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Contabilidade Gerencial

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Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
CONTABILIDADE 
GERENCIAL
Autora: Eli Teresinha Biscaro
657.48
B621c Biscaro, Eli Teresinha.
 Contabilidade gerencial /Eli Teresinha Biscaro.
 Indaial : Grupo UNIASSELVI, 2010.
 125 p. il. 
	 	 													Inclui	bibliografia.	
 ISBN 978-85-7830-775-2
 1. Contabilidade – Gerencial. 2. Análise contábil.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci 
 II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Dr. Malcon Tafner
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Profa. Elisabeth Penzlien Tafner
 Prof. Norberto Siegel
Revisão de Conteúdo: Prof. Anacleto Laurino Pinto
Revisão Gramatical: Profª. Marcilda Regina Cunha da Rosa
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Copyright © Editora Grupo UNIASSELVI 2010
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial. UNIASSELVI – Indaial.
Graduada em Ciências Contábeis, mestra 
em Ciências Contábeis, com área de concentração 
em Controladoria, pela Universidade Regional de 
Blumenau (FURB - SC), especialista em Gerência da 
Qualidade nos Serviços Contábeis e Direito Tributário, 
pela Universidade Regional de Blumenau (FURB – SC). 
Atuou como gerente administrativa contábil e contadora 
durante 27 anos em empresa privada. Professora em várias 
instituições de ensino superior no curso de Ciências 
Contábeis e Administração, nas disciplinas Teoria 
da Contabilidade, Elaboração das Demonstrações 
Contábeis, Contabilidade Avançada, Contabilidade 
Tributária, Perícia Contábil, Orçamento 
Empresarial, Controladoria, Planejamento 
Estratégico e Projetos. 
Professora Eli Teresinha Biscaro
Sumário
APRESENTAÇÃO .............................................................................7
CAPÍTULO 1
Contabilidade	Gerencial ...............................................................9
CAPÍTULO 2
Terminologias	em	Custos ...........................................................33
CAPÍTULO 3
Métodos	de	Custeio .....................................................................55
CAPÍTULO 4
Sistemas	de	Acumulação	de	Custos ..........................................79
CAPÍTULO 5
Análise	Custo/Volume/Lucro ...................................................107
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
Bem-vindo(a) à disciplina Contabilidade Gerencial.
Este é o nosso Caderno de Estudos, material elaborado com o objetivo de 
contribuir com o seu conhecimento e realização de seus estudos sobre o assunto.
A Contabilidade Gerencial é um instrumento fundamental para auxiliar a 
administração na geração de informações para a tomada de decisão. 
Você tem em mãos um material escrito em linguagem acessível, mas com os 
termos técnicos necessários. Assim, o entendimento da Contabilidade Gerencial 
fica	mais	fácil.
Como disciplina, a Contabilidade Gerencial é relevante para o conhecimento 
dos gestores que futuramente tomarão decisões e darão novos rumos às 
empresas.
Você perceberá que a Contabilidade Gerencial se utiliza de temas de outras 
disciplinas, caracteriza-se como área contábil autônoma, pelo tratamento dado à 
informação contábil, enfocando o planejamento, o controle, a tomada de decisão 
e os custos, e por seu caráter integrativo dentro de um sistema de informação 
contábil.
Este Caderno de Estudos foi desenvolvido com o objetivo de apresentar a 
Contabilidade Gerencial, e diferenciá-la da Contabilidade Financeira. Também 
trata da área de custos, que é grande importância na tomada de decisões.
Então,	vamos	ao	desafio!	Desde	já,	desejamos	a	você	bons	estudos!
Profª Eli Teresinha Biscaro
CAPÍTULO 1
Contabilidade	Gerencial
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 9 Conhecer os conceitos e objetivos da Contabilidade Gerencial, sua função e 
elementos básicos. 
 9 Diferenciar Contabilidade Gerencial de Contabilidade Financeira.
10
Contabilidade gerencial
11
Contabilidade GerencialCapítulo 1
Contextualização
Para muitos, a palavra Contabilidade causa certa aversão. Por isso, 
precisamos,	 primeiro,	 esclarecer	 qual	 o	 significado	 que	 atribuímos	 ao	 termo	
Contabilidade Gerencial.
No contexto aqui usado, Contabilidade Gerencial não tem relação com 
a contabilidade das partidas dobradas, do débito e crédito. Aqui, Contabilidade 
Gerencial é o sistema de informação gerencial necessário para a boa 
administração de qualquer organização.
Qualquer organização precisa de um sistema de informação que oriente e 
motive os seus gerentes a irem em direção a sua meta. Os gerentes precisam 
saber em que direção devem concentrar seus esforços para levarem a organização 
a se aproximar cada vez mais da sua meta.
Para melhor entender, usaremos a analogia que Corbett (2005, p. 17) 
estabelece entre uma bússola e a Contabilidade Gerencial: “A bússola mostra 
em	que	direção	estamos	indo,	e	podemos	então	nos	certificar	se	estamos	agindo	
corretamente ou se precisamos fazer alterações no nosso rumo. No caso de 
estarmos na direção errada, ela fornece a direção correta”.
Portanto, antes de criarmos um sistema de informação gerencial, temos que 
saber qual a meta da organização. A meta de um sistema deve ser estabelecida 
pelos seus proprietários. No caso de empresas capitalistas, podemos assumir que 
a meta é ganhar dinheiro hoje e no futuro. As medidas de desempenho usadas 
para	verificar	se	a	empresa	está	alcançando	a	sua	meta	são	basicamente	o	Lucro	
Líquido (LL) e o Retorno Sobre o Investimento (RSI). Essas duas medidas dão a 
posição da empresa em relação à sua meta, não sendo, porém, de muita utilidade 
para a tomada de decisões locais. Para o dia-a-dia dos gerentes, é essencial que 
haja um elo entre as suas ações/decisões e a lucratividade da empresa.
A Contabilidade Gerencial, de acordo com Corbett Neto (1997, p. 53), 
“deve fazer essa conexão entre as ações locais dos gerentes e a lucratividade 
da empresa” para que os gerentes possam saber que direção tomar. Seguindo 
a	ideia	do	mesmo	autor	sobre	Contabilidade	Gerencial,	podemos	afirmar	que,	ao	
medir corretamente o impacto de ações locais no desempenho global, a mesma 
também serve como agente motivador, pois premia as pessoas que contribuem 
significativamente	 com	 o	 objetivo	 da	 empresa.	 A	 Contabilidade	 Gerencial	 tem	
como objetivo principal fornecer informações para que os gerentes possam decidir 
qual o melhor caminho para a empresa.
12
Contabilidade gerencial
Apesar de algumas empresas não estarem obrigadas a manter escrituração 
contábil, devem manter, por meio de sua contabilidade, os documentos em boa 
ordem para que sirvam de prova ao Fisco, bem como de base para a elaboração 
de alguns relatórios gerenciais, tais como evolução de vendas, de custos, de 
despesas, de estoques, de contas a receber etc.
Assim, torna-se imprescindível para qualquer pessoa o conhecimento, nem 
que seja básico, dos conceitos e termos contábeis.
Mas,	o	que	é,	afinal,	Contabilidade	Gerencial?	É	o	que	veremos	a	seguir.
Conceitos,	Funções	e	Características	
da	Contabilidade	Gerencial
Inicialmente, esclarecemos sobre as principais nuanças e características 
dos sistemas de Contabilidade, começando pelos aspectos que aproximam e 
diferenciam a Contabilidade Financeira da Contabilidade Gerencial. Vejamos o 
que	afirma	Padoveze	(2004,	p.	15):
Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio 
das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva 
e	 a	 demonstração	 dos	 fatos	 nele	 ocorridos,	 com	 o	 fim	 de	
oferecer informações sobre sua composição e suas variações,bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão 
da riqueza patrimonial. 
O sistema de contabilidade é um importante sistema de informação para as 
organizações. Para Horngren, Foster e Datar (2000), o sistema de contabilidade 
provê informação com três principais objetivos:
• relatórios internos para os gestores, para planejar e controlar operações de 
rotina;
• relatórios internos para os gestores, para uso em decisões não-rotineiras e 
para a formulação dos principais planos e políticas;
• relatórios para os acionistas, governo e outros interessados externos. 
Veja:	 os	 três	 objetivos	 são	 importantes	 tanto	 para	 os	 fins	 externos	 quanto	
para	internos,	havendo,	porém,	diferenças.	Essas	diferenças	nos	levam	a	verificar	
que,	para	fins	externos,	os	mais	 importantes	pertencem	ao	 terceiro	objetivo,	ou	
seja, são os relatórios para as pessoas que têm interesse na sociedade, mas que 
13
Contabilidade GerencialCapítulo 1
não estão presentes no ambiente administrativo-contábil da empresa. 
Essa área é denominada de Contabilidade Financeira e é fortemente 
baseada em princípios de Contabilidade geralmente aceitos.
Já, os relatórios internos estão focados nos dois outros objetivos, 
ou seja, o primeiro aponta que os relatórios internos servem para o 
planejamento e controle gerencial. O segundo objetivo trata desses 
mesmos relatórios, mas voltados para o uso na tomada de decisões 
não-usuais no dia-a-dia, como, por exemplo, para efetuar um estudo 
sobre a viabilidade de investimento. Quando falamos sobre o primeiro 
e o segundo objetivos, nos reportamos à área conhecida como 
Contabilidade Gerencial. Vale ressaltar, nesse contexto, a relevância 
que a Contabilidade de Custos tem para a Contabilidade Gerencial 
como ferramenta na tomada de decisão. Então, você deve estar se 
perguntando:	onde	entra	a	Contabilidade	de	Custos?	
Veja bem: Contabilidade Gerencial é o ramo da Contabilidade 
que tem “por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de 
empresas	que	os	auxiliem	em	suas	funções	gerenciais.	É	voltada	para	a	
melhor utilização dos recursos econômicos da empresa, por meio de um 
adequado controle dos insumos efetuados por um sistema de informação gerencial.” 
(CREPALDI, 1998, p. 18)
Ainda segundo Crepaldi (2004, p. 21), a Contabilidade de Custos, 
cuja função inicial era fornecer elementos para 
avaliação dos estoques e apuração do resultado, 
passou, nas últimas dé¬cadas, a exercer duas 
funções muito importantes na Contabilidade 
Gerencial: a utilização dos dados de custos para 
auxílio ao controle e para a tomada de de¬cisões. 
É,	 hoje,	 talvez,	 a	 área	 mais	 valorizada	 no	 Brasil	
e no mundo. Tornou-se muito importante com 
a	 redução	 da	 taxa	 de	 inflação	 e	 a	 abertura	
econômica aos produtos estrangeiros. Fornece 
importantes informações para a formação de 
preços das empresas.
No que diz respeito à sua função administrativa de controle, a 
Contabilidade de Custos fornece informações para o estabelecimento 
de padrões, orçamentos ou previsões e, a seguir, acompanha o 
efetivamente acontecido com os valores previstos. Esse tipo de 
custeamento é chamado de Custeio Padrão, o qual desempenha relevante papel 
no	sentido	de	detectar	ineficiências	ou	desperdícios	nas	atividades	produtivas.
Até aqui, percebemos que a Contabilidade Gerencial está voltada aos 
Contabilidade 
Gerencial é o ramo 
da Contabilidade 
que tem “por 
objetivo fornecer 
instrumentos aos 
administradores de 
empresas que os 
auxiliem em suas 
funções gerenciais. 
É voltada para a 
melhor utilização 
dos recursos 
econômicos da 
empresa, por meio 
de um adequado 
controle dos 
insumos efetuados 
por um sistema 
de informação 
gerencial.
A Contabilidade 
Gerencial está 
voltada aos 
usuários internos, 
ou seja, aos 
administradores, 
e que visa ao 
estabelecimento 
de um rumo a 
ser seguido pela 
empresa para 
a tomada de 
decisões na sua 
relação com o 
ambiente.
14
Contabilidade gerencial
usuários internos, ou seja, aos administradores, e que visa ao estabelecimento de 
um rumo a ser seguido pela empresa para a tomada de decisões na sua relação 
com o ambiente. Na sequência, veremos quais as funções, o campo de aplicação 
da Contabilidade para que os administradores possam tomar suas decisões por 
meio das demonstrações contábeis.
Atividade de Estudos: 
 As informações extraídas da Contabilidade são de grande 
importância para atender aos usuários da Contabilidade, pois 
fornecem informações com três objetivos. Responda:
1)	Quais	são	esses	objetivos?
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
2)	Qual	a	diferença	entre	eles?	A	quem	eles	visam	atender?
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
3) Dos objetivos citados, quais estão voltados para a Contabilidade 
Gerencial?	Explique.
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
4) Qual a diferença entre Contabilidade Gerencial e Contabilidade de 
Custos?
 ____________________________________________________
15
Contabilidade GerencialCapítulo 1
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
Funções	da	Contabilidade	Gerencial
A Contabilidade Gerencial tem várias funções, mas uma das 
mais importantes é o fornecimento de informação para apoiar o 
processo	de	tomada	de	decisões.	Atkinson	et	al.	(2000,	p.	45)	afirmam	
que “A informação gerencial contábil participa de várias funções 
organizacionais diferentes – controle operacional, custeio do produto 
e do cliente, controle administrativo e controle estratégico”.
É	 fundamental	 que	 os	 relatórios	 da	 Contabilidade	 Gerencial	
atendam, primeiramente, a necessidades como informação, 
planejamento e controle, para que o contador gerencial possa 
determinar em que setor cada dado será utilizado, como também a 
melhor maneira de ser colocado em prática para cada tipo de usuário.
Percebemos, então, que a Contabilidade Gerencial, tem duas funções: a 
função administrativa que é a de controlar o patrimônio das entidades, e a função 
econômica, que é apurar o resultado da Contabilidade.
De	acordo	com	Atkinson	et	al.,	(2000),	a	finalidade	principal	da	Contabilidade	
Gerencial é fornecer dados e informações para a tomada de decisões e o 
acompanhamento das atividades realizadas pela empresa, no sentido de controlar 
o seu patrimônio e na função da elaboração e comparação dos resultados obtidos 
entre os períodos analisados.
Com essa acumulação de dados, a Contabilidade Gerencial procura 
demonstrar, de forma ordenada, o histórico das atividades da empresa, a 
interpretação do resultado e, por meio de relatórios, produzir as informações 
necessárias para atender às necessidades dos gestores. Perceba, portanto, que a 
finalidade	fundamental	da	Contabilidade	refere-se	à	orientação	da	administração	
da empresa no exercício de suas funções (TEIXEIRA, 2008). Podemos dizer, 
então, que a Contabilidade é o controle e o planejamento de toda e qualquer 
empresa.Vejamos, agora, o que é o controle e o que é planejamento. 
Atkinson et al. (2000, 
p. 45) afirmam que “A 
informação gerencial 
contábil participa 
de várias funções 
organizacionais 
diferentes – controle 
operacional, custeio 
do produto e do 
cliente, controle 
administrativo e 
controle estratégico”.
16
Contabilidade gerencial
a) Controle
Objetiva	 a	 organização;	 verificar	 se	 as	 políticas,	 se	 as	
programações e se os projetos estão de acordo com o que foi traçado 
inicialmente.
A informação contábil é de grande importância para o controle, 
pois serve como um meio de comunicação, meio de motivação e 
meio	de	verificação,	conforme	apresentamos	no	quadro	1.
Informação contábil como Utilidade 
Meio de comunicação
informa os resultados obtidos, compara-os, analisa-os e 
projeta-os para o futuro. 
Meio de motivação
pode ser utilizada para estimular vendedores, incentivar 
a redução de consumo de materiais de escritório, fixar 
metas de vendas etc.
Meio de verificação
oferece ao administrador a oportunidade de avaliar a 
qualidade dos serviços executados.
Quadro 1 – A informação contábil como meio de 
comunicação,	de	motivação	e	de	verificação
Fonte: A autora.
b) Planejamento
Por meio de informações contábeis, podemos preparar os planos, 
principalmente os planos orçamentários, para que conheçamos as receitas, 
fixemos	os	custos	etc.	
Na previsão do planejamento da empresa, a Contabilidade tem função 
primordial, pois nela se encontram os dados passados que servem de base para 
fazer o planejamento.
Nunca se esqueça de que a informação contábil é um meio de 
comunicação,	de	motivação	e	de	verificação,	de	grande	importância	
para que os gestores possam efetuar seu planejamento e tomar 
decisões.
A informação 
contábil é de grande 
importância para o 
controle, pois serve 
como um meio de 
comunicação, meio de 
motivação e meio de 
verificação.
17
Contabilidade GerencialCapítulo 1
Atividade de Estudos: 
1) São consideradas funções da Contabilidade Gerencial, exceto:
a) ( ) Controle operacional.
b) ( ) Controle da demanda. 
c) ( ) Controle administrativo.
d) ( ) Controle estratégico.
2 Os dados passados extraídos da Contabilidade têm função 
fundamental para fazer planejamentos visando:
a) ( ) Obter dados dos funcionários.
b) ( ) Obter informações dos acionistas.
c) ( ) Tomar decisões. 
d) ( ) Comunicar resultados.
3 A função controle envolve, pelo menos, dois meios que são:
a) ( ) Comunicação e planejamento.
b) ( ) Comunicação e acompanhamento.
c) ( ) Comunicação e motivação. 
d)		(			)		Verificação	e	acompanhamento.
Vimos, até aqui, que a Contabilidade Gerencial possui as funções de tomada 
de decisões dos administradores das empresas. Você deve ter percebido que 
as principais funções da Contabilidade vão além do relatório para a tomada 
decisão e que, com a sua aplicação, podemos efetuar o planejamento e o controle 
das atividades da empresa. Agora, veremos quais as características que a 
Contabilidade Gerencial deve ter. 
Características	da	Contabilidade	
Gerencial
Você já estudou os conceitos da Contabilidade Gerencial e viu que esse ramo 
da	Contabilidade	 está	 voltado	 para	 fins	 internos,	 direcionado	 ao	 planejamento,	
ao controle, à avaliação e à tomada de decisões. Portanto, está voltada para a 
18
Contabilidade gerencial
administração da empresa, procurando suprir as informações que se encaixem de 
uma maneira efetiva no modelo decisório do administrador. 
Para Iudícibus (1998, p. 21), a característica da Contabilidade Gerencial está 
assim enunciada:
A Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada, 
superficialmente,	 como	 um	 enfoque	 especial	 conferido	 a	
várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos na 
contabilidade	financeira,	na	contabilidade	de	custos,	na	análise	
financeira	 e	 de	 balanços	 etc.,	 colocados	 numa	 perspectiva	
diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma 
de	 apresentação	 e	 classificação	 diferenciada,	 de	 maneira	 a	
auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.
Consideramos que o modelo decisório do administrador leva em conta cursos 
de ações futuras, informações sobre situações passadas ou presentes que serão 
de valor para o modelo decisório à medida que o passado e o presente sejam 
estimadores daquilo que poderá acontecer no futuro.
As principais características dos processos da Contabilidade Gerencial se 
encontram no quadro 2.
PROCESSO CARACTERÍSTICAS
Identificação
Reconhecimento e avaliação de transações empresariais e outros eventos 
econômicos para ação contábil apropriada.
Mensuração
Quantificação, incluindo estimativas, transações empresariais ou outros eventos 
econômicos que têm ocorrido ou previsões dos que podem acontecer.
Acumulação
Delineação de abordagens disciplinadas e consistentes para registrar e classifi-
car transações empresariais apropriadas e outros eventos econômicos.
Análise
Determinação das razões para reportar a atividade e sua relação com outros 
eventos econômicos e circunstanciais.
Preparação e
interpretação
Coordenação e planejamento de dados contábeis, provendo informações apre-
sentadas logicamente, o que inclui, se apropriado, as conclusões referentes a 
esses dados.
Comunicação
Informação pertinente para a administração e outros para usos internos e exter-
nos.
Planejamento
Quantificação e interpretação dos efeitos de transações planejadas e outros even-
tos econômicos na empresa; inclui aspectos estratégicos, táticos e operacionais 
e requer que o contador forneça informações quantitativas, históricas e prospec-
tivas para facilitá-la; isso inclui, também, participação no desenvolvimento do 
sistema de planejamento, estabelecendo metas alcançáveis e escolhendo meios 
apropriados de monitorar o progresso em direção às metas.
19
Contabilidade GerencialCapítulo 1
Avaliação
Julgamento das implicações de eventos históricos e esperados e ajuda na escolha 
do curso ótimo de ação; inclui a tradução de dados em tendências e relações: co-
municação das conclusões derivadas, efetivamente e prontamente, das análises.
Controle
Assegurar a integridade da informação financeira relativa às atividades e aos 
recursos da empresa; monitoramento e medição do desempenho e indução a 
qualquer ação corretiva exigida para retornar a atividade a seu curso intencional; 
fornecimento de informações aos executivos que operam em áreas funcionais que 
possam usá-las para alcançarem o desempenho desejável.
Assegurar recursos 
de responsabilidade
Implementar um sistema de reportar o que está alinhado com as responsabili-
dades organizacionais e contribuir para o uso efetivo de recursos e de medidas 
de desempenho da administração; transmitir os objetivos e as metas da adminis-
tração ao longo da empresa na forma de responsabilidades nomeadas, que são 
base para identificar responsabilidades; sistema que fornece, contabiliza, reporta 
e que acumulará e informará receitas apropriadas, despesas, ativos, obrigações e 
informação quantitativa relacionada para gerentes que terão, então, melhor con-
trole sobre esses elementos.
Relatórios
Preparação de relatórios financeiros baseados na Contabilidade Financeira, para 
os administradores tomarem decisões. 
Quadro 2 – Características dos processos da Contabilidade Gerencial
Fonte: Atkinson et al. (2000, p. 67). 
A Contabilidade Gerencial “consiste em preparar, de forma 
simples	 e	 objetiva,	 as	 informações	 financeiras	 para	 o	 processo	 de	
gestão da empresa, com conhecimento e acompanhamento amplo 
do contador gerencial nos processos de planejamento, execução e 
controle”, apurando as variações ocorridas e suas possíveis causas. 
(MELO, 2010).
Para a Contabilidade Gerencial nunca deve haver princípios 
nem é preciso seguir a legislação. Portanto, devemos, no campo 
da Contabilidade Gerencial, procurar conhecer a necessidade do 
administrador.
Segundo Melo (2010), na aplicação, em uma empresa, da 
Contabilidade Gerencial, “regras demaispoderão atrapalhar o 
processo de atendimento das necessidades de informações para os 
usuários, porém, não se pode deixá-la solta demais, devendo-se criar parâmetros 
com	aplicações	úteis	e	confiáveis	ao	processo	de	gestão	empresarial”.
A Contabilidade 
Gerencial “consiste 
em preparar, de forma 
simples e objetiva, 
as informações 
financeiras para o 
processo de gestão 
da empresa, com 
conhecimento e 
acompanhamento 
amplo do contador 
gerencial nos 
processos de 
planejamento, 
execução e controle”.
20
Contabilidade gerencial
Atividade de Estudos: 
Faça a correlação do quadro 1 com o quadro 2, referente às 
características dos processos da Contabilidade Gerencial:
QUADRO 1 QUADRO 2
1 Controle
( ) Reconhecimento e avaliação de transações empresariais e 
outros eventos econômicos para ação contábil apropriada.
2 Análise
( ) Informação pertinente para a administração e outros para usos 
internos e externos.
3 Avaliação
( ) Coordenação e planejamento de dados contábeis, provendo 
informações apresentadas logicamente, o que inclui, se apropria-
do, as conclusões referentes a esses dados.
4 Identificação
( ) Delineação de abordagens disciplinadas e consistentes para 
registrar e classificar transações empresariais apropriadas e outros 
eventos econômicos.
5 Comunicação
( ) Determinação das razões para reportar a atividade e sua 
relação com outros eventos econômicos e circunstanciais.
6 Acumulação
( ) Julgamento das implicações de eventos históricos e esperados 
e ajuda na escolha do curso ótimo de ação.
7 Planejamento
( ) Quantificação e interpretação dos efeitos de transações plane-
jadas e outros eventos econômicos na empresa; inclui aspectos 
estratégicos, táticos e operacionais.
8 Preparação e 
interpretação
( ) Assegura a integridade da informação financeira relativa às 
atividades e aos recursos da empresa.
Até aqui, vimos que a Contabilidade Gerencial está 
relacionada com o fornecimento de informações para os 
administradores, isto é, para aqueles que estão dentro da 
organização e que são responsáveis pela direção e controle de 
suas operações. A Contabilidade Gerencial pode ser contrastada 
com a Contabilidade Financeira, que é relacionada com o 
fornecimento de informações para os acionistas, credores e 
outros que estão fora da organização.
A Contabilidade Gerencial deve se valer de outras 
disciplinas	 das	 áreas	 de	 contabilidade	 e	 finanças	 para	 o	 desenvolvimento	 de	
A Contabilidade Gerencial 
deve se valer de outras 
disciplinas das áreas de 
contabilidade e finanças 
para o desenvolvimento de 
relatórios gerenciais que 
atendam às necessidades 
de seus usuários para 
o processo de gestão 
empresarial.
21
Contabilidade GerencialCapítulo 1
relatórios gerenciais que atendam às necessidades de seus usuários para o 
processo de gestão empresarial.
A seguir, veremos, algumas considerações sobre a Contabilidade Financeira.
Contabilidade	Financeira	
A Contabilidade Financeira está essencialmente ligada aos 
Princípios Fundamentais da Contabilidade. Já a Contabilidade Gerencial 
está ligada às necessidades de informações para planejamento, 
controle, avaliação de desempenho e tomada de decisão. Nessa linha 
de raciocínio, entendemos que a Contabilidade Financeira possa ser 
resumida nos seguintes passos, conforme coloca Padoveze (2004):
• vinculada aos Princípios Fundamentais da Contabilidade;
• contabilidade	utilizada	para	fins	fiscais;
• contabilidade	usada	para	 fins	 societários	 e	 regulatórios	 (Lei	 das	S/A,	CVM,	
legislação comercial);
• base de escrituração de dados passados;
• controle a posteriori;
• mensuração em moeda corrente.
Podemos perceber que esses dois segmentos contábeis, ou seja, a 
Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial, fazem parte da mesma 
ciência contábil, sobretudo para gerar informações para o controle e tomada de 
decisão sobre os negócios de qualquer empresa. Isso porque é por meio de um 
bem elaborado sistema de informações que a Contabilidade Financeira gera e 
que a Contabilidade Gerencial tem as bases para fazer seus relatórios.
 
Veja o que diz Padoveze (2004, p. 12):
A	 sua	 utilização	 para	 fins	 de	 relatórios	 externos,	 e	 a	
conseqüente	 fixação	 de	 determinados	 princípios	 para	 a	
normalização	 e	 padronização	 para	 fins	 regulamentares,	 é	
decorrente de grande vantagem do Sistema de Informação 
Contábil sobre outros sistemas de informação, que é a 
mensuração econômica de todos os eventos operacionais em 
um único sistema e em uma única base monetária.
A Contabilidade 
Financeira está 
essencialmente 
ligada aos 
Princípios 
Fundamentais da 
Contabilidade. 
22
Contabilidade gerencial
Portanto, a Contabilidade Financeira é um subsistema do 
Sistema de Informação Contábil, no sentido mais amplo possível, 
das operações empresariais ou de qualquer empresa. 
A Contabilidade Financeira, portanto, tem como principal 
objetivo informar ao seu usuário, seja ele interno ou externo, todas 
as movimentações ocorridas num determinado período para que 
possa utilizá-la da melhor forma. Pouca importância terá uma 
informação contábil se a utilidade a que se destina for nula.
Segundo Iudícibus (1998, p. 8), a Contabilidade pode ser conceituada como 
“[...]	 o	 método	 de	 identificar,	 mensurar	 e	 comunicar	 informação	 econômica,	
financeira,	física	e	social,	a	fim	de	permitir	decisões	e	julgamentos	adequados	por	
parte dos usuários da informação”.
Nos tempos atuais, a informação é uma poderosa ferramenta de gestão à 
disposição dos empresários, ou seja, por meio das informações extraídas das 
demonstrações contábeis e/ou relatórios gerenciais, é possível mensurar o 
desempenho da organização, traçando planejamento estratégico adequado a 
partir dessas informações.
A Contabilidade “é, objetivamente, um Sistema de Informação 
e Avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e 
análises	de	natureza	econômica,	financeira,	física	e	de	produtividade,	
com relação à entidade obje¬to de contabilização.” (IBRACON, 1986).
As informações devem ser construídas para atender a esses 
consumidores, e não para atender aos contadores. O contador 
gerencial deve fazer um estudo básico das necessidades de 
informação contábil gerencial. (IBRACON, 1986).
Para	 que	 um	 sistema	 de	 informação	 contábil	 seja	 eficiente	
dentro de uma empresa, é preciso ter apoio da alta administração 
da companhia. Portanto, a necessidade tem que ser sentida pela 
administração da empresa, fazendo com que, a partir daí, haja 
tranquilidade para desenvolver e manter adequada¬mente o sistema 
de informação. (IBRACON, 1986).
Limitamo-nos, aqui, a apresentar algumas considerações a respeito da 
Contabilidade Financeira, pois o nosso foco é a Contabilidade Gerencial. Na 
sequência	deste	capítulo,	verificaremos	quais	as	diferenças	entre	a	Contabilidade	
Gerencial e a Contabilidade Financeira.
A informação é 
uma poderosa 
ferramenta de gestão 
à disposição dos 
empresários, ou 
seja, por meio das 
informações extraídas 
das demonstrações 
contábeis e/ou 
relatórios gerenciais, 
é possível mensurar 
o desempenho da 
organização, traçando 
planejamento 
estratégico adequado 
a partir dessas 
informações.
A Contabilidade 
Financeira tem como 
principal objetivo 
informar todas as 
movimentações 
ocorridas num 
determinado período.
23
Contabilidade GerencialCapítulo 1
Você encontrará mais informações sobre a Contabilidade 
Financeira acessando o site do Conselho Federal de Contabilidade 
(www.cfc.org.br). Nesse site, você poderá consultar as normas, as 
leis e os procedimentos relacionados à estrutura da contabilidade e 
seus demonstrativos.
Contabilidade	Financeira	Versus	
Contabilidade	Gerencial
A Contabilidade é fundamental na vida econômica das empresas. Mesmo 
nas economias mais simples, é preciso manter a documentação dos ativos, das 
dívidas e das negociações com terceiros. O papel da Contabilidade torna-se ainda 
mais importante nas complexas economias modernas. Uma vez queos recursos 
são	escassos,	temos	de	escolher	entre	as	melhores	alternativas	e,	para	identificá-
las, são necessários os dados contábeis. (CREPALDI, 2004).
Veja que a Contabilidade trata da coleta, apresentação e inter¬pretação 
dos fatos econômicos. O termo Contabilidade Gerencial é usado para descrever 
essa atividade dentro da organização e Contabilidade Financeira, quan¬do a 
organização presta informações a terceiros. (CREPALDI, 2004).
Você deve estar pensando: mas onde começa a Contabilidade Gerencial e 
onde	termina	a	Contabilidade	Financeira?	Iudícibus	(1998,	p.22)	indica	o	ponto	de	
ruptura entre as duas contabilidades:
Os	 relatórios	 mais	 utilizados	 pela	 contabilidade	 financeira	
são: o Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultados, 
a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, 
Demonstrativo de Fluxo de Caixa. A gerencial utiliza: 
orçamentos, relatórios de custos, relatórios de desempenho 
e outros facilitadores da tomada de decisão. Enquanto 
os primeiros possuem uma freqüência regulamentada, 
anual, mensal, os últimos são elaborados de acordo com a 
necessidade da administração da entidade.
Embora	 as	 informações	 econômicas	 possam	 ser	 classificadas	 de	 várias	
maneiras, os contadores sempre dividem a informação contábil em dois tipos: 
financeira	e	gerencial.	
24
Contabilidade gerencial
A Contabilidade Financeira é o processo de elaboração de demonstrativos 
financeiros	 para	 propósitos	 externos:	 pessoal	 externo	 à	 organização,	 como	
acio¬nistas, credores e autoridades governamentais. Esse processo é muito 
influen¬ciado	 por	 autoridades	 que	 estabelecem	 padrões,	 regulamentadores	 e	
fiscais,	bem	como	por	exigências	de	auditoria	de	contadores	independentes.
A Contabilidade Gerencial tem por objetivo fornecer instrumentos aos 
administradores	 de	 empresas	 que	 os	 auxiliem	 em	 suas	 funções	 gerenciais.	 É	
voltada para a melhor utilização dos recursos econô¬micos da empresa, por meio 
de um adequado controle dos insumos efetuados por um sistema de informação 
gerencial.
A	 figura	 1	 ilustra	 as	 relações	 entre	 a	 Contabilidade	 Financeira	 e	 a	
Contabilidade Gerencial. Entender essas relações ajuda a entender as 
necessidades informacionais da gerência.
Figura 1 – Contabilidade no contexto decisório
Fonte: Warren (2001, p. 03).
25
Contabilidade GerencialCapítulo 1
Não se esqueça: a Contabilidade moderna deve ser estruturada 
visando ser um instrumento de informação, decisão e controle, 
fornecendo informações capazes de atender plenamente aos 
objetivos dos usuários.
Acreditamos que você já percebeu as diferenças existentes entre as duas 
contabilidades,	evidenciadas	na	figura	1,	no	que	se	refere	aos	relatórios	extraídos	
da contabilidade para os usuários internos e externos. Continuemos, agora, a 
diferenciar a Contabilidade Financeira e a Gerencial.
A Contabilidade Financeira está intimamente ligada às rotinas contábeis 
da empresa exigidas pela legislação e, muitas vezes, não consegue atender 
às necessidades que os administradores têm por informações gerenciais 
(HORNGREN; FOSTER; DATAR, 2000).
Além do dever de cumprir todas as exigências impostas pela 
legislação, uma das principais tarefas do contador é facilitar a 
compreensão das informações contábeis aos administradores, 
demonstrando a importância da Contabilidade no processo decisório 
(HORNGREN; FOSTER; DATAR, 2000).
Enquanto a Contabilidade Financeira está voltada às exigências 
fiscais,	a	Contabilidade	Gerencial	está	voltada	à	gestão	da	empresa.	
Ambas têm a sua utilidade e apresentam características diferenciadas 
devido ao seu público-alvo. (HORNGREN; FOSTER; DATAR, 2000).
O quadro 3 apresenta, de forma resumida, mais algumas 
diferenças, descritas por Oliveira (2010), entre Contabilidade 
Financeira e Contabilidade Gerencial, mas, agora, com foco nas 
necessidades dos usuários internos e externos.
Enquanto a 
Contabilidade 
Financeira 
está voltada às 
exigências fiscais, 
a Contabilidade 
Gerencial está 
voltada à gestão da 
empresa. Ambas 
têm a sua utilidade 
e apresentam 
características 
diferenciadas devido 
ao seu público-alvo. 
26
Contabilidade gerencial
Necessidades dos usuários 
internos (sócios e gestores) Necessidades dos usuários externos
• Aumentar ou reduzir investi-
mentos. 
• Aumentar o capital ou em-
prestar recursos de terceiros.
• Expandir ou reduzir as 
operações.
• Diversificar ou concentrar as 
operações. 
• Comprar/vender à vista ou a 
prazo. 
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS: 
• Conceder ou não empréstimos. 
• Estabelecer termos do empréstimo (volume, taxa, 
prazo e garantias). 
FORNECEDORES EM GERAL: 
• Conceder ou não crédito, em que valor e a que prazo. 
INVESTIDORES: 
• Investir ou não em ações na bolsa de valores. 
• Adquirir ou não o controle acionário da entidade.
CVM E DEMAIS ÓRGÃOS E ENTIDADES 
REGULADORES: 
• Observar se as demonstrações atendem aos requisi-
tos legais e regulamentares. 
• Buscar indícios de abusos econômicos ou concorren-
ciais. 
JUDICIÁRIO: 
• Solicitação e apreciação objetiva de perícias. 
FISCO: 
• Verificar o cumprimento da legislação tributária. 
• Buscar indícios de sonegação de tributos. 
Quadro 3 – Necessidades dos usuários internos e externos
Fonte: Disponível em: <http://www.editoraferreira.com.br/publique/
media/toq36_luciano_oliveira.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2010.
Atkinson et al. (2000, p. 36) diferenciam a Contabilidade Financeira e a 
Contabilidade Gerencial da seguinte maneira:
• Contabilidade Gerencial: processo de produzir informações 
financeiras	 e	 operacionais	 para	 os	 empregados	 e	 gerentes	
das organizações. Tal processo deve ser dirigido pelas 
necessidades de informações de indivíduos internos à 
organização e deve guiar suas decisões operacionais e de 
investimentos.
• Contabilidade Financeira: processo de produzir 
demonstrativos	financeiros	para	entidades	e	usuários	externos	
27
Contabilidade GerencialCapítulo 1
- como acionistas, credores e governo. Este processo é 
pesadamente	 restringido	 por	 padrões	 regulatórios	 oficiais	 e	
autoridades	fiscais	e	por	requisitos	de	auditoria	de	instituições	
independentes de contadores. 
O quadro 4 sintetiza os elementos básicos da Contabilidade Financeira e da 
Contabilidade	Gerencial,	ressaltando	a	flexibilidade	existente	para	essa	última.
Fator Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial
Usuários Externos e Internos Internos
Objetivos dos relatórios Facilitar a análise financei-
ra para as necessidades 
dos usuários externos
Facilitar o planejamento, controle, avalia-
ção de desempenho e tomada de decisão 
internamente.
Forma dos relatórios Balanço Patrimonial, DRE, 
DFC, DMPL, DVA. 
Orçamentos, contabilidade por respon-
sabilidade, relatórios de desempenho, de 
custos, relatórios especiais não-rotineiros 
para facilitar a tomada de decisão.
Freqüência dos relatórios Anual, trimestral e oca-
sionalmente mensal
Quando necessário pela administração.
Custos ou valores utilizados Históricos (passados). Históricos e previstos (esperados).
Bases de mensuração para 
quantificar os dados
Moeda corrente Várias bases (moeda corrente, estrangei-
ra – moeda forte, medidas físicas, índices, 
etc.).
Restrições nas informações 
fornecidas
Princípios contábeis geral-
mente aceitos
Nenhuma restrição, exceto as determina-
das pela administração.
Arcabouço teórico e técnico Ciência contábil Utilização pesada de outras disciplinas, 
como economia, finanças, estatística, pes-
quisa operacional e comportamento orga-
nizacional.
Características da informação 
fornecida
Deve ser objetiva, 
verificável, relevante e a 
tempo.
Deve ser relevante e a tempo, podendo 
ser subjetiva, possuindo menos verificabi-
lidade e menos precisão.
Perspectiva dos relatórios Orientação histórica Orientada para o futuro para facilitar o 
planejamento, controle e avaliação do de-
sempenho antes do fato (para impor me-
tas), acoplada com uma orientação históri-
ca para avaliar os resultados reais (para o 
controle posteriordo fato).
Quadro 4 – Elementos básicos da Contabilidade Financeira e Contabilidade Gerencial
Fonte: Atkinson et al. (2000, p. 38). 
28
Contabilidade gerencial
A Contabilidade Gerencial confecciona relatórios, conforme as 
necessidades dos administradores, muitas vezes utilizando como 
fonte de informações os dados contidos nos relatórios gerados pela 
Contabilidade Financeira. Nesse caso, os dados são transformados em 
uma linguagem mais concisa e clara para o administrador.
A Contabilidade Gerencial deve levar em consideração que as 
informações devem estar traduzidas em outras moedas, índices que 
traduzem	 a	 inflação	 oficial,	 a	 inflação	 interna	 da	 empresa,	 a	 fim	 de	
estabelecer uma relatividade comparativa. A internacionalização da 
economia	e	a	inflação	são	variáveis	que	exigem	do	contador	gerencial	
adaptabilidade instantânea. (SANTOS et al. 2002).
Segundo Atkinson et al. (2000, p. 45), as funções da informação 
contábil, em termos gerenciais, são:
• Controle operacional: fornece informação (feedback) sobre a 
eficiência	e	a	qualidade	das	tarefas	executadas.
• Custeio do produto e do cliente: mensura os custos dos 
recursos para se produzir, vender e entregar um produto ou 
serviço aos clientes.
• Controle administrativo: fornece informação sobre o 
desempenho dos gerentes e de unidades operacionais.
• Controle estratégico: fornece informações sobre o 
desempenho	financeiro	e	competitivo	de	longo	prazo,	condições	
de mercado, preferência dos clientes e inovações tecnológicas.
O ponto fundamental da Contabilidade Gerencial é o uso da informação 
contábil	 como	 ferramenta	 para	 administração.	 É	 o	 processo	 de	 produzir	
infor¬mação	 operacional	 financeira	 para	 funcionários	 e	 administradores.	 Deve	
ser direcionado pelas necessidades informacionais dos indivíduos internos 
da em¬presa e deve orientar suas decisões operacionais e de investimentos. 
(ATKINSON et al., 2000).
O Sistema de Informação Contábil Gerencial só poderá ser executado de 
forma	eficiente	por	meio	de	um	sistema	integrado	de	informações	contábeis	que	
abrangem tanto os recursos humanos quanto tecnológicos.
Os	 sistemas	 de	 informações	 classificam-se	 em	 sistemas	 de	 informação	
contábil para planejamento de gestão e para controle de operações e controle 
gerencial. Os Sistemas de Apoio às Operações têm como objetivo auxiliar os 
departamentos e atividades a executarem suas funções operacionais (compras, 
estoque, produto, vendas, faturamento, recebimentos, pagamentos, qualidade, 
manutenção, planejamento e controle de produção etc.). 
A Contabilidade 
Gerencial 
deve levar em 
consideração que 
as informações 
devem estar 
traduzidas em 
outras moedas, 
índices que 
traduzem a 
inflação oficial, a 
inflação interna 
da empresa, a fim 
de estabelecer 
uma relatividade 
comparativa. 
29
Contabilidade GerencialCapítulo 1
O Sistema da Informação Gerencial exige planejamento para a produção dos 
relatórios,	 a	 fim	 de	 atender	 plenamente	 aos	 usuários	 produzindo	 informa¬ções	
direcionadas aos seguintes aspectos: níveis empresariais, ciclo administra¬tivo e 
nível da estruturação da informação.
Consideramos que, agora, você já sabe a distinção entre Contabilidade 
Financeira e Contabilidade Gerencial e que percebeu que o administrador não 
deve se prender a um determinado sistema de contabilidade, mas sim às suas 
necessidades.
Você também deve ter percebido que a Contabilidade Gerencial passou a 
ter	 uma	 atenção	 especial	 dos	 profissionais	 contábeis	 quando	 da	 necessidade	
de tratar os custos de diferentes formas para tomada de diferentes decisões, 
pois as empresas buscam redução dos custos, com o aumento da lucratividade. 
Portanto, para atender a essas visões, é necessário conhecer sistemas de custos 
que auxiliem os gestores nas tomadas de decisões, e isso é o que veremos no 
próximo capítulo do nosso Caderno de Estudos.
Atividade de Estudos: 
1) Conceitue Contabilidade Gerencial.
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
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2) A Contabilidade Gerencial tem alguma relação com a Contabilidade 
Financeira?	Comente.
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
30
Contabilidade gerencial
3) Coloque G quando o enunciado representar uma característica da 
Contabilidade GERENCIAL e F quando representar característica 
da Contabilidade FINANCEIRA:
(		)	Não	tem	uma	frequência	definida	dos	relatórios,	pois	essesdevem	
estar disponíveis quando necessários.
( ) Deve guardar estrita observância aos princípios fundamentais de 
contabilidade.
( ) Tem uma perspectiva voltada para o futuro, visando ao 
planejamento e controle.
(		)	Utiliza-se	 exclusivamente	 da	 moeda	 corrente	 para	 quantificar	
seus dados.
( ) Congrega tanto usuários internos como usuários externos.
( ) Utiliza-se tanto de custos e valores históricos como de custos e 
valores previstos.
( ) Tem sua fundamentação teórica e técnica na ciência contábil.
( ) Seus relatórios são os previstos na legislação, como BP, DRE, 
DFC, DMPL e DVA.
( ) Suas informações não sofrem restrições, exceto se determinadas 
pela administração.
4)	 Entre	 as	 afirmativas	 a	 seguir,	 apenas	 uma	 está	 incorreta.	
Assinale-a.
a) ( ) A Contabilidade Gerencial tem por objetivo adaptar os 
procedimentos de apuração do resultado das empresas 
comerciais às empresas industriais. 
b) ( ) A Contabilidade de Custos presta duas funções dentro da 
Contabilidade Gerencial: fornece os dados de custos para auxílio 
ao controle e para a tomada de decisões.
c) ( ) O objetivo básico da Contabilidade Gerencial é fornecer à 
administração instrumentos que a auxiliem em suas funções 
gerenciais.
Algumas	Considerações
Neste capítulo, esperamos que você tenha percebido que o ponto fundamental 
da Contabilidade Gerencial é o uso da informação contábil como ferramenta para 
administração.	 É	 o	 processo	 de	 produzir	 infor¬mação	 operacional	 financeira	
31
Contabilidade GerencialCapítulo 1
para funcionários e administradores. Deve ser direcionado pelas necessidades 
informacionais dos indivíduos internos da em¬presa, bem como orientar suas 
decisões operacionais e de investimentos.
Tínhamos como objetivo diferenciar a Contabilidade Financeira e a 
Contabilidade Gerencial. Porém, esse limite é difícil de ser determinado, já que, 
em vários casos, há o entrelaçamento entre técnicas puramente contábeis e 
gerenciais. As demonstrações contábeis representam, de certa forma, a fronteira 
entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial. Não podemos 
afirmar,	contudo,	que	tais	peças	contábeis,	apenas	por	serem	o	último	degrau	da	
Contabilidade Financeira e por servirem preponderantemente aos interessados 
externos, não sejam importantes, ao menos como ponto de partida, para a 
Contabilidade Gerencial e para a administração. Isso porque podem servir como 
indicadores válidos de desempenho, mesmo que em largos traços, e ser utilizadas 
no modelo previsional da gerência.
Como vimos neste capítulo, a Contabilidade Gerencial se utiliza de conteúdos 
de outras áreas da Contabilidade, pois se caracteriza por ser uma área autônoma, 
pelo tratamento dado à informação contábil,enfocando planejamento, controle e 
tomada de decisão, e por seu caráter integrativo, visto que também abrange a 
Contabilidade de Custos.
No próximo capítulo, abordaremos as terminologias usadas em custos e a 
classificação	 dos	 gastos.	 Também	 veremos	 a	 alocação	 de	 custos	 e	 despesas	
utilizadas nas empresas.
Referências
ATKINSON, Anthony A. et al. Contabilidade gerencial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 
2000.
CORBETT, Thomas. Bússola financeira: o processo decisório da teoria das 
restrições. São Paulo. Nobel, 2005.
 
CORBETT NETO, Thomas. Contabilidade de ganhos: a nova contabilidade 
gerencial de acordo com a teoria das restrições. São Paulo: Nobel, 1997.
CREPALDI, Sílvio Aparecido. Contabilidade gerencial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 
2004.
_____. Contabilidade gerencial: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 1988.
32
Contabilidade gerencial
HORNGREN, Charles T.; FOSTER, R. George.; DATAR, Srikant M. 
Contabilidade de custos. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000.
IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil. Deliberação CVM Nº 
29, de 05 de fevereiro de 1986. Disponível em: 
<http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.htm>.	
Acesso em: 14 out. 2010.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
MELO, Henrique. Contabilidade gerencial (Apostila). Disponível em: < <http://
www.scribd.com/doc/35432969/Contabilidade-Gerencial>. Acesso em: 14 out. 
2010.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de 
informação contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
OLIVEIRA, Luciano. Diferenças entre contabilidade gerencial e contabilidade 
financeira.	Disponível	em:	<http://www.editoraferreira.com.br/publique/media/
toq36_luciano_oliveira.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2010.
SANTOS,	Carlos	Werner	dos	et	al.	Existe	de	fato	uma	contabilidade	gerencial?	
Contab. Vista & Rev. Belo Horizonte, v.13, n. 2, p. 9-24, abr. 2002.
TEIXEIRA, Paulo Henrique. Contabilidade comentada para todos os 
profissionais. São Paulo: Ed.Maph, 2008.
WARREN, C. S. Contabilidade gerencial. São Paulo: Pioneira, 2001.
CAPÍTULO 2
Terminologias	em	Custos
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 9 Compreender as terminologias de custos. 
 9 Classificar	os	gastos	em	investimentos,	custos,	despesas	e	perdas.
 9 Classificar	os	custos	e	despesas	em	diretos	e	indiretos	e	em	variáveis	e	fixos.
 9 Alocar custos e despesas aos produtos e serviços por meio dos diferentes 
métodos de custeio.
34
Contabilidade gerencial
35
Terminologias em CustosCapítulo 2
Contextualização
A Contabilidade de Custos surgiu da necessidade de as empresas avaliarem 
seus estoques, principalmente na área industrial. Porém, com o passar do tempo, 
percebeu-se que a Contabilidade de Custos conseguia atender a outras duas 
importantes tarefas: controle e decisão.
Nesse seu novo campo, a Contabilidade de Custos tem duas funções 
relevantes: o auxílio ao controle e às tomadas de decisões. No que diz respeito ao 
controle, sua mais importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de 
padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, em um estágio imediatamente 
seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido para comparação com os 
valores	anteriormente	definidos.
No que tange à decisão, seu papel reveste-se de suma importância, pois 
consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem 
respeito às consequências de curto e de longo prazo sobre medidas de introdução 
ou corte de produtos, administração de preços de venda, opção de compra ou 
produção etc.
Portanto, a Contabilidade de Custos, nessas últimas décadas, passou 
de mera auxiliar na avaliação de estoques e lucros globais para importante 
ferramenta de controle e decisões gerenciais.
A obtenção e a compreensão das informações sobre custos são essenciais 
para o sucesso das empresas. Em primeiro lugar, os custos determinam o preço 
de venda; se os custos forem maiores do que o preço de venda, haverá prejuízo. 
Todos os custos aplicáveis ao produto ou ao serviço precisarão ser considerados 
(incluindo fabricação, venda e outras despesas) quando formos determinar o 
preço de venda. 
A Contabilidade de Custos, qualquer que seja o sistema, necessita da 
distinção entre custos e despesas. Teoricamente, a distinção é fácil: custos são 
gastos (ou sacrifícios econômicos) relacionados com a transformação de ativos 
(exemplo: consumo de matéria-prima ou pagamento de salários); despesas são 
gastos que provocam redução do patrimônio (exemplo: impostos, comissões 
de vendas etc.). Alguns autores enfatizam que todos os custos incorporados aos 
produtos acabados, fabricados pela empresa industrial, são reconhecidos como 
despesas no momento em que os produtos são vendidos.
O conhecimento dos custos é vital para saber se, dado o preço, o produto é 
rentável ou, se não-rentável, se é possível reduzir os custos.
36
Contabilidade gerencial
Para estudarmos custo, é fundamental nos familiarizarmos com os termos 
usuais da área, ou seja, sua terminologia. A seguir, apresentamos alguns conceitos 
entendidos como fundamentais.
Terminologias	em	Custos
Encontramos, em todas as áreas, uma quantidade de nomes para um único 
conceito e isso não é diferente quando falamos sobre custo e despesa. Entretanto, 
esses termos não são sinônimos. 
Quando se depara com esses termos utilizados na Contabilidade de Custos, 
normalmente o principiante se vê perdido, e o experiente, às vezes, se vê 
embaraçado. Por isso, veremos, na sequência, o que essas terminologias da área 
de	custos	significam.
Gasto
O gasto é uma saída de dinheiro do caixa que a entidade 
desembolsa para obtenção de um produto ou serviço qualquer. Essa 
saída é representada pela entrega ou promessa de entrega de ativos 
(normalmente	dinheiro).	É	o	ato	primeiro,	precede	a	despesa,	o	custo,	
a imobilização etc.
Esse conceito é amplo e se aplica a todas as variações monetárias 
(saídas) ocorridas na empresa, sendo aplicável, também, nas aquisições 
a prazo. Assim, temos gastos com a compra de matéria-prima, gastos 
com mão-de-obra, tanto na produção como na distribuição, gastos com 
honorários da diretoria, gastos na compra de um bem imobilizado etc. 
(FAGUNDES, 2010).
O gasto só existe quando é efetuada a transferência para a propriedade 
da empresa do bem ou serviço. Ele se efetiva no momento em que existe o 
reconhecimento contábil da dívida assumida ou da redução do ativo dado em 
pagamento (redução do saldo do caixa, do banco etc.) (FAGUNDES, 2010).
Para Wernke (2004, p. 11-12), gasto é um termo usado para 
 
Definir	as	 transações	financeiras	nas	quais	a	empresa	utiliza	
recursos ou assume uma dívida, em troca da obtenção de 
algum	 bem	 ou	 serviço.	 É	 um	 conceito	 abrangente	 e	 pode	
O gasto é uma 
saída de dinheiro 
do caixa que 
a entidade 
desembolsa para 
obtenção de um 
produto ou serviço 
qualquer. 
37
Terminologias em CustosCapítulo 2
englobar os demais itens. Por exemplo: um gasto poder ser 
relacionado a algum investimento (caso em que será 
contabilizado no ativo da empresa) ou a alguma forma de 
consumo (como custo ou despesa, quando será registrado em 
conta de resultado). 
Nesse caso, compreendemos que os gastos generalizam um ou qualquer 
esforço que a empresa adquire e que resulta num produto ou serviço. 
Gasto	é	o	compromisso	financeiro	assumido	por	uma	empresa	
na aquisição de bens e serviços, o que sempre resultará em uma 
variação patrimonial, seja ela qualitativa no início e/ou quantitativa 
em seguida (FAGUNDES, 2010).
O	 gasto,	 por	 sua	 natureza,	 pode	 ser	 definido	 como	 gasto	 de	
investimento, quando o bem ou o serviço é utilizado em vários 
processos produtivos (imobilizado, estoques etc.), e, como gasto de 
consumo, quando o bem ou serviço são consumidos no momento 
mesmo da produção ou do serviço que a empresa realiza. Dependendo 
da destinação do gasto de consumo, esse poderá converter-seem 
custo ou despesa. O mesmo acontece com o gasto de investimento: 
à medida que o investimento for consumido, poderá transformar-se 
em custo ou despesa, dependendo do objeto em que será aplicado 
(FAGUNDES, 2010). 
Vamos exemplificar gasto na prática. Veja: o gasto com 
a aquisição de uma máquina para a produção. Primeiramente, a 
máquina será ativada, sendo que sofrerá, gradativamente, redução 
em seu valor (desgaste, obsolescência etc.), fenômeno ao qual é dado 
o nome de depreciação, tornando-se, nesse momento, um custo de 
produção (FAGUNDES, 2010).
Diferenciação entre gasto e custo
 
A empresa ABA comprou 1.000 unidades de matéria-prima, 
mas utilizou apenas 800 unidades no processo de transformação em 
determinado período, sendo a diferença ativada a título de estoque 
de matéria-prima. Portanto, o gasto foi relativo a 1.000 unidades, e o 
custo foi de 800 unidades.
Dependendo da 
destinação do 
gasto de consumo, 
esse poderá 
converter-se em 
custo ou despesa. 
O mesmo acontece 
com o gasto de 
investimento: à 
medida que o 
investimento for 
consumido, poderá 
transformar-se em 
custo ou despesa, 
dependendo do 
objeto em que será 
aplicado.
38
Contabilidade gerencial
A	seguir,	veremos	que	os	gastos	têm	várias	terminologias	e	que	se	classificam	
em: investimentos, despesas, custos e perdas.
a) Investimentos 
Investimento é um gasto com bens ou serviços para a empresa, ativado em 
função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s). 
Todos os pagamentos que a empresa efetua para a aquisição de bens 
ou serviços (gastos) que são estocados no ativo da empresa para baixa ou 
amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento 
ou de sua desvalorização, são especialmente chamados de investimentos 
(FAGUNDES, 2010).
Wernke	(2004,	p.	11-12)	assim	define	investimentos:
 
Gastos		que		irão		beneficiar		a		empresa		em		períodos		futuros.		
Enquadram-se nessa categoria, por exemplo, as aquisições 
de ativos, como estoques e máquinas. Nesses casos, por 
ocasião da compra, a empresa desembolsa recursos, visando 
a um retorno futuro sob a forma de produtos fabricados. 
Diante do exposto, qualquer imobilizado e matéria-prima 
adquirida	 	 serão	 	 classificados	 contabilmente	 	 como	 	 investimentos		
de benefícios futuros, até mesmo os maquinários fabris, exceto o 
valor de seu desgaste com o passar do tempo que, nesse caso, será 
classificado	como	custos.
Os investimentos podem ser de diversas naturezas e de períodos 
de ativação variados: a matéria-prima é um gasto contabilizado 
temporariamente como investimento circulante; a máquina é um gasto 
que se transforma num investimento permanente; as ações adquiridas 
de	 outras	 empresas	 são	 gastos	 classificados	 como	 investimentos	
circulantes ou permanentes, dependendo da intenção que levou a 
sociedade à aquisição. 
b) Despesas 
As despesas são itens que reduzem o patrimônio e que têm a característica 
de representar saídas de dinheiro no processo de obtenção de receitas. 
Vejamos um caso prático para você entender melhor o conceito de despesa. 
Os investimentos 
podem ser de 
diversas naturezas 
e de períodos de 
ativação variados: a 
matéria-prima é um 
gasto contabilizado 
temporariamente 
como investimento 
circulante; a 
máquina é um 
gasto que se 
transforma num 
investimento 
permanente.
39
Terminologias em CustosCapítulo 2
Pense na comissão do vendedor. Temos, nesse caso, um gasto que se torna 
imediatamente uma despesa. O equipamento usado na fábrica, que foi gasto 
transformado em investimentos e, posteriormente, considerado parcialmente 
como custo, torna-se uma despesa na venda do produto feito. O computador 
da	 secretária	 do	 diretor	 financeiro,	 que	 foi	 transformado	 em	 investimento,	 tem	
uma parcela reconhecida como despesa (depreciação), sem transitar pelo custo 
(FAGUNDES, 2010).
Portanto, perceba que todas as despesas são ou foram gastos e que, porém, 
alguns	 gastos	 muitas	 vezes	 não	 se	 transformam	 em	 despesas.	 É	 o	 caso	 de	
terrenos, por exemplo, que não são depreciados ou só se transformam em receita 
quando de sua venda.
Wernke (2004, p. 11-12) refere-se às despesas como 
O valor dos bens ou serviços consumidos direta ou 
indiretamente para obtenção de receitas, de forma voluntária. 
Esse	 conceito	 é	 	 utilizado	 para	 identificar	 os	 gastos	 não	
relacionados com a produção, ou seja, os que se referem 
às atividades não produtivas da empresa.
 
Logo, as despesas estão relacionadas com todos os gastos a 
partir da inserção dos produtos e/ou serviços no mercado.
Segundo a Resolução 750/93, do Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC), que trata dos Princípios Fundamentais de 
Contabilidade, são consideradas incorridas as despesas: 
• quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por 
transferência de sua propriedade para terceiros;
• pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;
• pelo surgimento de um passivo sem correspondente ativo (CFC, 1993) . 
c) Custos 
 
Custo é um gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros 
bens ou serviços. Esse gasto só é reconhecido como custo no momento de 
utilização dos fatores de produção, para fabricação de um produto ou execução 
de um serviço.
As despesas estão 
relacionadas com 
todos os gastos a 
partir da inserção 
dos produtos e/
ou serviços no 
mercado.
40
Contabilidade gerencial
Exemplos:
• Matéria-prima: foi um gasto na aquisição que imediatamente se tornou um 
investimento durante sua estocagem e, quando consumido, se tornou custo. 
• A energia elétrica é um gasto que, quando consumido, passa imediatamente 
para custo. 
• Salários do pessoal da produção. 
• Manutenção das máquinas e equipamentos de produção. 
• Depreciação das máquinas e equipamentos de produção. 
A	 regra	 do	 quê?	 Ou	 para	 quê?	 É	 simples:	 basta,	 para	 isso,	
definir	o	momento	em	que	o	produto	está	pronto	para	a	venda.	Até	
aí, todos os gastos são custos. A partir desse momento, todos os 
gastos serão tratados como despesas necessárias para a realização 
da	venda.	Veja	a	figura	a	seguir.
Figura 2 – Custos, despesas e vendas
Fonte: A autora.
Wernke	(2004,	p.	11-12)	afirma	que	custos	são	
Gastos efetuados no processo de fabricação de bens ou 
de prestação de serviços. No caso industrial, são os fatores 
utilizados na produção, como matérias-primas, salários e 
encargos sociais dos operários da fábrica, depreciação 
das máquinas, dos móveis e das ferramentas utilizadas no 
processo produtivo. 
Assim, um gasto pode transformar-se de investimento em custo ou despesa 
ou diretamente custo ou despesa. 
Wernke (2004, 
p. 11-12) afirma 
que custos são 
gastos efetuados 
no processo de 
fabricação de bens 
ou de prestação de 
serviços.
41
Terminologias em CustosCapítulo 2
A diferenciação entre custos e despesas é importante para a 
Contabilidade Financeira, pois os custos são incorporados aos produtos 
(estoques), ao passo que as despesas são levadas diretamente 
ao resultado do exercício. Entretanto, no enfoque gerencial, essa 
diferenciação não é muito relevante. Os contadores de custos devem 
dispensar	a	mesma	atenção	aos	custos	e	às	despesas.	Se	a	eficiência	
é importante no setor de produção, deve ser considerada da mesma 
forma na área administrativa (FAGUNDES, 2010). De qualquer maneira, 
é importante que você conheça alguns conceitos descritos por autores 
que estudam a Contabilidade de Custos: 
• Custo é um gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção 
de outros bens ou serviços. São insumos de bens de capitais 
ou serviços efetuados para execução de determinados objetos 
(MARTINS, 2003).
• Custos são insumos de capitais, bens ou serviços, efetuados para 
consecução de determinados objetivos. Esses insumos assumem, 
primeiramente, uma expressão física e se traduzem, posteriormente, 
pela	 expressão	 monetária	 dos	 mesmos.	 Assim,	 melhor	 definindo,	
“custo de um bem ou serviçoé a expressão monetária dos insumos 
físicos realizados na obtenção daquele bem ou serviço, considerando-se o total 
retorno dos capitais empregados, em termos de reposição.” (HORNGREN; 
FOSTER; DATAR, 1997, p. 46).
Você deve ter percebido que o custo está associado diretamente à produção 
de bens ou à prestação de serviços. Veja alguns exemplos apresentados por 
Fagundes (2010): 
• a matéria-prima foi um gasto na sua aquisição que imediatamente se tornou 
investimento	 e	 assim	 ficou	 durante	 o	 tempo	 de	 sua	 estocagem,	 sem	 que	
aparecesse custo algum associado a ela. No momento de sua utilização, na 
fabricação de um bem, surge o custo da matéria-prima como parte integrante 
do	bem	elaborado.	Esse,	por	sua	vez,	de	novo	é	um	investimento,	já	que	fica	
ativado até sua venda;
• a energia elétrica utilizada na fabricação de um bem qualquer é gasto (na 
hora de seu consumo) que passa imediatamente para custo, sem transitar 
pela fase de investimento;
• a máquina provocou um gasto na sua entrada, tornando-se investimento e 
parceladamente transformou-se em custo (depreciação) à medida que foi 
utilizada no processo de produção de utilidades. 
A diferenciação 
entre custos 
e despesas é 
importante para 
a Contabilidade 
Financeira, pois 
os custos são 
incorporados 
aos produtos 
(estoques), 
ao passo que 
as despesas 
são levadas 
diretamente 
ao resultado 
do exercício. 
Entretanto, no 
enfoque gerencial, 
essa diferenciação 
não é muito 
relevante. 
42
Contabilidade gerencial
Na teoria, parece fácil conceituar a variável custos. Entretanto, a grande 
questão	é:	onde	terminam	os	custos	de	produção?	E	qual	a	diferença	entre	custos	
e	despesas?
Para melhor entender essa diferença entre despesas e custos, observe a 
figura	3.
Figura 3 – Variável custos
Fonte: Horngren, Foster e Datar (1997, p. 49).
Para diferenciar custos de despesas, é imprescindível compreender que, 
primeiramente, a entidade realiza o gasto (aumento de obrigações e/ou diminuição 
do ativo). Esse gasto pode ser um investimento (aquisição de bens imobilizados, 
compra de matéria-prima etc.) ou ser um consumo direto (Ex.: pagamento de 
energia elétrica). Quanto ao investimento, esse se transforma em despesa em 
decorrência de sua utilização (depreciação, custo do produto fabricado etc.); 
após,	passa	a	ser	classificado	como	um	custo	e,	quando	levado	para	a	apuração	
do resultado, (segundo os Princípios Fundamentais da Contabilidade, a despesa 
existe em função da receita), transforma-se numa despesa. Já o gasto consumido 
imediatamente	 classifica-se,	 inicialmente,	 como	 despesa,	 sendo	 que	 essas	
despesas poderão ser relacionadas diretamente com o resultado do exercício, 
se	não	participarem	do	ciclo	produtivo.	Todavia,	se	 identificadas	como	atividade	
de produção, serão consideradas custo e posteriormente despesas, na fase de 
apuração do resultado (FAGUNDES, 2010).
Além disso, devemos considerar, por exemplo, gastos com distribuição como 
despesas. Porém, o entendimento pode ser diferente, uma vez que os gastos com 
distribuição	são	identificáveis	como	um	objeto	de	custeio	(distribuição)	podendo,	
portanto, ser considerados custos de distribuição. O mesmo argumento pode ser 
utilizado para gastos com comercialização, propaganda etc. 
43
Terminologias em CustosCapítulo 2
Separação entre custos e despesas: 
Custos: são os gastos relacionados à produção, como matéria-
prima, energia elétrica da fábrica, aluguel da fábrica, mão-de-obra 
destinada à produção etc. Em empresas não-industriais, são os 
gastos efetuados com mercadorias compradas para revenda ou 
serviços prestados. 
Despesas:	 são	 gastos	 de	 administração,	 vendas,	 financiamento	
etc. não diretamente relacionados à atividade produtiva. Assim, o 
aluguel dos escritórios da empresa, ao contrário do aluguel da 
fábrica, é despesa. Os salários dos administradores e funcionários do 
escritório da empresa são despesas, assim como a energia elétrica 
do escritório, materiais de escritório etc.
d) Perdas
A perda pode ser um bem ou serviço consumidos de forma 
anormal e involuntária. A perda não se trata de despesa ou custo. 
Não é despesa, porque não se destina à obtenção de receita, e 
não é custo, porque não entra no processo de produção. A perda é 
contabilizada diretamente à conta de resultado. Exemplos: sinistros, 
estoques obsoletos etc.
É	 importante,	 também,	 diferenciarmos	 perdas normais e 
anormais.
Todo processo produtivo pode gerar restos decorrentes da 
atividade desenvolvida (previsionais), os quais são considerados 
normais à atividade. Devem, portanto, englobar o custo do produto 
fabricado; quando fazemos, por exemplo, um processo de corte ou 
recorte em uma peça, normalmente temos sobras. Essas sobras são perdas 
normais, pois já estão previstas.
Já as perdas anormais são aquelas provenientes de erros de produção, 
incêndios, obsolescência, erros humanos etc.. São consideradas perdas do 
período, contabilizadas como tal, incidindo diretamente sobre o resultado 
do exercício, não sendo ativadas (não compõem os custos dos produtos; 
simplesmente reduzem o resultado do período).
A perda pode ser 
um bem ou serviço 
consumidos de 
forma anormal e 
involuntária. A perda 
não se trata de 
despesa ou custo. 
Não é despesa, 
porque não se 
destina à obtenção 
de receita, e não é 
custo, porque não 
entra no processo de 
produção. 
44
Contabilidade gerencial
Dessa forma, podemos entender que perda é um bem ou serviço consumido 
de forma anormal e involuntária. Não se confunde com a despesa, muito menos 
com o custo. Exatamente pela sua característica de anormalidade, não é um 
sacrifício feito com intenção de obtenção de receita. Veja alguns exemplos 
sugeridos por Martins (2003): 
• O gasto de mão-de-obra, durante um período de greve, é uma perda, não um 
custo de produção.
• O material deteriorado por um defeito anormal e raro de um equipamento 
provoca uma perda, e não um custo. Aliás, não haveria mesmo lógica em se 
apropriar como custos essas anormalidades e, portanto, acabar por ativar um 
valor dessa natureza.
• Materiais ou produtos em estoques que devem ser baixados por obsolescência, 
ou seja, por desuso. 
Para uma melhor caracterização dessas terminologias relacionadas à área 
de custos, veja o quadro 5.
TERMINOLO-
GIA
SIGNIFICADO EXEMPLO
Gasto
Sacrifício econômico para aquisição de bens e 
serviços
Aquisição de bens e serviços
Investimento
Gasto com bem ou serviço, ativado ou não, em 
função de sua vida útil e da sua destinação
Aquisição de uma máquina, 
reforma do prédio
Custo
Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na pro-
dução de outros bens e serviços, relacionados com 
a atividade de produção
Matéria-prima, salário dos fun-
cionários da área de produção
Despesa
Gasto com bens e serviços que não estejam rela-
cionados diretamente com a produção, realizados 
não necessariamente para a obtenção de receitas
Salários dos funcionários ligados 
à administração
 Perda
Gasto não intencional decorrente de fatores exter-
nos ou fortuitos relacionados com a administração 
da universidade
Material em desuso ou deteriora-
do no estoque
Quadro 5 – Terminologias de custo
Fonte – A autora.
45
Terminologias em CustosCapítulo 2
Atividade de Estudos: 
1)	Assinale	 com	 um	X	 a	 classificação	 correta	 de	 cada	 fato:	 custo,	
despesa, investimento ou perda: 
Fato Gasto Custo Despesa Investimento Perda
Pagamento da fatura do 
anúncio colocada no jornal 
desse fim de semana 
Manutenção do prédio da 
empresa
Compra de matéria-prima 
Transferência da matéria-pri-
ma do almoxarifado para 
a fábrica para iniciar a 
produção 
Apuração dos cartões de 
ponto dos empregados da 
fábrica 
Apuração dos cartões 
de ponto do pessoal do 
escritório 
Energia elétrica da fábrica 
consumida esse mês 
“Perda” normal de 
matéria-prima no processo 
de fabricação 
Deterioração de matéria-pri-
ma em razão de greve dos 
operários 
Obsoletismo de estoques de 
materiais
Salário do porteiro da fábrica46
Contabilidade gerencial
2)	Classifique	os	gastos	a	seguir	em	custo	ou	despesa,	encontrando	
o valor monetário total de cada categoria:
Gastos Custo ou Despesa Valor R$
Salário do pessoal da fábrica 120.000,00
Comissão dos vendedores 60.000,00
Matéria-prima consumida 270.000,00
Salários do pessoal administração 80.000,00
Honorários da diretoria administração 40.000,00
Depreciação das máquinas 30.000,00
Seguro da fábrica 10.000,00
Materiais diversos 20.000,00
Manutenção das máquinas da produção 30.000,00
Despesas de vendas 20.000,00
Material de expediente 10.000,00
• Total dos custos de produção:____________________
• Total das despesas: ____________________________
Agora que você já conhece as terminologias utilizadas na área de custos, 
ficará	mais	fácil	entender	a	classificação	dos	custos.	Veremos	isto	na	sequência.		
Classificação	de	Custos	
Os gerentes contam com os contadores gerenciais para receber informações 
de	 custos	 úteis	 à	 tomada	 de	 decisões.	Mas,	 afinal,	 o	 que	 é	 custo?	Custo	 é	 um	
desembolso de caixa, ou seu equivalente, ou o compromisso de pagar em espécie 
no futuro, com o propósito de gerar receitas. A seguir, perceberemos que os custos 
são	classificados	em:	custos	diretos	e	indiretos,	custos	fixos	e	variáveis.	Além	disso,	
entenderemos, também, a separação entre custos e despesas.
a) Custos diretos e custos indiretos
 
São custos diretos aqueles relacionados diretamente com a 
produção do produto (bem ou serviço), a partir dos quais podemos 
ter	uma	medida	fiel	do	gasto	realizado.	Por	exemplo,	a	quantidade	de	
matéria-prima utilizada na produção de um bem é algo mensurável. 
Podemos determinar o custo da matéria-prima utilizada na produção, 
mesmo que tenhamos vários produtos (MARTINS, 2003).
Custo é um desembolso 
de caixa, ou seu 
equivalente, ou o 
compromisso de pagar 
em espécie no futuro, 
com o propósito de 
gerar receitas. 
47
Terminologias em CustosCapítulo 2
Alguns exemplos de custos diretos são: embalagens, materiais de consumo, 
mão-de-obra etc. 
Quanto aos custos indiretos, não podemos determinar com precisão sobre 
cada produto. Por isso, ele é rateado ou alocado com base em algum critério. Por 
exemplo, não sabemos quanto de energia elétrica cada produto consome ao ser 
produzido. A energia elétrica da fábrica pode, então, ser rateada pelos produtos 
fabricados com base nas quantidades produzidas ou em outro critério, como 
número de horas de mão-de-obra, por exemplo (MARTINS, 2003).
São exemplos de custos indiretos: energia elétrica da fábrica, água 
consumida	na	 fábrica,	 lubrificantes	das	máquinas,	 salários	dos	supervisores	ou	
gerentes da fábrica etc.
Horngren, Foster e Datar (1997, p. 53) assim conceituam custos 
diretos e custos indiretos:
• Custos diretos de um objeto de custo são os custos 
que estão relacionados a um determinado objeto 
de	custo	e	que	podem	ser	 identificados	com	este	
de maneira economicamente viável (custo efetivo).
• Custos indiretos de um objeto de custo são os 
custos que estão relacionados a um determinado 
objeto	de	custo,	mas	não	podem	ser		identificados	
com este de maneira economicamente viável 
(custo efetivo). Os custos indiretos são alocados 
ao objeto de custo através de um método de 
alocação e custo denominado rateio. 
 
Logo,	 os	 custos	 diretos	 têm	 fácil	 identificação	 ao	 produto	 no	 processo	
produtivo, e os indiretos são de difícil alocação, por não estarem diretamente 
relacionados ao produto, necessitando de um critério de rateio para apropriá-los 
ao produto. 
b) Custos fixos e custos variáveis
 
Você já sabe que os custos são os gastos consumidos para produzir qualquer 
produto	 ou	 serviço.	 Agora,	 você	 precisa	 saber	 diferenciar	 os	 custos	 fixos	 dos	
custos	variáveis.	Perceba	a	diferenciação	entre	custo	fixo	e	variável	no	conceito	
de Horngren, Foster e Datar (1997, p. 56): 
 
Um custo variável é um custo que se altera em montante em 
proporção às alterações num direcionador de custo. Um custo 
fixo	 é	 um	 custo	 que	 não	 se	 altera	 em	montante	 apesar	 	 de		
Os custos 
diretos têm fácil 
identificação 
ao produto no 
processo produtivo, 
e os indiretos são 
de difícil alocação, 
por não estarem 
diretamente 
relacionados 
ao produto, 
necessitando de 
um critério de rateio 
para apropriá-los 
ao produto. 
48
Contabilidade gerencial
alterações num direcionador de custos. Um direcionador 
de custos, também chamado de determinante de custo, é 
qualquer		fator		que		afeta		os		custos	totais.	Isto	significa	dizer	
que uma mudança no direcionador de custo implicará uma 
alteração dos custos totais de um objeto de custo. 
Portanto, podemos dizer que: 
• Custos fixos: são os custos incorridos para fabricar o produto (bem ou 
serviço) que não têm relação com a quantidade produzida, ou seja, seu valor 
não varia, mesmo que sejam produzidos mais ou menos bens ou serviços. 
Ex.: aluguel da fábrica, manutenção, limpeza da fábrica etc. (MARTINS, 2003).
• Custos variáveis: são custos que variam conforme a produção. Maior 
quantidade produzida implica maiores custos, assim como uma menor 
quantidade produzida implica redução dos custos. Ex.: matéria-prima, mão-
de-obra, energia elétrica da fábrica etc. (MARTINS, 2003).
Atividade de Estudos: 
1)	Com	base	nos	dados	a	seguir,	classifique	os	gastos	em	despesas	
ou	custos	(diretos	e	indiretos,	fixos	e	variáveis).
Gastos do período Classificação
Materiais diretos Custo direto variável
Materiais de escritório 
Mão-de-obra direta 
Mão-de-obra indireta 
Salários administrativos 
Depreciação – prédio da fábrica 
Depreciação – prédio escritório 
Depreciação – máquinas 
Aluguel – escritório 
Combustível – vendas 
Aluguel – fábrica 
Energia – escritório 
Energia – fábrica 
Água – fábrica 
Correio e telefone 
49
Terminologias em CustosCapítulo 2
Custos gerais 
Manutenção máquinas 
Manutenção móveis escritório 
Veremos, agora, que existe uma separação entre os custos e as despesas, 
que cada um tem uma função diferente a ser observada dentro da área de custos.
Separação	entre	Custo	e	Despesa	
Diz-se, teoricamente, que a separação entre custo e despesa é fácil: os gastos 
relativos ao processo de produção são custos, e os relativos à administração, às 
vendas	e	aos	financiamentos	são	despesas	(MARTINS,	2003).
Entretanto, na prática, uma série de questões surge pelo fato de não 
ser	 possível	 a	 separação	 de	 forma	 clara	 e	 objetiva.	 É	 comum,	 por	 exemplo,	
encontrarmos as despesas com a administração, sem a separação da que 
realmente pertence à produção; surge, daí, a prática de ratear o gasto 
geral da administração, parte para despesa e parte para custo. Esse rateio é 
sempre	arbitrário	pela	dificuldade	prática	de	uma	divisão	científica.	Normalmente,	
a divisão é feita de acordo com a proporcionalidade entre o número de pessoas 
na fábrica e fora dela ou com base nos demais gastos ou, simplesmente, em 
porcentagens	fixadas	pela	diretoria.
Outros	 exemplos	 mais	 específicos	 são:	 gasto	 com	 o	 Departamento	 de	
Recursos Humanos ou Pessoal: por haver comumente um único departamento 
que cuida tanto do pessoal da fábrica como do pessoal da administração, é feita a 
divisão de seu gasto total em custo e despesa; o Departamento de Contabilidade, 
que engloba a Contabilidade Financeira e a de Custos, e, por essa razão, 
tem, às vezes, seu gasto total de funcionamento dividido parte para despesa 
(Contabilidade Financeira) e parte para Custo (Contabilidade de Custos).
Os mesmos problemas existem para outros setores, tais como Departamento 
de Compras, que efetua aquisições tanto para a área de produção quanto para a 
administração, vendas etc.; Almoxarifado e Manutenção, que prestam serviços à 
produção e também ao resto da empresa etc.
Como	tentativa	de	solução	ou	pelo	menos	de	simplificação,	Martins	 (2003)	
propõe algumas regras básicas:
50
Contabilidade gerencial
a) Valores

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