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Chamado de "Paideia", o antigo ideal grego de educação visava a formação de um cidadão culto, educado, sábio e predeterminado, capaz de assumir suas responsabilidades para com a sociedade. Nessa perspectiva, considerada o "berço da pedagogia" e pioneira na difusão da educação, a Grécia inspirou, principalmente, a porção ocidental do planeta a seguir seu exemplo e alcançar seus objetivos. Porém, na prática, mesmo após séculos, diversas nações - como o Brasil - ainda falham em garantir uma educação completa, igualitária e disponível à sua população, ameaçada, atualmente, pelo difícil acesso estudantil às tecnologias educacionais. Desse modo, tal cenário tem como principais consequências a evasão escolar e a diminuição do engajamento estudantil. Primeiramente, a falta de acesso aos aparelhos eletrônicos requisitados pelo ensino a distância é um dos principais empecilhos à permanência de jovens na escola. Segundo levantamento feito pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), apenas um terço dos domicílios brasileiros tem computador e acesso à internet, o que acaba por explicar o porquê de, conforme a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio, aproximadamente 4% dos jovens de 6 a 17 anos não estarem frequentando a escola em 2020, ano marcado pelo ensino remoto devido à pandemia da Covid-19. À vista disso, percebe-se que parte da evasão escolar brasileira se dá pela falta de acesso a tecnologias. Ademais, o crescente desafio do contato dos estudantes com ferramentas tecnológicas educacionais também tem diminuído seu interesse na educação. De acordo com a Revista Direcional Escolas, referência no setor educacional, o uso de aparelhos eletrônicos nas escolas é importante para cativar o aluno com um "ensino mais flexível e dinâmico", que, a partir de vídeos, animações, jogos e diversos outros conteúdos interativos, passa a se interessar por sua educação e a dedicar-se mais à vida acadêmica - algo que, com o difícil acesso a aparelhos eletrônicos em instituições públicas, raramente ocorre Dessarte, o aumento da disponibilidade de tecnologias nas escolas é imprescindível para a permanência dos estudantes nos sistemas de ensino. Portanto, é essencial a tomada de medidas que aumentem o acesso estudantil às tecnologias educacionais. Nessa perspectiva, cabe ao Ministério da Educação, por meio da redistribuição de verbas e da arrecadação de fundos, melhor disponibilizar aparelhos eletrônicos entre alunos e escolas que não os possuem, garantindo, assim, melhor acompanhamento daqueles às aulas remotas e possibilitando maior contato com ferramentas educacionais lúdicas interativas e atraentes. Por fim, a evasão escolar diminuirá e o ideal da Paideia será, finalmente, devidamente seguido pelo Brasil.
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