orientadas radialmente, chamado de zônula ciliar. As fibras desse 
sistema se inserem de uma lado da cápsula do cristalino e do outro lado no corpo ciliar, e esse sistema é importante no mecanismo 
de acomodação, que possibilita focalizar objetos que estão próximos ou distantes, o que ocorre graças a mudanças na curvatura do 
cristalino promovidas pela contração dos músculos ciliares transmitida pela zônula ciliar ao cristalino.
Assim, quando o olho está em repouso ou focalizando objetos distantes, o cristalino é mantido tracionado pela zônula ciliar. 
Quando se focaliza um objeto próximo, o músculo ciliar se contrai, promovendo um deslocamento da coroide e do corpo ciliar na 
direção da região anterior do olho.
Quando ocorre subluxação da zônula, o cristalino é deslocado, afetando a visão, e uma das causas comuns para isso é a síndrome 
de Marfan.
Atrás do cristalino se localiza o corpo vítreo, que é parecido com um gel claro, transparente, com algumas fibrilas de colágeno. O 
corpo vítreo é circundado pela retina e seu principal componente é água, e possui poucas células que participam da síntese do 
material extracelular, sendo sua principal função manter a transparência do globo ocular. Com o envelhecimento, o humor vítreo 
começa a se liquidificar e descola da retina, gerando alguns fragmentos chamados de moscas volantes, que são pontinhos na 
visão. 
Em alguns casos, o descolamento do humor vítreo pode gerar descolamento da retina, e por isso em todo paciente com queixa de 
mosca volante deve realizado exame de fundo do olho.
Anatomia e Fisiologia Ocular 5
Túnica Interna
A túnica interna do olho é a retina, que se origina de uma evaginação do diencéfalo, que se aprofunda no centro, formando o 
cálice óptico, que possui parede dupla. A parede mais externa origina uma camada rica em células pigmentares (epitélio 
pigmentar da retina) e parede interna dá origem aos 
fotorreceptores. O citoplasma das células pigmentares é carregado de retículo endoplasmático liso, o que parece estar relacionado 
com os processos de transporte e esterificação da vitamina A usada pelos fotorreceptores.
As células pigmentares sintetizam melanina, que se acumula sob a forma de grânulos, e que tem função de absorver a luz que 
estimulou os fotorreceptores. Assim, a retina é formada por duas partes funcionais, uma parte óptica e uma parte cega, sendo a 
parte óptica sensível aos raios luminosos e composta por dois estratos, um nervoso e outro pigmentoso.
O estrato nervoso é sensível à luz e o estrato pigmentoso é formado por uma única camada de células, que reforça a propriedade 
de absorção da luz pela coroide para reduzir a dispersão da luz no bulbo do olho. A parte cega é uma continuação anterior do 
estrato pigmentoso associada a células de sustentação.
A parte da retina localizada na região posterior do globo ocular apresenta, de forma para dentro: a camada das células 
fotossensitivas, camada dos neurônios bipolares e camada das células ganglionares. As células fotossensitivas são os cones e 
bastonetes, os neurônios bipolares ligam funcionalmente os cones e bastonetes às células ganglionares, e as células ganglionares é 
contínua com as fibras nervosas que convergem formando o nervo óptico.
Anatomia e Fisiologia Ocular 6
Os cones e bastonetes são células com dois polos, cujo único dendrito é fotossensível, enquanto o outro polo faz sinapse com 
outras células bipolares. Os dendritos assumem a forma de cone ou bastonete, e por isso o nome dessas células.
Os bastonetes são células finas, alongadas, formadas por duas porções distintas. O segmento externo é formado por 
microvesículas achatadas, que formam discos empilhados, e esse segmento é separado do restante da célula por uma constrição. 
Lobo abaixo dessa constrição, há o corpúsculo basal, da qual se origina um cílio, situado no segmento externo. O segmento 
interno é rico em glicogênio e há muitas mitocôndrias perto da constrição. As proteínas dos bastonetes são sintetizadas no 
segmento interno e migram para o segmento externo, no qual participam da composição da membrana dos discos. Esses discos 
migram gradualmente para a extremidade dos bastonetes, sendo fagocitados pelo epitélio pigmentar.
Nos cones, a formação de novos discos se restringe ao período de crescimento. Os bastonetes são muito sensíveis a luz, sendo os 
principais receptores para baixos níveis de luz e promovem visão menos precisa, assim são responsáveis principalmente pela 
visão noturna e orientação visual. Além disso o número de bastonetes é muito maior do que o número de cones, cerca de 120 
milhões de bastonetes em cada olho contra 6 milhões de cones em cada olho.
Os cones também são células alongadas, que possuem um segmento interno e outro externo. No segmento externo também são 
observados discos empilhados, mas aqui eles são derivados de invaginações da membrana celular. Os cones são elementos de 
Anatomia e Fisiologia Ocular 7
percepção de luz em intensidade normal e possibilitam grande acuidade visual. 
A parte interna da parte posterior do bulbo do olho, onde a luz que entra é focalizada, é chamada de fundo do olho. A retina do 
fundo possui uma área circular chamada de disco do nervo óptico (papila óptica), onde as fibras sensitivas e os vasos conduzidos 
pelo nervo óptico entram no bulbo do olho. Este disco não possui fotorreceptores, e por isso é insensível à luz, e por isso essa 
região é chamada de ponto cego. 
Atrás do disco do nervo óptico está a mácula lútea, que possui cor amarela, o que só pode ser visto quando a retina é examinada 
sem luz vermelha. A mácula lútea possui cones especiais, o que a torna uma área especializada para acuidade visual. Alterações 
na mácula prejudicam muito a capacidade visual, como a infecção por Toxoplasma (toxoplasmose congênita), que tem predileção 
por essa região. No centro da mácula, há a fóvea central, área em que a visão é mais aguda. No seu centro está a fovéola, que não 
possui rede capilar visível em outra parte profundamente à retina. A mácula lútea não pode ser observada com oftalmoscópio.
A parte óptica funcional da retina termina anteriormente ao longo da borda serrada, que é a margem posterior irregular docorpo 
ciliar. Com exceção dos cones e bastonetes do estrato nervoso, a retina é suprida pela artéria central da retina, um ramo da artéria 
oftálmica. Os cones e bastonetes do estrato nervoso externo são supridas pela lâmina capilar da coroide.
Meios de refração e compartimentos do bulbo no olho 
No trajeto até a retina, os raios luminosos atravessam os meios refrativos do globo ocular, que são a córnea, o humor aquoso, o 
cristalino e o humor vítreo. A córnea é o meio refrativo primário do olho, ou seja, ela desvia a luz a um grau máximo, focalizando 
uma imagem invertida sobre a retina do fundo óptico.
O humor aquoso preenche o segmento anterior do bulbo do olho, o qual é subdividido pela íris e pupila.
Essa solução é importante para nutrir a córnea e o cristalino. Após atravessar a pupila e chegar à câmara anterior, o humor aquoso 
drena para o seio venoso da esclera (canal de Schlemm). A pressão intraocular é determinada pelo equilíbrio entre a produção, 
que é feito pelos processos ciliares, e drenagem do humor aquoso. 
Apesar da maior parte da refração ser feita pela córnea, o cristalino varia sua convexidade permitindo focalizar objetos a 
diferentes distâncias, mecanismo chamado de acomodação visual.
Por fim, o humor vítreo é o líquido contido no corpo vítreo, que além de dar passagem à luz, mantém a retina no lugar e sustenta 
o cristalino. Diferente do humor aquoso, o humor vítreo é mais gelatinoso.
Após atravessar várias camadas da retina, os raios luminosos alcançam os cones e bastonetes, iniciando o processo visual. Um 
único fóton é capaz de desencadear a produção de potenciais elétricos em um bastonete. Admite-se que a luz promove uma 
descoloração dos pigmentos visuais, e esse processo fotoquímico gera potenciais de membrana que são transmitidos pelo nervo 
óptico ao cérebro, onde são interpretados como a percepção visual. O pigmento visual inicialmente descorado é reconstituído e 
processo pode se reiniciar.
Os pigmentos visuais se localizam nas vesículas achatadas dos cones e bastonetes e são formados por retineno, um aldeído da 
vitamina A ligado a proteínas específicas. Em humanos, os cones possuem três pigmentos diferentes, base química para a teoria 
tricolor da visão em cores. A luz não absorvida pelos cones e bastonetes é absorvida pelo pigmento do epitélio e peal coroide.
A informação recebida pelos receptores é selecionada e agrupada, durante seu trajeto pelas células da própria retina. Essas células 
codificam e integram a informação recebida pelos fotorreceptores, enviando-as ao córtex cerebral. 
Anatomia e Fisiologia Ocular 8
Estruturas acessórias do olho
Órbita
A órbita é a caixa óssea do globo ocular, formada por sete ossos cranianos: frontal, maxilar, lacrimal, palatino, zigomático, 
esfenoide e etmoide. A inervação da órbita é feita pelo nervo trigêmeo, através dos ramos oftálmico e maxilar.
A órbita possui vários forames, que dão passagem a diversas estruturas. Os principais forames são as fissuras orbitais superior e 
inferior, por onde passam os nervos sensitivos e motores extraoculares e a veia oftálmica e o canal óptico, pelo qual passa o nervo 
óptico e a artéria oftálmica.
Conjuntiva
A conjuntiva é a membrana mucosa transparente que reveste a parte anterior da esclera e a superfície interna das pálpebras, sendo 
assim dividida em conjuntiva bulbar e palpebral.
Pálpebras
As pálpebras cobrem a porção anterior do bulbo do olho quando fechadas, protegendo-os de lesões e da luz excessiva, e 
mantendo a córnea úmida por espalhar o líquido lacrimal. Essas estruturas são formadas por pele exteriormente e por túnica 
mucosa transparente na face interior, que é a conjuntiva palpebral, a qual é refletida sobre o bulbo do olho, onde é contínua com a 
conjuntiva bulbar.
A conjuntiva bulbar é aderida às margens da córnea, e o espaço entre as conjuntivas palpebral e bulbar é chamado de saco da 
conjuntiva, o qual permite a movimentação das pálpebras sobre a superfície do olho enquanto se abrem e se fecham, o saco 
Anatomia e Fisiologia Ocular 9
palpebral se abre na rima das pálpebras. 
Os cílios ficam nas margens das pálpebras, associadas a esses cílios há grandes glândulas sebáceas. As pálpebras superior e 
inferior são fortalecidas pelos tarsos superior e inferior, que são faixas de tecido conjuntivo que formam o “esqueleto” das 
pálpebras. As fibras da parte palpebral do musculo orbicular do olho fica no tecido conjuntivo superficial a esses tarsos e 
profundamente à pele das pálpebras.
Além disso, nos tarsos estão inseridas as glândulas tarsais, que produzem uma secreção que lubrifica as margens das pálpebras e 
impedem a adesão quando se fecham. Essa secreção lipídica também constitui uma barreira que impede a saída do líquido 
lacrimal, porém quando sua produção é excessiva, ele ultrapassa 
a barreira escorrendo como lágrimas. 
As junções das pálpebras superior e inferior formam as comissuras medial e lateral das pálpebras, que definem os ângulos medial 
e lateral do olho. Entre o nariz e o ângulo medial há o ligamento palpebral medial, onde se insere o musculo orbicular do olho. 
Dos tarsos se estende o septo orbital, que é contínuo com a periórbita, sendo importante para limitar a disseminação de infecção 
para órbita e da órbita. Além disso, o septo orbital constitui grande parte da fáscia posterior do músculo orbicular do olho.
Aparelho lacrimal
O aparelho lacrimal é formado pelas glândulas lacrimais, dúctulos excretores da glândula lacrimal, canalículos e ducto 
lacrimonasal. Os dúctulos excretores da glândula lacrimal conduzem o líquido lacrimal das glândulas lacrimais para o saco da 
conjuntiva. 
Os canalículos lacrimais começam na abertura da papila lacrimal, perto do ângulo medial do olho, e drenam o líquido lacrimal do 
lago lacrimal, que é o espaço triangular no ângulo medial do olho, para o saco lacrimal, que é a parte superior dilatada do ducto 
lacrimonal. É o ducto lacrimonasal conduz o líquido lacrimal para o meato nasal inferior.
A glândula lacrimal secreta o líquido lacrimal, que uma solução salina aquosa, rica da enzima bactericida lisozima. O líquido 
lacrimal é importante para umidificar e lubrificar as superfícies da conjuntiva e córnea e fornece à córnea alguns nutrientes e 
oxigênio dissolvido. O líquido lacrimal em excesso forma as lágrimas.
A glândula é dividida em parte superior (orbital) e inferior (palpebral) pela expansão lateral do tendão do músculo levantador da 
pálpebra superior. Também há glândulas lacrimais acessórias, que são mais numerosas na pálpebra superior.
A produção do líquido lacrimal é estimulada por impulsos parassimpáticos do 7º par de nervos cranianos. Quando a córnea seca, 
o olho pisca. As pálpebras se aproximam em sequência lateral a medial, empurrando uma película de líquido medialmente sobre a 
córnea, semelhante a limpadores de 
para-brisas. Assim, quando o líquido lacrimal contém algum corpo estranho, como poeira, este é empurrado para o ângulo medial 
do olho, acumulando-se no lago lacrimal, de onde drena por ação capilar atrás dos pontos lacrimais (abertura na papila lacrimal) e 
canalículos lacrimal para o saco lacrimal. Do saco, as lágrimas são direcionadas para o meato inferior da cavidade nasal pelo 
ducto lacrimonasal, e daí drena para a faringe, sendo engolidas.
Músculos extrínsecos do bulbo do olho
Anatomia e Fisiologia Ocular 10
Os músculos extrínsecos do olho são os músculos levantador da pálpebra superior, quatro retos (superior, inferior, medial e 
lateral) e dois oblíquos. O músculo levantador da pálpebra superior sofre oposição da gravidade na maior parte do tempo e é o 
antagonista da metade superior do músculo orbicular do olho, o esfíncter da rima das pálpebras. Uma lâmina da parte distal deste 
músculo origina o músculo tarsal superior, responsável pelo alargamento adicional da rima das pálpebras, principalmente durante 
uma resposta simpática, porém ele funciona continuamente, pois uma interrupção dos estímulos simpáticos gera ptose, que é a 
queda da pálpebrasuperior.
Os olhos se movimentam em torno de três eixos: vertical, transversal e anteroposterior, sendo esses movimentos descritos de 
acordo com a posição da pupila, dextroversão é olhar para direita e levoversão é olhar para a esquerda. A rotação do olho em 
torno do eixo vertical move a pupila em sentido medial (adução) ou lateral (abdução). A rotação em torno do eixo transversal 
move a pupila em sentido superior (elevação) ou inferior (abaixamento).
Os movimentos em torno do eixo anteroposterior movem o polo superior do globo ocular em sentido medial ou lateral. Esses 
movimentos são importantes para acomodar a visão de acordo com alterações na inclinação da cabeça. A ausência desses 
movimentos pode provocar visão dupla. É importante pontuar que os olhos são capazes de realizar movimentos simultâneos ao 
redor dos três eixos.
Os quatro músculos retos do olho seguem em sentido anterior do globo ocular e se originam do anel tendíneo comum, que 
circunda o canal óptico e parte da fissura orbital superior. Os quatro músculos retos são nomeados de acordo com suas posições 
em relação ao bulbo do olho, e com isso é possível inferir que o músculo reto superior realiza movimento de elevação, o reto 
inferior realiza abaixamento, o reto medial promove a adução e o reto lateral realiza a abdução, porém vale pontuar que esses 
músculos também realizam algumas ações secundárias a depender de sua posição, por exemplo, os músculos retos inferior e 
superior realizam função secundária de adução quando o olho está na posição primária (olhando para frente), e o reto superior 
pode ainda ter ação secundária de rotação medial e o reto inferior de rotação lateral.
O músculo oblíquo inferior é o único que se origina da parte anterior da órbita, lateral à fossa lacrimal. O músculo oblíquo 
superior se origina no ápice, como os músculos retos, mas o tendão atravessa a tróclea logo no interior da margem orbital 
superomedial, redirecionando a linha de tração. Assim, o oblíquo inferior é o principal rotador lateral do olho e o oblíquo superior 
Anatomia e Fisiologia Ocular 11
é o principal rotador medial. 
Porém, na posição primária o oblíquo superior também realiza a função secundária de depressor e o oblíquo inferior realiza a 
função secundária de elevador, e esses dois músculos realizam a função secundária de abdutores. Na prática, a principal ação do 
músculo oblíquo superior é o abaixamento da pupila na posição aduzida, ou seja, direcionar o olhar para o pé da página quando os 
dois olhos estão voltados medialmente para a leitura, e a principal ação do músculo oblíquo inferior é a elevação da pupila na 
posição aduzida, ou seja, direcionar o olho ao topo da página durante a convergência para a leitura.
Todos os movimentos do olho precisam da ação conjunta de vários músculos, que se auxiliam como sinergistas ou se opõem 
como antagonistas, assim, músculos que são sinérgicos para uma ação podem ser antagonistas para outra. Além disso, para 
direcionar o olho, a coordenação de ambos os olhos é feita pela ação combinada de músculos conjugados contralaterais. Por 
exemplo, ao direcionar o olhar para direita, os músculos reto lateral direito e reto medial esquerdo atuam como músculos 
conjugados para que os dois olhos sejam direcionados para o mesmo local.
Nervos e vasos ópticos
Os grandes nervos ópticos conduzem nervos apenas sensitivos, que transmitem impulsos gerados pelos estímulos ópticos. Esses 
nervos começam na lâmina crivosa da esclera, onde as fibras nervosas amielínicas perfuram a esclera e se tornam mielínicas, 
posteriormente ao disco óptico. Em todo o trajeto na órbita, esses nervos são circundados por extensões das meninges cranianas e 
pelo espaço subaracnóideo.
Além do nervo óptico, os nervos da órbita incluem os nervos que atravessam a fissura orbital superior e suprem os músculos 
oculares, que são os nervos abducente (6º par), que inerva o reto lateral; o troclear (4º par), que inerva o oblíquo superior; e o 
oculomotor (3º par craniano), que inerva todos os outros músculos oculares. 
A vascularização da órbita é feita principalmente pela artéria oftálmica, que é um ramo da carótida interna; artéria infraorbital, 
que é ramo da carótida externa; e artéria central da retina, que é ramo da artéria oftálmica. Os ramos terminais derivados da 
artéria central da retina são responsáveis pela nutrição da face interna da retina, enquanto a face externa é vascularizada também 
pela lâmina capilar da coroide. Além deles, a artéria oftálmica também origina artérias ciliares posteriores curtas e longas e 
artérias ciliares anteriores, que são continuações dos ramos musculares da artéria oftálmica para os músculos retos e suprem o 
plexo ciliar.
A drenagem da órbita é feita pelas veias oftálmicas superior e inferior. Geralmente a veia central da retina entra diretamente no 
seio cavernoso, mas pode se unir a uma das veias oftálmicas.
Anatomia e Fisiologia Ocular 12
Anamnese Ocular
A anamnese pode ser iniciada com o estabelecimento da queixa principal, seguida de perguntas sobre a história da moléstia atual, 
os antecedentes pessoais e os antecedentes familiares. Os pontos que devem ser mais enfatizados vão depender do tipo de queixa 
e da idade do paciente.
Queixa principal e História da doença atual: É importante determinar os sintomas, tempo de início, progressão, uni ou bilateral, 
sintomas locais e sistêmicos associados, história de trauma. Alguns sintomas mais frequentes:
Hiperemia ocular: aguda? Secreção, prurido, dor associado? Trauma? Contato com substâncias?
Dor: sintomas associados como cefaleia, vômito, agravada com movimentação ocular?
Redução acuidade visual: repentina, progressiva? Longe ou perto? Associada a escotomas visuais?
Diplopia: Monocular? (persiste mesmo quando se fecha um dos olhos) Sugere mais doenças oculares. Binocular? (desaparece 
quando fecha um dos olhos, pela perda de fusão entre as imagens) Pode sugerir doença musculatura extrisneca do globo 
ocular.
Protusão ocular (proptose): aguda? Associada a dor, secura ocular, queimação?
História ocular pregressa: uso de óculos ou lentes de contato, necessidade de colírios, cirurgia ocular prévia ou outros 
tratamentos oculares.
História mórbida pregressa: questionar doenças como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, lúpus eritematoso 
sistêmico, neoplasias, tuberculose, HIV.
História fisiológica e social: questionar principalmente tabagismo e etilismo.
História familiar: questionar estrabismo, glaucoma, descolamento retina, cegueira.
 
Interrogatório sobre diversos aparelhos e sistemas: questionar principalmente cefaleia, zumbido, e outros sintomas que 
possam nos auxiliar nos diagnósticos diferenciais da doença.
Exame Físico Ocular
Exame ocular externo: Consiste na inspeção ocular. Mesmo sem recursos específicos é possível realizar um bom exame ocular 
com auxílio apenas de foco luminoso. Devemos 
analisar posição globo ocular, da fenda inter palpebral, bordas palpebrais, pele palpebral, cílios, conjuntiva bulbar, carúncula, 
conjuntiva tarsal, limbo esclero-corneal, córnea, câmara anterior, íris e pupila. A palpação deve ser realizada se sinais de 
inflamação ou edema de pálpebras e região lacrimal, ou suspeita de glaucoma agudo (aumento da consistência ocular a digito-
pressão através da pálpebra), sempre com cuidado.
Anatomia e Fisiologia Ocular 13
Exame das pupilas: observar tamanho, simetria, (mesmo tamanho – isocoria, diferentes – anisocoria), forma e posição. Caso seja 
possível ver algo através dela, como lecocoria (sinal sugestivo retinoblastoma). Verificar resposta pupila a luz direta e consensual 
(contração da pupila contralateral quando se emite estímulo luminoso direto), 
acomodação visual (contração pupila com aproximação de um objeto ou dedo do examinador). 
Swinging teste: quando uma luz é emitida sobre um olho normal, há contração. 
Quando a luz é levada até outro olho, pela perda do estimulo luminoso direto, há uma dilatação. E, por fim, quando a luz chega ao 
olho contralateral,há novamente contração. 
Essa alternância é o que chamamos de swinging test. Quando examinamos um olho cego, há uma menor contração pupilar 
quando luz incide no olho doente – alterado principalmente em defeitos aferentes do nervo óptico e lesões de retina).
Motilidade ocular extrínseca: Nesse momento é testado o funcionamento dos seis músculos extraoculares. Para interpretação 
correta das alterações devemos lembrar as 
suas inervações pelos pares cranianos:
Nervo oculomotor (III): m. reto superior; reto inferior; reto medial; oblíquo inferior.
Nervo abducente (VI): m. retolateral
Nervo troclear (IV): m. oblíquo superior.
Na análise da movimentação, solicitamos que paciente siga com olhar dedo do examinador que fara um movimento similar a um 
H, posicionado próximo do paciente, que deverá seguir com o olhar o movimento sem mexer a cabeça. Dessa forma, 
conseguimos analisar todos os movimentos dos músculos extrínsecos oculares e suas inervações.
Teste da cobertura: Solicitamos que paciente foque em um ponto a 30 m do olho. Quando cobrimos um dos olhos de um 
indivíduo sem alteração, o outro olho continua focando na mira, sem necessitar ajustar posição. No entanto, um paciente 
heteroforia (endo ou exoforia) quando olhos forem ocluídos alternadamente, o olho descoberto realiza um pequeno movimento 
para focar. Já nos estrábicos, a oclusão será seguida de um movimento do outro do outro, para fora ou ora dentro.
Avaliação acuidade visual: Acuidade visual é a capacidade do olho e distinguir detalhes. Por definição, é o inverso do ângulo 
visual limiar em minutos de arco (α), ou seja, ângulo subentendido pelo menor detalhe discriminado. Arbitrariamente, o ângulo 
Anatomia e Fisiologia Ocular 14
visual de 1’ (lê-se um minuto de arco) foi determinado como acuidade visual padrão. Esse é, na verdade, o principal propósito de 
visitas ao oftalmologista, ou seja, precisa ou não de óculos.
Acuidade visual para longe: Com paciente posicionado a uma distância pré-estabelecida, geralmente 5-6 metros, a acuidade 
visual é verificada em cada olho separadamente. Diferentes testes/ tabelas podem ser utilizadas, sendo a mais comum de Snellen. 
Quando o maior item (chamado optotipo) da tabela não for enxergado, pode-se reduzir a distância até quando enxergar.
Uma visão de 20/200 significa que o paciente consegue ler a 20 pés (6 m) o que uma pessoa com visão normal consegue a 200 
pés (70 m).
Se mesmo assim não for identificado realizados prosseguimos o exame para:
“Conta dedos”: paciente contar os dedos mostrados pelo examinador. Caso não consiga há 5 metros, reduzir até onde for 
necessário para contagem.
Detecta movimento de mão: o examinador movimenta sua mão há uma distância de 30 cm do paciente e questiona se 
paciente percebe ou não movimento. Pode estar reduzido no glaucoma avançado.
Identifica localização foco luminoso: colocar foco luminoso e questionar se está aceso ou apagado. 
Para verificar se a visão teria melhoria com uso de lentes, realiza-se a medida com orifício estenopeico (colocação de placa 
com pequeno orifício que seleciona os raios “paralelos” para centro da córnea). Caso não melhore deve-se suspeitas de 
problemas de retina, opacificações, alterações nervosas.
A medida é expressa em fração, exemplo 20/200, que significa que o paciente leu a imagens a uma distância de 20 pés, enquanto 
indivíduo emétrope (acuidade visual preservada), lê em 200 pés. O normal seria 20/20. 
Após a medida da acuidade visual, é realizado o ajuste pela refração, que mede a adequação óptica da retina em relação ao 
comprimento axial do olho, fornecendo a acuidade visual corrigida.
Causas de redução: As causas mais comuns são as ametropias (miopia, hipermetropia, astigmatismo). Outras causas possíveis 
são ceratites, astenopia, catarata, descolamento retina, hemorragia vítrea e neurites. 
Acuidade visual para perto: É medida através de tabelas próprias, a mais comum tabela de Nieden, uma folha com uma serie de 
letras em ordem decrescente de tamanho, colocada cerca de 30 cm do olho examinado.
Campo visual: Avalie os campos visuais por confrontação com o teste estático (com os dedos da mão) do campo visual e o teste 
cinético (com o alfinete de ponta vermelha), se houver indicação. Quando há suspeita de alteração de campo visual deve-se 
realizar uma estimativa do campo visual. O examinador confronta o paciente, ambos ocluem um dos olhos. O examinador coloca 
dedo na metade distância entre os dois e pergunta ao paciente quando dedos há ou se dedo movimenta ou não, testando ao menos 
os 4 quadrantes. Caso haja alteração no teste, há indicação de realizar perimetria. 
A cegueira, do ponto de vista oftalmológico, é determinada quando a acuidade visual no melhor olho com a melhor correção 
óptica é inferior a 0,05 ou 200/400, que corresponde a aproximadamente contar dedo a luz do dia a 3 metros.
Hemianopsia, defeitos quadrânticos nos acidentes vasculares cerebrais (AVCs)
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Inspecione
Posição e alinhamento dos olhos
Sobrancelhas
Pálpebras
Aparelho lacrimal
Conjuntiva e esclerótica
Córneas, íris e cristalinos
Examine as pupilas para verificar
Dimensões, formato e simetri
Miose, midríase, aniscoria
Reações à luz, direta ou consensual
Ausência na paralisia do NC III
A reação próxima, ou seja, a contração pupilar com mudanças do olhar para objeto próximo; observe a convergência 
concomitante dos olhos e a acomodação do cristalino (torna-se mais convexo)
Avalie os músculos extraoculares observando:
A simetria dos reflexos córneos a partir de uma luz na linha média
As seis dimensões principais do olhar
Anatomia e Fisiologia Ocular 16
Propedêutica Instrumentada
Fundoscopia: É a análise do fundo de olho. Pode ser feita por oftalmoscopia direta ou indireta. A oftalmoscopia direta é 
realizada com paciente fixando em ponto à frente, com olho contralateral, a luz focada na pupila do paciente, observando 
primeiro o reflexo vermelho. Para a fundoscopia, é necessário se aproximar mais do paciente, ajustando o foco do oftalmocópio e 
verificar as estruturas do disco óptico, vasos sanguíneos e mácula.
Como usar o oftalmoscópio
Escureça a sala de exame. Ligue a luz do oftalmoscópio e gire o disco até perceber um grande feixe arredondado de luz 
branca.* Projete a luz no dorso de sua mão para verificar o tipo de luz, a intensidade desejada e a carga elétrica do 
oftalmoscópio
Gire o disco do oftalmoscópio para 0 dioptria. (Dioptria é a unidade que mede o poder de uma lente para convergir ou 
divergir a luz). Nessa dioptria, a lente não converge nem diverge a luz. Mantenha o dedo sobre a borda do disco para 
poder girá-lo e focalize a lente ao examinar o fundo do olho
Lembre-se de segurar o oftalmoscópio com a mão direita para examinar o olho direito do paciente; segure-o com sua 
mão esquerda para examinar o olho esquerdo do paciente. Assim, você não esbarra no nariz do paciente e ganha mais 
mobilidade e proximidade para visualizar o fundo de olho. Com a prática, você irá se acostumar a usar seu olho não 
dominante
Segure o oftalmoscópio com firmeza, apoiado na face medial da órbita, com o cabo inclinado lateralmente a cerca de 20° 
da vertical. Assegure-se de que consegue enxergar claramente através da abertura. Oriente o paciente a olhar 
discretamente para cima e por sobre seu ombro, fixando um ponto específico na parede diretamente à frente
Fique a cerca de 30 cm de distância do paciente em um ângulo aproximado de 15° lateralmente à sua linha de visão. 
Ilumine a pupila com o feixe luminoso e observe o brilho alaranjado na pupila – o reflexo vermelho. Pesquise, também, 
a existência de opacificações que interrompam o reflexo vermelho
https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527734493/epub/OEBPS/Text/chapter07.html?create=true#fn3
Anatomia e Fisiologia Ocular 17
Agora, coloque o polegar da outra mão na sobrancelha do paciente, o que estabiliza sua mão de exame. Mantenha o 
feixe de luz focalizado no reflexo vermelho, aproxime o oftalmoscópio dapupila em um ângulo de 15° até se aproximar 
bem dela, quase tocando os cílios do paciente e o polegar de sua outra mão
Retinoscopia: Também pode ser realizado através da oftalmoscopia indireta. Consiste na reflexão da luz em um ponto da retina.
Biomicroscopia: ou chamado de lâmpada em fenda, é realizada com biomicroscópio que permite a visualização de estruturas do 
segmento anterior. Analisa-se pálpebras, cílios, 
episclera, esclera, conjuntiva, córnea, câmera anterior, íris, cristalino, corpo vítreo. Além de permitir a fundoscopia.
Tonometria: é a medida da pressão intraocular por diferentes tonômetros, mais clássico de Goldmann. A pressão normal varia de 
11 a 21 mmHg. No glaucoma estará 
aumentada.
Gonioscopia: é o exame que avalia o seio camerular, região junção entre íris e córnea. Pode ser realizado por lentes diretas ou 
indiretas.
Perimetria e campimetrial: quantifica o campo visual periférico e central.
Referências
1. Tratado de Fisiologia Médica - Guyton e Hall, 12ª edição
2. Anatomia Orientada para a clínica - Moore, 7ª edição
3. Atlas de Anatomia Humana - Netter, 7ª edição
4. Fisiologia humana: uma abordagem integrada - SILVERTHORN,7ª edição
5. Semiologia Oftalmológica - Rodrigues M de LV

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