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LIVRO: “O DIREITO DE BRINCAR: A BRINQUEDOTECA” AUTORES: ADRIANA FRIEDMANN E OUTROS S.P. SCRITTA: ABRINQ – 1992 EDITORA PÁGINA ABERTA. A EVOLUÇÃO DO BRINCAR – ADRIANA FRIEDMANN (PÁGS 23-31) "A rua Conselheiro Nébias era uma maravilha porque a gente brincava de amarelinha, pegador, de lenço-atrás, podia atravessar a rua correndo, ficava à vontade. De noite podia ficar até as oito horas brincando ali na calçada, de roda. Brincávamos de "Senhora Dona Sancha" de "A Canoa Virou"... Aquele bairro ficou horrível; quando passo por lá, naqueles Campos Elíseos, aí, dá uma dor no coração ..." (D. Alice) "Naquela época não existia brinquedos... Eu fazia carrinhos com rodas de carretel de linha e nós brincávamos o dia todo, livremente. Nunca me machuquei porque a rua não tinha carros... A criançada corria e jogava, no meio da rua, futebol com bola feita de meia..." (Sr. Ariosto) "Não tivemos brinquedos, fazíamos papagaios, os quadrados, para empinar no Morro dos Ingleses. Brincávamos de pegador, de barra-manteiga, de roda. Vivina pulou corda como ninguém imagina: corda simples, de dois, passeio na corda, duas meninas entrando de cada lado, cruzando e saindo." (Sr. Antônio) EcléaBosi. Lembranças de velhos, 1973 Alice, Ariosto, Antônio, crianças nascidas entre 1897 e 1906, em um meio urbano pobre em São Paulo, brincavam, como tantas outras crianças, na rua e nas calçadas, terrenos baldios, sem muitos brinquedos. "... as crianças de agora, eles assistem muita televisão, eles assistem muito desenho. Então vêem os brinquedos e então eles pedem." (D. Mercedes) "... Hoje em dia eu acho que as crianças não têm mais uma infância muito grande. Eu acho que eles brincam pouco, estudam muito, ficam muitas horas na escola, se bem que tem escolinha de brincar... É pra brincar, mas é mais um compromisso. E hoje em dia, se eles não vão pra escola, não brincam, porque não têm onde brincar." (D. Lúcia) "... as crianças não têm mais a chance que eu tive de brincar numa rua... hoje, se você não tomar cuidado, você é atropelado." (Dr. Hubhy) "... Era muito mais gostoso no tempo que as crianças tinham maior convivência, lá na rua, na pracinha... Hoje eles ficam trancados no apartamento, e o encontro é só com um coleguinha de escola, com as pessoas da família..." (D. Nina) "... hoje tudo é diferente... as crianças têm muitos brinquedos que as crianças de antigamente nem sonhavam de ter." (Sr. Fausto) Silva, Garcia e Ferrari. Memória e brincadeiras na cidade de São Paulo nas primeiras décadas do século XX, 1989 Estes depoimentos de indivíduos que nasceram no começo do século, avaliam o brincar das nossas crianças hoje, mostrando como a brincadeira mudou. Por quê as crianças estão perdendo todos os referenciais de antigamente? Por quê foi deixada de lado a cultura popular e passada a responsabilidade lúdica à civilização tecnológica? Para tentar compreender estas questões é necessário analisar como evoluiu o brincar'. Quando se pensa na evolução do brincar, deve-se voltar até a antigüidade, época na qual o brincar era uma atividade característica tanto das crianças quanto dos adultos, representando para ambos um importante segmento de vida. As crianças participavam das festividades, lazer e jogos dos adultos, mas tinham, ao mesmo tempo, uma esfera separada de jogos. Os jogos aconteciam em praças públicas, espaços livres, sem a supervisão do adulto, em grupos de crianças de diferentes idades e sexos. O testemunho daquela época mostra o acontecer de uma vida social infantil rica e dinâmica através dessas Brincadeiras. Qual era o lugar da brincadeira e. o seu significado na vida das crianças e adultos? Vários autores apontam a brincadeira daquela época como o mais vigoroso elemento da cultura do riso, do carnaval e do folclore. As brincadeiras eram fórmulas condensadas de vida, modelos em miniatura da história e destino da humanidade. A brincadeira era o fenômeno social nos qual todos participavam e foi só bem mais tarde que ela perdeu seus vínculos comunitários e seu simbolismo religioso, tornando-se individual. Paralelamente houve um processo de abandono das brincadeiras (antes comuns a toda as idades e a todas as classes sociais) pelos adultos das classes superiores, sobrevivendo porém, entre as crianças dessas classes e o povo. Quando não abandonadas, as brincadeiras eram transformadas. Os processos sociais e civilizatórios de produção que deram forma à sociedade industrial moderna e à ordem social burguesa, constituíram, assim mesmo, a infância e a brincadeira contemporânea. Dois fatores tiveram, sobretudo, um papel importante: a) a segregação das crianças em um grupo separado da vida dos adultos; b) a institucionalização das crianças e: a utilização da atividade lúdica como um instrumento. A segregação das crianças transformou suas relações e afetou a institucionalização do desenvolvimento e da educação. Junto com as crianças, também a atividade lúdica foi transformada para transforma-se no trabalho infantil. Este processo visava formar o “novo homem”; assim, era necessário investir na modelagem das crianças. Essa posição diferenciada da infância na sociedade e as tendências da civilização fizeram nascer uma nova sensibilidade voltada às crianças. A infância tornou-se pedagogizada: o objetivo básico dos pedagogos, dentro das instituições e das famílias, era de criar o novo homem: os documentos da época mostram as medidas aplicadas para suprimir a esfera físico-sensorial -emocional e estabelecer propriedades racionais, produtivas disciplinadas da personalidade. A brincadeira, considerada como um vício no começo da idade moderna, foi introduzida nas instituições educacionais por filantropistas, com o intuito de tornar esses espaços prazerosos e também como um meio educacional. Porém, querendo reabilitar a brincadeira e fazê-la útil na educação, o brincar foi colocado sob os mesmos princípios que sustentaram a idéia do novo homem: era necessário treiná-lo. Esse processo de usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce pedagogização da atividade lúdica foi agressivo, dando origem ainda hoje, a sistemas para a utilização educacional do brincar. O problema do crescimento das crianças na sociedade contemporânea sobrevém do fato de que o desenvolvimento social, as interações sociais da criança com o adulto e entre as próprias crianças, estão seriamente ameaçados pelo avanço tecnológico. Inúmeros estudos mostram que a sociabilização é tão necessária no desenvolvimento infantil quanto a nutrição, cuidados e outros fatores que satisfazem as necessidades vitais. Tais interações sociais acontecem através da descoberta e interiorização da criança nos sistemas culturais e sociais que representam as propriedades determinadas historicamente pelo homem. Assim, por exemplo, a criança que convive em uma comunidade ou instituição vai, progressivamente, através das trocas com outros, interiorizando os valores e idéias daquele grupo. .Como a criança virá incorporar esses elementos na sua personalidade, dependerá do caráter dessas interações sociais, assim como da natureza e variedade de transações sociais disponíveis a ela. A brincadeira tem um papel especial e significativo na interação criança-adulto e criança-criança. Através da brincadeira as formas de comportamento são experimentadas e socializadas. Cada geração de crianças transforma brincadeiras antigas, ao mesmo tempo que cria as suas próprias, específicas. Assim, usando o antigo e NOVO cada geração tem suas próprias características e padrões de sensibilidade. Na sociedade infantil, a atividade lúdica é a forma através da qual essa sensibilidade e potencial são liberados e modelados, o que outorga à mesma umpapel importante nas realizações culturais e sociais. O SIGNIFICADO DO BRINCAR A brincadeira constitui-se, basicamente, em um sistema que integra a vida social das crianças. Caracteriza-se por ser transmitida de forma expressiva de uma geração a outra ou aprendida nos grupos infantis, na rua, nos parques, escolas, festas, etc., e incorporada pelas crianças de forma espontânea, variando as regras de uma cultura a outra (ou de um grupo a outro): muda a forma, mas não o conteúdo da brincadeira ; o conteúdo refere-se aos objetivos,básicos da brincadeira; a forma é a organização da brincadeira no que diz respeito aos objetos ou brinquedos, espaço, temática, número de jogadores etc. For exemplo: na Amarelinha, o objetivo básico consiste em lançar um objeto, pegá- lo aos pulos e voltar com ele. Esta brincadeira, conhecida universalmente, muda sua forma de uma época a outra, de um país a outro ou de um grupo a outro (o traçado, os objetos, o número de jogadores, etc). Essas brincadeiras são imitadas ou reinterpretadas pelas crianças. Isto varia em função dos diferentes estímulos, interesses e necessidades de cada grupo cultural de crianças. Assim, as brincadeiras fazem parte do patrimônio lúdico-cultural traduzindo valores, costumes, formas de pensamento e ensinamentos. ESTRUTURA DA ATIVIDADE LÚDICA A atividade lúdica possui, basicamente, cinco aspectos destacados: - o tempo e o espaço: qual é o tempo que a criança tem para brincar no seu cotidiano? Ela tem tempo para brincar dentro da escola? E fora da escola, quando ela brinca? Quais são os espaços reservados à criança dentro da escola para ela brincar? E dentro de casa? A criança pode brincar na rua? Ela freqüenta parques, praças ou outros espaços específicos destinados à brincadeira? As características do brincar de cada grupo infantil serão definidas em função do tempo e do espaço existentes para a brincadeira acontecer; usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce - os jogadores: a criança brinca com colegas da mesma idade? Ela tem oportunidades de interagir com crianças mais novas e/ou mais velhas? Ela brinca com adultos? Ela brinca sozinha? As interações sociais que a criança estabelece no decorrer da atividade lúdica são fundamentais para o seu desenvolvimento. Durante estas trocas, a criança tem oportunidade de assumir diversos papéis e colocar-se no lugar do outro; - os objetos e/ou brinquedos: os objetos com os quais a criança brinca podem ser, desde simples elementos da natureza, até sofisticados brinquedos. Esses objetos aparecem em diversos contextos no cotidiano infantil: na família, nas instituições educacionais, no contexto tecnológico. Em cada um deles, um brinquedo pode ser visto como objeto potencial de solidão e consolação; como objeto que estimula a autonomia ou a associação do coletivo; como objeto de realização, cooperação e progresso; como novidade, objeto de distração ou informativo. Os brinquedos têm um impacto próprio e são, ao mesmo tempo, meios para brincar e veículos da inteligência e da atividade lúdica. Eles constituem um "eco" dos padrões culturais dos diferentes contextos sócio-econômicos; - as ações do sujeito — físicas e mentais: o desenvolvimento da atividade lúdica depende, de forma significativa, das ações das crianças — sem elas, a brincadeira não acontece. Essas ações desenvolvem- se, nos primeiros anos de vida, muito mais ao nível do concreto (físico). Assim que a criança cresce, a sua ação torna-se mais abstrata, havendo um desenvolvimento de habilidades cognitivas, emocionais e sociais. Por exemplo: em um jogo de construção com blocos, a criança pequena se exercita através da manipulação. À medida que vai se desenvolvendo, ela passa a construir objetos, cenas, etc., que vão adquirindo um significado mais abstrato e servem a outras brincadeiras, deixando de ser, a construção, o principal objetivo; - uma relação meios/fins: é importante discernir, no decorrer da atividade lúdica, se ela se constitui num meio para atingir determinados fins (é o caso de um jogo proposto com objetivos pedagógicos específicos — por exemplo: um jogo de seqüência); ou se a brincadeira acontece como um fim em si mesmo: a criança brinca por puro divertimento (por exemplo: pular corda no recreio). Uma ou outra forma, irão mudar o caráter da brincadeira. ATRANSFORMAÇAO DO BRINCAR "Quando nós éramos pequenos, nossas brincadeiras desde muito cedo eram brincadeiras de rua, brincadeiras de moleque... então a gente era mais livre dentro daquele espaço que a sociedade tinha estabelecido que era o espaço da criança. Ela não podia sair daquilo, mas dentro daquilo, dentro daquele espaço, ela era mais livre do que hoje em dia, com um espaço maior." (D. Edith) Silva, Garcia e Ferrari. Memória e brincadeiras na cidade de São Paulo nas primeiras décadas do século XX, 1989 Vários estudos constataram a mudança do brincar no decorrer do século, tanto no Brasil quanto em outros países. A partir de uma coletânea minuciosa de documentos, foi realizada uma análise da brincadeira espontânea das crianças brasileiras no decorrer do século XX (Friedmann, 1990), reunindo aproximadamente trezentas brincadeiras na cidade de São Paulo e mais de mil, nos vários estados do Brasil. Dentre as causas mais significativas da transformação do brincar no decorrer do século nas grandes cidades, e considerando as características acima expostas, destacam-se: - uma significativa redução do espaço físico: com o crescimento das cidades e a falta de segurança, os espaços lúdicos viram-se seriamente ameaçados e diminuídos usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce - a redução do espaço temporal: dentro da instituição escolar, a brincadeira foi deixada de lado em detrimento de outras atividades julgadas mais "produtivas". No contexto familiar, tanto a mudança no papel da mulher, orientada ao trabalho, quanto o grande espaço ocupado pela televisão no cotidiano infantil, ou por outras atividades extra-curriculares, constituíram aspectos significativos na diminuição do estímulo para a brincadeira - o incremento da indústria de brinquedos colocou no mercado objetos muito atraentes, transformando as interações sociais, nas quais o objeto passa a ter um papel relevante - a propaganda contribuiu para o incremento do consumo de brinquedos industrializados no mundo infantil. Tanto dentro da escola como fora dela, o brincar tem sofrido essas transformações. Dentro da escola, a brincadeira integra um espaço de trabalho: a brincadeira livre passa a ser considerada como uma atividade não-produtiva. Fora da escola, nos diferentes contextos, a tendência é similar. A situação difere de um ponto ao outro do país, de uma grande cidade para o interior, de um contexto mais pobre para um mais abastado. Mas a modernização chega aos pontos mais longínquos do país, através dos meios de comunicação, sem que, no entanto, seja garantido o acesso ao que eles divulgam. Tais transformações, com suas vantagens e desvantagens, não podem ser negadas. Deve-se, pois, pensar em como é possível atuar para mudar os aspectos negativos da realidade lúdica atual: a falta de espaço para brincar, a falta de tempo, enfim, a falta de oportunidades de brincar. A ação fundamental a ser empreendida é a de resgatar o espaço da brincadeira na vida das crianças. ATUANDO HOJE PARA TRANSFORMAR A REALIDADE LÚDICA E RESGATAR A BRINCADEIRA Resta perguntar-nos se houve realmente, na evolução do brincar, um avanço ou um retrocesso. Houve avanço, sim, no que se refere aos estudos e pesquisas a respeito da importância e compreensão do brincar, para a preservação histórico-cultural, a educação, o desenvolvimento integral infantil, a aprendizagem, a reeducação,a segurança na fabricação de brinquedos, a adequação dos brinquedos às diferentes faixas etárias. No que se refere aos fatores externos do brincar: tempo, temática, espaço, parceiros, objetos, as condições de modernidade comprometeram, de uma certa forma, as oportunidades lúdicas. Confrontando passado e presente, não há dúvida quanto ao fato da criança continuar a brincar — desde a criança da cidade até a criança do interior ou do campo, desde a criança mais estimulada e com melhores condições econômicas, até à criança de rua ou à criança institucionalizada — todas elas procuram espaços e formas de expressar-se e descobrir o mundo através da brincadeira. Nesses diferentes contextos, as crianças estabelecem relações com o mundo, transformando, através do brincar, seus significados. Frente a tais constatações, é eminente a atuação de todos aqueles indivíduos preocupados com a infância, no sentido de resgatar o espaço que o brincar vem perdendo na nossa sociedade. Pensar em oferecer um espaço físico e temporal, terá como decorrência natural a possibilidade das crianças interagirem com outras crianças, assim como com adultos, perpetuando-se, de forma paralela, a cultura lúdica tradicional. Ao mesmo tempo, a criança estará se desenvolvendo de forma integral e aprendendo, constituindo, os objetos e os brinquedos a ela disponíveis, meios usuario Realce usuario Realce usuario Realce através dos quais poderá descobrir o mundo e construir seus conhecimentos a respeito dele. Assim, a brinquedoteca 2 é um espaço privilegiado que reúne a possibilidade e o potencial para desenvolver as características lúdicas antes mencionadas. É hoje, um dos caminhos mais interessantes que pode ser oferecido às crianças de qualquer idade e faixa sócio-econômica. O intuito é o de resgatar, na vida dessas crianças, o espaço fundamental da brincadeira, que vem progressivamente se perdendo e comprometendo de forma preocupante o desenvolvimento infantil como um todo. Ter consciência desta realidade é fundamental para iniciar qualquer tipo de ação que tenha como preocupação básica o resgate do espaço lúdico infantil. O espaço em si, você verá ao longo deste livro, pode ser desde o mais 'simples até o mais incrementado. O que importa é, sobretudo, a intenção de oferecer às nossas crianças oportunidades para que possam exercer o direito de brincar. 1. Bríncadeira: refere-se basicamente à ação de brincar, ao comportamento espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada. Jogo: trata-se de uma brincadeira que envolve regras. Brinquedo: refere-se ao objeto de brincar. Atividade lúdica: abrange, de forma mais ampla, os conceitos anteriores. 2. Na língua portuguesa utilizam-se dois nomes para designar este espaço de brincar: Brinquedoteca (vem da palavra “brinquedo”: espaço voltado para brinquedos e brincadeiras. Ludoteca (vem de ludus): é utilizada nos países de língua latina, com o mesmo significado. Na presente obra foi adotado o nome brinquedoteca.Porém cada autor utilizou livremente sua própria terminologia. BIBLIOGRAFIA ARIÈS, Philipe. História social da criança da criança e da família. R.J., Ed. Guanabara, 1981 BOSI, Ecléa. Memória e sociedade:lembranas de velhos. 2 ed., São Paulo, T.A. Queiroz/ Edusp, 1987 (1 ed. 1982) FRIEDMANN, Adriana. Jogos tradicionais na cidade de São Paulo: recuperação e análise de sua função educacional. São Paulo, 1990 ( Tese de Mestrado) MARJANOVIC, Aleksandra. “The theoretical and methodological problems concerning the projec on traditional games”. In : Traditional games ans children`s of today. Belgrado –OMEP Traditional Games Project., 1986 SILVA, Maria Alice Setúbal Souza et alii.Memória e brincadeiras na cidade de São Paulo nas primeiras décadas do século XX.São Paulo.Cortez cenpec, 1989. (Biblioteca da Educação, séria 1.Escola; v.7) usuario Realce